Cronograma de restauro do palácio dos azulejos é apresentado hoje

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Sexta-feira, 3 de outubro de 2003

Trabalhos no prédio começam na próxima segunda-feira e Estúdio Sarasá é o encarregado pela execução das obras

Arquivo-PMC/Luiz Granzotto

Cronograma de restauro do Palácio dos Azulejos é apresentado hoje Recuperação visa o uso adequado

CELSO BODSTEIN

O imponente prédio do Palácio dos Azulejos, no Centro de Campinas, começa a ser restaurado a partir da próxima segundafeira. O cronograma das ações de restauro será apresentado aos interessados hoje, às 16h, pela equipe responsável, integrada pela Prefeitura de Campinas e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Também hoje será feita a apresentação pública do Estúdio Sarasá, encarregado da execução das obras. O Estúdio Sarasá tem credenciamento para realizar restauros em bens tombados pelo IPHAN e, entre outras obras, fez o restauro do Forte São João de Bertioga, da fachada do Cine-teatro Paramount, em São Paulo, e da Pinacoteca do Estado de São Paulo. O Palácio dos Azulejos foi construído em 1878, para ser residência de José Ferreira Pentado, o Barão de Itatiba. A outra casa que forma o complexo foi habitada por seu genro e filha. Em 1908, a casa principal foi comprada e transformada em sede da prefeitura de Campinas. Três anos depois a outra casa também foi adquirida. Desde então, o Palácio sediou inúmeros núcleos da administração pública, com destaque para a Sanasa e, mais recentemente, o Arquivo Histórico, a Coordenadoria de Patrimônio Cultural e o Museu da Imagem e do Som (MIS). Apesar de tombado pelos três órgãos responsáveis pela preservação do patrimônio histórico o Condepacc Municipal; o Condephat, estadual; e o Iphan, federal o Palácio dos Azulejos sofreu, ao longo dos últimos anos, um intenso processo de deterioração. Em 2002, o Ministério da Cultura (Minc) aprovou

Palácio do Azulejos: ações de restauro do prédio que vai abrigar Museu da Imagem e do Som começam na segunda

o projeto de restauro do Palácio dos Azulejos, o que permitiu a captação dos recursos necessários: mais de R$ 2 milhões, que foram viabilizados apenas este ano, em parte por uma empresa privada, em parte pela Petrobrás. Restauro. As ações de restauro terão início no dia 6 de outubro de 2003, tendo como objetivo concluir a primeira fase do restauro até o dia 9 de setembro de 2004. No dia 10 de setembro de 2004, pretende-se que o Palácio dos Azulejos seja reaberto para a cidade de Campinas, como sede definitiva do Museu da Imagem e do Som (MIS). Marco do Valle, assessor da Coordenadoria Setorial de Patrimônio Cultural e

membro da equipe responsável, divide o cronograma de restauro em duas etapas. A primeira, que se pretende executar no curso dos próximos quatro meses, envolve a cobertura, as descidas de água, os azulejos da fachada do prédio, as platibandas, as caxilharias externas do palácio, além de um trabalho de proteção de pinturas durantes as obras. A segunda etapa inclui a prospecção geral do Palácio um processo em que são removidas as camadas de tinta, uma a uma, para que se possa compreender a cronologia e a história do Palácio em vários de seus momentos, desde quando o Barão ocupou o imóvel para sua residência. Esta prospecção permitirá decidir, posteriormente, qual

desses registros temporais preservar. A prospecção será estendida também para os batentes e portas do complexo. Também faz parte dessa segunda etapa avaliar as diversas técnicas construtivas -taipa e alvenaria de tijolos , a fim de se optar pelos procedimentos ideais de restauro. Estende-se nesse conceito o restauro dos pisos de madeira, além do refazer da entrada em mármore do Palácio, com a proposta de reapresentar o vestíbulo e a sala da prefeitura, espaço que ganhou a grandeza que não tinha quando o palácio virou coisa pública , entusiasma-se Valle, que é doutor pela FAU-USP e atualmente professor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O restauro do Palácio dos Azulejos visa, além da preservação, criar condições para um uso adequado e intenso do prédio. Por isso mesmo, as pessoas que comparecerem à apresentação de hoje poderão conhecer, também, como o Palácio será utilizado após o dia 10 de setembro de 2004. O projeto de ocupação do prédio prevê espaço destinado a exposições de longa e curta duração, duas salas de cinema com 100 e 80 lugares, biblioteca, salas de arte-educação, café, auditório para 80 pessoas, laboratórios para processamento de imagens e tratamento de acervos, além de estúdio de som. Com o sucesso do projeto, a comunidade campineira terá, enfim, assegurado um conceito contemporâneo de Museu, nas condições ideais de tratamento e disponibilização de acervo. Este é composto atualmente por 10 mil imagens fotográficas, 427 filmes cinematográficos de várias bitolas, cartazes, equipamentos cinematográficos, 20 mil discos e cerca de três mil publicações, entre livros, revistas, partituras e catálogos. As 13 coleções fotográficas e o acervo de filmes têm relevância histórica para o Brasil e Exterior. Criado em 1975, o Museu da Imagem e do Som de Campinas esteve à mercê de instalações improvisadas em vários equipamentos da cidade. Tais instalações reduziram em muito as potencialidades do Museu servir a pesquisas e visitações culturais abertas ao público. Para a Diretora de Memória da Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo, Sônia Fardin, a entrega do novo prédio do MIS poderá ser um dos principais eventos programados para as comemorações dos 230 anos de Campinas .


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