Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano I I Nº 08 ago/set 2014 Publicação: Bimestral Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664 Projeto gráfico: EstampaPB Diagramação: Ilka Cristina N. Silva Para Anunciar: smccomunicacao@ hotmail.com 55 – 83 – 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com
Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor.
Entrevista Matéria exclusiva com a ativista cultural Mirian Menezes....................................06 Brasil Entrevista escritor Andrei Medalha .......................................................................14 Entrevista escritora Carmen Jacques Larroza .........................................................19 Entrevista escritora Cristina Loddi.........................................................................25 Entrevista escritora Francisca Vânia Rocha............................................................33 Entrevista escritor Gilmar de Souza Queiroz .........................................................36 Entrevista escritor Giuliano Filippi.........................................................................40 Entrevista escritor Júnior Pereira............................................................................44 Entrevista escritor Maurício Gohmes.....................................................................49 Entrevista escritora Mylena Araújo.........................................................................54 Entrevista escritor Sandro Cuesta...........................................................................59 Entrevista escritor Tarciso Filgueiras......................................................................64 Portugal Entrevista escritor José Lopes da Nave..................................................................71 Entrevista escritor Alvaro Giesta............................................................................76 Colunas A Vida em Partes – Francisco Mellão Laraya.........................................................13 Mercado Literário – Leo Vieira...............................................................................18 Entre Ideias&Atos – Patrícia Dantas.......................................................................23 Vício de Viagens – Adriana Gomes de Farias..........................................................42 Panorama Cultural – Ana Stoppa............................................................................52 Na Boca do Povo com Ruby Redstone.....................................................................63 Solar de Poetas – José Sepúlveda............................................................................73 Participação especial Escritora/Palestrante Fabiana Barbosa....................................................................29 Escritora Lígia Beltrão............................................................................................39 Escritora Rô Mierling.............................................................................................47 Escritora Bernadete Bruto.......................................................................................56 Escritora Cassiane Santos.......................................................................................67 Homenagem do jurista nobiliário Dr. Mário de Méroe a S.A.I. Príncipe Alexander Comnène Palaiologo Maia Cruz..............................................82 Momentos de poesia Eduardo Garcia.......................................................................................................90 Helena Santos.........................................................................................................91 Maurício Duarte......................................................................................................92 Regina Alonso..........................................................................................................93 Paulina Rodrigues....................................................................................................94
Matéria exclusiva com a ativista cultural Mirian Menezes
Shirley M. Cavalcante é jornalista, radialista, editora, autora do livro: Manual Estratégico de Comunicação Empresarial/ Organizacional, administradora do projeto Divulga Escritor, assessora e consultora de Comunicação Empresarial, diretora executiva da SMC Comunicação Humana.
www.divulgaescritor.com
Que maravilha, chegamos agosto, o mês da 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, maior evento literário do mundo. Mês em que irei ser emposada como Acadêmica Imortal do Coninter – Conselho Internacional de Acadêmicos de Ciência, Letras e Artes. Mês em que eu irei receber o meu certificado como Acadêmica Correspondente da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba Grande. Mês de muita alegria e realizações. Estamos na 8 Edição da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, felizes com a conquista do seu ISSN. Muito obrigada a cada um pelo apoio e incentivo ao projeto. Aproveitem a leitura, compartilhem, o compartilhamento é importante para que mais pessoas possam conhecer e prestigiar o projeto que hoje caminha sem patrocínio público ou privado. Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma Revista elaborada por escritores, com distribuição gratuita para todo o mundo. Boa Leitura!
Divulgue o seu livro, artigos científicos, textos literários, sua empresa... na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Há um ano divulgando Literatura! Contato comercial
revista@divulgaescritor.com
Matéria exclusiva com a ativista cultural Mirian Menezes Mirian Menezes de Oliveira, Nascida em Guaratinguetá-SP, residente em São José dos Campos-SP, lançou, em 2011, o livro de poesias “O cientista e a poeta”, pela Editora TRIOM, com patrocínio do CETRANS (CENTRO DE TRANSDISCIPLINARIDADE). Mestre em Semiótica, Tecnologias de Informação e Educação – UBC – Mogi das Cruzes – SP, Mirian tem se destacado no universo literário, não só por suas publicações em territórios: brasileiro e estrangeiro, mas pela articulação com o Universo das Artes e da Cultura. Além de sua participação já garantida na 24ª Bienal Internacional do Livro, em que terá livros, catálogos e materiais de divulgação de suas obras, disponíveis em stands; promoverá uma Coletiva de Escritores no dia 30 de agosto das 20h às 22h, pela GARCIA EDIZZIONI e PROJETO DIVULGA ESCRITOR. Nesse dia, lançará também o escritor “menino” Andrei Medalha. Dos diversos títulos que conquistou nos últimos tempos, Mirian será uma das artistas a expor no Carrossel do Louvre em Paris, no período de 24 a 26 de outubro de 2014. Boa Leitura!
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Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
Fotos: Aroldo César Custódio e Eliciane Alves Pereira CustódioEspaço “Tita Selicani”
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritora Mirian Menezes para nós é um prazer entrevistá-la, novamente, no projeto “Divulga Escritor”, destacando que se encontra conosco, desde o início, como voluntária e colunista. Para contextualizar os leitores, cite, brevemente, sua formação acadêmica e trabalhos técnicos já desenvolvidos. Mirian Menezes - Em primeiro lugar, expresso minha eterna gratidão ao Projeto Divulga Escritor, por me entrevistar em dois momentos. No primeiro, em uma etapa em que o mercado editorial começava a me descobrir e eu deixava, lentamente, de ser “autora desconhecida” (Inclusive, escrevi uma crônica para o Divulga Escritor sobre isso!) e nesse segundo momento, de tantas realizações. A entrevista é uma grande oportunidade de divulgação de meu trabalho, pois muitas coisas boas aconteceram nesse período. Muito obrigada, Shirley Cavalcante e equipe! Em relação à pergunta realizada, possuo: Mestrado em Semiótica, Tecnologias de Informação e Educação; Pós Graduação em Leitura e Produção de Textos; Licenciatura Plena em Letras: Português e Inglês e cursei o antigo Magistério. Nunca parei de estudar e considero-me uma leitora compulsiva. Dessa forma, no que se refere ao universo da pesquisa e da produção científica, participei e participo de vários Congressos, Seminários e Simpósios Nacionais e Internacionais, relacionados à leitura e literatura, tendo, até o momento, sete ou oito artigos publicados em e-books, CDs e revistas on-line. Sou estudiosa da “transdisciplinaridade” e participo como membro ativo do CETRANS (CENTRO DE TRANSDISCIPLINARIDADE), conforme já foi citado. Mirian, além de escritora e professora, você realiza um trabalho de contação de histórias, conte-nos de que forma, como e onde pode ser feito este tipo de atividade? Mirian Menezes – Com muito orgulho, trabalho na rede pública de ensino de São José dos Campos há quase 25 (vinte e cinco anos). Desse tempo, 14 (quatorze) têm sido dedicados a um Programa de fomento à leitura. Além de exercer minha profissão com muito amor, desenvolvo trabalhos voluntários, em diversas instituições, de acordo com minhas possibilidades e agenda. Já atuei na Biblioteca de São Paulo – Cruzeiro
do Sul, aos domingos, desenvolvendo rodas de leitura, com públicos variados. Fui convidada, por instituições religiosas, ONGs, Assentamentos, Instituições rurais, “Fundações Casa”, Asilos, Orfanatos, para desenvolvimento deste tipo de atividade... A agenda é enorme e, infelizmente, não consigo atender 100% a todos os convites, mas faço o possível, pelo prazer do próprio trabalho. Na 21ª Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, contei histórias no stand da Volkswagen, pelo Projeto Entre na Roda (parceria entre o CENPEC, Fundação Poiesis e Fundação Volkswagen). Penso que as contações de histórias podem e devem ser realizadas em qualquer situação ou espaço, desde que haja predisposição dos interlocutores e um ambiente propício. Contar histórias é acender a chama deste “ato mágico”, cultivado por nossos ancestrais. Revista Divulgar Escritor • abril/maio de 2014
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Mirian conte-nos sobre o Encontro que estas promovendo com escritores de São José dos Campos, a ser realizado, em agosto, na Bienal Internacional do Livro em São Paulo? Mirian Menezes - Esta Coletiva de escritores representa muito para minha vida. Gostaria de ter inserido o nome de vários autores queridos, mas eles chegariam aos milhares e isso não seria possível. Dessa forma, optei por convidar alguns amigos, para partilharem o momento de celebração, no espaço na Bienal, acreditando que o trabalho em rede é sempre mais consistente. Quando iniciei, formalmente, meus escritos, digo FORMALMENTE, porque escrevo desde os nove anos de idade, como o menino Andrei. A única diferença é que o livro “As aventuras de Mário”, foi uma obra escrita com letra cursiva, em papel sulfite, ilustrado por mim - capa em cartolina rosa. Devo muito à professora Euterpe K. Bartelega, que me fez acreditar que eu era escritora. Sabe, Shirley, é uma pena que eu não tenha recursos para ser uma “Mecenas”, pois gostaria de alavancar a produção artística e literária do mundo todo. Isso é um delírio, mas “fato” e verdade, em meu coração. Dessa forma, aproveito para convidar cada leitor (a) desta entrevista, para compartilhar o momento da Coletiva - dia 30 de agosto (sábado), das 20h às 22h, na GARCIA EDIZZIONI. Você, que está lendo estas linhas, é meu convidado especial! SMC – Agora como escritora: Que tipos de poesia você apresenta em seu livro “O cientista e o poeta”? Mirian Menezes - “O cientista e a poeta”, publicado pela Editora TRIOM, apresenta complexidade e foi concebido para “quebrar” paradigmas. Possui uma organização diferente, o designer foi idealizado por Adriana Caccuri; as ilustrações e escrita à caneta bico-de-pena foram realizadas por Ricardo Chachá. A ilustração da capa e o desenho introdutório de três árvores se entrelaçando foram realizados por mim… Enfim, foi um livro escrito por muitas mãos… mistura ciência e poesia… o macro e o micro… física quântica… fala desde a expansão do universo, até o universo do átomo… fala da prostituta, do amor, da dor, do presidiário, da tempestade… um livro repleto de reticências e indagações… Os elementos coexistem e os versos não são, rigorosamente, metrificados… Penso que, se não há ainda a denominação que atreverei citar, gostaria de classificar meus versos como “caóticos” 8
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(combina com o conceito do livro). SMC- Além de “O cientista e a poeta” e de seu trabalho articulado à fotografia e à escultura (trabalho conjunto com outros artistas), você possui outras produções? Mirian Menezes - Sim. Atualmente, possuo crônicas, poemas e memórias publicados em diversas Antologias (Cerca de quinze, se não me engano!), fora as que serão publicadas nos próximos meses, no Brasil, na França e nos Estados Unidos. Sendo uma leitora compulsiva, sou fanática pelo “portador de texto”: LIVRO. Entretanto, tenho que admitir que, apesar de pertencer à Geração X, aos poucos, tenho publicado textos pela Internet, em revistas on-line. Já participei, algumas vezes, da Revista “VARAL DO BRASIL”, coordenada por Jacqueline Aisemann, representante da REBRA, na Suíça. Atualmente, possuo textos publicados no Brasil, Portugal, Itália, França, Suíça e, em breve: Suécia e Estados Unidos. Meus artigos acadêmicos encontram-se, em CDs e e-books. No Google Acadêmico, é possível encontrar dois deles pelo menos. Destaco que, participar como colunista, do Projeto Divulga Escritor é, para mim, motivo de muita honra. Estou chegando a 15ª crônica publicada. A coluna oferece imensa visibilidade aos meus textos e tenho meus leitores fiéis, o que muito me alegra. Quem escreve... escreve para alguém... para ser lido... Particularmente, gosto muito de ler, “curtir” e comentar as colunas de meus colegas! Mais uma vez, agradeço ao Projeto, em sua pessoa Shirley Cavalcanti!
SMC - Você possui textos publicados em diversos formatos e “portadores de textos”. Conte-nos em que momento você começou a colocá-los em exposições? Mirian Menezes - Shirley Cavalcante, sinto-me honrada pela oportunidade de relatar, brevemente, uma trajetória que teve início numa brincadeira entre amigos. Conheço o fotógrafo Gilmar Dueñas há anos… Certa vez, nos candidatamos a um concurso, que contemplava projetos culturais. Não fomos contemplados, mas da iniciativa, nasceu a ideia de articulação entre fotografias e poemas. Digo, “articulação” e não “justaposição”, pois há, realmente, um diálogo entre nós e as linguagens artísticas. Em 2012, houve a inserção da terceira artista no processo: Tita Selicani http://www.titaselicani.com. br/ e o nascimento da “Trilha de Olhares”. Em 21 de setembro do mesmo ano, foi realizado Vernissage: “Trilha de Olhares: Fragmentos da Mata Atlântica”, em parceria com o Instituto Eco-Solidário. Em outubro de 2014, conforme já mencionado, participaremos de uma Mostra, que agrega os mais reconhecidos artistas plásticos brasileiros, franceses e demais europeus que irão expor suas obras no Carrousel Du Louvre - Galeria do Museu do Louvre no Art Shopping Paris - França, que destaca artistas contemporâneos do mundo inteiro. O Salão de Arte será realizado, de 24 e 26 de outubro de 2014, pela Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture tendo como Curadora Diva Pavesi, escritora representante, na Europa, da REBRA - Rede de Escritoras Brasileiras e administradora da Académie. Dos vinte e cinco
brasileiros convidados foram selecionados apenas três artistas de São José dos Campos que levarão a Paris as belezas naturais, históricas e culturais do Vale do Paraíba - SP, por meio da “Trilha de Olhares”, expressão plástica que articula três linguagens: a poesia, a fotografia e a escultura em vidro. Um sonho... Às vezes, tenho que me beliscar, para me certificar de que tudo isso está acontecendo! SMC – Escritora Mirian, você sempre cita a REBRA – Rede de escritoras brasileiras. Gostaria de falar um pouco a respeito? Mirian Menezes – Tenho muito orgulho de ser membro da REBRA e parabenizo a Presidente Joyce Cavalcante pela brilhante organização e estrutura da imensa REDE. No aniversário de 15 anos da REBRA, fui condecorada pela Presidente, uma pessoa maravilhosa (ícone para mim), com um diploma de excelência literária. Este diploma é uma joia rara! Guardo-o com muito carinho. O Evento foi fabuloso e houve cobertura da Revista CARAS – Edição 1062 – ano 21- nº 11- 14/03/2014. Aproveito para destacar que meu próximo livro “solo” de poemas e fotografias, já no prelo, será lançado pela EDITORA SCORTECCI e terá o SER - SELO EDITORIAL REBRA. Além do CETRANS, posso dizer que a REBRA foi e é um divisor de águas em minha vida. http://rebra.org/escritora/escritora_ptbr.php?id=1794 SMC – Por falar em prêmios, gostaria que nos contasse um pouco sobre as últimas novidades: inserção em Academias, condecorações. Mirian Menezes –Shirley, este ano tem sido de grandes realizações para mim. Agradeço muito a Deus por isso! Em relação às entidades e pessoas envolvidas, tenho até medo de cometer injustiça e deixar de citar alguma. Houve a tessitura de uma grande rede e tenho muito a agradecer a todos os parceiros. Sintam minha eterna gratidão!. Acho que é mais fácil citar as entidades às quais me inseri e alguns títulos recebidos. Vamos lá... Membro da REBRA – REDE DE ESCRITORAS BRASILEIRAS; membro do CETRANS (CENTRO DE TRANSDISCIPLINARIDADE); Membro do Conselho (Vice – Presidência) da UBT (UNIÃO BRASILEIRA DE TROVADORES) – Diretoria da Seção – São José dos Campos – SP; membro associado da ALB (ASSOCIAÇÃO DE LEIRevista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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TURA DO BRASIL – roda de pesquisadores). Acadêmica Estrangeira do NÚCLEO DE LETRAS E ARTES DE LISBOA N.A.L.A.L; Acadêmica Correspondente da ACADEMIA DE LETRAS DE GOIÁS; Acadêmica Correspondente da ACADEMIA DE LETRAS, CIÊNCIAS E ARTES DE VITÓRIA – ES; Patronesse Perpétua AD IMORTALLEM, cadeira nº 110, da ACADEMIA DE CIÊNCIAS, LETRAS E ARTES de Iguaba Grande – RJ. Não posso deixar de expressar meus eternos agradecimentos a todos os parceiros e, entre eles, citar também a Academia de Letras de Fortaleza e à LITERARTE, instituição que tanto valoriza artistas brasileiros, divulgando-os também no exterior. Como todos sabem, sou Colunista e voluntária do PROJETO DIVULGA ESCRITOR, coordenado pela jornalista Shirley Cavalcanti e colaboradora do Grupo SOLAR DE POETAS (facebook), coordenado por José Sepúlveda, em Portugal. Agradeço, muitíssimo, a vocês dois e parabenizo-os pelo belíssimo trabalho! SMC – Quais seus próximos projetos literários? Mirian Menezes – Não sei se conseguirei citá-los. Além da participação na 24ª Bienal Internacional do Livro, estou trabalhando, arduamente, com meus parceiros, na Exposição: “VERDE ÓRION”, que irá para o Carrosel do Louvre. Depois disso, tenho mais duas ou três Antologias, para lançar ainda em 2014 e haverá uma participação minha na próxima Antologia da REBRA, a ser lançada em português e francês. A versão francesa será lançada no próximo Salão do Livro, em Paris, em março de 2015. Talvez, em 2015, publique o livro “solo”, pela SCORTECCI, com o SELO EDITORIAL REBRA, conforme já mencionei. SMC – Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto “Divulga Escritor”! Muito bom conhecer melhor a Escritora Mirian Menezes de Oliveira! Que mensagem você deixa para nossos leitores? Mirian Menezes – Repetirei uma das frases citadas em minha primeira entrevista, acrescentando algumas palavras: Leiam o mundo, leiam a vida, leiam a si mesmos e não deixem jamais de lutar por seus sonhos! A vida é feita de fé, de coragem e de batalhas contínuas! “Pensar” e “agir” em rede é edificante e coerente com as Leis do Universo. Não tenham a pretensão de agradar a todos! Nem Jesus e os Grandes 10
Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
Mestres conseguiram isso! Penso que a vida é um milagre, que deve ser reverenciado todos os dias! Deixo alguns links: http://rebra.org/escritora/escritora_ptbr.php?id=1794 http://www.divulgaescritor. com/products/mirian-menezes-colunista/ http://www.triom.com.br/estudos/tag/literatura-brasileira/ http://www.adrianacaccuri.com.br/artes/ artesgraficas/o-cientista-e-a-poeta/ http://cetrans. com.br/livro-o-cientista-e-a-poeta/ Muito obrigada, Shirley Cavalcante, por mais esta grande oportunidade! Particularmente, amo o Projeto DIVULGA ESCRITOR! Parabenizo-a pela iniciativa! Abraço fraternal a todos! Obrigada a você Mirian por sua importante contribuição para o desenvolvimento da Literatura Nacional. Sucesso, e, nos encontramos na Bienal no dia 30 de agosto, dia também do meu aniversário, rsrs... vamos lá comemorar com a família literária!
Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor
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A VIDA EM PARTES Por Francisco Mellão Laraya advogado, músico e escritor larayaescritor@hotmail.com
Shirley, Sabe, abro o jornal e só vejo revoluções: Revolução na América Latina, Revolução no pensamento Humano, Revolução na Doutrina da Igreja, Revolução Sexual, Revolução Marxista e a Liberal. E, sabe, passo a acreditar que o mundo está passando por uma Grande Revolução, que ninguém cita: A Exata Revolução Matemática! Hoje em dia a Ciência Humana virou matemática, os conceitos humanos viraram teoremas, fórmulas e outros quês da Ciência Exata, exatamente neste mundo desumano. O conceito de justiça foi completamente modificado, esqueceu-se Platão, Sócrates, Kant, e outros por aí... e a justiça se resumiu ao quociente do produto Interno Bruto, sobre o número de habitantes.
A Democracia foi definida como a diferença entre as consciências coletivas, para a obtenção de uma consciência final, onde a Consciência Coletiva é a somatória dos votos em si, que é diferente da somatória das consciências individuais. O ser humano define-se por um número, seja RG ou CPF, tanto faz, aconselho aos sábios revolucionários que para distinguir os sexos ponham sinais positivos, ou sem sinais para os indefinidos. Outro conceito que me deixa perplexo é o da dicotomia de posições, onde todo ângulo é sujeito a uma bissetriz que o divide em dois exatamente iguais em valor, mas de sinais opostos. Falando com um matemático não me assustei de haver tantos engenheiros na política, pois ao final de um longo papo, descobri que a tônica desta revolução, é criar um mundo tal, onde a sensibilidade é uma derivada que tende a zero.
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Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
Entrevista Escritor Andrei Medalha
Olá! Meu nome é Andrei e nasci em São José dos Campos às nove e meia da noite do dia 13 de julho de 2004. Eu amo a natureza, principalmente a vida marinha. Sempre gostei de livros, mesmo antes de aprender a ler ficava encantado com as histórias que liam para mim. Quando gostava demais da história não me contentava que a lessem uma vez só para mim, mas pedia para ler e reler muitas vezes. Comecei a ler sozinho antes dos 5 anos e daí para frente mais e mais leituras fazem parte da minha vida. Quando estou lendo parece que estou dentro da história. Não viajo sem livros. Gosto de pintar quadros e contar histórias. Meus passeios preferidos são em praias, aquários e, é claro, em livrarias. Amo ler! E agora, escrever minhas próprias histórias!!! Boa Leitura!
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Olá Andrei, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos em que momento começou a escrever o seu livro “Viagem ao Lago Ness”? Andrei Medalha - Obrigado, Shirley! É uma honra para mim também! Bom, comecei a escrever “Viagem ao Lago Ness” quando eu estava fazendo uma tarefa de português, uma produção de texto do tipo eu-narrador. Nesse tipo de produção de texto você é narrador, personagem e escritor ao mesmo tempo. De onde veio a inspiração para construção do seu livro? Andrei Medalha - Para ser mais exato, foi a minha curiosidade sobre grandes mistérios e sede por aventuras. O monstro do Lago Ness sempre me chamou a atenção. Sua existência nunca foi comprovada, mas sua não existência também não. Como gosto muito de animais, me propus na história a ser o guardião desse animal lendário. Por que escolheu escrever sobre este tema? Andrei Medalha - Porque eu amo peixes e animais marinhos. Também gosto de lendas. Muitas estão relacionadas com o mar e outros habitats aquáticos. Essas lendas
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
são: Serpentes marinhas, krakens (lulas gigantes) e obviamente monstro do lago Ness. Escrever sobre essa lenda é uma forma de mantê-la viva, ou seja, não deixar que ela seja esquecida com o passar do tempo. Como você se sente por estar lançando o seu primeiro livro, aos nove anos, em uma das maiores feiras literárias do Brasil, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo? Andrei Medalha - Muito feliz e honrado!!! Gosto muito de ler... muito mesmo! Toda vez que a Bienal acontece, compareço como leitor. Agora, irei como escritor! Poderei compartilhar a minha própria história, o meu próprio livro. Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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Você pensa em escrever um novo livro? Andrei Medalha - Mas é claro que sim! Mas esperem para ver! Muitos outros virão depois desse! Onde podemos comprar o seu livro? Andrei Medalha - O primeiro local de venda será na Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Quais os principais hobbies do escritor Andrei Medalha? Andrei Medalha - Tenho vários hobbies. Os principais são: ler, pescar, criar peixes exóticos em meus aquários, escrever, desenhar, pintar, jogar videogames. Que tipos de livros você gosta de ler? Andrei Medalha - Suspenses, fábulas, informativos, contos fantásticos, histórias em quadrinhos, diários... Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Andrei Medalha, que mensagem você deixa para nossos leitores? Andrei Medalha - A leitura leva as pessoas a viajarem por mundos fascinantes! Ler é um prazer. Espero que meu livro incentive várias crianças a ler!!!
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MERCADO LITERÁRIO Leo Vieira é escritor acadêmico em várias Academias e Associações Literárias; ator; professor; Comendador; Capelão e Doutor em Teologia e Literatura leovieirasilva@gmail.com.
FORMULANDO O CONTO
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ão basta somente a ideia na cabeça. É preciso também desenvolvê-la, explorando todos os pontos positivos para cativar o máximo possível o público infantil, que também é muito exigente. Para formular, antes de tudo é necessário a sinopse. Você precisa ter o ponto principal do tipo de história que quer contar para os pequenos. Depois, você precisa desenvolver o enredo. No enredo, você insere características do ambiente, cenário, coadjuvantes, detalhes fundamentais para o fechamento da história e por fim, o argumento fica completamente elaborado. Somente com o argumento que o autor fica completamente pronto para roteirizar, porque a melhor forma de não se perder no embalo da história, é já ter o desfecho da história definida na cabeça. Os personagens precisam ser o mais caracterizados possível. Se for uma história para um público menor, estereotipe em animais antropomórficos, tornando-os mais caricatos possíveis. Caso seja um público infantil de mais idade, re-
force no humor. Mas procure sempre ser o mais sucinto possível para manter o foco e atenção deles. A linguagem da história precisa ser simples. Nada de palavras rebuscadas. As crianças precisam deslizar pela leitura. A melhor piada é aquela que você não precisa explicar. O autor de livro infantil também precisa se atentar em tornar o conteúdo mais “adoçado”, isto é, evitar usar temas fortes e complexos, provocando tristeza, revolta ou agressividade. Deixe essas emoções para o público adulto. Escreva sempre textos em que a criança possa ler sozinha e também que os pais possam ficar admirados na companhia deles. Evite falar de tragédias, amarguras, entre outras coisas que provoquem reações negativas na criança que for ler ou ouvir. Os livros infantis precisam ter aspectos de sonhos, onde as crianças possam sonhar juntas e o desfecho sempre deve ter uma mensagem positiva, fazendo com que elas queiram ler sempre várias e várias vezes.
Entrevista Escritora Carmen Jacques Larroza
CARMEN JACQUES LARROZA, professora de Português, Espanhol e Literatura, pela Fundação Universidade Federal Do Rio Grande (FURG). Teve trabalhos publicados em: Cadernos Literários, Vol. I, II. III e IV (FURG); Jornal Agora (Rio Grande); Jornal Cassino; Antologia Poética Poetas do Brasil I (ZMF Ed.,RJ). Participou de vários concursos de poesia, com os quais foi agraciada com certificados: Casa do Poeta Brasileiro (Cassino/Rio Grande), Z.M.F. Ediições e Promoções Culturais LTDA., I Concurso Nacional de Poesia Roldão Mendes Rosa (Santos/SP), Concurso Primavera de Prosa e Verso do Grupo Poetas do Espaço Cultural (Santos/ SP). I Primeiro lugar no Concurso de Poesias da Revista Observando. (Rio Grande). Ativista do Tradicionalismo Gaúcho, teve poesias defendidas e classificadas, em primeiro e em segundo lugar, em vários concursos locais e regionais. “Muita, muita fé em Deus. Não parem de lutar por um ideal. Empecilhos, lutas e “baldes de água fria”, fazem parte da vida. Não desistam. Se algo não for para o seu bem, Deus fechará a porta. Se for, Ele abrirá e a porta que Ele abre, ninguém pode fechar, se você tiver uma aliança com Ele.” Boa Leitura!
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritora Carmen Larroza é um prazer contarmos com sua participação no Projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que a motivou a ter gosto pela escrita? Carmen Larroza - Participar do projeto Divulga Escritor é uma honra para mim, e, portanto, só tenho a agradecer. O que me levou a interessar-me pela escrita? Diria que dois motivos foram fundamentais. O primeiro, foi o gosto pela inúmera quantidade de “versinhos” que meu avô sabia e os dizia para mim. Um dia ganhei um caderno e resolvi anotá-los. Vivia de lápis e caderno, na mão, atrás do coitado. Não lhe dava sossego. Depois fui interpelando mãe, pai, tios e a mim mesma, pois resolvi inventar os meus próprios e ... o caderno Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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acabou. Fiquei tão triste, porque ninguém dava valor para ele. “Bobagens de criança”. Acho que cheguei a coletar mais de trezentos. Como lamento não ter guardado essa relíquia, mas... O segundo motivo foi o fato de não saber fazer o que, na época, chamava-se “composição”; hoje, se diz redação. Era péssima! E, no meu barco, havia uma boa tripulação. Um dia, nossa professora, nos chamou para uma aula extra, à tarde. Leu para nós, (mimiógrafo ou xérox eram inimagináveis. Se aparecesse algum, acho que até os professores fugiriam com medo da “alma do outro mundo”) rs rs. Bem, voltando ao assunto, Dona Célia, leu a fábula A Cigarra e a Formiga. Depois, partiu para uma composição coletiva, no famoso quadro-negro. Não lembro o tema. A partir dai, minhas redações eram sempre fábulas. É claro que naquela época eu desconhecia essa palavra e seu conceito. Cada vez, era um bichinho e um cenário diferente. Que tipos de textos gostas de escrever? Carmen Larroza - Adoro poesias! Agora, com o incentivo e o “Vamos lá!” do Divulga Escritor, comecei a gostar e muito, de crônicas. Penso até, em rabiscar um conto. Incentivada por minha mãe, que sempre sonhava estudar e nunca pôde, eu lia muito. Até bula de remédio! Um pedaço, rasgado, de jornal velho era motivo para eu parar tudo o que estava fazendo e ler. Fotonovelas (é... sou deste tempo), romances como Júlia, Bianca, Sabrina... Meus professores de Português, admiravam-se do meu vocabulário e minha pre20
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ocupação em não repetir palavras nas ditas composições. rs rs. Por falar nisso, quando passava férias de verão com meus avós, li meu primeiro romance: Thelma a Princesa da Noruega. Era “um tijolo de oito furos”. A noite, meu avô me entregou e disse: A partir de hoje, todas as noites vais ler para nós.
Lembro que chorei muito, com determinadas passagens. Ele ria, minha vó ficava séria e suspirava. Como gostaria de reaver este livro e ler de novo. Fazê-lo meu livro de cabeceira! Se o primeiro amor nunca se esquece (só tive um, meu marido), meu primeiro livro nunca esquecerei.
Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor, através de seus textos literários? Carmen Larroza - Reflexão sobre o que estão fazendo de suas vidas, de seus relacionamentos, de seu ver e tratar o outro, já que nada levaremos daqui, que deixemos marcas positivas. Que não passemos à vida centrados em nós mesmos. O egocentrismo é letal. Ele corrói a alma e nos entulha de doenças psicossomáticas. Deixa-nos vazios, ocos. Vai matando, enquanto a pessoa se acha super herói. Não consegue ver-se como um “Chaves, da vida real.” Infelizmente! Outra mensagem é que jamais deixem de sonhar, nem de lutar pelos seus sonhos. Se eles forem bons e não lesarem ninguém, lutem e mantenham-se firmes em um pensamento “Não posso parar”. Como foi a construção do seu livro “Não posso, parar”? Carmen Larroza - Há muito tempo, as escrevia e as engavetava. Algumas de cunho tradicionalista, foram defendidas em concursos e venceram. As vezes, as enviava para concursos interestaduais. Ganhei alguns diplomas e certificados. Entretanto, as confiava às gavetas. Um dia, navegando pela internet, me deparei com o Divulga Escritor e pensei: - E por que não me informar? A Shirley me deu a oportunidade das crônicas. Depois, através de um link, também enviado por ela, entrei em contato com Ismael da Garcia Edizione. E estamos ai. Não digo realizando um sonho, porque jamais sonhei isso. O que sei é que Deus abre as portas de onde está a felicidade. É por isso, que O amo e respeito tanto.
Que temas você aborda nessa obra? Carmen Larroza - Abordo diversos temas reflexivos, sociais, culturais, sagrados, amor, valorização da família, desamor, saudade, solidão... Tudo que faz parte da vida de qualquer ser humano. A quem você indica a leitura de seu livro? Carmen Larroza - A todos que gostam de ler, refletir, pensar além de si mesmo. Onde podemos comprá-lo? Carmen Larroza - Pelo site da Garcia Edizione. Custa R$ 12,00 sem despesas de frete. http://www. garciaedizioni.com.br/nao-posso-parar Você pensa em publicar um novo livro? Carmen Larroza - Agora que provei esse sabor maravilhoso, sim penso. Sempre com essa dupla maravilhosa Shirley e Ismael. Enquanto me aceitarem. Obrigada queridos. No próximo, pretendo mesclar crônicas, poesias e assuntos sociais, que nos tire da mesmice e nos leve à reflexão e à ação. Quais os principais hobbies da escritora Carmen Larroza? Carmen Larroza - Hum... Adoro ir para o sítio, nos fins de semana, mexer nas minhas flores e plantar novas. Amo artesanato, principalmente agora, que descobri a reciclagem. Passo horas criando coisas. Meu projeto, atual, é tornar-me uma multiplicadora: compartilhar, gratuitamente, o pouco que já sei com mães de alunos. Enquanto as crianças ficam na
escola, elas esperaram-nos produzindo. Quem sabe também a arte as ajude na renda familiar? Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista; agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor. Muito bom conhecer melhor a escritora Carmen Larroza. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Carmen Larroza - Muita, muita fé em Deus. Não parem de lutar por um ideal. Empecilhos, lutas e “baldes de água fria”, fazem parte da vida. Não desistam. Se algo não for para o seu bem, Deus fechará a porta. Se for, Ele abrirá e a porta que Ele abre, ninguém pode fechar, se você tiver uma aliança com Ele. E a última, ler, ler e ler tudo e de tudo. A leitura faz parte do currículum interior de cada um. Aumenta o conhecimento, leva ao raciocínio lógico e a expressá-lo com mais clareza, (sem os famosos hãm), amplia nosso conhecimento de mundo, nos faz crescer. Abre um leque em nossa intelectualidade. Jamais afunila. Leia e creia.
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ENTRE IDEIAS & ATOS Por Patrícia Dantas Licenciada em História e Pós Graduação em Turismo de Base Local (UFPB), blogueira, poetisa, colunista de alguns portais e revistas eletrônicas - pathdantas2012@gmail.com
A MAIS ENVOLVENTE DAS FICÇÕES
E
ra para ser do imaginário, qualquer coisa fugidia, fora da perceptível e dura realidade. Mas ela não se sustentava em si, nem acreditava que era capaz de se afastar aos poucos da “nuvem” (foi como passou a chamar o seu modo de pesar sobre as coisas, seu comportamento inusitado e torpe). Mas queria e sabia que podia realizar o que chamou de sua transfiguração – dera um sentido místico e sagrado a sua porta de entrada, ao seu íntimo intocável pelas mãos dos outros, pois jamais tiveram sequer qualquer controle sobre ela. Sabia que agora estava defronte ao desconforto do acaso da novidade. Seu novo caminho era andar por um tapete limpo, intocável, imaculado – seguindo pelo seu profundo e particular misticismo – e se libertar da sua irritabilidade e instabilidade com a normalidade azul que a transpassara e a atingira em cheio,como uma prisão invisível que maltrata e sucumbe o instinto responsável pelas sutis vontades inconfessáveis. Em poucos dias estaria o mais distante possível da realidade. (Lembrava todos àqueles momentos em que se deixava envolver em casos amorosos que surgiam como meros acasos, coincidências ou o inexplicável que costumava sugar suas energias. Tudo parecia mais algo vivo em movimento, eram mesmo seres que rolavam no ar, em todas as direções, anunciando suas presenças breves mas cada vez mais fortalecidas. Via-os, sentia-os, ignorava-os. Já não podiam conviver na mesma pessoa. Sugavam as energias dela por completo porque ela se entregava sempre ao desconhecido.) Haveria ainda tempo para algo que não a delimitasse em amores, paixões e outros tipos de
arrebatamentos? –perguntava-se ansiosamente e logo vinha a resposta: “Tudo depende da intensidade que tens pelas coisas que te cercam, pelas prioridades das suas conquistas.” Foi assim que preferiu abrir seu leque de opções de tudo o quanto fosse possível e também pudesse cair na impossibilidade de existir. A partir daí, passaria horas ou dias de recuperação ininterrupta, imersa em pensamentos e reflexões que lhe roubariam o fôlego de noites adentro. Não haveria vinhos, conhaques ou vodcas cortantes que pudessem aliviar seu estado de sobrevivente autônoma de si mesma. Era sua liberdade que estava em jogo e talvez pudesse alcançar também o estado da felicidade, ou descobrisse enfim que o paradoxo das suas escolhas fizesse algum sentido. Procurava uma saída, era otimista o suficiente para continuar, afinal, sempre fora a dona e senhora que respeitava o que tinha diante de si e da vida que levava, não importava onde estivesse. Agora teria que mudar - sem pausas ou interrupções- era sua necessidade real que dependia da sua criação interior. Passou então a conhecer outros seres que começaram a pousar lentamente e se demorar mais para irem embora. Não se conhecia a ponto de saber suas estadas em outros ambientes, mas podia sentir e visualizar marcas gravadas em sua pele que contavam suas histórias, narrações entrecortadas, gradações de desfechos que em nada poderiam enganar uma essência tão convicta do que era capaz, mas que não pudera jamais revelar parte do que fora, não ousaria desfilar seus atos como os atores em uma peça teatral. Talvez tudo fosse articulado num grande palco, mas sabia que existia doses de ilusões e realidades que persistiam gravados numa teia montada para suportar a melodia que acompanha os tangos e tragédias. Nem seus pés aparentemente no chão davam conta de tocar em frente o que estava por vir, era o momento que chegava - o transeunte perdido no espaço - que mais lhe importava. Precisava estar sempre diante do irretocável presente, com os pés sentindo o chão que pisava. Necessitava sobretudo da ocasião inescapável. Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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Entrevista Escritora Cristina Loddi
Cristina Loddi – Paulistana, com formação em Matemática. Casada, 2 filhos. Atuei na área de informática por 10 anos no Banco do Estado de São Paulo. Desde muito jovem já escrevia poemas e reflexões que foram surgindo da observação do comportamento humano. Em 1996 deixei a área de informática e passei a desenvolver trabalhos voluntários em diversas áreas. Há 9 anos tomei conhecimento da Síndrome de Williams, e em uma visita de Natal à ABSW – Associação Brasileira da Síndrome de Williams, conheci a Jô Nunes, passando a ser voluntária da ABSW. A partir de então, fui me engajando junto à essa e outras causas. Paralelamente, desenvolvo trabalhos na área espiritual. Há 3 anos, através de grupos fraternos dos quais participo, a escrita tomou uma dimensão maior, e passei a me dedicar com mais interesse. Há 2 anos, Jô me fez a proposta de escrever o livro Mãe Coragem. “A principal mensagem que nós quisemos transmitir ao leitor, foi a de que devemos trabalhar os preconceitos e medos, trazendo a fé em Deus e a coragem como uma forma de passar por essa vida com determinação, ética, amor e fraternidade, na superação de tantas questões que são apresentadas para o nosso aprendizado pessoal.” Boa Leitura!
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritora Cristina Loddi, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos como surgiu a oportunidade de participação no livro “Mãe Coragem - Convivendo com a Síndrome de Williams”? Cristina Loddi - Há 9 anos tomei conhecimento da Síndrome de Williams através de uma campanha de Natal, na qual me engajei com uma sobrinha. Sem saber a quem oferecer a grande quantidade de brinquedos arrecadados, perguntamos a uma ou outra pessoa, sobre uma instituição que pudesse recebe-los. Minha mãe nos apresentou a Jô Nunes e realizamos a festa de Natal da ABSW – Associação Brasileira da Síndrome de Williams. Nesse mesmo dia, me Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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ofereci para ser voluntária da casa, mas o voluntariado não surgiu de imediato e nos distanciamos por um ano. No Natal seguinte, surgiu a ideia da arrecadação de brinquedos, novamente. Fiz uma pequena campanha entre amigos, e procurei novamente a ABSW. Somente a partir desse segundo ano, me tornei trabalhadora da associação. Afeiçoei-me muito à Jéssica e à Jô Nunes. De voluntária passei a amiga. No ano de 2010, Jéssica veio a falecer por complicações no transplante cardíaco. Como eu havia assumido outras atividades em paralelo, afastei-me um pouco do trabalho na ABSW, e passei a me dedicar à escrita. Nos reencontramos após um ano. Jô me contou o desejo de escrever o livro. Como eu já estava desenvolvendo o trabalho de escrita nos grupos fraternos, me ofereci para ajudá-la. Ficamos um ano trabalhando juntas. Finalmente no mês de janeiro de 2014, iniciamos os contatos para viabilizar a publicação. Vocês já tinham pautado o enredo para construção do livro, ou ele foi se moldando na medida em que o livro ia sendo escrito? Cristina Loddi - Costumo dizer que foi muito fácil abraçar o trabalho com a Jô, pois ela tinha o enredo completo gravado na memória. Existia pouca coisa escrita, e eu não escrevi um roteiro antes. Simplesmente fui escrevendo, baseada nas memórias da Jô. Ela sabia exatamente tudo o que deveria ser escrito para a divulgação da Síndrome de Williams, que trouxesse uma palavra de amparo aos familiares de pessoas com SW. Apesar de ter sido meu primeiro livro, eu também 26
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tinha a intuição de como deveríamos desenvolver o trabalho, para que ele pudesse ser sensível, sem ser piegas. Para que ele pudesse ser maduro e trazer essa força em suas linhas e entrelinhas. Jô Nunes e eu formamos uma ótima parceria. Em nenhum momento durante o desenvolvimento do trabalho, tivemos qualquer tipo de dúvida ou discordância. O projeto fluiu com muita inspiração e trabalho de equipe. O livro é baseado em fatos reais, em quanto tempo o livro foi escrito? Cristina Loddi - Sim, o livro é baseado no período da vida de Jô, entre o nascimento e desencarne de Jéssica, que nasceu com Síndrome de Williams. Nós escrevemos o livro em um ano, com encontros periódicos, geralmente, uma vez por semana. Você fala que a escrita do livro transformou sua forma de pensar, qual a principal mensagem que o livro quer transmitir ao leitor? Cristina Loddi - Apesar de já estar trabalhando há tantos anos com voluntariado, em diversas instituições, e principalmente, ser amiga de Jô há oito anos, a escrita da biografia criou um forte laço entre nós. Precisei ter uma empatia muito forte com os sentimentos de Jô, para que pudesse externa-los, de modo que, as pessoas ao lerem o livro, “ouvissem a voz” dela, e não a minha. Em todas as páginas desse livro, você encontra a personalidade da “Cris”, até porque, eu e Jô temos pensamentos semelhantes, temos sintonia muito parecida, o que torna a fluidez do trabalho muito me-
lhor. O livro foi transformador, na medida em que, apesar de termos realidades tão diferentes, durante os relatos dela, eu consegui colocar os meus sentimentos. Muitas vezes, eu escrevi antes mesmo dela falar, e ao lermos juntas o texto, ela me dizia: irmãzinha, como você conseguiu ler a minha alma? Isso é sintonia e a sua manifestação é transformadora! A principal mensagem que nós quisemos transmitir ao leitor, foi a de que devemos trabalhar os preconceitos e medos, trazendo a fé em Deus e a coragem como uma forma de passar por essa vida com determinação, ética, amor e fraternidade, na superação de tantas questões que são apresentadas para o nosso aprendizado pessoal. O que é a “Síndrome de Williams”, conte-nos um pouco sobre ela? Cristina Loddi - A Síndrome de Williams é uma rara desordem genética frequentemente não diagnosticada. Não é transmitida geneticamente. Não tem causas ambientais, médicas ou influência de fatores psicossociais. Tem impacto sobre diversas áreas do desenvolvimento, incluindo a cognitiva, comportamental e motora. Estimasse que 1 em cada 20.000 crianças nasçam com SW. Foi descrita pela primeira vez em 1960 por um médico neozelandês, Dr. J. C. P. Williams, quando verificou que um grupo de pacientes pediátricos possuía sintomas parecidos, problemas cardiovasculares, rostos com características semelhantes, atraso mental moderado, dificuldade para ler, escrever e efetuar operações matemáticas. Alguns possuíam extraordinário talento musical com alta noção de ritmo.
Afeta tanto homem, quanto mulheres. Podem ocorrer em qualquer lugar do mundo e em qualquer grupo étnico. A maioria das crianças tem grandes dificuldades de alimentação no primeiro ano de vida, incluindo vômitos, recusa de alimentação, podem mostrar grande irritação e chorar excessivamente. Geralmente apresentam uma face característica (descrita como a de um duende): nariz pequeno e empinado, cabelo encaracolado, lábios cheios, dentes pequenos, sorriso frequente. Onde podemos comprar o livro? Cristina Loddi - O livro pode ser encontrado através do site www. asabeca.com.br Devido a renda do livro ser beneficente, nós damos preferência para que as pessoas adquiram o livro conosco, através da página Mãe Coragem – Convivendo com a Síndrome de Williams, no facebook. Direcionamos a renda, à divulgação da SW, através do trabalho que Jô Nunes realiza com as pessoas com Síndrome de Williams e seus familiares. O que é a “ABSW - Associação Brasileira da Síndrome de Williams”? Cristina Loddi - A ABSW foi fundada em 9 de fevereiro de 2002. No início eram pais e mães de filhos diferentes, que sozinhos tentavam compreender esse universo, encontrando-se nos corredores dos hospitais. Tinham o diagnóstico tardio, e muitas vezes errado, ocasionando o tratamento precário. Então surgiu a ideia de fundar a ABSW, primeira entidade filantrópica com o objetivo de dar apoio e suporte as pessoas Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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com SW e seus familiares no Brasil. Objetivos: Orientação sobre a importância fundamental e a viabilização no serviço público dos testes para diagnosticar com segurança a SW e realizar todos os tratamentos existentes, além de avaliações e testes pedagógicos e neuropsicológicos; Melhora da qualidade de vida das pessoas com SW, promovendo campanhas de esclarecimento quanto às suas reais possibilidades de incluir-se na rede regular de ensino, em cursos profissionalizantes, no mercado de trabalho e em todas as atividades da sociedade a qual pertence;Identificação de serviços e profissionais de instituições de ensino e pesquisa que possam atender as pessoas com SW; Reuniões mensais para orientações, além de terapias em grupos e individual; Orientação, por meio de visitas, para toda a comunidade escolar sobre a inclusão, aprendizagem e adaptações do currículo escolar; Lutar por uma sociedade inclusiva – garantia dos direitos e deveres; Participar na elaboração de políticas públicas para PcD; Inclusão social por meio de passeios em parques, museus, teatro entre outros centros culturais; Que ao nascer uma criança com SW o profissional neonatal tenha condições de diagnosticar corretamente e precocemente, evitando desta forma comprometimento geral de saúde; Organização um Cadastro das pessoas com SW afim de mapear suas necessidades. Como as pessoas devem fazer para conhecer melhor a Instituição? Cristina Loddi - Poderão conhecer e acompanhar as atividades da ABSW através de todo Brasil pelo 28
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site www.swbrasil.org.br Através das páginas no facebook: Absw Síndrome de Williams SW_Capital SP E ainda curtindo a página do livro Mãe Coragem – Convivendo com a Síndrome de Williams. Adquirindo o livro por R$ 35,00, estarão contribuindo na divulgação e amparo das pessoas e familiares de SW. Periodicamente são realizados encontros regionais por todo Brasil e almoços beneficentes com o intuído de arrecadar fundos para a ABSW. Esses eventos são amplamente divulgados nos links sugeridos. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Cristina Loddi - Minha participação no mercado literário ainda está começando, e não tenho muita base para dar essa resposta com segurança. Mas, pela pouca experiência que venho adquirindo como escritora, e também como leitora, posso afirmar que as pessoas devem ser estimuladas ao hábito da leitura desde tenra idade, através da família, escola e mídia. Nosso país vem passando por uma crise econômica e cultural. A maior parte da população não tem condições financeiras e tão pouco o hábito da leitura. Devido a esses fatores, o preço dos livros deve ser baixo, para estimular a compra. Em contra partida, os custos com a impressão e publicação de livros é alta. O que percebo é que um escritor não consegue viver apenas da área literária, assim como ocorre em tantas outras áreas culturais no Brasil. Quais são seus próximos projetos na área literária? Cristina Loddi - No primeiro
semestre de 2014, paralelamente ao livro Mãe Coragem, trabalhei na publicação do livro Advérbios Cotidianos, que tem o mesmo objetivo beneficente. Foi lançado na semana passada e já está à venda através dos mesmos links citados anteriormente. Nesse momento, estou trabalhando como Ghost Writer em mais uma biografia, ainda sem título, que deverá ser publicada até o final de 2014. Com Jô Nunes, tenho diversos outros projetos a serem desenvolvidos, todos com foco no assunto “Síndrome de Williams”. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritor Cristina Loddi, que mensagem você deixa para os nossos leitores? Cristina Loddi - É elementar: um país que não investe em educação e cultura, poderá com o tempo ser vítima de seu próprio descaso. Precisamos ensinar nossas crianças o hábito da leitura, do estudo e reflexão. Principalmente em relação à temática desenvolvida através dos livros que tenho escrito, precisamos abrir novos horizontes, isolando preconceitos e trazendo discussões do interesse de toda a sociedade, estimulando a ética e cidadania. Necessitamos rapidamente reverter o quadro cultural e social de nosso país, pois sem esses estímulos poderemos nos tornar um país doente. Nós, escritores e leitores, fazemos parte integrante de todo esse processo. Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor
Participação Especial Escritora/palestrante Fabiana Barbosa Por Fabiana Barbosa – Psicanalista; Psicoterapeuta Junguiana; Parapsicóloga; Psicoterapeuta Holística; Master Practitioner; Palestrante; Escritora e Consultora de treinamentos empresariais.
ENTENDA COMO FUNCIONA O NOSSO CORPO ATRAVÉS DA LINGUAGEM CORPORAL
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alando parece ser difícil, coisa de outro mundo, mas na verdade nós falamos menos verbalmente e nos expressamos mais através dos movimentos corporais sem darmos uma palavra. O nosso corpo fala em silêncio o tempo todo. Espero que a minha mensagem possa colaborar claramente e trazer alguns benefícios. Sempre busco pesquisar livros de autores especialistas em comunicação De acordo com David Cohen , ele nos deixa algumas dicas interessantes que valem a pena serem destacadas:
1. Preste atenção não apenas ao que as pessoas dizem, mas a todos os aspectos do comportamento delas. 2. Use os olhos com sagacidade – i.e. Pratique olhar com o canto dos olhos. (As mulheres em geral usam muito essa técnica) 3. Lembre-se de não se deixar levar pelos desejos. O Fato de alguém sorrir para você e segurar o seu braço não significa, necessariamente, que essa pessoa esteja interessada em você. Pode ser uma confirmação positiva da comunicação. 4. Análise os seus próprios “hábitos” de linguagem corporal.
5. Decida que aspectos da sua própria linguagem corporal podem revelar coisas sobre você e o que você não quer revelar. Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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6. Aprenda a controlar as mensagens da linguagem corporal que você demonstra. 7. Use sua resposta a testes par analisar os seus pontos fortes e fracos na própria linguagem corporal. Depois, você pode começar a mudar e lidar com as suas fraquezas. 8. Aprenda a rir dos seus hábitos de linguagem corporal. A capacidade de rir de si mesmo mostra que você tem verdadeira autoconfiança, aquela que acompanha um MLC – Mestre em Linguagem Corporal. Segundo Pierre Weil (1924 – 2008), foi Doutor em Psicologia pela Universidade de Paris, professor na Universidade de Minas Gerais, Diretor do Centro de Psicologia Aplicada do RJ, Especialista em Psicoterapia de Grupo, Psicodrama e também autor de vários livros editados em vários países, incluindo o conhecido Best Seller “Relações Humanas na família e no trabalho”. Ele esperava apresentar em sua obra literária “O Corpo Fala”, uma forma de comunicação simples, clara, objetiva, simples e divertida. O autor também fez algumas comparações com metáforas para facilitar o entendimento de suas narrações e interpretações. A forma como o autor expressava as suas explicações eram fundamentadas em experiências cientificas e fazem sentido no que tange as experiências vividas por várias pessoas no dia a dia de suas vidas. A comunicação pode ser feita de várias formas, mas a comunicação oral é a mais utilizada. A comunicação escrita serve para registrar observações como pensamentos, mensagens, interroga30
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ções, informações, expressar sentimentos, e hoje é muito utilizada na era digital para comunicação, facilitando a vida das pessoas no mundo dos negócios, sociais e entretenimento. Apesar dos grandes avanços tecnológicos, a palavra continua a ser um dos meios de comunicação mais eficazes que existem, pois saber comunicar é uma obra de arte, ela envolve expressões corporais,
praticamente todos os sentidos que possuímos (tato, olfato, paladar, audição e visão), inclusive as emoções e sentimentos. Saber comunicar verbalmente e não verbalmente hoje em dia é uma ferramenta importantíssima e essencial para o indivíduo gerenciar conflitos, fazer bons negócios, ter bons relacionamentos, liderar pessoas e muito mais... Uma pessoa que busca o seu
autoconhecimento, observa a importância de atualizar-se em vários aspectos de sua vida pessoal e profissional. A comunicação é um
dos fatores primordiais para dar um dos primeiros passos para a mudança interna começar ocorrer com sucesso. A comunicação eficaz é aquela em que a pessoa passa a mensagem expressando-se coerentemente, com segurança, confiança, adequando seu conhecimento as expressões corporais. Quando uma pessoa mente por exemplo, nem sempre é bem sucedida por não saber adequar o contexto que foi criado para expor a mensagem verbalmente, sem que perceba seu corpo se expressa sem confiança, segurança, os olhares acabam por refletir toda a incerteza e desconfiança... Portanto, especialistas em leituras corporais, detectam perfeitamente bem, quando uma pessoa está sendo sincera ou não. Se está falando a verdade ou não. Esses estudos foram importantes para auxiliarem os profissionais em diversas áreas e entre elas destaco a área de Vendas. Hoje é muito comum profissionais da área de marketing, administração, vendas, negócios, psicologia, medicina e tantas outras profissões, utilizarem estudos que agreguem conhecimentos sobre o comportamento do ser humano. Aprendendo a lidar com as suas deficiências e seus pontos fortes. Imagine um médico do século
XXI recebendo o seu cliente com um sorriso nos lábios, e com o braço estendido para apertar sua mão como uma apresentação pessoal e cumprimento de boas-vindas? O que você sentiu ao imaginar essa cena? Acredito que uma agradável sensação de bem estar, respeito, dignidade, segurança, confiança, alivio e conforto. Como você tem se comportado nos ambientes por onde se locomove diariamente? A primeira impressão é a que fica quando entramos em qualquer ambiente, portanto, valorize a sua marca, VOCÊ! Forte abraço. Fabiana Barbosa www.polimentodoser.com.brhttp:// polimentodoser.blogspot.com.br/ REFERÊNCIAS COHEN, David. A Linguagem do corpo: o que você precisa saber. Tradução de Daniela Barbosa Henriques. 7ª ed. Petrópolis, RJ, Ed. Vozes, 2013. WEIL, Pierre. O corpo fala: A Linguagem Silenciosa da Comunicação Não verbal. 69ª ed. Petropólis - Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1986. NOTAS 1 COHEN, David. A Linguagem do corpo: o que você precisa saber. Tradução de Daniela Barbosa Henriques. 7ª ed. Petrópolis, RJ, Ed. Vozes, 2013.
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Entrevista Escritora Francisca Vânia Rocha
Francisca Vânia Rocha Nóbrega, mora na cidade de João Pessoa - PB, é formada em Letras, pela UFPB, tendo duas Pósgraduações, Especializações; uma em Linguística, outra em PROEJa, as duas pela UFPB. É professora de Língua Portuguesa, Literatura e Redação do Lyceu Paraibano, autora de 3 livros: “Tecendo poemas nos ecos do eu”, “Ponto e Contraponto: Releituras, Das Palavras à Imagem Fílmica” e “A Cartomante pelo viés da Psicanálise”.
SMC - Escritora Francisca, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos em que momento você decidiu publicar o seu primeiro livro? Francisca Vânia - Devo essa decisão à professora Margarida Assad, da Pós-Graduação em letras da UFPB, pois ao corrigir meu trabalhar final sobre o Outro de Lacan e a adaptação fílmica do conto A Cartomante, de machado de Assis, onde faço uma ponte entre o sujeito lacaniano e o sujeito em Machado, no qual ambos se revelam plenamente nos atos falhos e nos deslizes.
Foi uma construção á base de muito estudo, pesquisa e dedicação, uma vez que aproximo psicanálise e literatura. A psicanálise lacaniana e a literatura machadiana, dois gênio em áreas diferentes. Portanto, muito cuidado em aproximar corretamente seus trabalhos.”
SMC - Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através dos textos apresentados em seu livro “Tecendo poemas nos ecos do eu”? Francisca Vânia - São várias as mensagens, porém o núcleo central, a temátima mãe é a sensibilidade feminina, o ser feminino frente aos sentimentos e emoções mais profundas.
Boa Leitura!
SMC - Que temas você aborda em seu livro “Ponto e Contraponto: Releituras”? Francisca Vânia - Temas diversos, como as injustiças sociais, com o artigo Sob o signo da justiça dos homens e da de Deus: O martírio
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
de João Vermelho, na página 61, a exuberância do erotismo amoroso, na análise do cordel Salomão e Sulamita, na página 101, a filosofia estoica de Sêneca, em Medeia, na página 11, perfis femininos na obra de José de Alencar, na página 37, e assim outros temas mais. SMC - Conte-nos sobre a construção do seu livro “Das Palavras à Imagem Fílmica: A Cartomante pelo viés da Psicanálise” Francisca Vânia - Foi uma construção á base de muito estudo, pesquisa e dedicação, uma vez que aproximo psicanálise e literatura. A psicanálise lacaniana e a literatura machadiana, dois gênios em áreas diferentes. Portanto, muito cuidado em aproximar corretamente seus trabalhos. Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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SMC - Qual o gênero literário que mais gostas de escrever? Por quê? Francisca Vânia - Sinceramente não posso escolher, pois me represento completamente no que escrevo, independente do gênero. Em breve estarei publicando um livro de Contos, e posso afirmar que esse sim, foi o gênero literário que maia senti dificuldade de escrita, uma vez que ele necessita de síntese, de condensação, de finais surpreendentes. SMC - Onde podemos comprar os seus livros? Francisca Vânia - No Sebo Cultural na cidade de João Pessoa – PB SMC -Quais os seus principais objetivos como escritora? Vânia Rocha - Escrever para mim é uma necessidade, uma fome e uma sede que nunca são saciadas. Acredito que quem escreve tem como objetivos partilhar emoções, crenças, anseios, medos esperanças... 34
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SMC - Quais os principais hobbies da Escritora Francisca Vânia R. Nóbrega? Francisca Vânia - Caminhar a beira mar, ler bons livros, assisti filmes interessantes, e escrever, claro. SMC - Como você vê o mercado literário brasileiro? Francisca Vânia - Difícil, muito complicado e fechado, principalmente para escritores iniciantes, das regiões menos favorecidas economicamente e culturalmente em relação à leitura e escrita. SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Francisca, que mensagem você deixa para nossos leitores? Francisca Vânia - Que continuem sendo leitores assíduos e divulga-
dores do Divulga Escritores, pois além da qualidade, esse é um espaço muito significativo para os novos escritores brasileiros, de todas as regiões, é preciso ressaltar. Visite o Blog e conheça um pouco mais do trabalho da escritora Francisca Vania Rocha - http:// profvaniarocha.blogspot.com.br/ - Navegando, aprendendo e ensinando.
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Entrevista Escritor Gilmar de Souza Queiroz
Gilmar de Souza Queiroz nasceu no dia 21/12/1977 em São Paulo. Filho de Luiz Alves de Queiroz e Margarida de Souza Queiroz. Professor da rede estadual e municipal de São Paulo. Casado com Vanessa Xavier Queiroz e pai, daquela que ele diz ser sua maior, sublime e indizível poesia: Clarice Ayê Xavier Queiroz. Nos tempos de criança observava com muita ternura seus pais contando histórias, proseando, tocando violão, ouvindo músicas de Dilermando Reis, Nelson Gonçalves, entre outros, universo que o estimulou rumo à poesia. Hoje – aos 36 anos - leciona em escolas públicas na qual convive com dificuldades e alegrias todos os dias. Declamando, escrevendo, lendo poemas com crianças, adolescentes, professores, que assim como ele, encontram na literatura uma forma de terapia. “Toda literatura é válida desde um John Green a um Dostoiévski, porém o mercado literário foca no canonizado, no lucro, no entretenimento. Acontecem muitos movimentos na periferia, muita poesia, literatura, que o mercado desconhece e ignora.” Boa Leitura!
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Gilmar de Souza Queiroz, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a ter gosto pela poesia? Gilmar Queiroz - Nos tempos de criança, meus pais contavam muitas histórias, “causos típicos do Nordeste”, e eu ficava imaginando, construindo as imagens diante das descrições, etc. Esse foi o meu primeiro contato com a literatura. Logo mais passei a ler Fernando Pessoa, Carlos Drummond e me vislumbrei de vez com o universo da poesia. Em que momento decidiu publicar “Morada sem prumo”? Gilmar Queiroz - Quando se produz um livro, se tem uma ideia, é como uma gestação, tem prazo para nascer, chega um momento que a “bolsa rompe” e a vida eclode.
Quais os principais hobbies do escritor Gilmar de Souza Queiroz? Gilmar Queiroz - Jogar futebol e escrever poemas. Como você vê o mercado literário Brasileiro? Gilmar Queiroz - Toda literatura é válida desde um John Green a um Dostoiévski, porém o mercado literário foca no canonizado, no lucro, no entretenimento. Acontecem muitos movimentos na periferia, muita poesia, literatura, que o mercado desconhece e ignora. Que ações você sugeriria para atrair leitores para a literatura Nacional? Gilmar Queiroz - Ler para as pessoas, declamar, produzir saraus, encontros em que se possam expressar as opiniões, as leituras, etc.
Como foi a escolha do Titulo? Gilmar Queiroz - O título – Morada sem prumo - tem haver com minhas experiências pessoais em uma empreita que fiz em minha casa. Tive muitas dificuldades em encontrar bons profissionais na área da construção civil, por outro lado – esses aspectos negativos – estimulou-me a construir versos que abordam a ideia de um mundo “fora de prumo”, o ser humano como um paradoxo, que idealiza planos em terrenos acidentados. É um certo diálogo com Camões em o desconserto do mundo. Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através dos
textos literários que compõe a obra? Gilmar Queiroz - Poemas que migram em temas da condição humana. A principal mensagem é mostrar que em tudo há poesia, basta o olhar para captá-la. Onde podemos comprar o seu livro? Gilmar Queiroz - No site https:// www.clubedeautores.com.br/ book/167733--MORADA_SEM_ PRUMO#.U6jdWfldVqU Quais os seus principais objetivos como escritor? Gilmar Queiroz - Explorar o inesgotável universo da linguagem.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Gilmar de Souza Queiroz, que mensagem você deixa para nossos leitores? Gilmar Queiroz - Minha mãe, uma senhora simples e de grande sabedoria, sempre dizia que aprender a ler é acordar para o mundo. Tal expressão soa como uma boa mensagem aos leitores, quando se ler compartilham-se as ideias, sonhos, conhecimentos. A leitura amplia e repertoria a linguagem, as concepções, a vida. Meu muito obrigado! Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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Participação Especial Escritora Lígia Beltrão
O TEMPO É NOSSO SENHOR
O
lho a taça de vinho com aquele líquido de cor indecifrável dançando diante de mim. Hoje resolvi beber dessa taça que há milênios seduz as criaturas. Quero pensar. Na ciranda dos tempos, eu me vejo memória viva. Dentro de mim há uma tempestade de emoções várias. Reminiscências. Quero o tempo atemporal. Quero os amores não vividos, esquecidos nesse passado que grita jogado nas brumas do tempo e que me castiga com saudades vãs. Memória tirânica que não me deixa em paz, sempre voltando e trazendo sensações indefinidas. Vida passada que jamais retornará, mas teimosamente vem bater à minha porta interior. Na minha inquietação quero explodir em 38
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desabafos. Não sou conformada com nada. Quero fugir das abstrações de mim mesma. Impossível. Elas me acompanharão vida afora. Não pretendo definir-me. O meu drama humano reclama portas de saída e eu guardo um mínimo de esperanças. Goethe já dizia que o homem nada mais é que um drama, e um drama de caráter ontológico. Sou desassossego e uma ansiedade crescente habita em mim. Não quero, ou não sei falar o que me vai à alma, assim opto pelo silêncio e grito através da minha escrita. As intempéries da vida já não me assustam mais, mas caminhar de quando em vez por dentro de mim mesma, aí sim, me dá medo, do que vou encontrar. Dos destroços que fui acumulando sem
porquês, dos gritos mudos que engasguei com o tempo. Dos desejos que morreram sucumbidos pelo desprezo. Sigo a pensar... Gosto de um pensar mais profundo para poder me renovar. Observo-me pelo avesso e vejo que na gaveta do meu inconsciente habitam memórias imperecíveis. Entre o passado e o presente há um ritmo nem sempre em superposição, o verbo se conjuga em outro modo; - o era. A metamorfose do agora outorga a crueza da irreversibilidade. Lembro fotografias do infinito. Floresço sonhos impossíveis e me dou conta que lido com o tempo, e a simbologia dos instantes depende da perspectiva do sentir. Há uma fusão entre o passado, o presente e o futuro, não há como questionar. Pensar é um
ato cognitivo do ser humano e nos leva a várias inclusões na vida. Sentada na poltrona, diante de mim mesma, brinco com a taça de vinho, até esqueço que o tempo não me pertence. Queria poder guardar as horas, mas é impossível. Às vezes, viver me amedronta, porque o tempo urge inexorável, fazendo os ponteiros de o relógio correrem com a certeza de não retrocederem. Saboreio o vinho lentamente, como gostaria de viver desde então. Sem pressa pra nada. A vida já foi tão corrida!
Um misto de sensações se confunde dentro de mim com essa inconstância angustiosa. É chegada a hora de renovar-me, pois tenho consciência da transitoriedade da vida. Acato o futuro de um novo amanhecer. Quebro o silêncio pensativo que me fez reverenciar nobres sentimentos. Vim de longe. Vim do longínquo mundo de dentro de mim, que silencia para ver-me transpassar as barreiras, agora transponíveis, do passado para o presente com a esperança do futuro.
Quero sonhos. Devanear. Desejos da carne e prazeres mundanos. Quero ser humana. Quero ser mulher senhora de mim. Desenhar meu tempo e o colorir com as tintas de um amor infindável. Quero ter a poesia dos dias e das horas enquanto bebo o tempo, esganada por viver. Afinal, “todas as coisas têm seu tempo, e existe o momento certo para cada uma delas sob o reino do céu”. – Eclesiastes – Muito mais agora, respeito o mistério da finitude da vida. Do tempo, nosso senhor.
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Entrevista Escritor Giuliano Filippi
Giuliano Filippi é um artista plástico dedicado ao trabalho de grandes esculturas. É um homem que ama a vida e acredita que ninguém é dono da verdade. Por isso, pensa que a fantasia pode criar acontecimentos sobre Jesus, os quais podem ou não ter existido. Segundo ele, um dia em sonhos, encontrou-se diante de Jesus, o qual lhe disse: “Escreva sobre minha história tal como você a imagina.” Assim, nasceu Jesus, o carona, uma história fruto da imaginação, mas na concepção do autor, pode ter sido algo que realmente aconteceu. “Me senti realizado por haver conseguido me aprofundar um pouco mais na vida de Cristo, e encontrar as repostas que tanto procurava, mesmo sendo uma só resposta para todas as perguntas: A Fé.”
Boa Leitura!
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Giuliano Filippi, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos em que momento você pensou em escrever o seu livro “Jesus, o carona”? Giuliano Filippi - No momento que um dia me perguntei, será que é possível ao longo de minha vida um dia me encontrar com Jesus? Para lhe fazer dezenas de perguntas, ao qual não encontro respostas. E talvez tenha criado, mesmo sem querer, um personagem onde Eu gostaria de estar em seu lugar. Me senti realizado por haver conseguido me aprofundar um pouco mais na vida de Cristo, e encontrar as repostas que tanto procurava, mesmo sendo uma só resposta para todas as perguntas: A Fé.
Pensas em escrever um novo livro? Giuliano Filippi - Ja tenho mais 12 livros prontos para a edição... Todos de contos totalmente diferentes, porém, mesmo sendo contos estão dentro da nossa realidade. Quais os principais hobbies do escritor Giuliano Filippi? Giuliano Filippi - Sou artista plástico de grandes esculturas em fibra de vidro. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Giuliano Filippi - Mais incentivos nas escolas, e mais oportunidades de desenvolvimentos aos novos escritores.
Em que você se inspirou para escrever esta obra? Conte-nos sobre o percurso percorrido para construção do enredo. Giuliano Filippi - Me inspirei no maior homem do mundo; e me baseei no livro sagrado, a bíblia, e demais fontes, como outras religiões, e relatos. Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através de “Jesus, o carona”? Giuliano Filippi - A verdadeira fé sempre se manifesta nos momentos mais críticos, desesperadores e sempre nos momentos irrevessiveis.
A quem você indica a leitura do livro? Giuliano Filippi - Especialmente para aquelas pessoas que ainda não conseguiram verdadeiramente encontrar sua fé Onde podemos compra-lo? Giuliano Filippi - O livro se encontra hoje disponível na página da Edizione Garcia. http://www.garciaedizioni.com. br/jesus-ocarona Quais os seus principais objetivos como escritor? Giuliano Filippi - Reconhecimento de meu trabalho.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Giuliano Filippi , que mensagem você deixa para nossos leitores? Giuliano Filippi - Gostaria de dizer que todos assim como eu que quando sentir a necessidade de sentar e fazer aquilo que o faz bem e feliz, algo de bem, mesmo que a vida ponha barreiras e impecilhos Nunca desistam de seguir enfrente, confie nessa força linda e poderosa que se chama Fé.
Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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15 DIAS PELA ITÁ V
erona foi imortalizada por Shakespeare em sua tragédia romântica Romeu & Julieta, sendo conhecida como a “cidade do namorados”. E hoje é procurada por turistas de todo o mundo que acreditam que a história do casal realmente aconteceu ali. E a cidade explora muito bem esse tipo de turismo. Verona fica entre Milão e Veneza, então dá para fazer uma parada e passar o dia na cidade. A viagem de trem saindo de Milão durou 1h30m. Nossa chegada foi aproximadamente às 10h da manhã. As cidades da Itália são grandes, mas todas têm um centro antigo com seus monumentos que te dá uma impressão de voltar no tempo: ruas de pedras, todos andando a pé ou de bicicleta, ou de carruagem. E do lado de fora do centro ficam as ruas de asfalto e os prédios modernos, o que te remete de volta ao presente. Eu adoro esse contraste, essa aula de história ao vivo. O centro de Verona é encantador. Quando entrei na cidade logo pensei: eu moraria aqui. A primeira vista se nota que
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a cidade histórica é cercada por uma muralha gigantesca como muitas cidades medievais da Europa. E a partir dali se desenvolveu. Seguimos pela Piazza Brà que é a praça central onde fica a Arena, um anfiteatro menor que o Coliseo de Roma, mas bem mais conservado e ainda estava fechado para restauração quando estivemos lá. Você pode observar pela cidade, várias referências ao conto de Romeu & Julieta, como a fonte de Julieta, jorrando água em meio a um lindo jardim da
praça, mas sem dúvida, o ponto turístico mais visitado da cidade é a Casa de Julieta. E como não tínhamos muito tempo, foi nossa escolha de passeio na cidade. Não há provas concretas de que a casa realmente pertenceu à família Capuleto, mas os locais juram que a história foi baseada em uma família da cidade. É muito fácil localizar a casa na Via Capello, todo mundo sabe onde é, e existem sinalizações indicando como chegar. A entrada da casa é feia, um muro de pedra todo rabiscado e
VÍCIO DE VIAGEM Adriana Gomes de Farias - Mais detalhes e sugestões você encontra no blog viciodeviagens.blogspot.com.br no instagram @viciodeviagens
ÁLIA – VERONA
com chicletes grudados, nem um pouco parecido com o que vi no filme Cartas Para Julieta (2010). Passando pelo muro e pelo portão de entrada, você segue por um pequeno corredor com um pátio ao fundo, onde fica a estátua de bronze de Julieta, a sacada onde ela se lamentava sofrendo de amor, uma lojinha de lembranças e um outro portão ao fundo cheio de cadeados. Você pode entrar para conhecer a casa (que é pago), ver os aposentos, roupas dos personagens e tirar a famosa foto na sacada da
Julieta, mas como estava muito cheio nós não entramos. Mas no pátio realizamos todas as superstições do local: escrever nossos nomes no muro da casa; passar a mão no seio esquerdo da estátua para ter sorte no amor e trancar um cadeado com o nome do casal no portão do jardim para garantir amor eterno. O cadeado e a caneta são vendidos na lojinha. Depois almoçamos num restaurante super charmosinho ao ar livre chamado Lui e Lei (ele e ela em italiano), a garçonete era
brasileira e aceitamos suas sugestões de massa: uma delicia. Os pratos foram na faixa de € 8 a 15. Só não gostei da bebida típica de lá, acho que chama spritz, achei muito enjoativa! Nós tivemos que seguir viagem logo após o almoço, mas a cidade deixou um gostinho de “quero-mais”, e se você tiver mais tempo ou puder dormir por lá pode conhecer outros pontos turísticos como a Piazza delle Erbe, a Catedral de Verona, Castel Vecchio e a Basílica de San Zeno. Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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Entrevista Escritor Júnior Pereira
Júnior Pereira é palestrante, blogueiro, pensador, escritor e Diretor fundador do Centro Motivacional Vida Plena ( que antes era chamado, Centro Cristão Escola de vencedores) na cidade de Paranatama Pernambuco, onde desenvolve diversos trabalhos e reúne grupos de pessoas 2 vezes por semana para dar palestras de Auto ajuda e Motivação e ensino da nova espiritualidade a luz da Bíblia. Também é diretor da FAITE ( Faculdade internacional de teologia) e CONADIC no estado de Pernambuco. Ministra palestras desde 2005, já viajou por vários estados, levando sempre uma mensagem de auto ajuda motivação e cura interior, que tem ajudado pessoas a vencerem seus problemas no diaa-dia, o mesmo já ajudou pessoas de diversas classes sociais, em vários estados brasileiros Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Sergipe, Bahia, São Paulo, Paraná e Rio grande do sul, ousado naquilo que ensina, e com uma forma dinâmica de ensinar, tem ganhado o carinho e confiança daqueles que participam de suas palestras. Também é presidente do projeto SEM LIMITES que está vinculado a ONG que foi fundada e é presidida por mesmo, onde ajuda jovens a desenvolverem seus talentos. “Acredito que o que precisa mudar é a visão dos escritores, não podemos mais ficar dependendo de editoras que porventura se interessem por nossos escritos, quantos grande autores não morreram sem ter um livro se quer publicado, pelo simples fato de não ser aceito por nenhuma editora?” Boa Leitura! 44
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Júnior Pereira é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a ter gosto por temas de Auto Ajuda e Motivação? Júnior Pereira - O prazer é todo meu, sou grato por essa oportunidade de poder falar sobre meus trabalhos, e desde já quero parabenizar esse projeto que tanto tem ajudado escritores. O que me motivou a ter gosto pela Auto Ajuda e Motivação, foi a vontade de ajudar as pessoas a vencerem suas crises interiores e ao mesmo tempo, motivar as mesmas a conquistar seus objetivos e descobrirem o vencedor que existe dentro de si.
dos, qualquer pessoa pode vencer na vida, ter paz interior, ser feliz, basta saber o caminho, eu mostro o caminho as pessoas tanto por meio de minhas palestras como nos meus escritos.
Que temas você aborda em seu livro “Segredos para uma vida abundante”? Júnior Pereira - O tema central do livro é descoberta, descobrindo quem somos, a capacidade que temos e daí por diante. Desde o dia 18 do presente mês já está disponível para compras também o meu segundo livro que tem por titulo “25 Passos para o sucesso, paz interior e felicidade”. Nesse são 25 textos muito profundos que foram temas de Palestras e que tem um poder transformador, vale a pena adquirir também. Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através de seus textos literários? Júnior Pereira - Quero transmitir justamente o que ensino em minhas Palestras, mostro que todo ser humano é capaz de vencer na vida, que isso não está resumido a um grupo de privilegiados ou sortudos, mas que isso é direito de to-
Onde podemos comprar o seu livro? Júnior Pereira - O livro Segredos para uma vida abundante pode ser comprado no site da Amazon, Gbook ou Clube de autores. Já o segundo livro pode ser comprado por enquanto apenas no Clube de autores, mas para facilitar ao leitor nesse link você pode comprar qualquer um dos livros: http://autoajudaemotivacao.wordpress.com/produtos/ Como palestrante, quais os principais objetivos de suas palestras? Júnior Pereira - Mostrar para todo mundo que é possível realizar sonhos e projetos, que todos temos uma imensa capacidade escondida no nosso interior e que podemos usufruir do melhor que existe. Mostro que somos capazes, Deus nos criou para vencer e todos podemos alcançar isso. Quem desejar como deve fazer para contrata-lo? Júnior Pereira - Muito simples. Só precisa mandar um email detalhado sobre o evento para autoajudaemotivacao@gmail.com ou palestrantejuniorpereira@gmail. com e estaremos analisando e retornando o contato. Júnior, conte-nos um pouco sobre o projeto SEM LIMITES, o qual você é hoje presidente?
Júnior Pereira - O projeto SEM LIMITES é um trabalho que faço voltado a crianças, adolescentes e jovens, onde desenvolvemos vários trabalhos, dentre eles, dança, escolinha de futebol, teatro e estaremos iniciando também uma escolinha de Judô, dentro do projeto também fazemos um trabalho de intercambio, onde levamos os grupos a se apresentarem em outros estados. Também ministro Palestras uma vez por mês para todos os participantes do projeto, além de os incentivar semanalmente. O projeto funciona no Salão de Palestras do Centro Motivacional Vida Plena, instituição que também sou presidente e ministro palestras duas vezes por semana, além de conferências mensais e outros eventos que organizamos. Quais os principais hobbies do escritor/palestrante Júnior Pereira? Júnior Pereira - Sou muito caseiro, gosto de ler, escrever, assistir Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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um bom filme, sair com a família, jogar futebol com os amigos, viajar (apesar que a maioria das minhas viagens são a trabalho). Ter contato com a natureza. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Júnior Pereira - Acredito que o que precisa mudar é a visão dos escritores, não podemos mais ficar dependendo de editoras que porventura se interessem por nossos escritos, quantos grande autores não morreram sem ter um livro se quer publicado, pelo simples fato de não ser aceito por nenhuma editora? Então o que precisa para melhorar o mercado literário é a união entre os escritores e a criação de eventos que venham de certa forma mostrar meios de um autor independente conseguir melhor sucesso com seus escritos. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom co46
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nhecer melhor o Escritor Júnior Pereira, que mensagem você deixa para nossos leitores? Júnior Pereira - Eu que sou grato ao projeto Divulga Escritor e sei que esse projeto vai crescer mais e mais. A mensagem que deixo é parte do meu livro “25 Passos para o sucesso, paz interior e felicidade”. “Nos deparamos todos os dias com situações que tentam nos desanimar, nos fazer desistir, jogar a toalha. Porém desistir nunca foi a melhor saída, se quisermos de fato conseguir realizar nossos sonhos precisamos despertar para realidade de que somos os seres mais capazes da terra. Não podemos ficar parados, olhando apenas o exemplo daqueles que fizeram história, o que precisamos é nos levantarmos e fazer a nossa própria história.” Grato pela oportunidade. Blog: www.autoajudaemotivacao.wordpress.com Site: www.autoajudaemotivacao.com.br Facebook: https://www.facebook.com/Pens amentosDeJuniorPereiraAutoAju da?fref=ts
Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor
Participação Especial Escritora Rô Mierling NÃO GOSTO NEM DE CONTOS NEM DE CENOURAS Depois de muito escutar críticas nada menos que deploráveis sobre escritores de contos e crônicas, eis uma crônica sobre contos e crônicas. A literatura se divide em vários ramos e caminhos e um deles é a estrada dos Contos e Crônicas (narrativas de enredo curto com suas devidas particularidades). Ser um contista não nos diminui e nem nos faz inaptos a escrever livros com 500 ou mais páginas. Somos contistas por opção e não por incapacidade literária ou imaginativa. Um escritor - contista que é minha inspiração - Stephen Edwin King - escreve livros com mais de 800 páginas e ao mesmo tempo escreve contos de 4 páginas. Poder perambular por esses dois extremos nos faz escritores amplos, criativos, múltiplos e JAMAIS nos faz menores. Sinto que a grande parte dos “novos” leitores nunca leu um con-
to ou nunca gostou de conto (como a criança que não come cenoura porque não gosta, mas nunca provou), mas se qualquer leitor parar e analisar a história da literatura brasileira e mundial verá que ela é feita de grandes escritores - contistas. Ne verdade esse termo “contista”, somente e exclusivo, raramente existe, pois um escritor que escreve contos, escreve tudo, mas conheço escritores que se sentem incapazes de formar um enredo interessante em cinco páginas. Para um escritor não existe espaço, não existem limites, existem ideias. O que manda no quesito “livro impactante” é a imaginação e a criatividade, o poder das palavras e do enlace do enredo e não a quantidade de páginas de um livro e muito menos, JAMAIS, a capa dele. Mas eu falo isso para leitores, e não para crianças seguidoras de modinha literária.. Vamos ampliar nossos horizontes???
Deixo então aqui alguns grandes contistas e-ou cronistas memoráveis, não me aprofundei mais porque alguns são bem mais clássicos e nem sempre “badalados midiaticamente”, logo poderiam parecer 100% desconhecidos, quando na verdade são ícones da literatura mundial: Luis Fernando Veríssimo, Gabriel García Márquez, Martha Medeiros, Monteiro Lobato Carlos Drummond de Andrade, Edgar Allan Poe, Rubens Fonseca, Shakespeare, Guimarães Rosa, Irmãos Grimm Curiosidade:
1. O Prêmio Nobel de Literatura 2013 foi dado a Alice Munro, UMA EXTRAORDINÁRIA CONTISTA. 2. Você sabia que os “contos de fada” dos quais surgiu boa parte da literatura fantástica são “CONTOS”??? Agora se mesmo assim você ainda não “gosta” de contos e crônicas, ou torce seu lindo nariz para eles, acredito que você não gosta de ler ou pelo menos ainda não conhece a verdadeira literatura.... Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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Entrevista Escritor Maurício Gohmes
Mauricio Gohmes é pedagogo (professor de sociologia/filosofia), gestor cultural e palestrante. Já publicou sete livros. Em 1998, lançou seu primeiro livro, “Os Cadernos de Jacinto”, e de lá pra cá estabeleceu intervalos curtos entre uma publicação e outra. É verbete do Dicionário de Autores Baianos. “Airam e o Herdeiro de Lúcifer” constitui para o autor um texto que reúne questionamentos e reflexões sobre aspectos relevantes da vida cotidiana, pensados sem nenhum constrangimento religioso. Esta é uma obra que convida o leitor à reflexão e a uma tomada de decisões quanto ao seu posicionamento no seio de uma sociedade martirizada pelo império de uma falsa liberdade de expressão e subjugada pela tirania da religiosidade. O livro une emoção, perseverança e reflexão que ajudarão o leitor a se reencontrar consigo próprio e com Todo, o autor do universo, o Deus criador. “Peço que experimentem a leitura de “AIRAM E O HERDEIRO DE LÚCIFER”. Tenho certeza de que algo muito bom este texto irá te proporcionar. Sou muito grato à revista Divulga Escritor por abrir espaço para a divulgação de novos autores. Acredito muito em seu trabalho. E para concluir: “seu destino é você quem faz”. Um forte abraço a todos.” Boa Leitura!
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Maurício Gohmes é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, hoje você tem livros publicados de diferentes temas: contos, poesias, romances (ficção), biografias e históricos. Como foram surgindo estes diferentes gostos literários? Mauricio Gohmes - Isso é fruto de uma leitura variada. Desde criança sou viciado em leitura. Li desde as revistas em quadrinhos (gibis) aos bolsilivros, aqueles com histórias do Far West americano. Como sempre fui apaixonado por história, e, principalmente pela história da minha cidade, escrevi dois livros históricos, sendo um biográfico sobre um dos grandes nomes da administração municipal. Os contos e a poesia foram meus primeiRevista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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ros trabalhos, além de “passear” pela literatura regional, escrevendo cordéis. Acho que o escritor deve ser versátil e escrever para públicos variados, daí o surgimento espontâneo de diferentes temas. De que forma você apresenta a cidade de Itapetinga em sua obra literária “Itapetinga, quero te conhecer”? Mauricio Gohmes - Falo da minha cidade desde o seu desbravamento, apresentando inclusive os índios que habitavam a nossa região. Abordo aspectos relevantes de sua luta pela emancipação e falo de todas as gestões administrativas, além de abordar sobre a cultura, o esporte e lazer, a educação, a economia, os aspectos geográficos, populacionais etc. Tenho o prazer em saber que meu livro é um dos mais utilizados pelas escolas do Município para a pesquisa histórica da cidade. Conte-nos qual o livro que demorou mais tempo para ser escrito e publicado? Que temas você aborda neste livro? Mauricio Gohmes - Sem dúvidas, é o livro que estarei lançando em agosto, na 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, pela editora Garcia Edizione. “AIRAM E O HERDEIRO DE LÚCIFER” é o nome do livro e teve um período em que o texto ficou estacionado, pois sei da grande responsabilidade que é abordar um tema que pode abrir precedentes para a polêmica. Contudo, posso adiantar que o texto traz uma mensagem extremamente positiva e ajudará o leitor em situações cruciais para o exercício de sua fé, sem nenhum apego reli50
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gioso. O tema em questão é a realidade da ligação de todo ser com o Criador do Universo. A centralidade do tema consiste na afirmação de que vivemos em um mundo de infinitas possibilidades, pois tudo nos é possível, desde que estejamos ligados ao Todo, e isso independe de dogmas. Paradoxalmente, para estarmos ligados a Deus, devemos nos desligar de velhos paradigmas que nos aprisionam. Qual o livro que demorou menos tempo para ser escrito e publicado? O que o motivou a escrever de forma mais intensa que os demais livros escritos? Mauricio Gohmes - Foi o livro “Sete Contos e Um Bocado de Poesias”. Eu já tinha um enorme acervo de poemas, inclusive em publicações em um jornal local, e os contos foram escritos a partir de situações vivenciadas por mim ou de histórias que ouvia contar em minha infância. Unir contos e poesias foi só uma questão de organização, daí o livro ficou pronto
e teve excelente aceitação. Em que momento você pensou em escrever o livro “Airam e o herdeiro de Lúcifer”? Mauricio Gohmes - Foi a partir de um sonho. Sonhei com parte da história. Nos sonhos eu me via sentando em uma mesa da cozinha de minha casa e, ao contrário do que habitualmente faço, escrevia manualmente a história. Quando acordava me lembrava integralmente do que escrevia no sonho e, ia ao computador e digitava. Mas como disse, o texto ficou “estacionado” por algum tempo. Já não sonhava escrevendo, até que encontrei, não casualmente, na internet, algumas coisas que “batiam” com o que estava sonhando e daí em diante me veio a inspiração para concluir o trabalho, agora sem sonhar com o enredo. Escrever este livro foi uma experiência muito boa. É por isso que acredito irremediavelmente nesse trabalho e tenho certeza de que ele atingirá números inimagináveis de leito-
res. E, o que é melhor, ajudará a quem usufruir dele. Como foi a construção do enredo desta obra? Mauricio Gohmes - Como disse anteriormente, uma parte foi trabalhada pelo subconsciente, pois sonhava com o texto enquanto dormia. A conclusão veio a partir de experimentar assuntos relacionados e organizar o texto de acordo com aquilo que acredito e que tenho a certeza de poder ajudar a quem lê. Acredito piamente de que, se o que for escrito não tiver o objetivo de ajudar quem lê a se melhorar como ser humano, o trabalho não terá nenhum valor, nenhum sentido. Você estará lançando este livro na Bienal Internacional do livro de São Paulo, pela Editora Garcia Edizione, podes nos adiantar o dia e o horário do lançamento? Mauricio Gohmes - A Editora em questão é um instrumento que me foi dado para a projeção deste trabalho. Como não acredito no “acaso”, mas em um universo de infinitas possibilidades, sei que “todas as coisas concorrem para o bem dos que amam a Deus”. Então, não foi por acaso que encontrei essa Editora. Fui muito bem recepcionado por ela e faremos sucesso juntos. O lançamento do meu livro será no dia 28 de agosto, das 20:00h às 22:00h. Onde podemos comprar os seus livros? Mauricio Gohmes - Inicialmente, no stand da Editora, na 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Posteriormente, pelo site
da Editora; nas livrarias Cultura e Saraiva e diretamente com este autor, solicitando-o pelo E-mail: mauriciogohmes@yahoo.com.br. Vamos conhecer um pouco sobre o Palestrante Maurício Gohmes, conte-nos que temas você aborda em suas palestras? Mauricio Gohmes - Leciono Sociologia e Filosofia para alunos do ensino médio, o que considero uma experiência muito boa, observar como se comporta o jovem em relação às questões que envolvem a vida em sociedade e seus comportamentos, afinal, são eles o futuro do nosso País. A experiência com vários temas literários e a vivência pessoal me permitiram construir palestras sobre questões que dizem respeito à vida em coletividade, uma vez que todos somos um. Essa coisa de indivíduo, com RG e CPF faz parte desse sistema ao qual estamos presos, mas para o universo de infinitas possibilidades somos todos um, ligados ao Todo, ou seja, Deus. Então, palestro sobre o homem, sua vida social, sua fé, suas ambições, sua relação com seu semelhante e com seu criador. Tudo isso, sem nenhum nervosismo religioso. Quem desejar contratá-lo como deve proceder? Mauricio Gohmes - Pode fazê-lo através do E-mail: mauriciogohmes@yahoo.com.br ou pelo E-mail: maximize.maximize@ yahoo.com.br, além dos fones: 77 8119-7285; 77 9968-9967; 77 9128-6200. Como você vê o mercado literário brasileiro?
Mauricio Gohmes - Apesar do avanço dos aparatos tecnológicos e das peculiaridades da rede mundial de computadores, vejo que ler o livro impresso continua sendo algo prazeroso. Me emociono quando chego em uma livraria de um shoping, em pleno domingo, e a vejo cheia de pessoas, em sua maioria jovens, adquirindo vários títulos e os colocarem em uma programação de leitura. Temos excelentes autores e muitos deles no anonimato por não encontrarem oportunidades, pois as grandes editoras procuram os “consagrados”. Mas vejo o Brasil em um ótimo momento no contexto literário. As bienais do livro atestam isso. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Maurício Gohmes, que mensagem você deixa para nossos leitores? Mauricio Gohmes - A mensagem que deixo é de otimismo. Otimismo para consigo próprio e para o convívio com seu semelhante. Peço que experimentem a leitura de “AIRAM E O HERDEIRO DE LÚCIFER”. Tenho certeza de que algo muito bom este texto irá te proporcionar. Sou muito grato à revista Divulga Escritor por abrir espaço para a divulgação de novos autores. Acredito muito em seu trabalho. E para concluir: “seu destino é você quem faz”. Um forte abraço a todos.
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PANORAMA CULTURAL Por Ana Stoppa - Advogada, Pós Graduada em Direito e Processo do Trabalho, PUC/SP, Escritora, Ambientalista, Ativista Cultural. anamstoppa@ hotmail.com
VIVER É UMA OBRA DE ARTE
Q
uanta magia reside no nascer de um novo dia! Tal qual uma folha de papel em branco, pelo dom da vida despertamos como artistas de nossa própria existência. Em cada minuto, segundo ou hora podemos desenhar nesta folha do tempo o que desejamos. Às vezes somos obrigados a fazer grosseiros rascunhos diante dos desafios. Mas, ao final do dia, quando colocamos a cabeça no travesseiro podemos fazer um balanço e ver como ficou nossa obra de arte
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reflexões necessárias para o aprimoramento espiritual. Cada dia, cada obra, cada momento simplesmente únicos. Ser artista da própria vida e se tornar capaz através do aprendizado contínuo, de pintar com as aquarelas da sabedoria todas as telas do tempo. Mas que isso, no aprimoramento diário podemos perfumá-las de encantamento, iluminá-las com o sol da bondade, banhá-las com as águas da paciência e do perdão. No esmero gradativo aprendemos a adornar as margens destas
telas únicas com traços delicados de benevolência,amor ao próximo, generosidade, humildade. Obras que como por magia ficam armazenadas nos arquivos de Deus para nos receber quando da viagem de volta com a mais linda das galerias de artes, fruto da postura cristã e do aprendizado Sejamos artistas de nosso breve existir adeptos da sutileza, da delicadeza, da gentileza e da sabedoria, da simplicidade, da compaixão, do amor ao próximo, da humildade,da paz e do aprendizado... Sempre!
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Entrevista Escritora Mylena Araújo
É uma escritora nacional de ficção/sobrenatural e fantasia. Natural de Fortaleza, nascida em 2 de setembro de 1991. Seu gosto pela leitura começou com os livros da saga Harry Potter, desde então passou a escrever fanfics inspiradas no famoso bruxinho. Publicou seu primeiro livro “O Mundo de Marguerite Sülever” em 2013, posteriormente mais dois volumes da quadrilogia Elyse Dark. Atualmente a autora dedica seu tempo a sua primeira trilogia fantástica “Valera” estreando na 23º Bienal Internacional de São Paulo com o vol. 1 - A herdeira de Ótavos, que traz aventura e ação. Como diz Peter Pan: “Pensamentos felizes te fazem voar”. Boa Leitura!
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Escritora Mylena Araújo é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. O que a motivou a ter gosto pela escrita? Mylena Araújo - Olá, o prazer é todo meu. Meu gosto pela escrita começou com a leitura dos livros da Saga Harry Potter, fiquei bastante interessada pelo mundo fantástico dos bruxinhos, e então resolvi me aventurar no mundo das fanfics, onde comecei a escrever. Você escreveu e publicou 3 livros em 2013, porém, hoje, apenas um “O Mundo de Marguerite Sülever” esta sendo comercializado, que lições você tirou desta experiência que a levou a tirar dois livros de circulação no mercado? Mylena Araújo - O Mercado literário é bem complicado quando se trata de novos escritores, a maioria das editoras não valoriza o nosso trabalho, descartando a possibilidade de avaliar os originais. Percebi que havia, de certo modo, apressado o meu trabalho, lançando três livros de uma única vez. Não foi muito legal, porque apenas um deles teve uma maior divulgação. Por esse motivo senti a necessidade de retirar os dois volumes da Saga Elyse D’ark de circulação, no futuro irei trazê-los de volta.
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Conte-nos um pouco sobre o “O Mundo de Marguerite Sülever” Mylena Araújo - Foi o primeiro livro que escrevi, meu primeiro sonho que se tornou realidade. Trata-se de um romance de época, envolvendo um drama familiar. Passa-se em uma pequena cidade da França, Lyon em 1814. Conta à história da jovem Marguerite que perde a mãe ao nascer ganhando o desprezo de seu pai, ela é uma garotinha muito meiga, mas que convive com maus-tratos ao longo dos anos. Felizmente a protagonista tem a companhia de sua fiel governanta Suellen e seus primos. O livro gira em torno da separação entre pai e filha, o final é surpreendente.
Twitter: @MylenaAraujo21 Blog: http://mylenaaraujo21.blogspot. com.br/ Site: http://myllen18.wix. com/mylenaaraujo Como você vê o mercado literário no Brasil? Mylena Araújo - A cada dia um novo e talentoso escritor surge para mostrar que nós, autores nacionais, somos capazes. Acredito que se o Mercado Literário nos desse mais oportunidades, nosso trabalho seria muito mais valorizado. Onde podemos comprar o seu livro? Mylena Araújo - O Mundo de Marguerite Sülever está à venda na Cultura, Saraiva e Amazon em formato digital e na Loja RM Edições. Também pode ser adquirido no site da Editora. http://www.selojovem.com.br/ Quais os seus principais objetivos como escritora? Mylena Araújo - Sempre estou aprendendo novas experiências nesse ramo incrível da literatura, e só tenho a ganhar mais e mais. Aprendo muito lendo novos livros, com meus amigos escritores, com os próprios leitores. Meu grande objetivo é divulgar o meu trabalho, que se torne conhecido. Conte-nos sobre o lançamento do seu novo livro “A Herdeira de Ótavos”? Mylena Araújo - Estou super animada, é a primeira vez que me aventuro no gênero fantasia. Trata-se de um livro que envolve ação, aventura e descobertas. O
primeiro volume da Trilogia Valera, contou com a ajuda de sete betas leitores, onde embarcamos ao lado de criaturas mágicas, algumas que eu mesma criei, os famosos guardiões feiticeiros, os anjos caídos, e o que não pode faltar, O Temido Vilão. É uma obra que adorei e ainda estou amando escrever... Passa-se em um Reino Lendário rodeado por Cidades e seus povos. Desde já estão todos convidados para o lançamento na Bienal Internacional de São Paulo, na stand da editora TDL, por toda a semana. De que forma divulgas o teu trabalho? Mylena Araújo - Sempre divulgo em minhas redes sociais, no meu blog e Fan Page. Também conto com a ajuda dos meus blogs parceiros. Para quem quiser saber mais a respeito das minhas obras literárias e futuros lançamentos, é só acessar os links: Fan Page:https://www.facebook. com/pages/Escritora-Mylena ra%C3%BAjo/1414555452116616
Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário brasileiro? Mylena Araújo - A mesma coisa do item acima, Mais oportunidades para os escritores, as editoras precisam investir nas obras nacionais. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Mylena Araújo, que mensagem você deixa para nossos leitores? Mylena Araújo - Primeiramente quero agradecer pelo espaço. Segundo, agradeço pela atenção dos leitores ao lerem essa entrevista. Terceiro espero conhecer todos no Lançamento do meu novo livro. E sempre acreditem em seus sonhos. Um forte abraço e até a próxima.
Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor
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Participação Especial Escritora Bernadete Bruto Contatos com a autora: bernadete.bruto@gmail.com
RECITAL QUERIDO DIÁRIO PEREGRINO: A HISTÓRIA
No lançamento do livro, entre fotografias, musicas diversas e poesias foi contada a seguinte história: Vou contar para vocês a história de alguém que saiu de casa para encontrar seu destino, saiu 56
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sozinho somente, mas encontrou pelo caminho muita gente. Essa história tem começo, mas parece não ter fim.O que dizia e sentia essa pessoa, vem em forma de poesia, mas também tem muita fotografia de um outro peregrino
e começa mais ou menos assim: querido diário peregrino No diário peregrino, as dores que a gente sente, que estão bem na nossa frente, escrevia. Dessa forma olhava para o mundo, para ver se seu destino entendia e recitava muitas poesias. Caminhando pela vida procurando uma nova direção se deparando toda hora com o que pensava ser mau e bom, sabia que devia seguir em frente, como faz muita gente, quando anda num trem. Era tanto o caminho experimentado, para frente, para trás e de lado, entrando e saindo por comunidade, procurava sua identidade. Os valores que encontrava, estranhava e perguntava o que era bem e o que era mal, se tudo aquilo era real. Olhando para a vida que havia
na cidade descobria que a natureza podia lhe ensinar a simplicidade e a beleza e que talvez para sua felicidade, que o mal não fosse real. Nesse olhar para a natureza de certa forma pedia que ela fosse seu guia e ensinasse de verdade como viver na cidade Uma das formas mais bonitas encontrada por toda parte, era ver a naturalidade das pessoas convivendo numa comunidade, cada qual com sua expressão e arte. Agora a pessoa compreendia que devia encontrar sua inteireza na natureza, mas podia encontrar a felicidade na sua cidade, que assim fosse aprendendo e sua vida refazendo. Vivendo assim, aqui e agora é uma boa hora para levar uma vida de partilha, trazer de volta a comunidade os valores de família. Que mensagem afinal quer deixar a poeta? Apenas a felicidade de viver na cidade de acordo com sua natureza e cantar junto com muita gente que também assim sente. E como esta história tem inicio e não tem fim Então vamos viver com alegria, brincar, cair na folia, todos juntos assim. (História: Bernadete Bruto e Foto: Wagner Okasaki)
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Entrevista Escritor Sandro Cuesta
Sandro Luiz Cuesta, nascido na cidade de São Paulo no dia 12 de Agosto de 1976, mas reside há 6 anos em São José dos Campos. Filho de Claudio Cuesta (in memorian) e Ivani Cuesta. Formado em Administração de Empresas com habilitação em Recursos Humanos pela Universidade Paulista, com diversos cursos de extensão voltados para a área administrativa, financeira e serviços ,atualmente como escritor, tem realizado diversas oficinas e momentos de prosa com estudantes em escolas da cidade.Chegando Perto(2012), Descobertas-Discoveries(2013) e Olhos nos Olhos(pré-lançamento em Julho/2014) são os títulos dos livros do autor. Pratica alguns esportes, como ciclismo e corrida. Gosta de passear aos finais de semana para caminhar, ler, visitar amigos, ir ao cinema ou teatro e também adora viajar. “As pessoas têm uma grande dificuldade de olhar nos olhos umas das outras, principalmente quando o assunto é sério, mas percebi que em quase todas as situações as pessoas não se olham, por isso me motivei em ter este título no livro.” Boa Leitura!
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Sandro Cuesta é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita? Sandro Cuesta - Primeiramente eu é quem devo agradecer a abertura que você e o projeto Divulga Escritor estão me concedendo para falar um pouco de literatura e porque não de poesia também. Bem, tudo começou em um momento de mudança em minha vida, pois precisei vir morar em São José dos Campos e posteriormente ficar sozinho na cidade. Sempre gostei muito de ler os letreiros de trânsito nas ruas, mas nunca livros. De um momento de reflexão em um parque da cidade veio a idéia de escrever pensamentos, mas nunRevista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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ca imaginei que seriam poesias. E daí tudo criou uma nova forma de pensar e agir e de todas as escritas, nasceu um trabalho que particularmente nem eu acreditava que sairia do papel. Em que momento você pensou em escrever e publicar um livro? Sandro Cuesta - Nunca pensei em escrever livros, mas quando apresentei os escritos para uma coordenadora de linguagens e professora (Sandra Guimarães, que hoje é minha parceira nas divulgações nas escolas da cidade) que trabalha comigo, ela me disse na hora para transformarmos tudo aquilo em um livro. Eu disse que era loucura e ela me incentivou muito neste momento à fazer o trabalho. Inclusive ela mesma foi quem revisou cada poesia junto comigo; Me orientou e indagou em algumas, apresentou sugestões e daí nasceu a grande vontade de escrever. Acredite se quiser: um ano depois ela também escreveu um livro destinado ao público infantil. Veja como é o destino das coisas. Só basta querermos. Que temas você aborda em seu livro “Chegando Perto”? Sandro Cuesta - Chegando Perto é exatamente o ideia do título: chamar o leitor para se aproximar de mim e ir além do papel. Falo da sustentabilidade do planeta, a falta de educação no trânsito, o preconceito das pessoas ao que é diverso, ao excesso de informação e a falta de perspectiva que ronda o mundo atualmente. Sigo uma linguagem concretista neste livro, que oras se torna lispectoriano, já que a minha inspiração para leitu60
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ra primeiramente foi Clarice Lispector (Livro: A hora da estrela). Achei lindo este livro e ele sempre me guia nos pensamentos de meus projetos. Quero dar esperança ao leitor de que tudo será melhor, mesmo em se tratando de uma linguagem abstrata. Como foi a construção do seu livro “Descobertas-Discoveries”? Sandro Cuesta - O Descobertas – Discoveries foi um livro pensando no retorno dos leitores de Chegando Perto. Fiz poesias e dediquei a cada pessoa que me retornou ou sugeriu mudanças na forma de escrever. Fiz uma interação literária com os leitores e construi parte deste livro com as idéias deles. Falo muito do amor neste trabalho e a classificação dele seria mais para o público adolescente e adulto. Também pensei no público estrangeiro e por isso construi poesias em inglês para prestigiar à todos, pois como trabalho em uma escola internacional, senti que poderia atender àquelas crianças de uma maneira educativa e poética. Qual a mensagem que você quer levar ao leitor através de suas obras? Sandro Cuesta - Quero que eles cresçam em sabedoria e que se motivem também à escreverem pequenos textos, que futuramente poderão se tornar grandes livros, porque não. Muito amor no coração, sensibilidade, esperança, afeto, equipe, união, espiritualidade entre outros adjetivos importantes para a nossa vida. Sandro, soube que esta vindo um novo livro, podes nos con-
tar um pouco sobre sua nova obra literária? Sandro Cuesta - Sim. Está chegando mais um trabalho e estou muito feliz. Desta vez, consegui apresentar à uma editora de Guaratinguetá que me deu um retorno muito positivo, gostou do trabalho e irá publicar. Fiquei sem palavras quando o editor me retornou a ligação para dizer isso. Em Olhos nos Olhos, título do livro, vou trabalhar com o leitor três formas de olhar: Olhares nos olhares, olhares da alma e olhares nonsenses. As pessoas têm uma grande dificuldade de olhar nos olhos umas das outras, principalmente quando o assunto é sério, mas percebi que em quase todas as situações as pessoas não se olham, por isso me motivei em ter este título no livro. Quando o leitor ler minhas poesias, sentirá que eu estou na frente
livros para trabalhar nas salas de aula com as crianças. Minha meta neste ano é disseminar a literatura e a poesia em todas as escolas que eu puder entrar, pois futuramente os próprios alunos farão as suas produções e se tornarão independentes para a realização até das oficinas que eu ofereço. Quem desejar como deve fazer para levar o projeto para sua Instituição de Ensino? Sandro Cuesta - A instituição interessada deve apenas enviar um e-mail para: cuestacuba@ hotmail.com site www.chegandoperto.blogspot.com.br Tel: (12): 99221.9066 Depois do primeiro contato eu marco para enviar ou ir pessoalmente na escola apresentar o projeto e as condições. dele, de olhos fixos nele e falando diretamente à ele sobre os temos que abordo nas páginas do livro. Aguardem… Conte-nos sobre o seu projeto nas Escolas, qual o objetivo, público-alvo? Sandro Cuesta - Bem, me juntei com dois professores, sendo um deles artista plástico e montamos um projeto para divulgar nas escolas da cidade. Eu entro com as oficinas de poesias, flores, papel reciclado para fazer cartões poéticos, fotopoemas e sarau poético intitulado descobertas. Tenho realizado alguns trabalhos em escolas desde o segundo semestre de 2013 e neste ano de 2014 não está diferente: Fechei com uma escola da cidade a realização de todas as oficinas elencadas acima em troca da mesma adotar um número de
Como você vê o mercado literário no Brasil? Sandro Cuesta - Vejo ainda muitos desafios no mercado literário no Brasil. As crianças brasileiras ainda leem pouco e como os estudantes atualmente estão ligados muito nas tecnologias do momento, acabam deixando de lado um pouco o livro físico. Esta tendência tecnológica já era esperada, mas nunca devemos abrir mão de um livro de papel. Lembro-me de uma entrevista em que o cantor Zeca Baleiro disse que sempre leva seus filhos à uma livraria para escolherem um livro, todos os meses, sem proibí-los de lerem pelos IPAD’s e Tablets e isso deveria ser uma regra para todos. O governo investe muito pouco na cultura e isso implica diretamente no mercado literário, mas não vou polemizar isto aqui, pois não cabe so-
mente à mim, mais há mais de 200 milhões de brasileiras, certo?kkk. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário brasileiro? Sandro Cuesta - Um incentivo maior nas escolas públicas em relação à literatura. Existem tantos dias para celebrar com os alunos e com a comunidade escolar: Dia do livro, da poesia, do escritor, do leitor, etc. Precisamos criar este clima nas escolas e repartições que lidam com as crianças, para que elas se desenvolvam cada vez mais. Vejo tantos erros nas redes sociais e isto é nada mais do que falta de leitura de bons livros. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Sandro Cuesta, que mensagem você deixa para nossos leitores? Sandro Cuesta - Agradeço a oportunidade de partilhar um pouco da minha caminhada literária, que apenas começa. Gostaria antecipadamente de agradecer algumas pessoas que estão fazendo parte deste sucesso: Deus, minha família, Sandra Araújo, Quinho Miranda, Cyntia Consiglio, Aldo Simões e Mirian Menezes. Deixo para os leitores a seguinte mensagem: Procurem sempre chegarem perto das descobertas, mas com olhos nos olhos, sempre. Não tenham medo de arriscar. Adicionei o título dos meus três filhos nesta frase final. Até mais e viva a poesia. Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor
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NA BOCA DO POVO Por Ruby Redstone - Escritor e jornalista graduado com honras pela conceituada California State University (Universidade Estadual da Califórnia), com especialidade em Comunicação Intercultural e língua Inglesa. rubyredstone1@hotmail.com
“A BATINA NÃO FAZ O MONGE, NEM O TERNO O PASTOR.” Original: “A batina não faz o monge...” Seria correto julgar uma pessoa pela aparência exterior? – Certamente que não! Tal procedimento seria o mesmo que ‘julgar o livro pela capa’. Ainda que a roupa ou o ‘invólucro’ possa dar muitas dicas a respeito do conteúdo, seria muito precipitado tirar qualquer conclusão sobre o caráter de uma pessoa por uma análise tão superficial. Existe um ditado inglês que critica o perigo em julgar apressadamente qualquer situação e muito menos pessoas. “The only exercise of many is to jump into conclusion” [O único exercício de muitos é saltar (precipitadamente) no julgamento]. A pessoa vocacionada para o bem, ou seja, cheia de virtudes admiráveis, não se apressará em tirar conclusões a respeito de alguma coisa e especialmente sobre alguém; olhará a todos com bons olhos procurando virtudes ainda que num maltrapilho ou alguém sem qualquer formosura e atrativo físico. Lembremos que é o monge quem faz [valoriza] a batina, e o pastor o terno.
“A APARÊNCIA É ENGANOSA E ENRUGA COM OS ANOS.” Original: “Enganosa é a aparência e vã a formosura...” Um sábio da antiguidade ilustrou a formosura como a camada de orvalho matinal sobre as folhas: fina e frágil! Basta poucos minutos de sol para dissipá-la completamente. Outro [sábio] mais contemporâneo declarou com sabedoria e substância que a “beleza tem a espessura da pele”. Você já imaginou deparar-se com uma miss universo completamente ‘despelada’? Tente imaginar essa criatura cheia de dotes físicos, porém, sem a camada de pele para cobrir sua carne e músculos. Seria o quadro mais horripilante imaginável, extraída de um filme de horror! – Não só causaria náuseas, mas igualmente pânico sobre os expectadores. Aos vaidosos, gostaria simplesmente de lembrá-los de que por mais sedosa que seja sua ‘cobertura’, um dia ela irá minguar-se, enrugando-se com os anos. [Provérbio extraído do livro: “PROVESSAS: Provérbios Populares às Avessas...”
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Entrevista Escritor Tarciso Filgueiras
Nasci em Goiânia, estado de Goiás, em 1950. Formei-me em Agronomia, depois fiz cursos de pós-graduação em Botânica. Trabalhei durante muitos anos em Brasília, na área de pesquisa e ensino. Depois de aposentado, comecei a escrever ficção. Meu interesse maior, ao escrever ficção, é resgatar a língua, os costumes, a culinária e os valores culturais do interior do Estado de Goiás. “Leiam. Dêem uma oportunidade para os autores ficcionais brasileiros. Valorizem nossa língua, lendo autores nacionais. Nada contra autores estrangeiros, mas, em geral, eles passaram pelo filtro do tradutor e, frequentemente, perdem muita coisa. Boa Leitura!
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Tarciso Filgueiras é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que o motivou a ter gosto por textos de ficção? Tarciso Filgueiras - Durante minha vida profissional, eu sempre escrevi textos científicos. O texto científico é bastante diferente do literário, nele as regras são rígidas e devem ser seguidas integralmente. O texto literário, a ficção, ao contrário, significa liberdade de criação. Que temas você aborda em seu livro “Tempo de Tarumã”? Tarciso Filgueiras - Abordo a vida de um jovem do interior do Estado de Goiás que, depois de cometer um crime, tenta reconstruir sua vida. A história de passa entre os anos de 1930-1950. Como foi a escolha do titulo para o seu livro “O roseiral de Henriqueta”? Conte-nos um pouco sobre esta obra. Tarciso Filgueiras - Este é meu primeiro livro de contos. O título do livro coincide com o título de um dos contos, o último dos doze. A escolha do titulo foi sugestão da minha editora, Lucia Koury. Eu havia proposto outro , ela su-
geriu este, eu gostei e ficou! São doze histórias curtas, envolvendo, na maioria dos casos, personagens goianas, no cenário rural ou suburbano. Gosto de retratar a vida no campo, suas dificuldades, mas também sua beleza, originalidade e frescor. Já tens data para o lançamento do livro “O roseiral de Henriqueta”? Tarciso Filgueiras - Sim, primeira quinzena de agosto/14. Como foi a construção do seu livro “Ensaio sobre Jesus: Revelando o homem”? Tarciso Filgueiras - Ah, este deu trabalho. Durante, mais ou menos, uns dez anos, eu estudei o assunto, até então sem a mínima intenção
nhecimentos sobre as plantas brasileiras, sua morfologia, anatomia, taxonomia, filogenia, nomenclatura, ecologia, etc. Como você vê o mercado literário brasileiro? Tarciso Filgueiras - Extremamente limitado. As grandes editoras só querem publicar autores estrangeiros consagrados, pelos quais pagam uma ninharia (pelos direitos autorais e tradução) e conseguem lucro certo. Romances de autores brasileiros? Esqueça. Ninguém quer publicar. Não dá lucro, portanto, não interessa.
de escrever um livro. Eu queria, eu precisava entender esta história sob o ponto de vista científico, já que o ponto de vista religioso, teológico, todo mundo conhece. Meu processo de leitura foi muito organizado, eu anotava tudo, resumo, referências, etc. No final, eu fiquei com vários cadernos de preciosas anotações. Quando resolvei escrever o livro, foi só uma questão de ordenar o material, checar novamente as fontes e ir “montando” os capítulos. Que tipos de textos você apresenta em seu livro “Botânica para quem gosta de plantas”? Tarciso Filgueiras - Eu tentei apresentar as ciências botânicas para uma pessoa que não é da área biológica, ou seja, donas de casa, enfermeiros, comerciantes, astrônomos, matemáticos, etc. Por isto, a linguagem é simples, decodificada. Em geral, botânica é confun-
dida com floricultura, horticultura ou agronomia. Não é. É uma ciência básica, isto é, sem aplicação direta, o estudo das plantas em si mesmas. Porém, sem o conhecimento botânico, não se faz ciência na área da biologia vegetal. Seria como querer ser engenheiro sem entender de cálculo. Escritor Tarciso, onde podemos comprar os seus livros? Tarciso Filgueiras - Há várias maneiras: nas lojas da rede Livraria Cultura, na Livraria Travessa, no site da editora (www.outrasletras. com.br) ou contatando diretamente o autor (tfilg@uol.com.br). Quais os seus principais objetivos como escritor? Tarciso Filgueiras - Como escritor de ficção, contar uma boa história, que surpreenda, divirta e instrua o leitor. Como escritor científico, comunicar novos co-
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Tarciso Filgueiras, que mensagem você deixa para nossos leitores? Tarciso Filgueiras - Leiam. Dêem uma oportunidade para os autores ficcionais brasileiros. Valorizem nossa língua, lendo autores nacionais. Nada contra autores estrangeiros, mas, em geral, eles passaram pelo filtro do tradutor e, frequentemente, perdem muita coisa. Obrigado!
Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor
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Participação Especial Escritora Cassiane Santos
UM GRITO PELA LIBERDADE
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u era muito jovem quando me casei, sempre sonhava com um belo casamento e cheguei a realizar o sonho de me casar na igreja como manda o figurino, quando conheci Mateus logo me apaixonei de cara , ele era muito bonito e engraçado, eu pensei esse é para casar, namoramos durante dois anos e em seguida ficamos noivos e começamos os preparativos para o casamento sabe como é cada um tinha a sua tarefa, depois de economizar finalmente estava com meu pai no altar tive o casamento dos sonhos, casamos e tudo era um mar de rosa, mais no mar existe também tempestade e ate tsunami, um dia Mateus
estava demorando a chegar em casa, quando ligava para ele estava sempre dando caixa postal, 2 horas depois ele chega em casa totalmente embriagado eu fiquei furiosa, pergunto a ele o porquê da demora, e ele na maior grosseria diz que estava com os amigos, fui para o quarto muito chateada com ele, não demorou muito ele veio atrás de mim dizendo que queria ter relação comigo, fiquei furiosa da vida e recusei disse que não teria nada com um homem bêbado, ele ficou furioso pegou pelo meu braço fortemente e puxou meu cabelo falando coisas horríveis e disse que eu tinha que fazer o que ele queria, então ele me bateu, achei que morreria no dia seguinte ele
falou comigo como se nada tivesse acontecido, meu casamento foi um fracasso e cenas como essas aconteceram varias e varias vezes , minhas amigas diziam que era para eu denunciar e foi o que fiz , decidi não ficar quieta diante de tanta violência, aprendi que primeiro tenho que me amar para depois amar os outros se eu não tenho respeito comigo, ninguém vai me respeitar, eu o amava mais não podia continuar aguentando todas aquelas humilhações ele tinha que aprender a lição denunciei e não me arrependo, quando ele me batia eu sempre me lembrava de minha mãe que apanhava do meu pai, quantas e quantas vezes eu via meu pai batendo na minha Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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mãe por isso eu não podia ficar calada, existem situações que há ate morte, e eu amo viver. História como essa tem se repetido constantemente, a cada 1 minuto uma mulher é agredida, e em alguns casos além de serem espancadas são estupradas pelos seus maridos, mais infelizmente existem mulheres que se calam e não denunciam seus agressores para se ter uma ideia o Afeganistão é um dos países com maior índice de violência contra a mulher recentemente o Brasil esta em sétimo lugar, como país que mais tem violência domestica, ouve um caso em que o marido jogou ácido
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na esposa por causa de ciúme, fora que existem países em que bater numa mulher é considerado normal, e para a nossa tristeza a justiça dá passe livre para os homens cometerem tal atrocidade, por isso é importante você mulher que talvez seja uma vitima denunciar, não tenha medo vá ate a uma delegacia mais próxima de sua casa e faça o boletim de ocorrência, não devemos ficar caladas esse é o nosso direito, para isso existe a lei Maria da penha, certa vez estava eu e minhas amigas numa praça de alimentação quando chegou o noivo de uma amiga nossa ele era muito ciumento e não podia vê a
nossa amiga conversando com algum homem que ele ficava agressivo, foi quando ele a chamou para ir embora e ela foi chegando ao estacionamento ele bateu nela ate que seu rosto e olhos ficassem machucados, no dia seguinte ela foi à delegacia e denunciou ele, dois dias depois ela retirou a queixa, ficamos decepcionadas com ela e para piorar ela voltou para ele, uma mulher não é saco de pancada de homem, se você mulher quer mudar a sua situação então lute pelos seus direito e denuncie TELEFONE É 180. UM GRITO PELA SUA LIBERDADE
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Entrevista Escritor José Lopes da Nave José Arménio Lopes da Nave, natural da Guarda, Portugal, licenciado em Ciências Sociais e Políticas. Viúvo com três filhos e sete netos, dos quais cinco são raparigas. Frequentei o Liceu da Guarda e, tive a felicidade em ter magníficos professores de Português. Devido aos curricula, muito cedo comecei a ler os autores clássicos portugueses, para além daqueles que a biblioteca liceal dispunha. Recordo que o primeiro livro que li, aos 11 anos, (para além de, anteriormente, os infantis) foi de Júlio Verne: Um Herói de 15 anos. A biblioteca municipal era também uma preciosa fonte de leitura. Profissionalmente, exerci a minha atividade no Departamento Central de Planeamento, tendo tido a meu cargo os sectores da Segurança Social, Educação e Saúde. Neste caso, exerci funções de direcção na Região Autónoma dos Açores e Administração Regional de Saúde de Lisboa. “Desde muito cedo, a apreciava em casa, dita por um tio que coabitava em casa de meus pais e muito me influenciou. De tal modo que alguns poemas, ainda retenho na memória.” Boa Leitura!
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Poeta José Lopes da Nave é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita? Nave - Antes de mais, quero agradecer a oportunidade que o projeto me oferece e louvar a Shirley pelo empenho com que abraça e manifesta na difusão de autores. O meu gosto pela escrita (diga-se foi a contragosto), pois logo aos treze anos, o professor de português exigia aos alunos a redacção do Diário. Tal circunstância, para fugir à descrição das rotinas quotidianas, obrigava a atenta observação dos ambientes e a muita imaginação. De facto, este embrião ficou marcado em mim. Este gosto pela leitura foi crescendo, acompanhando o tempo. Na juventude, tentei os primeiros poemas, dos quais a grande maioria se perdeu. Todavia, as exigências da atividade profissional obrigaram a pôr de parte o prazer por este tipo de escrita, até há cerca de alguns anos. Que temas aborda em seus textos literários? Nave - O ler as cartas de Vincent Van Gogh e do o irmão Theo, lembrei-me de registrar também a correspondência com minha mulher (que ela guardou), desde o tempo em que nos conhecemos, noivado e ausências, quando me deslocava em serviço, a que intitulei O Amor
em Carta. Posteriormente, a fim de deixar testemunho aos filhos e netos, redigi um segundo texto O Nosso Tempo, descrevendo a nossa vivência, ao longo dos anos, nomeadamente a profissional. Tenho em mãos um terceiro texto, A Saudade do Presente, motivado pela leitura do livro de Carlos Ruíz Zafon, Marina, que refere “a recordação desses momentos acompanha-nos para sempre e transforma-se num país da memória”. Presentemente, o facto de ser membro de alguns Grupos do Facebook, reconduziu-me à poesia, conjuntura que havia interrompido desde a juventude. Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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Que a poesia representa para você? Nave - Antes de mais, o deleite em a ler, discuti-la ao tempo, entre amigos e em ouvi-la dizer. Desde muito cedo, a apreciava em casa, dita por um tio que coabitava em casa de meus pais e muito me influenciou. De tal modo que alguns poemas, ainda retenho na memória. Simultaneamente, vejo a poesia como expressão de sentires reais ou imaginários, sempre a reflectir estados de alma. Considero-a uma libertação de anseios. Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através do seu texto? Nave - Seria estultícia da minha parte querer transmitir uma mensagem, perante a plêiade de escritores consagrados e já publicados no Divulga. Sinto apenas a gratificação da escrita e a alegria que me traz. Paralelamente, é um desafio a que me proponho, tentando progressivamente melhorar. E, publicar em livro, é na verdade um anseio. O futuro o dirá. Esperemos? Pensas publicar um livro? Nave - Como referi, tenho dois livros de edição circunscrita, todavia não tenho excluída essa hipótese, relativamente ao terceiro texto que referi. Quais os seus principais hobbies? Nave - Reconheço que ultimamente, tenho permanecido demasiado tempo em casa. Daí que a dedicação a Grupos do Facebook de que sou Administrador e me preenche, praticamente, o tempo. Todavia não dispenso a música, 72
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quer seja dita ligeira ou clássica, bem como a leitura. Os convívios familiares e de amigos, sempre constituíram um prazer, além de referir o cinema, o bom cinema. Cozinhar, revelou-se uma surpresa! Eu que não conseguia estrelar um ovo, resolvi comprar um livro de receitas experimentar. E, saía-me bem. Que escritores são a sua preferência literária? Por que eles se tornaram uma referência para você? Nave - Difícil responder a esta questão. A preferência foi evoluindo ao longo do tempo e, quase todos deixaram marcas. Por exemplo, li Servidão Humana de Somerset Maugham e O Homem que Ri de Victor Hugo, muito jovem e deixaram-me confundido. Sem ignorar os clássicos portugueses e estrangeiros, O Sentido da Alma de Thomas Moore, Aldous Huxley, Milan Kundera, Mircea Eliade, Roger Graudy são autores que vou relendo, porquanto sinto certa afinidade com o conteúdo dos textos. No domínio da poesia, o mesmo sucede com Florbela Espanca, Fernando Pessoa e Antero de Quental, entre mais. De que forma você divulga o seu trabalho literário? Nave - Diria que foi um mero acaso. Aderi ao Facebook, em meados de 2012 e comecei a publicar no meu perfil. Quase de imediato, convidaram-me para um Grupo, onde continuei a divulgar alguns poemas, todavia apenas durante um curto espaço de tempo. Mais tarde, em Outubro (?) de 2012,
fui igualmente convidado para o Grupo Jardim de Poesia e seguidamente para o Solar de Poetas e Sorrisos Nossos, nos quais fui designado como Administrador, ao mesmo tempo em que procurava aperfeiçoar, progressivamente, a escrita. Tem sido uma aprendizagem. Como vê o mercado literário em Portugal? Nave - Ponderando o rendimento das famílias, a partir do século actual, o custo dos livros é relativa e consideravelmente muito mais elevado. Assiste-se, diria, ao fenómeno da venda em pacote, promovida por alguns grupos, com um comportamento agressivo. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projecto Divulga Escritor, muito bom conhecer o Escritor/Poeta José Lopes da Nave, que mensagem você deixa para os nossos leitores? Nave - Que poderei dizer? Aos autores consagrados que se lêem nos diversos Grupos, desejo que continuem a publicar, pois torna-se num deleite a sua leitura e uma fonte de aprendizagem, constante. A todos que sintam gosto pela escrita, simplesmente não desistam e, assumam essa decisão quase como uma aventura. Os resultados far-se-ão sentir.
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SOLAR DE POETAS Por José Sepúlveda
A BIBLIOTECA
Q
uando abria aquela porta, invariavelmente, deparava com aquele armário, bem mais alto que eu, com uma série de prateleiras cheias de livros até aos cucurutos. Tinha duas portas envidraçadas a toda a sua altura. Ee entrava na sala, aproximava‐ me e olhava. Com os meus sete anos, entrei no ensino primário. Comecei então a aprender a ler e a escrever. Fui juntando vogais e consoantes, uma a uma, lentamente. Então, já me aproximava daquelas portas cor outro ar e tentava juntar as palavras das lçombadas de cada livro, letra por letra: J...u...l...i...o... d...i...n...i...s... Olha, outro júlio... v...e...r...n...e... Nome estranho!...
l…u…i…s… d…e… c…a…m…õ…e…s… Pela noitinha, o meu pai chegava a casa cansado da sua oficina de alfaiataria. As vezes, sentava-se na cadeira da sala de jantar, pegava‐me ao colo e lia para mim... Um trecho de um romance..., como se fora uma história de embalar.... Eu olhava, correspondia aos ao seu terno olhar, e pensava com os meus botões: o que me quereria transmitir. Os dias passavam, mas aquele ritual mantinha-se. Entrava, parava frente do armário, tocava nos vidros… Depois, então, seguia para as minhas brincadeiras, no terraço que existia nas traseiras daquele modesto bairro, onde a criançada dava aso à sua fértil
imaginação. Momentos inesquecíveis. Um dia apareceu na aldeia um furgão citroen, cinzento escuro, e parou a poucos metros da casa. Com curiosidade, as pessoas foram‐se aproximando. Na parte lateral da viatura, podíamos ler: Biblioteca Itinerante Calouste Gulbenkian. Uma carrinha que calcorreava aldeia após aldeia na tentativa de proporcionar às pessoas a possibilidade de um acesso a alguns livros e incentivar o gosto pela leitura ‐ cultura popular. Era o primeiro contacto real com os livros. O Pequeno Príncipe, O Gato das Botas, A Bela Adormecida... He, espera!!! Essa eu já conheço! A Esperança já me contou! ... Esperança era a minha tia que foi criada como nossa irmã. Poucos mais anos tinha que eu. Ei-la recolhida pelo velho Armando e a desempenhar o papel de ama na ausência da Geninha, a minha mãe, que se esfalfava a trabalhar para ganhar o pão de cada dia. Tempos difíceis! Foi nesta Biblioteca que tive o meu batismo de leitura. Quando requisitava um livro e o levava para casa, sentia ter um tesouro meu, só meu, que religiosamente lia e guardava com carinho até ao regresso do grande furgão cinzento, para poder penetrar em novas aventuras. Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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Um dia descobri a chave do armário. Foi o acesso secreto aos livros. E fui desbravando um após outro… Camilo, Junqueiro, Ferreira de Castro, Campos Junior – ah, aquele livro, Pedras que Falam. Um navegar pela história através da narração de visitas de estudo a algumas igrejas e monumentos... Um génio, aquele professor criado pelo grande génio das palavras. Pegava aleatoriamente num, noutro livro, e lia com avidez: Lá vai a nau catrineta/ que tem muito que contar... Pela estrada plana/toc toc toc... Acima, acima gajeiro/ acima só mastro real/ vê se enxergas Espanha/areias de Portugal. E o gosto pela poesia ia nascendo no meu pequenino coração de criança... O tempo passa, caramba! De repente, cheguei à Póvoa. A cena repetia‐se. Entrava em casa ‐ agora, uma casa imensa… E na sala, inca-
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riàvelmente, o mesmo armário... os mesmos livros carinhosamente encadernados ‐ a Faculdade de Letras onde o pai adquirira a sua Formatura. Agora já tinha livre acesso aos livros. Campos Júnior, Alexandre Dumas, Ferreira de Castro, Bocage, Nobre, Antero, sei lá… tantos. Deleitava-me a ler as Crónicas da I Grande Guerra, editada em fascículos, profusamente ilustrada e carinhosamente encadernada em quatro grandes volumes. Descoberta a descoberta, ia criando o meu próprio mundo. Foram assim nascendo, timidamente, os primeiros textos. Tentativas de imitação das coisas que ia descobrindo no decorrer das aulas de português no ensino secundário. As quadras, as redondilhas, os acrósticos, os floreados poéticos tão comuns na idade média, os poemas com mote, enfim, um mundo que se abria à imaginação. Com Camões descobri a arte do soneto..., suscitou‐me interesse e entusiasmo. Mas era ainda cedo.... Pobre /criança/minhota /pobre dor/ que vive / na esperança/ remota/ duma vida / em flor...Depois, o fervor de ir mais longe... Regresso aos livros de Antero, de Nobre, de Bocage que ali permaneciam silenciosos, no mesmo armário, agora, meu confidente. E apaixonei‐me pelo soneto.
Os tempos corriam, as exigências aumentavam. Surge o primeiro ensaio poético ‐ Musa Perdida. Tão tosco, tão imperfeito. Versos tênues, relatos de vida, segredos ocultos... Jovem metido muito dentro de mim. O velho armário era o refúgio que encontrava para matar muito do tempo que me devorava nos momentos de maior solidão. O tempo voou. Cresci, abri asas... Na casa do velho armando ficara o velho Armário – um Armário Armando Armadilhas. Cheio de livros... No meu lar fui criando os meus próprios Armários, Armadilhas…, a minha Biblioteca... Um dia voltei à velha casa da Póvoa... O Armário tinha desaparecido. Os livros foram encaixotados numas prateiras improvisadas no quarto da frente, encrostadas numa porta forjada. Não sei porquê, fui encontra‐la mais tarde tapada com uma parede falsa de madeira, selada dos dois lados, com os livros empacotados no seu interior, sem qualquer acesso.... para sempre...para sempre, para a posteridade. Com eles, muitos escritos, insípidos, talvez, mas escritos com muita dedicação e carinho. Voltei triste. Assim nascem e morrem as lendas. A Biblioteca da minha infância e juventude morreu… Eu também… um pouco!
Escritor Alvaro Giesta
Alvaro Giesta (Vila Nova de Foz Côa, 1950), pseudónimo de Fernando António Almeida Reis. Viveu em Angola entre duas guerras - a colonial e a civil - entre 61 e 75. Aos 16 anos aluno do Liceu Norton de Matos, Nova Lisboa, funda o jornal académico “O Baluarte” de que foi editor e redator. Colabora nesta época, com o pseudónimo Moraes de Mello, no jornal académico “ O Grito”. Autodidata nas coisas da escrita, desenvolve a sua actividade literária em vários sítios da internet. Sócio da Associação Portuguesa de Escritores e da Associação Portuguesa de Poetas. Membro do “Movimiento Poetas del Mundo” com sede no Chile. “Cônsul de Poetas del Mundo em Barreiro Portugal” desde Fevereiro 2008 e Membro da Academia de Letras e Artes Lusófonas (ACLAL), Portugal. Colaboração independente em: Jornal on-line ROSTOS, com poesia e recensão literária e na revista literária, impressa, a Chama, da qual é Director e Editor. Publicações: Onde os Desejos Fremem Sedentos de Ser, Meditações sobre a palavra, Há o silêncio em volta e, no prelo pela Editora Calçada das Letras, O Retorno ao Princípio - uma dialética Vida-Morte. Publicações dispersas em mais de duas dúzias de antologias em Portugal e no Brasil. Boa Leitura!
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Alvaro é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos como foi a escolha do pseudônimo Alvaro Giesta? Alvaro Giesta - Escrevi um dia, há muitos anos, mais de trinta, talvez... num poema, ainda por publicar, mas que está reunido num original a que dei o nome “do meu cais e a outra voz”, os seguintes versos que talvez expliquem a escolha do pseudónimo: “ Rios de sangue rubro (...) teimam em fazer definhar o meu poema // mas o meu poema há-de ser grande! // (...) / que eu hei-de compor poemas com mãos de mestre. / E com um nome sonante. Porque eu quero / para esses novos poemas usar um nome sonante. / Um nome que Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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vá para além de mim, (...) // Quero um nome sem ser nome de cédula de baptismo / para que todos saibam que quem escreveu esses versos / não fui eu mas outro eu para além de mim. // Como se eu fosse os degraus na terra / e o outro eu os anéis que prende a Terra ao Céu.” Em que momento pensou em publicar o seu primeiro livro? Alvaro Giesta - Já tardiamente. E porquê? Porque sempre entendi que, para editar, assumindo-me como poeta, tinha que alcançar mérito por quem me lê e critica como pretendo e quero - tinha que escrever de ordem a não dizer algo que já conheço previamente, mas sim, escrever de ordem a suscitar, a mim e aos que me leiam, algo que eu mesmo ignoro. Tinha que escrever de ordem a que “descobrisse” o que eu mesmo desconheço, de molde a “descobrir” o que é novo, o inicial, a pureza absoluta do desejo, que é o que desejo, afinal. Porque entendia que a poesia se deve dar a conhecer pelo que é, triunfando das trevas, erguendo-se do vazio para construir o seu próprio espaço, e não deixar-se permanecer no cantar eterno do mesmo tema, repetitivo, que de tantas vezes cantado, de tantas repetido, se torna cansativo e desvaloriza a verdadeira intenção do acto de o cantar. Apresente-nos de forma resumida o seu livro “Onde os Desejos Fremem Sedentos de Ser”. Alvaro Giesta - eu escrevo as obras quase sempre por temas e, dentro do tema, organizo a obra, dentro do possível, por segmentos como se a obra fosse um poema 76
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há alusão, ainda que breve, ao feminino oculto, muito mais para além disso.
único. Não foi assim que aconteceu neste livro. Seleccionei, dentre os melhores, meia centena deles em que o denso artefacto das palavras na construção frásica, dá um equilíbrio constante à abundância da imagem que compõe cada verso de cada poema, conferindo valor ao real. A proposta do livro é “ Inventem-se novos sentidos de dizer e de sentir o real, como se “inventa a música onde não há mais música” fazendo crescer a “roseira bravia” de cujos espinhos “sangram orgias” e brotam “sangue novo” nas rosas que nascem indefinidas de dentro do eu–poético onde se acendem “estrelas / iradas” – é a palavra nova que brota em chamas e turbilhões. Desiludam-se aqueles que pensam que vão ver na obra apenas poemas de exaltação ao amor… mas também não percam a esperança de não ver alusão a tal, ainda que, de algum modo, diluído na imagística que abundantemente lavra a obra. Contudo, a sagacidade do leitor desvendará nesses poemas em que
Qual a mensagem que você quer transmitir através de seus textos publicados no livro “Meditações sobre a palavra”? Alvaro Giesta - Parece-me que, o crítico Xavier Zarco andou “por dentro” do sentir do eu-poético ao fazer, tão bem, o desenho da ideia que me norteou para a mensagem deste livro. Vejamos, a este respeito, apenas algumas linhas da longa crítica ao livro: “ (...) Alvaro Giesta, logo na abertura deste seu tomo, numa nota de autor, avisa o leitor que “O homem, ao criar, põe no que cria engenho e arte sem estar sujeito a qualquer entidade inspiradora”. (...) no presente volume de Alvaro Giesta, “Meditações sobre a palavra”, (há) o saber que a palavra em si pode e deve ser mais do que a palavra para cada um de nós, inclusive para o próprio, daí a utilização da linguagem poética, registo esse onde a palavra adquire valores diversos aos que comummente lhes são atribuídos. A palavra é aquilo a que, colhido como sombra, urge saber-lhe do corpo, (...).Alvaro Giesta traça-nos o poema partindo, porque o demanda, do que radicalmente nomeia a coisa, que em sombra nos é apresentada, para o trabalhar, retirando-lhe os excessos, levando, direi, ao osso, ao mínimo, ao essencial para que o corpo, ele próprio, na palavra se possa vislumbrar para, posteriormente, saber da via, o ter consciência que o poema pode e deve ser luz, (...)para que o poema, tal como uma escultura, que nasce do ventre de uma pedra em
bruto, seja o revelar do corpo que nessa mesma pedra estava oculto. Tal efeito só é possível se o artesão dominar o uso dos artefactos e souber das próprias propriedades da matéria a trabalhar. (...) Como foi a escolha do Título para o seu livro “Há o silêncio em volta”? Alvaro Giesta - “Há o silêncio em volta” é uma poética de guerra. Em poucas palavras é difícil definir a escolha do título escolhido para esta obra! Toda ela, do primeiro ao último poema, retrata a minha vivência, como veterano de guerra e autor, em contacto directo com a morte em pleno teatro de guerra. Quando se anda numa guerra, como aquela em que eu andei, uma guerra de guerrilha, onde nunca se sabe de onde vem a bala traiçoeira, nem onde está a mina que pisamos e a emboscada mortífera que à saída do trilho para a clareira à nossa frente nos varre sem dó nem piedade, a morte e o silêncio imposto para não nos denunciarmos, é o convívio único que parece impossível de ser. Mas é! É nessas alturas que a poesia da ausência, que a poesia da falta, a poesia da raiva e do medo, nos nasce na alma e gravamo-la na mente. É por isso que, a este tempo de falta, a este tempo de ausência, a este tempo da dor, só consigamos dar corpo ao silêncio até aí existente ao fim de algumas décadas, porque até aí faltou a coragem da denúncia, de o deixar expresso por palavras escritas para a posteridade, amordaçadas pelo receio, pelo medo do julgamento que nos possam fazer. É o mundo das mentalidades tantas vezes
ainda possuo, no meu espólio, vários exemplares para venda.
em julgamentos injustos, porque não passaram por lá, porque não enfrentaram a morte, porque não enfrentaram a dor de ter de matar para não morrer. É a injustiça dos homens a julgar os outros homens, a julgar aqueles que tiveram a coragem para escrever da guerra em que andaram envolvidos que também remete o título desta obra para o silêncio existente à nossa volta. Onde podemos comprar os seus livros? Alvaro Giesta - Os títulos estão nos escaparates de algumas livrarias de Portugal, se bem que a maior parte das vezes, é mais fácil adquiri-los directamente às editoras ou ao próprio autor, sendo o autor bem mais célebre no envio das obras. Mais célere e mais barato. Pelo que, os pedidos ao autor devem ser encaminhados para o email “fereis@netcabo.pt” e os pedidos às editoras, endereçados às mesmas. Do livro “Meditações sobre a palavraa”, em edição de papel esgotada,
Pensas em publicar um novo livro? Alvaro Giesta - Neste momento está um livro de poesia, “A Palavra (des)Velada” entregue numa editora de S. Paulo/Brasil, a Escrituras Editora, com vista à publicação, dado que já foi apreciado e muito bem aceite pela referida Editora, que é, nem mais nem menos, do que o fechar do ciclo iniciado com o “Meditações sobre a palavra”; ele é composto por este, aumentado do original, “Um Arbusto no Olhar”, escrito na mesma linha de pensamento poético. No prelo, pela Editora Calçada das Letras, tenho o “O Retorno ao Princípio”, uma dialética Vida-Morte, a lançar dentro da Feira do Livro de Lisboa (29 de Maio a 15 de Junho). Trata-se de um ensaio filosófico apresentado sob a forma poética sobre o tema “O Retorno ao Princípio numa Dialética Vida-Morte”, em que todo o pensamento desde o princípio ao fim da obra se desenvolve na mesma linha lógica de raciocínio sem quaisquer desvios do fio condutor do “retorno ao princípio”. Quais os seus principais objetivos como escritor? Alvaro Giesta - Com esta idade pouco se pode almejar já no campo da literatura, dentro dos limites do tempo que terei de vida (64 anos), principalmente se não houver uma crítica justa, por aqueles estudiosos que, efectivamente, se dedicam a estudar e divulgar as obras que tal merecem. Porventura, quiçá os meus netos venham Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014
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um dia a saber que o avô deixou para a posteridade este ou aquele livro com algum valor literário. Contudo, devo acrescentar que fazem parte do meu espólio alguns originais - talvez uma boa dezena, entre poesia e conto - escritos com aquilo que eu comumemte designo por “ARTE”, que de outro modo não sei escrever. A par disto, continuarei a desenvolver a minha actividade de director e editor da revista literária impressa “a Chama”, de minha propriedade, que prima pela selecção rigorosa de textos - poesia (prioritariamente) e crítica literária - dos poetas da actualidade. Como você vê o mercado literário em Portugal? Alvaro Giesta - O mercado literário em Portugal continua a crescer, ainda que de forma moderada para as obras classificadas com valor literário. O aumento é mais a nível de publicações de títulos estrangeiros que a maior parte das vezes não vão além do lúdico, dificilmente se lhes vislumbrando o verdadeiro carácter literário da obra. Talvez o baixo índice de leitura e as alternativas ao livro sejam as justificações para este aumento moderado. Contudo, a nível de poesia, começam a abundar os poetas com alguma ânsia, amadorística, de verem o seu livro editado. Até cerca de 1973 as editoras primavam por possuir nos seus quadros, pessoas qualificadas para analisarem e decidirem se determinada obra era com valor literário, ou não, para a sua edição, e só saíam para os escaparates obras de qualidade; hoje, infelizmente, poucas são as editoras que publi78
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recem falsos apregoadores, que não entendem patavina de escrita nem de leitura, na noite lisboeta, a lançar tertúlias poéticas, ao Deus dará, como se isto fosse coisa de usar e deitar fora, com pessoas que, muitas vezes, mal articulam as palavras do poema que leem. Isto é que arruína a verdadeira obra literária.
cam com seriedade, tanto na análise da obra como do proveito que tiram dela após editada. O grande número de editoras que hoje proliferam, que se arrogam a esse título, não o sendo, contudo, pois não passam de meras prestadoras de serviço “caseiro” que editam on demand, tanto em Portugal como no país vizinho, Espanha, vão enganando os incautos “escritores/ poetas” com algumas publicações que apenas são vendidos os magros exemplares aos amigos que assistem aos lançamentos. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal? Alvaro Giesta - Que as editoras, com alguma idoneidade, mesmo essas que vão proliferando, por aí, antes de pensarem no lucro fácil, se artilhassem dos meios humanos qualificados e necessários a uma análise cuidada e selectiva das obras que lhe são muitas vezes “impingidas” por quem tem pressa de ver o seu nome em livro. Repare-se que agora até apa-
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Alvaro Giesta, que mensagem você deixa para nossos leitores? Alvaro Giesta - Obrigado. Eu é que agradeço. Aos leitores, que façam uma boa escolha das obras que lêem, porque são eles que são os responsáveis por haver bons ou maus escritores. É a má escolha que fazem das obras que adquirem (muitas vezes nem são lidas) que faz com que haja muito mais literatura má do que literatura boa. Mas, principalmente, aos escritores actuais, àqueles que não pisam ainda terreno firme neste campo ingrato do meio literário, que não desperdicem, com a pressa de editar, aquilo que muitas vezes, poderia passar do sofrível ao bom, se burilassem a palavra. É que, quando o leitor abre um livro, que tem nas suas mãos e se dispõe a lê-lo, não é a ele que compete decidir se o vai ler até final. Não. É ao escritor, ao autor que lhe compete levar o leitor até ao termodo livro, através da sua arte de escrita. Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor
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Participação Especial Escritor Geraldo Sant’Anna VOCÊ CURTE OU COMPARTILHA?
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ivenciamos um momento bastante significativo da humanidade. Interagimos de maneira natural com o mundo virtual, o que seria inconcebível há não muito tempo atrás. O avanço tecnológico em relação à internet não pode ser desconsiderado. As redes sociais crescem e cada indivíduo acaba por obrigar-se a integrar alguma delas. Talvez o Registro de Identidade hoje seja sua página virtual. Segundo algumas pesquisas recentes 95% de usuários de internet acessaram ao menos uma rede social nos últimos 30 dias. Segundo a Social Bakers maior parte dos usuários possui entre 18 e 34 anos e são do sexo feminino. Podemos ampliar as informações da pesquisa e dizer que 82% dos entrevistados indicaram que usam a internet para fazerem trabalhos escolares, 68% para visitarem uma rede social, 66% para verem vídeos do youtube, 54% para jogar online e 40% ape-
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nas para postarem fotos, vídeos, músicas e mensagens. Esses dados são importantes e demonstram que a escola precisa interagir nesse novo espaço. Novas formas de ensinar e aprender emergem. Antes nos dirigíamos, predominantemente, à biblioteca para realização dos trabalhos escolares. Hoje buscamos sites específicos. Da mesma maneira que precisávamos aprender a ler, interpretar e selecionar autores para comporem nosso trabalho de pesquisa, hoje a orientação se faz ainda mais necessária. O volume de informações é incalculável e saber filtrá-las não é tarefa fácil. Da mesma forma, as escolas se deparam com inúmeras informações sobre sua produtividade. Indicadores importantes como o Saresp, o Enem, os índices de perda, os índices de frequência e rendimento escolar dos alunos nos apontam para nosso semáforo pedagógico: atentar-se, parar ou prosseguir. Reforçando o link do semáforo, cito sempre a importância do GPS Educacional que
nos aponta onde queremos chegar, contudo também emite mensagens para parar, recalcular rota, diminuir a velocidade. As informações coletadas devem ser utilizadas a favor do processo ensino aprendizagem. Não podemos olvidá-las. Uma proposta. Quantos pais de alunos se utilizam da internet em sua escola? Esse dado pode acionar mecanismos importantes para um novo processo de comunicação escola- família. A tarefa de aproximação família e escola pode ser encurtada com a instalação de programas onde os pais possam consultar a frequência e rendimento escolar de seus filhos, receber alertas e até acompanhar a proposição de tarefas pela internet. O processo de utilizar produtivamente as informações tem sido chamado de inteligência estratégica. Saber relacionar a internet ao cotidiano de nossas escolas é uma estratégia inteligente. Nessa perspectiva, você curte ou compartilha sua escola?
Homenagem do jurista nobiliário Dr. Mário de Méroe a S.A.I. Príncipe Alexander Comnène Palaiologo Maia Cruz
Dom Alexander Comnène Palaiologos Maia Cruz, Dona Cristina Maya (esposa), Victor Alexander(filho) e Anna Beatriz (filha)
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Da perenidade das tradições dinásticas
“Resplandeça a vossa luz diante dos homens...” (Mateus 5, 16) Dedico este estudo ao amigo e irmão S.A.I. Príncipe Alexander Comnène Palaiologo Maia Cruz Caput Domus Kaesariensis et Regia Apostolica Aertrijcke Comnène Palaiologos Bispo da Santa Igreja Apostólica Ortodoxa Antioquena-Mardaita e à sua ilustre família, enaltecendo a inestimável cooperação de sua esposa D. Cristina e seus filhos Victor Alexander e Ana Beatriz, os quais, em trabalho conjunto, fazem resplandecer a “luz de Deus diante dos homens” com seu trabalho em favor dos necessitados, em especial, ministrando cultura e Fé, à infância e juventude. São Paulo-SP, junho de 2014.
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Da perenidade das tradições dinásticas Mário de Méroe
Mateus, 5: 14 Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; 15 Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire , mas no velador , e dá luz a todos que estão na casa. 16 Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. A bela parábola da Luz do Mundo que emoldura esta página, tem sua verdade incontestável gravada na história das grandes dinastias, que governaram o mundo através dos séculos. “Resplandeça a vossa luz diante dos homens...” diz o mandamento divino. A sagração dinástica se insere de maneira indelével na pessoa que a recebe, e nela permanece até o final de seus dias, como uma “marca da eleição de Deus”, no di-
zer de famoso mestre dinástico. É uma unção inextinguível, mesmo que o monarca deixe de exercer o mandato governamental, transmitindo-se aos seus herdeiros ou sucessores, ad infinitum. Assim, perpetuam-se os poderes dinásticos através dos séculos, seguindo o curso da história. Das conhecidas dinastias da antiguidade, algumas subsistem, no mundo atual, em suas ramificações adaptadas à era moderna. Outras já desaparecidas como poder político, mas sobrevivem nas tradições e culturas dos povos. Em trabalho de nossa lavra , assim exprimimos nosso entendimento:
moral e espiritual”. Nesse diapasão, ilustre jurista espanhol6 nos ensina: “A História não se improvisa; nem se compra nem se altera com a técnica, a civilização ou o poder econômico. A História é o resultado dos feitos humanos, desenvolvidos através do tempo. E o tempo é inexorável. O que não se fez, fica eternamente por fazer. Mas, de outra parte, o grande e o pequeno, o heroico e o vulgar, a glória e o cotidiano – posto que tudo é história – ficam permanentemente nesse gigantesco painel de fundo, que constitui o passado da humanidade”.
“Na sequência dos séculos, o mapa político da terra e dos povos foi transformado, mercê da renovação imposta pelo contínuo evoluir dos tempos e dos valores. Entretanto, o estudo das antigas civilizações, de suas tradições, suas lendas, e suas peculiaridades socioculturais, faz nascer um sentimento vivo de que nos encontramos diante de um grandioso legado,
Consideramos, também, a edificante mensagem contida na apresentação da obra “Uma Herança Sagrada: a Teocracia do Egito e de Kash “, historiando a saga de uma Casa oriunda dos antigos impérios do Egito e de Kash (Kush), em exílio dinástico: “E essa herança está viva. Não ficou perdida à sombra dos grandes monumentos, antes
Lâmpada, vela. Nome antiquado para vaso, vasilhame, pote. 4 Candeeiro, aparador. 5 Méroe: Um Legado Dinástico do Egito e da Núbia. 6 Valterra Fernández, Luís. Derecho Nobiliario Español, Editorial Comares, 3ª ed., 1995, p. 541, vertido ao português e adaptado. 2
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se vale deles – como símbolos e valores, que são inconfundíveis forças de eternidade – para projetar, sobre os espíritos que passam, uma luminosa orientação e um chamamento à reverência e necessária observação dos valores eternos, únicos que podem conduzir ao crescimento individual e, por esse reto caminho, ao crescimento comunitário e à felicidade perfeita” (vol. I). A História registra muitos nomes de famílias ilustres, que no passado dignificaram a história dos povos, os quais figuram no onomástico universal como lembrança viva dos tempos históricos, como farol imorredouro a “resplandecer a luz diante dos homens”. Esse fenômeno é observado, especialmente, nas dinastias em exílio, as quais, entretanto: “...não recebem subsídio estatal, nem gravam os cofres públicos com nenhuma verba pessoal. Seus membros sobrevivem com seus próprios recursos e desempenham atividades profissionais como cidadãos comuns, atuando, discretamente e às próprias expensas, voluntariamente, nas áreas de educação, saúde e auxílio às pessoas carentes. “Não são raras as creches e instituições para deficientes mantidas unicamente pelo esforço pessoal e direto de príncipes
sem trono – que conservam vivo o ideal de solidariedade e fraternidade humana que herdaram de seus ancestrais. Sem poder político, eles representam, entretanto, a reserva histórica e moral de seu povo, que poderá reclamar sua volta na época oportuna, conforme exemplos recentes ” “ Seus titulares exercem trabalho voluntário, imbuído da importância de se manter as tradições e a força moral e histórica que delas advém. Não mais exercem o poder moderador, não comandam as forças armadas nem abrem as sessões dos parlamentos. Representam, entretanto, a perpetuidade da verdadeira índole cultural e moral das tradições maiores de seus povos ”. Antigas dinastias nem sempre mantiveram a mesma denominação. Há razões que justificam sua substituição, seja por questões de segurança ou de adaptação civil, principalmente ao deixarem seu país de origem. A história registra muitos nomes de dinastias históricas, que adotaram o nome do país que representam, ou transmudaram-se em nomes comuns, mercê de conversão religiosa, ou proteção contra perseguições ideológicas. Um exemplo recente10 .
(extraído de “Notas sobre o nome civil do rei Constantino II da Grécia”). “A necessidade de adoção de nomes de família (sobrenomes) para individualizar os príncipes europeus, e assim possibilitar sua integração como cidadãos e dotá-los de personalidade capaz para os atos jurídicos tornou-se imperiosa, na nova sociedade igualitária em formação. Notadamente a partir de 1918, como reflexo da dissolução dos grandes impérios, os nobres tiveram que submeter-se à identificação documental, para que seus atos da vida civil fossem reconhecidos com os efeitos legais. Há autores que defendem, para os reis, a adoção da denominação de trono seguido apenas do nome do país no qual reinam. Exemplo: “Nuestro Rey es Juan Carlos I de España y punto”, afirma Mercadal, Fernando Garcia, em sua obra Los Títulos y la Heráldica de los Reys de España, Bosch Casa Editorial – Barcelona, 1995, p. 38. Essa tese é reforçada pela entrevista concedida pelo rei Constantino II da Grécia, em exílio, então domiciliado em Londres, a Lola Galán, do periódico espanhol El País, publicada em 15/04/1994. O Rei Constantino II (conforme já mencionado, não é correta a expressão “ex-rei”, para monarcas em exílio, pois conservam a plenitude
Trabalho memorável do historiador e jurista Saul Palma Souto (Nome civil. Omitimos sua qualidade dinástica por respeito à privacidade e à confiança em nós depositada). 8 Méroe, Mário de, Tradições Nobiliárias Internacionais e sua integração ao Direito Civil Brasileiro, p.350, Ed. Centauro-SP. 9 Ibidem, p.355.
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dos poderes inerentes à soberania dinástica), poucas horas depois que o Parlamento Grego decretou arbitrariamente a perda da cidadania do ex-soberano, e diante da possibilidade de, no exílio, receber tratamento documental como cidadão Constantino Glucksburg desabafou: - Minha família não necessita de sobrenomes. Sou Constantino da Grécia , e nada mais. Glucksburg é somente o nome de uma localidade”. No exemplo acima, ao assumir a identificação documental como cidadão, o rei substituiu o nome de família Schleswig Holstein Sonderburg Glucksburg, por “da Grécia”, no que foi acompanhado por todos os membros de sua família. Mas esse nome dinástico não desapareceu no ramo grego da família. Apenas ficará adormecido nos registros históricos, até que um descendente, mesmo um longínquo elo na cadeia das gerações reclame seu uso, para que as glórias de tão ilustre nome sejam novamente lembradas. Verifica-se, então, que é possível a um ramo familiar usar o nome de família “da Grécia” por longas gerações, e, oportunamente, seus membros, que ao mesmo
tenham direito, venham a reclamar o nome originário, mesmo que este permaneça em prolongado desuso. De outra parte, no sentido inverso, ao longo dos tempos podem surgir novos componentes de um nome de família, ocasionados pelo uso continuado de predicados nobiliários ou nomes dinásticos antigos agregados ao nome civil, mesmo que considerados apenas como apelidos, no trato social. Muitas vezes, quando a família, no passado, adotou um sobrenome muito comum, podem surgir constrangedoras situações de homonímia, o que justificaria sua retificação, substituindo-o pelo nome histórico originário. Assim, possuidores desses atributos históricos podem ser conhecidos, em suas relações sociais, pelo nome civil acrescido do nome ancestral, gerando uma identidade material que discrepa do registro de nascimento. No uso cotidiano, uma vez usado por determinada pessoa que a tal tenha direito, o nome histórico adquire o caráter de elemento de distinção pessoal do portador, corporificando um elemento da natureza do nome. Em casos especiais, justificados em face de situações concretas, o Poder Judiciário poderá au-
torizar a retificação dos registros de nascimento e/ou casamento, para harmonizar a identificação comunitária efetiva do requerente, com o nome constante de seu registro civil de nascimento, mediante procedimento regular junto as Varas de Registro Público. Efeitos da adoção de predicados nobiliárquicos ou nome de dinastias históricas no registro civil14 . No Brasil, eventual autorização do Poder Público para acrescentar predicados nobiliários ou nomes históricos ao nome civil não implica em reconhecimento de qualidade nobiliárquica – que não desfruta de proteção jurídica no ordenamento pátrio – limitando-se seus efeitos à identificação pessoal do requerente. O provimento judicial pode reconhecer os efeitos sociais do uso continuado de predicado nobiliário ou nome histórico, como parte do nome e da identificação do requerente, e permitir sua inscrição no registro civil integrando-o ao nome já registrado. Há interessantes precedentes, na justiça paulista: “Nada impede que se abra exceção ao art. 57 da Lei de Registros
Notas sobre o nome civil do rei Constantino II da Grécia, in Méroe, Mário de,Tradições Nobiliárias Internacionais e sua integração ao Direito Civil Brasileiro, página 40, Ed.Centauro-São Paulo-SP-Brasil, 2005. 11 Informes colhidos dos arquivos do periódico El País, traduzidos pelo autor. 12 O monarca pertence à formação dinástica das famílias reais Schleswig Holstein Sonderburg Glucksburg. Os seus membros incluem as casas reais da Dinamarca, da Noruega, da Grécia, da Rússia, do Reino Unido e os quinze Commonwealth. 13 A rainha Sofia de Espanha, irmã do rei Constantino II usa o nome Sofia da Grécia, bem assim seu filho Felipe (sobrinho de Constantino), atual rei Felipe VI da Espanha, é denominado Felipe de Borbón y Grecia. 14 NOTA: omitimos os nomes das partes, por respeito à privacidade e segurança. 10
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Públicos, quando a pessoa interessada sempre foi conhecida pelo nome que deseja adotar” (Fonte: RT 532/86, RJTSP 47/189). Com base nessa orientação, o juiz Ruy Coppola, da comarca de São Bernardo do Campo/SP, deferiu pedido do então líder metalúrgico cidadão Luís Inácio da Silva, que era conhecido socialmente pelo apelido “Lula”, autorizando-o a alterar seus registros civis para Luís Inácio Lula da Silva15. De uma r. sentença, também do Judiciário Paulista, colhemos: “A prova da afinidade com o apelido com o qual se identifica e assim é conhecido se revela com a farta documentação juntada aos autos (fls.), o que se constitui sólido elemento para justificar e autorizar o deferimento do pedido... A circunstância não prejudica a terceiros e o Ministério Público não se opõe ao deferimento (fl.) ”. NOTA: nº do processo e nome das partes preservadas, na forma da nota de rodapé nº 13. A decisão acima autorizou a retificação do registro civil de um cidadão que reuniu provas, sem qualquer restrição ou dúvida, de que detém o direito ao uso do nome da dinastia Comnène Palaiólogos (outra grafia: Paleólogos), nome esse pelo qual sempre fora conhecido em suas relações sociais. A conexão com o nome dinástico centenário foi amplamente demonstrada por conjunto probatório aceito pelo Ministério Públi15
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co, diante do qual, o Poder Judiciário autorizou sua retificação. De um brilhante parecer do Ministério Público, em ação semelhante, destacamos: “No caso dos autos, a motivação da alteração do nome como proposto na inicial, objetivamente enfocada, insere-se seguramente nas razões acima expostas, ou seja, adequa-se à necessidade de melhor identificação do autor, já que, como comprovado nos autos, socialmente é o apelante identificado como (omissis) e, assim, ainda que excepcionalmente, o pedido tem base para o seu deferimento”... Mencionamos, ainda, um fato notório: Um conhecido político e escritor brasileiro, nascido José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, invocando relevantes motivos de identificação pessoal, obteve a mudança judicial de seu nome civil para José Sarney de Araújo Costa, que adotou o nome político de José Sarney, nome sob o qual exerceu importantes mandatos eletivos, entre outros, o de 31º Presidente do Brasil (1985-1990). As decisões judiciais têm exigido cabal comprovação quanto ao nome pelo qual o interessado é conhecido no seu meio social, para reconhecer a legitimidade de seu pedido. Via de regra, os feitos tramitam em segredo de justiça para preservar a privacidade das pes-
soas e instituições envolvidas, notadamente quando há menores, e evitar, também, uma desnecessária exposição, mercê da bisbilhotice de curiosos. No passado, muitas dinastias, algumas conhecidas atualmente apenas nos livros de História, buscaram o solo brasileiro, buscando, entre outros atrativos, a paz ideológica para criar suas famílias. Felizmente, em nossa pátria, ninguém pensa em perseguir alguém por ser descendente dos Romanov, dos Capetíngios, dos Bourbons, Bourbon-Duas Sicílias, Comnnène-Palaiólogos, e muitas outras, que têm suas vidas, patrimônios e costumes respeitados, nos termos da Constituição Federal. Os nomes tradicionais dessas dinastias são considerados “patrimônio cultural imaterial”, e desfrutam de proteção internacional. Para ilustração, reportamo-nos à Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, aprovada na 32ª Sessão da UNESCO, realizada em Paris, de 29 de setembro a 17 de outubro de 2003, como segue, em resumo, com grifos do autor: CONVENÇÃO PARA A SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL Paris, 17 de outubro de 2003 A Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, doravante denominada “UNESCO”, em sua 32ª sessão, realizada em Paris do dia 29 de setembro ao
Presidente da República Federativa do Brasil, tomou posse em 01/01/2003, sendo reeleito para novo mandato até 01/01/2011.
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dia 17 de outubro de 2003, aprova a presente Convenção: ......... Artigo 2: Definições Para os fins da presente Convenção, 1. Entende-se por “patrimônio cultural imaterial” as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Este patrimônio cultural imaterial, que se transmite de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade e contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. Para os fins da presente Convenção, será levado em conta apenas o patrimônio cultural imaterial que seja compatível com os instrumentos internacionais de direitos humanos existentes e com os imperativos de respeito mútuo entre comunidades, grupos e indivíduos, e do desenvolvimento sustentável. 2. O “patrimônio cultural imaterial”, conforme definido no parágrafo 1 acima, se manifesta em particular nos seguintes campos: a) tradições e expressões orais, incluindo o idioma como veículo do patrimônio cultural imaterial;
........ No conceito de “tradições” do item acima, podemos incluir as sucessões dinásticas, com os poderes majestáticos inerentes, bem como o nome histórico da dinastia. Os Poderes Públicos dos países onde fixaram residência, em sendo repúblicas, não podem reconhecer os atavios dinásticos que acompanham essas famílias em seu exílio, mas têm o dever de garantir-lhes o uso e a inviolabilidade do direito ao nome, atribuindo-lhes as garantias legais de proteção, autorizando as necessárias retificações, quando requeridas, com base em documentação idônea apresentada em juízo. Os efeitos dessa retificação limitam-se a aperfeiçoar a identificação pessoal, harmonizando a identidade civil documentalmente registrada com a identificação social com que se apresenta, em suas relações sociais ou profissionais. Convém ressaltar que a retificação de registro civil não alcança os ascendentes do interessado, salvo se expressamente por eles requerida ou o recomendar o interesse público. Geralmente a pessoa requer a retificação baseada em experiências pessoais de identificação social, o que pode não ocorrer com seus ascendentes. Irrelevante, portanto, se o nome dos ascendentes não constar referência ao nome histórico pleiteado, desde que a afinidade seja comprovada. Quanto aos descendentes, seus registros civis serão automaticamente retificados, por força da decisão judicial que autorizou a retificação do genitor. A obtenção de provimento
judicial para acrescer predicados ou nomes históricos ao nome civil não implica, por si só, em reconhecimento de eventual qualidade nobiliárquica do titular, pois essa matéria é atributo exclusivo e seara privativa das autoridades dinásticas. Estas autoridades, mesmo em exílio, poderão exercer seus poderes dinásticos, já exaustivamente referidos em outros trabalhos, e, ao contrário do registro civil, independem de autorização ou reconhecimento, em face da soberania dinástica que lhes é inerente. Há casos conhecidos de descendentes ou sucessores de famílias reais em exílio, cujos ancestrais, no passado, adotaram nomes comuns por desejar discrição quanto à sua qualidade dinástica, que pleitearam e obtiveram a retificação de seus registros civis, para integrar o nome histórico omitido por diversas gerações, o que não os impede de usar os poderes majestáticos, desde que presentes as demais condições dinásticas (legitimidade, proclamação ou sucessão, nos termos da lei orgânica de organização da dinastia).
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Sobre o autor Mário de Méroe é advogado em São Paulo-SP, membro catedrático da Academia Brasileira de Ciências Sociais e Políticas, e Doutor Honoris Causa em Ciências Sociais. No seara do Direito Nobiliário, são de sua lavra as obras: “Tradições Nobiliárias Internacionais e sua Integração ao Direito Civil Brasileiro”, “Estudos de Direito Nobiliário”, pela Editora Centauro – São Paulo-SP, e “A Perpetuação das Qualidades Soberanas em Dinastias ex-Reinantes”, e-book. No campo histórico-eclesiástico elaborou o estudo “La Teocrazia Bizantina in Italia: “Studio sugli attributi di sovranità della Real Casa di Margiana e
Arachosia, dinastia teocratica di dirito Storico in esilio”, veiculado na Itália. É autor da trilogia composta pelos romances: “O Refúgio – A saga de pessoas especiais que cruzaram o caminho de Jesus”, agosto/2010 e “O Estigma – Desvendando o segredo da lança que profanou o corpo de Jesus”, junho/2012, e “O Outro – A saga do salteador que foi crucificado ao lado esquerdo de Jesus”, 2013, publicada pela Paco Editorial-SP, veiculados também em formato digital (e-books). Colunista no site Divulga Escritor, com artigos quinzenais, no endereço: http://www.divulgaescritor.com/products/mario-de-meroe/ Site do autor: www.mariodemeroe.org
Momentos de poesia www.divulgaescritor.com
Do Livro Derramando Versos Luis Eduardo Garcia Aguiar ISBN 978-85-62883-60-6
Eduardo Garcia
PÁSSAROS LA CASILLA
A casa da minha infância não existe mais, tampouco os caminhos nos quais brinquei. Uma esquina, um terreno baldio, dela restando apenas a figueira e umas folhas de louro. Não está como a deixei... O bairro não viu o progresso, as ruas, as mesmas; as pessoas, não. poucas ficaram, somente amigos contados nos dedos, marcas da minha visita ao meu Bairro em Montevidéu. De repente perdi o passado, perdi a memória, perdi a calçada onde sentava; não a lembrança marcada na minha mente.
RASCUNHOS DE PENSAMENTOS Um pedaço de papel qualquer, uma mesa de bar. Ao relento, pensamentos vão, nem sempre atento, os leva o vento. Tento ordená-los, porém o vendaval de sonhos os transforma em surreal. Sereno de ideias, orvalho de sentimentos, sutileza do subconsciente de aceitar o esquecimento.
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Da janela eu posso ver, pelos dias a fio, os pássaros coloridos, da água a beber. Mergulham sua cauda no pote que deixei, suas asas distendem, acodem molhado o seu corpo e, ainda, revoam, cantam, até que o dia finda.
BEM-TE-VI
Bem-te-vi amanhece gorjeando. Da casa, o quintal é o cenário. Vejo-o durante o dia. Escuto o seu trino. Procura a parceira buscando-a no ninho; Anoitece em seu canto.
MADRUGADA
Por que choras, madrugada, lágrimas de orvalho triste? Se a lua cheia através das nuvens ainda existe, e virá o sol nascente enxugar teu rosto frio.
SOU FRACA SOU MESMO FRACA
tão fraca que, penso em ti e um vulcão apodera-se do meu corpo perco o controlo de mim e toda eu me contorço para acalmar esse fogo que me queima as entranhas e deixa um gosto a mel no fim SOU MESMO FRACA mas não uma fraqueza que me debilite é uma fraqueza que me faz caminhar com firmeza, encarar a vida sem pestanejar e que me leva a acreditar na grandeza de valores das pessoas que me são especiais SOU MESMO FRACA e essa minha fraqueza permite-me viver aluada, num mundo de fantasia onde tudo é luz, cor e alegria A vida passa a correr e se me preocupar com imbecilidades não terei tempo de a viver SOU MESMO FRACA não sei o que é certo ou errado, no amor só sei que dele dependo sem qualquer pudor e não me vejo sem amar. Contra-indicações? Há muitas, mas não as leio, simplesmente amo. SOU MESMO FRACA e de tão fraca, os meus sentimentos entram em ebulição a minha alma voa na esperança de encontrar a tua e todos os dias olho para a Lua rezando para que traga alguma mensagem e me faça sentir que não foste uma miragem. SOU MESMO FRACA e amar-te sem condição faz da fraqueza a minha fortaleza onde se espraia o meu coração. SOU MESMO FRACA e foi nessa fraqueza que encontrei força para suportar a dor tua ausência acreditando que o melhor a seu tempo virá é só esperar.
SEMPRE TE VI Sempre te vi Em forma de poesia Nos versos que escrevias E eu tanto lia Sempre te vi Como um poeta Apaixonado pelo escrita De magia na alma A escorrer pela caneta Sempre te vi Como semeador de sonhos Nas palavras que pintavas E no amor com que te entregavas Sempre te vi Como um poema único Inacabado só para mim Lia e relia cada verso Mas nunca queria chegar ao fim.
PEQUENO ALMOÇO PARA DOIS O amanhecer nasceu frio apesar do sol radioso lá fora Acordei e o teu lugar estava quente mas vazio Triste perguntei-me: o que aconteceu agora, se nem um beijo me deu e não disse que ia embora? Levantei-me e cambaleando não sei se do recente acordar, ou da desilusão de não te encontrar, dirigi-me à cozinha precisava algo forte para tomar O espanto foi ainda maior,
Helena Santos quando entrei e deparei contigo sentado confortavelmente e disseste: chega-te a mim, ternura, pequeno almoço para dois, o ingrediente principal, é o amor…e sei que vais gostar. Fiquei atónita! Levantaste, seguraste a minha mão e meus lábios beijaste A roupa era pouca, a cada toque um arrepio mas de prazer, não de frio Tornou-se num amanhecer escaldante porque os ingredientes envolventes, eram próprios para quem gosta, para quem sente que a base da vida é o amor, naturalmente!
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Catorze linhas
Linha um: Decepado o sonho, o sonhador não sonha mais. Erra por dentre caminhos, não tem paz. Linha dois: Caminhante por natureza, especial altivez. De estirpe nobre? Quem sabe, talvez... Linha três: Saiu à mãe, o filho mais novo. A mais velha não. Parece do povo. Linha quatro: Clarividentes disseram com risos entredentes, que aquela seria a última, a última geração, aparentemente, eis Linha cinco: Por placebo entendo tarja preta e por tarja preta entendo e não entendo. É letra de médico à caneta. Linha seis: Trazido à tona por vias não usuais Foi embora à fórceps, sem nem um aceno, sem mais. Linha sete: Temendo por sua sanidade nasceu logo torto a fim de que o esquecessem logo de cara e o dessem por morto. Linha oito: De quem eu falo afinal de contas? 92
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Dele sabe-se pouco, dela, menos ainda conta-se. Linha nove: Desabalada corrida entre iluminados. Mas eles correm? São meninos mimados. Linha dez: Não são nada disso. São apenas eleitos. Vivem e não se importam. Pois então, com tantos defeitos. Linha onze: Quando desponta o sol danam-se a acordar que acordar é uma danação. E quem dirá levantar? Linha doze: Todos rejubilam-se a vida recomeça. Nesse pedacinho de terra e a felicidade atravessa... Linha treze: De linhas chamei esses versos. De linhas que se entrecruzam são os diários terços. Linha catorze: Não são mais do que linhas, talvez sejam menos. Mas não mais. Espero que sejam plenos...
Jovens velhos
Jovens de ontem, o ontem de velhos. Velhos de hoje, o hoje de jovens. Ou vice-versa? Quem sabe?
Maurício Duarte Jovens numa juventude, de cadavéricos ares, pelo todo anseiam e singram pelos mares. Mas não alcançam seu objetivo, não, em tempo algum. Porque essa é a sina de todo vivente, triste lundum. São tão novos e fazem tudo parecer tão velho. São anciões, em verdade, mais antigos do que um escaravelho. Jovens, jovens, Logo mortos-vivos serão. Na última jornada da barca de Caronte, porque jovens velhos são. Jovens de ontem, o ontem de velhos. Velhos de hoje, o hoje de jovens. Ou vice-versa? Quem sabe?
Ana Cecília
Gosto da companhia da Ana Cecília Ela é muito divertida! Juntas tomamos café, cantamos, dançamos, estudamos, conversamos sobre os animais Ela é muito especial! Ana Cecília é super inteligente Por que se interessa em saber de tudo Ela não tem medo de ir ao médico E muito menos de fazer exame de sangue! Ama ir à escola, ama fazer amizade Dividir seus conhecimentos e se esforça para aprender coisas novas Ama os animais, ama a natureza! Ana Cecília tem paixão por flores Ela tem muito amor por sua família Desenha a sua família em todos os seus desenhos! Isso mostra o quanto Ana Cecília sabe da importância da família em sua vida Ela sabe como se divertir Por isso aproveito o máximo de sua companhia!
Cinthia Gabrielle
Olho com amor e admiração aquele anjo doce repousando lindamente em seu berço cor de abacate, espumas grossas é seu colchão É bem verdade que ela é muito divertida, esperta e que por onde passa deixa seu rastro de felicidade, chamando muito atenção! Esse pequeno anjo é atenciosa, amorosa, inteligente, seu sorriso é cativante
Amo quando ela faz carinha de bichinho Franzindo seu delicado narizinho e deixando à mostra seus pequeninos dentes! Ha muita luz em seu olhar, mesmo sendo negros eles iluminam meu viver Seus olhos são como pérolas negras preciosas a ponto de tudo à sua volta perceber! Anjo que sabe muito bem fazer sorrir os que por perto estiverem, pois para ela todos merecem a sua atenção sem descriminação Com sua voz firme e forte esse anjo canta, grita, conversa na linguagem de um anjo bebêzão Gesticula com a cabeça, com os pés e com as mãos! Esse anjo veio de muito longe Sua viagem durou cerca de nove meses Teve que escalar montanhas, nadar rios Ser forte e corajosa Para continuar sua viagem Sua chegada foi muito bem-vinda e graciosa! Anjo que tem seu nome próprio Que veio para nós com um propósito O de unir o que estava quebrado Dar esperança aos desanimados Confirmar o que já era esperado!
Paulina Rodrigues Só pára uma pessoa ela se mostrou Mas aconteceu um, “porém” Quando essa pessoa contou a novidade Ninguém acreditou! Finalmente a tão esperada: Cinthia Gabrielle Chega ao nosso lar Aumentando assim a nossa vontade de viver de amar e de sonhar A presença desse lindo anjo nos trouxe novo vigor e novo renovar Deus nos comprovou com sua graça que ao que crer tudo é possível, pois Cinthia Gabrielle é a prova!
Esse anjo de nome: Cinthia Gabrielle Chegou numa tarde de sol forte Duas coisas ela não quis revelar Qual seria seu sexo e nem quando iria chegar
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