Maciel Pinheiro, Campina Grande - PB

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PROPOSTA

N OV O S

MACIELU S O S PINHEIRO



iniciativa



ROTEIRO

CONTEXTUALIZAÇÃO

A PROPOSTA

Maciel Pinheiro Justificativa Proposta Objetivos Ferramentas Considerações Finais


CONTEXTUALIZAÇÃO

A. MACIEL PINHEIRO Campina Grande, Paraíba De acordo com as descrições de Epaminondas, as ruas de Campina Grande eram vazias, ocupadas por algumas tropas de burros que carregavam produtos em ascensão, como farinha, rapadura e algodão. Aos domingos, a pequena população que ali vivia se reunia ao redor da igreja Matriz e da Rua do Seridó. Dia de feira na década de 20 Fonte: Araújo e Sousa (2011)

Ao longo do tempo, a cidade foi crescendo em detrimento, principalmente, ao comércio de algodão e com a modernização civilizadora dessa. Assim, os nomes populares dados aos lugares mais utilizados pelo povo foram mudados, tomando como referência alguns personagens republicanos, ou até mesmo alguns “heróis” locais. No caso da Rua do Seridó, uma das mais aproveitadas daquele tempo, tornou-se Rua Maciel Pinheiro, em homenagem a Luiz Ferreira Maciel Pinheiro (1839-1889), importante promotor público, juiz e jornalista da época. O primeiro calçadão da cidade, denominado Calçadão Cardoso Vieira, foi inaugurado pelo prefeito Evaldo Cruz e logo após, no ano de 1982, quando o município já estava submetido à gestão de Enivaldo Ribeiro, os calçadões foram expandidos de forma a abranger, além da Rua Cardoso Vieira, a Rua Maciel Pinheiro, Sete de Setembro e Venâncio Neiva, com o objetivo de transformar esses espaços em passeios públicos para os pedestres usufruírem e se deslocarem com mais facilidade. Porém, pelo fato da via ser direcionada aos pedestres, o Corpo de Bombeiros contestou durante um bom tempo a falta de acessibilidade de suas viaturas ao local, caso houvesse necessidade, sendo necessário, portanto, a abertura da via para os veículos.


Campina Grande constituiu, mais precisamente em meados do século XX, um grande acervo de edificações em estilo art déco, substituindo o estilo colonial que predominava anteriormente. A cidade, juntamente a outros lugares que adquiriram a art déco, foi de grande importância representativa de tal momento da modernização arquitetônica no Brasil. Dia de feira na década de 50

Fonte: Araújo e Sousa (2011)

Diante do numeroso e significativo patrimônio construído no decorrer do tempo, a Rua Maciel Pinheiro encontra-se no universo da ação que corresponde ao perímetro de proteção estabelecido pelo Decreto Estadual de Nº. 25.139, de 28 de junho de 2004, cuja tutela está a cargo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP) e da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG). Dias atuais

Fonte: Araújo (2015)


JUSTIFICATIVA No Brasil, segundo a ANTP (Associação Nacional de Transporte Público), a maior parte da população se desloca a pé (36%), como observado no gráfico de divisão modal no Brasil. Já em Campina Grande, de acordo com a PMCG, 43,8% da população se desloca a pé. Portanto, para que haja maior qualidade na cidade, é necessário que exista uma humanização e democratização dos usos dos espaços públicos. Assim, a iniciativa da equipe Estação Projetual busca valorizar o espaço da rua Maciel Pinheiro através da restrição do seu uso para automóveis motorizados no período de 8h às 21h aos domingos, tornando a via mais atrativa e convidativa para os pedestres. Alguns lugares (ex: São Paulo, Curitiba, Gramado, Salvador, Porto Alegre, outros) já utilizam dessa prática como fomentação e transformação dos hábitos no meio urbano, retomando a convivência das pessoas nos espaços livres. É imprescindível perceber que a ampliação da oferta de espaços públicos, destinados à permanência na cidade, é um investimento na qualidade de vida da população, respeitando os 43,8% que utilizam da prática da caminhada para estar no ambiente urbano.


Divisão modal no Brasil

Fonte: Costa (2015) e ANTP (2012)

Divisão modal em Campina Grande

Fonte: Costa (2015) e PMCG (2002)


PROPOSTA


OBJETIVOS - Ocupar o espaço público da Maciel Pinheiro e estimular a ocupação de outros espaços na cidade; - Unir movimentos artísticos para apresentações culturais; - Fomentar a prática do comércio efêmero como atrativo para permanência das pessoas; - Promover o convívio das pessoas na rua; - Ampliar opções para utilização do espaço público; - Criar um novo cenário na via, priorizando os pedestres; - Retomar a visualização das edificações a partir da escala humana; - Mostrar que o local torna-se seguro através da sua movimentação; - Desfazer a desertificação da rua em finais de semana ou horários não comerciais; - Incentivar o uso de transportes não motorizados e do motorizado coletivo.


FERRAMENTAS Existem ferramentas que podem auxiliar nos eventos e espaços destinados para uso cultural, podendo ser inseridas na gestão municipal e no planejamento estratégico da cidade.

PASSE LIVRE CULTURAL Quem poderá Obter? - Deficientes - Pessoas com renda per capta de até um salário - Moradores de conjuntos da periferia. Ex. Aluísio Campos e Major Veneziano Como Obter? A população deverá solicitar, mediante documentos, o passe no Sitrans, o qual dará gratuidade de uso do transporte público nos finais de semana. Horários de Uso Início: Sábado 14:00 Termino: Domingo 19:00 O que abrange? - Centro Histórico de Campina Grande - Museus - Açude Velho / Açude Novo - Eventos Culturais e Esportivos - Maciel Pinheiro aos domingos Objetivo do Passe Livre Cultural O projeto visa atrair a população periférica e de baixa renda para as atividades culturais da cidade, de forma que possam usufruir do contexto urbano e cultural, o qual lhe é retirado devido à gentrificação.


ZEPEC Zonas Especiais de Preservação Cultural que, através do plano diretor, visa representar um avanço no processo de proteção do patrimônio cultural de Campina Grande, fortalecendo o tombamento e instituindo novos instrumentos para a preservação, recuperação e manutenção. São porções de territórios destinadas à preservação , valorização e salvaguarda desses bens de reconhecida importância histórica, artística, arquitetônica, arqueológica e paisagística, tombados ou protegidos por outros instrumentos em âmbito federal, estadual ou municipal. Também podem ser enquadrados como ZEPEC os bens e áreas que tenham importância para a preservação e valorização de manifestações culturais, inscritas no sistema de registro do patrimônio imaterial. Objetivos do ZEPEC 1. Promover e incentivar a preservação, a conservação, o restauro e a valorização do patrimônio cultural no âmbito do Município; 2. Preservar a identidade dos bairros e das áreas de interesse histórico-cultural, valorizando as características históricas, sociais e culturais; 3. Estimular a fruição e o uso público do patrimônio cultural; 4. Possibilitar o desenvolvimento ordenado e sustentável das áreas de interesse histórico e cultural, tendo como premissa a preservação do patrimônio cultural.


CONSIDERAÇÕES FINAIS Comércio Além de proporcionar opções de uso do comércio da rua nos finais de semana, a proposta visa atrair o comércio efêmero para a localidade. ex: FoodTruck, Pipoca. Zoneamento Para melhor aproveitamento e organização do espaço, também deve ser proposto um zoneamento da rua, para que as atividades (música, comércio, esporte) não entrem em conflito. Usos MÚSICA | EXPOSIÇÕES | DANÇA | TEATRO | LITERATURA PATINS | CICLISMO | SKATE | CAPOEIRA | PARCOUR FOODTRUCK | PIPOCA | MILHO | COMÉRCIO EFÊMERO Segurança A proposta deseja expor que o ambiente se torne seguro devido à presença de pessoas utilizando o local, onde a população faz o papel de policiamento. Eventos O espaço tem também uma potencialidade de ser usado em duas datas importantes para a cidade, o São João e o Natal. Proposta que visa fomentar a relação histórica de Campina Grande com essas duas datas, podendo, consequentemente, atrair turistas para o local. Temos como exemplo dessa prática a rua das flores, em Curitiba.


CONTATO www.estacaoprojetual.com estacaoau@gmail.com /estacaoprojetual @estacaoprojetual




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