ÉTICA E DESENVOLVIMENTO HUMANO: viajando na história do ser humano e da natureza.
vol. 3 Realização: C O L E Ç Ã O D E SUSTENTABILIDADE
Apresentação
vol. 3
COLEÇÃO DE SUSTENTABILIDADE DA ENSEADA INDÚSTRIA NAVAL
ÉTICA E DESENVOLVIMENTO HUMANO: viajando na história do ser humano e da natureza.
Os programas de Educação Ambiental e Comunicação Social da Enseada Indústria Naval têm como um de seus obje vos trabalhar temas estratégicos considerados de grande relevância para a gestão dos ecossistemas e das pessoas. Como material de apoio aos dois programas, foi criada uma coleção de livros temá cos ilustrados e escritos em linguagem coloquial e acessível aos nossos integrantes, ins tuições locais de ensino, comunidades do entorno e suas lideranças sociais. Os volumes abordam, de maneira didá ca, assuntos da atualidade que estão em pauta e cuja discussão fortalece o sen do de cidadania. Resíduos sólidos, é ca, saúde integral, patrimônio cultural e meio ambiente são algumas das questões apresentadas nesta coleção, a qual pretende aprofundar a compreensão em torno de um dos temas centrais do século XXI: A sustentabilidade das relações entre as pessoas e delas com seu ambiente. Com o lançamento desta coleção, inauguramos mais um canal de comunicação com nossos leitores que esperamos seja mo vador. Ao trazer para o dia a dia temas de interesse global, nossa intenção é que eles es mulem a reflexão de homens e mulheres sobre
C O L E Ç Ã O D E SUSTENTABILIDADE
seu papel de protagonistas na construção do seu próprio desenvolvimento e o de suas comunidades. A Enseada Indústria Naval, como empresa engajada nas causas contemporâneas da sustentabilidade, tem se empenhado na conservação e na gestão eficiente e eficaz dos ecossistemas e das pessoas sob a sua responsabilidade. Por isso, acredita na atuação diferenciada de seus integrantes e das comunidades locais como agentes de transformação para a construção de uma nova consciência cole va. Guarde com carinho este terceiro volume da Coleção de Sustentabilidade da Enseada Indústria Naval. Aproprie‐se de seu conteúdo e assuma o nobre papel de tornar‐se um agente de disseminação desses valores e posturas dentro de sua família, do seu ambiente social e do seu espaço de trabalho. Contamos com você! Humberto Rangel Diretor de Relações Ins tucionais e Sustentabilidade
Caroline Azevedo Gerente de Sustentabilidade
DE ONDE VIEMOS? PARA ONDE VAMOS? QUEM SOMOS NÓS? QUEM É VOCÊ? Essas são perguntas que acompanham a humanidade desde o início da sua existência.
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VOCÊ CONHECE A SUA HISTÓRIA? A SUA HISTÓRIA E A DO PLANETA TERRA SÃO UMA SÓ.
Todo ser humano, quando toma consciência de si mesmo, se pergunta qual sua função no mundo. Num primeiro momento, queremos entender nossos sen mentos e nossa maneira de agir. Mais tarde, ficamos seguros de que, mais importante do que “para onde vamos”, é para onde queremos ir. E assim assumimos a responsabilidade pela nossa caminhada.
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A história da humanidade, da natureza e do planeta Terra é uma só. Mas nem sempre foi contada assim. Nesta car lha você vai conhecer a história do ser humano e a história da natureza contada a par r da história ambiental da Baía de Todos os Santos. Essa jornada vai mostrar que o ser humano e a natureza fazem parte de uma mesma história.
A HISTÓRIA AMBIENTAL É FRUTO DA RELAÇÃO DO SER HUMANO COM A NATUREZA QUE ELE INTEGRA. É A SUA HISTÓRIA NA RELAÇÃO COM A BAÍA DE TODOS OS SANTOS E COM TODO O PLANETA TERRA.
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O SER HUMANO É COMO UMA CRIANÇA EM DESENVOLVIMENTO, AMPLIANDO SUA PERCEPÇÃO SOBRE O OUTRO, O PLANETA E SOBRE A VIDA. NESTE PROCESSO NASCEM AS RELAÇÕES DE RESPEITO, VALORIZAÇÃO, ÉTICA E CONSCIÊNCIA.
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história ambiental é contada em cinco Eras. Tudo começa com A PRIMEIRA ERA – DA FORMAÇÃO DO UNIVERSO, do planeta e dos ecossistemas – há muitos bilhões de anos, tempo em que o ser humano ainda não exis a. A SEGUNDA ERA – DO SURGIMENTO DA VIDA HUMANA é marcada pelo surgimento dos ancestrais do ser humano, lembrados por sua capacidade de se relacionar com a natureza de forma equilibrada e harmoniosa.
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A TERCEIRA ERA É MARCADA PELO INÍCIO DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL. Na Baía de Todos os Santos, essa Era começa com a chegada dos navegadores portugueses. Eles extraíram das florestas enormes quan dades de pau Brasil para enviar para a Europa e desmataram grandes áreas verdes para dar lugar a inúmeras plantações. O crescimento desordenado das a vidades humanas, sem tecnologias
de proteção à natureza e sem respeito às culturas locais, deu origem A QUARTA ERA – DA CRISE ATUAL. A poluição do ar, do solo, das águas e outras consequências do uso intensivo das riquezas naturais têm obrigado o ser humano a refle r sobre novas formas de se relacionar com o planeta. Essa nova visão inaugura A QUINTA ERA – DAS RELAÇÕES SUSTENTÁVEIS. Estamos juntos, trilhando esse caminho do despertar para uma nova consciência.
Sabemos que o futuro da humanidade depende de uma profunda mudança de comportamento, depende de nos relacionarmos de maneira mais harmoniosa com todas as formas de vida do planeta. Essa Era das Relações Sustentáveis exige reflexão e ação sobre uma forma de viver que valorize a vida, as diferentes culturas e formas de pensar, para a construção de uma convivência respeitosa e responsável entre as pessoas e com a natureza.
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A PRIMEIRA ERA (Formação do Universo e dos Ecossistemas) Inicia com o surgimento do universo há 15 bilhões de anos, aproximadamente. O planeta Terra levou 4,6 bilhões de anos para reunir condições necessárias a geração da vida. A vida começou com moléculas, células, bactérias, que foram se agrupando, sofrendo reações químicas e sicas (de explosões vulcânicas, relâmpagos, raios ultravioletas) e se transformando em estruturas mais complexas que originaram as folhas, insetos, árvores, répteis. Assim se formaram lentamente os magníficos ecossistemas que tornam tão rico nosso Planeta! Foram necessários outros bilhões de anos para que surgissem os primeiro ancestrais do ser humano. OS ECOSSITEMAS SE CARACTERIZAM PELA INTERAÇÃO ENTRE OS SERES VIVOS E O AMBIENTE QUE ELES HABITAM ESTABELECENDO UMA RELAÇÃO DE EQUILIBRIO E DEPENDÊNCIA. NA BAÍA DE TODOS OS SANTOS ENCONTRAMOS OS ECOSSISTEMAS DE RESTINGA E DE MANGUEZAL QUE FAZEM PARTE DA MATA ATLÂNTICA.
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A BIOSFERA É A UNIÃO DE TODOS OS ECOSSISTEMAS, É A CAMADA DE VIDA QUE ENVOLVE O PLANETA TERRA.
co ² Fotossíntese Glicose Respiração vegetal Tecidos vegetais
Combus veis fósseis
A Biosfera é a união de todos os ecossistemas, é a camada de vida que envolve o planeta Terra. Portanto, é o conjunto de todos os seres vivos e dos locais habitados por eles. É também a água que bebemos, o solo onde plantamos, o ar que respiramos e a energia que nos dá a vida! A biosfera é consequência de três acontecimentos: a) os ciclos vitais que reciclam os nutrientes necessários à vida; b) as condições de temperatura propícias à vida; c) e a camada de ozônio que nos protege das radiações ultravioletas do sol. Até onde se conhece do universo, a Biosfera da Terra é única! O que dis ngue a Terra dos demais planetas do sistema solar é, principalmente, a sua Biosfera. LEGENDA
Resíduos
CO = Carbono ² CO absorvido pelas plantas ² Devolução de CO para a atmosfera ² Movimento de CO pelas cadeias alimentares ²
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A BAÍA DE TODOS OS SANTOS surgiu há aproximadamente 10 mil anos. Antes disso não havia separação entre Salvador e Itaparica. A convivência dos rios com o mar originou os estuários da região, propiciando um ambiente úmido favorável à proliferação da Mata Atlân ca e de seus ecossistemas: manguezais e res ngas, com grande diversidade de vida (biodiversidade). A FLORA (vegetais) original era dominada por árvores altas, com folhas largas (Ipê, Loro, Juerana‐prego,
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Ingá) e diversidade de flores, que ainda são encontradas na região. A FAUNA (animais) das águas envolve mamíferos (golfinhos e baleias), águas vivas e caravelas, esponjas, grande variedade de moluscos (chumbinho, ostra, sarnambi, sururu, mapé), diferentes espécies de crustáceos (caranguejos, aratus, siris, lagostas, camarões), peixes, tartarugas, ouriços, pepinos do mar. Em terra são encontrados: an bios (sapos, rãs), répteis (serpentes) aves e mamíferos (tatus, preás, raposas).
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A SEGUNDA ERA (Surgimento da Vida Humana) Tem início com o surgimento dos primeiros ancestrais do ser humano. Até onde se sabe, os hominídeos surgiram há apenas 7 milhões de anos na África Central. O mais famoso fóssil encontrado chama‐se "Lucy", uma mulher hominídea com idade aproximada de 5 milhões de anos. Na América, os mais an gos esqueletos humanos são de paleoíndios, com 21 mil anos. Novos registros indicam que a presença humana no con nente americano tem pelo menos 100 mil anos. Isso tudo para dizer que, perto da grandeza do universo e levando em conta os bilhões de anos de idade do planeta Terra, o ser humano é uma criança! Talvez por isso venha agindo de forma tão irresponsável em relação ao ambiente em que vive. Estamos começando a construir nossa iden dade e a descobrir que somos a forma de vida que mais modifica o planeta e, portanto, temos a responsabilidade de proteger a saúde e a vida de hoje e das próximas gerações. O AMBIENTE É O RESULTADO DAS RELAÇÕES ENTRE O SER HUMANO COM OS ECOSSISTEMAS. O AMBIENTE É HARMONIOSO E SAUDÁVEL QUANDO O SER HUMANO USUFRUI DAS RIQUEZAS NATURAIS, RESPEITANDO OS LIMITES DA NATUREZA.
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A BAÍA DE TODOS OS SANTOS é a maior baía navegável e o maior acidente geográfico do litoral brasileiro. Seus primeiros habitantes, os índios tapuias, foram expulsos pelos tupinambás, que dominavam toda a costa baiana e ba zaram o local de kirimuré (mar interior). A Baía reúne 56 ilhas, com uma extensão de 1.100 km² de super cie, onde deságua um grande número de riachos e rios, como o grande rio Paraguaçu. Os povos indígenas, em sua origem, nham uma relação mís ca com a terra, pautada pelo respeito e cuidado com todos os seres vivos. Eles usavam as riquezas naturais de acordo com suas necessidades, obedecendo aos ciclos de reprodução e aos ritmos das florestas, sem desequilibrar os ecossistemas. Os povos indígenas e a natureza viviam em perfeita harmonia.
A BAÍA DE TODOS OS SANTOS É A MAIOR BAÍA NAVEGÁVEL E O MAIOR ACIDENTE GEOGRÁFICO DO LITORAL BRASILEIRO. OS PRIMEIROS POVOS A HABITAREM A BAÍA DE TODOS OS SANTOS FORAM OS ÍNDIOS TAPUIAS E TUPINAMBÁS, QUE A BATIZARAM DE KIRIMURÉ (MAR INTERIOR).
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A TERCEIRA ERA (Inicio da Degradação Ambiental). Na Baía de Todos os Santos, a degradação teve início a par r de 1.500, com a chegada dos navegadores portugueses. Esses colonizadores de então nham como principal obje vo mandar para a Europa as riquezas dos países que conquistavam. Daqui do Brasil, eles enviaram Pau Brasil, cana de açúcar, gado e, por fim, o fumo do Vale do Paraguaçu. Além de explorar a natureza e de desconhecer as caracterís cas dos nossos ecossistemas, os portugueses não reconheceram os direitos das culturas indígenas na vas. Tentaram impor suas crenças e um ritmo de trabalho que não condiziam com os costumes dos habitantes locais. Em seguida, passaram a u lizar indígenas e africanos como mão de obra escrava nas lavouras.
A EXPLORAÇÃO DESRESPEITOSA DA NATUREZA E DO SER HUMANO, PELO PRÓPRIO SER HUMANO, DEU INÍCIO À DEGRADAÇÃO. A NOSSA CULTURA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA DEVEM SER RESPEITADAS ASSIM COMO A MANUTENÇÃO DAS DIVERSAS FORMAS DE VIDA E DOS ECOSSISTEMAS.
Nesse momento, a relação humana com a natureza foi modificada. O período da colonização só reconheceu a importância da natureza como recurso para ser explorado e vendido, não como condição fundamental à vida saudável. Negou também aos filhos da terra o direito à liberdade, à autonomia e à sua forma de viver. A Era da degradação inaugurou o desequilíbrio entre as relações humanas e ambientais e foi marcada pela exploração do humano pelo humano. Esse desequilíbrio se aprofundaria ainda mais nas décadas seguintes.
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O povo brasileiro é resultado da mistura de diferentes povos e etnias: povos Indígenas, africanos e europeus. A raiz dos habitantes da Baía de Todos os Santos é tupinambá, africana e portuguesa. Com o tempo chegaram outros povos da América do Sul, da Ásia e de diferentes con nentes. Formas de viver, de conviver e de sobreviver foram se transformando. Comunidades indígenas foram agregando descentes africanos e formando vilas, algumas delas, posteriormente, reconhecidas como quilombos. Dessas interações étnicas, culturais e ambientais surgiu a nação brasileira.
SOMOS O REFLEXO DA NOSSA HISTÓRIA, COM SUAS ALEGRIAS E SOFRIMENTOS, SEM CULPA. COMO SERES HUMANOS, APRENDEMOS A AMAR, A ZELAR PELA SAÚDE E PELA VIDA, A VALORIZAR O RESPEITO, A COOPERAÇÃO, A SOLIDARIEDADE E A PAZ. Aprender com a própria história é compreender o passado como a trajetória de desenvolvimento do ser humano. Somos o reflexo da nossa história, com suas alegrias e seus sofrimentos, sem culpa. Perdoar os descaminhos do passado é perdoar a nós mesmos, aprender com nossos erros, reconhecendo nossa condição humana e buscando nos tornar melhores todos os dias. Independente de crenças, visão de mundo, condição social ou cor da pele. Como seres humanos, aprendemos a amar, a zelar pela saúde e pela qualidade de vida e a agir de acordo com valores universais: RESPEITO, COOPERAÇÃO, SOLIDARIEDADE E PAZ.
O CIDADÃO AMBIENTAL É AQUELE QUE SE RECONHECE COMO PARTE DA NATUREZA E DEFENDE OS ECOSSISTEMAS E A BIODIVERIDADE COMO SEU TERRITÓRIO DE RESPONSABILIDADE. O cenário de degradação ambiental crescente veio despertar um sen mento novo no ser humano que é a cidadania ambiental. Esse sen mento nos coloca como parte integrante da natureza e, ao mesmo tempo, responsável por ela. Amplia nossa reflexão sobre a u lização dos recursos naturais e sobre as formas mais respeitosas e sustentáveis de se relacionar com a natureza.
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A QUARTA ERA (Situação da Crise Atual) Começou no Brasil, a par r de 1930, e foi marcada por uma forma de viver insustentável, sem responsabilidade ambiental ou social. Sem reconhecer os impactos nega vos das a vidades humanas sobre a natureza e a sociedade. O padrão de desenvolvimento humano e progresso priorizou, exclusivamente, o aspecto econômico.
UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL É AQUELA QUE RESPEITA A DIVERSIDADE SOCIAL, ECOLÓGICA E CULTURAL, ASSUMINDO UMA CONVIVÊNCIA HARMONIOSA COM A VIDA COMO ELEMENTO FUNDAMENTAL AO DESENVOLVIMENTO HUMANO.
A concentração populacional nas cidades, o aumento da produção de alimentos e de bens de consumo, o crescimento da industrialização do país e a falta de tecnologias limpas geraram um longo processo de degradação da sociedade e dos ecossistemas existentes. A re rada das matas para dar lugar a roças, os efluentes industriais e os esgotos domés cos jogados sem tratamento na Baía de Todos os Santos, assim como a pesca criminosa, são alguns dos fatores que contribuem, ainda hoje, para a degradação dos ecossistemas locais e das comunidades ribeirinhas.
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A ERA DA CRISE ATUAL na Baía de Todos os Santos é marcada por conflitos pela posse e uso da terra e pela busca do direito à saúde, à educação, ao trabalho e ao ambiente saudável – direitos que são garan dos por lei. Entre tantos conflitos, há muitos desafios:
COMO PROTEGER A DIVERSIDADE ECOLÓGICA, NA CONVIVÊNCIA COM O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TECNOLÓGICO CRESCENTE? COMO CONCILIAR A DIVERSIDADE DE VISÕES, DE CONDUTA E DE MANIFESTAÇÕES CULTURAIS?
A EDUCAÇÃO E O DIÁLOGO SÃO IMPORTANTES INSTRUMENTOS PARA UMA CONVIVÊNCIA HARMONIOSA, QUE VALORIZE A DIVERSIDADE DE ESTILOS DE VIDA E VISÕES DE MUNDO.
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Essas são questões que necessitam de um olhar abrangente e conciliador. É hora de valorizarmos os diversos saberes e visões de mundo e incluir isso na tomada de decisões sobre problemas e desafios que afetem os territórios da Baía de Todos os Santos.
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A CONSTRUÇÃO DE RELAÇÕES SUSTENTÁVEIS ENTRE AS PESSOAS E A NATUREZA COMEÇA PELO APRENDIZADO COM A CULTURA DOS NOSSOS ANCESTRAIS E COM OS VALORES ÉTICOS QUE DESENVOLVEMOS. VALORES ÉTICOS SÃO AQUELES QUE ORIENTAM NOSSA FORMA DE SER, DE AGIR, RESPEITANDO TODA A DIVERSIDADE EXISTENTE: SOCIAL, ECOLÓGICA E CULTURAL..
A QUINTA ERA (das Relações Sustentáveis) Se apurarmos nossa percepção, veremos que atualmente o planeta Terra convive com diferentes Eras interagindo ao mesmo tempo. Em alguns lugares, os ecossistemas começam a ser degradados. Em outros, estão se mul plicando as crises ambientais e sociais. Em meio a tantos conflitos, surge a Era das Relações Sustentáveis. Essa é a Era da consciência plena, de entendermos que tudo o que o ser humano faz gera impactos, posi vos ou nega vos que sempre retornam para os seres vivos. Para vivenciar essa Era de forma consciente é preciso pensar, sen r e atuar a favor de uma convivência sustentável com seu ambiente local e com o planeta Terra. Na Era das relações sustentáveis estamos sendo chamados a assumir a responsabilidade pelas consequências dos nossos atos, seja na relação com as pessoas ou com a natureza.
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m pescador sustentável é aquele que exerce sua a vidade de maneira responsável, evitando ações prejudiciais ao ambiente. Toma cuidados para que, no futuro, haja mais peixes habitando os rios, preservando essa fonte de trabalho e de alimentação para seus filhos e netos. Não usa bomba, rede de malha fina ou qualquer arte danosa à vida.
Seja uma empresa ou uma pessoa, agir de maneira sustentável significa usufruir dos bene cios da natureza com equilíbrio e consciência para que eles não se esgotem. É também compreender que cada forma de vida – do menor inseto à mais abundante cachoeira – tem sua função na harmonia do Planeta.
Uma indústria sustentável é aquela que u liza tecnologias seguras para proteger a natureza dos impactos que causa. Que usa filtros que reduzem a fumaça, reu liza a água, não descarta detritos nos rios, cuida do lixo, economiza energia e controla a poluição. Uma indústria sustentável tem responsabilidade social e ambiental, dialoga com as pessoas e respeita suas culturas e formas de vida.
Nós, homens e mulheres, de diferentes culturas, valores e visões, precisamos garan r uma Baía de Todos os Santos saudável e exuberante para as futuras gerações. De que forma? Aprendendo a conviver respeitosamente com ela, zelando para que suas riquezas naturais con nuem se renovando, assumindo nossa responsabilidade, exercitando a solidariedade e a cidadania ambiental.
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A ERA DAS RELAÇÕES SUSTENTÁVEIS exige tolerância, humildade e sabedoria, para entender que todos têm os mesmos direitos e deveres, que os povos tradicionais têm muito a ensinar e que o ser humano tem uma dívida de honra com as outras espécies do planeta.
DE TODAS AS ESPÉCIES EXISTENTES NA TERRA, SOMOS A ÚNICA QUE PENSA, QUE TEM RACIONALIDADE. ESSA CAPACIDADE EXCLUSIVA NOS OBRIGA A AGIR COM CONSCIÊNCIA E RESPONSABILIDADE, PROTEGENDO OS RIOS, AS MATAS, AS PESSOAS, OS ANIMAIS E A VIDA. AGIR COM RESPONSABILIDADE É SE COMPORTAR DE MANEIRA ÉTICA. É ZELAR PELA VIDA, PELO JUSTO PARA A SOCIEDADE E PELO BELO PARA A NATUREZA. TOMAR DECISÕES QUE SEJAM BOAS PARA NÓS, PARA OS VIZINHOS, PARA A CIDADE, PARA A SOCIEDADE E PARA A NATUREZA.
Somos parte da natureza e ela é parte de nós! A Era das Relações Sustentáveis nos dá a chance de construir uma convivência mais amorosa e profunda com o ambiente. Como parte dessa natureza, devemos planejar um caminho mais harmonioso em direção ao futuro que deve ser compar lhado por todas as formas de vida existentes.
ESTAMOS PRONTOS PARA ESSE DESAFIO? 32
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REFERÊNCIAS
ETHOS‐HUMANUS. Módulo da Oficina Sustentabilidade da A vidade Pesqueira. Programas Socioambientais do Estaleiro Enseada do Paraguaçu. Salvador, novembro 2010.
INSTITUTO AUTOPOIÉSIS BRASILIS. Tecnologias Sociais: Caderno de Formação e Capacitação da Sociedade Civil para a Gestão Social da Água. Salvador, 2007.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo/Brasília: Cortez/UNESCO, 2001b. PALAVIZINI, Roseane. Gestão Transdisciplinar do Ambiente: Uma Perspec va aos Processos de Planejamento e Gestão Social no Brasil. Tese de Doutorado do programa de engenharia Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina – PPGEA/ UFSC, Florianópolis, 2006. SILVA, Daniel. Uma Abordagem Cogni va ao Planejamento Estratégico do Desenvolvimento Sustentável. 1998. 240f. Tese (Doutorado Engenharia de Produção)– Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Florianópolis, 1998, 240f. SILVA, Márcio Claudio Cardoso da. Uma Contribuição à Gestão de Bacias Hidrográficas a par r da Inves gação Histórica do Ambiente. Dissertação de Mestrado do Programa de Engenharia
FICHA TÉCNICA DIRETORIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E SUSTENTABILIDADE Humberto Rangel GERÊNCIA DE SUSTENTABILIDADE Caroline Azevedo CONCEPÇÃO E TEXTO Roseane Palavizini EDIÇÃO Denise Ribeiro (MTb 12379) REVISÃO Isabela Bri o ILUSTRAÇÃO Belinda Neves PINTURA ILUSTRAÇÕES Marilene Sampaio PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO Luciano Roba o
Ambiental da Universidade FedEral de Santa Catarina ‐ PPGEA/UFSC, Florianópolis, 2004.
A Coleção de Sustentabilidade é um projeto desenvolvido pela Enseada Indústria Naval, que detém os direitos autorais de todos os volumes que a compõem. A reprodução parcial ou integral de seu conteúdo precisa ser autorizada pela Enseada Indústria Naval. 1ª Edição, 09/01/2014 Tiragem: 6.000 unidades
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