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Jornal do Vestibulando
ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA
JORNAL ETAPA – 2016 • DE 07/04 A 20/04
ENTREVISTA
Depois do cursinho, a nota da primeira fase subiu 22 pontos! Bruno Gazotti Vallim Acosta quer estudar Medicina para dedicar-se à área de pesquisa, sem excluir a parte clínica, por valorizar o contato com as pessoas. Aqui ele conta como se preparou no cursinho e como superou dificuldades nas matérias, principalmente em Matemática, conseguindo entrar na Medicina Pinheiros em 11o lugar.
Bruno Gazotti Vallim Acosta Em 2015: Etapa Em 2016: Medicina – USP
JV – Quando e por que você decidiu estudar
Como você fazia nas aulas?
Medicina? Bruno – Optei por Medicina no ano passado.
Eu tentava acompanhar o professor. Pegava os exercícios e ia resolvendo durante a explicação.
No início do cursinho eu ainda estava em dúvida sobre o que fazer. Eu fiz o curso técnico em Informática e pendia para Engenharia ou Ciências da Computação. Até entrei aqui na turma de Exatas. Mas logo parei para pensar. Sempre gostei muito de ajudar as pessoas e Biologia e Química são matérias que eu gostava muito de estudar por conta. Percebi que tinha vocação para Medicina, uma carreira em que eu vejo muitas oportunidades.
Além da Fuvest, você prestou quais vestibulares? Prestei Unesp, Unifesp, Unicamp e Enem. Com a nota do Enem fui aprovado na UFSCar. Medicina também.
Ao começar no cursinho você estava confiante em suas possibilidades de aprovação nos vestibulares? Eu me sentia despreparado, mas confiava que, fazendo o cursinho, ia passar.
Como era seu método de estudo? Assistia às aulas de manhã e depois ia para casa. Entrava no meu quarto, fechava a porta, abria a apostila e exercício, exercício, exercício. Achava importante estudar bem. Procurava prestar o máximo de atenção nas aulas para entender bem o que os professores falavam e em casa eu focava praticamente só na resolução de exercícios.
Bruno Gazotti Vallim Acosta
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CONTO
O poço – Mário de Andrade SOBRE AS PALAVRAS
Lágrimas de crocodilo
Qual é a importância das palestras?
No fim de semana só fazia o que não tinha conseguido acabar durante a semana. Procurava ficar o mais relaxado possível para o estudo render mais. Quando não tinha simulado eu ficava jogando ou saía com o pessoal.
Achei importante assistir às palestras porque eram bem completas, os professores davam elementos do enredo, da estrutura, falavam um pouco sobre o autor e as características da época, do estilo do livro. Era bastante informação. É muito legal porque você consegue ver a obra por uma perspectiva diferente.
Você tinha dificuldade em alguma matéria? Tinha mais dificuldade em Matemática. Às vezes deixava de resolver exercícios de outras matérias para fazer mais exercícios de Matemática. Eu sabia que precisava melhorar.
Como você resolvia dúvidas sobre resolução de questões? Costumava perguntar para alguns amigos que estavam no cursinho no intervalo das aulas ou, estando em casa, mandava mensagem. Procurava também a resolução no site do Etapa.
Você treinava Redação? Eu fazia quase todas as redações que os professores sugeriam. Nas que eram corrigidas eu via que meu desempenho era mais ou menos, não era tão bom.
O que era esse desempenho “mais ou menos”? Eram notas como 7, 7,5. Sabia que não eram legais para o curso que eu estava tentando. Uma coisa que me deixou preocupado foi que comecei tirando 8. Depois minha nota caiu.
Ora pois, uma língua bem brasileira
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O caracol teimoso
Nos simulados, que resultados você alcançava? Nos simulados eu estava tirando notas boas. Na maioria era A. Às vezes B e C mais. As notas menores costumavam ser nos simulados do Enem.
Para você, qual foi a importância dos simulados? Os simulados são importantes não só como termômetro, instrumento de avaliação de como a coisa está indo, mas também para pegar o jeito das provas, ficar bem preparado, saber administrar o tempo quando chegar o dia. Algumas vezes, durante o ano, tive a impressão de que os simulados eram mais fáceis que a prova de verdade. Quando chegaram as provas dos vestibulares, falei: “Não, são realmente desse nível”. Posso garantir que os simulados são muito fortes, dão uma boa noção do que é o exame para valer.
Teve alguma época mais pesada para você? Na Revisão, com certeza. Eu estudava basicamente com exercícios e tinha muito mais
VOCÊ SABIA QUE...
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ENTRE PARÊNTESIS
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Vi todas as palestras sobre as obras da Fuvest.
Você estudava no fim de semana?
ARTIGO
ENTREVISTA
Você assistiu às palestras sobre as obras indicadas como obrigatórias?
As grandes navegações
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SERVIÇO DE VESTIBULAR
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Inscrições
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ENTREVISTA
exercícios para resolver. Mesmo assim eu tentava não me exceder muito. Quando ficava cansado, dava uma parada, ia fazer alguma coisa. Depois retomava, às vezes.
O que você fazia nessa parada para dar um descanso? Eu conversava com os amigos. De vez em quando até saía, ia tomar um café.
Você tinha outras atividades para relaxar?
estava mais bem preparado. Quando saí da prova até passei mal. Tive que ir até para o hospital.
No terceiro dia, qual foi o resultado? Fui muito bem nas prioritárias. Quase gabaritei a prova, tirei 97,92. Foi uma surpresa bem grande. No início da prova fui folheando a prova e, nossa, vi que não tinha nenhuma questão que eu não conseguiria resolver. Fiquei bem feliz, terminei a prova no tempo mínimo, fui embora festejando.
Gostava bastante de jogar videogame. Fazia aula de piano uma vez por semana e também tocava violão. Uma coisa para relaxar mesmo, tirar a cabeça dos estudos.
Na escala de zero a 1 000, qual foi sua pontuação na Fuvest?
No final do primeiro semestre você estava em dia com a matéria?
Fiquei em 11o na carreira. Entre 765 candidatos que fizeram a 2a fase.
Na maior parte. Em algumas coisas eu estava um pouco atrás, especialmente em Matemática.
Nos outros vestibulares, como você foi?
O que você fez nas férias? Larguei tudo. No último dia de aula, falei: “Vou descansar.“ Eu sabia que quando voltasse ia ser aquele ritmo de antes e, se eu não descansasse direito durante as férias, acho que não ia ter pique para terminar o ano.
Você prestou vários vestibulares. Qual era sua primeira opção? Quando optei por Medicina eu estava pendendo um pouco para a Unicamp.
Qual a razão? Não tinha uma razão específica. Alguns amigos da minha mãe dão aula lá e falavam bem da universidade. Só que seria bem difícil, teria que me mudar e teria muitos gastos. Acabei mudando minha opção para a USP. a
Na 1 fase da Fuvest, qual foi sua pontuação? Acertei 78 questões das 90. Com bônus minha pontuação subiu para 88. Na maioria dos simulados eu tirava entre 76 e 78. Foi o que me convenceu de que os simulados são bem importantes.
No ano anterior você tinha feito quantos pontos? 56 pontos.
Como foi seu estudo para a 2a fase? Depois da 1a fase, acabei focando bem nos exercícios escritos, porque sabia que era o que ia contar daí em diante.
Você focou mais em alguma parte? Continuei focando em Matemática porque, mesmo não sendo uma das prioritárias para Medicina, era a matéria em que eu ia ter mais dificuldade. Foquei em Literatura também. Dei mais uma olhada nos livros obrigatórios e revi as palestras.
Como você foi no primeiro dia da 2a fase, na prova de Português e Redação? No primeiro dia eu tirei 69,5. Na Redação tirei 74, uma boa nota.
Na prova geral, do segundo dia, qual foi a nota? No segundo dia tirei 70, nota que me deixou um pouco preocupado. Não sei se fiquei nervoso na hora e não consegui responder algumas questões de Matemática. Tinha poucas questões de Biologia e de Química, as matérias em que eu
908 pontos.
E qual a sua classificação na carreira?
Tive notas boas também, especialmente na 1a fase da Vunesp: 81 acertos em 90. Fiquei com o 1o lugar entre o pessoal das cotas. Dava para passar mesmo sem as cotas. Na Unifesp, entre o pessoal das cotas, fiquei em 9o. Na Unicamp fui o 30o colocado.
Como ficou sabendo de sua aprovação na Fuvest? Vim ao Etapa para a festa dos aprovados. Na verdade, enquanto estava esperando a lista um amigo meu, veterano da Pinheiros, veio me buscar e já disse: “Já vi seu nome na lista”. Mesmo assim foi muito legal ver o nome na lista e poder falar que todo estudo valeu a pena. Aí teve aquela coisa, jogaram tinta na gente e comecei a comemorar com o pessoal que estava comigo.
Como foi a matrícula na Pinheiros? Fui lá sozinho e acabei encontrando meu amigo veterano. Fui recebido por vários veteranos, que já foram tentando recrutar a gente para várias extensões.
Que matérias você tem neste semestre? Até agora eu tive Introdução à Medicina e Saúde, que é uma disciplina em que eles falam um pouco sobre o curso, apresentando a faculdade, as ferramentas que a gente tem à disposição. Falam bastante sobre buscar conhecimento em periódicos, as bases melhores para pesquisa científica. Agora estou tendo Fundamentos da Ciência Médica, que são as aulas de Bioquímica, Biofísica, Fisiologia das Membranas, Estudo de Proteínas.
Uma matéria que se subdivide em várias? Sim. Com a reestruturação eles estão dividindo a grade em unidades curriculares. A gente está tendo aula em blocos. Teve esse bloco introdutório. É uma disciplina bem abrangente, aborda vários tópicos. No primeiro semestre são três ou quatro blocos. Tem discussão integrada de casos clínicos também. Mas isso é mais no final do semestre. E tem avaliação trimestral. É uma prova especial. Ela não está vinculada a nenhuma das outras disciplinas. É uma disciplina própria, só para a prova. É uma avaliação que segue modelos de provas internacionais. Começou a valer no ano passado.
Você está participando de alguma atividade fora das aulas? Pretendo participar da EMA, a Extensão Médica Acadêmica, que faz atendimento de saúde
em regiões carentes. Também tem o Remusp, o Recital dos Estudantes de Medicina da USP, que é música de instrumentos. Começou com um grupo de música clássica, depois abriram para entrar mais gente e hoje eles tocam tudo. Já fui a alguns ensaios. Também estou querendo entrar para o MedEnsina, que é o cursinho do pessoal da faculdade. Os alunos dão aula e fazem o plantão de dúvidas [o material do MedEnsina é cedido pelo Etapa].
Do que você viu até agora, do que mais gostou? A gente tem várias aulas sobre humanização do tratamento médico, que é uma coisa que eu acho muito importante. Nas primeiras semanas teve palestras muito legais, explicando o sistema de saúde brasileiro em toda sua complexidade, falando do SUS, dos hospitais particulares, como a coisa toda se encaixa. A gente teve palestras sobre pesquisas científicas, eu gostei bastante porque pretendo ir para essa área.
Você já tem ideia da área que pretende seguir na Medicina? Eu ainda não sei no que pretendo trabalhar de verdade, o que pretendo pesquisar. Também não tenho intenção de deixar a clínica de lado porque aí tem toda a parte de contato com paciente, que eu acho uma coisa muito legal.
A parte de relacionamento no curso, como é? Os professores são bem legais. Tanto os da Faculdade de Medicina quanto os das outras unidades da USP costumam ser bem prestativos. Se você tem alguma dúvida é só ir lá conversar, eles explicam.
Que dicas você dá para o pessoal que está se preparando este ano, para aproveitar o melhor possível o estudo no Etapa? Primeiro de tudo, acho muito importante que a pessoa se conheça e saiba o quanto aguenta. Saber o que está funcionando e o que não está funcionando para ela. Cada um tem facilidade de aprender de um jeito. Você tem que estudar do melhor jeito para você.
O que você pode dizer a quem prestou no ano passado, ficou por pouco e vai prestar de novo? O melhor que eu posso falar é: não desista. Tem que saber que todo esse esforço vai valer a pena. A Pinheiros, por exemplo, é uma faculdade muito legal em termos humanos, os professores, os próprios alunos. E, também, antes de ser um aluno da Pinheiros, sou aluno da USP. Você vai ter contato com muita gente, de vários cursos. Muito legal isso.
O que você tira de lição de sua experiência aqui? O cursinho me ensinou a ser responsável e me sinto mais maduro mesmo. Você tem que saber muito bem o que está fazendo e que todas as ações têm consequências. Por mais que todo mundo esteja te ajudando, todo mundo trabalhando, vai ficar todo mundo feliz em ver sua aprovação, no fundo essa luta é sua. É de cada aluno, cada pessoa. Então, se dedique, dê o melhor de si, que com certeza vai dar tudo certo.