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Criando do zero1

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Prefácio

Prefácio

1

Criando do zero

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O que faz um captador de recursos?

Eu não sabia que essa atividade existia, confesso. Mas em 2015, em um momento no qual estava orando a Deus, ouvindo instruções específicas do Senhor para minha vida, fui direcionado a desempenhar tal papel.

Havia acabado de pedir demissão do serviço público federal para me dedicar exclusivamente ao apoio de organizações na área de administração, mas ainda estava por descobrir o que exatamente eu faria. Não sabia que existia um profissional com tão grande comprometimento com uma causa ao ponto de ser um porta-voz para que outras pessoas e organizações pudessem renunciar a seus recursos e direcioná-los ao cumprimento de uma missão.

Talvez você, assim como eu, esteja ouvindo sobre o tema pela primeira vez, não sabe por onde começar, o que fazer, onde buscar informações. Mas fique em paz, pois você está dando um grande passo em seu desenvolvimento.

Não posso dizer que a caminhada será curta, fácil e simples, mas posso assegurar que você começou com uma perspectiva correta, a perspectiva da Palavra de Deus.

Examinaremos passagens bíblicas e descobriremos quais reflexões podemos realizar sobre o trabalho de mobilizar fundos para viabilizar projetos transformadores.

Eu não poderia iniciar este livro falando de qualquer outro texto que não fosse a criação.

Não considere isso um clichê ou uma tentativa de seguir uma ordem dos livros bíblicos, mas confesso que, durante a leitura de Gênesis 1, eu me vi diante de muitas situações pelas quais já passei no assessoramento a organizações que estavam iniciando seus trabalhos de captação e mobilização de recursos.

De fato, uma situação idêntica à descrita no primeiro livro bíblico: um caos total. Sem direção, sem coordenação, sem uma visão ou um planejamento dos trabalhos a serem desenvolvidos, é assim que muitas organizações e projetos sociais ou missionários se veem neste momento (não sei se é o seu caso, mas me desculpe a franqueza): estão sem forma e vazios.

Mas há uma boa notícia para você: o Espírito de Deus está pairando sobre essa situação, ele está bem perto e pode certamente trazer ordem a tudo isso, assim como fez com a criação. E, cá pra nós, se ele conseguiu organizar toda a criação, trazendo à existência coisas que não haviam ainda, por que não poderia ajudá-lo em seu projeto?

Analisemos, pois, esse importante trecho das escrituras e vejamos o que ela pode nos instruir sobre a mobilização de recursos para projetos transformadores.

Reconheça que a situação pode não ser adequada

A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. (Gênesis 1.2)

Era um fato: a Terra era sem forma e vazia. Não consigo imaginar com exatidão isso, a não ser como um contexto de escuridão e sem referências.

Muitas organizações, igrejas e projetos missionários estão cheios de sonhos, de boas intenções, mas quando olham com mais atenção para si mesmos não conseguem extrair um planejamento estratégico básico, um plano de ação para o ano corrente, não têm um projeto escrito, bem estruturado e pronto para ser captado. O que têm são apenas sonhos, não têm conteúdo, nem forma, não têm referências nas quais possam se basear, ou seja, estão vazios.

Por mais simples que seja um planejamento de ações, é necessário colocar no papel, chamar a diretoria, reunir voluntários, definir onde queremos chegar, quais são nossas forças e fraquezas, o que pode nos ameaçar na trajetória. Estou falando não apenas de ter uma ideia clara na mente, mas abrir seu computador (ou seu caderno) e começar a digitar algumas coisas que Deus tem colocado em seu coração. Ou seja, começar a organizar tudo isso!

A maioria das organizações com as quais converso são repletas de sonhos acerca do futuro. Conseguem enxergar maravilhosos projetos sendo executados, realidades de vidas sendo transformadas e o Reino de Deus incrivelmente expandido. Quando pergunto se existe algum documento que registra tudo isso, pode ser uma planilha, uma apresentação em slides ou um texto a resposta que mais ouço é não. Quando se trata da sustentabilidade ou da viabilidade

financeira desses sonhos a negativa é quase unanimidade. Muitas delas nunca sequer ouviram falar de mobilização de recursos.

É necessário um Plano de Captação de Recursos para qualquer organização, para qualquer projeto dentro ou fora de uma igreja, para qualquer missionário que deseja implantar uma iniciativa em alguma comunidade ao redor do mundo.

Uma ordem para cada coisa, um plano, uma direção. Temos um Deus organizado, que faz do caos um lugar habitável, e esse mesmo Deus deseja que, ao iniciarmos grandes empreendimentos em seu Reino, possamos agir com fé e disciplina na concretização da sua visão para este mundo.

O que cabe a nós, obreiros, atentarmos nessa fase inicial da mobilização dos recursos?

Faça uma análise clara da situação

Então Deus disse: – Haja luz! E houve luz. (Gênesis 1.3)

Não há nada melhor do que trabalhar em um lugar bem iluminado, não é verdade? Uma luz fraca nos impede de ver com clareza as coisas, e pode, inclusive, nos levar a cometer erros e causar acidentes. Uma das primeiras coisas que você faz ao chegar na sua instituição ou igreja é acender as luzes, não é? Isso porque a luz proporciona segurança, afinal, assim você consegue identificar onde está cada coisa.

O início do desenvolvimento da atividade de captação de recursos requer sabermos, de fato, como estamos, quem somos, o que podemos fazer e, principalmente, o que pode nos ameaçar.

Você certamente já ouviu falar da metodologia de análise SWOT (Strengt, Weakness, Opportunity e Threaths) que traduzido são: Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças.

FORÇAS

Aspectos positivos e favoráveis à captação de recursos dentro da sua organização. FRAQUEZAS

Aspectos negativos e desfavoráveis à captação de recursos dentro da sua organização.

OPORTUNIDADES

Características ou conjunturas externas que influenciam (ou influenciarão) positivamente a captação de recursos em sua organização.

Análise SWOT (Adaptador pelo autor) AMEAÇAS

Características ou conjunturas externas que influenciam (ou influenciarão) negativamente a captação de recursos em sua organização.

Essa é uma excelente forma de você poder enxergar com clareza a situação da sua organização, do seu projeto missionário diante das intenções e objetivos que você pretende realizar. Realizar esse exercício trará maior entendimento sobre sua situação e o contexto no qual está trabalhando, ou irá trabalhar.

Recentemente comemorei dez anos de casado. Temos dois lindos filhos e, como você sabe, a vida familiar, muitas vezes, é corrida e faz com que baixemos um pouco a guarda em relação ao cuidado pessoal.

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