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7CONSULTÓRIO DESENVOLVIMENTO EM FOCO Com o apoio: SERÁ O SOFRIMENTO DAS CRIANÇAS MUITO DISTINTO DO DOS ADULTOS?

Como as crianças não têm a mesma experiência e o mesmo vocabulário ou expressão emocional que os adultos, pode ser fácil passar ao lado de queixas de ansiedade. Para que tal não aconteça, é essencial que os cuidadores estejam disponíveis para acolher os sinais que as crianças lhes trazem, com empatia e sem julgamento.

RITA SANTOS

Psicóloga Clínica Consulta da Ansiedade PIN Porto

Se olharmos para os comportamentos da criança de uma forma curiosa, talvez consigamos redirecionar o nosso próprio comportamento de forma aceitante e compreensiva destas emoções, de forma a ajudá-las e orientá-las. Desde cedo, as crianças são sensíveis à forma como os outros as percecionam e o cérebro humano foi desenhado para ser altamente sensível a sinais sociais como o tom de voz, o toque, as expressões faciais sendo altamente reguladores das suas emoções.

De que forma podemos ajudar as crianças com ansiedade? 1. O primeiro passo é simples: ouvi-las! O simples ato de escuta pode prevenir que a ansiedade se instale. As crianças devem sentir-se compreendidas e é importante aceitarmos que, muitas vezes, não precisam de uma conclusão, de um conselho ou uma resolução - ser ouvido é suficiente. As crianças modelam o seu comportamento observando os seus adultos de referência, pelo que mantendo a calma e validando o que sentem, as crianças aprenderão que os pensamentos ansiosos ou as emoções mais desafiantes podem ser apenas ouvidas, compreendidas e acarinhadas, sem que tenham de ser afastadas.

INÊS LOIO

Psicóloga Clínica Consulta da Ansiedade PIN Porto

2. Validar o que pensam e sentem e elogiar os esforços que têm feito ao tentar lidar com a sua ansiedade.

3. Estar atento às suas expectativas enquanto adultos - os medos e inseguranças das crianças não são os mesmos que os nossos, pelo que é necessário conhecer o desenvolvimento da criança.

4. Ajudar as crianças a reconhecerem e monitorizarem padrões de pensamentos ou de emoções que possam surgir quando se sentem ansiosas.

5. Aceitar o que as crianças estão a sentir num momento de ansiedade. É importante identificar as suas emoções e os pensamentos numa situação de stress, compreendendo que também a criança está em sofrimento e que, por vezes, nem tudo está ao alcance de ser resolvido.

Em casa, podemos utilizar diversos materiais e recursos que ajudarão a criança a sentir-se em controlo destes momentos mais difíceis ou desagradáveis. Contudo, a ansiedade poderá tornar-se desafiante nos diferentes contextos de vida da criança e, nesta situação, pedir ajuda a um técnico especializado, deverá ser uma opção a ter em conta para quebrar o ciclo.

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