c.c.c. FAIÇALVILLE
c.C.C. FAIÇALVILLE Marcelo Seabra Filho I Trabalho de Conclusão de Curso Orientador I Me Jesus Cheregati Arquitetura e Urbanismo I PUC Goiás
SEABRA, Marcelo Filho. Centro de Cultura e Convivência - Faiçalville Marcelo Seabra Filho - 2018 Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás Escola de Artes e Arquitetura Curso de Arquitetura e Urbanismo Orientação: Prof. Me. Jesus Cheregati Contato: Email: seabramarcelo7@gmail.com Cel: (62) 9 8313-9271
marcelo seabra filho
c.C.C. FAIÇALVILLE Centro de cultura e convivência FAIÇALVILLE
orientador: me. jesus cheregati
sumário 1- apresentação 1.1 - resumo ...1 1.2 - introdução ... 3 2 - centro cultural 2.1 - tematica ... 6 2.2 - Tema ... 9 2.3 - justificativa do tema ...11 3 - estudos de caso 3.1 - Estudo de caso 1 - tfg corpos em movimento ...13 3.2 - Estudo de caso 2 - Zhoushi culture e sports center ...19 4 - Lugar 4.1 - Setor Faiçalville 4.2 - Mapa aproximação 4.3 - Análise e diagnóstico 4.4 - Uso do solo 4.5 - Quadras 152 e 230 4.6 - Justificativa do lugar 4.7 - O usuário
... ... ... ... ... ... ...
24 25 26 28 29 31 32
5 - Projeto 5.1 - Proposta teórica 5.2 - Processo formal 5.3 - Paginações 5.4 - Moboliário 5.5 - C.C.C Faiçalville - Centro de Cultura e Convivência 5.6 - Sistema estrutural 5.7 - Programa 5.8 - Visões
... ... ... ... ... ... ... ...
33 35 43 45 47 49 51 53
6 - Plantas e cortes 6.1 - Implantação ... 87 6.2 - Térreo edifício 1 ... 89 6.3 - 1 pav. edifício 1 ... 91 6.4 - 2 pav. edifício 1 ... 93 6.5 - Térreo edifício 2 ... 95 6.6 - 1 pav. edifício 2 ... 97 6.7 - 2 pav. edifício 2 ... 99 6.8 - Corte A ...101 6.9 - Corte B ...101 6.10 - Corte C ...103 6.11 - Corte D ...103 6.12 - Fachadas ...105 7 - Referências bibliográficas ...107
1.1- Resumo
APRESENTACAO
1
1
Este trabalho tem como objetivo desenvolver um estudo aprofundado a cerca da cultura e lazer relacionado à cidade de Goiânia, compreendendo aspectos sociais, econômicos e históricos determinantes para a prática projetual de um Centro de Cultura e Convivência. A metodologia adotada foi baseada no levantamento de informações teóricas relativas à cultura e ao lazer na sociedade, conceituando sua importância e seu papel na criação de uma sensação de pertencimento para um determinado lugar. A escolha do município de Goiânia está vinculada à questões estatísticas: apesar de possuir um número expressivo de equipamentos culturais e de lazer se c o m p a r a d a
à
o u t r a s
c i d a d e s ,
Goiânia apresenta um cenário desigual e seletivo, no qual apenas as regiões mais desenvolvidas tem acesso facilitado à esses espaços, enquanto as regiões desprovidas principalmente do capital especulativo permanecem esquecidas nesse aspecto. Compreendendo a arquitetura em seu papel formador da cidadania, foi estabelecido a região de estudo e os usuários que serão atendidos pelo projeto, afim de trazer para o lugar novas alternativas acessíveis ao público. Dessa forma, foi feito um levantamento do lugar, analisando a infraestrutura existente, porte das edificações e os principais usos, bem como todas as informações geográficas das quadras em questão.
2
Introdução 1.2- Introdução O setor faiçalville Em 1980, surgiu o setor Faiçalville através do parcelamento
’
O bairro é uma noção dinâmica, que
dos 373.80,07,05 hectares da Fazenda Macambira,
necessita de uma progressiva
pertencente à empresa Imobiliária Faiçal Ltda. Dessa área,
aprendizagem, que vai progredindo
3.738,007,05 m² foram destinados a criação do bairro, que
mediante a repetição do
dispõe de 301.375,00 m² de fundo de vale, devido aos
engajamento do corpo do usuário
córregos Macambira e Cedro do Mato.
no espaço público até exercer aí uma apropriação. A trivialidade
Estes córregos tornaram-se reservas florestais e, dessa forma,
cotidiana desse processo, partilhado
durante esses 37 anos, o bairro sempre esteve ligado a uma
por todos os cidadãos, torna
imagem de proximidade com o meio ambiente. E, apesar de
inaparente a sua complexidade
ser muitas vezes esquecido pelo poder público, seus
enquanto prática cultural e a sua
moradores se mostram satisfeitos em morar na região, como
urgência para satisfazer o desejo
pode ser visto numa pesquisa realizada em 2008, onde em um
“urbano” dos usuários da cidade.
número de 100 pessoas, 92% afirmou gostar de morar do
’
setor. O que é mais Até 4 De 5 a De 11 a identificado no setor anos 10 anos 20 anos
Figura 1 - Reserva do Parque Macambira Anicuns. Fonte: Mendes (2009).
De 21 a Total 28 anos
Sua localização em Goiânia
9,9
8,9
9,9
3,3
32
A Violência
1,6
1,6
1,1
0,5
4,8
A preservação do meio ambiente
17,2
6,6
12,1
-
35,9
O conhecimento/ amizade entre moradores
8,2
3,8
9,9
2,2
24,1
A poluição do meio ambiente
-
0,5
2,7
-
3,2
Total
36,9
21,4
35,7
6
100
População que reside no setor (%)
(CERTEAU et al, 1996, p. 42).
Tabela 1 - Identidade do bairro em relação ao tempo de residência e idade. Fonte: Mendes (2009), adaptado pelo autor.
Dentro dos aspectos levantados na pesquisa, observa-se as características que os moradores acreditam ser relevantes no setor. A violência, como o mais precário, é o que mais chama atenção. Além disso, quanto mais recente é o morador no bairro, mais ele tem a concepção de que meio ambiente deste é preservado, diferentemente do morador mais antigo, que acredita que o bairro já esteve mais arborizado antes.
3
Figura 2 - Reserva do Parque Macambira Anicuns. Fonte: Mendes (2009).
o córrego macambira No intuito de manter preservada toda essa massa verde existente às margens dos córrego Macambira e Ribeirão Anicuns, foi proposto para 2009 o PUAMA (Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns), que consiste no maior parque linear da América Latina, e repensa toda a margem desses cursos d’agua, devolvendo suas característica originais, como resposta à esse potencial ambiental.
’
O projeto prevê a criação de três unidades de Conservação Ambiental em sua área de influência direta e indireta, totalizando mais de 3 milhões de metros quadrados de áreas a serem recuperadas e preservadas.
’
(MENDES, 2009)
Figura 4 - Parque Macambira Anicuns. Fonte: Babieri + Gorski.
Figura 3 - Parque Linear Macambira Anicuns. Fonte: Unidade Executora do Programa Macambira Anicuns (UEP).
Figura 5 - Parque Macambira Anicuns. Fonte: Babieri + Gorski.
Com prazo inicial de construção de 2009 à 2012, e 24 km de extensão, o programa consiste em 11 setores que atenderão à 130 bairros direta e indiretamente. O início de sua implantação trouxe um otimismo para os moradores, mas se enfraqueceu com o passar do tempo. Ainda em 2017, não foram concluídas as obras do parque, e os trechos já concluídos se encontram abandonados sem a devida manutenção, entregues às ‘’intempéries do esquecimento.’’ Figura 6 - Parque Macambira Anicuns. Fonte: Babieri + Gorski.
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CENTRO CULTURAL
2
5
2.1- temática cultura e lazer O direito ao lazer não faz parte da realidade de uma parcela da população, devido às barreiras socioculturais que prejudicam o acesso dessas classes à equipamentos de lazer e cultura. Isto acontece por causa da falta de políticas públicas que incentivem e possibilitem esse acesso, além da própria condição econômica dos usuários que limitam assim o direito ao lazer.
’
A palavra lazer deriva do latim licere, cujo significado é 'ser lícito, ser permitido'. O lazer é um conjunto de ocupações que o indivíduo se entrega de livre vontade, seja para repousar,
Na sociedade atual, o lazer pode ser interpretado como um importante fenômeno social, que traz o direito à escolha para os indivíduos. Dentro do conceito de lazer se encontram diversas atividades desenvolvidas pelo homem, passando a
divertir-se, recrear- se, ou para
’
desenvolver sua infor mação. (DUMAZEDIER,1976)
ser vivenciadas no cotidiano da sociedade. Dessa forma, podemos considerar o lazer como “[...] uma dimensão da cultura constituída por meio da vivência lúdica de manifestações culturais em um tempo/espaço conquistado pelo sujeito ou grupo social, estabelecendo relações dialéticas com as necessidades, os deveres e as obrigações” (GOMES, 2004, p.124)
CULTURA EM GOIÂNIA O Cenário cultural de Goiânia é amplo, com uma grande variedade de práticas e atividades, a cidade conta com cerca de 13 equipamentos culturais administrados pelo poder público. Estes equipamentos são centros culturais,
Figura 7 - Parque Vaca Brava. Fonte: Instituto Você: Treinamento e Desenvolvimento Humano.
bibliotecas, teatros e galerias que recebem milhares de visitantes semanalmente. Em meio a toda esta diversidade cultural, Goiânia ocupa uma posição no conjunto de municípios com a maior concentração de equipamentos culturais com relação à média nacional. Porém, analisando cuidadosamente a distribuição destes equipamentos, facilmente percebemos uma situação desigual. Figura 8 - Centro Cultural Oscar Niemeyer: Fonte: Curta Mais Goiânia.
6
’
A segregação é social, no sentido
A concentração dos equipamentos em uma pequena
amplo do termo, nele se incluindo o
parcela da cidade relativiza a posição entre as cidades
econômico, o político, o ideológico
com maior número de equipamentos, uma vez que seu acesso
etc, mas é ainda, espacial, na medida
não é democrático. Com uma estrutura desigual, a cultura e o
em que o espaço não é apenas
lazer se distancia das regiões mais periféricas da cidade,
reflexo, mas é também determinação
evidenciando uma clara relação com o poder financeiro e
dos processos e dinâmicas que
prestigio social, impondo assim, uma barreira social ao acesso
orientam o movimento da sociedade.
da população, gerando uma segregação.
(SPOSITO, 2005, p. 102).
’
centro cultural Alguns indícios apontam que os espaços culturais foram originados na Antiguidade Clássica, mais especificamente através da Biblioteca de Alexandria, um complexo considerado cultural devido às atividades exercidas no mesmo. No século XIX, denominados como centros de artes, foram criados os primeiros centros culturais ingleses. Figura 9 - Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro. Fonte: Pela Estrada Afora.
No final da década de 1950, surgiram na França as bases consideradas pela contemporaneidade como ação cultural.
’
Os centros culturais são instituições
Isto porque os espaços culturais foram criados para os
criadas com o objetivo de se
operários franceses como uma opção de lazer na qual
produzir, elaborar e disseminar
aumentaria a relação entre as pessoas por meio de áreas de
práticas culturais e bens simbólicos,
convivência, quadras esportivas e centros sociais.
obtendo o status de local privilegiado para práticas
Um espaço pode ser definido como centro cultural através
informacionais que dão subsídios às
do tipo de atividades desenvolvidas nele. O local pode ser
ações culturais. São espaços para se
tanto especializado em determinado uso, ou conter
fazer cultura viva, por meio de obra
diferentes atividades em diferentes ambientes como
de arte, com informação, em um
biblioteca, setor de oficinas, cinema, teatro, entre outros.
processo crítico, criativo,
Independente da atividade, o centro cultural acaba se
provocativo, grupal e dinâmico.
tornando um espaço acolhedor de diversas expressões que
(NEVES, 2012)
7
’
propiciam uma circulação dinâmica da cultura.
Atualmente, a implantação dos centros culturais tem acompanhado a política de descentralização da cultura, sendo criados por toda a cidade. Apesar disso, a concentração dos mesmos ainda se encontra principalmente no centro da cidade e em suas proximidades. Sendo um espaço que, além de proporcionar lazer, contribui para a formação de identidades culturais locais, sendo válido ressaltar a importância do acesso facilitado por todas as Figura 10 - Centro Cultural Oscar Niemeyer, Goiânia. Fonte: MAPIO.
sociedades aos centros culturais. Infelizmente, “a carência de serviços e políticas públicas integradas reforça a visão do lazer como prática de
’
‘Os Centros Culturais são tidos como um exemplo de participação, onde
atividades prazerosas, destituídas da sua dimensão
são realizadas oficinas de música,
contestadora crítica, propositiva e inventiva que
canto, arte, contação de histórias e
compreende as pessoas e os coletivos como produtores de
diversos outros tipos de manifestações
cultura e intervém de modo a garantir o entendimento do que
c u l t u r a i s. E s t a s p r o p o r c i o n a m
significa ser protagonista e não mero espectador da vida.”
momentos de descontração,
(MARCELLINO, 2002).
valorização, reconhecimento, prazer e, ao mesmo tempo, conscientizam a
A informação acaba sendo uma das ações mais praticadas
população de que indiferente da
nos centros culturais. Esta, normalmente, é atribuída às
classe socioeconômica, o lazer é um
bibliotecas através de coleções de livros e centros de multimídias que disseminam o acervo de informações, sendo estas, fundamentais para o desenvolvimento da cidadania.
direito de todos.
’
(SILVA, LOPES, XAVIER, 2009).
Isto porque o cidadão se torna mais apto para discutir e criar a partir dessa interação do conhecimento da realidade e da informação. Enquanto isso, a discussão atende às necessidades relacionadas à criação de oportunidades de reflexões e críticas. Por fim, a criação serve para dar “sentido aos dois outros verbos (informar e discutir). A criação permanente é o objetivo de um centro de cultura. Ele deve ser o gerador contínuo de novos discursos e propostas. ” (MILANESI, 2003, p. 180).
Figura 11 - Centro Cultural Gustav Ritter, Goiânia. Fonte: Rede Fonte.
8
2.2- tema centro de cultura e convivência O centro cultural se caracterizará por um espaço diversificado, que terá como base três conceitos amplos, Cultura, Lazer e Educação. Dialogando com a cidade, ele ofertará tanto espaços públicos e abertos que podem ser utilizados ou servir apenas de passagem a qualquer momento, quanto espaços privados de uso coletivo, no qual será possível acessar espaços como bibliotecas, aulas ou eventos . Dentro do conceito de cultura, o centro cultural incentivará e
01
proporcionará um acesso democrático às atividades inacessíveis à parte da população, oferecendo espaços
INFORMAR
adequados à produção artística, musical e literária.
Conhecimento através da informação, leitura e pesquisa
Também facilitará o acesso à informação por meio de biblioteca, espaços de estudos e leitura, podendo assim ser reconhecido como um importante equipamento para a cidade, responsável
02
03
DISCUTIR
CRIAR
pelo desenvolvimento do homem enquanto cidadão, diluindo a sua essência em Espaços.
Reflexão e conhecimento por meio do dialogo, professor - aluno
Produção cultural intelectual Arte, Música, Dança...
Já no campo do lazer, o Centro Cultural atuará ofertando alternativas para a prática esportiva visando responder às
necessidades recreativas da população. Com uma infraestrutura adequada o centro cultural será palco de diversos tipos de interação social, sejam elas através do esporte, ou mesmo pelos espaços de convivência. Essa interação está ligada à ideia de atender às necessidades gerando sensação de pertencimento e contribuindo para a formação da memória coletiva.
9
Faiçalville Outra grande contribuição social do centro cultural será relacionada à educação, oferecendo à população aulas que vão do lúdico, como aulas de artes, dança e música, ao profissional, como cursos profissionalizantes capazes de proporcionar novas oportunidades de trabalho à população.
A paisagem é, pois, um sistema material e, nessa condição, relativamente imutável;
Dentro do contexto urbano, os centros culturais, quando afastados dos interesses especulativos econômicos, estabelecem um questionamento com as barreiras socioculturais, enxergando o indivíduo de uma só forma e contribuindo com a cidadania, no sentido de garantir o exercício dos direitos de um cidadão .
o espaço é um sistema de valores, que se transforma permanentemente. O espaço, uno e múltiplo, por suas diversas parcelas, e através do seu uso, é um conjunto de mercadorias, cujo valor individual é função do valor que a sociedade, em um
O centro cultural funcionará como um sintetizador, que reúne e
concentra, harmonicamente, em um único lugar, uma
comunidade de pessoas distintas entre si e sempre aberto ao
dado momento, atribui a cada pedaço de matéria, isto é, cada fração da paisagem.
público, devendo responder às necessidades do setor Faiçalville e bairros adjacentes.
(SANTOS, 1999, p. 83).
Figura 12 - Centro Cultural Oscar Niemeyer. Fonte: Instituto 10 Você: Treinamento e Desenvolvimento Humano.
2.3-justificativa do tema centro de cultura e convivência
Criação de um espaço apropriado para a prática de atividades culturais, recreativas, educacionais, e profissionais para a região .
Oferecer alternativas aos moradores da região, através de oficinas de artes, aulas de música e cursos profissionalizantes complementando o que já é oferecido no Sesc de uma forma democrática e pública.
Proporcionar para a região um centro de artes, no qual o seu uso estará aberto ao público para produzir e expor seus trabalhos.
Contribuir com a criação de uma maior interação social entre os moradores, atraindo a população para utilizar o espaço.
Através do uso do lugar, propiciar um aumento da segurança e contribuir com a criação de maior sensação de pertencimento ao local, tanto na criação da memória do lugar, como na contribuição para a garantia da cidadania à todos.
11
ESTUDOS DE CASO
3
12
3.1- Estudo de caso 1 tfg corpos em movimento
Figura 1 - Implantação e insolação. Fonte: EVANGELISTI, adaptado pelo autor
Planta de implantação
N Legenda: Carta solar de SP 1 e 2 Pavimentos
3 e 4 Pavimentos 5 ou mais Pav.
Figura 1 - Cortes esquemáticos. Fonte: EVANGELISTI.
Legenda:
Percursos para o pedestre
TFG - Corpos em movimento - Centro cultural Localização: São Paulo - SP Data do Projeto: 2014 Área do terreno: 7.480 m² Área do projeto: 4.976,62 m² Autor: Karen B. Evangelisti
A área de intervenção se localiza em uma região de importante patrimônio histórico cultural na cidade de São Paulo, separando duas grandes áreas verdes, o Parque da Luz e a Praça Coronel Fernandes Prestes. Possui importantes equipamentos ao seu redor, como a Polícia Militar e o Instituto Dom Bosco. Com acesso facilitado através de duas avenidas de grande fluxo, a área oferece acessos ao pedestre pelas três fachadas, sendo possível diferentes percursos de passeio . Com uma área de 7.480 m² e taxa de ocupação equivalente à 66%, suas fachadas se localizam à norte, sul e a principal se localiza à oeste e, devido a grande incidência solar, foi necessário uma maior preocupação com a proteção desta fachada.
Legenda: Acesso de Serviço Acesso Social
Área total 7.480 m²
Vias de acesso
Polícia Militar de SP
Área verde
Instituto Dom Bosco
No entorno imediato, verifica-se um gabarito baixo, com uma grande parte das edificações entre 1 e 4 pavimentos, e alguns com mais de 5 pavimentos. Dessa forma, o complexo se comunica bem com o entorno, possuindo 5 pavimentos.
Área construída 4.976,62 m² Figura 13 - Implantação do Centro Cultural Corpos em Movimento. Fonte: EVANGELISTI, adaptado pelo autor.
13
N
Quadro Síntese
subtérreo
térreo
1º Pavimento
2º Pavimento
3º Pavimento
4º Pavimento
total geral: 191186.65m² Tabela 1 - Quadro de áreas Corpos em Movimento. Fonte: EVANGELISTI, adaptado pelo autor. Figura 14 - Centro Cultural Corpos em Movimento. Fonte: EVANGELISTI.
14
Conceito e materialidade
Planta Sub-térreo
Planta Térreo
Figura 15 - Plantas do Centro Cultural Corpos em Movimento. Fonte: EVANGELISTI, adaptado pelo autor
Planta 1° Pav.
0
5
0
O edifício proporciona uma ligação entre o parque e a praça, na qual ele dispõe de uma passagem no nível da calçada, que permite manter direta a ligação de um lado para o outro da área, assim como uma segunda passagem que desce para o subtérreo, através de rampas e escadas, encontrando-se espaços para permanência coletiva com livraria, midiateca, restaurante, anfiteatro, entre outros. Dessa forma, o centro cultural propõe novos percursos ao pedestre através da implantação de seu edifício.
10
5
Com um programa extenso voltado para a cultura do cinema, o complexo oferece uma série de salas de exibições, além de salas de aulas e estúdios. Sua circulação vertical se dá através de rampas voltadas para a porção oeste e sul do edifício, além de uma série de escadas e elevadores em seu interior.
10
Houve uma preocupação com o conforto térmico no interior do complexo e, dessa forma, o edifício possui grandes aberturas em todas as fachadas, além de elementos de proteção nas fachadas com maior incidência. O edifício conta com ventilação natural em boa parte das salas, exceto nas salas de exibição, onde condicionamento mecânico é necessário por não possuir aberturas.
Planta 2° Pav.
Planta 3° Pav.
Planta 4° Pav.
0
5
10
Dentre os principais materiais utilizados no complexo podemos destacar o Aço Corten, que reveste tanto a cobertura, como alguns elementos da fachada, compondo em conjunto com a estrutura metálica preta, a forma geral do edifício. O revestimento do piso é feito em cimento queimado, que contribui com esse aspecto mais rústico do edifício, enquanto na área exter na, há o mosaico por tuguês. Encontramos também o uso de placas de concreto e chapas metálicas perfuradas. Legenda:
15 0
5
10
Fluxo social
Acesso social
Fluxo serviço
Acesso serviço
Social - Circ.horizontal
Social descoberto
Circ. vertical Apoio/ Serviço
Cultura/ Educação
Sanitários
Área verde
Edição/ acervo
Corte A - Perspectivado
Figura 16 - Corte em perspectiva. Fonte: EVANGELISTI.
Corte B
Instalações hidráulicas - Caixas d’agua
Figura 17 - Corte B. Fonte: EVANGELISTI, adaptado pelo autor.. 0
Corte C
5
10
Figura 18 - Corte C. Fonte: EVANGELISTI. 0
5
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Corte C - Climatização
Legenda: Social - Circ. horizontal Circ. vertical Sanitários Cultura/ Educação
Figura 20 - Centro Cultural Corpos em Movimento. Fonte: EVANGELISTI.
Apoio/ Serviço Administração Edição/ acervo Climatização Condicionamento mecânico Condicionamento mec. e natural Ventilação natural Figura 19 - Cortes esquemáticos de climatização. Fonte: EVANGELISTI.
Figura 21 - Centro Cultural Corpos em 16 Movimento. Fonte: EVANGELISTI.
FORMA E ESTRUTURA
Salas de exibição e estúdio
Salas de aulas
Salas de Cinema
Núcleos estruturais (Circulação vertical)
A partir de um sistema estrutural misto utilizando estrutura metálica e estrutura de concreto, observa-se a presença de blocos independentes que se interligam aos núcleos estruturais de concreto e passarelas metálicas. Nas salas de cinema e estúdios, era necessário vencer grandes vãos e, dessa forma, utilizou-se de perfis metálicos, treliças e pilares metálicos apoiados no chão. Já nas demais salas de exibição, a estruturação se deu a partir de grandes treliças metálicas engastadas no núcleo estrutural dos blocos de circulação vertical e em quatro pilares. O bloco de salas de aula adota lajes nervuradas com perfis metálicos apoiadas nos núcleos estruturais e em dois apoios que chegam até o subtérreo. A circulação vertical se dá através de rampas e passarelas metálicas que são engastadas no sistema do bloco, além disso, tirantes presos a cobertura formam sua estrutura. Na cobertura, utilizou-se de perfis metálicos do sentido longitudinal e transversal, que formam uma malha e se apoiam em uma estrutura espacial, transferindo as cargas para os núcleos estruturais de concreto e para alguns pilares metálicos.
Figura 24 - Salas de cinema do Centro Cultural Corpos em Movimento. Fonte: EVANGELISTI.
Figura 22 - Estrutura do Centro Cultural Corpos em Movimento. Fonte: EVANGELISTI, adaptado pelo autor.
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Figura 23 - Centro Cultural Corpos em Movimento. Fonte: EVANGELISTI.
A estrutura formal do complexo segue uma proporção linear, com um bloco mais extenso, no qual se localiza a maior parte do programa, além de um segundo volume contendo as salas de aula voltadas para sul.
1 2 3
4
3
1
Figura 25 - Estudo Formal do Centro Cultural Corpos em Movimento. Fonte: autor.
Por fim, há três blocos de salas de exibições, sendo dois de grande imponência 2 e um menor que se localiza entre eles. A circulação horizontal acontece de forma linear conforme a imagem ao lado, seguindo a forma geral do complexo que se localiza, principalmente, voltada para a fachada oeste, o que contribui também com a questão climática por evitar a insolação direta nos blocos.
Salas de exposições Volumes suspensos voltados para a fachada oeste, revestidos por Aço corten
1
Figura 26 - Centro Cultural Corpos em Movimento. Fonte: EVANGELISTI.
2
Figura 27 - Centro Cultural Corpos em Movimento. Fonte: EVANGELISTI.
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3.2- Estudo de caso 2 Zhoushi Culture e Sports Center
Figura 28 - Localização Zhoushi - Centro de Cultura e Lazer. Fonte: autor.
Zhoushi - Centro de Cultura e Lazer Localização: Kunshan, Suzhou, Jiangsu, China Data do Projeto: 2013 Área do projeto: 31387m² Autor: UDG YangZheng Estúdio País: República popular da china Província: Jiangsu cidade: Suzhou - Região Metropolitana de Suzhou bairro satélite: Kunshan Região bairro: Zhoushi
China
Zhoushi Culture & Sports Center
Província de Jiangsu
A cidade do centro de cultura e lazer fica no sul da província de Jiangsu e possui mais de 1.647000 milhões de habitantes, sendo também uma das cidades com maior renda per capita da China, com título de cidade da higiene nacional, com altas taxas de turismo e de preservação ecológica, uma espécie de cidade-jardim exemplo na China. O complexo é um centro desportivo e de cultura abrangente e integrado que contém: pavilhão de cultura, ginásio de basquete, piscinas para natação, salão multifuncional, salas de aula, centro de exposições cultura e artes e rua comercial de lazer. Figura 29 - Zhoushi. Fonte: Archdaily.
N
Zhoushi 19
Figura 30 - Localização Zhoushi - Centro de Cultura e Lazer. Fonte: Google Earth.
implantação do edifício na quadra A edificação está implantada em uma grande quadra bem localizada no bairro, com destaque visual e facilmente acessada por todos os lados com a intenção de fazer do edifício o próprio monumento da praça. N
Figura 31 - Zhoushi. Fonte: Archdaily, adaptado pelo autor.
Figura 32 - Zhoushi. Fonte: autor.
As texturas utilizadas no interior do edifício contrastam com o seu exterior, chamando atenção para a para os espaços internos do edicício. Os volumes do complexo são abrigados por planos que se assemelham a dobraduras que quebram a simetria tanto das fachadas quanto no interior. Assim, a configuração formal pode ser resumida em 4 volumes unidos cobertos por planos dobrados que dão a sensação de unicidade ao edifício. 0
Acesso Subsolo Legenda:
Acesso Social Vias de acesso
10
20
50
Área construída 31.387 m² Área verde Vias de acesso
Foi levado em consideração o tema e escala de espaço entre cada pavilhão, que proporciona aos cidadãos o espaço social de tempo contínuo quando o edifício não está aberto, como no início da manhã e à noite. Assim, a idéia era promover um edifício que possui vitalidade interna ao longo do dia e que a noite ele invertesse essa vitalidade para a rua, formando uma praça pública semicoberta com ruas pedestrializadas e comerciais nas laterais, sendo mais que um simples edíficio na quadra.
Figura 33 - Zhoushi. Fonte: autor.
Figura 34 - Zhoushi. Fonte: autor.
o complexo O conceito do projeto é de fazer com que cada pavilhão fosse relativamente independentes para a operação, sem a separação de volumes e principalmente com o intuito de atrair o olhar do observador de longe, devido à escala de impacto que o edifício proporciona visualmente.
20 Figura 1 - Zhoushi. Fonte: Archdaily.
Apesar de ter uma horizontalidade dos volumes, sua altura em relação a escala d o o b s e r va d o r é q u a s e imperceptível, favorecendo a perspectiva, colocando o edifício como um monumento na quadra. Os altos pilares de aço revestidos de preto e as lajes que se articulam na parte exterior são os únicos elementos que evidenciam essa noção de altura que pode ser obser vada a distância. Pode-se notar também a hierarquia dos volumes na edificação, na qual o volume que se abre para a quadra, chama atenção para a entrada principal da edificação, enquanto o volume das salas de aula, exposições chama a atenção por uma imponente fachada de vidro.
Figura 37 - Plantas e Cortes do Zhoushi. Fonte: Archdaily, adaptado pelo autor.
Figura 35 - Zhoushi. Fonte: Archdaily.
0
0
10
10
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20
Fluxo social
Acesso social
Fluxo serviço
Acesso serviço
Social - Circ. horizontal Circ. vertical Estacionamento Subsolo
21 Figura 36 - Zhoushi. Fonte: Archdaily.
Acesso Subsolo
Social exterto Cultura Esporte
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Apoio/ Serviço Sanitários/ Vestiários/ Apoio Técnico
térreo Social Externa Recepção/ Convivência Sala de exposições Sala de Aula1 Sala de Aula2 Banheiros1 Hall Cultura Auditório Hall Quadras Banheiros Quadras
4.379,00m² 2.882,00m² 1.375,50m² 122,61m² 146,80m² 56,00m² 284,15m² 808,00m² 1.800,00m² 65,00m²
Vestiários/ Apoio Quadras Quadras Hall Esportes Aquáticos Vestiários/ Apoio Esp. Aquatic. Serviço Banheiros3 Esportes Aquáticos Almoxarifado Social Externo 2 Social Extreno 3
368,90m² 4.540,00m² 370,00m² 377,00m² 111,82m² 46,00m² 3.862,00m² 80,50m² 905,10m² 1.274,89m²
3.148,50m² 751,40m² 167,32m² 184,00m² 113,82m² 200,00m² 30,00m²
Salas de Artes Apoio salas de Artes Administração Serviço 2 Social esportes Vestiários/ Apoio
685,14m² 134,90m² 212,40m² 92,80m² 1.441,45m² 370,40m²
TOTAL: 23.855,27m²
2º Pavimento Convivência Sala de Exposições 2 Apoio salas de aula Sala de Aula3 Sala de Aula4 Sala de Aula5 Serviço TOTAL: 7.531,73m²
TOTAL GERAL: 31.387,00m² Tabela 1 - Quadro síntese de Zhoushi. Fonte: autor.
Já os outros volumes aparentemente menores, são os que abrigam os centros esportivos, estes foram rebaixados na topografia para parecerem menores em seu exterior, porém maiores em seu interior. Apesar de possuir uma composição complexa que visa a proposital diferenciação com o entorno, podemos notar a estruturação de aço utilizada em toda a edificação que possui um caráter Hightech e tectônico, valorizando os detalhes e relações com a própria construção e arquitetura local.
Além disso, o uso das estruturas metálicas possibilitou o grande avanço da cobertura na área pública, cr iando espaços abertos e cobertos tanto dentro q u a n t o fo r a d o c o n j u n t o edificado que visa mesclar a rua pedestrializada em meio ao próprio edifício que se estende por toda a quadra em que está implantado.
22 Figura 38 - Zhoushi. Fonte: Archdaily.
LUGAR
4 Brasil
Goiás
Possuindo uma grande área verde, o setor Faiçalville, apesar de se localizar em uma posição periférica da cidade, atraiu um grande número de moradores, e hoje possui 8.631 habitantes.
Goiânia 23
4.1- SETOR FAIÇALVILLE
Av. 85
Figura 39 - Localização Faiçalville e área de intervenção. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor.
N
Av. T-9
as Av. P
63 Av. T-
rid Av .M ad
Av. Cé
sar
Late s
teur
0
2 Km
Legenda:
Av. Rio Verde marcar macambira
A partir da expansão no sentido Sudoeste da capital, esta região passou a ser ocupada inicialmente com o setor União (1969) e, logo após, com a Vila Novo Horizonte (concluída em 1974). Houve então o parcelamento de uma gleba de 376,54 hectares, a antiga Fazenda Macambira, inclusa na Zona de expansão urbana de Goiânia (Região Macambira/Cascavel), originou-se o Setor Faiçalville em 1981.
1
Setor Faiçalville Praça Cívica Principais acessos Sistema Viário Quadras 152 e 230
24
4.2- Mapa aproximação
a
nem
Av .M
ad
Ipa Av.
rid
lugar de intervenção
N
Legenda: Quadras da intervenção Sesc Faiçalville Principais acessos 0
25
Figura 1 - Área de intervenção. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor.
100 m
4.3- Análise e Diagnóstico Vias
Classificação/ Inclinação
Passeio
Revestimentos
Equipamentos/ Vegetação
Arquitetura
Av. Madrid
Via coletora com pista dupla, canteiro central. Alta inclinação. Alto fluxo de veículos.
Passeios quando existem não p o s s u e m acessibilidade e são precários.
Asfalto nas vias, gramíneas nos canteiros centrais e concretagem (quando existe) nos passeios.
Poucos postes nas calçadas, eventuais bocas de lobo. Poucas arvores de médio porte sem padronização.
Edificações de pequeno porte, um ou dois pav. c o m u s o s comerciais e residenciais.
Al. Dom Pedro I
Via local de mão dupla. Alta inclinação. Médio fluxo de veículos.
Passeios quando A s fa l t o n a s v i a s e e x i s t e m n ã o concretagem (quando p o s s u e m existe) nos passeios. acessibilidade e são precários.
Poucos postes nas calçadas, eventuais bocas de lobo. Poucas árvores de médio porte sem padronização.
Edificações de pequeno porte, um ou dois pav. de uso residencial.
Al. Gilson A. de S.
Via local de mão dupla. Alta inclinação. Baixo fluxo de veículos.
Passeios quando A s fa l t o n a s v i a s e e x i s t e m n ã o concretagem (quando p o s s u e m existe) nos passeios. acessibilidade e são precários.
Poucos postes nas calçadas, eventuais bocas de lobo. Poucas árvores de médio porte sem padronização.
Edificações de pequeno porte, um ou dois pav. de uso residencial.
Via local de mão dupla. Alta inclinação. Baixo fluxo de veículos.
Passeios quando A s fa l t o n a s v i a s e e x i s t e m n ã o concretagem (quando p o s s u e m existe) nos passeios. acessibilidade e são precários.
Poucos postes nas calçadas. Poucas ár vores de médio p o r t e s e m padronização.
P o u c a s edificações de pequeno porte, um pav. de uso residencial.
Via local de mão dupla. Alta inclinação. Médio fluxo de veículos.
Passeios quando A s fa l t o n a s v i a s e e x i s t e m n ã o concretagem (quando p o s s u e m existe) nos passeios. acessibilidade e são precários.
Poucos postes nas calçadas, eventuais bocas de lobo. Poucas árvores de médio porte sem padronização,
Edificações de pequeno porte, um ou dois pav. com usos residencial e lazer.
Rua F-59
Al. Luci R. de O.
Al. Luci Rassi de Oliveira
Sesc Faiçalville
Av. Madrid Al. Gilson Alves de Souza Al. Dom Pedro I
Rua F-59
Parque Linear Macambira Anicuns
Figura 1 - Área de intervenção. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor.
26
Análise e Diagnóstico
4,4
7,2
6,5
7,0
4,4
Av. Madrid Corte A
1 Figura 1 - Al. Luci R. de O. - Fonte: autor. 4,1
9,3
3,6
Al. Dom Pedro I Corte B
3,6
8,1
3,3
Al. Gilson A. de Souza Corte C 1 Figura 1 - Al. Gilson A. de S. - Fonte: autor.
1,7
7,9
3,3
A
Rua F- 59 Corte D
1 Figura 1 - Al. Dom Pedro I - Fonte: autor.
3,3
0 2
11,1
3
4,3
Al. Luci R. de Oliveira Corte E
m
N
B B
A
C
A
D
C
27
E
Figura 1 - Áreas de intervenção. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor.
E
D
4.4- uso do solo entorno imediato O Setor Faiçalville possui um uso predominantemente residencial e, em suas avenidas encontramos também a presença de uso comercial, como é o exemplo da Av. Madrid, na qual possui um comércio expressivo e praticamente não há residências nos dois sentidos da via.
Figura 1 - Área de intervenção - Fonte: autor.
N
Legenda:
0
Uso Comercial Uso Residencial Sesc Faiçalville
10
Imagem 1 - Trecho do Parque Linear Macambira Anicuns. - Fonte: acervo próprio
50
Córrego Macambira Postes de iluminação Árvores
As quadras 152 e 230 possuem hoje 55% e 59,8% de ocupação respectivamente, sendo esta exclusivamente residencial. Subtilizadas, as quadras apresentam um grande número de lotes vazios, calçadas deterioradas e uma ausência de iluminação pública, o que acarreta em um cenário propício para a prática de violência, o que acaba influenciando diretamente no uso reduzido do parque Macambira Anicuns que se encontra ao lado.
1
1
Figura 1 - Panorâmica quadra 152 da área de intervenção. Fonte: autor.
Nesse cenário a proposta consiste em relocar estes moradores, proporcionando uma área total de 22.775 m² privilegiada às margens do Parque.
28
4.5- quadras 152 e 230
situação atual
Figura 1 - Perspectiva das áreas de intervenção. Fonte: levantamento do autor.
Legenda:
Uso Comercial Uso Residencial Sesc Faiçalville
Córrego Macambira Postes de iluminação Árvores
proposta de relocamento
Legenda:
29
Edificações a serem relocadas
N 83
825
0
B
Av. Madrid
Rua F-58
Al. Luci Rassi de Oliveira
820
Al. Dom
ro I
d Al. Dom Pe
11,8 12,01
Pedro I
3,15 2,58
A
C
A= 17.589,65 m²
A
815
o es de S
n Alv Al. Gilso
uza
B
0,1 0,0
A= 5.185,6 m²
Av. Madrid
Rua F-59
C
810
9,88 9,3
Figura 1 - Areas de intervenção. Fonte: autor.
11,82 1,31
4,84
7,43
Corte AA Corte BB
3,56
Escala .: 1:2000 Figura 1 - Cortes do terreno. Fonte: autor.
7,46
Corte CC
30
4.6- Justificativa do lugar
Figura 1 - Av. Madri. Fonte: autor.
- Localiza-se na região sudoeste de goiânia, que está em crescimento, segundo Censo demográfico de 2010, o setor Faiçalville, cresceu de 5.661 em 2000 para 7.939 habitantes em 2010; o Jardim Atlântico, de 3.804 para 5.304; o Jardim Planalto, de 3.781 para 4.032; o Jardim Presidente, de 4.781 para 6.275. Entre outros bairros populosos da região temos: Parque Anhanguera, Parque Amazonas, Jardim Vila Boa, bem como moradores de Aparecida de Goiânia em bairros vizinhos como Jardim Helvécia, Garavelo.
- Trazer uma identidade ao local, dialogando com o parque que está em implantação e com o Sesc Faiçalville, criando um “corredor de cultura e lazer” para a região.
- Inexistência de equipamentos culturais públicos na região.
Figura 1 - Parque Macambira Anicuns. Fonte: autor.
- Apesar de existir o Sesc Faiçalville, este equipamento tem um uso mais restrito aos associados e não oferece estrutura cultural, tendo como foco a educação de ensino infantil e fundamental, e o lazer/ esporte voltado para clube aquático.
- Projeto do Parque Linear Macambira Anicuns em implantação, que vai trazer uma oferta de lazer para a região, mas que não tem atraído muitos usuários, devido à ausência de manutenção e violência.
- Existência de uma paisagem urbana adequada para a prática de atividades culturais e convívio social, sejam elas dentro do complexo ou ao ar livre, devido a presença do parque que funciona como um grande respiro urbano na região, sendo um excelente plano de fundo para o Centro de Cultura e Convivência. Figura 1 - Área de intervenção. Fonte: autor.
- Estimular o uso dos espaços públicos, contribuindo para o bem estar da população moradora, visto que esta região é predominantemente residencial. 31
4.7- o usuário Centros Regiões/ Bibliotecas Teatros Museus Cinemas Parques Culturais Equipamentos
O centro cultural tem como objetivo atender à todas as faixas
Noroeste
-
-
-
-
-
3 (10%)
etárias de usuários, visto que a
Norte
1 (8%)
1 (7%)
1 (6%)
-
1 (3%)
7 (23%)
região Sudoeste se trata da
Vale do Meia
-
-
-
-
-
1 (3%)
terceira maior região em número de
Medanha
-
-
-
-
3 (8%)
-
habitantes e em extensão territorial.
Oeste
-
-
-
-
-
2 (6%)
Dessa forma, serão oferecidas
Campinas
2 (17%)
1 (7%)
-
1 (3%)
atividades para crianças, jovens,
Central
9 (75%)
Leste
-
-
-
-
-
2 (6%)
Macambira/ Cascavel
-
-
-
-
-
2 (6%)
Sul
-
1 (7%) 4 (25%)
-
Sudoeste
-
1 (7%)
-
-
-
4 (13%)
É interessante observar que, dentre
Total (100%)
12
14
16
7
37
30
os grupos de idade constatados
1 (6%) 1 (14%)
10 (71%) 10 (63%) 6 (86%) 14(18%) 4 (13%)
adultos e idosos.
19 (51%) 4 (13%)
Tabela 1 - Equipamentos por região. Fonte: Mendes (2009), adaptado pelo autor.
no bairro, o grupo de 10 à 19 anos é expressivo, chegando a ser quase o dobro do número de crianças e, quase o quádruplo do
Região
População
Superfície (Km²)
Centro
282.559
37,46
as faixas etárias predominantes,
Sul
248.990
36,22
que vão nortear as atividades
Sudoeste
187.676
71,88
oferecidas no centro cultural, a fim
Leste
186.959
79,53
de satisfazer a todos.
Noroeste
160.030
46,35
Norte
140.098
85,52
Oeste
124.239
86,82
Goiânia
1.318.148
739
número de idosos. Isso caracteriza
Tabela 1 - População por região por superfície. Fonte: Mendes (2009), adaptado pelo autor.
Bairro
Total
Faiçalville 32
0 a 4 De 5 a De 10 a De 20 a De 30 a De 40 a De 50 a 60 ou anos 9 anos 19 anos 29 anos 39 anos 49 anos 59 anos mais 9,9
8,9
9,9
3,3
3,3
3,3
3,3
3,3
Tabela 1 - População do bairro por idade. Fonte: Mendes (2009), adaptado pelo autor.
32
5.1 - PROPOSTA TEÓRICA
PROJETO
5
33
A ideia do centro surge como um marco imponente, a fim de despertar interesse às pessoas que passam pela região e respeitar o parque ambiental assim como o gabarito residencial da região. Dessa forma, o centro se torna um anexo ao Parque Ambiental Macambira Anicuns, sendo um equipamento regional adequado à múltiplos usos, com capacidade de atender à toda a região, bem como o bairros de Aparecida de Goiânia que se localizam próximos à área. Visando um maior conforto e um menor consumo energético, o edifício será concebido utilizando-se de tecnologias bioclimáticas e conceitos sustentáveis, que possibilitarão, em conjunto com a presença de uma grande massa verde no terreno, criar um microclima agradável, com temperaturas mais amenas durante o ano todo, além de proporcionar uma sensação de calma e acolhimento.
Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
As áreas de convivência apresentarão uma importância social propiciando o ócio, devido a necessidade humana de parar e se distanciar da rotina; o bom humor através do encontro e convívio com outras pessoas que gera um equilíbrio da nossa natureza social; a qualidade ambiental do meio e saúde para aqueles que estão nesses espaços. Com isso, em toda sua grande extensão, o complexo contará com áreas de convivência internas e externas ligadas aos setores, e que se integrarão com a vegetação e a paisagem através do paisagismo. Estes espaços de colisão servirão como estares, podendo ser usados de diversas formas, possibilitando lazer e convívio social entre as ligações dos blocos. Tanto essas áreas quanto o edifício como um todo serão implantados de forma a aproveitar e/ou criar uma boa vista da paisagem local, como uma extensão ao parque.
34
5.2- Processo formal
O processo formal para o desenvolvimento da proposta do Centro de Cultura e Convivência partiu do princípio de se pensar o equipamento de forma a proporcionar múltiplos usos e, assim, incorporar um caráter dinâmico ao mesmo.
A união das quadras De acordo com o diagnóstico obtido a partir da análise das quadras 152 e 230, constatou-se que a Rua F-59 possui uma utilização bastante reduzida, limitando-se, basicamente, aos moradores da quadra 230. Com um número também reduzido de lotes ocupados, esta quadra oferece uma infraestrutura bastante degradada, com calçadas praticamente inutilizáveis e uma via escura e estreita. Dessa forma, a proposta consiste em levar o Centro de Cultura e Convivência para dentro do Parque, desfazendo a Rua F- 59 e a Al. Gilson Alves de Souza, visto que sem as atuais ocupações, a utilização dessas vias passaria a ser bastante reduzido e, assim, este fluxo seria realocado para a Al. Dom Pedro I.
Conceitos Utilizados Fluxos Contando agora com 22.775,25 m², foram estabelecidos na área alguns conceitos que nortearam o desenvolvimento da proposta. Considerando os aspectos naturais do terreno, foram definidos os principais sentidos de fluxos propostos para o edifício, como demarcado no diagrama ao lado. A seta em cinza claro indica o fluxo que conecta a Av. Madrid à quadra, este se estrutura de forma mais perpendicular à topografia, e sendo assim foi pensado para caracterizar o fluxo de permanência no edifício. Já as setas em cinza escuro indicam a conexão entre a Al. Dom Pedro I - Centro de Cultura e Convivência - Parque e estes estão dispostos de forma mais paralela com a topografia do terreno e sendo assim possibilita que o acesso por estes sejam mais facilitados, prevalecendo sempre o nível da calçada e caracterizando também o fluxo de passagem no edifício. Sendo assim estes fluxos permitem que o edifício como um equipamento urbano possa atrair a sua utilização para a permanência dos espaços como também para a passagem por eles.
Centralidades Com a sobreposição das linhas de fluxo propostas obtém-se duas áreas de intersecção demarcadas em vermelho no diagrama, estas serão regiões internas ao edifício e que proporcionarão um convívio por meio de praças internas.
A curva principal Por fim, foi estabelecido, conforme a seta em laranja, a curva 822 como sendo a principal para a implantação do edifício, esta delimitará os diferentes níveis para a proposta do partido arquitetônico.
35
Diagrama 1
-2 3 Qd
de s al ve
0
so
uz
ua
ls o
n
Al .
Qd -1
do
m
52
a
pe
dr
o
I
União das quadras
F-
59
Al
.
gi
R
Av
.
MA d
Legenda:
ri
Figura 1 - Diagrama explicativo. Fonte: autor.
d
Sentido de união
Diagrama 2 Conceitos
Legenda:
Av Figura 1 - Diagrama explicativo. Fonte: autor.
.
Fluxo de passagem
MA d
Fluxo de permanência
ri
d
Curva 822 m Centralidades
36
5.2- Processo formal
OS NÍVEIS Tomando por referência a definição dos níveis com base nos acessos mais facilitados possíveis ao interior da quadra, os patamares foram distribuídos de forma escalonada no terreno, evitando grandes remoções de terra. A implantação do Centro como um todo acontecerá em 8 níveis, que vencem os 13 metros de desnível existentes na quadra, sendo dois dos níveis, os patamares de maior relevância e que vão receber os maiores volumes da edificação. Estes dois níveis principais também refletem as centralidades propostas no conceito, as quais concentram um maior cruzamento de fluxos, compondo assim, as praças internas do Centro de Cultura e Convivência.
O PARTIDO O partido do edifício surgiu com a proposta de extender as possibilidades de diferentes fluxos também para o edifício. Aproveitando os desníveis existentes entre os patamares, seria possível acessar o edifício em diferentes pontos da quadra e, dessa forma, chegar a diferentes níveis de implantação. Partindo desse conceito, a proposta busca, de certa forma, o surgimento do edifício por meio da topografia, como demarcado no diagrama abaixo, onde a seta em azul delimita o início da construção formal, partindo do desnível de 3 metros entre os dois patamares principais. A partir disso, é possível a criação de um pavimento para quem acessa o edifício pela porção mais baixa do terreno, passando a ser, ao mesmo tempo, uma extensão do passeio para quem acessa o edifício através da curva principal. Essa forma inicial segue o caminho delimitado circundando parte do primeiro grande patamar, crescendo em altura de forma escalonada em direção à porção mais alta do terreno. Assim, as alturas se diferem de um em um pavimento seguindo o ritmo topográfico do terreno, iniciando com 1 pavimento e finalizando com 3 pavimentos de forma também a incorporar-se à topografia, através de um acesso para a calçada em paralelo à curva principal.
37
Diagrama 3 Os patamares +9,26 +8,50 +12,00
+7,00 +4,00
+5,00
+3,00 +2,00
Legenda: Figura 1 - Diagrama explicativo. Fonte: autor.
Patamates Curvas de nível estabelecidas em patamar Demais curvas de nível
Diagrama 4 A partir da topografia
Legenda:
Figura 1 - Diagrama explicativo. Fonte: autor.
Ponto de partida da forma Caminho da forma Ponto final da forma Crescimento vertical Curva de nível principal
38
5.2- Processo formal
OS ACESSOS Após a definição da forma simplificada, foi proposto também que esta forma se disponha de maneira a atrair o usuário para adentrar na quadra. Assim, o Centro foi dividido em dois edifícios, sendo feitas algumas subtrações na forma a fim de criar portais de entrada nas praças internas. Na porção mais baixa do terreno foram criados 3 portais de acesso, assim como o livre acesso através do nível demarcado em laranja. Já na porção mais elevada do terreno, o pavimento térreo apresenta um fluxo circular ao seu redor.
FORMAS ORGÂNICAS Localizado estrategicamente como um anexo ao Parque Macambira Anicuns, a proposta do Centro de Cultura e Convivência visa oferecer uma experiência diferente dos demais centros de cultura da cidade, pretendendo trazer uma relação mais próxima com a natureza. A partir desse princípio, tem-se os aspectos sensoriais que são responsáveis por gerar tais experiências nos usuários, nos quais foram considerados para o desenvolvimento da proposta. O primeiro aspecto sensorial abordado foi o da visão, uma vez que esta porção do Parque possui uma vegetação bastante preservada e densa, faz-se uma boa oportunidade para que se aproveite a vista de dentro e de fora do edifício. A partir disso, o edifício foi revestido por estrutura glazing (pele de vidro), na qual permite uma maior permeabilidade visual. Porém, ao se revestir o edifício todo com vidro, é necessário também pensar em mecanismos de proteção solar para estas fachadas. Tal necessidade motivou o desenvolvimento de uma forma externa para envolver todo o edifício. A forma externa foi desenhada seguindo o mesmo principio de surgir da topografia, porém agora assumindo uma forma orgânica com curvas e aberturas. Percorrendo todos os limites do volume, com espaçamento em torno de 5 m, a forma externa propiciou um passeio coberto em volta do edifício. Entre sua aberturas e cruzamentos houve a inserção do ultimo elemento que compõe a fachada, os brises.
39
Diagrama 5 Acessos
Legenda: Fluxo no nível principal Fluxo circular térreo edf. 2 Fluxo térreo edf. 1 Figura 1 - Diagrama explicativo. Fonte: autor.
Diagrama 6 Processo Segunda pele
Legenda: Traçado da forma
Figura 1 - Diagrama explicativo. Fonte: autor.
40
5.2- Processo formal
BRISES A aplicação do conceito de proporcionar vistas agradáveis e voltar o edifício para o parque resultou em grandes fachadas de vidro por todo o edifício. A partir disso, foi realizado um ensaio detalhado da insolação recebida pelas principais fachadas durante todo o ano. Dessa forma, constatou-se que em todas as fachadas foi necessária a preocupação com a proteção solar, obtendo um melhor desempenho térmico ao utilizar brises predominantemente horizontais em todas as fachadas. Vale ressaltar também que o afastamento entre a forma externa e a fachada de vidro, em torno de 5 metros, já contribui para o conforto térmico uma vês que este passa a funcionar como uma espécie de beiral, auxiliando os brises. Os brises foram desenhados para compor de forma harmônica e leve com toda a plástica orgânica proposta. Foram distribuídas placas metálicas distando cerca de 70 cm entre si, seguindo a forma externa que envolve o edifício com todas as curvas e, ao mesmo tempo, mantendo a permeabilidade no campo de visão horizontal.
41
Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
Insolação no edifício
Equinócio
Soustício de verão
Soustício de inverno
Legenda:
Figura 1 - Diagrama explicativo. Fonte: autor.
Trajetória do sol (Carta solar de goiânia) Ventos dominantes
42
5.3- PAGINAÇÕES
Legenda: Traçado Pag. 1 - compreende o percurso externo e conecta ao interno Rampas
Figura 1 - Paginações do edifício. Fonte: autor.
Paginação 1 - traçado externo + rampas
Legenda: Traçado Pag. 3 - compreende todos os patamares do equipamento Escadas (circulação vertical externa)
43
Figura 1 - Paginações do edifício. Fonte: autor.
Paginação 3 - áreas planas (patamares)
Figura 1 - Paginações do edifício. Fonte: autor.
Paginação 2 - centralidades
Legenda: Traçado Pag. 2 - indica e demarca as centralidades do equipamento
Figura 1 - Paginações do edifício. Fonte: autor.
área permeável - vegetação
Legenda: Traçado áreas verdes, canteiros e terraços jardins presentes no equipamento
44
5.4- mOBILIÁRIO
MOBILIÁRIO URBANO O mobiliário urbano é distribuído por toda a área do complexo, estes seguem a mesma linguagem do edifício, com bancos que surgem do chão e formam o acento e também bancos inseridos nos desníveis como os exemplos da imagem. Ambos compõem jardim elevados do nível do solo e dessa forma desempenham uma importante função na drenagem da água pluvial no interior da quadra. Locados de forma estratégica, estes ajudam tanto a reduzir a velocidade da água e assim fazendo com que ela leve mais tempo para escoar, quanto também funcionam como jardins de retenção e ajudam a infiltrar a água. Além dos bancos foram especificados também outros elementos como a pista de skate e também o campo de futebol para funcionarem como bacias de retenção, contribuindo também para a drenagem das águas pluviais.
45
46
5.5-c.c.c. -Faiçalville
Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
O CENTRO DE CULTURA E CONVIVÊNCIA FAIÇALVILLE O equipamento surge com a proposta de estabelecer um marco visual na paisagem, relacionando-se harmonicamente com o cenário da região, mas proporcionando uma linguagem própria e alternativa aos demais edifícios culturais da cidade. Baseando-se em uma estrutura formal contemporânea, esta visa também contribui com a temática abordada oferecendo diversas formas de se interagir e utilizar o edifício.
47
O TÉRREO O Centro conta com uma vasta área aberta, que servirá de palco para a vida cotidiana dos usuários, sejam eles quando buscam por alguma atividade oferecida no complexo ou mesmo por passar pela sua quadra. São diversos ambientes externos que contam com mobiliários e sombra natural, podendo ainda receber eventos como feiras, exposições e shows. Podendo ser acessado por vários pontos, o projeto define diferentes tipos de paginações que integram o traçado do edifício. Além disso, refletem a diversidade de usos possíveis no Centro de Cultura e Convivência, demarcando de forma visual diferentes percursos a serem percorridos. A partir da paginação externa, por exemplo, é possível circundar todo o complexo de forma sempre acessível, bem como também adentrar às praças internas. Há também um elemento central na quadra, composto por uma serie de escadas e rampas integradas, que propõe uma relação entre os dois principais níveis do térreo. Este serve como um local de passagem, podendo servir também como assentos ou até mesmo como arquibancada para o centro da praça interna do edifício 1.
Acessos e fluxos Legenda: Fluxos acessíveis (rampas e patamares) Fluxos não acessíveis (escadas) Acessos
Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
48
5.6- SISTEMA ESTRUTURAL ESTRUTURA O sistema estrutural do Centro de Cultura e Convivência Faiçalville se constitui por um conjunto misto, com vigas e pilares metálicos em ‘’perfil i’’ e lajes steel deck. Esta foi pensada para que se pudesse vencer maiores vãos.
Viga i 40 x 60 cm
49
recorte estrutural
Laje steel deck
Perspectiva
Detalhe Armadura de retração com tela soldada
Os pilares serão revestidos por concreto, criando formas orgânicas também no interior do edifício, este percorre todos os pavimentos e se une ao revestimento em gesso como representado acima do corte 3D. A estrutura da forma externa se dá de forma independente, através de estruturas de treliças espaciais, estas são para apenas se autoportarem principalmente nos vãos de abertura da forma. A ligação entre esse elemento e o sistema estrutural do edifício acontece como no croqui abaixo.
Concreto fck > 25 MPa Conexão com parafusos
Tela soldada
Laje steel deck e= 0,95 mm
Perspectiva Pilar, Viga e Laje
50
5.7- PROGRAMA Programa Proposto
interpretação do programa Lojas
Lojas
Térreo
Salão de Eventos
Salão de Eventos
Restaurante
{
Recepção/Informação
Recepção/Informação
1º Pav.
{
Restaurante
Apoio do Restaurante
Apoio do Restaurante
Sanitários
Sanitários Salas de aula
{
Salas de aula
Sala Multiuso Recepção/Circulação
2º Pav. Administração
Sala Multiuso Recepção/Circulação Administração
Cafeteria/Convivência
Oficinas
{
Centro Livre de Artes Midiateca
Cafeteria/Convivência
Centro Livre de Artes Midiateca
3º Pav.
Auditório
Foyer
Apoio do Auditório
Administração Oficinas
Auditório
4º Pav.
{
Circulação/Convivência
Foyer
Apoio do Auditório
51
{
Mezanino Midiateca
5º Pav.
Apoio Auditório
quadro síntese térreo Lojas Recepção/Informação Sanitários Praça 1
≅45,00 308,51 39,13 6.506,70
m² m² m² m²
Praça 2 Parque Infantil e Convivência Pista de skate e Convivência Quadras e Convivência
1.233,26 916,02 1.060,86 2.326,77
m² m² m² m²
330,26 34,18 24,60 11,36 85,89 265,68 69,89 30,33 21,78 15,89
m² m² m² m² m² m² m² m² m² m²
Câmara Fria Depósito de Utensílios Depósito de Alimentos Cocção Geral Lavagem de Pratos Sala Nutricionista Circulação Sanitários Públicos Estacionamento Anfiteatro e Convivência
15,89 20,21 20,56 88,95 16,48 13,45 25,09 34,53 5.098,06 1.564,30
m² m² m² m² m² m² m² m² m² m²
≅65,00 104,63 68,38 39,14 122,96 42,48 3,65 19,02
m² m² m² m² m² m² m² m²
Copa (Administração) Circulação/Estar (Formação) Lanchonete Cozinha (Lanchonete) Depósito de Alimentos Depósito de Serviço Área de Convivência Sanitários Públicos
10,77 187,86 45,80 15,93 6,49 13,74 200,97 33,47
m² m² m² m² m² m² m² m²
49,59 136,40 6,34 506,15 8,72 12,42 64,68 24,80 10,01 391,08
m² m² m² m² m² m² m² m² m² m²
Antecâmara Foyer Sanitários (Foyer) Camarim Feminino + Lavabo Camarim Masculino + Lavabo Cozinha de Apoio de Eventos Depósito de Alimentos Depósito do Auditório Circulação Serviço Eventos Circulação do Pavimento
9,65 368,84 34,25 21,95 20,57 38,00 11,78 24,00 38,83 379,46
m² m² m² m² m² m² m² m² m² m²
74,76 7,41 27,55 63,28 60,28
m² m² m² m² m²
Oficina de Gastronomia Oficina de Música Sala de Dança/Ginástica Circulação/Estar
75,33 71,81 104,62 106,11
m² m² m² m²
280,24 163,60 34,24 149,89
m² m² m² m²
Circulação (Midiateca) Sala Técnica (Auditório) Depósito Técnico (Auditório)
201,24 m² 34,86 m² 16,92 m²
1º Pavimento Salão de Eventos Sanitários (Salão) Copa de apoio (Salão) Bar (Salão) Depósito (Salão) Restaurante Restaurante (Varanda) Sanitários (Restaurante) Vestiários Recebimento/Lavagem de alimentos
2º Pavimento Salas de aula Sala Multiuso Recepção Sanitários (Formação) Administração Gerência de Formação e Cultura Lavabo (Gerência) Almoxarifado (Administração)
Tabela 1 - Programa de Necessidades. Fonte: autor.
3º Pavimento Recepção (Centro Livre/Midiateca) Centro Livre de Artes Lavabos Midiateca Cafeteria (Midiateca) Cozinha (Cafeteria) Varanda (Midiateca) Sanitários (Midiateca) Depósito Geral (Midiateca) Auditório
4º Pavimento Diretoria Geral (Formação) Lavabos (Diretoria) Sanitários (Formação) Oficina de Artes Oficina de Fotografia
5º Pavimento Computação (Midiateca) Espaço de Estudo (Midiateca) Sanitários (Midiateca) Varanda (Midiateca)
comercial
formação
cultural
paisagístico 52
53
5.8- VISÕES vídeodisponívelatravés doqrcodeabaixo
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
playground
TERRAÇO 67
quadras
BLOCO CULTURAL 68
skate park
69
70
praรงa central
71
72
praรงa central
73
74
75
praça de alimentação
76
cinema ao ar livre 77
entrada educacional
quadras 78
79
80
recepção térreo
81
recepção primeiro pav.
82
sala de aula
foyer 83
ponte entre os blocos
auditรณrio
84
biblioteca
85
centro livre de artes
86
6- pLANTAS E CORTES
+8
,0
0
+7 ,0
10
5
0
20
+6 ,0 0
+5
0
+4
,0 0
,0
0
+3
,0 0 +4
,0 0
+3
+2
,0 0
,0 0
+4
,0
+3 ,0
0
,0
+1
0
+3
,0 0
+2 ,0 0
0 ,0
+0
+2
+1 ,
00
,0
0 +3 ,
00
6.1 - IMPLANTAÇÃO 87
Figura 1 - Implantação do Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
0
+1 +9
+1 1, 00
0,
+1 3, 00
+1 2, 00
00
,0 0 +1 2, 00 +9 +8
,5
,2
+1 3
,0
6
0
0
+1
0,0
0
+7
+7
,0 0
,00
+1 2
,0
0
+1 1
,0
,00
+7
0
+4
,0
+9 ,0 0
0
+1
0,
+7 ,0 0
00
+9 ,
00
+5
+8 ,
,00
00
+7
,0
+6
0
,0
0
88
Arquibancada
Proj. cobertura +4,00
Vitrine
1 1 1
6
1
+4,00 1 Fonte
1
e Desc
1
3% i= 8,3
1 1 Espelho d’ågua 1 Proj. cobertura
+3,00 2
+4,02
Proj. cobertura
Proj. mezanino
1
1
+4,00
4 3
4
1
3
89
33
8, i=
+2,00
De
sc
e
6
%
6 +3,00
1
6.2- TÉRREO EDIFÍCIO 1 1 0
10
20
1 - Salas comerciais 2 - Recepção/ informação e convivência 3 - Sanitários 4 - Sanitários acessíveis 5 - Praça interna 1 6 - Praça externa 1 7 - Plauground kids 8 - Skatepark
So be
i=
5
5%
5 Proj. cobertura
+4,00
1 1
1
1
1 1 1
1
+4,00
Des ce i= 8 ,33 %
Proj. cobertura
8 +4,00
7
+3,00 Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
90
Sobe % i= 8,33
Desc i= 8
1 +8,00
Proj. cobertura
3 Brises
2 +8,02
4
Brises Pilar metĂĄlico perďŹ l i revestido por concreto
5 6 7
Brises
Guarda corpo em concreto
6 8
Proj. cpbertura Proj. vigas
9
10
Brises
Pl
z Va
11
Vazio
io
13 Proj. mezanino
Brises
7
12 6
7
14
14 6
Vazio
Brises
Brises
91
B
6.3- 1 PAV. EDIFÍCIO 1
ce 8,33%
0
5
10
20
i=
1 - Terraço jardim/ acesso 2 - Cafeteria/ convivência 3 - Cozinha Cafeteria 4 - Depósito de alimentos 5 - Depósito de serviço 6 - Sanitários 7 - Sanitários acessíveis 8 - Lavabo 9 - Gerência setor cultural/ formação 10 - Copa Administração 11 - Administração 12 - Almozarifado 13 - Recepção/ controle 14 - Salas de aula 15 - Sala multiuso
5%
Proj. cobertura
Brises
Proj. vigas
1
lataforma elevatória
+8,00 Proj. cobertura
i= 5% Desce
15 14
z Va
14
io
Brises
Vazio
Brises
Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
92 2
Brises
i= 8 ,33% Desc e
1 +12,00
Pila reve
Bris
Gu
Brises Vazio
Proj. cobertura io
z Va
6 +12,02
Brises 8 2 5
3 3
4
5
7 4
Vazio
Brises
Brises
93
Pl
6.4- 2 PAV. EDIFÍCIO 1 0
5
10
20
1 - Terraço jardim 2 - Diretoria geral 3 - Lavabo diretoria 4 - Sanitários 5 - Sanitários acessíveis 6 - Convivência 7 - Oficina de Artes 8 - Oficina de fotografia 9 - Oficina de gastronomia 10 - Oficina de música 11 - Sala de dança/ ginástica
ar metálico perfil i estido por concreto
ses
uarda corpo em concreto
lataforma elevatória
Vazio
Proj. cobertura
11 10
io
z Va
9
Brises Acesso ao terraço
Vazio
Brises
Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
94
+8,50
% ,33 i= 8 e Sob
Arquibancada anfiteatro
Fonte 1
2
2
+7,00
3
3
Proj. cobertura i= 5%
De
sc
e
2
4 +7,02 Pilar metálico perfil i revestido por concreto 7 Pilar metálico inclinado revestido por concreto 1 - Praça interna 2 2 - Sanitários 3 - Sanitários acessíveis 4 - Salão de eventos 5 - Depósito salão de eventos 6 - Cozinha de apoio 7 - Copa salão de eventos 8 - Vestiário funcionários 9 - Depósito de utensílios 10 - Recebimento/ lavagem dos alimentos 11 - Câmara fria 12 - Depósito de alimentos 13 - Cocção geral 14 - Salão 15 - Varanda 16 - Lavagem de pratos 17 - Sala nutricionista 18 - Depósito de lixo
6.5- TÉRREO EDIFÍCIO 2 0
95
5
10
20
9 6 8 8
1 10 i= 5% Desce
+7,00
1 +7,00
Proj. cobertura
2 2
14 +7,02
5
12
15
11
2
16
Sobe
i= 8,33%
13
2
18 17
Proj. cobertura
+7,00
Abrigo do gĂĄs
Figura 1 - Centro de Cultura e ConvivĂŞncia. Fonte: autor.
96
+9,2
6
+8
,50
Brises
Proj. Mezanino
16
15
17
Arquibancad
4
Pilar metálico perfil i revestido por concreto
5
4
1
18 10
Proj. cobertura 9
14 5
13
5
+11,70
12
7
+11,02
1 - Foyer 2 - Antecâmara auditório 3 - Auditório 4 - Sanitários 5 - Sanitários acessíveis 6 - Cozinha de apoio auditório 7 - Depósito de alimentos 8 - Depósito geral auditório 9 - Camarins 10 - Lavabos camarins 11 - Recepção Midiateca/ C.L.A. 12 - Midiateca 13 - Deck/ Área kids 14 - Acervo/ leitura 15 - Varanda 16 - Cafeteria 17 - Cozinha cafeteria 18 - Depósito geral 19 - C.L.A. - Centro Livre de Artes
19
97
5
10
6
+11,02
Proj. cobertura
11
4
Pilar metálico inclinado revestido por concreto
5
+11,00
Plataforma elevatória
Guarda corpo em concreto
Pilar metálico perfil i revestido por concreto
6.6- 1 PAV. EDIFÍCIO 2 0
i
8
20
i= 5%
i= 8,33% Desce
+1
0,0
0
da anfiteatro
i=
Brises
% 33 8, ce s De
Arquibancada anfiteatro
i= 5% Desc e
10
i= 8 ,33 %
9
3 +11,02
Brises
2
Proj. Mezanino
5 4
i= 8,33%
Sobe
1 +11,02
i= 3% 8,3 e sc De
Guarda corpo em concreto
Proj. abrigo do gás
+9,00 Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
98
+9,2
6
+8
,50
Arquibancad
Bris
Guarda corpo em concreto 5
Vazio
+15,70
Pilar metálico perfil i revestido por concreto
1 +15,02
Vazio
6 +15,00
2 5 Proj. cobertura
+15,70 3 4
Vazio
Plataforma elevatória
1 2 3 4 5 6 7 8
-
Mezanino/ informática Área de estudo Sanitários Sanitários acessíveis Deck leitura Varanda Sala técnica Depósito técnico
Brises
Pilar metálico perfil i revestido por concreto
6.7- TÉRREO EDIFÍCIO 2 0
99
5
10
Va zio
20
Pel
i= 8,33% Desce
+1
0,0
0
da anfiteatro
ses i= % 33 8, ce s De
Arquibancada anfiteatro
i= 5% Desc e
Vaz i
o
Parede de projeção cinema aberto
7 +13,17
8 4
Acesso ao terraço
3
Vazio
Brises
Vazio
le de vidro
Proj. cobertura
Guarda corpo em concreto Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
100
Salas de aula + 12,02 Salas de aula + 8,02 Salas comerciais + 4,02
6.8- corte - a 0
5
10
20
EdifĂcio 1
6.9- corte - b 0
101
5
10
20
Edifício 1
Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
Terraço jardim + 12,00 Adm / Recepção + 8,02 Recepção + 4,02
Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
102
Edifício 2
Mezan. mídiateca + 15,02 Mídiateca + 11,02 Eventos + 7,02
6.10- corte - c 0
5
10
20
A
B 103
Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
Foyer + 11,02
Restaurante + 7,02 Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
A - Auditório + 11,02 B - Restaurante + 7,02 C - Mídiateca/ Terraço jardim D - Mídiateca/ Centro Livre de Artes E - Salão de Eventos
c D E
6.11- corte - d
Figura 1 - Centro de Cultura e Convivência. Fonte: autor.
104
7- fACHADAS
7.1- FACHADA 1
7.2- FACHADA 2
7.3- FACHADA 3
7.4- FACHADA 4 105
106
5.2- referĂŞncias
107
108