P-3AM ORION - 10 ANOS DE OPERAÇÃO NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA.

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PRIMEIRO ESQUADRÃO DO SÉTIMO GRUPO DE AVIAÇÃO

P-3AM ORION 10 ANOS



MARCOS PAULO CAPUT CANON EOS REBEL T3

ISO f/3.5

1/10s

200

18 mm


10 ANOS

P-3AM ORION COPYRIGHT Ala 12 - 1º/7º GAV

PROJETO E EDITORAÇÃO Cap Esp Fot CLAUDIO HENRIQUE FALCÃO DOS SANTOS

FOTOGRAFIAS ACERVO DO 1º/7º GAV GRUPO AKAER ANDRÉ GIRON BERNAUD ARTHUR MARTINEZ ARNOLDI BRUNO FLÁVIO RODRIGUES SALES DAVID BRANCO FILHO ENZO VITOR STRAVINSKY GABRIELA A. FERNANDES DO COUTO INGO FRHR VON LEDEBUR ISAC MAMEDE KAÊ MIRANDA SILVA LEONARDO JOSÉ MOURA DE CARVALHO LUAN RODRIGUES NEVES MARCOS JOSÉ CUSTÓDIO MARCOS PAULO CAPUT NEILTON CAETANO PAULO HENRIQUE CAVALCANTI DE VASCONCELOS RAFAEL DE SOUSA FERREIRA LEMES RAFAEL MARCHESINI BATISTA WELLINGTON JUNIO DE NORONHA

REVISÃO Ten Cel Av MARCELO DE CARVALHO TROPE Segunda Edição Dezembro 2021




ANDRÉ GIRON BERNAUD NIKON D300

ISO f/7.1

1/40s

250

290 mm


PÁGINAS 12 a 23 PALAVRAS DO COMANDANTE DE PREPARO Ten Brig Ar Sérgio Roberto de Almeida PALAVRAS DO COMANDANTE DA ALA 12 Cel Av Marcelo da Costa Antunes

ÍNDICE

O PROJETO P-3BR Síntese

PÁGINAS 84 a 103 ANOS 2018 A 2021 Palavras do Cel Av Erivando Pereira Souza Recepção das primeiras tripulações em Santa Cruz-RJ Visita da Força Aérea Canadense Buscas ao C-130 da Força Aérea Chilena Revitalização das asas

PÁGINAS 104 a 107 PALAVRAS DO COMANDANTE DO 1º/7º GAV Ten Cel Av Marcelo de Carvalho Trope


PÁGINAS 24 a 47 ANOS 2010 A 2012 Palavras do Cel Av R1 Angelo Damigo Tavares Recebimento da primeira aeronave Incorcorporação e batismo ANOS 2012 A 2014 Palavras do Brig Ar Fábio Luís Morau Exercício em Cabo Verde Operação Joint Warrior 2013-1

PÁGINAS 48 a 83 ANOS 2014 A 2016 Palavras do Cel Av Antonio Ferreira de Lima Júnior Resgate do ‘‘Bikeboat’’ Primeiro emprego de armamento no P-3AM ANOS 2016 A 2018 Palavras do Cel Av Allan Davis Cabral da Costa Intercâmbio operacional com a Marinha Alemã Buscas ao Submarino Ara San Juan Exercício operacional em Portugal

PÁGINAS 108 a 115 AGRADECIMENTOS Aos spotters GALERIA DE FOTOS


s n é b a r a

P

P-3AM ORION

ANOS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EQUIPAGENS DA AVIAÇÃO DE PATRULHA ABRA-PAT

ASSOCIE-SE


ENZO VITOR STRAVINSKY APPLE IPHONE 11

ISO f/1.8

1/4s

800

4 mm


COMANDANTE DE PREPARO

TEN BRIG AR SÉRGIO ROBERTO DE ALMEIDA

Ao reetirmos sobre os dez anos de operação do P-3AM Orion na Força Aérea Brasileira, não poderíamos deixar de nos remeter ao ocorrido há quase 79 anos, quando, no dia 22 de maio de 1942, durante uma missão de treinamento no litoral Nordeste brasileiro, uma aeronave B-25 Mitchell, atacou o submarino italiano Barbarigo, marcando denitivamente esta data como o “Dia da Aviação de Patrulha”. A partir de então, ao longo de quase sete décadas, diversos vetores contribuíram para a constante evolução da Aviação de Patrulha. Desde os PBY-5 Catalina, os PV-1 Ventura ao nal da 2ª Grande Guerra, seguidos pelos P-15 Netuno, os P-16 Tracker, os P-95BM Bandeirulha, até que, nalmente, no dia 30 de julho de 2011, a primeira aeronave P3-AM pousava em solo nacional, na Base Aérea de Salvador. A chegada desta versátil aeronave à Força Aérea Brasileira colocou-nos em um patamar nunca antes conquistado. Desta forma, nos dias atuais, a Aviação de Patrulha Brasileira é capaz de, entre outras coisas, detectar, localizar, identicar e, até mesmo, destruir submarinos inimigos. Além disso, é engajado, rotineiramente, em missões de inteligência, vigilância e reconhecimento realizadas em toda a extensão territorial do país. Vale a pena também ressaltar o recente incremento da sua capacidade combativa com a chegada dos poderosos mísseis antinavio “Harpoon”, possibilitando a neutralização de embarcações de guerra a uma distância além do alcance visual.


Graças a essas notáveis possibilidades, em apenas uma década de operação, o Esquadrão Orungan, nas asas do P-3AM Órion, participou de importantes missões de âmbito nacional e internacional, dentre as quais podemos destacar a localização do catamarã Don Diego III, em dezembro de 2016; as buscas ao navio cargueiro Stellar Daisy, em abril de 2017; buscas ao submarino argentino ARA San Juan, em novembro de 2017; bem como, as buscas ao C-130 da Força Aérea Chilena no Mar de Drake, em dezembro de 2019. São dez anos de legado, marcando denitivamente a história da Força Aérea Brasileira, porém ainda com o vislumbre de um futuro promissor pela frente. Parabéns a todos integrantes do Esquadrão Orungan que voaram ou que zeram voar este robusto e seguro vetor de combate! Ao cumprimentá-los pelos 10 anos de operação do P3-AM Orion na FAB, destaco o prossionalismo e a dedicação dos guerreiros e guerreiras, de ontem e de hoje, na árdua tarefa na proteção da nossa preciosa “Amazônia Azul” e na manutenção da soberania do espaço aéreo brasileiro.



NEILTON CAETANO SONY DSC-WX100

ISO f/4.5

1/1250s

100

9 mm


COMANDANTE DA ALA 12

CEL AV MARCELO DA COSTA ANTUNES

O aniversário de implementação de um ousado projeto em uma Unidade Aérea reveste-se em um momento ímpar, no qual temos a oportunidade de exercitar uma salutar reexão entre passado e futuro, reverenciando os feitos de outrora, sem perder de vista o estratégico olhar para os horizontes vindouros. Ao atingir a importante marca de 10 anos de implantação da aeronave P-3 Orion no 1°/7° GAV, é imprescindível ressaltar as portentosas páginas de uma história redigida por gerações que delinearam a nobre trajetória de total compromisso com a segurança de voo, com a eciência operacional e com o prossionalismo, desde sempre desladas por cada integrante desta valorosa Unidade. O Esquadrão Orungan, forjado pela tradicional doutrina da Aviação de Patrulha, tendo como origem de seus feitos o Batismo de Fogo, ainda na II Guerra Mundial, quando no litoral brasileiro, no dia 22 de maio de 1942, o Capitão Parreiras Horta e o Tenente Pamplona realizaram o primeiro ataque à submarino, pilotando uma aeronave B-25. Esse refulgente celeiro de virtudes, com o mesmo denodo e anco daqueles precursores, completa hoje 10 anos de harmonioso convívio operacional com a aeronave Lockheed P-3AM Orion. Essa plataforma d´armas se destaca pelos modernos sensores, capazes de ampliar as capacidades operacionais de seus tripulantes, executando, com invulgar desempenho, as missões de Patrulha Marítima, Reconhecimento Aéreo, Controle Aéreo Avançado e missões SAR, cobrindo todo o território sob a jurisdição Brasileira.


Eu, já como Comandante da ALA 12, tive a grata satisfação de constatar e corroborar com um pequeno trecho da rica história desse valoroso projeto, quando o nosso P-3AM, conduzido por sua diligente e habilidosa tripulação, desempenhou um papel decisivo na busca do C-130 chileno, acidentado nos agressivos mares antárticos, patenteando a importância e a capacidade estratégica que temos à nossa disposição. Outrossim, com grande orgulho, pude acompanhar de perto o processo de implementação do poderoso armamento – o míssil antinavio Harpoon – capaz de neutralizar embarcações de guerra a uma distância além do alcance visual, elevando-nos a um novo patamar de excelência operacional no cenário mundial. É nesse universo que tenho a tranquilidade em armar que, pelas mentes e mãos de homens e mulheres determinados, essa luzente plataforma de sensores e armas vem semeando eciência e produtividade por onde passa, e que ao longo dos seus 10 anos de operação, reina soberana, a aeronave P-3AM, manancial de doutrina da aviação de patrulha da nossa Força Aérea e lídima guardiã das inndáveis e valiosas riquezas brasileiras. Manifesto, pois, meu incontido orgulho por dispor neste Complexo Operacional de um vetor arrojado e de notada capacidade estratégica, augurando que as mesmas glórias vivenciadas pelo P-3AM, até o dia de hoje, se façam presentes no transcurso de tantas outras décadas de incansável dedicação e irretocável trabalho em prol da Força Aérea Brasileira de do nosso amado Brasil. Parabéns ao P-3AM! Parabéns ao Esquadrão Orungan! Salve a Patrulha!


FOTO


ISAC MAMEDE NIKON D810

ISO f/9

1/1000s

500

400 mm


O PROJETO P-3BR SíNTESE


Em 1993, o Comando Geral do Ar (COMGAR) identicou a necessidade operacional de uma aeronave dotada de sensores e armamentos capazes de realizar as missões de patrulha marítima atribuídas à FAB. Essas incluem o combate antisubmarino e anti-belonaves de superfície; a proteção das áreas marítimas ao longo dos 7.000 quilômetros de costa; os 3,5 milhões de quilômetros quadrados da Zona Econômica Exclusiva, de importância fundamental para a economia do país; a realização de missões de Busca e Salvamento, sobre uma área de 6,4 milhões de quilômetros quadrados, atribuída ao Brasil pela Organização Internacional de Aviação Civil. Em 1998, foram estabelecidos os requisitos operacionais preliminares da aeronave e, nalmente, em 2000 foi feito o pedido de ofertas, visando selecionar o fornecedor da aeronave, com base em requisitos de ordem técnica, logística, industrial, comercial e de compensação ("offset"). Foram adquiridas então, no ano de 2000, 12 aeronaves P-3A dos estoques da US Navy, as quais encontravam-se armazenadas no AMArC e, com base nas propostas foi selecionada em 2002 a empresa EADS CASA para proceder à modernização das mesmas, no âmbito do projeto P-3BR.



LEONARDO CARVALHO NIKON D90

ISO f/7.1

2.5s

200

32 mm


ANOS 2010 A 2012

Palavras do

Cel Av ANGELO DAMIGO TAVARES

Comandante de 2010 a 2012

A HONRA E O COMPROMISSO DO COMANDANTE: IMPLANTAR O P-3AM Manter vivas as lembranças e vivências de pessoas que "se ombrearam" faz parte da mais sadia tradição de uma Organização Militar. Uma Unidade Aérea "respira voo todo o tempo" e foi essa a minha percepção, raticada antes do pouso do primeiro P-3AM em solo baiano, num período bem peculiar de pátio vazio visto que, em função da transição à nova aeronave, no ano de 2010 e início de 2011 o Esquadrão Orungan cou sem aviões em sua dotação. Sabíamos que era necessária essa carência; por outro lado, era imperioso manter elevado o moral dos integrantes da Unidade, os quais ansiavam resilientes pelo consagrado quadrimotor. O processo de recebimento - árduo e complexo - fez do grupo de trabalho destacado na Espanha um time muito coeso. Desde as primeiras horas de cada dia, a equipe tinha como foco trazer para o Brasil a primeira aeronave plenamente adequada aos requisitos contratuais do projeto. Sem sombra de dúvidas, foi um período memorável, de ampliação de conhecimentos técnicos e grande interação (nem sempre na calmaria) junto às pessoas envolvidas no projeto. E voamos para Salvador certos de que nossa chegada representava a superação de quinze anos sem uma aeronave antissubmarino na Força, capaz de executar essa e outras missões relevantes à garantia da soberania nacional. Não pude esconder o sorriso ao ver um dos Tenentes da Unidade em êxtase, sentado na cadeira do primeiro piloto, enquanto a aeronave era "tratorada" pela primeira vez para o hangar do Esquadrão no dia da chegada à BASV.


Formar novos pilotos e garantir a segurança nos voos de instrução foram pontos que muito me zeram reetir. Em todos os sentidos fomos abençoados, e avançamos com sucesso! Entretanto, cabia-me, ainda, como primeiro Comandante, formar quatro instrutores no P-3AM, conforme determinado pelo Comando-Geral de Operações Aéreas. No dia anterior à passagem de cargo ao meu sucessor, realizei a instrução noturna que encerrou a tarefa a mim atribuída. Ser indicado o primeiro Comandante do P-3AM foi um privilégio revestido de uma satisfação imensurável, que tenho a honra de compartilhar com todos os integrantes do Esquadrão Orungan, "um símbolo de força!".

CEL AV ANGELO FOTO TIRADA NA ÉPOCA DO COMANDO



MARCOS PAULO CAPUT CANON EOS 40D

ISO f/8

15s

200

90 mm


ANOS 2010 A 2012 RECEBIMENTO DA PRIMEIRA AERONAVE

O Esquadrão Orungan recebeu no dia 30 de julho de 2011, após percorrer 3700 milhas náuticas (NM), num total de onze horas de voo sobre o Oceano Atlântico, a primeira aeronave P-3AM, matrícula FAB 7203.


A aeronave saiu de Sevilha, Espanha, em 29 de julho de 2011 com destino as Ilhas Canárias (Base Aérea de Gando), onde pernoitou após voar duas horas e quarenta minutos. Em 30 de julho de 2011 decolou com destino a Salvador, tocando o solo baiano às 15:05h, após um voo de oito horas e trinta e cinco minutos.



ARTHUR MARTINEZ ARNOLDI KODAK EASYSHARE Z990

ISO f/9.9

2s

125

9 mm


ANOS 2010 A 2012 INCORPORAÇÃO e batismo


Exatos 90 dias depois do recebimento da primeira aeronave, em solenidade que contou com a presença do então Ministro da Defesa, Celso Amorim, do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, e autoridades do Comando da Aeronáutica, Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e do Estado da Bahia, além de tripulantes dos Esquadrões de Patrulha Marítima da FAB, o primeiro P-3AM Orion foi batizado e incorporado ocialmente ao 1°/7° GAV. A cerimônia aconteceu na Base Aérea de Salvador e, na oportunidade, foi descerrada uma placa que realçou a importância da aeronave para a Força Aérea Brasileira e para a Aviação de Patrulha Marítima. O P-3AM foi incorporado com o que havia de mais moderno e avançado do mundo, em sensores e sistema tático de missão, denominado pelo fabricante como FITS (Full Integrated Tactical System). Os sensores que compõem a aeronave contam com um Radar de Abertura Sintética, equipamentos de busca eletrônica passiva, um sistema OIS (Optical Infrared System) para busca e identicação em ambientes de baixa visibilidade e um sistema acústico que tem capacidade de monitorar simultâneamente até 32 bóias radiossônicas. O avião ainda pode transportar uma grande quantidade de armamentos, tais como, minas, cargas de profundidade, bombas, torpedos e os poderosos mísseis antinavio Harpoon, que opera de forma totalmente integrada com o Sistema tático do P-3AM.



MARCOS JOSÉ CUSTÓDIO NIKON D3100

ISO f/5.6

1/800s

100

68 mm


ANOS 2012 A 2014

Palavras do

BRIG AR FÁBIO LUÍS MORAU Comandante de 2012 a 2014

Ter tido o privilégio de participar da implantação do Projeto P-3AM foi um desao que marcou profundamente a minha carreira prossional na Força Aérea Brasileira. Por se tratar de um equipamento operacional estratégico no cenário mundial e por garantir o resgate da capacidade de cumprimento da missão antissubmarino pela FAB, operacionalizar o P-3A Modernizado foi um momento ímpar para a Aviação de Patrulha Brasileira. No biênio de 2012 e 2013, foram recebidas 8 aeronaves, sendo esse período marcado pelas descobertas das reais capacidades desse equipamento de última geração. As principais tarefas a serem desenvolvidas no seio da Unidade Aérea, naquele momento inicial, foram priorizadas em torno da formação operacional de mais de 120 tripulantes e da exploração de todos os sensores aeroembarcados, segundo as necessidades das missões atribuídas ao P-3AM. A capacitação das equipes iniciais foi fundamental, mas voar o P-3AM com todos os seus equipamentos demonstrou que as suas potencialidades e que os seus limites operacionais surpreenderiam a todos. As possibilidades de Busca Noturna, de Monitoramento de Sonoboias ativas e passivas, de Busca Radar em qualquer tempo, de Inteligência Eletrônica, de Datalink com estações de solo, de Comunicação Criptografada e ainda a existência de sistemas integrados para o lançamento e para o emprego dos mísseis Harpoon, por si só, já sinalizavam o quê o P-3AM representaria no Teatro de Operações Marítimo do Atlântico Sul. Já em abril de 2012, na Operação FAEx XII em Florianópolis, demonstrou-se que o novo equipamento de Patrulha Brasileiro se destacaria com a sua performance e com a sua projeção estratégicas. As tripulações puderam interagir operacionalmente com outras Aviações, vislumbrando-se um universo amplo e promissor para as coordenações de Comando e Controle, com o P-3AM em Operações Conjuntas. Ainda em 2012, os tripulantes do 1º/7º GAv enfrentaram novos desaos fora das fronteiras brasileiras, com o Patrulhamento contra a pirataria nas costas africanas, em Cabo Verde, explorando-se toda a gama de sistemas e de sensores embarcados nos períodos diurno e noturno. O coroamento antissubmarino ocorreu em águas europeias na Operação Joint Warrior, em 2013, envolvendo as forças da OTAN, como Reino Unido, EUA, Alemanha e França. Os 19 tripulantes do Esquadrão Orungan com a sua única aeronave desdobrada, obtiveram o segundo melhor desempenho no Exercício. O primeiro lugar cou com os norte-americanos, que dispunham de mais de 200 tripulantes e de 4 aeronaves engajadas. Essa Operação se desenrolou, nas piores condições meteorológicas dos mares escoceses, comprovando-se, que a experiência operacional média de 500 horas de voo dos tripulantes brasileiros, no P-3AM, sobrepujou a expertise de milhares de horas incorporadas nas aviações de patrulha dos demais participantes, que dispunham ainda de uma estrutura logística bem maior no local.


Os patrulheiros brasileiros se destacaram ainda pelo seu altíssimo grau de prossionalismo, pela segurança nas operações, pelo trabalho em equipe e pela solidez doutrinária. Esse resultado positivo precoce provocou visitas de delegações estrangeiras de mais de 35 países, em Salvador, curiosos para saber como o P-3AM geraria tanta eciência agregada em um curto espaço de tempo de Operação no Brasil.

Parabéns aos Patrulheiros daquele tempo, que sintetizaram o orgulho da sua Força Aérea, defendendo e projetando o seu nome e a sua capacidade para o Mundo. As experiências vividas e as conquistas daqueles homens e mulheres motivam, até hoje, esse Patrulheiro, que estará sempre com o coração batendo em sintonia com as asas e com o giro dos motores dos Gigantes P-3AM e dos Incansáveis P-95. A minha eterna e respeitosa continência a todos vocês!

BRIG AR MORAU



RAFAEL MARCHESINI SONY DSC-HX300

ISO f/3.2

1/250s

80

4 mm


ANOS 2012 A 2014 EXERCÍCIO EM CABO VERDE No período de 31 de setembro a 05 de outubro de 2012, Brasil e Cabo Verde aprofundaram a cooperação nas áreas de defesa e segurança. O estreitamento da cooperação foi possível com a participação de duas aeronaves P-3AM Orion do Esquadrão Orungan. O exercício de cooperação possibilitou o aumento da segurança na região do Atlântico onde está situado o país africano, graças à troca de experiências, apoio técnico e cientíco. Os militares de Cabo Verde puderam acompanhar a rotina de planejamento das missões e participaram de voos operacionais, quando as diversas capacidades dos sensores embarcados da aeronave P-3AM foram apresentadas.




BRUNO FLÁVIO SALES CANON SX20 IS

ISO f/5

1/400s

80

80 mm


ANOS 2012 A 2014 OPERAÇÃO JOINT WARRIOR 2013-1 Operação Joint Warrior 13-1, realizada entre os dias 11 e 27 de abril de 2013 na Escócia, foi considerado pelo 1º/7º GAV, como um verdadeiro desao operacional na implantação do Projeto P-3AM, já que, A aeronave e as tripulações brasileiras seriam testadas, em conjunto, com as forças da OTAN. As missões da fase operacional no exercício envolveram ações de Patrulha Marítima face a alvos de superfície e ações antissubmarinas, contrapondo-se aos vetores mais modernos e letais nas atividades submersas. A Joint Warrior é o maior exercício tático da OTAN na Europa. A versão 20131 do evento contou com a participação de 10 países, reunindo cerca de 4500 militares, mais de 20 navios e 40 aeronaves, sendo destas 7 aeronaves de Patrulha Marítima. Dentre as nações participantes podemos destacar a presença de diversas embarcações do Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Holanda e Dinamarca, além de aviões dos Estados Unidos, Canadá e França. O Brasil, representado pela tripulação do FAB 7203, foi o único país convidado para o evento que não faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte.


A execução da Joint Warrior se deu em duas fases distintas: Em um primeiro momento, denominado como fase de treinamento e integração das forças, foram realizados diversas missões do tipo CASEX, nas quais meios aéreos (aeronaves de patrulha) e meios navais (navios e submarinos) realizam exercícios combinados visando aumentar a sinergia das forças componentes. Na segunda parte (Fase Operacional), foram realizadas as surtidas propriamente ditas, simulando o aumento da tensão entre os países ctícios do exercício até a eclosão do conito armado, onde todos os aspectos de uma guerra aeronaval podem ser treinados. Como resultado, a representação brasileira cumpriu todas as atividades programadas, com o êxito esperado, além de ter absorvido uma experiência técnica-operacional importantíssima para a consolidação do Projeto P-3AM, como sendo um sucesso, no contexto nacional e internacional.



LUAN RODRIGUES FUJI FILM FINEPIX S2980

ISO f/5.6

1/350s

64

48 mm


ANOS 2014 A 2016

Palavras do

Cel Av ANTONIO FERREIRA DE LIMA JÚNIOR

Comandante de 2014 a 2015

Prezados Olimpus e Orixás, de hoje e de sempre, e todos que acompanham a trajetória do 1º/7º GAV, Esquadrão Orungan, e da aeronave Lockheed P-3AM “Orion”, escrevo este breve texto para relembrar alguns fatos marcantes que vivi durante os anos de 2014 e 2015. É claro que há muito a relatar. Acredito que comandar um esquadrão da FAB é o sonho de todo ocial aviador. São sempre grandes as expectativas, mas as experiências, ao nal, acabam sendo muito maiores e a vontade é falar sobre todas elas. Inúmeras missões reais de Busca SAR no mar, a distâncias difíceis de imaginar. Meses a o dedicados ao preparo das aeronaves, dos tripulantes e dos mantenedores. Missões tecnicamente complicadas. Missões no exterior. Não há como resumir todas elas sem correr o risco de reduzi-las. Assim, sob pena de não conseguir transmitir toda a intensidade da experiência, vou me restringir a duas histórias que resumem um pouco da minha vivência à frente do Esquadrão Orungan e a bordo das aeronaves P-3AM. Tenho certeza que não faltarão oportunidades para contar outras tantas. Era 23 de setembro de 2015, início de noite, temperatura agradável na Base Aérea de Santa Cruz. O sentimento que estava no ar era o de missão cumprida. Quase tão evidente e tão pungente quanto o cheiro do churrasco que já estava pronto para ser servido. O Sargento Itacir Natal Rosin, especialista em material bélico, excelente churrasqueiro, traz um prato com alguns pedaços de picanha fatiada e fala: “Comandante, há tempos não vejo o Esquadrão tão motivado, com tanta energia positiva. Dá para notar o brilho nos olhos de cada um!!”


O Exercício Orunganitas II estava encerrado, após cinco dias de intensa atividade. Havíamos testado, na prática, pela primeira vez, o sistema de armamentos da aeronave P-3AM. Lançamos dez bombas MK-82 (BAFG 230), no Estande da Marambaia, e comprovamos a precisão do sistema tático da aeronave, que indica o ponto provável de impacto do armamento e o momento ideal para o lançamento. Passamos por aproximadamente seis meses de preparação, após o Comandante da Segunda Força Aérea, Brigadeiro do Ar Roberto Ferreira Pitrez, nos informar que o COMGAR havia aprovado a proposta de treinamento e o plano de avaliação do sistema de armamento da aeronave. Aprovada a missão, foram mais de noventa testes em solo, diversas provas de conhecimentos teóricos, aprontos sobre emprego de armamento, dias de preparação de equipamentos de manutenção, uma verdadeira maratona. E, no nal, tínhamos uma janela de somente cinco dias para concluir o exercício! A primeira bomba foi lançada no dia 20 de setembro. Dois passes “em seco”, para preparar a tripulação e fomos para o “passe molhado”. Ainda lembro o “NOW, NOW, NOW!”, do Cap Av Fabrício, coordenador tático da missão, seguido do “BOMBS AWAY!”, do Sargento Itacir, cotejado por mim, e um vibrante “Boa!”, de novo do Fabrício, ao nal. Cada lançamento foi lmado por meio do sistema eletro-óptico. O ponto de impacto gerado no sistema tático era gravado e depois comparado com o local de queda registrado nas lmagens. Comprovamos a segurança e a precisão do sistema e a plena operacionalidade da aeronave. A tática de lançamentos, com base no sistema embarcado, foi atualizada. O P-3AM executou extremamente bem a missão para a qual foi concebido: voar e empregar armamentos.


Até São Pedro ajudou. As ocasionais chuvas não atrapalharam os lançamentos. E uma temporada curta em Santa Cruz nunca foi tão boa. Naquela noite de setembro, cumprida a missão, merecíamos o churrasco. E o brilho nos olhos era a conquista de cada um dos tripulantes e mantenedores presentes. Pouco mais de um ano antes, estávamos na comemoração do Centenário da Força de Submarinos da Marinha do Brasil, na Base Almirante Castro e Silva, Ilha do Mocanguê, no dia 22 de julho de 2014. Data histórica muito marcante. Após a cerimônia, conheci o então comandante do submarino inglês HMS Ambush e conversamos por uns cinco minutos. Ao lembrar as manobras do exercício, que ocorrera alguns dias antes, no través de Salvador, o comandante exclamou com forte sotaque britânico: “Very interesting battle!”. A cerimônia já estava marcada há bastante tempo. Desde o início do ano de 2014, o Ocial de operações do Orungan, Ten Cel Av Luiz dos Santos Alves, sabia da notícia que submarinos estrangeiros, alguns deles nucleares, participariam da festividade. E três deles passariam no través de Salvador, a caminho do Rio de Janeiro, durante o mês de julho: o USS Dallas (EUA), o SNA Amethyste (França) e o HMS Ambush (Inglaterra). O 1º/7º GAV tinha uma oportunidade de ouro de treinar a missão antissubmarino. Não podíamos perder essa chance. Com a autorização da Segunda Força Aérea, do COMGAR, e com o auxílio do EMAER, contatamos os adidos militares dos países convidados e formalizamos a proposta de exercício. Todos os detalhes foram acertados e a ajuda da Marinha do Brasil foi primordial para que o treinamento acontecesse.


CEL AV LIMA JÚNIOR



MARCOS PAULO CAPUT CANON EOS 60D

ISO f/8

1/1000s

200

100 mm


ANOS 2014 A 2016 RESGATE DO ‘‘BIKEBOAT’’


Uma aeronave P-3AM da Força Aérea Brasileira localizou no dia 30 de janeiro de 2015 o veículo anfíbio Ad Innitum, que estava à deriva a 810 quilômetros de distância de Fortaleza. O único ocupante da embarcação, o velejador iraniano Ebrahim Hemmatnia passava bem e foi resgatado pela Marinha do Brasil. A aeronave localizou a embarcação com o seu radar de bordo e a tripulação fez contato visual às 17h55min, horário de Brasília. Por rádio, Ebrahim Hemmatnia informou que pediu socorro após tubarões atacarem seu barco de seis metros de comprimento e causarem danos em uma janela e no leme. O P-3AM se manteve na área até as 23:20h, quando o navio pesqueiro Ouled Si Mohand chegou na área. Em seguida, o Navio Patrulha Macau, da Marinha do Brasil, fez o resgate do tripulante. O iraniano tentava dar a volta ao mundo no veículo equipado com velas, painéis solares e quatro rodas para os trechos terrestres da jornada em torno da linha do Equador. Fabricado em bra de carbono, também possuía pedais para pedalar tanto na água quanto sobre terra.



ARTHUR MARTINEZ ARNOLDI KODAK EASYSHARE Z990

ISO f/4

1/640s

125

15 mm


ANOS 2014 A 2016 ORUNGANITAS II - PRIMEIRO EMPREGO DE ARMAMENTO NO P-3AM


O Esquadrão Orungan realizou pela primeira vez, em 20 de setembro de 2015, o lançamento de bombas a partir da aeronave de patrulha marítima P-3AM. Durante o Exercício Orunganitas II, realizado na Ala 12 em Santa Cruz (RJ), foram explorados os sensores e as capacidades de emprego de armamentos da aeronave, bem como foi realizado o treinamento dos procedimentos para os 28 tripulantes envolvidos na missão no que se refere ao uso do P-3AM como plataforma bélica.. O Exercício marcou o início do emprego armado da aeronave P-3AM Orion. Durante quatro dias foram lançadas dez bombas de queda livre MK-82 (BAFG 230) no estande de tiro de Marambaia, a 18 quilômetros da Ala 12. Cabe ressaltar que a bomba é a mesma já utilizada na FAB nos aviões de caça F5 e A-1M.



RAFAEL LEMES CANON EOS REBEL T3

ISO f/14

1/100s

100

70 mm






ANOS 2016 A 2018

Palavras do

Cel Av ALLAN DAVIS CABRAL DA COSTA Comandante de 2015 a 2018

ESQUADRÃO ORUNGAN: OS POUCOS, RAROS E ÚNICOS! Sempre gostei de histórias de super-heróis, mas não podia imaginar que eu um dia pudesse comandar uma equipe seleta de heróis e heroínas. Mas aqueles quase 160 homens e mulheres não eram personagens ctícios sem precedentes de proezas físicas e com poderes especiais e, sim, brasileiros patriotas, dedicados aos atos em prol do interesse público e orgulhosos de pertencer ao Primeiro Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação, criado no pós-guerra, em 1947, mas que suas origens nos levam a Batalha do Atlântico Sul, em especial, ao dia 05 de abril de 1943, data que comemoramos o Batismo de Fogo do Esquadrão Orungan, feito histórico executado pela tripulação comandada pelo então, Ten Ivo Gastaldoni, contra um submarino do Eixo, no litoral sergipano. Essa gênese certamente forjou corações e mentes de todos aqueles que trabalharam e trabalham no 1º/7º Grupo de Aviação, sendo, portanto, um fato integrador que estimula a prática do bem-servir ao Brasil e a seu povo. Nesse diapasão, pude me deparar, em diversas oportunidades, no meu período de Comando (Dez 2015 a Jan 2018), com o espírito altruísta, prossional e combativo do Esquadrão Orungan que, certamente, enche de orgulho os Patrulheiros de antanho e de hoje. Cito nessas poucas linhas três fatos marcantes: a localização do catamarã Don Diego III, em dezembro de 2016; as buscas ao navio cargueiro Stellar Daisy, em abril de 2017; e as buscas ao submarino argentino ARA San Juan, em novembro de 2017. As buscas ao catamarã Don Diego III se iniciaram na noite do dia 02 de dezembro de 2016. A embarcação havia partido de Salvador (BA) e tinha como previsão de chegada ao Rio de Janeiro no dia 30 de novembro. Após o acionamento do Centro de Coordenação de Busca e Salvamento de Recife (Salvaero) e a preparação da aeronave pela equipe de manutenção, a primeira decolagem ocorreu à 0h30min, horário de Brasília. A localização do veleiro foi conrmada pela aeronave através do sistema radar e FLIR (Forward Looking Infrared), poucas horas depois da segunda decolagem, permitindo o contato visual às 9h15min do dia 03 de dezembro. Por rádio, os pilotos da aeronave conseguiram contato com os tripulantes da embarcação e puderam conrmar que estavam bem. A aeronave permaneceu até às 11h30min, aguardando a chegada de outra embarcação que pudesse rebocá-la ao litoral de Porto Seguro - BA. Graças aos modernos sensores da aeronave e ao excelente grau de treinamento e prontidão das equipagens de alerta, a missão logrou êxito.


As buscas ao navio cargueiro Stellar Daisy, no dia 03 de abril de 2017, também foram marcadas por desaos e pela demonstração de amadurecimento técnico-operacional das equipagens do 1º/7º Grupo de Aviação. O cargueiro desapareceu na tarde de sexta-feira (31/03) e, até aquele momento, apenas dois tripulantes haviam sido resgatados por um navio que estava próximo ao local. O desao se dava pelo fato de o desaparecimento ter ocorrido em uma área distante 2.740 Km da costa brasileira. Um KC-130 já havia sido utilizado nas buscas no dia anterior (02/04), mas não obteve êxito. Buscou-se então, por meio do P-3AM, aliar três componentes vitais numa missão SAR, além da própria capacidade de autonomia e alcance dos vetores primários de busca: o técnico, a técnica e a tecnologia. Cabe aqui um parêntese para dizer que a primeira vez que ouvi sobre esse tripé operacional foi de um notável e hábil patrulheiro, na qual tive a honra de dividir a nacele dos bravos P-95 e P-3AM. Hoje, na reserva, ele voa nas asas da Azul Linhas Aéreas. Em seu entendimento, o técnico é o nosso tripulante, prossional dedicado, preparado e motivado para a nobre missão de explorar suas competências em prol do Brasil; a técnica, é fruto de estudos, intercâmbios operacionais e de incansáveis horas de treinamento; e a tecnologia é um instrumento facilitador que evolui com base em conhecimentos empíricos e cientícos que, embora seja relevante nos tempos atuais, não representa um m em si mesmo, pois a sua otimização depende de adequados critérios de compreensão do cenário tático, ainda centrada no homem.


Retornando às buscas do cargueiro sul-coreano; após o acionamento do Esquadrão Orungan, a aeronave decolou de Salvador (BA) às 23 horas de domingo (02/04) com voo direto ao local do desaparecimento da referida embarcação, região esta sob responsabilidade SAR do Uruguai, que também contou com participação do Centro de Coordenação de Busca e Salvamento de Curitiba, no que concerne à coordenação direta com as aeronaves brasileiras. Após longo trajeto de cruzeiro, de aproximadamente 5 horas de voo, a aeronave chegou ao local, tendo sido avistados dois botes salva-vidas. A informação foi repassada às embarcações que faziam as buscas, mas, infelizmente, não foram encontrados sobreviventes. A aeronave, após permanecer por quase duas horas na área, retornou para o Rio de Janeiro, perfazendo um voo de aproximadamente 12 horas. O último evento que gostaria de destacar foi a busca ao submarino argentino ARA San Juan, em 21 de novembro de 2017. O submarino encontrava-se desaparecido desde o dia 15 de novembro, com 44 tripulantes. A mobilização prévia, ainda em Salvador, foi digna de um lme de heróis, onde mantenedores e tripulantes, irmanados pelo propósito de salvar vidas, abdicaram horas de seu descanso e conforto familiar para preparar a aeronave e elaborar a estratégia para melhor se pronticarem, seja por meio de embarque de sonobóias, marcadores, tripulantes extra e mantenedores, a m de possibilitar maior número de recursos de busca, manter o dinamismo operacional, e contribuir para um maior número possível de surtidas da aeronave, a partir de Mar del Plata.


Infelizmente, a despeito de todo esforço da tripulação e mantenedores do Esquadrão Orungan e de uma plêiade de aeronaves e embarcações de diversos países, o submarino e seus tripulantes não foram encontrados. Essas e tantas outras histórias reais fazem com que, realmente, eu tenha orgulho de ter liderado essa equipe de heróis, pois juntos voltamos nossos esforços para o alcance da visão de futuro do 1º/7º Grupo de Aviação, quando sob meu comando, qual seja "SER RECONHECIDO, NACIONAL E INTERNACIONALMENTE, COMO UMA UNIDADE AÉREA MODERNA, APRESTADA E EM SINTONIA COM AS POSSIBILIDADES E NECESSIDADES DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA, BEM COMO SERVIR DE REFERÊNCIA POR POSSUIR UM AMBIENTE PROPÍCIO À MELHORIA DO DESEMPENHO DAS EQUIPES DE TRABALHO DA ORGANIZAÇÃO." DA PÁTRIA!!! OS OLHOS DO MAR!!! PATRULHA!!! ORUNGAN!!!

CEL AV ALLAN FOTO TIRADA NA ÉPOCA DO COMANDO



WELLINGTON NORONHA CANON EOS REBEL T5

ISO f/16

1/200s

200

250 mm


ANOS 2016 A 2018 INTERCÂMBIO OPERACIONAL COM A MARINHA ALEMÃ

O Esquadrão Orungan compartilhou técnicas e conhecimentos em ações de Patrulha Marítima, por meio da aeronave P-3, com ociais da Marinha Alemã (Marineiegergeschwader 3, Esquadrão “Graf Zeppelin”), que visitaram a unidade no mês de outubro de 2017. A aeronave é operada por ambos os países, com a diferença na versão, pois o Brasil utiliza o P-3AM e a Alemanha o P-3C. Os tripulantes alemães puderam acompanhar a rotina de planejamento das missões no MT-TAT (Mission Trainner – Tactical Aircrew Trainer), ou seja, simulador de missão do sistema tático da aeronave P-3AM, e participaram de reuniões e palestras em que as diversas capacidades dos sensores embarcados nas aeronaves P-3AM e P-3C foram apresentadas. Os militares alemães também conheceram o funcionamento da estrutura logística de manutenção e as atividades no MSC (Mission Support Center), local onde as missões são planejadas pelos tripulantes do Esquadrão Orungan.




KAÊ MIRANDA SILVA APPLE IPHONE 6

ISO f/2.2

1/638s

32

4 mm


ANOS 2016 A 2018

BUSCAS AO SUBMARINO ARA SAN JUAN

No dia 15 de novembro de 2017, o submarino Ara San Juan, da Marinha Argentina, desapareceu na zona do Golfo de San Jorge, cerca de 600 km ao sul de Mar del Plata, com 44 tripulantes. Com as decolagens partindo do Aeroporto Comandante Espora, na Bahia Blanca - Argentina, a Força Aérea Brasileira (FAB) participou nos esforços da Marinha da Argentina e da Marinha do Brasil para encontrar o submarino, auxiliando nas buscas com a aeronave P-3AM Orion e com a aeronave SC-105 Amazonas SAR. Ao todo, 37 tripulantes da FAB participam da operação. Somando esforços, as aeronaves da Força Aérea Brasileira e embarcações da Marinha do Brasil contabilizaram 325 horas em missões de busca à embarcação argentina.




ISAC MAMEDE NIKON D810

ISO f/14

1/60s

100

250 mm


ANOS 2016 A 2018 EXERCÍCIO OPERACIONAL EM PORTUGAL


Com o objetivo de incrementar a troca de experiências operacionais e logísticas, além de desenvolver a interoperabilidade entre as Forças Aéreas do brasileira e portuguesa, foi realizado em dezembro de 2017 o 2º Exercício Operacional Brasil-Portugal (BRAPOR), com duração de dez dias. A equipe brasileira foi composta por 15 tripulantes do esquadrão Orungan, 02 militares da marinha do Brasil e 01 representante do Comando de Preparo – COMPREP. Durante o Exercício foram realizadas missões de Antissubmarino, Patrulha Marítima e Busca e Salvamento. Alem disso, foram realizados treinamentos de procedimentos táticas e técnicas para emprego dos Torpedos MK-46 e do míssil antinavio AGM-84 Harpoon. A atividade ocorreu na Base Aérea nº 11 (BA11) da Força Aérea Portuguesa, localizada na cidade portuguesa de Beja, em conjunto com a Esquadra 601, operadora da aeronave P-3C, versão CUP (Capability Upkeep Program).



RAFAEL LEMES CANON EOS REBEL T3

ISO f/9

1/320s

100

135 mm


ANOS 2018 A 2020

Palavras do

Cel Av ERIVANDO PEREIRA SOUZA

Comandante de 2018 a 2019

No biênio 18/19 o Esquadrão Orungan passou por um dos momentos mais difíceis de sua história. A transferência de Salvador (BA) para Santa Cruz (RJ) foi um desao que extrapolou a mudança física de localidade. Como não lembrar da triste e emocionante assunção de comando em Salvador, última cerimônia militar do Orungan em terras soteropolitanas. Já em terras cariocas, na lendária Base Aérea de Santa Cruz, no dia 29/01/2018, houve mais uma emocionante solenidade para a recepção das aeronaves P-3AM e suas tripulações no pátio oeste do zeppelin. Nesse evento único, apresentei os primeiros guerreiros do Esquadrão para o Comandante da Ala 12, Cel Ronconi (in memorian), raticando o início das atividades em Santa Cruz. Após a chegada de todo o efetivo, já com a Ala sob o comando do Cel Cramer, houve a incorporação ocial do Esquadrão à Ala 12, juntamente com os irmãos do Pioneiro (3º ETA), também recém-chegados na Guarnição Aeronáutica de Santa Cruz. O primeiro ano foi duro, voltado principalmente para obras diversas, para que se obtivesse a estrutura necessária para a apropriada operação da aeronave P-3AM, bem como para a acomodação dos mais de 100 militares e suas famílias. Um ano de apoio ao homem, de forma a termos prossionais focados no cumprimento da missão.


Em 2019, começaram a ser colhidos os frutos do duro trabalho e das diversas coordenações com OMs irmãs, como o Parque de Material Aeronáutico do Galeão e Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico. Contando apenas com uma aeronave, e ainda tendo que operar do Galeão, os militares do Orungan demonstraram força de vontade, união e compromisso com a missão. Nesse ano, foi necessária inclusive a solicitação de mais horas para voar missões reais com o Comando de Operações Aeroespaciais, uma vez que esgotamos as horas previstas. Foi literalmente uma volta por cima com muita recuperação operacional, notória nesse ano, sendo coroada com a missão de busca e salvamento no Chile, onde o Orungan, novamente em sua história, teve papel de destaque, na busca dos destroços do C-130 chileno acidentado no Mar de Drake. Os tripulantes da missão reuniram-se comigo e com outros militares para montar o planejamento de uma missão extremamente complexa em apenas algumas horas. A qualidade da aeronave P-3AM, aliada ao comprometimento e o prossionalismo de seus tripulantes foram o diferencial para mais esse brilhante marco na história do Orungan. Enm, o legado de todo os nossos Olimpus e Orixás de ontem, abrilhantado pela atitude dos atuais integrantes, tornou possível a adaptação na nova localidade e também a recuperação operacional tão esperada, com o uso efetivo da máquina de guerra P-3AM.

CEL AV ERIVANDO FOTO TIRADA NA ÉPOCA DO COMANDO



ANDRÉ GIRON BERNAUD NIKON D300

ISO f/14

1/250s

100

210 mm


ANOS 2018 A 2021 RECEPÇÃO DAS PRIMEIRAS TRIPULAÇÕES EM SANTA CRUZ - RJ

Parte da tripulação do 1º/7º Grupo de Aviação desembarcou, no dia 29/01/2018, na Ala 12. O Esquadrão Orungan, que operava em Salvador (BA), passou a ter sede na Guarnição de Aeronáutica de Santa Cruz, no Rio de Janeiro (RJ), visando cumprir o Plano de Reestruturação da Força Aérea Brasileira. O então Comandante da Ala 12, Coronel Aviador Carlos Roberto Ronconi Junior, recebeu os militares do Esquadrão que chegaram a bordo de duas aeronaves P-3AM. Após a apresentação da tropa, realizada pelo Comandante do 1º/7º GAV, Tenente-Coronel Aviador Erivando Pereira Souza, foi ocializada a transferência das primeiras aeronaves e de parte do efetivo do 1º/7º GAV à nova organização militar.




DAVID BRANCO FILHO NIKON D500

ISO f/6.3

1/640s

400

600 mm


ANOS 2018 A 2021 VISITA DA FORÇA AÉREA CANADENSE O Esquadrão Orungan recebeu a visita de uma comitiva da Real Força Aérea Canadense (RCAF) no nal de agosto de 2019. O grupo era composto por tripulantes da aeronave Lockheed CP-140 Aurora, que se baseada na mesma plataforma do P-3 Orion. Durante o encontro, os visitantes conheceram o simulador tático MT-TAT (do inglês Mission Trainer-Tactical Aircrew Trainer) e do MSC (Mission Support Center), dedicados ao planejamento e às análises das diversas missões executadas pela Unidade Aérea.


Os canadenses compartilharam suas experiências em missões reais no Afeganistão, Iraque e Líbia, abordando por exemplo, os aspectos cruciais para as operações ISR (Intelligence, Surveillance and Reconnaissance) no ambiente terrestre, com ênfase nas possíveis ameaças. Por m, a comitiva participou de um voo operacional na aeronave P-3AM podendo assistir a coordenação entre os tripulantes brasileiros no cumprimento das Ações de Antissubmarino, Patrulha Marítima e Busca e Salvamento.



PAULO VASCONCELOS SONY DSC-HX100V

ISO f/8

1/250s

100

144 mm


ANOS 2018 A 2021 BUSCAS AO C-130 DA FORÇA AÉREA CHILENA

A aeronave da Força Aérea Brasileira P-3AM Orion participou , em novembro de 2019, das buscas à aeronave C-130 Hércules da Força Aérea Chilena. As tripulações da FAB atuaram junto ao Centro Coordenador de Salvamento Punta Arenas, em uma área de 700X250 km, sobre o Mar de Drake. O P-3AM operou a partir da Base Aérea Chabunco, em Punta Arenas, e realizou seis missões, contabilizando aproximadamente 46h de voo na área de busca, totalizando cerca de 62 horas de missão. Ao todo, 26 militares da FAB estiveram envolvidos nas atividades, entre tripulantes e pessoal de apoio de solo. A Força Aérea Chilena agradeceu a participação da tripulação brasileira por meio de uma carta redigida por seu Comandante, General Del Aire Arturo Merino Núñez.




INGO FRHR VON LEDEBUR CANON EOS 80D

ISO f/10

1/250s

100

100 - 435 mm


ANOS 2018 A 2021 revitalização das asas O Grupo Akaer, sediado em São José dos Campos (SP), entregou para a Força Aérea Brasileira (FAB), em 2021, o primeiro par de asas completamente revitalizadas da aeronave de patrulha marítima Lockheed P-3AM Orion. As asas foram encaminhadas para o Parque de Material Aeronáutico do Galeão (PAMAGL), onde foram iniciadas as ações para a instalação na aeronave. O Grupo está responsável pelo processo de revitalização das asas da frota dos P-3AM Orion da Força Aérea Brasileira (FAB). As soluções adotadas são focadas nas análises de engenharia com um mínimo de intervenção, em um projeto que visa estender a vida útil das aeronaves através da substituição de diversos elementos primários das asas, tais como revestimentos superiores, longarinas dianteiras e traseiras, painéis superiores e inferiores dos caixões centrais asa/fuselagem, entre outras ações.




GABRIELA FERNANDES COUTO APPLE IPHONE 12

ISO f/2.2

1/640s

32

4 mm


COMANDANTE DO 1º/7º GAV

Ten CEL AV MARCELO DE CARVALHO TROPE

P-3AM SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS Ao assumir o comando do 1º/7º GAV no dia 16 de dezembro de 2019, fui automaticamente forçado a lembrar das principais características do Poder Aeroespacial intrínsecas ao vetor aéreo empregado por este esquadrão: Alcance, versatilidade, mobilidade, perspectiva, pronta-resposta, tecnologia, velocidade... Nesse dia, o FAB 7202 estava representando o Brasil na busca aos irmãos da Força Aérea Chilena que se acidentaram com uma aeronave C-130 no Mar de Drake. A região inóspita, com condições climáticas totalmente distintas do Brasil, não foi obstáculo para que nossas tripulações mostrassem mais uma vez a capacidade do P-3AM. Ao completar 10 anos de operação na Força Aérea Brasileira, nossa aeronave se mantém atual, e principalmente, continua “fazendo a diferença” nas missões reais e/ou exercícios onde é empregada. A tripulação do FAB 7202 foi a primeira a encontrar os destroços do Hércules Chileno, além disso, devido aos sensores do nosso avião, e ao desempenho e prossionalismo dos nossos tripulantes, foi a mais utilizada nas buscas. Infelizmente, dessa vez não conseguimos encontrar sobreviventes, mas sabemos que durante esses dez anos, em várias situações nosso “guerreiro” foi fundamental para garantir a sobrevivência e permitir o retorno ao lar de várias vítimas de naufrágios na costa brasileira e até mesmo em países vizinhos.


FUTURO E LONGEVIDADE O ano de 2021 traz boas notícias para o P-3. O FAB 7205 já se encontra em fase de instalação das novas asas restauradas pela empresa Akaer. Este contrato garantirá a extensão segura da vida útil da aeronave, com a revitalização de 03 aviões, que permitirão o aumento da disponibilidade do projeto a partir de 2022. Outro marco é a chegada do primeiro lote dos mísseis antinavios AGM-84 Harpoon. Este artefato bélico, com alcance nominal acima de 60 milhas náuticas, garante a soberania brasileira nas águas do Atlântico Sul, servindo como excelente ferramenta de persuasão para nossa nação, visto que sua capacidade excede todos os armamentos antiaéreos encontrados nos meios navais da região. Por m, os estudos para atualização do Sistema Tático do P-3AM em conjunto com seu simulador e Centro de suporte de missão garantirão que nossa “máquina de guerra” continue tecnologicamente no “Estado da Arte” e, como sempre, pronta para cumprir qualquer missão, seja no teatro de operações marítimo, ou nas diversas missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento que executa para defender o território e os interesses do nosso país.



MARCOS PAULO CAPUT CANON EOS REBEL SL1

ISO f/8

1/3200s

200

10 mm


AGRADECIMENTO AOS SPOTTERS Geralmente pensam que fotografar é apenas registrar um momento, um evento ou uma breve fração de tempo. Pode até ser, contudo, um mesmo evento pode contar innitas histórias, a depender do ‘‘clique’’. Pois é! Toda boa foto envolve muita criatividade e manipulação do que é real para criar uma realidade ainda mais viva e marcante. Os spotters, prossionais ou amadores, estão sempre provando que nada é tão simples num mundo tão grandioso como o da aviação. A fotograa registra momentos que serão revividos durante anos. Sem os spotters, não teríamos a chance de notar certos detalhes das aeronaves, relembrar missões e dias especiais do passado e do presente. Esses momentos aoram nossa história e inspiram até mesmo os menos acionados pela aviação. Nós do Esquadrão Orungan deixamos aqui nosso agradecimento e admiração a todos os spotters, pela contribuição, competência, prossionalismo e, além disso, por todos os extraordinários momentos da nossa aeronave que foram eternizados pelas lentes das suas câmeras, contribuindo, para nós da Aviação de Patrulha, na percepção dos detalhes da nossa história e das nossas aeronaves e, em especial, o P3AM Orion que completa dez anos de operação da Força Aérea Brasileira. Todos vocês sempre serão bem vindos! Nosso muito obrigado! Salve a Patrulha!


A palavra spotter, em tradução literal, tem o signicado de observador ou olheiro. Na aviação, o termo ganhou uma variação: plane spotter, ou observador de aviões. Os spotters podem tanto observar a movimentação das aeronaves quanto registrar por fotograas ou vídeo as operações que envolvem a aviação.


LUAN RODRIGUES FUJIFILM FINEPIX S2980

ISO f/5.6

1/350s

64

90 mm

BRUNO FLÁVIO SALES CANON POWERSHOT SX20 IS

ISO f/5

1/32s

80

66 mm


DAVID BRANCO FILHO NIKON D5500

ISO f/5.3

110

1/640s

190 mm

ISAC MAMEDE NIKON D7100

ISO f/9

1/8000s

100

300 mm


ENZO VITOR STRAVINSKY APPLE IPHONE 11

ISO f/1.8

1/222s

40

4 mm


LEONARDO DE CARVALHO NIKON D90

ISO f/7.1

2s

200

90 mm

MARCOS JOSÉ CUSTÓDIO NIKON D3100

ISO f/5.6

1/800s

100

85 mm


ANDRÉ GIRON BERNAUD NIKON D300

ISO f/22

1/40s

200

50 mm

MARCOS PAULO CAPUT CANON EOS 6D

ISO f/32

1/30s

300

275 mm


PAULO VASCONCELOS NIKON D7100

ISO f/5

1/1250s

100

170 mm

ARTHUR MARTINEZ ARNOLDI NIKON D7000

ISO f/7.1

1/500s

100

270 mm


ESQUADRÃO ORUNGAN

BOLACHA COMEMORATIVA 10 ANOS


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