editorial
Querido leitor, A revista “Engravidei” foi elaborada e escrita especialmente para as mamães (e papais também) de primeira viagem, que ainda não sabem muito bem o que fazer quando a “cegonha” deixa o presentinho. Aqui você encontra diversas reportagens que abordam assuntos relacionados à saúde, esportes, sentimentos, curiosidades e dúvidas. Nesse pequeno exemplar, será possível saber muito mais do que se imagina sobre uma gestação. Algumas mulheres que engravidaram com mais de 35 anos também foram convidadas a dar seu depoimento para nossa revista. Normalmente, imagina-se que não é possível mais engravidar depois desta idade, mas em nossa reportagem contamos exatamente quais são os passos para fazer isso de uma forma segura.
A matéria especial traz muitas informações sobre amamentação, um tema extremamente importante e que desperta a curiosidade das mães antes mesmo de ver o rostinho de seus filhos. Elas também passam a alimentar uma vida. Então, decidimos dar algumas dicas e discorrer sobre os mitos e verdades da amamentação para que as dúvidas sejam esclarecidas. Além destes, temos outros assuntos de interesse das mamães, que se preparam para viver uma das fases mais bonitas da vida, a maternidade. Esperamos que as dicas e informações as auxiliem, para que fiquem mais tranquilas e percebam que não há segredos para desempenhar essa função tão especial, que é puro dom da mulher. Então relaxe e aproveite muito bem esse momento. Boa leitura!
Pontifícia Universidade Católica do Paraná Comunicação Social - Hab. Jornalismo Reitor: Prof. Doutor Clemente Ivo Juliatto Pró-reitor: Prof. Eduardo Damião da Silva Decana: Prof. Doutora Eliane Cristine Francisco Maffezzolli Coordenador de Curso: Prof. Julius Vinicius Marques Nunes Professores Responsáveis Texto: Prof. Doutora Maria Teresa Marins Freire Projeto gráfico: Prof. Juliana Pereira de Sousa Alunos: Aline Przybysewski, Etiene Mandello e Rosane Cadena 2
sumario
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artigo
Uma criança gerando outra
Por Etiene Mandello
Desejada, planejada ou acidental, a gravidez é sempre uma caixinha de surpresas na vida de uma mulher. Mas, imagina se tal mulher for, na verdade, uma adolescente? No passado, isso seria natural, já que as mulheres casavam cedo. Mas hoje, em pleno século XXI, a realidade é outra.
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A gravidez na adolescência possui índices significativos no Brasil. Os últimos dados divulgados no site do Ministério da Saúde comprovam isso, mostrando que cerca de 444 mil meninas e adolescentes brasileiras, entre 10 e 19 anos, tiveram filhos em 2009. A cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem
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no Brasil são filhas de adolescentes. Os dados nos provocam uma reflexão sobre como estamos lidando com os adolescentes de nossa sociedade. Isso porque a maioria das jovens mães é de baixa renda, o que as torna ainda mais vulneráveis para educar os filhos e continuar os estudos. E você sabe quais são os motivos psíquicos que levam adolescentes a engravidar em uma etapa precoce da vida, apesar de existirem métodos contraceptivos? De acordo com a psicóloga Simone Galvan, a falta de capacidade para ter autocontrole e saber lidar com suas angústias e impulsos, fator que deve ser favorecido por suas famílias e pelo meio social em que vivem, explica parte disso. A infância é regada a pureza, inocência e desejos que não medem as consequências futuras. A adolescência é aquela fase da desorganização psíquica, onde a capacidade de organizar conflitos e problemas que surgem ainda é inexistente. Eis, então, que a gravidez na adolescência provem de uma relação sexual imatura, sem a ideia real do que ela é e o que pode gerar. Falta de planejamento, de noção de responsabilidade e educação sexual: todo adulto sabe que não é fácil
ter um filho. A maioria das adolescentes apresenta capacidade comprometida no que se refere a ideais e metas de vida. São jovens que desejam ser reconhecidas como mulheres, que desejam ser adultas para realizar todas as vontades do parceiro. Se você é adulta e autossuficiente, mesmo tendo uma gravidez acidental, saberá passar com isso, já que sua capacidade para lidar com seus desejos, impulsos, angústias e demais conflitos, conscientes e inconscientes, é mais bem desenvolvida. Os livros “O aprender com a experiência”, de W. R. Bion, “Pronta para voar: um novo olhar sobre a gravidez na adolescência” de D. Dadoorian e o estudo feito em 2008 na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), coordenado por Suzete de Fátima Ferraz, podem ajudar a compreender como funciona o psicológico dessas “meninas precoces”. E mais, ao contrário do que parece, o estudo indicado mostra que deixar de ir a festas, perder alguns amigos e até o namorado é considerado o maior problema para as jovens grávidas. Isso gera a conclusão de que a estrutura familiar é tudo.
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desafio
Realizando um sonho com maturidade Mulheres decidem engravidar um pouco mais tarde com a intenção de amadurecerem profissionalmente e psicologicamente
A vida sempre nos coloca em situações que nos fazem pensar o máximo para escolher qual decisão tomar. O tempo é implacável, mas com ele vamos adquirindo experiência e aprendemos que cada situação que acontece, é de fato necessária, e irá acrescentar sempre algo de bom em nosso caminho. É
preferível que se pense assim, desta forma aprendemos a olhar sempre pelo lado positivo, deixando empecilhos de lado. Imagina-se que uma atitude tomada aos 40 anos ou perto desta idade, independente de qual seja o assunto, será tomada com muita maturidade. Mas e quando esse assunto se trata
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Créditos: Taciana Grabowski
A psicóloga Maria Valéria, com seu marido Luiz Antonio e a filha Sarah
desafio da primeira maternidade? Existe uma idade máxima para conceber um filho? Como realizar o desejo de uma mulher que por algum motivo não pode fazê-lo antes? Em tempos passados, as mulheres eram mais submissas e estavam dispostas a cuidar somente do lar e dos filhos, experimentavam a maternidade mais cedo e na maioria das vezes precocemente, casavam-se mais jovens e a vida era totalmente diferente de como é hoje. Mas nos dias modernos elas buscam cada vez mais sua independência, procurando muitas vezes sua realização no trabalho e desta forma vão deixando de lado outras necessidades, como por exemplo, a de ser mãe. Esse é um fator que faz com que as mulheres queiram engravidar mais tarde, elas querem o reconhecimento de seu valor, e isso requer tempo. Mas há outros fatores considerados biológicos, que também fazem com que a gravidez seja tardia. Segundo a ginecologista Camila Prestes, mulheres mais jovens de até 35 anos possuem a ovulação mais eficaz e regular, portanto ficam grávidas com mais naturalidade. Acima de 40 anos a ovulação se torna mais lenta e muitas vezes irregular. Temos que citar também distúrbios crônicos que podem afetar este processo como: hipertensão, diabetes, dislipidemias entre outras afecções que acontecem com as mulheres desta idade. Com suas vantagens e desvantagens, esse sonho tem se tornado real, algumas mulheres procuram a ajuda de profissionais capacitados e enfrentam o que vier para conseguir mais uma re-
alização. É o caso da psicóloga Maria Valéria da Costa, que casou-se aos 33 anos com um homem mais velho, separado de outro relacionamento e que já tinha vasectomia há 20 anos. “Eu tomei a decisão de ser mãe mais tarde, pelo fato de dar prioridade ao meu trabalho, porém só fiquei grávida aos 38 anos, porque meu marido tinha feito vasectomia e teve que desfazê-la para que eu pudesse engravidar a partir da fertilização in vitro. Foram três tentativas sem sucesso, porém na quarta, engravidei da Sarah”. A psicóloga ainda conta que não foi só a medicina que ajudou. A sua fé e a crença em Deus fez com que tudo se encaminhasse da melhor maneira possível, e isso foi um dos motivos que a influenciou a nomear sua filha Sarah Maria. Ao contrário do que se pensa algumas vezes, a gravidez em uma idade mais avançada pode acontecer naturalmente, fazendo com que a mulher surpreenda-se, principalmente se já tiver algum filho com idade mais madura, como foi o caso de Eliza Rodrigues de Lima Moraes, que é manicure e ficou grávida aos 37 anos. Ela já tinha dois filhos, sendo o mais velho com 17 anos na época. Porém ela conta que sempre quis ter mais um filho, de preferência do sexo feminino, para poder viver melhor a experiência da maternidade, pois para engravidar de seu primeiro filho precisou de orientação médica, e ele nasceu com mielomeningoncele e hidrocefalia. “Ser mãe com esta idade me deixou muito mais segura e tranquila, pude aproveitar todas as etapas de uma gestação e pós-parto, 7
Imagens de arquivo pessoal
desafio
A manicure Eliza com sua filha Caroline Vitória
o que infelizmente não pode acontecer na primeira,” comenta Eliza. Muitos pontos positivos são acrescentados à maternidade próxima aos 40 anos, como por exemplo, estar em uma situação financeira mais adequada. Às vezes, quando não se trata do primeiro filho, pode gerar mais tranquilidade à mãe na hora de ter e educar o seu bebê e os pais não veem os cuidados do filho como um sacrifício 8
e sim como uma compensação, conta doutora Camila e ainda acrescenta que os pontos negativos são a realização de a maior quantidade de exames para avaliar o andamento da gestação. Avaliações tanto do feto quanto do estado de saúde da mãe. Isto pode gerar incômodos e desconforto de alguma forma. A recuperação (cicatrização e recuperação muscular) após o parto também podem ser mais lentas.
desafio No ponto de vista das mães as desvantagens já são vistas de outra maneira. Maria Valéria diz que o que mais teme é o medo do futuro, pois o vigor físico já não é o mesmo. Levanta também o fato de sua família não ter crianças na família para conviver com sua filha, pelo fato do marido ter outros filhos mais velhos. O preconceito também aparece na história, mas a psicóloga diz que foi mais por parte dos
filhos do marido que o questionavam sobre ele começar tudo outra vez. Eliza conta que algumas vezes perguntaram se sua filha era sua neta, desta forma também gerando um desconforto. A bancária Selma Nunes Lima, tem 52 anos, dois filhos, sendo que a primeira tem 22 e o segundo 11, desta forma ficando grávida do menino exatamente aos 40.
Luiz Antonio com sua irmã Caroline Vitória
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desafio Ela diz que mesmo os filhos tendo essa diferença de 10 anos sempre quis um segundo, que foi fruto de uma gravidez natural. Tanto que o garoto nem questiona porque a mãe demorou para tê-lo, só afirma que gostaria de ser o primeiro para “mandar” na irmã. O parto e exames são assuntos para preocupar-se também, para que se tenha o início de uma história feliz. Prestes dá mais umas dicas sobre esse momento da gestação: “Normalmente o pré-natal deve se iniciar antes mesmo da concepção. Ou seja, antes de engravidar o obstetra deve ser consultado para que já sejam solicitados exames para verificar a condição de saúde da futura mamãe. Exames que são rotinas para todas as gestantes já são solicitados: hemograma, glicemia, função dos rins, exame de urina e sorologia para várias doenças. Os estudos de ultrassonografia podem ser solicitados de maneira mais frequente para um mel-
hor acompanhamento do feto tendo em vista o maior risco de má formação. O parto normal é sempre a primeira escolha. Devido a uma série de benefícios deste processo que já se chama “normal”, procuramos seguir a própria natureza e incentivar este procedimento. O parto cirúrgico (cesárea) pode ser realizado se for a opção da família ou se há alguma doença e/ou distúrbio que o indique. Entre estas indicações estão: sangramentos, hipertensão arterial sem controle, colo uterino sem dilatação efetiva, problemas uterinos e na placenta, emergências que geram risco para o bebê e para a mãe entre outros, acrescenta doutora Camila. Portanto, basta sonhar e acreditar que é possível buscar essa felicidade independente da idade. É somente planejá-la com amor e carinho para que mais uma vida possa vir ao mundo com segurança e saúde.
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Dieta saud
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dรกvel durante a gravidez Por Aline Przybysewski
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saude Adotar dietas alimentares ricas em nutrientes é recomendado para todas as pessoas. Mas em um período tão especial na vida das mulheres, a gestação exige maiores cuidados em relação à alimentação. Para muitas mães, principalmente as de primeira viagem, muitas dúvidas surgem neste período. E alguns cuidados são fundamentais, para garantir tanto a saúde da mãe, quanto a do bebê. O período gestacional é um momento delicado, em que diversos questionamentos vêm à tona. Mas especialistas afirmam que é preciso ter cautela e procurar orientações de profissionais de saúde, para definir o tipo de alimentação mais adequado para cada pessoa. A nutricionista Jerosiane Marchaukoski, salienta que a alimentação saudável em qualquer ciclo da vida é sinônimo de saúde. Segundo a especialista, os principais benefícios durante e depois a gravidez, para as mães que mantém uma boa educação alimentar são, o ganho de peso adequado para a mãe e para o bebê, prevenção do risco de diabetes gestacional, diminuição do risco de parto prematuro. Além da diminuição do risco de mortalidade perinatal e neonatal, diminuição do risco de obesidade e prevenção de hipertensão. Helena Benetti de Paula, tem 24 anos e está na 29ª semana de gravidez, recebeu orientações sobre sua dieta alimentar da médica que acompanha sua gestação. Para ela é essencial cuidar da alimentação na gravidez, porque 14
tudo o que come vai para o bebê. “Se eu não me alimentar bem, ele não recebe todos os nutrientes de que precisa, além disso, a boa alimentação me ajuda a ter mais disposição e força, afinal de contas minha energia também é dividida com ele”, declara Helena. Dentre os alimentos que devem ser evitados durante a gravidez, Jerosiane, destaca que salgadinhos, balas, refrigerantes, doces e principalmente bebidas alcóolicas, são produtos que precisam ser cortados da dieta. Em relação ao sal deve ser consumido com bastante moderação para evitar a hipertensão arterial, que no caso das gestantes, pode levar a um quadro grave chamado de pré - eclampsia. A cafeína, nas suas mais diversas apresentações como, café, refrigerantes à base de cola, chás, chocolate e cacau, Jerosiane orienta que seu consumo deve ser moderado durante a gestação. “Estudos relacionam o elevado consumo de cafeína a malformação fetal, baixo peso ao nascer, prematuridade, além de aborto espontâneo”, complenta a nutricionista. Aos 28 anos, Juliana Mandello Casagrande, está a um mês de ganhar seu bebê, e conta que deixou de consumir frituras e embutidos, em função do alto nível de gordura e sódio que podem desencadear a hipertenção. Além disso, buscou acompanhamento nutricional e incluiu em sua dieta, todos os tipos de folhas verdes, legumes e leite, devido à quantidade de vitaminas e acido fólico, que oferecem.
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saude As grávidas têm muitas chances de desenvolver anemia, pois precisam do mineral ferro para si e para nutrir o bebê. Segundo Jerosiane, os riscos da falta ou deficiência de ferro podem ser fatais tanto para mãe quanto para o bebê, pois a anemia está associada ao baixo peso ao nascer, ao alto índice de mortalidade materna e neonatal. Por isso, é importante que a gestante consuma alimentos ricos em fonte de ferro, principalmente as carnes vermelhas, os vegetais verdes escuros, feijões e vitamina C, que pode ser encontrada nas frutas como a laranja, maracujá, entre outras, que auxiliam na absorção do nutriente. Além da suplementação necessária avaliada pela equipe de saúde que deve acompanhar a gestante. Segundo orientações da nutricionista, a dieta recomendada deve ser variada, com o consumo e combinação adequada dos grupos alimentares (carnes, cereais, raízes, tubérculos, laticinios, óleos vegetais, verduras e frutas), dando preferência para as carnes magras, os alimentos integrais (arroz integral, pão integral, etc), os laticínios com baixo teor de gordura, os óleos vegetais com o consumo moderado, e uma variedade de frutas e verduras diariamente. Outra recmonedação é o consumo diário de água. “O líquido mais recomendado é a água ‘pura e simples’, filtrada ou fervida, mas outros líquidos como sucos naturais de frutas sem adição de açúcar ou chás de ervas como camomila, erva-cidreira, capim limão, também podem ser consumidos”, complementa Jerosiane. 16
Desconfortos durante a gravidez
Algumas gestantes costumam sentir alguns desconfortos, como azia, prisão de ventre e, frequentemente, enjoos. Mas há maneiras de evitá-los, seguindo algumas recomendações. Segundo Jerosiane, a ocorrência da azia se deve às mudanças do corpo e hormonais, já que o útero passa a ocupar mais espaço, pressionando o estômago e o intestino, a digestão fica mais lenta. “Formam-se gases e a comida sobe de volta ao esôfago. Outro motivo é o aumento de progesterona durante a gestação, esse hormônio causa o relaxamento da válvula que separa o estômago do esôfago e os ácidos gástricos sobem para o esôfago, causando a azia”, esclarece a especialista. A dica da nutricionista para evitar esse desconforto é evitar o consumo de alimentos muito condimentados, gordurosos e principalmente as frituras. Recomenda-se também fra cionar a alimentação em pequenas refeições d rante o dia. Além de comer devagar, mastigan bem os alimentos e não ingerir muito líquido n refeições.
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saude Problemas com o peso Existe a crença de que mulheres grávidas devem comer por dois. Mas não é bem assim. As recomendações universais sobre alimentação para gestantes, são de que a partir do terceiro mês de gravidez, devem ingerir apenas 300 calorias a mais do que o normal, totalizando 2.800 calorias diárias. Para a educadora infantil Ligiane Maria Ferreira Scalisse Zapp de 30 anos, que está com 23 semanas de gestação, o cuidado com a alimentação é essencial para que não engorde além do necessário, para que ela e o bebê tenham uma vida saudável. “Passei a consumir menos doces, além de comer várias vezes ao dia”, conta Ligiane. Ela confessa que o apetite é maior, mas não acredita que seja necessário comer por duas pessoas. Algumas mulheres apresentam problemas relacionados ao peso, como obesidade ou peso abaixo do recomendado. A nutricionista Jerosiane, alerta que existem alguns riscos nesses casos. “A obesidade durante a gravidez é considerada de alto risco. As gestantes obesas têm alta frequência de doença hipertensiva específica, também são constantes os casos de diabetes”, conclui a especialista. Juliana acredita que é de extrema importância ter uma alimentação equilibrada nessa fase, e tem consciência de que o ganho excessivo de peso não prejudica apenas ela, mas aumenta o 18
risco de desenvolver diabetes gestacional, transferindo problemas para o bebê. “Somos responsáveis por mais uma vida, que se alimenta através do que comemos”, declara Juliana. As gestantes com baixo peso também devem seguir todas as recomendações já citadas de alimentação saudável, com a inclusão dos grupos alimentares diariamente (carnes, cereais, raízes, tubérculos, laticinios, óleos vegetais, verduras e frutas). Com o fracionamento da dieta em cinco ou seis refeições diárias, sendo as três principais, com a adição de três lanches, intercalados durantes as refeições, além de procurar um nutricionista para receber orientações individualizadas.
Perído de lactação Segundo a nutricionista Jereosiane Marchaukoski, o período da lactação requer um suprimento maior de energia, pois amamentar consome muitas calorias, porém auxilia a mulher a voltar ao peso habitual. Sem abusos ou excessos, o mais importante é investir na alimentação saudável e variada com o consumo de todos os grupos alimentares. Dando preferência para as carnes magras, os laticínios com baixo teor de gordura, os cereais integrais, os feijões, as frutas, as verduras e legumes, diarimente, além do consumo de líquidos, principalmente a água. Abaixo um exemplo de cardápio recomendado para lactantes.
saude CAFÉ DA MANHÃ
pão integral com queijo branco+ leite com café + 1 fatia de mamão LANCHE DA MANHÃ (COLAÇÃO)
iogurte com aveia ou vitamina de banana ALMOÇO
arroz, feijão, saladas e legumes (1 pires cheio), bife grelhado/assado/cozido e 1 laranja de sobremesa. LANCHE DA TARDE
suco natural de manga + biscoitos integrais ou 1 fatia de bolo simples + vitamina de morango. JANTAR
macarrão ao molho bolonhesa, lentilha, salada de alface, vagem e cenoura (1 pires). CEIA
1 copo de leite.
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esportes
Exercícios durante a gravidez
Créditos: www.clinicafgo.com.br / Getty Images
Por Rosane Cadena
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Praticar exercícios físicos faz com que o corpo fique em forma e esteja saudável para a correria cotidiana. Quando a mulher está grávida é ainda mais importante praticá-los, pois eles a prepararão para o esforço do parto, farão com que ela suporte o peso da barriga e também colaborarão para que o corpo volte a ficar em forma após a chegada do bebê. O professor de educação física Josinei Soares explica que os exercícios mais recomendados para mulheres são caminhadas, corridas leves, natação e hidroginástica. Exercícios como ioga e pilates também podem ser feitos, mas o importante é que eles sejam acompanhados por profissionais que tenham experiência com mulheres grávidas, ressalta o educador. Os exercícios não precisam necessariamente ser feito em uma academia, é possível fazer alguns mais simples em casa. E desta forma a futura mamãe estará colaborando para que o bebê possa vir ao mundo com mais saúde. Acompanhe alguns deles no infográfico a seguir:
esportes
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curiosidades
Mitos e verdades Faz bem para a saúde do bebê: Verdade. Por ser rico em água, proteínas e sais minerais, o leite materno contém todos os nutrientes que o bebê precisa consumir até o sexto mês de vida. Ele ainda ajuda a desenvolver o sistema imunológico da criança e é o recurso mais eficiente para protegê-la de alergias e infecções nos primeiros meses. Além disso, o ato de sugar trabalha toda a musculatura facial, o que facilita o desenvolvimento correto da arcada dentária. Já está comprovado que crianças que mamam regularmente até os seis meses falam, respiram e mastigam melhor que as demais, além de sofrerem menos com cólicas e de seu intestino funcionar de forma mais regular. Pesquisas também mostram que amamentar faz muito bem para a saúde da mãe e diminui as chances de ela ter câncer de mama ou de ovário.
Acelera a perda de peso da mãe. Verdade. Mantendo uma dieta rica e balanceada, a mãe que amamenta de maneira exclusiva nos primeiros meses volta mais rapidamente ao seu peso normal, já que o corpo gasta cerca de 700 calorias todos os dias somente para produzir leite para o bebê. Mas vale uma ressalva: não adianta comer demais ou errado. A amamentação ajuda, mas não faz milagres, e é preciso seguir uma dieta balanceada. A mãe ainda tem menos risco de hemorragia pós-parto e sofre menos com cólicas, já que, durante a amamentação, o útero se contrai e vai voltando ao normal. 22
Pegar sol nos seios ajuda:
Verdade. O contato com os raios solar no corpo, o que fortalece a pele do sei duras nos mamilos. O ideal é começar e manter o hábito durante o período duas vezes ao dia, antes das 10 horas
curiosidades
sobre amamentar
res aumenta a produção de vitamina D io e ajuda a evitar e a cicatrizar rachar a tomar sol ainda durante a gestação o de amamentação, por dez minutos, s ou depois das 16 h.
Amamentar dói Nem mito, nem verdade. Isso varia conforme a sensibilidade da mãe, mas grande parte não sente nada. Nos primeiros dias, é comum a mama ficar inchada, o que deixa a região dolorida. Fora esse período, normalmente a mulher não sente dor. Caso haja incômodo nos seios, é bom procurar orientação profissional porque provavelmente o bebê não está mamando de maneira correta, o que deve ser corrigido para acabar com a dor.
Estresse e nervosismo produção de leite:
atrapalham
a
Verdade. Mães que estão passando por situa ções de estresse ou muita tensão produzem uma quantidade anormal de adrenalina, que bloqueia a oxitocina, um dos hormônios que influenciam na amamentação. Por isso, elas tendem a produzir leite em quantidade insuficiente. Nesse caso, vale a pena consultar o pediatra sobre a possibilidade de usar complementação.
Silicone atrapalha a amamentação: Mito. Nem implante de silicone nem mamoplastia comprometem a produção de leite ou costumam interferir na amamentação. Mesmo assim é bom avisar ao cirurgião plástico, antes da cirurgia, que você ainda pretende ter filhos. Assim, ele pode escolher a técnica de colocação dos implantes que afete menos a amamentação. Também é bom alertar o pediatra sobre a cirurgia, o que o ajuda a ter cuidado redobrado no acompanhamento do peso do bebê. 23
especial
Amamentar ĂŠ preciso Por Aline Przybysewski, Etiene Mandello e Rosane Cadena
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especial “Amamentar é uma experiência de amor que pode relatar o que a amamentação traz de elo entre mãe e filho.” (Fernanda Regina de Queiroz Proença)
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especial
Luanna com seu filho Pedro de 1 ano : “Essa relação engradece a relação entre nós dois”
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Imagens de arquivo pessoal
especial O leite materno é considerado o alimento mais completo para o bebê. Nele estão contidas todas as proteínas, vitaminas, gorduras, água para o seu completo e correto desenvolvimento. Além de o bebê ficar protegido de doenças, o momento do aleitamento materno promove uma forte ligação emocional com a mãe, transmitindo-lhe segurança e carinho. Segundo o médico pediatra Cláudio Roberto Ferreira o ato de mamar promove uma melhor desenvolvimento da fala, pois estimula a flexibilidade da articulação vocal. O bebê que mama no peito poderá evitar no futuro algumas doenças como obesidade, diabetes e hipertensão. A posição da boca nos mamilos provoca a estimulação de pontos articulados responsáveis pela produção dos sons. A musculatura oral adequada remete a um bom desenvolvimento da fala. O leite materno também tem a vantagem de ser facilmente digerido. “A mãe também tem muitas vantagens, como a queima calorias de modo a ser mais fácil voltar ao seu peso normal”, acrescenta o pediatra. Um dado a ser destacado é que de acordo com uma pesquisa realizada na Espanha, as mulheres que amamentam seus filhos por mais de seis meses têm menos chances de desenvolver câncer de mama.
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especial Luanna Carla de Campos Barros, 20, tem um filho de um ano de vida, ela diz que a amamentação é o maior elo que existe entre uma mãe e seu bebê. “O leite materno é tudo o que meu filho precisa para crescer saudável. Além de ser um momento especial que só engrandece a relação entre nós dois”, revela Luanna. O leite materno deve ser o alimento exclusivo para os bebês até o sexto mês de idade, orienta o pediatra. “A mamãe não precisa se preocupar em complementar a alimentação. Nem ao menos se preocupar em oferecer água, pois o leite materno é completo”, afirma o médico. Dentre os diversos benefícios que o aleitamento materno traz, pode ser elencado, o fato da probabilidade de desenvolver anemia no bebê ser bem menor, já que as concentrações de ferro no leite materno são maiores, em relação a qualquer outro tipo de leite. Porém o Dr. Claúdio diz que é importante a mãe ter uma boa dieta alimentar, pois os nutrientes absorvidos pelo seu organismo serão transferidos para o leite. Luanna conta que no início da amamentação evitava comer frituras, alimentos pesados e refrigerante, que poderiam causar cólicas no bebê. “Hoje em dia já não tenho muitas restrições, pois meu filho come de tudo, mas busco ter uma alimentação saudável principalmente com frutas e verduras. Além de ingerir muito líquido o que ajuda a aumentar a produção do leite materno”, argumenta a mãe. 28
O bebê que mama no peito poderá evitar no futuro algumas doenças como obesidade, diabetes e hipertensão. A posição da boca nos mamilos provoca a estimulação de pontos articulados responsáveis pela produção dos sons. A musculatura oral adequada remete a um bom desenvolvimento da fala. E o mais importante é o contato entre mãe e filho, fazendo com que o bebê se sinta mais tranquilo e protegido, o que irá evitar ansiedade e o choro. Além disso, a mamãe também se sente mais relaxada. Luanna Carla conta que não teve nenhuma dificuldade para amamentar seu bebê. “Logo que nasceu, aceitou super bem o meu peito”, revela a mãe. Ela diz que se filho mama a cada duas ou três horas. Mãe de Maria Fernanda de um ano e vinte dias, Fernanda Regina Queiroz de Proença, 28, conta que sua filha só mama no peito. “Atualmente ela mama no período da tarde, e quando não estou com ela não uso mamadeira, ela bebe leite no copo mesmo”, diz a mãe. Fernanda acredita que a amamentação é uma das grandes ligações que possui com sua filha. “É um grande e verdadeiro ato de amor”, reconhece a mãe. Fernanda Regina diz que Maria só mama no peito, e diz que o grande e maior motivo de amamentá-la é que o seu leite é feito exclusivo para ela. “Ele sempre a protegeu de várias doenças, tanto é que até o momento eu nunca precisei levar minha filha ao médico”, conta a mãe, que completa que pretende amamentá-la até que complete dois anos de idade.
especial
Imagens de arquivo pessoal
Pedro aceitou muito bem o leite materno e a cada dia cresce mais saudรกvel
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especial Segundo pesquisa realizada recentemente, amamentar faz com que a mamãe identifique melhor o que seu bebê quer. O estudo revelou que quem amamenta tem uma afinidade maior com o seu bebê, o que faz com que a mãe consiga identificar as vontades de seu filho. Vinte mulheres passaram por uma ressonância magnética funcional enquanto olhavam as fotos de seus bebês ou ouviam o choro deles. O resultado
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observado foi que a parte do cérebro responsável pelas emoções e motivação foi mais ativada nas mamães que amamentavam seus filhos. Isso significa que o cérebro da mãe que amamenta é notadamente muito mais receptivo aos sinais do seu bebê do que as mulheres que oferecem mamadeira a criança. Portanto, os bebês que mamam no peito têm suas “vontades” reconhecidas mais prontamente do que aqueles que usam mamadeira.
especial Acredita-se que essa diferença se faz por causa de um hormônio chamado ocitocina que é produzido durante a amamentação e que está relacionado também aos vínculos sociais. Amamentar estimula a produção do hormônio ocitocina e isso e pode aumentar os cuidados e a atenção das mamães para seus bebês. Quatro semanas depois do nascimento, a diferença na atenção das mamães que amamentavam e a das mamães que ofereciam mamadeira já
haviam diminuído, influenciando mais, neste momento, a personalidade das mulheres e intensidade emocional nos cuidados com o bebê. O estudo ressalta que esses resultados são importantes para as mamães que sofrem de depressão ou tenham problemas, como a pobreza, pois aumenta o vínculo entre mamãe e bebê, importantíssimo para o desenvolvimento global da criança. Fonte: Guia do Bebê UOL
Imagens de arquivo pessoal
Maria Fernanda é protegida através do leite materno de várias doenças.
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especial
Dicas: -> Amamentar não é tão fácil quanto parece, não tenha vergonha ou sinta-se frustrada se precisar pedir ajuda. -> Nenhuma mulher nasce sabendo amamentar. É uma habilidade que precisa ser aprendida e treinada. -> Tranquilidade é um fator fundamental para que a amamentação tenha sucesso. Fonte: Site Guia do Bebê/ UOL
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Shantala, a arte de amor e carinho “Sim, os bebês tem necessidade de leite, Mas muito mais de serem amados e receberem carinho Serem levados, embalados, acariciados, pegos e massageados” LEBOYER
Técnica de massagem surgida na Índia, a Shantala, é uma maneira de aproximar mais os pais e o bebê. O vínculo com o filho é fortalecido no momento da massagem que envolve uma troca de carinho e amor, e pode ser aplicada a partir do primeiro mês de vida. Com um ambiente calmo e agradável para ambos, não há segredos para começar a praticar. De passagem pela Índia, ao observar uma mãe, sentada na calçada,
praticar a massagem em seu bebê, o médico francês Frederick Leboyer, ficou encantado com aquele bonito momento o qual presenciou. Por isso Leboyer pediu para filmá-la e fotografa-la, e decidiu mostrar para o mundo a beleza e harmonia da técnica que na Índia tem um nome específico, mas que para nós ficou conhecida como Shantala, em homenagem à mãe indiana de mesmo nome. 35
carinho Dentre os muitos benefícios que resultam da prática da massagem a massoterapeuta Izolete Bajerski destaca que a Shantala, melhora os desconfortos do bebê, como cólicas e problemas intestinais; produz impulsos energéticos que desencadeiam algumas sensações, como calor, prazer, amor; aumenta a pulsação de todos os sistemas e órgãos do corpo. Além de estimular o sistema circulatório e linfático, beneficiar o sistema respiratório de seu filho; trazer sensação de alivio e bem estar e ainda melhorar a qualidade do sono do bebê. Diacuy de Mesquita Fialho Crema é mãe de Virginia, 22, e Leonardo, 17, e conta que antes de sua filha nascer, já tinha decidido praticar a shantala, pois lhe parecia muito agradável e calmante. Ela não procurou aulas e aprendeu a massagem em livros. “Sentia que
minha filha relaxava. Para mim o mais importante era o contato físico, que sempre era muito prazeroso”, acrescenta Diacuy. A mãe brinca que em seu filho Leonardo não conseguiu fazer a massagem porque era um bebê muito agitado. Para começar a massagem é importante que quem for praticá-la esteja atento a diversos detalhes. E para quem ainda não conhece a técnica separamos um passo-a-passo completo, feito pela Natura. Confira: - Primeiramente o ambiente deve ser agradável e com música suave - Utilizar um produto emoliente (como um óleo) de uso exclusivo infantil e dermatologicamente testado. Não o utilize no rosto, nem nas mãos do seu filho; - Você irá precisar de uma toalha para apoiar o bebê e uma fralda de pano seca para remover o excesso do produto, se necessário; - O bebê deve estar totalmente despido e o quarto, aquecido, para que ele não sinta frio em nenhum momento; - Procure uma posição confortável para vocês dois: fique em pé e massageie o bebê sobre o trocador ou, se preferir, sente-se na cama ou no chão e coloque seu filho sobre suas pernas ou a sua frente. - Antes de iniciar a massagem, aqueça suas mãos, friccionando uma na outra.
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