Lição 7
11 a 18 de agosto
VIDA SANTA (1TS 4:1-12)
Sábado À Tarde
Ano Bíblico: Jr 4–6
VERSO PARA MEMORIZAR: “Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação” (1Ts 4:7). LEITURAS DA SEMANA: 1Ts 4:1-12; Mt 25:34-46; Gn 39:9, Jo 13:34, 35 PENSAMENTO-CHAVE: Embora a sexualidade humana seja um dom de Deus, assim como todos os dons, ela pode ser mal utilizada. Os três capítulos iniciais de 1 Tessalonicenses focalizam principalmente o passado. Nos capítulos 4 e 5, no entanto, Paulo se volta para o futuro. Algumas coisas estavam faltando na fé dos crentes de Tessalônica (1Ts 3:10), e ele queria ajudá-los a corrigir essas deficiências. A carta iniciaria o processo, que seria intensificado somente depois que Paulo se encontrasse com eles novamente. Começando com 1 Tessalonicenses 4:1, Paulo aprofunda o tema da amizade, apresentado nos primeiros três capítulos, oferecendo conselhos práticos para a vida diária dos tessalonicenses. A principal área de preocupação (mas não a única) nos versos desta semana trata da má conduta sexual. Embora não seja informado o que, especificamente, motivou essa admoestação, Paulo fala muito claramente sobre a necessidade de evitar a imoralidade sexual. Ele emprega linguagem muito forte, dizendo que aqueles que rejeitam sua instrução não estão rejeitando a ele, mas ao Senhor. No entanto, basta observar o sofrimento causado pela má conduta sexual para entender por que o Senhor falou tão fortemente por meio de Paulo sobre esse tema.
Domingo
Ano Bíblico: Jr 7–9
PROGREDIR CADA VEZ MAIS (1TS 4:1, 2) 1. Como os princípios da oração de Paulo em 1 Tessalonicenses 3:11-13 poderiam ser aplicados na vida dos cristãos? Qual é a relação entre essa oração e as instruções de 1 Tessalonicences 4:1-18? A oração de Paulo em 1 Tessalonicenses 3:11-13 contém uma série de palavras chave que antecipam o conteúdo de 1 Tessalonicenses 4:1-18. A oração menciona a necessidade de progredir em santidade e mútuo amor, à luz da segunda vinda de Jesus. Todos esses temas apontam para passagens específicas no capítulo 4. No texto de hoje (1Ts 4:1, 2), Paulo continua abordando a ideia apresentada em 1 Tessalonicenses 3:12 acerca de “aumentar”, embora a conexão seja encoberta pela maioria das traduções modernas. As traduções modernas têm o objetivo louvável de tornar as coisas mais compreensíveis na linguagem de hoje, mas, inadvertidamente, podem esconder as conexões explícitas no original. Na versão King James, fica claro o paralelo entre 1 Tessalonicenses 3:12 e 1 Tessalonicenses 4:1. Em ambos os lugares, Paulo convida os tessalonicenses a aumentar, progredir “cada vez mais” em seu amor de uns pelos outros e para com todos. Paulo havia começado a construir a estrutura cristã dos irmãos enquanto estivera com eles, mas tinha sido impressionado pelo Espírito Santo a preencher as lacunas (1Ts 3:10) e iluminar o entendimento deles. O resultado seria “mais e mais” do que eles já estavam tentando fazer: viver de modo digno da sua vocação. Paulo começa o capítulo 4 com a palavra “Finalmente”. Nos capítulos 4 e 5, ele desenvolve o assunto dos capítulos anteriores, nos quais sua amizade com os irmãos é colocada como base para os conselhos práticos que ele dá depois. Eles haviam começado bem. Então, o apóstolo queria que continuassem crescendo nas verdades que tinham aprendido. Duas menções de Jesus nessa passagem (1Ts 4:1, 15) são especialmente interessantes. Elas indicam que Paulo estava transmitindo o ensino das palavras do próprio Jesus (que mais tarde foram preservadas nos quatro evangelhos). Paulo estava oferecendo mais do que um bom conselho. O próprio Jesus ordenou os comportamentos que ele estava encorajando. Como servo de Cristo, ele estava compartilhando as verdades que havia aprendido de Cristo. Leia novamente 1 Tessalonicenses 4:1. O que significa andar de modo a “agradar a Deus”? Será que o Criador do Universo realmente Se preocupa com nossa maneira de agir? Como nossas ações realmente podem “agradar a Deus”? Quais são as implicações de sua resposta?
Segunda
Ano Bíblico: Jr 10–13
A VONTADE DE DEUS: A SANTIFICAÇÃO (1TS 4:3) O texto de 1 Tessalonicenses 4:3-8 forma uma completa unidade de pensamento. A vontade de Deus para cada crente de Tessalônica é “santidade” ou “santificação” (1Ts 4:3, 4, 7). O que Paulo quer dizer por santidade aqui é explicado nas duas frases seguintes. Cada crente deve evitar a “imoralidade sexual” e “controlar o seu próprio corpo” (1Ts 4:3, 4, NVI). Paulo concluiu a unidade de pensamento com três motivações para a vida santa (1Ts 4:68): (1) Deus é um vingador nessas questões, (2) Ele nos chama para a santidade, e (3) Ele dá o Espírito para nos ajudar. Na lição de hoje e nos próximos dois dias, estudaremos essa passagem com mais detalhes. 2. Leia 1 Tessalonicenses 4:3 e 7. Qual é a relação entre os dois versos? Qual é a mensagem básica de ambos? Qual é a importância dessa mensagem para nós hoje? O verso 3 é a continuação do verso 1, em que Paulo lembra aos tessalonicenses de como eles deviam “andar” (RC) ou “viver” (em muitas traduções) – um conceito hebraico usado para descrever o comportamento moral e ético do dia a dia. No verso 3, ele usa outro conceito hebraico para descrever a vida e o crescimento espiritual: “santidade” ou “santificação”. Uma definição típica de santidade é “separação para uso sagrado.” Mas Paulo dá ao termo um significado mais específico. Santidade é a condição na qual os tessalonicenses estarão na volta de Jesus (1Ts 3:13). Mas, no capítulo 4, ele escolhe uma forma do conceito que enfatiza o processo e não o resultado. É um substantivo de ação: “estar se santificando”, e não apenas um ato de santificação. A vontade de Deus é que estejamos envolvidos nesse processo (1Ts 4:3). Paulo claramente não apoia um evangelho sem lei. Existem requisitos comportamentais para os que estão em Cristo. No verso 7, o oposto de “santidade” é “impureza” ou “imundícia” (RC). Paulo explica que eles deviam se abster “da imoralidade sexual” (1Ts 4:3, NVI). Em grego, a palavra para “imoralidade sexual” é porneia, que hoje incluiria tudo, de pornografia e prostituição até a atividade sexual fora do casamento. Embora a salvação seja pela graça de Deus mediante a fé, o cristão deve crescer e sempre se esforçar para alcançar a perfeição prometida em Cristo. O dom da sexualidade é evidência poderosa do amor de Deus. No entanto, tem sido utilizado de modo tão equivocado que, para muitos, se tornou maldição, causa de grande sofrimento e tristeza. Que escolhas podemos fazer para nos protegermos dos potenciais danos que o abuso desse dom pode trazer?
Terça
Ano Bíblico: Jr 14–16
NÃO COMO FAZEM OS GENTIOS (1TS 4:4, 5) 3. O que devemos fazer com nosso corpo? Que exemplo devemos evitar? Que lição esse texto traz para nós? 1Ts 4:4, 5 Embora a moral discutida pelos filósofos na lição 3 atacasse muitas formas de excesso sexual, nos dias de Paulo, a sociedade pagã tinha pouca ou nenhuma restrição sexual. De acordo com o famoso orador pagão Cícero, “se há alguém que pensa que os jovens deveriam ser proibidos de ter um relacionamento sexual, mesmo com as prostitutas, sem dúvida, é muito rigoroso... mas sua visão é contrária não apenas à licenciosidade desta época, mas também aos costumes e concessões de nossos antepassados. Pois quando isso não foi uma prática comum? Quando isso foi condenado? Quando foi proibido?” (citado em Abraham Malherbe, “As Cartas aos Tessalonicenses”, The Anchor Bible, v. 32B; New York, Doubleday, 2000, p. 235, 236). Hoje em dia, muitos rejeitam qualquer tipo restrição sexual. Acham que passagens como 1 Tessalonicenses 4:4, 5 foram relevantes principalmente em algum outro tempo e lugar. Mas o mundo antigo não era mais contido sexualmente do que nosso mundo de hoje. A mensagem de Paulo não seria mais aceitável na sociedade daquele tempo do que na de hoje. A solução de Paulo para o problema do excesso sexual é que cada homem deve “possuir o seu vaso” (1Ts 4:4, RC). A palavra traduzida como “possuir”, em grego normalmente significa “adquirir”. O significado de “adquirir seu vaso” não é claro. Se com o termo “vaso” Paulo quis dizer “mulher” (essa era uma expressão antiga comum para mulher; 1Pe 3:7), ele estava dizendo que todo homem deve procurar um casamento honroso a fim de evitar a promiscuidade sexual. Mas a maioria das traduções modernas entendem que a palavra “vaso” se refere ao próprio corpo do homem. Nesse caso, a expressão “possuir o seu vaso” deve ser interpretada como “saiba controlar o seu próprio corpo” (NVI). Em ambos os casos, Paulo claramente confronta a frouxidão moral de sua época. Os cristãos não devem se comportar como os “gentios”. A norma da sociedade em geral não deve servir de regra para nós. O sexo é santo, separado para o casamento entre um homem e uma mulher. Como Paulo ressalta em 1 Tessalonicenses 4:6, o sexo nunca pode ser um assunto casual. Quando praticado fora das normas estabelecidas por Deus, é inevitavelmente destrutivo. Quem já não viu na vida de outros, ou na própria vida, o quanto esse dom pode ser destrutivo, quando abusamos dele?
Quarta
Ano Bíblico: Jr 17–19
DE ACORDO COM O PLANO DE DEUS (1TS 4:6-8) 4. O que Paulo disse sobre a imoralidade sexual? 1Ts 4:6-8 Um homem que havia sido sexualmente ativo fora do casamento disse a um pastor: “Quando jovem, aprendi a ver o sexo e o amor como uma e a mesma coisa. Quando me casei, no entanto, descobri que sexo antes do casamento destrói não somente o corpo (eu contraí uma doença venérea), mas também a mente. Embora sejamos cristãos, eu e minha esposa tivemos que lutar com os comportamentos mentais e emocionais que eu trouxe do passado para nosso casamento.” As restrições da Bíblia não estão ali porque Deus quer nos impedir de sentir prazer. Em vez disso, elas nos protegem dos danos físicos e emocionais que ocorrem como resultado da imoralidade sexual. Restringimos a nós mesmos sexualmente porque nos preocupamos com o impacto de nossa vida sobre a dos outros. Cada pessoa é alguém por quem Cristo morreu e não deve ser explorada sexualmente, de nenhuma forma. Fazer isso é pecar não apenas contra essa pessoa, mas contra Deus também (Gn 39:9). Sexo não está relacionado apenas com nossa maneira de tratar os outros, mas com nosso modo de tratar Cristo na pessoa dos outros (Mt 25:34-46). Em última análise, o sexo afeta nosso relacionamento com Deus. São os gentios, que não conhecem a Deus, que vivem “com o desejo de lascívia” (1Ts 4:5). É a ignorância de Deus que produz comportamento imoral. Os que ignoram os ensinamentos da Bíblia sobre esse assunto rejeitam não apenas esses ensinamentos, mas também o chamado de Deus e até mesmo o próprio Deus (1Ts 4:8). Por outro lado, quando seguimos o plano de Deus, o sexo se torna uma bela ilustração do amor abnegado que Ele derramou sobre nós em Cristo (Jo 13:34, 35). Se esse dom for apreciado de acordo com a vontade do Senhor, revelará de modo poderoso o tipo de amor que Deus tem pela humanidade e o tipo de relacionamento que Ele deseja ter com Seu povo.
Em 1 Tessalonicenses 4:7 somos orientados a viver em “santidade”. O que significa isso? Está relacionado com alguma coisa além da conduta sexual? O que mais poderia ser incluído?
Quinta
Ano Bíblico: Jr 20–23
CUIDAR DO PRÓPRIO NEGÓCIO (1TS 4:9-12) 5. Que aspectos de 1 Tessalonicenses 3:11-13 são reafirmados no texto de 1 Tessalonicenses 4:9-12? Os gregos tinham diversas palavras para “amor”, duas das quais são encontradas no Novo Testamento. Eros (não encontrada no Novo Testamento) é a palavra grega da qual obtemos a palavra erótico. Refere-se ao aspecto sexual do amor. Ágape é o termo mais usado no Novo Testamento, quando se refere ao amor abnegado. Ele é frequentemente usado em relação ao amor de Cristo por nós, manifestado na cruz. Outra palavra grega para amor, philos, é destacada em nossa passagem de hoje. Paulo lembrou aos tessalonicenses o que eles já sabiam sobre o “amor fraternal”. A palavra grega para amor fraternal é o termo a partir do qual a cidade de Filadélfia recebeu seu nome. No mundo gentílico, philadelphias se referia ao amor pelos parentes de sangue. Mas a igreja ampliou esse significado para incluir o amor pelos outros cristãos, a família cristã, fundamentada na escolha. Esse tipo de amor familiar é ensinado por Deus e é um milagre da Sua graça. 6. Que admoestação Paulo fez aos tessalonicenses sobre negócios e ocupação no contexto urbano? 1Ts 4:11, 12 A igreja de Tessalônica parecia ter um número de pessoas preguiçosas e perturbadoras. O entusiasmo pela segunda vinda de Jesus pode ter levado alguns cristãos a abandonar seus empregos e a se tornar dependentes dos vizinhos gentios. Mas estar preparado em todos os momentos para testemunhar não significa ser perturbador, intrometido nem preguiçoso no trabalho ou na vizinhança. Para algumas pessoas de fora, o laço mais estreito que terão com a igreja será a impressão produzida pelo comportamento dos cristãos conhecidos. A solução de Paulo para o problema de Tessalônica foi encorajá-los a ser ambiciosos (“diligenciardes”; “procureis”), não por poder ou influência, mas para viver “tranquilamente” (1Ts 4:11), o que envolveria cuidar do próprio negócio e trabalhar com as próprias mãos. No mundo antigo, o trabalho manual era o principal meio de subsistência. No mundo de hoje, Paulo provavelmente diria: “Sustente a si mesmo e a sua família e guarde um pouco para ajudar os que realmente necessitam”. Como podemos aplicar essas palavras de Paulo à nossa vida e ao nosso contexto imediato?
Sexta
Ano Bíblico: Jr 24–26
ESTUDO ADICIONAL O amor é um princípio puro e santo, mas a paixão sensual não admite restrições nem que lhe ditem regras ou o controle da razão. É cega às consequências e não raciocina da causa para o efeito” (Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 222). “[O amor] é puro e santo. Mas a paixão do coração natural é algo totalmente diferente. Enquanto o amor puro coloca o Senhor em todos os seus planos e está em perfeita harmonia com o Espírito de Deus, a paixão é obstinada, imprudente, irrazoável, desafiadora de toda restrição e torna em ídolo o objeto de sua escolha. Na conduta de quem possui o verdadeiro amor, a graça de Deus será mostrada” (Ellen G. White, The Advent Review e Sabbath Herald [Revista Adventista e Arauto do Sábado], 25 de setembro de 1888). “Os que não querem cair presa dos enganos de Satanás devem guardar bem as vias de acesso ao coração; devem se esquivar de ler, ver ou ouvir tudo quanto sugira pensamentos impuros. Não devem permitir que a mente se demore ao acaso em cada assunto que o inimigo das almas venha a sugerir. O coração deve ser fielmente guardado, pois, de outra maneira os males externos despertarão os internos e a pessoa vagará em trevas” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 518). Perguntas para reflexão 1. Ellen White falou sobre “guardar as vias de acesso ao coração”. Que implicações esse princípio tem quanto às nossas escolhas de entretenimento e educação? 2. Paulo usa a expressão “cada vez mais” para descrever o crescimento no caráter e no comportamento. O que as igrejas podem fazer para incentivar essa experiência? 3. Se um jovem lhe pedisse pelo menos duas razões práticas para deixar o sexo para “depois do casamento”, o que você lhe diria, e por quê? Resumo: A sexualidade é um assunto muito pessoal; no entanto, há muito perigo para a igreja quando a imoralidade sexual não é confrontada. Igualmente importante é o tipo de igreja que o mundo vê na vizinhança e no local de trabalho. As diretrizes de Paulo nesses assuntos são tão importantes hoje como foram em seu tempo. Respostas sugestivas: 1: Os líderes devem estar perto dos fiéis e orar para que o Senhor produza neles o crescimento no amor, na santidade e na pureza, a fim de evitar a conduta pecaminosa e os enganos teológicos que surgirão antes da vinda de Jesus. 2: A vontade de Deus é a nossa santificação, que está em direção oposta à impureza e à prostituição; quando buscamos o Deus santo, abandonamos as coisas impuras. 3: Possuí-lo em santificação e honra; devemos evitar o desejo de lascívia, comum entre os gentios; para não ser dominado pelo pecado, precisamos conhecer a Deus. 4: Visto que Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santificação, se prejudicarmos nosso irmão, Deus será vingador. 5: O dever de crescer no amor de uns para com os outros; o amor é demonstrado na santidade dos irmãos que trabalham para não ser pesados aos outros e na proteção da honra uns dos outros. 6: Eles deviam viver tranquilamente, cuidando dos próprios negócios, evitando depender dos outros e dando bom exemplo aos não cristãos.