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Jornal do Vestibulando
ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA
JORNAL ETAPA – 2016 • DE 16/06 A 29/06
ENTREVISTA
Entrou em Direito-USP. Pela Fuvest em 75o lugar e pelo Enem em 10o lugar. Thais de Lima Dantas entrou na São Francisco tanto pelo Enem quanto pela Fuvest. Ela fez o cursinho junto com o Ensino Médio e curso técnico em Informática, mas sua preferência era pela área de Humanas. Escolheu Direito. Aqui ela conta como se preparou para os vestibulares, fala de seus primeiros tempos na faculdade e diz que o cursinho foi um divisor de águas na sua vida.
Thais de Lima Dantas Em 2015: Etapa Em 2016: Direito – USP
JV – Como foi a escolha da carreira de Direito? Thais – Sempre me identifiquei bastante com Humanas. Mas no Ensino Médio ainda estava um pouco indecisa entre Engenharia da Computação e alguma carreira de Humanas. Fiz curso técnico em Informática da Federal, vi que não era para mim. Acabei indo para Humanas e, nessa área, a carreira que eu mais gostei foi Direito. No Painel das Profissões, que teve aqui no Etapa no ano passado, eu conversei com o pessoal do Mackenzie e da USP e decidi de vez.
Além da Fuvest, você prestou outros vestibulares? Prestei Unicamp para Economia e fiz o Enem. Passei na USP pelo Enem e pela Fuvest. Pelos dois. Como a matrícula pelo Sisu era antes, acabei entrando pelo Enem. Minha vaga na Fuvest ficou para outra pessoa.
Como era sua rotina de estudos? Assistia a todas as aulas no cursinho, ia para o colégio e à noite estudava as matérias do Etapa em casa, até 10 e meia. Às vezes, ficava no colégio estudando com o pessoal até umas 9 horas.
Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou no ano passado? O trabalho de conclusão de curso me tomou bastante tempo. Outra dificuldade foi a correria. Não dava tempo de almoçar, tinha que levar marmita, comia rapidinho antes da aula.
Conseguiu manter esse ritmo até o fim do ano?
Você fez reforço para Humanas?
Sim. No meio do ano, quando bateu o cansaço, estudava menos, uma, duas horas por dia. Mas quando foi chegando a época dos vestibulares eu peguei um gás mesmo.
Como o reforço ajudou?
Como era seu método de estudo? Eu priorizava as matérias em que eu tinha mais dificuldade.
Em quais matérias você tinha mais dificuldades?
Sim, fiz o JADE nos sábados de manhã. O JADE me ajudou muito porque pegava coisas que a gente não tinha tido tempo de ver durante as aulas. As aulas durante a semana são mais expositivas, os professores passam mais o conteúdo, a matéria. O JADE é bem focado em exercícios e isso foi muito bom.
No sábado à tarde você continuava estudando?
Matemática, na parte de Geometria Espacial. Não conseguia enxergar direito as figuras. Era mais essa parte. E um pouco em Química.
Eu fazia os simulados. Quando não tinha simulado, ia para o Plantão de Dúvidas. Levava as dúvidas que tinha acumulado durante a semana. Ficava aqui até umas 4 horas.
Era minha outra opção. Se não passasse em nada, cogitaria ir para a Unicamp.
Quais eram as matérias em que você tinha mais facilidade?
Como estava o seu ânimo no começo do ano passado?
Humanas em geral. Inglês, porque tinha feito curso antes. Incrivelmente, algumas partes de Física, tinha facilidade em fazer os exercícios.
Durante a semana você chegava a consultar o Plantão?
Por que prestou Economia na Unicamp?
Entrei no Etapa com gás total. Fazia tudo que os professores pediam, tudo. Levava muito a sério. Durante o ano inteiro foi assim. Mas perto do meio do ano bateu um pouco o cansaço. Acho que é normal. O grande problema foi realmente conciliar o colégio com o Etapa.
ENTREVISTA
Thais de Lima Dantas CONTO Tempo da camisolinha – Mário de Andrade
A própria Física. No colégio eu não curtia muito. Matemática e Química também. Passei a gostar muito de Química.
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Pais & filhos
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SOBRE AS PALAVRAS
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“Bater as botas”
Em que matérias o Plantão mais ajudou você? Toda semana eu levava minhas redações aos plantonistas. As dicas que eles dão são muito boas, valem muito. Em Matemática também eu ia bastante.
MAS, MÁS, MAIS
ENTRE PARÊNTESIS
ARTIGO
A arte medieval e a arte renascentista
Você passou a gostar de alguma matéria no cursinho?
Às vezes tinha as duas primeiras aulas vagas no colégio e então ficava aqui no Plantão.
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SERVIÇO DE VESTIBULAR
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ENTREVISTA
Como você treinava Redação? Acho que fiz todas as redações das apostilas. Eu fazia redação toda semana. Quando foi chegando a época do Enem eu fazia todo dia. Treinando Redação você vai vendo onde pode melhorar. Seu vocabulário vai ficando melhor.
Em que faixa você ficava nos simulados? C mais. Uma vez ou outra, principalmente nas redações, eu ficava no B. Nunca tirei A. No começo do ano tirava muitos C menos. Fui evoluindo, no final do ano tirava C mais, B.
Você leu os livros indicados pela Fuvest como obrigatórios?
No segundo dia é a prova geral, com sete matérias. Você tirou quanto?
do do Direito, Teoria Geral do Direito Penal e Economia Política.
Com todo mundo que conversei foi um consenso, foi a prova mais difícil. Mais difícil que o terceiro dia. Tirei 51,56. Saí da prova sabendo que não tinha ido bem.
De qual matéria você está gostando mais?
Como foi no terceiro dia, das prioritárias – Matemática, História e Geografia? Fui bem em História e Geografia, mas Matemática me pegou. Também estava muito difícil. Caíram análise combinatória e geometria, onde estavam minhas maiores dificuldades. Tirei 56,25.
Li todos. Não assisti a todas as palestras de Literatura, mas vi tudo pela internet, até as que eu já tinha assistido no cursinho.
Na escala de zero a 1 000, qual foi sua pontuação?
O que as palestras acrescentam?
E sua classificação na carreira?
Nas palestras os professores enfocam os assuntos mais cobrados, que você até lê e às vezes passam desapercebidos. Nas provas, dificilmente um examinador vai cobrar enredo. Geralmente cai uma questão de contexto, interpretação. As palestras ajudaram.
O que você fez nas férias do meio do ano? Tirei uma semana de folga, para descansar. Na outra semana estudei, fazendo exercícios, para voltar ao cursinho já no pique.
Em qual vestibular você achava que tinha mais chance de ser aprovada? Achava que entrar pelo Enem seria mais difícil que passar pela Fuvest. São menos vagas e a concorrência é muito alta. Sempre acreditei mais na Fuvest. Na Unicamp também, mas a Unicamp não era muito minha opção.
Você foi aprovada para a São Francisco pelo Enem e pela Fuvest. Qual foi seu desempenho no Enem? Minha média final no Enem ficou em 757,68. Tirei 960 na Redação.
Você fez alguma preparação específica para o Enem? Eu me preparei fazendo as apostilas com exercícios do Enem. Quando via que não ia ter tempo para fazer todos os exercícios de uma apostila, aí pegava Fuvest e Unicamp. É difícil alguém ir bem na Fuvest e não ir bem no Enem.
Na Fuvest você fez quantos pontos na 1a fase? Com bônus fiz 72 [corte foi 59].
Foi conforme seu resultado nos simulados? Os simulados eram bem mais difíceis que a prova. Fui melhor na Fuvest.
Para a 2a fase você mudou alguma coisa em seu método de estudos? Foquei bem mais em Humanas, zerei o caderno de História.
E Matemática, que também é prioritária para a São Francisco? Também foquei muito em Matemática. Sabia que poderia ser meu diferencial.
Quais foram suas notas na 2a fase? Primeiro dia, prova com questões de Português e Redação. Tirei 66,5 na prova. A nota de Redação foi 83. Redação foi uma surpresa.
722,9 pontos. 75º lugar pela Fuvest. Pelo Enem entrei em 10º lugar. Havia 47 vagas na São Francisco oferecidas pelo Sisu.
Como você soube de suas aprovações para a São Francisco? O resultado pelo Enem saiu no dia 18 de janeiro. O resultado na Fuvest eu vim ver no Etapa, no dia da lista. Foi uma expectativa como se eu não tivesse passado ainda. Vim e peguei a camiseta.
Como você reagiu nas duas ocasiões? Foram sensações diferentes porque na minha opinião o nível de dificuldade na Fuvest é muito maior. Quando vi que também tinha passado na Fuvest foi uma sensação de dever cumprido. Dei o meu melhor e deu certo no final. Tanto no Enem quanto na Fuvest, quando vi os resultados, meio que passou um filme na minha cabeça, toda a correria que tive. Você quer gritar, quer extravasar, mas ao mesmo tempo quer chorar. É um misto de emoções incríveis. Como um professor do Etapa disse, talvez essa seja a primeira vez que você conquista alguma coisa por você mesmo. É lógico que tem a ajuda dos professores, da família e tudo mais, mas é uma sensação única. É sua vitória.
Você já conhecia a São Francisco? Quando vinha para o Etapa de ônibus eu passava em frente. Eu olhava e falava, vou entrar, vou entrar. Vir de ônibus era uma espécie de incentivo. Achava muito bonita e realmente é muito bonita. Mais bonita por dentro do que por fora. E via também todos os professores renomados que saíram de lá, juristas. É um consenso entre os alunos que a história do Brasil se confunde com a história da São Francisco.
Como foi a matrícula? No dia do Sisu eu fui com minha mãe, foi na Cidade Universitária.
Não foi na São Francisco? Não. Foi legal até para conhecer a Cidade Universitária. O pessoal da São Francisco estava lá, me pintaram toda, muito legal. E no dia da Fuvest não ia fazer a matrícula, mas fui também. A bateria da São Francisco estava lá.
O que você tem de matérias neste primeiro semestre? Sete matérias. Teoria Geral do Direito Privado, Direito Romano, Teoria Geral do Estado, Direito Constitucional, Introdução ao Estu-
Uma matéria que é difícil um estudante de Direito não gostar é Direito Penal. Todo mundo se apaixona por Direito Penal. É uma matéria muito dinâmica. Mas eu particularmente gosto muito de Direito Privado, que é o Direito Civil.
Que matéria está sendo mais difícil? Teoria Geral do Estado, não só pelos professores, que costumam ser muito rígidos. A matéria é bem técnica mas é bem legal também.
O que mais chamou sua atenção na São Francisco? A escola é linda, fantástica. Você acha tudo bonito. Biblioteca, salão nobre, as arcadas, o pátio. Na parte humana, os veteranos são muito acolhedores, tratam bem todo mundo. As extensões incluem pessoas que têm coisas semelhantes a você, acho isso muito bacana. Para quem gosta de festas é festa direto. Viajar também, o pessoal vai para campeonatos. Tem espaço para todos na faculdade. O departamento jurídico do XI de Agosto atende pessoas carentes – você já vai lidando com isso desde o 1º ano.
Você participa de outras atividades além das aulas? Existe tanta coisa para fazer que você fica até na dúvida. Estou participando do jornal Arcadas, sou editora da parte de política. No segundo semestre pretendo dar aulas no Arcadas Vestibulares, que usa o material do Etapa.
Hoje você se imaginaria cursando outra carreira? Eu me apaixonei pelo Direito. Não me imagino em outra carreira. Tudo que aprende na aula você vai pondo em prática. O Direito é uma carreira que abre sua mente.
Como fica marcado para você o ano passado? Eu falo do Etapa para todo mundo. Lembro do cursinho com muita emoção, tenho um carinho muito especial pelo Etapa. Acho que foi um divisor de águas na minha vida. Faria de novo quantas vezes fosse necessário. O Etapa me abriu muitas portas, os professores foram fantásticos, todos muito atenciosos, educados. Os plantonistas também.
Você já sabe qual área gostaria de seguir na carreira? Ainda é cedo, mas me interesso pela magistratura. Direito Tributário é uma área que alguns primos que fizeram Direito seguem e dizem que é muito legal. E estou gostando bastante de Direito Civil. Está em aberto.
O que mais você quer dizer aos nossos alunos? Eu diria para seguir em frente, não desistir. Vai bater o cansaço, você vai ficar triste algumas vezes por não estar fazendo algumas coisas que queria, mas isso é normal. Depois que você entra na universidade é outra coisa. Siga seu sonho, vá até o final que vale muito a pena. E aproveite cada minuto, dos professores, do ambiente, porque aqui é muito legal. Tenho um carinho muito grande por este lugar.