Edição 05 | Ano II | 2021
Jornalismo sério e a serviço dos brasileiros Mayara Noronha Rocha Primeira-dama e Secretaria de Desenvolvimento Social do DF
Mayara Noronha
Rocha A SERVIDORA DAS CAUSAS SOCIAIS
"
Todos temos a responsabilidade de olharmos um para o outro
" DEPUTADO JÚLIO CÉSAR
"Nosso maior desafio é gerar empregos"
GESTÃO DE ATIVOS
Diretor fala sobre o sucesso dos leilões
ENTREVISTA
Secretário de Segurança Pública, Júlio Ferreira
Tratamento de Dependentes Químicos e Alcóolicos
(61) 98102-0237
Nosso programa de acolhimento busca desenvolver uma nova maneira de viver, com alegria e fortalecimento de vínculos, sem necessidade do uso de substâncias, e, desta forma, estimular em cada acolhido a capacidade de viver com dignidade, livre do uso abusivo de drogas, com a utilização de uma estrutura e metodologia humanizadas.
Superação
AGRADECIMENTO O INSTITUTO ABBA PAI vem expressar seu mais sincero agradecimento pela parceria firmada com o Governo Federal, há dois anos, através da SENAPRED, na gestão do Dr. Quirino Cordeiro Júnior, Eduardo Cabral e toda equipe envolvida nessa frente de trabalho tão necessária para quem sofre com o drama das drogas no seio da família. Os recursos provenientes dessa parceria possibilitaram a recuperação de vidas preciosas pelo Instituto e comprovam: Comunidades Terapêuticas funcionam! Caixa Econômica Federal SEJA NOSSO PARCEIRO Banco 104-Agência 0009 Conta corrente 6686-0
CNPJ nº 15.460.727/0001-29
Recuperação:
CAPA Primeira-dama e secretária Mayara Rocha
Revista
MISSIONÁRIO Matteo Ghiglione: O homem que busca mudar o mundo por meio da Casa do Menor ENTREVISTA Secretário de Segurança do DF, Júlio Danilo
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ImagineAcredite Diretor Executivo Sérgio Botelho Júnior Editor Sérgio Botelho Júnior DRT 8318 - DF botelhojunior73@yahoo. com.br Contato: (61) 99641-0830 Jornalistas Tércia Diniz MTB: 0010821/DF Thiago Farias DRT 2453 - SE Projeto Gráfico e Diagramação Ilka Cristina
CULTURA Via Sacra de Planaltina emociona os fiéis há 48 anos RELIGIÃO Frei Hans mostra que acolhimento é sinônimo de esperança
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Foto capa Josi Girardelo Fotografias Assessorias, Agência Senado Federal, Câmara dos Deputados, Agência Brasil, pixabay, freepik, wikipédia, internet e arquivo pessoal
DESTAQUE Nova PNAD segue firme em defesa das famílias e na luta contra as drogas
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Tiragem: 5.000 exemplares
AÇÃO SOLIDÁRIA Um cardápio recheado de amor, acolhimento, fé e esperança
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COMUNIDADE TERAPÊUTICA Faça o bem ao próximo, 54 adote uma acolhida da Casa Maria de Magdala
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• EDITORIAL
Que o medicamento não potencialize a epidemia das drogas no Brasil
I
nfelizmente, mesmo com a maioria da população brasileira sendo contra as drogas, segue avançando na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 399/2015, que versa sobre a comercialização de medicamentos que contenham extratos, substratos ou partes da planta Cannabis sativa em sua formulação, para fins medicinais, veterinários, alimentícios, científicos e industriais. O PL, embora tenha sido proposto para amenizar o sofrimento das famílias que sofrem com crises de epilepsias refratárias agudas graves, por meio do fornecimento do Cannabidiol pelo Sistema Único de Saúde (SUS), acabou se tornando um verdadeiro marco regulatório da maconha no Brasil. Uma vez que permite o plantio e cultivo em larga escala da Cannabis sativa em todo o território nacional por parte de empresas e entidades privadas cadastradas e fiscalizadas pelo poder público. Contudo, no país do jeitinho, quem pode garantir que a Cannabis será cultivada em todo o país para fins medicinais? Quem pode garantir que esse material não será revertido para o tráfico e, consequentemente, para o uso recreativo? É uma missão impossível, sobretudo se considerarmos que nossas forças de segurança já estão sobrecarregadas. Tanto é que, por variados motivos, eles não conseguem conter o narcotráfico ou reduzir a um
ponto de segurança plena as estatísticas oriundas da oferta e demanda por drogas. Aliado a este fator, ainda há outro agravante proporcionado pelo PL 399/2015: a redução, por parte da população, da percepção do risco inerente à maconha, erva considerada uma das principais portas de entradas para o consumo de outras drogas no Brasil. Que o diga os milhares de dependentes químicos que estão por todo o Brasil. Com isso e com o plantio legalizado, o país estará a um passo de regulamentar o uso recreativo da droga, como ocorreu em alguns países da Europa. E tudo isso poderia ser evitado – já que o PL 399 deve ser aprovado pelo Congresso Nacional – se os parlamentares rejeitassem o texto atual da proposta e fizessem valer outra proposta que obrigasse o Sistema Único de Saúde (SUS) a disponibilizar o medicamento a base do Cannabidiol aos milhares de cidadãos que sofrem com crises agudas de epilepsia. Desta maneira, vidas seriam preservadas sem a necessidade de sobrecarregar as forças de segurança ou de permitir que o acesso à maconha aos nossos jovens e adolescentes seja facilitado. Insistir no PL 399 significa condenar o Brasil ao terrível e aprisionador mundo das drogas!
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•SENADO FEDERAL
Para senadora, cortes em investimento na ciência desde 2014, têm prejudicado o enfrentamento à covid-19 Senadora Maria do Carmo Alves
A
autora do Projeto de Lei do Senado 398/2018, que incentiva a participação das mulheres nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, a senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE) reforçou a importância do incentivo à ciência, especialmente, nesse período que o mundo enfrenta os drásticos efeitos da pandemia gerada pela Covid-19. "É fato comprovado que os cortes em investimento em pesquisa e estímulo à ciência comprometem a forma como o país enfrenta o problema”, disse Maria do Carmo, reconhecendo que é preciso mudar esse cenário para evitar que mais vidas continuem sendo ceifadas. Para Maria, é preocupante o fato de, desde 2014, o volume de investimento público na área de ciência e tecnologia ter diminuído. Ela observou que, este ano, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) teve seu orçamento encurtado em cerca de 29%, quando comparado a 2020. “É a maior redução dentre todas as Pastas e logo num ano em que sabemos e vemos que a ciência é a resposta. Sem
ela, como teríamos vacinas? Como conseguiríamos lidar com essa triste doença que já matou a vida de quase 500 mil pessoas?". A senadora destacou que, no momento, são desenvolvidas 18 vacinas contra a Covid-19 no Brasil e que diversos especialistas que estão à frente dos projetos relatam dificuldades por falta de verbas e condições para desenvolverem o trabalho científico. "Sem recursos, não há como fazer. A Universidade Federal do Rio de Janeiro, por exemplo, está desenvolvendo sua vacina, a UFRJ-Vac, porém, está enfrentando sérios problemas por conta da redução de orçamento, e corre o risco de interromper as atividades no segundo semestre do ano", disse a parlamentar. No seu entender, investir em pesquisa e em ciência, significa incentivar um futuro melhor para o país. “Se observarmos os países que depositam a maior parte de seu PIB na ciência, veremos que esse simples gesto - que para muitos pode parecer dispendioso- faz muita diferença para a população. E é nisso que eu acredito", explicou Maria.
Inclusão Feminina Para Maria do Carmo, ainda existem muitas barreiras culturais quando se trata da participação da mulher na ciência. "A mulher pode fazer ciência, sim. E já faz! Em 2017, o relatório Gender in the Global Research Landscape, um estudo feito pela Elsevier, constatou que o Brasil tem um dos maiores percentuais de participação feminina na produção científica, com 49% da pesquisa no país sendo feita por mulheres. Entretanto, poucas delas ocupam cargos de liderança na pesquisa, o que é um sinal preocupante", considerou. De acordo com a senadora, incentivar a igualdade de gênero nesse âmbito pode ajudar a trazer um diferencial para o país, além de quebrar muitos preconceitos e estereótipos que rondam essas áreas. "Nossas meninas precisam saber que elas podem ser livres para fazer o que quiserem. E se optarem por seguir a área de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, devem ser incentivadas e encorajadas para tal”. Ascom Senadora Maria do Carmo
Nova Jornada em Números - nos últimos 7 anos de trabalho -
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Pessoas tratadas
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A Comunidade Terapêutica Nova Jornada, filiada à FEBRACT (Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas), está localizada no município de São José dos Pinhais, na região metropolitana da cidade de Curitiba, capital do estado do Paraná. Prestes a completar 8 anos, a Comunidade Terapêutica Nova Jornada tem como missão o acolhimento, o tratamento e a recuperação de pessoas com transtornos decorrentes do uso abusivo de substâncias psicoativas, parando a doença através de uma metodologia especializada em dependência química, desenvolvendo o autoconhecimento, a qualidade de vida e promovendo o retorno destas ao convívio social. Visando ser referência no segmento, através da melhoria contínua dos seus serviços, a Nova Jornada está em processo de implantação do Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001, e será a primeira Comunidade Terapêutica do Brasil a possuir este selo.
“É, se não fossem as Comunidades Terapêuticas hoje no Brasil, eu não sei como nosso país estaria. CTs devolvem a dignidade e a oportunidade ao ser humano”. Deputado Federal Diego Garcia
Nova Jornada e SENAPRED Agradecemos ao Senhor Ministro da Cidadania, João Roma e ao Dr. Quirino Cordeiro (Secretário de Cuidados e Prevenção às Drogas), que juntos não mediram esforços em pról das Comunidades Terapêuticas de todo o Brasil.
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•MISSIONÁRIO
Matteo Ghiglione O homem que busca mudar o mundo por meio da Casa do Menor
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undada na Itália por um grupo de religiosos sensibilizados com a quantidade de crianças e adolescentes nas ruas, a Casa do Menor é hoje uma das maiores obras sociais do mundo. Somente no Brasil, ela dispõe de unidades nos estados do Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará e Paraíba, além de uma infinidade de vidas transformadas por meio de seu trabalho social, que vai desde os primeiros passos do homem até o seu ingresso no mercado de trabalho. Mas a obra não transforma somente as vidas daqueles que estão em situação vulnerável e sem perspectiva de futuro. Ela também cativa aqueles que estão em uma condição social muito mais confortável, a exemplo do jovem italiano Matteo Ghiglione, de 37 anos. Filho de um casal de classe média e sobrinho de dois padres, ele cresceu ouvindo as histórias de um conterrâneo que fez e faz história no Brasil: o padre Renato Chiera, nacionalmen-
te conhecido como o padre das cracolândias. E foram esses relatos que despertaram a sua vocação social e a coragem para percorrer um mundo em nome de uma causa maior. “Eu e meus pais ficávamos impressionados com as histórias desse padre que era tão carismático e que enfrentava uma realidade tão diferente da nossa e, sobretudo, tão injusta, violenta e com problemas que iam desde criança nas ruas até o uso abusivo de drogas. Eu já tinha vontade de percorrer o mundo, mas quando participei de um desses encontros dos padres ligados ao Renato, acabei tocado pelas palavras e eu dizia para mim: ‘Gostaria de poder trabalhar nesse tipo de realidade, para ajudar quem está numa situação pior do que a minha, uma coisa assim ainda embrionário como forma de trabalho, de vocação’. Mas era algo que me tocava”, recorda.
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"A minha Universidade era algo que me fazia olhar para os problemas do mundo, muito embora eu tenha crescido com o objetivo de trabalhar com a parte internacional, no setor social, para melhorar o mundo. Era o meu grande sonho e minha família foi meu ponto de partida”
Neste período, Matteo estava focado em suas obrigações acadêmicas junto a Universidade de Turim, onde cursou Ciências Políticas e Relações Internacionais. Contudo, foi durante a realização de seu Trabalho de Conclusão de Curso que ele acabou tendo o seu primeiro encontro com a Casa do Menor São Miguel Arcanjo, no Brasil. É que ele aproveitou que iria estudar a Economia Solidária Brasileira no Ceará e no Maranhão, e decidiu ficar hospedado na Casa do Menor, onde passou cerca de um mês convivendo em meio às crianças e adolescentes que passavam pela unidade cearense. Após a experiência, Matteo retorna à Itália para o convívio familiar que era marcado pela presença junto aos menos favorecidos, já que seus pais e tios sacerdotes buscavam dar abrigo aos africanos que migravam para aquele país cujos cidadãos se recusavam a alugar uma casa por puro preconceito racial. Essa presença junto aos ignorados serviu para potencializar o sentimento de dever social do jovem italiano. “A minha Universidade era algo que me fazia olhar para os problemas do mundo, muito embora eu tenha crescido com o objetivo de trabalhar com a parte internacional, no setor social, para melhorar o mundo. Era o meu grande sonho e minha família foi meu ponto de partida”, destaca.
A pobreza: Uma maneira diferente de ver Deus Apesar de ter vindo ao Brasil e convivido na Casa do Menor do Ceará, a primeira experiência do jovem Matteo junto aos mais vulneráveis foi na República Democrática do Congo, um país marcado por grandes injustiças sociais e onde um de seus tios, que era padre, exercia um trabalho missionário. “Viajei para lá quando tinha 20 anos e essa experiência me marcou muito, porque realmente fui lançado em uma realidade bem diferente da minha, uma realidade em que a pobreza é um verdadeiro soco na cara. Foi mesmo um soco que me desorientou ao ponto de não saber mais o que eu deveria fazer com esses problemas tão graves”, argumenta. E completa: “O meu primeiro sentimento foi de raiva pela injustiça, mas eu quis conhecer aquela cultura e acabei gostando, pois vi uma maneira diferente e tão bela de se encontrar com o outro, de ver o mundo, de ver Deus, a família, o dinheiro e as relações interpessoais. Mas ainda assim estava muito confuso e não sabia ao certo o que significava ajudar. Cheguei a ver 20 crianças pedindo esmolas em uma estrada, mas vi que não seria dando dinheiro que iria mudar aquela realidade. Então, como faz para mudar? Comecei a pensar e a pesquisar, até que decidi trabalhar no setor social com ONGs”. Após a decisão, Matteo fez uma experiência de quatro anos em Guiné-Bissau, outro país africano marcado por grandes desigualdades. Após esse período, ele retorna a Itália, onde ganha
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a oportunidade de conhecer os trabalhos do padre Renato Chiera junto à Casa do Menor São Miguel Arcanjo na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. “Em Guiné-Bissau era uma realidade pobre, mas de muita dignidade em relação à família, às relações humanas e às tradições. Já em Miguel Couto, quando o padre me levou para a cracolândia, eu pensei ter visto o pior lugar do mundo, pois não havia dignidade, era um local onde estavam todos aqueles que perderam tudo, que destruíram a própria vida por causa da injustiça de uma sociedade que não inclui”, observa. Apesar da passagem pela cracolândia brasileira, Matteo ressalta algo que o chamou bastante atenção: a presença do padre Renato junto àquelas pessoas. “O padre era o único que ainda prestava atenção naquele povo sem pedir nada, nem conversão, somente sendo presente e dizen-
do: “Olha, estou aqui! Se ninguém mais está, eu ainda estou”. Essa foi uma mensagem muito bonita que ficou comigo, onde se percebe também que essa questão de ser presença é muito forte”, pontua. Diante de tal vivência, Matteo considera o padre Renato como uma figura carismática que lutou para mudar o mundo. “Ele podia escolher ser um padre convencional e celebrar muitas missas, rezando, confessando, mas ele sentiu que era importante mudar a realidade onde estava como padre, como igreja. E eu vejo que ser exemplo é um grande testemunho para igreja. Se eu devo dizer qual é a igreja que eu gosto olhar, basta ver aí padre Renato o que fez. Ele não é a igreja que se fecha, que tem medo do outro, que pensa apenas na estrutura, no dinheiro. Ele é a igreja que coloca a mão na massa, que não tem medo de mexer dentro da realidade e sujar as mãos”, enaltece.
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A inspiração que se tornou presença
Um ideal: Cooperar para um mundo melhor Após as experiências no Brasil e na África, Matteo retornou a Itália e passou a colaborar com o desenvolvimento da Casa do Menor, que tem sua matriz fixada naquele país, e que para ele é sinônimo de uma “história bonita, de resgate de muitas pessoas”. Na obra, ele atua no departamento de projetos, onde acredita ser o local ideal para transformar a realidade de muitas pessoas. “Se eu estivesse em uma multinacional, estaria trabalhando para tornar o meu chefe mais rico. Mas, na Casa do Menor, estou contribuindo para que as comunidades de Vila Cláudia, de Marcelina, de Santana de Ipanema tenham mais oportunidades”, justifica. Para Matteo, a Casa do Menor desempenha um trabalho muito bonito no Brasil, já que assume um papel que o Estado não quer assumir. “Nós não podemos substituir o Estado, mas podemos ser solidários com os nossos irmãos que estão em uma das cidades mais injustas. Sem falar que o pouco que é para nós da Itália é muito para quem está longe, é uma maneira de cooperar para um mundo melhor”, completa. Ele ainda destacou que por ser um braço da sociedade, a Casa do Menor demanda de uma estrutura organizacional muito bem definida e que captar recursos para a sua manutenção “é uma causa bonita”. Uma vez que, embora tenha que pensar como uma grande empresa, a instituição tem o objetivo de “salvar vidas e mudar o mundo, sem deixar de ser transparente”, para poder sensibilizar a comunidade em geral a ajudá-la a continuar em atividade. Diante de tantos desafios, ele confidenciou que gosta de trabalhar na Casa do Menor, porque a instituição o faz se sentir cidadão do mundo. “Eu quero contribuir para que essa organização se torne referência, se torne uma organização que trabalha bem, que é cada vez mais bem organizada. Não me interessa que seja tão grande, mas que desenvolva o trabalho bem. Se é para dar o curso, que dê os cursos bem; se é para fazer esse acolhimento, que faça o acolhimento bem. Meu sonho é contribuir e tornar essa realidade em uma organização melhor e continuar essa história que começou há 35 anos e que deve continuar. Eu sou só uma parte dessa história. Eu dou a minha contribuição”, diz.
Após iniciar os trabalhos há 35 anos, a Casa do Menor encontrou uma nova missão para desempenhar na Itália: ser presença junto aos mais vulneráveis. Segundo Matteo Ghiglione, essa missão foi descoberta no primeiro ano da pandemia de Covid-19, após uma visita do padre Renato Chiera. “Há alguns meses, o padre estava aqui e aproveitou para visitar as estações de trem e a rodoviária de Curiel, que é uma cidade em que muitas pessoas estão sem trabalho e desabrigadas. E como ele faz no Brasil, ele começou a realizar visitas a essas pessoas e ser presença. Agora estamos continuando esse trabalho. A ideia é ser uma presença estruturada também aqui, é uma outra parte do meu trabalho. Portanto, pouco a pouco, vamos encontrar a nossa vocação também da Casa do Menor Itália, aqui nesse território, e de ser uma presença aqui que começou no Brasil e que veio, assim, como a viagem inversa. Começou com o padre saindo da Itália, agora já voltou, e estamos começando aqui em mais uma história”, finalizou.
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• E N T R E V I S TA
JÚLIO DANILO “Hoje, o Distrito Federal está muito mais seguro”
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Revista Imagineacredite apresenta uma entrevista exclusiva com o novo secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, o Delegado Federal Júlio Danilo Souza Ferreira. Ele assumiu a titularidade da pasta em março deste ano, após a ida de Anderson Torres para o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Por isso, nesta entrevista, Júlio Danilo falará um pouco da sua carreira no mundo policial, a situação que encontrou a SSP-DF, os desafios e as medidas tomadas para fazer de Brasília e região um dos lugares mais seguros do país. Confira a entrevista na íntegra:
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Revista Imagineacredite: Como descreveria o homem e o servidor público Júlio Danilo? Júlio Danilo: Sou filho de militar, venho de formação católica, sou católico apostólico romano praticante, casado há 24 anos e pai de dois filhos, Marina e José Henrique. Trabalho desde os meus 19 anos e tenho passagem pela iniciativa privada, já que trabalhei em uma lanchonete e em um banco privado. Também fui servidor do Poder Judiciário, onde atuei como Técnico Judiciário e Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, durante quatro anos. Mas a minha paixão sempre foi a Polícia. Como tinha o sonho de ser delegado da Polícia Federal, me dediquei e, graças a Deus, consegui isso entre 2001 e 2002, quando fiz meu primeiro concurso e ingressei nos quadros da Polícia Federal como Delegado. Na corporação fui representante da Interpol e tive uma passagem pelo estado do Tocantins, onde atuei em diversas áreas, com o Chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários. Mesmo coordenando uma unidade especializada, atuamos em diversas apurações de vários tipos de crime. A partir daí, fui removido para Brasília, onde comecei meu trabalho na repressão ao tráfico de drogas e ao crime organizado. RIA: Como surgiu esse desejo de ser Delegado da Polícia Federal? JF: Meu pai era militar e meu sogro é Agente da Polícia Federal. Então eu acabei convivendo com a influência deles, dessa formação policial e militar, na família mesmo. RIA: Sua trajetória mostra que o senhor possui vasta atuação na repressão a crimes violentos, produtos químicos, drogas e facções
Mas o desafio é esse, o crime exige cada vez mais de nós, e a gente tem que ser criativo e saber trabalhar de forma eficiente e eficaz no combate à criminalidade. criminosas. Diante disso, quais os maiores desafios e aprendizados destes anos de atuação na segurança pública? JF: Eu acho que o grande desafio mesmo é buscar enfrentar a criminalidade na sua totalidade, diante das diversas limitações que nós temos, sejam elas de cunho legislativo, de disponibilidade de material e até humano. Então, buscar fazer aquilo que é possível com os recursos que temos é o grande desafio. E neste sentido, a Polícia Federal é uma grande escola, pois ela forma excelentes profissionais. A gente tem ali um material humano muito bom com capacidade de contribuir da melhor forma para o desenvolvimento do país. O desafio é esse, e o crime exige cada vez mais de nós, por isso temos que ser criativos para trabalhar de forma cada vez mais eficiente no combate à criminalidade. RIA: O senhor esperava ser convidado pelo governador Ibaneis
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Rocha para comandar a SSP do Distrito Federal? Como foi para o senhor receber este convite? JF: Para mim foi uma honra receber esse convite do governador Ibaneis Rocha. Eu já fazia parte da equipe, sempre busquei cumprir minha missão da melhor forma possível. Além disso, é uma grande satisfação contribuir com a segurança do DF, pois é a cidade que escolhi para viver. E digo isso porque, embora eu tenha nascido no Rio de Janeiro, vim para Brasília aos três anos de idade e aqui me estabeleci. Então aqui é a minha cidade do coração. Sou brasiliense de coração e por adoção. Por isso, foi uma honra receber esse convite, pois já estava trabalhando como Secretário Executivo na Secretaria de Segurança Pública do DF, inclusive nós temos um programa de trabalho que ajudei a construir. Mas devo confessar que foi uma grata surpresa, porque não vim com o intuito de assumir o comando da Pasta, vim para trabalhar na segurança pública. RIA: Em que situação o senhor encontrou a Pasta? Quais os desafios? JF: Encontrei a Pasta muito bem-organizada, e posso até dizer porque já estava aqui atuando também, contribuindo para isso. O grande legado do ministro Anderson aqui foi contribuir para integração das Forças de Segurança. Então, hoje, a Segurança Pública do DF é outra. A gente vê isso pelos números, e os números não mentem! Os índices criminais, desde o início desta gestão, em 2019, vêm caindo. Tudo isso é fruto do trabalho desenvolvido. Temos um programa que se chama “DF Mais Seguro”, que possui uma série de projetos muito importantes, porque hoje, o que fazemos na segurança pública é baseado em um trabalho técnico e científico, com base em estudos de-
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senvolvidos por nossas subsecretarias, entre elas a de Inteligência e de Gestão da Informação. E tudo isso vêm surtindo bons resultados. RIA: A pandemia provocou instabilidade social e econômica em todo o país, o que impactou diretamente na segurança pública. Por isso, considerando a necessidade de salvaguardar as vidas, até que ponto o Programa DF Mais Seguro pode corresponder às antigas e atuais demandas? JF: A pandemia impactou demais a economia e a dinâmica social. Consequentemente, muitas pessoas perderam os empregos e isso reflete na segurança. Por isso, coube a segurança pública se adaptar à nova realidade. Não paramos um minuto sequer durante a pandemia. Com a suspensão dos eventos artísticos, direcionamos efetivo para atuar diretamente na repressão à criminalidade. Esse fator, aliado ao empenho dos nossos profissionais, que mesmo diante da incerteza continuaram firmes, culminou no aumento da produtividade e na queda dos índices criminais. As apreensões de drogas e armas aumentaram, assim como a quantidade de veículos recuperados. Tivemos a redução significativa dos homicídios, por exemplo. Em 2019, chegamos ao menor índice deste crime nos últimos 35 anos e, ano passado, o menor em 41 anos. Em março deste ano, obtivemos o menor número de homicídios dos últimos 22 anos. Portanto, os crimes vêm caindo mesmo antes da pandemia. Hoje, a população se sente mais segura e o Programa DF Mais Seguro contribui para isso. Daqui pra frente, vamos intensificar ainda mais nossas ações específicas em cada cidade, com base em estudos técnicos - uma vez que cada localidade possui suas particularidades.
"Não paramos um minuto sequer durante a pandemia. Com a suspensão dos eventos artísticos, direcionamos efetivo para atuar diretamente na repressão à criminalidade" RIA: A pandemia ainda aumentou os índices de violência contra as mulheres, os quais já eram significativos em todo o país. Por isso, de que forma a SSP do DF tem enfrentado essa questão nos campos da prevenção, proteção, repressão? JF: No Brasil, de forma geral, houve aumento dos casos de feminicídio durante a pandemia. Porém, no Distrito Federal, houve redução de quase 50% em 2020. Se a gente pegar somente os dados do período da pandemia, março a dezembro de 2020, temos uma redução ainda mais significativa, de 57%. E o que a gente atribui a isso? Temos uma série de projetos que estão reunidos no programa Mulher Mais Segura, que estuda a fundo todos os casos de feminicídio, por meio de uma câmara técnica. Isso nos possibilitou desenvolver políticas públicas eficientes, voltadas à prevenção da violência doméstica, que é onde tudo começa. No programa, temos também a campanha #metaacolher, que incentiva as pessoas a “meter a colher”, a denunciar imediatamente quando tomarem conhecimento de situações que envolvam violência doméstica. Criamos, ainda, um canal eletrônico que possibilitou o registro de ocorrências on-line, o que
permite fazer, inclusive, solicitação de medida protetiva. Temos a ação do PROVID, policiamento especializado da Polícia Militar que faz o acompanhamento ativo de mulheres e famílias que vivem em contexto de violência doméstica. Além disso, temos o dispositivo Viva Flor, no âmbito da SSP/DF, e o Dispositivo de Monitoramento da Pessoa Protegida (DMPP), que foi lançado em março deste ano – que é inédito no Brasil, pois acompanha, de forma dinâmica, a vítima e agressor. Temos, portanto, diversos projetos e medidas voltadas à prevenção da violência contra a mulher. É um compromisso da minha gestão e do Governo do Distrito Federal. RIA: Por falar em pandemia, em que pé está à vacinação das forças de segurança? JF: Esse foi o primeiro desafio que encontrei ao assumir como secretário de Segurança Pública do DF. Havia um anseio muito grande dos profissionais que estavam na linha de frente, que nunca pararam durante toda a pandemia. Logo na primeira semana de gestão, iniciei uma série de tratativas junto ao governo e forças de segurança para elaborar um plano de vacinação justo e que
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ENTREVISTA - Diretor da Revista IMAGINEACREDITE, Sérgio Botelho Júnior, e o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, o delegado federal Júlio Danilo Souza Ferreira
atendesse às nossas necessidades. Quando o governador autorizou e destinou as vacinas, iniciamos a vacinação com doses distribuídas proporcionalmente ao efetivo de cada força, por critérios de idade e tipo de atividade exercida e, principalmente, de forma organizada. Como resultado, já vacinamos mais de 20 mil, em um universo de mais ou menos 32 mil servidores, incluindo forças de segurança daqui e as federais que atuam no DF. Estamos trabalhando firme para que, num curto espaço de tempo, possamos imunizar todo nosso pessoal. Claro que isso depende muito da disponibilização de doses do Ministério da Saúde, mas acredito que conforme forem chegando mais doses ao Brasil, mais doses serão disponibilizadas para o DF e para a Segurança Pública. RIA: Sobre a repressão ao narcotráfico, o que a sociedade do DF pode esperar do senhor? O governador Ibaneis deu alguma ordem específica sobre este tema? JF: Sim. O governador nos orientou a continuar atuando de maneira firme na redução dos índices de criminalidade, buscando não somente melhorar a sensação de segurança, mas também a qualidade de vida da população. Sabemos que o tráfico de drogas impacta diretamente na
ocorrência de outros crimes, por exemplo, àqueles contra a vida e o patrimônio. Por isso, implementamos, dentro do DF Mais Seguro, uma ação integrada chamada “Operação Quinto Mandamento”, que faz referência ao mandamento bíblico “Não Matarás”. Nessa operação, as forças de segurança trabalham de maneira integrada em áreas críticas, onde os principais crimes são recorrentes. Atuamos, principalmente, na repressão ao tráfico de drogas e no porte e posse ilegal de armas, pois estes crimes influenciam diretamente nos homicídios, por exemplo. Essas ações acontecem, por exemplo, em ambientes onde há venda e distribuição de bebidas alcoólicas, pois esses pontos, muitos deles clandestinos, são vulneráveis ao cometimento de diversos crimes. RIA: O senhor, mais do que ninguém, é um professor da segurança pública. Por isso, podemos esperar um fortalecimento de ações educativas nas escolas? Pretende promover cursos para os policiais distritais? O que podemos esperar no campo educativo/preventivo? JF: Temos uma Subsecretaria de Gestão de Pessoas, na SSP/DF, que tem a função de fomentar a formação e aperfeiçoamento do profissional de Segurança Pública. Grande parte das capacitações atualmente,
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devido às restrições da pandemia, tem sido à distância, por EAD. Portanto, não paramos com relação a isso. São capacitações custeadas por meio de parcerias e também pela Secretaria, muitas delas abertas a sociedade, por meio da nossa escola virtual (ver site SSP/DF). Nosso objetivo é continuar evoluindo nesse campo, incentivando os servidores e a sociedade a se capacitarem cada vez mais. No âmbito da Secretária temos as Escolas de Gestão Compartilhada, também conhecidas como colégios cívico-militares. O DF possui dez escolas com essa característica. São unidades que funcionam em gestão conjunta da Secretaria de Educação e da Secretaria de Segurança Pública. Nós ficamos com a parte ética e disciplinar e a Educação com a pedagógica. A equipe de instrutores da Segurança Pública é formada por policiais militares e bombeiros e a gestão é feita pela Subsecretaria de Escolas de Gestão Compartilhada, da SSP/DF. RIA: Como ocorre a seleção das escolas para esse projeto? JF: No Distrito Federal a escolha dos colégios é feita, inicialmente, pelo cálculo do Índice de Vulnerabilidade Escolar (IVE), que analisa dados como índices do IDEB, taxa média de reprovação e o índice de abandono escolar de cada unidade de ensino, assim como taxas de violência na região. Além desses índices, é feita também uma consulta à comunidade escolar, para saber se ela é favorável ou não à implementação da Gestão Compartilhada. A partir daí, fazemos a implementação e em pouco tempo já percebemos a diferença nos resultados referentes à aprendizagem e a disciplina dos alunos, que passam a contar com uma formação ética, de respeito ao próximo e aos valores e símbolos nacionais.
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RIA: O GDF pretende incluir mais escolas no projeto de Gestão Compartilhada? JF: O governador Ibaneis tinha a intenção de abrir dez escolas a cada ano, para que chegássemos ao final do governo com 40. Com a pandemia houve dificuldade para cumprir o cronograma. Então, esperamos abrir mais dez escolas, inicialmente, e já estamos trabalhando com a Secretaria de Educação para que isso aconteça. Serão seis escolas distritais de Gestão Compartilhada e quatro escolas federais, que serão assumidas pelo Ministério da Educação e Forças Armadas. Nossa intenção é que as Escolas de Gestão Compartilhada se consolidem como política de Estado, para que se possa seguir avançando com novas unidades, independente da mudança de governo. O resultado é muito bom! Antes, em algumas dessas escolas, os professores se sentiam inseguros para trabalhar. Quando recebem a gestão compartilhada, os alunos começam mudar a postura, melhorando nos quesitos respeito à escola e aos colegas, na organização e na disciplina. Essa mudança se reflete também na relação com familiares e amigos fora da escola. RIA: Quais serão as novas escolas com Gestão Compartilhada? JF: Já temos escolas em dez Regiões Administrativas do DF: em Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo II, Recanto das Emas, Planaltina, Sobradinho, Taguatinga, Estrutural, Itapoã e Núcleo Bandeirante. Já estamos estudando as próximas, possivelmente no Paranoá e Planaltina, pelas condições de vulnerabilidade, e uma em Brazlândia, para atender nossa proposta de ter uma escola com essa configuração em cada Regional de Ensino. Por enquanto, ainda não há definição. As propostas
"A Segurança Pública é responsabilidade de todos e dever do Estado" estão sendo avaliadas pela Secretaria de Educação e, posteriormente, serão submetidas à comunidade escolar. RIA: Uma boa segurança pública e uma boa sensação de segurança demandam um bom efetivo. Por isso, quantos policiais militares ainda devem ser convocados e qual a previsão para a abertura do concurso da Polícia Civil do DF? JF: Uma das grandes dificuldades atualmente, em todas as unidades da federação, é a falta de efetivo policial. Não é uma realidade só do DF. Conseguimos compensar essa defasagem com aperfeiçoamento dos processos de gestão, para tornar o policiamento mais inteligente, com o uso de tecnologia, como o sistema de Videomonitoramento, por exemplo, e com as ações de inteligência. Porém, desde 2019, nomeamos quase 3 mil profissionais na área de segurança pública, sendo 2 mil somente na Polícia Militar. Temos, hoje, cerca de 700 policiais militares, entre Praças e Oficiais, no Curso de Formação. Esses policiais já começaram o estágio nas ruas e, se Deus quiser, até outubro estarão atuando plenamente na segurança da população. Além disso, temos mais 357 bombeiros no Curso de Formação, que começarão, ainda no primeiro semestre, o estágio supervisionado. Há a expectativa da retomada do concurso da Polícia Civil, que infelizmente foi suspenso por conta da pandemia. Assim que houver redução consistente no índice de contaminação e de ocupação
de leitos, o concurso deve ser retomado. São 2,1 mil vagas, sendo 600 para Agente, 300 para Escrivão e 1,2 mil para cadastro reserva. RIA Qual a mensagem o senhor deixa para os nossos leitores? JF: A mensagem que quero deixar está escrito em nossa Constituição: a Segurança Pública é responsabilidade de todos e dever do Estado. Digo isso porque quando o cidadão tem essa consciência, passa a contribuir efetivamente com a segurança da cidade, do bairro e da rua em que mora. Ele sente aquela obrigação de não concordar com a ocorrência de coisas ilegais, passa a ter uma nova postura e contribui com o desenvolvimento de ações preventivas. Sem mais, agradeço a oportunidade de poder falar um pouco do nosso trabalho. Temos uma secretaria muito bem-organizada, que nos permite seguir em frente para implementar novas ideias. Quero agradecer as Forças de Segurança Pública do DF, pois os resultados positivos só são possíveis pela capacidade, comprometimento e profissionalismo dos agentes de segurança pública. Meu agradecimento especial às Polícias Civil e Militar, ao Corpo de Bombeiros Militar e ao Detran. Aqui, não nos contentamos com “eu tenho só que bater o índice do mês passado ou do ano passado”. Não! Sabemos que não existe crime zero, mas trabalhamos para chegar o mais próximo possível, para melhorar sempre. Seguimos avançando e trabalhando para tornar o DF cada vez mais seguro.
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• C U LT U R A
Via Sacra de Planaltina emociona os fiéis há 48 anos com a tradicional encenação da vida de Cristo
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m local que transmite a paz, renova a fé e a esperança, completou 48 anos agora em 2021. Encenado pela primeira vez em 1973, o grupo Via Sacra ao vivo de Planaltina foi idealizado e criado pelo Padre Aleixo Susin, em memória, e um grupo de jovens da Paróquia São Sebastião de Planaltina do Distrito Federal. Tombada em 2008 como Patrimônio Cultural Imaterial de Brasília, o evento cultural religioso leva emoção para
mais de 150 mil pessoas com a encenação do julgamento, condenação, morte e ressureição de Jesus Cristo, filho de Deus, que veio ao mundo para dar a salvação aos pecadores. Com o objetivo de evangelizar dentro da comunidade de Planaltina de forma simples, a Via Sacra era organizada pelos moradores locais de forma improvisada e não tinha uma preocupação cenográfica. Só para ter uma ideia, a primeira encenação contou com a participação de 500 fiéis. E tudo muda com a chegada da nova
coordenação de Uberdan Cardoso, em memória, que convida Pedro Oliveira, conhecido como Pepa, para criar um projeto cenográfico para os eventos da Via Sacra. Dentro da cidade, até então, só acontecia o Domingo de Ramos próximo a igrejinha São Sebastião, que é tombada, e a Santa Ceia em frente à igreja matriz. E para contar em detalhes toda a história, a ImagineAcredite entrevistou com exclusividade o Pepa, que há mais de 20 anos trabalha no setor cultural de Planaltina DF e também como coordenador da Via Sacra.
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“Esse foi o primeiro desafio, dentro do movimento cultural no Distrito Federal, de criar uma linha cenográfica pra um grupo que já tinha 16 anos. Já existia Via Sacra, mas quando se parte pra questão cenográfica ainda estava nascendo, ainda estava se criando isso. Aí foi criado uma equipe com adolescentes, marceneiros, serralheiros, pessoas da comunidade que se doaram pra que isso acontecesse. Então o primeiro desafio era criar o cenário do Domingo de Ramos, um cenário grande onde retratava a entrada de Jesus em Jerusalém e seus milagres, como a ressurreição do Lázaro, a cura do cego Simeão, e várias outras curas que Jesus fez”, lembra Pepa. Concluída a primeira etapa, o desafio então era criar a cenografia para a Santa Ceia. “Mudamos desses setores, que era próximo a igrejinha de São Sebastião, tombada e da matriz, e
fomos para um espaço fechado, que era o Módulo Esportivo de Planaltina, onde nos deu oportunidade de trabalhar melhor toda essa dimensão cenográfica, toda essa dimensão de atuar, mais próximo da comunidade, mais próximo do público, ficou tipo um teatro de arena. Esse desafio todos abraçaram”. E quando foi para criar esses cenários, até então, nessa época, a Via Sacra praticamente não recebia tantos recursos públicos. E como fazer? Era preciso ter a criatividade. Então foi feito o cenário de madeira, a partir do resto de material de construção e serralherias, e durou mais de uma década, entre 1991 e 2002. “Seguramos um tranco, dando manutenção, fazendo todo esse trabalho, mas ali numa beleza artesanal que fosse essa primeira etapa. Quando se fala em cenários da Via
Sacra, a gente tem a etapa da madeira. Depois tem a etapa do isopor. E depois vem a outra etapa que é a atual, onde se usa muito LED dentro do processo Via Sacra”, descreve Pepa. Hoje a Via Sacra ao vivo de Planaltina tem uma estrutura de sonorização, iluminação e cenográfica. As mudanças cenográficas no Morro da Capelinha aconteceram em 2003, que foram refeitos os cenários, os três Palácios, a Praça Central, que é a praça da ressurreição, para que o público tivesse melhor visibilidade e identificasse a época. “Todo ano essa obra vai se renovar. Vai precisar de algo a mais. Então há uma evolução de época. E tudo isso tem sido trabalhado nesse sentido, a Via Sacra cresceu muito. Hoje ela é internacional, é um espetáculo que o mundo conhece”.
Voluntários em prol da evangelização de Cristo Da década de noventa para cá, a Via Sacra sempre teve uma visibilidade de público, porque a missão é evangelizar e mostrar a história de Cristo que sofreu pela nossa salvação. Então, coube a esse grupo mostrar essa realidade, mas não apenas contando uma história. Era preciso ser vivenciada pela comunidade, do pedreiro até o advogado. “Chegou em um ponto que Via Sacra era muito concorrida para as pessoas entrarem no grupo. Todo mundo queria fazer parte da Via Sacra. E aí tem toda uma preocupação que não era a quantidade, e sim qualidade. Então precisava de pessoas que se doavam, que amavam a Via Sacra.
É tanto que nós temos um lema, que é tudo por Maria, tudo por Jesus, tudo pela Via Sacra. Essa é engrenagem”, argumenta. Segundo Pepa, o Grupo Via Sacra tem 1.400 voluntários, sendo 1.100 entre figurantes e atores, e demais 300 compõem a parte técnica. E os fiéis que desejarem participar do evento como voluntários, deve procurar a coordenação de cada equipe. “Se a pessoa vem com a vontade de trabalhar e tem um dom naquela área, ela é recepcionada pelo coordenador. No convívio com aquela pessoa, você vai fazendo com que ela ou cresça dentro da equipe, assumindo outras funções especí-
ficas, ou então ela não se adapta”, esclarece. Desde 1987, a Via Sacra de Planaltina faz parte do calendário oficial do Distrito Federal. A peça teatral, que é reconhecida mundialmente, começa a organização antes da Quarta-Feira de Cinzas, reunindo diversas paróquias de Planaltina. “É o tipo de espetáculo que eu não posso adiar. Sexta-Feira Santa se não estiver pronto, eu não posso adiar, porque é Sexta-Feira Santa. Ela não muda, tem que tá tudo pronto. Então, a entrada de Cristo em Jerusalém é no Domingo de Ramos. A Santa Ceia na Quinta-feira Santa. E na Sexta-Feira a encenação do Morro”, justifica.
“A cidade de Planaltina entrou no cenário mundial através de um grupo de teatro de evangelização. Quando se fala em Via Sacra, encenação de Cristo se lembra de onde? Planaltina. O grupo Via Sacra não tem data de validade, é um grupo cristão, que trabalha para mostrar esse Cristo que nós acreditamos e cremos. Esse Cristo que veio pra nos salvar, é essa a nossa missão. Então, quando você olha para o público, para a emoção das pessoas, você fala assim, eu me sinto realizado. Valeu
a pena trabalhar, valeu a pena fazer isso aqui por amor”, declara. E antes de finalizar a entrevista, Pepa deixou uma mensagem de fé. “No momento como esse que estamos vivendo, momento pandêmico, precisamos ter mais fé e sermos mais solidários, precisamos entender que tudo isso não está acontecendo por acaso. Tudo isso há um propósito. Tudo isso vai passar porque temos um Deus maior, é um Deus transformador, é um Deus da vida. Que a humanidade tenha esperança”.
Trabalho feito com amor e dedicação Pepa tem uma trajetória de destaque na Via Sacra de Planaltina. Além de ser o coordenador, ele também atuou dentro da Via Sacra, sendo seu primeiro personagem como mendigo. Posteriormente, foi o primeiro Lázaro, na encenação de Domingo de Ramos, durante muito tempo. E nas últimas encenações fez o Simeão, o milagre do cego Simeão. “Tudo isso envolve minha família, minha esposa, meus filhos”, diz Pepa, ao garantir que a cidade se sente realizada.
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•RELIGIÃO
FREI HANS mostra que acolhimento é sinônimo de esperança Ao longo de sua vida, Frei Hans se destaca por se uma pessoa que olha com misericórdia para o próximo.
pandemia do coronavírus causou um verdadeiro caos no Brasil e no mundo. Milhares de pessoas perderam a vida, outras estão com graves problemas de saúde mental, várias perderam o emprego, diversas foram despejadas dos aluguéis por não terem condições de pagar, passando necessidades e foram morar debaixo de pontes e viadutos. Mas existem também aquelas pessoas que estão à margem da sociedade, que já sofrem há anos com a vulnerabilidade social e o descaso do poder público. Mas, felizmente, há pessoas que são engajadas em ajudar o próximo. É o caso do Frei Hans Stapel Ofm, fundador da Fazenda da Esperança, que concedeu uma entrevista exclusiva ao ImagineAcredite. Ao longo de sua vida, Frei Hans se destaca por se uma pessoa que olha com misericórdia para o próximo. E nesta pandemia seu coração falou mais alto e milhares de vidas, que estavam em situação de rua, foram acolhidas na Fazenda da Esperança e receberam amor, solidariedade e uma nova chance de recomeçar a vida. E para o Frei é algo natural. “O Evangelho diz: aquilo que você quer que o outro faça por você, faça também para ele. Quem não tem casa, não gostaria de ser acolhido? Então nós demos casa, demos as Fazendas, e acolhemos. Claro, deixamos um tempo em quarentena, separado dos outros para não arriscar nada, mas acolhemos. E a alegria desses jovens em poder começar uma vida nova, eu vi que não é só importante encontrar uma casa e ter comida e roupa. Importante é receber amor, receber a chance de amar”, explica. E é fundamental entender que essas pessoas que são acolhidas chegam com diversas situações difíceis, mas ainda assim é preciso ensiná-los
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Frei Hans com acolhidos que viviam em situação de rua
a amar. “No momento em que eles saem de si e pensam no outro, eles resolvem os problemas. Muitos vem com feridas da infância, foram abusados, pais separados, têm muitos traumas e precisam perdoar, precisam amar, precisam se doar. E assim eles ficam homens novos, mulheres novas. Claro, isso é uma grande alegria”. Mas a maior alegria do Frei é por ser filho de Deus e saber que Deus o ama. “Deus me conhece, me ajuda, me acompanha, eu sou apaixonado por Ele. E me alegro em encontrar esse Deus em todos”, pontua.
Ele disse que o mundo está em pânico e é compreensível, mas precisamos ter um olhar atento para outras causas de morte que passam despercebidos. “Quantas crianças morrem a cada ano de fome, quantas outras pessoas morrem por não ser atendidas e ninguém se preocupa. E temos um remédio, alimento. E alimento tem demais, que se joga fora no mundo, é incrível, incrível. Por que não se faz um esforço para chegar a todos os alimentos? Parece que tem duas classes de pessoas. Se morrem esses pobres da África, ou-
tros da Índia, não contam. Mas agora com o vírus mexe também com pessoas ricas, pessoas de classe média. Então, por isso, dá tanta, tanta, confusão”, argumenta o religioso. Na oportunidade, o Frei afirmou que devemos tratar a morte como nossa irmã e é preciso se esforçar para alcançar a vida eterna. “Se olharmos alguns aspectos, a gente vê realmente que a morte é uma irmã. Primeiro, sincera, nos fala a verdade, diz que “somos pó e voltaremos ao pó”. Segunda coisa, eu já tenho muitos amigos no céu, meus
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Frei Hans com o Dr. Luís Felipe Belmonte, advogado e empresário
Frei Hans e o Ministro da Cidadania
pais, muitos parentes, muitos amigos, colegas, gente demais. Eu tenho saudades deles. Eu quero encontrá-los. Quem me dá essa possibilidade? Somente a morte. É uma irmã. Depois, nós todos temos nossos pecados, nossos vícios, nossos traumas, feridas, e as vezes lutamos e não conseguimos. Os vícios castigam muitas vezes. Quem nos liberta de todo esse mal? É a morte. Então, a morte é uma irmã. Devemos fazer a paz com a morte e assim também nós não temos mais tantos problemas com os acontecimentos, como, por exemplo, a pandemia”, opina. Ao ser indagado como será o Brasil e o mundo pós-pandemia, ele acredita que as pessoas podem ser mais fraternas e solidárias, pois estão aprendendo, refletindo e pensando no próximo. Mas ainda pode existir aquelas pessoas que se aproveitam da situação e por dinheiro mata um irmão. “Por causa do dinheiro faz tanta coisa, se torna corrupto e esquecem que um dia vão morrer. Mas vamos nos alegrar com aqueles que vivem a fraternidade, a solidariedade”, observa. Apesar de ter sido infectado pelo coronavírus, o Frei em nenhum momento deixou a fraternidade de lado
" quando “Para mim, alguém diz “impossível”, provoca algo dentro de mim, não sei de onde vem, talvez por minha natureza, que nasci depois da guerra, onde tudo era destruído e eu vi que meu povo na luta conseguiu construir. Onde existe pessoas unidas, com a bondade e lutam juntos, tudo é possível.”
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e suas lutas em prol dos dependentes químicos e das pessoas em situação de vulnerabilidade social. Após a recuperação, ele foi direto a Brasília, juntamente com o Senapred, Quirino Cordeiro; o presidente da Confederação Nacional das Comunidades Terapêuticas, Adalberto Calmon; e o presidente da Cruz Azul no Brasil, Rolf Hartmann; para transformar R$ 36 milhões em R$ 336 milhões, sendo que R$ 150 milhões somen-
te para manter os contratos com as comunidades terapêuticas parceiras. E essa ação, que ocorreu no mês de março, chamou a atenção e recebeu o apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, parlamentares e ministros. Pelo volume de recursos, muitos diriam que isto é impossível, mas para ele não. “Para mim, quando alguém diz “impossível”, provoca algo dentro de mim, não sei de onde vem, talvez por minha natureza, que nasci depois da guerra, onde tudo era destruído e eu vi que meu povo na luta conseguiu construir. Onde existem pessoas unidas, com a bondade e lutam juntos, tudo é possível”. E o argumento usado para falar com as autoridades do país era muito forte. “Eu dizia: “não tira daqueles que não tem mais nada, mas tenha coragem de tirar onde tem sobra”. Alguns ganham muito, alguns recebem demais, escandalosamente demais. E agora tirar daqueles que não tem nada? Isso não é possível. E como eles não tem voz, não são ouvidos. Então eu sinto que eu tenho que falar, gritar, e sempre insistir até o último ser atendido”, justifica o missionário.
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Segundo o Frei, aprovar só R$ 36 milhões seria um escândalo que é impossível de aceitar. Ele agradeceu ao presidente Bolsonaro pelo empenho, a primeira-dama que desde o primeiro momento se tornou parceira na luta por essa causa, além dos ministros, deputados e senadores. “Se falta ainda alguma coisa, é só uma questão de tempo e nós vamos dizer: vencemos a batalha. Mas não para descansar. Acorda Brasil, seja mais justo, seja mais honesto, seja mais fraterno, para depois todos poder viver uma vida em plenitude,
uma vida onde não falta nada, nem saúde, nem educação, nem alimento, porque esse país abençoado por Deus é muito rico. Então eu faço voto que essa pandemia nos acorde para sermos irmã e irmão um do outro”, pede o Frei Hans. Apesar de todos os esforços do Frei Hans, infelizmente, o presidente da República, Jair Bolsonaro, precisou vetar alguns trechos do Orçamento de 2021 devido a Lei de Responsabilidade Fiscal e isso atingiu o orçamento das Comunidades Terapêuticas. Mas calma, nem
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tudo parece perdido. Os parlamentares, por meio de emendas, e com o apoio do ministro da Cidadania, João Roma, garantiram R$ 120 milhões ao orçamento da Senapred para 2022. Com a medida, o Governo Federal poderá honrar com os contratos já celebrados com as Comunidades Terapêuticas, bem como ampliar o número de vagas para o acolhimento, tratamento e reinserção social de dependentes químicos nessas entidades. Hoje, o governo federal financia mais de 11 mil vagas para o tratamento de dependentes químicos em 485 CTs.
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• C A PA
Mayara Noronha Rocha
A servidora das causas sociais
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m um País tão desigual e repleto de individualismo, as pessoas que decidem sair de suas respectivas zonas de conforto para se dedicar àqueles que mais precisam são sempre muito bem-vistas e necessárias na sociedade, uma vez que, infelizmente, o dar de si sem querer nada em troca ainda é algo que não é comum a todos os seres humanos. No Distrito Federal, por exemplo, a primeira-dama Mayara Noronha Rocha, de apenas 33 anos, aparece como uma dessas personalidades abnegadas.
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Filha de piauienses que migraram para a capital do Brasil acreditando no progresso e em busca de uma vida melhor, Mayara cresceu como a maioria dos brasilienses. Estudou em escola pública, vivenciou algumas dificuldades, além de ter um pai que sempre a dizia que o melhor caminho na vida era estudar para ser aprovada em um concurso público ou seguir a área do Direito. Ela resolveu estudar para as duas coi-
sas e obteve sucesso em ambas, mas foi no campo jurídico que ela acabou se tornando uma verdadeira servidora das causas sociais. “O que me levou para as causas sociais, eu digo que foi a atuação a frente do setor jurídico de um Sindicato, que nós temos aqui. Lá, eu via que as pessoas que procuravam o setor jurídico eram pessoas mais simples. Então, desde aquele momento, eu já comecei a me envolver com isso”, observa a primeira-dama do DF ao lembrar o início de sua carreira na advocacia, marcada por passagens em três escritórios, seis sindicatos e uma empresa pública, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). “Além disso, eu sempre tive meu grupo de amizades, que todo final de ano se juntava para fazer campanhas solidárias para realizar doações nas instituições de Ceilândia e Estrutural”, completa. Mayara ainda é uma jurista encantada pelo campo do Direito da Família, justamente por ser uma área que demanda de um maior controle emocional e por ter uma atuação mais direta em temas como a violência doméstica. Para ela, poder orientar as mulheres reprimidas e agredidas dentro de suas próprias casas é
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um grande serviço. Contudo, quando seu marido Ibaneis Rocha decidiu disputar o Governo do Distrito Federal, ainda em julho de 2018, ela logo pensou nos menos favorecidos e passou a imaginar que poderia se utilizar do título de primeira-dama para potencializar as ações solidárias que vinha desempenhando com seus amigos ao longo dos anos. Naquela época, ela estava no sexto mês de gestação do seu filho, que nasceu no dia 15 de dezembro de 2018. Mesmo assim, como toda mulher de fibra, ela passou a se dividir entre a maternidade e o cotidiano do Palácio do Buriti. Tudo isso por temer tão somente um sentimento: o arrependimento. “A gente sabe que o cargo público não dura por muito tempo. Então, você tem um prazo para realizar e se realizar, e eu tenho muito medo de me arrepender. Eu não queria que chegasse o dia em que eu olhasse para trás e falasse que enquanto eu estive lá, eu podia ter feito algo e permaneci inerte. Então, eu tento conciliar muito essa responsabilidade de mãe de uma criança pequena, que depende 100% de mim, com a de ser mãe de tantas outras crianças aqui no Distrito Federal”, argumentou.
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“Eu não vou decepcionar!” Apesar de acompanhar a rotina do Palácio do Buriti, Mayara Noronha nunca chegou a ocupar uma função oficial dentro do Governo Ibaneis Rocha. Pelo menos não até a noite do dia 07 de abril de 2020, quando, durante um jantar com ela e o chefe da Casa Civil, o governador recebe uma ligação com demandas que precisavam ser resolvidas na Secretaria de Desenvolvimento Social do DF (Sedes-DF), que estava sob o comando interino de José Humberto Pires, e resolve indicar a sua esposa. Na ocasião, ele a fez apenas um pedido: “Cuida do meu povo!”. “O Ibaneis é um visionário e a trajetória de vida dele é prova viva disso. Então, assim, ao mesmo tempo em que ele olhou para mim e já mandou sair no Diário Oficial, à nomeação, ele falou assim: “Eu espero que você não me decepcione”. Então, foi muito forte falar isso, porque eu olhei para ele e falei assim: “Eu não vou decepcionar!”. Mas, ao mesmo tempo, veio um frio na barriga. E aí, será que eu vou dar conta? Ai meu Deus! Será que é realmente isso que eu tenho que assumir agora? Então veio o medo e ao mesmo tempo a vontade sobrenatural de assumir essa missão, essa cadeira da Secretaria de Desenvolvimento Social”, relembra Noronha. Com a nomeação, Mayara tomou posse no cargo já no dia seguinte, quando teve que enfrentar a rejeição de alguns servidores da Sedes que lutavam contra o chamado “primeiro-damismo” – conceito dado ao uso da assistência social pelas esposas ou secretários do gestor de plantão para tão somente distribuir cestas básicas aos mais carentes. Mas a esposa do governador não esmoreceu, entendeu o lado dos servidores que queriam fazer o que tem que ser feito no campo da Assistência Social e montou uma equipe capaz de solidificar as conquistas já obtidas e de vencer os novos e velhos desafios inerentes à Pasta. “Eu, realmente, entrei para fortalecer a Secretaria como um todo, seja por meio da prestação de serviço para a população, seja para enaltecer os servidores que trabalham todos os dias ali na Secretaria, que é uma Secretaria que por anos foi deixada de lado”, pontua.
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Eu, realmente, entrei para fortalecer a Secretaria como um todo, seja por meio da prestação de serviço para a população
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As prioridades da gestão Mayara Noronha Rocha À Revista Imagineacredite, a secretária Mayara Noronha se mostrou atenta a todas as demandas assistenciais do DF e garantiu que sua Pasta vem atuando em todas as frentes, como manda a lei. Entretanto, ela afirmou que a Sedes-DF focará em três eixos de atuação: prover o alimento na mesa do cidadão, por meio do Cartão Prato Cheio e dos restaurantes comunitários; fortalecer as casas de passagens, para acolher as pessoas em situação de rua; bem como garantir o desenvolvimento sadio das crianças, para que elas tenham um futuro brilhante. Para a garantir o alimento aos brasilienses mais vulneráveis, sobretudo diante da pandemia de COVID-19, Mayara e o governador Ibaneis criaram o Cartão Prato Cheio, que beneficia as famílias carentes com o crédito de R$ 250,00 para a compra de alimentos. “Com esse cartão, pela primeira vez, muitas mães conseguiram comprar um iogurte, escolher a marca do macarrão, se ia comer frango ou carne de gado, porque antes a cesta dela o que ia sempre era sardinha ou carne de charque. Nós conseguimos dar essa autonomia para as pessoas escolherem o que comer. Além disso, pensando no pós-pandemia, a gente consegue fazer a economia girar, já que as pessoas injetam esse dinheiro nos pequenos e grandes comerciantes, que pagam seus impostos e permitem ao governo prestar importantes serviços à população. Por isso, o Cartão Prato Cheio foi uma revolução que eu espero que permaneça, porque estamos falando de autonomia, poder de escolha, dignidade, segurança alimentar, orçamento e prestação de serviço voltado à população”, destaca.
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Para resolver o problema das mais de 2.270 pessoas que estão em situação de rua no Distrito Federal, Noronha decidiu abraçar a causa das casas de passagens, que muitos querem longe, mas que precisam estar sempre por perto. “Essas casas não atendem somente a população que está indo para a rua, mas também quem está indo para casa e os comerciantes, porque uma pessoa em situação de rua tende a dormir na calçada de alguém, a fazer as suas necessidades básicas na frente de algum estabelecimento ou de alguma criança. Então quando se cria uma casa de passagem numa rua residencial ou num local de grande fluxo de pessoas em situação de rua, você acaba beneficiando todos os envolvidos direta e indiretamente, pois os moradores de rua terão um teto para dormir e toda a assistência necessária para vencer aquele momento difícil, enquanto os demais cidadãos não precisarão se preocupar, por exemplo, com o desconhecido que dorme embaixo do seu bloco”, justifica.
Mudar o início para transformar o final
“A intenção é avançar para todas as Regiões Administrativas que já estejam no Programa Criança Feliz"
Já para garantir o desenvolvimento sadio dos pequenos brasilienses, a grande aposta de Mayara está no Programa Criança Feliz, criado durante o Governo Michel Temer, com o objetivo de promover o desenvolvimento integral das crianças na primeira infância, considerando sua família e seu contexto social. No DF, a iniciativa foi implantada em 2019, quando passou a beneficiar 1.600 famílias em situação de vulnerabilidade social. Um ano depois, o Criança Feliz Brasiliense saltou para 3.200 famílias diretamente impactadas, ou seja, 3.200 famílias que passaram a ser acompanhadas por um visitador capaz de garantir que a saúde da criança esteja em dia, que ela cresça em um ambiente seguro e que a família seja protagonista no seu processo de desenvolvimento. “Então, se essa criança nasce num cenário de muita violência, se ela nasce num cenário de precariedade mesmo, muitos vão olhar para uma criança dessa e achar que ela não tem a menor perspectiva de vida. E pelo contrário, se a
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gente tiver uma boa base na primeira infância, que é desde a gestação até os seis anos de idade, e isso é comprovado pelos estudos, a gente tem condições de trabalhar as potências dessa criança. Então, o caráter, a coordenação, todo o mundo lúdico, a forma que essa criança vai encarar o mundo, a forma com que ela vai sonhar, a forma como ela vai se relacionar na vida adulta, no caso dos meninos, a forma que vai tratar suas esposas e suas famílias, tudo isso será muito diferente”, destacou. E para potencializar as ações do Programa Criança Feliz Brasiliense, no último dia 18 de maio, o Dia Nacional do Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, a Sedes-DF inaugurou o primeiro espaço totalmente dedicado à ação na Fercal. Segundo a primeira-dama e secretária Maya-
ra Noronha, o espaço mostra que o poder público distrital trata este assunto como uma prioridade. “Parece clichê o que eu estou falando, mas a gente tem que colocar na mente que as crianças de zero a seis anos são prioridades, porque a gente não vai conseguir mudar a problemática do nosso país num estalar de dedos ou na gestão de apenas um presidente ou de um governador”, salienta. E completa: “A intenção é avançar para todas as Regiões Administrativas que já estejam no Programa Criança Feliz Brasiliense. Hoje, nós estamos passando para 16 Regiões Administrativas, justamente, para as regiões mais vulneráveis do Distrito Federal, pois o mapeamento do Criança Feliz é nas regiões mais vulneráveis. Além disso, nós temos no Distrito Federal também um projeto que será o prêmio da Região Admi-
nistrativa Amiga da Criança. Com ele, os administradores regionais participam dando uma cor nas suas regiões. Então, por exemplo, a caminho da parada de ônibus, você vai passar, por uma parede na parada de ônibus que está com o sol, com o pôr do sol, ilustrando alegria e sonho. Ou seja, enquanto aquela criança vai tá na parada de ônibus com seus pais, esperando o ônibus, ela vai tá com a mente dela florindo. E é muito importante incutir sonhos, porque o ser humano é movido a base de sonhos. Então, se uma criança que nasce numa situação precária, ou ela vai repetir o histórico da família ou vai lutar para mudar aquela realidade da família. Mas para ela lutar para mudar a realidade da família, ela tem que acreditar que é possível a mudança. Então, esse mundo lúdico é muito importante para as crianças”.
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A vida entre família, governo e política Diante de tantas obrigações no Palácio do Buriti e do seu olhar mais voltado aos menos favorecidos, Mayara Noronha Rocha acabou conquistando o coração de muitos brasilienses, o que a faz se sentir fortalecida e orgulhosa. “Eu não sou a mesma Mayara do final do ano de 2018. Desde que o ano virou, em 2019, eu realmente me transformei, eu me transformei para melhor”, comemora. Aliado a esses fatores, a secretária ainda confessou que da porta da sua residência para dentro, ela e o governador Ibaneis levam uma vida normal, como qualquer família. “Nosso dia a dia é bem comum mesmo. Eu tenho que dar atenção ao meu filho e eu não abro mão disso. Mas para poder dar conta do serviço social, do governo e da política, eu tenho que estar fortalecida. Por isso, enquanto católica, frequento missas semanalmente, mas também gosto muito do louvor e da pregação dos evangélicos. Sem falar que tenho uma missionária, que me liga para conversar, para desabafar e para receber direcionamentos em minhas orações. São tantas atribuições que acho que todo mundo que passa pelo poder público precisa ter um fortalecimento espiritual”, comenta.
Para hoje, um pedido: mais empatia Por conta da pandemia do coronavírus, Mayara aproveitou a entrevista à Revista Imagineacredite para afirmar que o mundo precisa de mais empatia, uma vez que o momento atual serviu para mostrar a necessidade de as pessoas olharem umas para as outras, a fim de compreendê-las e ajudá-las. “A vida nos desiguala. A partir do nascimento todos nós nos tornamos desiguais, mas a morte nos iguala. Então se a gente sabe que com o fim da vida todos estaremos no mesmo patamar, por mais que hoje o nosso cenário seja um cenário de desigualdade, que provavelmente continuará sendo por um bom tempo, ainda assim a gente tem uma responsabilidade. Então, cada um no seu quadradinho, mas todo mundo olhando para o outro”, reflete.
• DESTAQUE
NOVA PNAD SEGUE FIRME EM DEFESA DAS FAMÍLIAS E NA LUTA CONTRA AS DROGAS
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os últimos três meses, em meio a grave crise na saúde pública, por conta do Coronavírus, o governo Bolsonaro não parou em nenhum momento e continuou fortalecendo, de forma inovadora, as ações na prevenção e combate às drogas, por meio Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (Senapred/MC). Tudo isso por um único motivo: fazer o país ser referência no enfrentamento às drogas. Sendo assim, o governo conta a participação de um time dedicado em servir ao Estado e a sociedade. A exemplo, o ministro da Cidadania, João Roma, que se uniu as Comu-
nidades Terapêuticas para garantir R$ 330 milhões destinados a manutenção de 11 mil vagas já financiadas pelo Governo Federal, em 485 CTs, além de ampliar as vagas para 25 mil, por meio do Edital já aprovado, ofertando um tratamento humanizado para a recuperação dos dependentes químicos e dando a oportunidade de construir um novo destino. E o apoio à causa foi demonstrado durante uma reunião com o ministro juntamente com o presidente da Confederação Nacional das Comunidades Terapêuticas (Confenact), Adalberto Calmon; o presidente da Cruz Azul no Brasil, Rolf Hartmann; o fundador e coordenador das Fazendas da Esperança, frei Hans Stapel Ofm; o frei Rogério So-
ares, da Ordem das Mercês; a deputada federal Professora Dorinha, da Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados; e o Senapred, Quirino Cordeiro Jr. A princípio tinha sido aprovado apenas R$ 36 milhões, mas após uma semana intensa de trabalhos e com o apoio do ministro Roma, o Congresso Nacional aprovou a recomposição de mais R$ 120 milhões. E o ministro assegurou que os trabalhos continuarão para a obtenção de mais recursos. “Nós buscamos cada vez mais avançar e conseguir atuar mais na área da assistência social”. Após a missão, frei Hans destacou que não era uma missão impossível, como muitos acreditavam. “Para mim, quando alguém diz “impossí-
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Prevenção começa pela educação
Ministro da Cidadania João Roma vel”, provoca algo dentro de mim, não sei de onde vem, talvez por minha natureza, porque nasci depois da guerra, onde tudo era destruído e eu vi que meu povo na luta conseguiu construir. Onde existem pessoas unidas, com a bondade e que lutam juntas, tudo é possível. E isso eu quis fazer pensando nessa multidão de jovens que precisam dessa ajuda para não voltarem para as ruas”, argumentou. Já o presidente da Confenact, Adalberto Calmon, reforçou que as comunidades terapêuticas é um importante serviço para o país, onde recupera o dependente químico e o reinsere na sociedade. “É na recuperação do homem como um todo. Aquela pessoa que estava totalmente destruída pelas drogas, onde também foi destruída a sua família, tenha a oportunidade através das CTs de se tornar um novo homem e uma nova mulher. E também de poder resgatar a família daquele que foi usuário de drogas”, pontua. Vale lembrar que a causa das CTs é defendida e incentivada pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni; o secretário Especial do Desenvolvimento Social, Sérgio Queiroz; o senador Eduardo Gomes (MDB-SE), os deputados federais Eros Biondini (Pros-MG) e Bia Kicis (PSL-DF), além de vários líderes políticos e governamentais.
A Secretaria Especial de Desenvolvimento Social e a Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas, em parceria com Universidade Federal de Santa Catarina e a Universidade Federal de São Paulo, lançaram três cartilhas que comprovam os malefícios que as drogas lícitas e ilícitas causam à sociedade brasileira. Elas podem ser acessadas no site do Ministério da Cidadania e estão sendo disseminadas em todo o país de diversas formas. “A primeira cartilha é sobre o tabagismo, que é uma das drogas que mais tem consumo no país e para quem deseja parar de fumar, há um guia de autoajuda. Secretário Quirino Cordeiro Já a segunda cartilha é sobre o tratamento da dependência química e traz estratégias para o gerenciamento de casos complexos de quem sofre com essa doença. E a terceira cartilha traz os argumentos contra a legalização da maconha no país, visto que parte da sociedade se preocupa que a aprovação possa aumentar o número de dependentes químicos”, detalha o secretário Quirino Cordeiro. Para o secretário de Educação a Distância da Universidade Federal de Santa Catarina, Luciano de Castro, o conteúdo do material atende a principal função que é informar a todos. “Estamos muito felizes em transformar esse tema tão complexo, inovador, numa forma de apresentação tão didática. Eu acho que a cartilha ficou leve, de fácil compreensão, formulada através de perguntas e o texto é a própria resposta. Eu acho que ela vai ser de um valor muito expressivo para profissionais e pessoas interessadas no assunto”, comentou. Já o professor Ronaldo Laranjeira, titular do curso de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo, lembrou que a liberação da maconha trará mais problemas ao Brasil, enquanto seu colega, o professor Cláudio da Silva, ressaltou que a cartilha busca conter o avanço da má-informação sobre as consequências do uso de drogas, sobretudo no tocante a maconha. “Quando você veicula informações adequadas, você melhora a percepção de risco das pessoas em relação às drogas. E percepção de risco está diretamente relacionada ao consumo. Estudos mostram que a baixa percepção de risco está associada ao maior consumo de drogas”, justificou.
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Outra ação que o governo lançou foi o projeto Comunidades Terapêuticas Livres de Tabaco. A iniciativa é uma parceria entre o Ministério da Cidadania, por meio da Senapred, e o Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer (INCA). “Não é novidade que o tabaco é um mal terrível em nossa sociedade, responsável pela morte de milhares de pessoas a cada ano em nosso país, seja pelo uso ativo ou passivo dessa substância. Estamos tratando esse tema com o objetivo de realizar a prevenção e a promoção de saúde nas comunidades terapêuticas”, afirmou o secretário especial adjunto de Desenvolvimento Social (SEDS/MC), Alexandre Reis.
"Fizemos um levantamento nas comunidades terapêuticas financiadas hoje pela Senapred e identificamos que mais de 30% delas permitem o uso do tabaco pelos acolhidos. Na verdade, a ideia é que a gente possa aproveitar o momento de recuperação e acolhimento para ajudálos a se livrarem do vício e da dependência do tabaco". Quirino Cordeiro
Fiscalização traz transparência e resultados positivos
Equipe Senapred
No mês de abril, a Senapred publicou a Portaria MC nº 625 que institui a fiscalização remota das Comunidades Terapêuticas. O objetivo do governo federal é fortalecer e dá mais potência ao processo de monitoramento e fiscalização, por meio de videoconferência, das ações voltadas ao acolhimento e recuperação de pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas. De acordo com a Portaria, a fiscalização será realizada, preferencialmente, por dois fiscais, sem aviso prévio à comunidade terapêutica e, no mínimo, uma vez durante a vigência de cada contrato, conforme os seguintes critérios de priorização: quantitativo de vagas
disponibilizadas e mês de término da vigência do contrato. A instituição deverá encaminhar a documentação solicitada pelos fiscais durante a fiscalização remota, por meio de protocolo digital, em até 12 horas após o término da sua realização. A fiscalização será realizada em três etapas. A primeira é a chamada dos acolhidos constantes nas vagas financiadas pelo Ministério da Cidadania. A segunda é a entrevista reservada, com oitiva de, no mínimo, três acolhidos, selecionados pelos fiscais. E a última etapa é a vistoria nas instalações. A cópia das ocorrências será encaminhada à comunidade em até 30 dias e a CT terá o prazo de 10 dias para apresentar manifestação escrita e documentos complementares.
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Senapred fortalece aproximação com as CTs Desde o início da gestão Bolsonaro, a Senapred faz um trabalho diferenciado, se aproximando das CTs, algo que não ocorria nas gestões anteriores. Prova disso é que no mês março a equipe visitou à comunidade terapêutica Centro de Reintegração Deus Proverá, fundada pelo Pastor Ramalho Medeiros, localizada em Planaltina-DF. A entidade tem capacidade para acolher 120 pessoas, mas, atualmente, por conta do coronavírus, acolhe somente 45 homens que buscam uma nova chance para mudar de vida. A família do acolhido pode fazer visitas a cada 15 dias, tendo a oportunidade até mesmo de passar o dia na instituição. Segundo o pastor Ramalho, a Deus Proverá trabalha com o programa RCA, que é responsabilidade, competência e autonomia, com
a duração de doze meses e tem a possibilidade de ser prorrogado por igual período, visto que há dificuldades para o acolhido se reestabelecer como cidadão. “A gente o capacita, põe ele no emprego, ele fica saindo daqui cedo, vai, trabalha e volta, junta o dinheiro dele, até conseguir alugar um apartamento, uma casa pra ele, mobília e depois ele muda. Então, nós damos o suporte pós-internação, ou seja, pós-tratamento doze meses”. Outra ocasião que a ImagineAcredite destaca foi a visita que o Senapred, Quirino Cordeiro, recebeu de representantes das comunidades terapêuticas da RAV (DF), Pr. Marcelo; da Abba Pai (DF), o Pr. Góes e o Natanael; e da Grão Mostarda (CE), Pr. João. O Diretor de Articulação da Senapred, Edu Cabral, também esteve presente na
reunião. A Pasta tem buscado ouvir as comunidades terapêuticas para entender quais são as principais demandas para fortalecer as ações no segmento das CTs. Na oportunidade, o Pr. João garantiu que a reunião foi esclarecedora e agradeceu a amizade entre a Secretaria e as Comunidades Terapêuticas. “Eu digo que aqui é a nossa segunda casa. O secretário está sempre de braços abertos para nos receber”. Ele ainda avaliou de forma positiva a nova PNAD que já salvou mais de 55 mil vidas. “Eu creio que em dois anos nós tivemos essa quantidade, eu fico vislumbrando como é que vai ser daqui há quatro anos ou daqui há 8 anos. Eu vejo a qualidade do trabalho que está sendo desenvolvida dentro das CTs”, pontua.
Acordo fortalece a Política de Drogas do DF O Ministério da Cidadania e a Secretaria de Justiça do DF assinaram o Acordo de Cooperação Técnica com a finalidade de acompanhar a execução, monitoramento e fiscalização das CTs, que são financiadas pelo governo federal e distrital, além do fortalecimento de ações de prevenção ao uso de drogas lícitas e ilícitas, cuidados, tratamento e reinserção social de dependentes químicos e apoio aos seus familiares. O prazo de vigência do acordo será de 60 meses, podendo ser prorrogado mediante a celebração de aditivo. Na prática, esse acordo estabelece que os órgãos federal e distrital deverão implementar o compartilhamento e o cruzamento de dados, a cada 15 dias, sobre prevenção, acolhimento e reinserção social. Outro ponto importante é que ambos deverão elaborar o Plano de Trabalho, executar as ações e monitorar os resultados. Vale lembrar que a parceria entre o governo federal com os estados e munícipios começou com os gestores locais e a primeira assinatura do ACT foi com o estado de Minas Gerais no ano passado.
Para a secretária da Sejus, Marcela Passamani, com essa medida, a família brasiliense pode esperar ações mais contundentes para o enfrentamento às drogas na capital do país. “Nosso objetivo é atender muitos mais famílias. Então vamos atender mais de 20 mil pessoas aqui desde a prevenção até o cuidado nas comunidades terapêuticas”. Dias depois, ela comandou o lançamento do Programa Acolhe que, por meio do acordo com o Governo Federal, tem como meta atender 1.200 famílias do DF.
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Com novos conselheiros, CONEN-DF quer potencializar a repressão às drogas
Teodolina Martins,
Conselho de Política Sobre Drogas do DF
Em abril deste ano, o Conselho de Política Sobre Drogas do DF (CONEN-DF) empossou seus novos conselheiros para o triênio 2021-2023. A solenidade ocorreu de maneira virtual e foi presidida pela Teodolina Martins, a qual afirmou que o órgão trabalhará pautado no desenvolvimento de novos projetos para a prevenção, acolhimento, reinserção social e repressão ao uso de drogas. “Até o final de 2022, espero que nós tenhamos bastantes projetos,
porque o Conselho trabalha por meio de demandas. Então as demandas chegam e nós nos debruçamos, debatemos, para que sejam desenvolvidas as soluções. A gente tem a previsão, por exemplo, a Saúde, que está com grupos de mútua ajuda nessa época de pandemia, que nós vamos divulgar para que as pessoas possam fazer o tratamento via CAPs de forma remota. As CTs também continuam acolhendo os dependentes químicos. Nós trabalhamos todas as demandas”, enfatiza.
Proteger as crianças e os adolescentes contra a violência
Para coibir todas as formas de violência contra as crianças e os adolescentes, o governo federal lançou um aplicativo para orientar e encaminhar as denúncias das vítimas para o Conselho Tutelar, Delegacias de Polícia e o Ministério Público, sempre preservado o sigilo absoluto. Segundo a Diretora de Enfrentamento de Violações aos Direitos da Criança e do Adolescente, Leolina Cunha, o aplicativo tem duas versões, sendo uma para crianças de 6 a 11 anos e outra para adolescentes de 12 a 17 anos.
“O nome do aplicativo é DICA e tem o subtítulo que é conhecer, aprender e proteger. A ideia desse aplicativo surgiu por conta da pandemia, com a chegada do Covid-19. No ano passado, no Brasil, finalzinho de março pra começo de abril, a gente percebeu uma alteração muito grande nos números do Disque 100. Pra você ter uma ideia, no ano de 2019, as denúncias do Disque 100, 55% eram relacionadas a violações de direitos contra crianças e adolescentes. Com a pandemia a gente viu esse quadro mudar”, esclarece a diretora.
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• C Â M A R A D O S D E P U TA D O S
Júlio Cesar Ribeiro
"Nosso maior desafio é fortalecer a economia e gerar empregos"
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Congresso Nacional conta com 594 parlamentares de todo o país, os quais defendem as mais variadas ideias e bandeiras. Neste meio está o deputado federal Júlio Cesar Ribeiro (REPUBLICANOS-DF), que desembarcou na Câmara dos Deputados em 2019, após um brioso mandato de deputado na Câmara Legislativa do Distrito Federal, entre os anos de 2015 e 2018; e relevantes serviços prestados junto à Secretaria de Esportes de Brasília, entre 2012 e 2014, período em que o país se preparava para receber a Copa do Mundo FIFA.
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Com apenas 46 anos, ele se classifica como um parlamentar conservador que milita em prol das causas relacionadas à educação, ao esporte, a família, bem como a todas as questões sociais vinculadas aos jovens, adolescentes, idosos e pessoas que sofrem com a situação de rua e a dependência química. Tanto é que antes de conceder uma entrevista à reportagem da Revista Imagineacredite, Júlio Cesar estava distribuindo cestas básicas para 150 famílias carentes, na região do Paranoá, na capital federal. “Sempre estamos próximos da população e, neste momento de pandemia, buscamos ajudar aqueles que mais precisam”, comenta. E é justamente a pandemia do Coronavírus (Covid-19) uma das principais preocupações do parlamentar. Uma vez que, em sua ótica, o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) pegou um país mergulhado em escândalos de corrupção e sem credibilidade, por conta “de quase 16 anos de muita confusão”. “Mudar essa situação em apenas quatro anos é muito difícil e ainda surge uma pandemia. Então foram situações desafiadoras que os governos Bolsonaro e Ibaneis Rocha trabalharam com muita seriedade. Então, vejo que o nosso maior desafio, hoje, é encontrar mecanismos para que possamos fortalecer a nossa economia, para daí haver geração de empregos, porque o que traz dignidade para uma pessoa, além da casa própria, sem dúvida alguma, é o trabalho. O maior projeto social de um governo é a geração de emprego. Esse é o desafio que a gente não pode jamais deixar de buscar”, argumenta.
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“Não dá para você colocar o peso da reforma administrativa somente sobre o Poder Executivo. Tem que ser feita também no Legislativo e no Judiciário, porque desta forma mostraremos que realmente estamos querendo resolver o problema." Diante deste cenário, o parlamentar acredita que uma das saídas para a volta da normalidade no seio da sociedade brasileira está na vacinação, tema em que comemora a aprovação de medidas, no Congresso Nacional, para a aquisição de vacinas. “O ministro Queiroga já disse que até o final do ano o Brasil todo estará imunizado, o que é possível, pois os Estados Unidos já voltaram a realizar jogos da NBA com público. Então, nós precisamos intensificar a vacinação. Neste sentido, o governador Ibaneis Rocha tem trabalhado com muito afinco, pois ele mal recebe as doses e já dá início à vacinação no DF. Além disso, o Congresso Nacional sempre vai trabalhar com pautas que realmente façam o nosso país avançar”, completa. Aliada a vacinação, o deputado federal Júlio Cesar também defende o avanço das reformas tributária, que ele aponta os impostos repassados aos Estados como o grande problema; e administrativa, a qual defende que seja válida para todos os Poderes da República. “Não dá para você colocar o peso da reforma administrativa somente sobre o Poder Executivo. Tem que ser feita também no Legislativo e no Judiciário, porque desta forma mostraremos que realmente estamos querendo resolver o problema. Só no Executivo não é justo. Acho que todos têm que fazer a sua parte, dar a sua contribuição, mas ela precisa avançar, sem dúvida alguma. São os temas mais importantes”, observa.
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Em defesa da vida e contra as drogas
Um parceiro do Distrito Federal
Júlio Cesar não esconde de ninguém que foi escolhido pelo seu grupo político para ser um elo capaz de levar melhorias para os brasilienses. Por isso, orgulha-se de ter destinado R$ 60 milhões ao Distrito Federal para a construção de nove creches e três escolas, R$ 23 milhões para a construção de restaurantes comunitários e reformas de unidades do CRAS e Creas, além de mais R$ 3 milhões para a profissionalização de centenas de jovens por meio de projetos sociais. “Também conseguimos, por meio das emendas de bancada, mais três Casas da Mulher Brasileira para as comunidades do Sol Nascente, Recanto e Sobradinho II. Desta forma ampliaremos a rede de proteção para elas que tanto sofreram nesta pandemia, já que neste período houve um aumento nos índices de feminicídio em todo o país”, destaca. Por fim, ele ressaltou a sua contribuição para os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), que reunirá, em Brasília-DF, 4.500 atletas em outubro deste ano. “E tudo debaixo do Ministério da Cidadania, além dos recursos que nós colocamos na área social que virá para o DF, quase R$ 23 milhões. Com certeza, vamos colher muitos frutos”, finalizou.
Na entrevista que concedeu a Revista Imagineacredite, o deputado federal Júlio Cesar Ribeiro também foi questionado sobre sua opinião referente ao Projeto de Lei 399/2015, que visa regulamentar o plantio da Cannabis Sativa em larga escala, para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais. Em resposta, ele afirmou que é fundamental que as famílias que necessitam do medicamento a base do Cannabidiol tenham acesso aos mesmos de maneira rápida e mais barata. “Mas o projeto foi totalmente desvirtuado, porque a esquerda começou a colocar emendas para permitir o plantio da maconha em nosso país. Nós entendemos que tem que ser legalizado a questão medicinal, ou seja, que a gente possa comprar e fornecer os medicamentos de maneira segura, como já acontece. Mas não podemos deixar que isso resulte no plantio da maconha”, argumenta. E completa: “No caso do MC Kevin, a moça fala claramente que ele estava usando bebidas e drogas ilícitas. Agora imagina se as pessoas entenderem que isso é lícito em nosso país? Haverá plantações de maconha espalhadas pelo país e as pessoas não vão vender somente para os fins medicinais, sempre vai ter um jeitinho de poder comprar para outros fins. E eu que já faço um trabalho voltado para a recuperação de jovens drogados, sei o mal que a droga faz não somente ao seu usuário, mas também para todos os que estão ao seu redor, porque a pessoa drogada faz um mal a determinadas pessoas sem perceber. Ela pode matar alguém estando sobre o efeito de drogas. O MC Kevin achou que poderia pular de um lugar para outro e acabou morrendo. Então sou contra a esse projeto, porque eu quero preservar as famílias”. Júlio Cesar ainda aproveitou para elogiar o trabalho desempenhado pelo Governo Federal com a nova Política Nacional Sobre Drogas e defender a ampliação de vagas financiadas pelo poder público em Comunidades Terapêuticas. “Somente no DF, são 12 casas cadastradas que fazem esse trabalho, sendo que as demais precisam estar regularizadas para receber esses recursos. Então estou indo nessas casas, conhecendo-as e vendo o sofrimento das pessoas, porque não é fácil. Somente quem conheceu as drogas sabe da importância dessas entidades. Por isso, digo que o Governo Bolsonaro está de parabéns, porque acredita em algo que ninguém nunca teve a coragem de colocar a mão”, completa.
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• G OV E R N O D I S T R I TA L
Educação no DF ganha reforço com a nomeação de
437 aprovados em concurso
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Foto: Alan Cavalcante
o dia 20, do mês de maio, dia 20, é o Dia do Pedagogo e, para comemorar, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, nomeou 437 aprovados no concurso da Secretaria de Educação do DF, sendo 35 analistas de Gestão Educacional, 220 técnicos para Apoio Administrativo, 85 Secretários Escolares e 97 Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha monitores de Gestão Educacional. Temos certeza de que a maior função A solenidade contou com a prede um governante é manter a moral sença do vice-governador, Paco Britda cidade em pé. Essa pandemia vai to, dos secretários de Educação e de passar, e precisamos de um DF de caEconomia, Leandro Cruz e André beça erguida e de peito aberto”, afirma Clemente, respectivamente, além da o Chefe do Executivo local. ministra-chefe da Secretaria do GoO secretário de Educação celeverno Federal, Flávia Arruda, e dos brou a nomeação dos novos servidoparlamentares federais Celina Leão res e garantiu que nenhum estudante e Júlio César, e os distritais Rodrigo será prejudicado por conta do cenário Delmasso, Cláudio Abrantes e Jorge da pandemia. “Nós continuaremos Vianna. O Bispo Dom Marcony tamentregando no DF uma das melhores bém participou do evento. educação do Brasil. Aqui ela é públiO governador festejou o reforço ca, gratuita e de qualidade social”, diz na área educacional e ressaltou que o secretário Cruz. E teve um pedido as dificuldades que o Brasil enfrenespecial do secretário de Economia. ta por conta do coronavírus não fo“Vocês vão entrar e prestar o serviço ram impedimentos para a nomeação. com dedicação para transformar e “Nós fizemos questão de não só viver ajudar o DF a ser uma cidade melhor. a agenda da pandemia. Nós criamos Cuidando das nossas crianças, vocês três agendas muito importantes no cuidarão não só da geração atual, mas DF. A infraestrutura que envolve todas gerações futuras. Vocês são muito dos os servidores públicos não parou importantes para todos nós e toda a na época da pandemia. E não tem estrutura do governo estará ao lado de nada melhor que servir ao público. A vocês”, garante o secretário Clemente. palavra servidor público tem que ser E quem enalteceu o esforço de honrada com muito carinho. É servir a cada nomeado foi a ministra Flávia sociedade, é servir a educação e saúde.
Arruda, que ainda parabenizou o governador. “Cada um da sua forma, dentro das suas atribuições, tem uma importância fundamental na vida das crianças, dos jovens e de todos nós. Eu sou filha de professora, minha mãe é funcionária aposentada, a minha vó foi a primeira diretora de escola hiperativa. Eu tenho em minha família exemplos do quanto a educação transforma. Um gesto como esse, eu tenho certeza, que traz esperança para família de cada um aqui. Eu tenho certeza de que vai transformar a vida de cada um de vocês”, pontua. Já a deputada Celina Leão ficou feliz ao participar do evento e lembrou que, com a pandemia, a população entendeu a necessidade e o papel fundamental dos docentes. “As pessoas que estão aqui têm a maior missão que vão cuidar e educar. E é isso que um país de verdade precisa, de mudar e transformar através da educação”. E antes de finalizar o evento, o deputado Delmasso, elogiou o governador pelo trabalho no combate ao Covid-19. “O governador Ibaneis teve a coragem no início dessa pandemia, seguindo as orientações da OMS, de fazer o que deveria ser feito, para defender a vida do povo”. Na ocasião, o governador adiantou que os alunos voltam às aulas presenciais em agosto. “É muito importante para todos nós que isso aconteça”. Vale lembrar que no final do mês começou a imunização para os profissionais da educação.
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• C Â M A R A L E G I S L AT I VA
Martins Machado O deputado das causas sociais e dos mais vulneráveis
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rasília é, literalmente, o ponto de encontro de todo o Brasil. É nesta cidade que pessoas das mais diversas tribos se encontram para colocar em prática os mais variados objetivos, sejam eles políticos, de vida ou profissional. Neste espectro está Marcos Martins Macha-
do. Natural de São Paulo, ele desembarcou na capital federal há 30 anos e, de lá para cá, se destacou em todo o Distrito Federal e entorno por todo trabalho social desenvolvido junto aos usuários de drogas, idosos e crianças em situação de vulnerabilidade. Diante disso, ele acabou sendo indicado pelo Partido Republicanos,
em 2018, para disputar uma das 24 vagas de deputado na Câmara Legislativa do Distrito Federal e o resultado das urnas surpreendeu. É que após uma intensa campanha, repleta de agendas em instituições que cuidam dos mais vulneráveis, Martins Machado acabou sendo eleito com 29.457 votos. O mais bem votado daquela eleição.
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“Ouvimos o clamor do povo, as necessidades, e desde que assumimos estamos resolvendo demandas antigas da sociedade, contribuindo na melhoria da infraestrutura de mais 100 escolas públicas, em diversas Regiões Administrativas. Estamos trabalhando para deixar um legado para o Distrito Federal”, ressalta o deputado que sabe da importância do seu trabalho para ajudar às pessoas a vencerem o perverso mundo das drogas, o desemprego e todos os males causados pela desigualdade social. “Nas comunidades terapêuticas, um ajuda o outro e contam com os líderes comunitários, que exercem uma função de promover mecanismos para que os problemas sejam sanados. O que eu faço é me unir a eles, com os mecanismos que tenho acesso, com projetos que visem agregar os jovens, colocando emendas em clínicas para dependentes químicos e tudo que possa ajudar às comunidades carentes a sanar ou minimizar os problemas que são muitos e complexos. O olhar social é adquirido naturalmente, não precisa forçar para ter esse olhar, basta prestar atenção no que acontece fora da nossa bolha e faço isso há muitos anos”, observa. E este olhar social do parlamentar o tem conferido destaque na CLDF. Tanto é que, em dois anos de mandato, ele atendeu mais de 5 mil pessoas em seu gabinete, o que resultou na proposição de 50 Projetos de Lei que estão em tramitação no Poder Legislativo do DF. Tudo isso, sem contar com a sanção de 17 leis de sua autoria, a apresentação de milhares de demandas das regiões administrativas. “Eu e minha equipe estamos na Casa do povo para servir e ajudar a população, seja no que for necessário, pois temos um compromisso com a sociedade do Distrito Federal”, reforça.
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"Estamos trabalhando para deixar um legado para o Distrito Federal”
“Eu e minha equipe estamos na Casa do povo para servir e ajudar a população, seja no que for necessário, pois temos um compromisso com a sociedade do Distrito Federal” E completa: “Para a realização desse trabalho, procuro conhecer as expectativas da população do Distrito Federal para transformá-las em propostas concretas. Faço visitas constantes às Regiões Administrativas para conversar com os administradores e lideranças, recebo muitas demandas por meio do gabinete e muitas dessas necessidades viram projetos de lei, como, por exemplo, aquele que instituiu o Programa Mães de Brasília, que tem como objetivo proteger a saúde da gestante em situação de vulnerabilidade social e do recém-nascido no Distrito Federal, criando a Carteira de Identificação da Gestante, que prevê a distribuição gratuita de medicamentos prescritos durante o tratamento nos períodos pré-natal, parto e pós-parto. Então, conforme as demandas vão aparecendo, vamos analisando a viabilidade e elaborando projetos que visam impactar na vida das pessoas”.
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"A fé cura o passado, potencializa o presente e projeta o futuro"
Martins deu abrigo a centenas de famílias no DF O que chama a atenção na atuação de Martins Machado é que seus atos superam suas palavras. Uma prova disso é que possibilitou, por meio de uma emenda de R$ 2 milhões, que 108 casas fossem construídas e entregues gratuitamente a centenas de famílias em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa, mais uma vez, foi pioneira e possibilitada por meio do Programa Samambaia nossa Casa. “Contribuir para que pessoas consideradas vulneráveis tenham direito à moradia digna, é uma das
prioridades no mandato. Por isso, destinei de forma pioneira mais de R$ 2 milhões, em emenda parlamentar para o Programa Samambaia nossa Casa, para construção de 108 casas, sem custo para os contemplados, sendo que a primeira etapa já foi entregue. Essa é daquelas destinações que traz satisfação com o resultado obtido através do recurso investido, pois muitas famílias serão beneficiadas e realizarão o sonho da casa própria”, comenta. Para além do abrigo, o deputado Martins Machado tem atuado para
garantir o acesso das crianças, jovens e adolescentes à Educação, setor para o qual destinou R$ 6 milhões e resultou em melhorias estruturais em 90 unidades educacionais do DF. “Também destinamos uma emenda para o projeto Include, que tem o objetivo de identificar talentos de 14 até 18 anos, em regiões menos favorecidas, oferecendo de forma gratuita um curso de capacitação nos laboratórios, promovendo conhecimento no mundo tecnológico, para que estejam preparados para o mercado de trabalho, e dessa forma saiam com emprego após a participação no programa. Com o recurso também foi instalado um laboratório na unidade de internação para menores infratores”, acrescenta. “Por falar em educação, tivemos um projeto que institui o Programa Inter Ciências Brasília, aprovado na CLDF e seguiu para a sanção do governador. Ele visa incentivar e fomentar a pesquisa científica, por meio de apoio, para que os alunos da rede pública de ensino possam participar de eventos como feiras e congressos nacionais e internacionais. Além disso, temos hoje no DF várias escolas com projetos premiados nacional e internacionalmente e com o fornecimento das passagens e hospedagens, com certeza, teremos muito mais escolas.
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Um defensor da vida em sobriedade
premiadas”, ressalta.
O deputado Martins Machado é evangélico e defensor da vida em sobriedade. Por isso, ao longo dos anos, esteve engajado na luta contra as drogas. Tanto é que chegou a coordenar o Dose Mais Forte – FJU, um projeto ligado à juventude da Igreja Universal, voltado para os jovens usuários de drogas. Foi por meio dele que Martins liderou campanhas de conscientização sobre o tema, a exemplo do Crack, tire essa pedra do seu caminho, Driblando o Crack e Nocaute ao Crack. “A entrada das drogas na sociedade já ceifou vidas e destrói, diariamente, milhares de famílias. É uma mazela que atinge pessoas de todas as classes sociais, idades, sexo, profissão e etnias. As drogas na sociedade se tornaram temas de discussões sociais, onde líderes de governo, instituições e religiões não têm medido esforços para chegarem a uma solução capaz de vencer este mal que afeta a todos, mesmo que o usuário não seja da sua família, afinal com o alto consumo de drogas e o grande nível de dependência, alguns usuários não conseguem viver em um ambiente de harmonia familiar e acabam deixando o convívio de lado para viver em ruas, é quando vendem tudo o que tem e, em diversos casos, se tornam pessoas violentas e perigosas”, pontua. Diante do seu engajamento com as causas sociais e em defesa da vida, Martins Machado acabou sendo reconhecido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal com o título de Cidadão Honorário de Brasília, que foi proposto pelo então deputado distrital e hoje deputado federal Júlio César Ribeiro (Republicanos-DF). Mas engana-se quem pensa que o título serviu para inflar o seu ego. “Fui homenageado em função da prestação de serviços na área social e a gente olha e percebe o quanto ainda precisa ser feito. Você soluciona um problema e têm vários outros que precisam de solução e isso pesa, pois queremos uma mudança. A gente sonha em vê uma comunidade com infraestrutura e uma melhor qualidade de vida, e para isso acabamos trazendo essa responsabilidade para gente trabalhar em prol de uma cidade mais justa e igualitária”, diz. E é diante da sua responsabilidade social que o deputado distrital Martins Machado garante que dará continuidade ao trabalho para levar mais educação, moradia e respostas às demandas dos brasilienses, sobretudo neste momento de pandemia. Por isso, ele aproveitou a entrevista concedida à Revista Imagineacredite para deixar a seguinte mensagem a todos os brasileiros: “Apesar de todo o cenário que estamos vivenciando, com dias difíceis, que causam desesperança, não podemos deixar de acreditar que dias melhores virão. Eu costumo dizer: a fé cura o passado, potencializa o presente e projeta o futuro. Desejo que tenha uma amplitude na vacinação, para que alcance o máximo de pessoas, para que esse cenário que estamos presenciando diariamente com a perda de tantas vidas diminua significativamente. Que tudo possa voltar à normalidade, com aquecimento na economia e com isso mais postos de trabalho abertos. Desejo que todos nós possamos reconstruir nossos sonhos, continuar enfrentando nossos desafios, sem ter que recuar e avançando sempre”.
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•AÇÃO SOLIDÁRIA
Um cardápio amor, acolhimento, fé e Fotos: Marcia Barros Fotografia
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ue tal em uma noite de sábado se deliciar com um maravilhoso arroz carreteiro e uma galinhada e ainda ouvir boas músicas ao vivo? Os alimentos, que dão água na boca, foram preparados com muito amor para população em situação de rua que vive no Setor Comercial Sul e faz parte do Projeto Ação entre Amigos em Rede, liderado por Rogério Soares, conhecido carinhosamente como Barba na Rua. Em entrevista exclusiva, Barba explicou como surgiu o projeto. “É um projeto criado dentro da Rede da Solidariedade DF Barba na Rua que engloba vários amigos de vários projetos. A gente se une para fazer um dia de evento com a população em situação de rua, visando o bem-estar da população em situação de rua”. A ideia do projeto é percorrer todo o Distrito Federal.
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recheado de esperança
O evento, que ocorreu no último dia 5, contou com várias ações tudo para oferecer o melhor para a população que vive à margem da sociedade, além de resgatar o amor-próprio, pois os assistidos tiveram uma noite de muito acolhimento, fé, amor e esperança. Na ocasião, foram disponibilizados um ônibus de banho, serviços de cabeleireiro e manicure, enfermagem, terapia, odontologia em parceria com a Universidade do Distrito Federal (UDF), além do apoio do Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES), Secretaria da Mulher (SMDF) e Secretaria da Justiça e Cidadania (SEJUS). “Nós tivemos vários segmentos. Nós colocamos um espelho para mostrar o antes e o depois. Então,
antes de entrar no banheiro, a mulher se olhou no espelho, depois tomou um banho e colocou uma roupa nova. Quando ela saiu, passou pela W West, que é um grupo de amigos que são cabeleireiro, onde ela fez o cabelo, maquiagem, manicure. E depois ela se olhou no espelho e viu uma nova mulher. Eu acredito nesse impacto da visão. Quando a pessoa se vê no espelho toda modelada passa uma lembrança na cabeça dela, de quando estava em sua casa com a família. E isso pode mudar ela. Nós tivemos a barraca da enfermagem pra pessoas poderem fazer um curativo depois do banho. Nós tivemos uma barraca de odontologia. Nós tivemos a barraca da terapia onde a pessoa pôde contar com oração e reza, além de uma orientação espiritual”, detalha Barba.
E os shows ficaram por conta do grande sambista Marcelo Café e o Chico da Viola, além da quadrilha de Samambaia “Si Bobiá a Gente Pimba”, uma das melhores quadrilhas que tem em Brasília. Na oportunidade, as Tulipas do Cerrado entregaram roupas para população em situação de rua. E para quem deseja sair das ruas, o GDF estende as mãos. “A gente tá fazendo um momento especial. Nesse momento de pandemia, a gente precisa trabalhar junto e misturado. A pessoa que quer ir para a comunidade terapêutica, vai sair e ir direto para CT, ou se quiser ir para uma casa de abordagem, a gente tem a SEDES. A pessoa que quer voltar para as suas cidades, nós vamos elaborar um plano, porque a gente quer mostrar um novo horizonte para essas pessoas”, pontua. Essa ação já foi realizada em Samambaia e São Sebastião.
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Oportunidade e dignidade A Rede da Solidariedade DF Barba na Rua é sinônimo de esperança para quem está vivendo em situação de vulnerabilidade social e nas ruas da capital do país. O DF conta com o empenho de Barba, que veio das ruas, para lutar por políticas públicas eficientes para essa população. Tanto é que ele criou a Rede com o objetivo de ser presença de amor e oferecer a oportunidade para que cada um possa mudar de realidade, escrevendo um novo capítulo recheado de vitórias em sua vida. E com a chegada da pandemia, a vida dessas pessoas foram prejudicadas e foi preciso contar com o empenho de voluntários de vários projetos para que o alimento, a fé
e a esperança não faltassem. “Nesse momento de pandemia, a gente precisa unir forças e esquecer a diversidade política. A gente precisa olhar para a população em situação de rua. Eu vejo todo mundo falar, mas a população de rua foi a última lembrada. Na verdade, foi a primeira que apareceu nessa pandemia. Por que que foi a última lembrada? Porque fechou tudo. Eu me lembro que em março do ano passado eu voltei a morar na rua por causa disso. A galera no Setor Comercial Sul me chamou e falou que tinha fechado tudo e não tinha nem comida no lixo. Então, foi esquecida num campo político, numa pandemia, numa construção”, revela Barba.
“A gente tá reunindo força para que essa população possa ter um norte na vida. E assim, a gente precisa entender o que essa população precisa. Todo mundo fala que é invisível, que é uma população que não tem fala. Eles não são invisíveis, são as pessoas que não querem vê-las. Eles não são mudos, eles falam. As pessoas que não escutam. E esse momento que a gente tá fazendo junto com o GDF, junto com a Rede, a gente está fazendo um momento de escuta ativa. Nós os escutamos, porque precisamos solucionar o problema deles. A pandemia veio pra dar visibilidade, porque todo mundo se trancou em casa o ano passado, quem ficou na rua foi a população em situação de rua”, finaliza.
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Municípios em Ação
•AÇÃO SOLIDÁRIA
Projeto inovador
Programa Escudos visa prevenir e combater as drogas no Tocantins
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renomado Instituto Recriar Vidas, tem uma história de 30 anos de militância na questão de prevenção ao uso de drogas e reinserção social. Prova disso, no final do mês de maio de 2020, a Instituição lançou na capital do Tocantins, Palmas, com a presença do Secretário Nacional de Cuidados e Prevenção as Drogas, Dr. Quirino Cordeiro, um projeto inovador com alcance
nacional e até mesmo internacional. Estamos falando do Programa Escola da Formação em Cuidados Sociais – ESCUDOS, voltado para a prevenção ao uso de drogas lícitas e ilícitas, que vai ser realizado inicialmente em 17 municípios do estado do Tocantins. Esse Programa é extremamente importante, pois busca reduzir as situações de vulnerabilidade social junto a crianças e adolescentes dos municípios. A previsão é formar 1200 agentes de promoção contínua de ações
de prevenção e atender indiretamente cerca de 12 mil pessoas, com cursos, oficinas, palestras e entrega de conteúdos didáticos. O programa conta com o apoio do governo federal e vai capacitar os profissionais da educação, da assistência social e da saúde. A ideia é percorrer todo o país. Para esse projeto, em Tocantins, foram destinados cerca de R$ 1,2 milhão do Governo Federal e de emendas parlamentares da deputada federal Professora
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Dorinha e do deputado federal Eli Borges, e R$ 500 mil reais de recursos destinados pela Deputada Estadual do Tocantins, Cláudia Lélis. Segundo o Diretor Geral do Instituto, Ricardo Ribeirinha, essa parceria foi possível por meio de um projeto piloto que foi desenvolvido no município de Santa Rita de Sapucaí, em Minas Gerais, após a SENAPRED oferecer um curso de formação pela UNODC no Brasil. “Nós remodelamos toda a nossa abordagem em relação ao atendimento ao professor, ao aluno e aos pais. Nós, agora, fazemos instrumentalização psicológica e pedagógica. E isso se tornou muito bacana, porque nós estamos fazendo um projeto inovador, único e que é referência. Estamos mais felizes ainda porque o Programa chamou a atenção do Governo Federal”, explica Ricardo Ribeirinha, ao dizer que o projeto piloto teve início, meio e fim, com resultado muito interessante. No lançamento do programa, várias autoridades marcaram presença. Além da Deputada Federal Professora Dorinha e da Deputada Estadual Cláudia Lélis, participaram ainda o Secretário Estadual da Cidadania e Justiça, Dr. Heber Fidelis, e o Gerente Estadual de Prevenção as Drogas, Ronan Dorneles. Após o lançamento, foi realizada uma visita a Prefeita da Cidade de Palmas, Cintia Ribeiro, que garantiu apoio ao Projeto na capital. “O nosso trabalho é acreditar nesse espaço escola. A gente muda comportamento, eu acredito na mudança da sociedade a partir do debate realizado no espaço escolar”, enfatizou a deputada, acrescentando
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que o objetivo é que o Escudos realize um processo de construção de aprendizado ativo. “A ideia é trabalhar nesse conjunto de onda, para fazer uma movimentação de mudança de comportamento”, afirmou a Deputada Federal Professora Dorinha. A Deputada Estadual Cláudia Lélis, destacou a importância da rede de proteção para ajudar a família e resgatar o jovem dependente químico. “Há muitos anos venho trabalhando para implantar projetos e programas com essa finalidade, e por isso fiz questão de destinar emenda parlamentar para esse programa”, declarou a parlamentar. Para o Gerente, Ronan Dorneles, o projeto vai contribuir com a gerência que trabalha os três eixos da política de prevenção contra as drogas, a prevenção, o tratamento e a reinserção social. “Nós já estamos desenvolvendo essas políticas dentro da gerência e, quando encontramos o Instituto Recriar Vidas, que vem com essa parceria com o governo federal, é um fortalecimento da rede. São os governos federal, estadual e municipal atuando na prevenção contra as drogas e disponibilizando vagas sociais para as comunidades terapêuticas”.
Aproveitando a agenda de visita ao Estado do Tocantins, o Secretário Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas, Dr. Quirino Cordeiro, participou ainda na cidade de Pium-TO a 120 km da cidade de Palmas, da entrega dos certificados do Projeto Recriar Vidas. Na cidade o projeto foi bancado com recursos de convênio direto da SENAPRED com o município, e capacitou mais de 100 professores. Foram investidos 200 mil na cidade que ainda conta com palestras nas escolas das zonas urbana e rural e entrega dos kits “Viver de Cara Limpa, Uma Escolha”. Essa agenda faz parte da campanha da SENAPRED de investimento em ações nos “rincões do Brasil”. Na cidade foi realizado um grande evento e contou com diversas autoridades locais que tiveram a oportunidade de dar seus depoimentos. “Além de explicar, prevenir, também tem o problema de muitas coisas que nós não sabíamos aqui a respeito da cidade, principalmente com as estatísticas que eles fizeram, que nós vamos tomar mais cuidado ainda. Então, foi uma coisa exemplar. E a vinda aqui do secretário, pra nós, foi uma coisa extraordinária, porque veio de Brasília, se predispôs a vir de lá, falou muito bonito, explicou as políticas públicas dessa área. Então, Pium hoje tá muito satisfeito com o que aconteceu”, aponta o Prefeito Municipal de Pium, Valdemir Barros. De acordo com o Senapred, Quirino Cordeiro, o Governo Federal tem investido em várias ações
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de prevenção ao uso de drogas nos municípios, buscando dar mais capilaridade e potência a essas ações. “Pro Governo Federal é muito importante estar presente nos municípios pra acompanhar a execução das políticas públicas, acompanhar os seus resultados. E aqui em Pium nós temos um convênio importante com o Instituto Recriar Vidas, que realiza um importante trabalho de prevenção ao uso de álcool e outras drogas, no contexto escolar. Então, a nossa vinda pra cá garantiu o acompanhamento das ações e pudemos perceber os importantes resultados que temos alcançados aqui no município por meio dessa parceria”. “Todo esse trabalho tem uma ligação bem restrita com a saúde. Aquela pessoa que precisa desses cuidados está diretamente ligada as questões de saúde. Então eu considero que é um trabalho integrado com a Secretaria de Cidadania”, acrescenta a Primeira-Dama e Secretária Municipal de Saúde do Município de Pium, Neila Lopes Barros. Já o Secretário de Esporte do Município de Pium, Antônio Júnior, ressaltou que as pessoas entram no mundo das drogas e do alcoolismo por falta de conhecimento e de alguém mostrar o caminho certo. “Eu, como Secretário de Esporte, quero fazer muitos projetos, juntamente com a Educação, nessa área para ajudar o combate à droga e ao alcoolismo na cidade de Pium, com escolinhas de futebol, voleibol, basquete, jiu-jítsu, taekwondo, capoeira, entre outros. E a gente tá sempre em busca de recursos para isso e contamos sempre com a ajuda do nosso prefeito, doutor Valdemir Barros, Governo do Estado e o nosso presidente Bolsonaro”. “Nós estamos fazendo pesquisa nos municípios sobre as questões de vulnerabilidade. Isso nos embasa, nos dá uma maturidade de construir
projetos com exatidão, nos reais problemas que o município enfrenta. A visita do Secretário Nacional no Tocantins, para acompanhar de perto as ações, pra nós foi um momento de contemplação mesmo, de gratidão, porque é fruto da fidelidade que nós estamos tendo de seguir o manual da UNODC, que é o escritório das Nações Unidas, e seguir fidedignamente essa questão da Política Nacional de Cuidado e Prevenção às drogas do Governo Federal. Então nós estamos sendo muito criteriosos na execução desses projetos e isso tem nos ajudado muito a entender os caminhos a seguir. A aceitação é unânime, nós fizemos em Minas Gerais, Bahia, Alvorada, Palmas, agora em Pium, já vamos iniciar Palmeirópolis no sul do Tocantins nos próximos dias, e em breve vamos fazer em outras centenas de cidades”, pontua Ribeirinha. Ele contou, com exclusividade, que está articulando para levar ao sul do Tocantins, em diversas cidades contempladas pelo projeto via emenda do Deputado Federal Eli Borges, o ministro da Cidadania, João Roma, o senador Eduardo Gomes, os membros das bancadas federal e estadual do Tocantins, além de outras autori-
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dades nacionais a exemplo do presidente da UNDIME Nacional. A ideia é para irem aos municípios e contemplar esse projeto de sucesso. “Nós vamos fazer uma grande abertura em quatro municípios de uma região do Tocantins. Então, isso pra nós é motivo de alegria e agora o que nós esperamos do Governo Federal é que acompanhe cada vez mais as nossas ações, porque o nosso método tá se espalhando pelo Brasil e nós queremos ser referência nacional de instrumentalização pedagógica e instrumentalização psicológica aos professores de escolas públicas do Brasil”, revela.
Nova PNAD é um divisor de água no Brasil
A política de prevenção, repressão, inclusão social do governo Bolsonaro, é um exemplo para um mundo, visto que a equipe do Ministério da Cidadania e Ministério da Justiça estão fazendo um trabalho recorde de apreensão, de descapitalização do tráfico de drogas nacional e internacional que envolve o Brasil e o dinheiro arrecadado é investido em políticas públicas. E Ricardo Ribei-
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rinha elogiou a nova PNAD. “Isso é algo que sempre teve no papel, mas a execução, de fato, de fortalecimento desses recursos diante das comunidades terapêutica e de projetos de prevenção de drogas, como esse que a Senapred tá desenvolvendo em parceria com o meu Instituto Recriar Vidas no município de Pium, é um projeto extremamente inovador e comprova que o presidente Bolsonaro tá levando essas políticas aos rincões do Brasil”, observa Ribeirinha. “Então, pra mim, o governo Bolsonaro não é só um governo de palavras, é um governo de planejamento, de execução e, principalmente, de métrica. Então, eu quero aqui dizer e ressaltar o compromisso nosso com esse governo e fortalecer também, reconhecer o compromisso desse governo conosco, também, na ponta. Então, não posso deixar de enaltecer e parabenizar toda a equipe, da Cidadania e Justiça, ministro João Roma, que é um ministro novo na Pasta, mas com tamanha desenvoltura em prol das políticas públicas do Brasil, e também o secretário nacional, doutor Quirino Cordeiro Júnior, junto com o Edu, junto com a doutora Cláudia, que tem dado suporte a todos os bons projetos do Brasil para que sejam executados”, conclui Ricardo Ribeirinha.
Não ao PL 399/2015
Questionado pela ImagineAcredite sobre a aprovação da legalização da maconha no país, Ricardo Ribeirinha disse que é extremamente contra. “Um país que não investe em educação, um país que muitas vezes deixa a desejar numa política de prevenção através do esporte, através da cultura, você muitas vezes não sente o fomento dessas políticas de afirmação nos rincões do
Ribeirinha: “Então, pra mim, o governo Bolsonaro não é só um governo de palavras, é um governo de planejamento, de execução e, principalmente, de métrica.
país. Então, o país que não tem uma política definida, de cultura, de esporte, de educação, de fortalecimento de prevenção, não é um país que deve liberar as drogas. Então eu não concordo, sou extremamente contra. Eu acho que nós temos tudo pra ser uma grande nação, mas essa grande nação ela não vai se construir com liberação de droga. Não é por aí”. E Ricardo Ribeirinha, que tem uma história linda de superação, onde passou dois anos na Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá, São Paulo, deixou uma mensagem de esperança para os nossos leitores. “Nós estamos num momento muito sério do nosso momento político, da nossa reconstrução familiar. Eu sinto que nós saímos de um modelo de família onde os pais tinham pouca escolaridade, mas tinha uma credibilidade. Eles tinham uma formação de respeito muito grande, muito tradicionalismo, ética e moralismo. Faltava sim
muito afeto a essas famílias. Mas não é que você jogue esse modelo fora e coloca um novo modelo que ta aí, onde muitas famílias transferiram a sua única responsabilidade de educar os seus filhos para o poder público”. “Eu sempre digo, e deixo isso muito claro, com muita tranquilidade, que escola não é lugar de educação. Escola é lugar de busca de conhecimento. Educação deveria vir de casa. E você encontra na escola esta formação e os pais assumindo o seu papel de educação, se constrói cidadania, que é o que está faltando no Brasil, formação de cidadãos, que é onde o governo Bolsonaro vem tentando dar uma característica nova à nação de patriotismo, de responsabilidade. E nós precisamos entender e levar aos rincões desse Brasil, que não existe responsabilidade desacompanhada de dever. O dever é obrigação. Então, isso é uma opinião pessoal”, finaliza.
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•INTERNACIONAL
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QUERIDA CRIANÇA Filme sobre a história do padre Renato Chiera no Brasil é premiado na Itália
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filme Dear Child ou Querida Criança, que conta a história de luta do padre Renato Chiera em prol das crianças e adolescentes no Brasil, por meio da Casa do Menor São Miguel Arcanjo, foi premiado no Festival de Filmes de Ferrara de 2021. O audiovisual venceu a categoria Melhor Filme da UNICEF 2021. Com isso, o diretor do filme, Luca Ammendola, que esteve no Brasil e acompanhou de perto todo o trabalho desempenhado pela Casa do Menor junto aos menos favorecidos, para a elaboração de sua película, recebeu o troféu Leão de Ouro e fez questão de dedicá-lo ao padre ítalo-brasileiro Renato Chiera. “Agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste filme. Mas vou dedicar esse prêmio ao personagem principal: o padre Renato Chiera e todas as pessoas que fazem a Casa do Menor, que com suas histórias e experiências, tocaram o fundo de meu coração, me ensinado que somente o amor, a compaixão, a empatia, a bondade amorosa e a imaginação podem nos ajudar a criar um mundo mais junto e mais alegre”, comentou Luca Ammendola.
Já a presidente da UNICEF Itália, Carmela Pace, durante a premiação, destacou o brilhante trabalho que o padre Renato vem desempenhando para salvar as vidas de crianças, jovens e adolescentes do mundo das drogas, da violência e do abandono, e que fora retratado no filme, tornou-se também em um instrumento de sensibilização e de libertação. “Para a UNICEF, uma criança é uma criança, não faz diferença onde ela nasce ou cresce, porque têm os mesmos direitos inquestionáveis e merecem as oportunidades certas”, pontua Carmela Pace. Segundo o italiano Matteo Ghiglione, responsável pelos projetos e captação de recursos de todas as unidades da Casa do Menor, o filme conta verdadeiramente a história de nobreza do padre Renato que deixou seu país de origem para ser presença de família e amor aos abandonados pela sociedade brasileira. “O filme é perfeito, conta bem a história do padre, o trabalho, o carinho, transmite bem os sentimentos, emociona e é bem-feito. Se vê que é um filme feito com coração de alguém que foi tocado por essa experiência”, elogiou Ghiglione. A instituição, que completa 35 anos em outubro, está presente em 4
estados do Brasil, acolhendo milhares de crianças, adolescentes, jovens, adultos e as famílias e dando a oportunidade para que cada um escreva um novo capítulo em sua vida. Para o padre Renato o prêmio é um reconhecimento da proposta Pedagogia Presença da entidade. “É um reconhecimento que a proposta é eficaz, que funciona. Todo o processo pra que estes meninos, que não são de ninguém, que não tem referência nenhuma, encontrem alguém que seja presença e que aos poucos vai ajudar a sarar feridas e carências muito profundas”. E o padre reforçou seu desejo em que o Estado faça políticas públicas eficientes e que seja presença onde tem ausência de família, oportunidades, escolha, trabalho e futuro. “Nós ajudamos os meninos a sentirem amados, valorizados, que têm uma missão a cumprir no mundo. No Brasil a criança não tem protagonismo, são vistos como potenciais bandidos. Nós gostaríamos que esta pequena luz, que este filme Dear Child está levando, possa ser eficaz e dizer que o Brasil tem jeito. O prêmio é uma força que nós recebemos para continuar, para não desanimar. Em tempos tão difíceis, a pedagogia presença, o amor e a família curam de verdade”.
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• COMUNIDADE TERAPÊUTICA
Faça o bem ao próximo, adote uma acolhida da Casa Maria de Magdala Já sentiu vontade de ajudar uma instituição, mas não sabe por onde começar? Que tal adotar uma acolhida que sofre com a dependência química e que está em processo de recuperação? A ImagineAcredite traz esse projeto da renomada comunidade terapêutica Casa Maria de Magdala, Unidade II, da Salve a Si, que está em funcionamento há 1 ano e é especializada no acolhimento e tratamento de mulheres com idade entre 18 e 60 anos, oferecendo um tratamento com amor e esperança e devolvendo a cada acolhida a dignidade e a oportunidade de escrever um novo capítulo em sua história de vida. Atualmente, a Casa abriga 23 mulheres. “A gente acolhe uma demanda extremamente reprimida em todo o território nacional, que é de mulheres trans, mulheres grávidas e nutrizes, com dependência grave e vulnerabilidade extrema”, destaca o fundador da Salve a Si, Henrique França, que é Delegado da região Centro-Oeste, Docente e Consultor técnico da Federação Nacional das Comunidades Terapêuticas (FENACT). Localizada no bairro Núcleo Rural Nova Betânia, em São Sebastião, cada acolhida da instituição está em contato constante com a natureza e o local é um verdadeiro paraíso, bem arborizado, com canto de vários pássaros e tem duas piscinas, nascente, rio e tanques de peixe.
Sem contar que o clima entre as acolhidas é de família, pois são pessoas que se ajudam para superar o flagelo da dependência química. E para ocupar a mente e superar as drogas e todo o sofrimento que passaram, as acolhidas da entidade seguem o tratamento de acordo com a cartilha da FENACT, onde a ciência e a espiritualidade são os condutores do cuidado de cada uma. “Elas têm atividades de 7h até 22h, desde ioga, meditação, zumba, artesanato, estudo sistemático dos doze passos, assistência social, psicólogos, apoio psiquiátrico, medicamentoso quando necessário, e há interlocução na rede SUS e SUAS pro melhor cuidado da pessoa humana aqui dentro, garantindo os seus direitos humanos e o seu desejo real e sincero de permanência no tratamento conosco”, detalha França.
Fundador da Salve a Si, Henrique França, que é Delegado da região Centro-Oeste, Docente e Consultor técnico da Federação Nacional das Comunidades Terapêuticas (FENACT)
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Autoridades conhecem a obra de amor da Casa Maria de Magdala E no mês de maio, dia 11, a comunidade recebeu a visita ilustre da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, acompanhada da primeira-dama do DF e secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha. O objetivo foi estreitar os laços com o governo federal e distrital em benefício das mulheres dependentes químicas e que estão em situação de vulnerabilidade que precisam de oportunidades e cuidados para serem reinseridas na sociedade. A instituição corre o risco de fechar as portas, caso não receba ajuda do governo. Na oportunidade, as acolhidas deram seus testemunhos de superações e também cantaram louvores em adoração à Deus. “A atual situação da dependência química no nosso país vai de encontro exatamente a questão do abandono, da violência doméstica, na prostituição, no feminicídio. Então, essa visita representa o que a mulher tem de direitos, que são direitos iguais. Tem que acabar com essa sociedade arcaica, mosaico, que trata a mulher de maneira grosseira e rude, com preconceito e com violência. E a mulher merece estar a frente das políticas sociais, a frente da condução desse nosso país. E essa visita foi gloriosa pra que as acolhidas se sintam valorizadas e melhorem o vínculo com a sobriedade”, argumenta França. Após o término da visita, a ministra Damares Alves saiu emocionada e garantiu que a instituição pode contar com o apoio do Ministério. Para a secretária Mayara Noronha, a visita trouxe visibilidade e esperança para as acolhidas que estão em processo de recuperação da dependência química. E você, caro leitor e leitora da ImagineAcredite, ajude a manter a instituição Casa Maria de Magdala. Adote uma acolhida. Entre em contato com o fundador Henrique França pelo Whats App ou Telegram (61) 9.9997-5010 // (61) 9.8202-8916 ou pelo e-mail: info@salveasi.org.br.
Ajude Você Também
Salve a Si masculina - 61 9 8202 8916 Salve a Si feminina - 61 9 9997 5010 ACESSE: www.salveasi.org.br
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• GOVERNO FEDERAL
Gestão de Ativos alcança sucesso em leilões de bens apreendidos do narcotráfico e investe em segurança pública no país
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o longo de dois anos do governo Bolsonaro, o país caminha com políticas públicas eficientes na prevenção e combate às drogas. Para isso, o presidente da República, Jair Bolsonaro, nomeou ministros, secretários e diretores eficientes e comprometidos com um país livre das drogas. A exemplo do Diretor de Gestão de Ativos, Coronel da ativa, Giovanni Magliano Júnior, do
Comando da Aeronáutica, que aceitou o convite para atuar na Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, do Ministério da Justiça, em abril de 2019, quando já estava em curso o projeto de alterações legislativas. A Pasta é responsável por cuidar dos bens apreendidos do narcotráfico e corrupção até o momento da destinação final, que podem ser tanto leilões quanto doações para os órgãos. “As Polícias judiciárias tão logo abram
o processo junto ao Poder Judiciário, em decorrência da apreensão de um bem, elas acabam tendo um problema em mãos em seus pátios, porque esses veículos ficam armazenados aguardando uma decisão judicial. Então, a gestão de ativos passa pelo correto armazenamento pra evitar a deterioração que o tempo por si se encarrega de trazer, infelizmente, a gente sabe disso. E a gestão de ativos se preocupa com o menor tempo de estocagem possível”, explica o Diretor.
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Diretor de Gestão de Ativos, Giovanni Magliano Júnior
Com a nova Política Nacional sobre Drogas foram arrecadados R$ 233 milhões, fruto de 124 leilões, de 3.750 bens apreendidos do narcotráfico.
Por essa razão, a Gestão de Ativos atua em conjunto com o Poder Judiciário para que a decisão seja célere. “Seja ela de uma alienação antecipada que ocorre em decorrência do processo judicial durante a fase judicial, ou uma alienação administrativa que ocorre após a decisão judicial de perdimento do bem em favor da União. São essas duas formas de leilões, seja o judicial ou administrativo. E a gestão de ativos alcança a fase em si da destinação. Que não basta o juiz decidir pela venda, ou decidir pelo perdimento do bem, nós temos que atuar pra que isso ocorra. Por esse motivo, nós temos leiloeiros que atuam em conjunto conosco pra poder dar rápida venda desses bens. Existem outras formas de destinação, que é o caso da doação, da incorporação a outros órgãos públicos”, pontua.
Todos os recursos arrecadados com a venda desses bens vão para os Fundos do próprio Ministério da Justiça e Segurança Pública e são destinados as ações de reforço a segurança pública. “Se a gente tá falando do crime de drogas, o valor é recolhido para o Fundo Nacional Antidrogas (FUNAD). A própria lei garante que de 20 a 40% desses valores retornem às Polícias apreensoras. Então, você gera aí um ciclo virtuoso de forma que a polícia se sente incentivada a apreender cada vez mais e ela vai recebendo recurso, vai se reequipando, adquirindo viaturas, equipamentos de comunicação e outros itens necessários, isso vai aumentando cada vez mais a repressão ao crime”, descreve. “E quando se trata de outros crimes como a corrupção, lavagem de dinheiro, por exemplo, nós temos outros Fundos no Ministério, a exemplo do Fundo Penitenciário, do Fundo Nacional de Segurança Pública, que recebem esses valores também por dispositivos legais previstos”, esclarece. E nesses dois anos de governo Bolsonaro, com a nova Política Nacional sobre Drogas, foram arrecadados R$ 233 milhões, fruto de 124 leilões, de 3.750 bens apreendidos do narcotráfico. A avaliação que o diretor faz é positiva. “A gente está no caminho certo. Essas alterações foram muito úteis, muito válidas pro processo de Gestão de Ativos. A gente consegue dar um salto de 8 leilões pra mais de 100 leilões por ano, em decorrência dessas alterações legais. Obviamente
que tivemos alterações operacionais que também foram essenciais pro sucesso do processo. Mas eu diria que a gente, inclusive, encontra-se no caminho inicial. Esses números ainda vão crescer muito. O poder de alavancagem que tem dentro da Gestão de Bens oriundos da prática do crime é muito grande. A gente vê o poder que existe dentro desse desenho criado, onde as polícias apreendem e isso gera uma asfixia financeira à organização criminosa. Nós vendemos esses bens e reinvestimos os recursos na segurança pública novamente. Então tem sido muito bacana e tenho certeza que vai apresentar resultados ainda melhores pro futuro”. Além dos leilões, há ainda as doações de veículos para a Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (Senapred) que destina para as comunidades terapêuticas. Questionado sobre a importância da parceria entre os órgãos, o diretor garante que é fundamental. “A Senapred é o órgão central do país responsável por todas as ações de redução da demanda por drogas. E nada mais justo do que conceder a Senapred o direito ao gerenciamento desse processo. A gente estabeleceu essa parceria, por meio de Portaria, onde dá a Senapred o poder de requisitar ao Ministério da Justiça quais bens e quantos bens elas necessitam pra poder fazer o atendimento correto da política nesse sentido. Então, a gente tem reforçado muito esse processo de encaminhamento de bens pra lá, como forma de atender a política deles”.
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Quer participar de um leilão? Já teve aquela vontade de adquirir um bem por menor valor, por meio de um leilão, mas não sabe como participar? A ImagineAcredite traz todas as dicas valiosas do Diretor Magliano. Antes de mais nada, é preciso saber que os leilões da SENAD ocorrem na modalidade 100% eletrônica, pois permite maior visualização dos bens colocados à venda, além de maior participação e transparência. Quaisquer pessoas, independente do estado, podem participar. Os bens colocados à venda são diversos. “Todos os bens que estejam envolvidos na prática criminosa, ou adquiridos em decorrência da prática criminosa, são colocados à venda. Então, quando você pensa em crimes, o tráfico de drogas, a primeira imagem que vem a nossa cabeça é o veículo em si que esteja ali transitando, transportando a droga, mercadoria ilícita. Mas nem sempre se resume ao veículo. Por vezes a gente encontra bens que são adquiridos em decorrência da prática do crime, tais como: animais vivos, plantações ativas, fazendas, apartamentos, casas, imóveis de luxo em geral, aeronaves também têm sido bastante frequente. Então todos esses bens têm sido colocados à venda”, detalha. “Nós recebemos muitos bens que formam o estoque de bens que estão armazenados nos pátios de Delegacia de Polícia de todo o país. A gente passa também a receber itens mais específicos, que denotam claramente a conexão que há por trás da prática criminosa. E aí neste ponto eu me refiro a artigos de luxo, tais como: gar-
rafas de vinho, barras de ouro e diamantes. Então todos esses bens já foram colocados à venda, já leiloados, muitos deles pela SENAD. Recentemente, obras de arte de artistas renomados no país. Então, à medida que o crime vai se especializando, a qualidade do ativo também sobe, os ativos são mais específicos e isso nos gera uma obrigação de nos reinventarmos no sentido de dar a rápida destinação desses bens”, justifica. O diretor lembrou ainda de um caso inusitado, que era um obstáculo histórico para a Gestão de ativos, e que foi resolvido por meio de parcerias. “Uma carreta carregava 29 toneladas de ração animal e foi surpreendida pela Polícia Civil do Acre, que apreendeu e dentro havia maconha. Obviamente, o conjunto mecânico foi vendido pelo leiloeiro facilmente, mas restava o que fazer com a ração animal, pra você não perder aquela ração. Então, embora o leiloeiro também seja capaz de fazer a venda desse tipo de bem, nós abrimos uma via alternativa, de um acordo com a CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Então, curiosamente, a ração animal foi vendida rapidamente por meio desse leilão eletrônico promovido pela CONAB. E nessa mesma linha, já foram vendidas também toneladas de erva-mate apreendidas nos portos”. E, caros leitores, para saber sobre as agendas e participar dos próximos leilões, basta acessar o edital disponibilizado na página da SENAD, no Ministério da Justiça. “No edital consta o link para se cadastrar e participar do leilão”.
Parcerias em prol de um país livre das drogas
É importante destacar que a SENAD atua na Gestão de Bens com o apoio de outros atores estratégicos, a exemplo das Forças Policiais e do próprio Poder Judiciário. “A gente tem uma parceria muito profícua também com o Conselho Nacional de Justiça, que juntos coordenamos uma ação da estratégia nacional de combate à corrupção, lavagem de dinheiro, no ano de 2020, foi a ação número 6. E é graças a essa coordenação conjunta da ação que tivemos como resultado Acordos de Cooperação no sentido de aproximação entre os órgãos, de modo a termos uma integração de sistemas. Há uma automatização e transferência de dados entre os sistemas. E também resultou na atualização da recomendação número 30 do CNJ de 2010, que se transformou numa resolução 356 de 2020. Então, essa resolução inseriu a SENAD como importante parceiro do Poder Judiciário na destinação de bens”.
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