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Sumário

Dr. Humberto Gomes de Melo

Provedor abre Congresso Multidisciplinar 2011

Provedor

Dr. Artur Gomes Neto

4

Saúde 2011 Idoso é tema central do

17

Nossa Senhora da Guia “Pesquisa revela que 27% das gestantes são menores”

Congresso Multidisciplinar

6

Saúde em risco Envelhecimento da população mundial traz desafios para o planeta

Família atenta

18

“Diagnóstico precoce é essencial para o controle do Alzheimer”

Diretor-médico

Dr. Paulo de Lira Diretor administrativo/financeiro

Duílio Marsiglia Euclides Ferreira de Lima Francisco de Assis Gonçalves

8

Inimigo oculto Assintomática, diverticulose atinge 60% dos brasileiros acima dos 85 anos

Qualidade de vida

20

“Exercício aeróbio de 30 minutos reduz estresse”

Giovani A. C. Albuquerque Ivone dos Santos João Augusto Sobrinho

11

Inimiga do coração Cardiologista discute a fibrilação atrial em idosos

21

Radioterapia “Técnicas mais modernas propiciam bons resultados”

José Peixoto dos Santos Marcos Davi Lemos de Melo Milton Hênio de Gouveia Cônego João José de Santana Neto

12

Constipação intestinal Prisão de ventre atinge mais

22

38 milhões de brasileiros

Perguntas e respostas

Mesa Administrativa

Aprendendo a envelhecer... mas com qualidade de vida

Antonio Noya

14

Gestão de saúde “Envelhecimento da população deve ser uma conquista e não um problema”

26

Para idosos

Assessor de comunicação 44 MTE/AL

Programa de oncogeriatria define melhor tratamento

Theodomiro Jr. Jornalista 535 MTE/AL

15 16

Psicologia “Maiores de 60 anos têm direito à felicidade também no sexo”

Dica importante Prevenção é o caminho

28

Nova tecnologia “Stents” reduzem a reincidência de aneurisma cerebral

30

Câncer bucal Especialista ajuda pacientes em tratamento a reduzir efeitos colaterais

Sílvio Romero Fotografia e arquivo

Revista produzida pela Assessoria de Comunicação da Santa Casa de Misericórdia de Maceió

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François Oliveira, Artur Gomes, o provedor da Santa Casa de Maceió, Humberto Gomes de Melo, e o decano Duílio Marsíglia

SAÚDE 2011

Idoso é tema central do Congresso Multidisciplinar O 2º Congresso Multidisciplinar Saúde 2011, realizado pela Santa Casa de Maceió, no Centro de Convenções Ruth Cardoso, promoveu mais de 148 palestras em 53 conferências, 28 mesas redondas, quatro simpósios, dois cursos, uma jornada e o 2º Encontro Estadual do Idoso Ativo, aberto à comunidade. em patrocínios ou apoio oficial, o

S

gresso multidisciplinar”, disse o presidente

lhecimento Ativo, que mobilizou muitos

Congresso Multidisciplinar Saúde

do evento, o diretor médico da Santa Casa,

idosos em torno do evento.

2011 consolidou-se como um dos

Artur Gomes Neto.

principais eventos voltados à formação pro-

Ao destacar a organização do encon-

para debater questões médicas, o Con-

fissional em Alagoas, registrando na edição

tro, o executivo agradeceu o trabalho

gresso da Santa Casa de Maceió ultra-

desse ano nada menos que 600 inscrições.

realizado pelo angiologista François Oli-

passou fronteiras e assumiu um perfil

“A Santa Casa de Maceió vem investin-

veira, assessor da Direção Médica, e os

multidisciplinar, reunindo médicos, assis-

do na formação de novos profissionais atra-

geriatras Oswaldo Liberal, presidente da

tentes sociais, psicólogos, enfermeiros,

vés de iniciativas como o programa de resi-

SantaCoop, e Helen Arruda, do Serviço

farmacêuticos, fisioterapeutas, terapeu-

dência médica, os campos de estágio, o a-

de Geriatria. Artur Gomes também elo-

tas ocupacionais, engenheiros clínicos,

poio a pesquisas, bancando sozinha os altos

giou a participação de Darcy Oliveira,

arquitetos, administradores e estudantes

custos que envolvem eventos como o con-

presidente da Associação de Enve-

universitários.

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Formatado em suas primeiras edições


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Santa Casa responde por 20% da mão de obra da saúde em Maceió A palestra inaugural do 2º Congresso Multidisciplinar

Pro-hosp, o governo tem sido parceiro desta instituição

Saúde 2011, aberta pelo provedor Humberto Gomes de Melo

filantrópica, parceria que queremos ampliar visando seu

e pelo diretor médico Artur Gomes de Melo, contou com a

desenvolvimento.”

presença do secretário de Estado da Saúde,Alexandre Toledo;

Em seu discurso, o provedor Humberto Gomes de Melo

do presidente da Academia Alagoana de Medicina, Ednaldo

relatou o recente encontro que manteve com o governador

Holanda; e da presidente da Rede

Feminina de Combate ao Câncer, Jane Falcão. A solenidade contou ainda com a presença do presidente do Centro de Estudos, professor Lourival de Melo Mota, Duílio Marsíglia; do angiologista François Oliveira, dos membros da

Teotônio Vilela, quando apresentou números que mostram a importância da

A Santa Casa de Maceió é responsável por 15% da mão de obra do Estado, sendo uma das maiores empregadoras não-estatal

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Mesa Administrativa da Santa Casa de Maceió, Marcos Davi Melo e Euclides Ferreira, entre outras autoridades.

Santa Casa de Maceió como instituição que mais atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e maior empregador do setor saúde alagoano. “Dos 16.700 novos empregos registrados em Alagoas nos últimos quatro anos, 575 foram gerados pela Santa Casa de Maceió. Hoje, somos res-

ponsáveis por 15% da mão de obra do estado e 20% do

O secretário Alexandre Toledo lembrou que, com ou

setor saúde em Maceió”, contabilizou Humberto Gomes. O

sem apoio oficial, a Santa Casa de Maceió tem sido parcei-

executivo lembrou que a instituição teve mais de 13 mil

ra dos alagoanos ao longo de toda sua história. “Atual-

internações pelo SUS em 2010, o que deixou a Santa Casa

mente, por intermédio de programas como o Pro-mater e o

em 63º lugar entre mais de 5 mil hospitais.

“Instituição acerta ao investir na atenção aos idosos e recém-natos” Na palestra de abertura do 2º Congresso

Ao investir em medicina preventiva, em

Multidisciplinar Saúde 2011, o geriatra e

alimentação balanceada e em atividades

pesquisador Renato Maia Guimarães, da

físicas, o poder público e o cidadão podem

Universidade de Brasília, comparou a saúde

evitar que o envelhecimento seja cercado

do cidadão com a saúde das finanças, pre-

de custos com a saúde. Ele lembrou que os

gada pela ideologia capitalista. Da mesma

investimentos da Santa Casa de Maceió na

forma como os especialistas cuidam dos re-

atenção aos idosos, por meio da Unidade

cursos financeiros de seus clientes, buscan-

Docente Assistencial Rodrigo Ramalho, e

do sempre a melhor remuneração, o poder

aos recém-natos, por meio do Hospital

público e o próprio cidadão precisam inve- Médico Renato Maia Nossa Senhora da Guia, são fruto de polítistir em saúde para que não haja prejuízos no futuro.

cas que seguem exatamente nesta direção.

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SAÚDE EM RISCO

Envelhecimento traz desafios para o planeta

N

a Roma Antiga, a expectativa média de vida da população beirava os 24 anos. Já na Idade Mé-

dia, por volta de 1600, se vivia um pouco mais:

cerca de 33 anos. Já no período do Renascimento, as ci-

dades se urbanizaram, o acesso à saúde foi ampliado e a Medicina alcançou avanços nunca antes imaginados. O resultado disso tudo foi a ampliação da expectativa de vida no início do Século XX para 49 anos. Atualmente, o Japão é o recordista, registrando 83 anos. Enfim, nos últimos 100 anos a expectativa de vida tem aumentado três meses a cada ano. Todas essas informações foram reunidas e apresentadas pelo oncologista Marcos Davi Melo no Congresso Multidisciplinar da Santa

CLASSIFICAÇÃO DOS IDOSOS

Casa de Misericórdia de Maceió. Os dados mostram

Idosos jovens – 65 a 75 anos

uma realidade onipresen-

Idosos – entre 75 e 85 anos

te: a população brasileira e

Muito idosos – 85 anos

mundial está envelhecen-

Fonte: OMS

do. A expectativa maior de vida traz com ela o surgimento de doenças como o

2050 e que o Brasil terá o dobro de idosos (cerca de 30

câncer.

milhões) nas próximas décadas, tem-se uma equação que

A preocupação de Marcos Davi tem com las-

sumo e nos gastos públicos e privados.

tro alguns números divul-

“Infelizmente existe uma cultura médica de que o

gados pela Organização

idoso deve ser pouco tratado, haja vista as comorbida-

Mundial de Saúde: nada me-

des e outros fatores que poderiam por o paciente em

nos que 60 % de todos os cânceres ocorrem em pacien-

risco”, disse Marcos Davi, lembrando que o prognóstico

tes acima dos 65 anos; e 70 % de todas as mortes pela

é sistematicamente sombrio, devido à toxicidade medi-

mesma doença ocorrem nesta faixa. Considerando que

camentosa e à elevada taxa de morbi-mortalidade das

20% da população mundial será considerada idosa em

terapias.

Oncologista Marcos Davi Melo

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impactará na economia, nas relações humanas e de con-

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“Acredito que os idosos, se aptos, devem receber as mesmas chances de tratamento de outros pacientes mais jovens. Teremos a cada ano mais idosos acometidos por doenças crônicas e câncer, por isso é preciso organizar

CÂNCER 60 % de todos os cânceres ocorrem em pacientes acima dos 65 anos. (OMS )

adequadamente as estruturas estatais e as instituições

70 % de todas as mortes por câncer ocorrem nesta faixa (OMS )

médicas para atender a esta demanda. O aumento de i-

20 % da População Mundial em 2050.

dosos com câncer é um desafio a ser enfrentado, soman-

30 milhões de pessoas terão mais de 60 anos nas próximas décadas, duplicando a taxa atual

do-se os esforços da ciência, da tecnologia e do bom senso”, enfatizou o especialista.

Fonte: IBGE

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INIMIGO OCULTO

Assintomática, diverticulose atinge 60% dos brasileiros acima dos 85 anos

M

etade dos brasileiros com mais de 50 anos

dome, com variável tempo de duração e alívio em alguns

possui diverticulose. Após os 85, esse per-

casos após a eliminação de gases ou de fezes. Pacientes

centual sobe para 60% dos indivíduos. O

também podem apresentar diarréia ou constipação

problema é que os divertículos no cólon são assintomá-

(prisão de ventre).

ticos na maioria dos casos. O alerta foi dado no Con-

A diverticulite é a complicação mais comum, ocor-

gresso Multidisciplinar da Santa Casa de Maceió pelo

rendo em algum momento da vida de 10% a 20% dos

gastroenterologista e cirurgião Mário Jucá.

indivíduos com diverticulose. Quanto maior o tempo de

Diverticulose é a presença de pequenas bolsas que

evolução e quanto mais extensa a área com divertículos,

se projetam para fora da parede in-

maior é o risco dessa complicação.

testinal. Segundo Mário Jucá, 72% sigmóide (parte final do intestino grosso, logo antes do reto). Outros 33% ocorrem no cólon descendente, 5% no cólon direito e apenas 3% no cólon transverso. “Já quando ocorre a inflamação de um divertículo, chamamos diverticulite”, expli-

Diverticulose é a presença de pequenas bolsas que se projetam para fora da parede intestinal. Já a diverticulite é a inflamação de um divertículo.

cou o especialista.

os divertículos localizam-se no cólon

A diverticulose ocorre com fre-

dor forte na parte inferior esquerda do abdômen, acompanhada de febre e, geralmente, constipação. Podem estar associados também náusea, vômito e diarréia com muco, pus ou sangue. Segundo Mário Jucá, os divertículos inflamados podem formar pus, criando um abscesso em seu interior e, por conseqüência, per-

qüência semelhante em homens e mulheres, aumentan-

furar. Com a perfuração, o pus pode se espalhar ou não

do com a idade. Apesar de não ser totalmente conheci-

no abdome levando, respectivamente, à peritonite

da a origem, a literatura médica indica que dois fatores

(inflamação de todo o abdome) ou ao abscesso locali-

estão associados ao surgimento dos divertículos: o au-

zado. Complicações menos freqüentes são o sangra-

mento da pressão no interior do intestino e um enfra-

mento, a formação de fístulas (comunicação anormal

quecimento de pontos da parede intestinal.

de um órgão com outro ou com o exterior) e a obstru-

Apenas uma minoria dos indivíduos tem queixas re-

ção intestinal. O sangramento é mais comum em diver-

lacionadas à diverticulose. A queixa mais comum é o

tículos do lado direito do intestino grosso e pode ocor-

desconforto doloroso na região inferior esquerda do ab-

rer sem diverticulite.

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A diverticulite manifesta-se por

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Gastroenterologista e professor Mário Jucá

Após o primeiro sangramento a chance de outro é de 25%; após um segundo episódio, a chance de novas hemorragias chega a 50%. As fístulas decorrem da drenagem espontânea de um abscesso, o que pode ocorrer para a bexiga ou vagina, por exemplo. Obstrução do intestino grosso geralmente deve-se a sucessivas inflamações e cicatrizações de diverticulites, resultando em fibrose (cicatrização deficiente) e fixação do intestino. A maioria dos casos de diverticulose tem suas queixas melhoradas com tratamento clínico. Dietas ricas em fibras e/ ou remédios que umedecem e aumentam o volume das fezes, diminuindo o esforço para evacuar, podem aliviar os sintomas, prevenir novos divertículos e, principalmente, diminuir complicações como a diverticulite. Remédios anti-espasmódicos que diminuem as contrações excessivas do intestino, podem ser usados. O estresse emocional também tem sido relacionado com aumento dos espasmos do intestino e, assim, com aumento do risco de divertículos e suas complicações. Conforme frisa o professor Mário Jucá, a intervenção cirúrgica é uma opção de tratamento, mas deve ser considerada se houver complicações após o primeiro episódio de diverticulite, se também ocorrerem problemas após a realização de drenagem percutânea de diverticulite e diante da incapacidade de se excluir doença neoplásica. “O que não pode ocorrer é a demora na tomada de decisão”, finalizou Jucá.

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Neurocirurgiões Rodrigo Peres e Vitor Pereira Mendes realizam procedimento na Santa Casa de Maceió

Médicos de Genebra e de Alagoas usam nova tecnologia para tratar aneurisma A Santa Casa de Maceió recebeu recentemente a

Tal procedimento somente é possível em complexos

presença do neurocirurgião e neurorradiologista inter-

hospitalares que tenham profissionais qualificados e

vencionista Vitor Pereira Mendes, uma das maiores au-

que invistam em tecnologias, como as imagens tridi-

toridades mundiais em AVC agudo e no tratamento do

mensionais.

aneurisma cerebral por meio de stents.

Ao visitar o Laboratório de Hemodinâmica da Santa

Vitor Mendes chefia uma equipe de pesquisadores

Casa de Maceió, Vitor Mendes destacou que a institui-

na Universidade de Genebra, atualmente um dos princi-

ção investiu certo nesses dois aspectos: conhecimento e

pais centros especializados neste tipo de patologia da

tecnologia. No primeiro caso, citou a larga experiência

Europa.

do neuroradiologista Rodrigo Peres, que passou a inte-

O neurorradiologista intervencionista da Santa Casa

grar a equipe a partir do ano passado. No segundo, as

de Maceió, Rodrigo Peres, realizou junto com o brasilei-

novas instalações e equipamentos adquiridos para o

ro Vitor Mendes uma intervenção para implantação dos

Laboratório de Hemodinâmica, entre eles o Innova

chamados stents modificadores de fluxo (stents flow

3100, que totalizaram R$ 1,2 milhão em investimentos

diverters). Trata-se do primeiro procedimento deste tipo

com recursos próprios.

em Alagoas.

“Em termos de estrutura, tecnologia e conhecimen-

A equipe utilizou o recém adquirido Innova 3100,

to médico, este complexo está bem situado em relação

equipamento que converte as veias e artérias examina-

a outros grandes centros mundiais. A medicina que se

das em imagens tridimensionais de alta resolução. A

pratica aqui está em sintonia com o que ocorre na Eu-

paciente beneficiada com a moderna tecnologia (ver

ropa ou nos Estados Unidos”, disse Vitor Mendes, arre-

matéria abaixo) foi uma senhora com cerca de 60 anos,

matando que na Terra do Tio Sam o tratamento somen-

que apresentou três lesões, duas delas tratadas via em-

te começará a ser realizado no final de julho, já que até

bolização do aneurisma, com uso de espirais de platina,

hoje a tecnologia era realizada apenas em nível de pes-

e a terceira com o stent modificador de fluxo.

quisa.

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Cardiologista Rita de Cássia faz palestra sobre arritmia cardíaca

INIMIGA DO CORAÇÃO

Cardiologista discute a fibrilação atrial em idosos fibrilação atrial é uma arritmia comumente en-

A

A complicação mais temida, associada a fibrilação

contrada em 1% das pessoas acima de 60 anos

atrial, é justamente o tromboembolismo periférico. “Várias

de idade e em 5% após os 69 anos de vida.

são as causas dessa complicação, devendo-se ressaltar o

Identificada inicialmente por um médico chinês, em 1680

fato de que muito dos casos correspondem aos pacientes

a.C., e reconhecida como anomalia do ritmo cardíaco por

com predisposição genética cuja formação de trombos

William Harvey em 1680 d.C., a fibrilação atrial (FA) é uma

seria precipitada pela estáse sangüínea própria da arrit-

arritmia cardíaca sustentada bastante frequente entre os

mia”, disse a cardiologista.

distúrbios do ritmo do coração. Está presente em 0,4% da

O tromboembolismo influencia o prognóstico de

população geral e entre 3% e 5% das pessoas acima de

pacientes com fibrilação atrial. Esse fato é comprovado

65 anos. Além disso, é responsável por aproximadamente

pela maior sobrevida dos pacientes quando submetidos a

35% das internações hospitalares por arritmia cardíaca.

anticoagulação crônica, particularmente aqueles com

A fibrilação atrial foi tema de palestra da cardiologis-

maior risco.

ta Rita de Cássia Veras, no Congresso Multidisciplinar Saú-

Rita de Cássia Veras afirma que os pacientes refratá-

de 2011. Segundo ela, a fibrilação atrial é uma anormali-

rios ao tratamento e que evoluem com fibrilação atrial,

dade do ritmo do coração que resulta freqüentemente em

devem ter a freqüência cardíaca controlada com fármacos

batimentos rápidos e irregulares. Em muitos casos a doen-

associada a anticoagulação crônica nos casos com risco de

ça é assintomática. Em outros, os sintomas apresentam-se

tromboembolismo. Os pacientes de maior risco para essa

como palpitações freqüentes. Por isso, a fibrilação atrial

complicação são aqueles com idade acima de 65 anos,

possui elevado risco de mortalidade e morbidade, elevan-

diabéticos, pacientes com hipertensão arterial, insuficiên-

do o risco de outras doenças como AVC e tromboembolis-

cia cardíaca e aqueles com história prévia de tromboem-

mo periférico.

bolismo periférico.

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Gastroenterologista Maristela Gomes de Almeida fala para uma seleta plateia formada por especialistas e médicos

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

Prisão de ventre atinge mais 38 milhões de brasileiros constipação intestinal, mais conhecida como

A

relatam dificuldade para defecar, sendo necessário esfor-

“prisão de ventre”, é uma das queixas mais

ço excessivo. Elas também apresentam fezes endurecidas

freqüentes em consultórios médicos. Segundo

e sensação de evacuação incompleta. Vemos, assim, que

números apresentados pela gastroenterologista e colo-

o hábito intestinal de cada pessoa deve ser analisado

proctologista Maristela Gomes de Almeida, de São

como um todo e não apenas com relação à freqüência

Paulo, o problema afeta cerca de 20% da população

de evacuações”, acrescentou Maristela Gomes.

em geral, o que representa mais de 38 milhões de bra-

O número e a freqüência das evacuações dependem

sileiros, segundo o censo de 2010. “Nos idosos, home-

de vários fatores, como a dieta, a ingestão de líquidos e

ns e mulheres acima dos 60 anos, pelo menos a meta-

características específicas dos indivíduos. “De qualquer

de convive com o desconforto”, disse a especialista

forma, considera-se normal a ocorrência de duas evacua-

Maristela Gomes, uma das palestrantes convidadas

ções por dia, embora essa não seja uma regra fixa”, con-

pela organização do Congresso Multidisciplinar Saúde

siderou a médica.

2011.

Os movimentos dos intestinos são de extrema impor-

“Poderíamos defini-la de maneira bem simples,

tância na impulsão do bolo fecal, favorecendo a elimina-

como a evacuação em freqüência inferior a três vezes

ção das fezes. A freqüência desses movimentos depende

por semana. No entanto, algumas pessoas com constipa-

do conteúdo dos intestinos, em relação à presença de

ção apresentam freqüência normal de evacuações, mas

água, restos de alimentos e outros componentes. Sabe-

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se que a constipação é mais freqüente nas mulheres,

ingestão de aproximadamente 2 litros de água por dia.

mas ainda não se encontrou uma razão para isso. É tam-

A médica Maristela Gomes faz uma ressalva: o álcool

bém mais comum em idosos do que nos mais jovens.

tem efeito desidratante, ou seja, retira água das fezes

A constipação intestinal pode ser classificada como

fazendo com que elas fiquem endurecidas. Assim, ele

aguda (início recente, abrupto) ou crônica (progressiva,

piora a constipação, devendo ser evitado. Outro compo-

que existe há muito tempo). A causa mais comum de

nente que contribui para a constipação é o sedentaris-

constipação crônica é a baixa ingestão de fibras. Esses

mo. Fato observado especialmente nos pacientes acama-

componentes dietéticos são encontrados principalmente

dos, após cirurgias, etc.

em frutas, verduras e grãos. As fibras não são digeridas

O médico também deve investigar outras causas,

em nosso organismo e podem ser divididas em dois gru-

como uma série de doenças que podem causar constipa-

pos: solúveis e insolúveis.

ção, entre elas diabetes, hipotireoidismo (redução de

As fibras solúveis formam uma espécie de gel no

hormônio da tireóide), doença de Parkinson, lesão de

intestino e as insolúveis passam intactas. O efeito delas

medula espinhal, esclerose múltipla, acidente vascular

é aumentar o volume das fezes e reter líquido, fazendo

encefálico (“derrame”), Síndrome do intestino irritável,

com que elas fiquem mais pastosas e fáceis de eliminar.

depressão, câncer do colon entre outras.

A quantidade recomendada para ingestão diária é de 25-30g/dia.

Descartada doença grave ou que necessite de tratamento específico ou cirúrgico, recomenda-se o trata-

Outro fator importante no desenvolvimento da cons-

mento clínico. Ele deve priorizar mudanças na dieta e

tipação crônica é a baixa ingestão de líquidos. Eles hidra-

estilo de vida, e não o uso de laxantes, enemas e supo-

tam as fezes e facilitam sua eliminação. Recomenda-se a

sitórios.

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GESTÃO DE SAÚDE

Luiz Cláudio Albuquerque

O

“Envelhecimento da população deve ser uma conquista e não um problema”

envelhecimento da população deve ser en-

1991 representava 5,1%, hoje os idosos já são 7,2%

frentado como uma conquista e não como um

da população.

problema social. Esse, aliás, é o grande desa-

Em sua fala, Luiz Cláudio apresentou os conceitos

fio dos gestores de saúde que se perguntam: quem

que cercam a qualidade no atendimento ao paciente,

arcará com os custos dessa demanda?

resgatando o caminho histórico percorrido pela

Tais questionamentos foram levantados pelo ge-

Qualidade no mundo. “Na fase atual, as empresas

rente da Qualidade e de Unidades Internas da Santa

estão implantando os modelos de Acreditação e con-

Casa de Maceió, Luiz Cláudio Ramos de Albuquerque,

solidação dos sistemas da Qualidade, como modelo de

na abertura do II Encontro Alagoano do Idoso Ativo,

gestão empresarial”, disse Luiz Cláudio, lembrando

realizado dentro Congresso Multidisciplinar Saúde

que a Santa Casa de Maceió também investe na Acre-

2011.

ditação.

Na palestra “Um desafio da qualidade: atendimen-

Cláudio elencou os desafios da qualidade, citando

to ao idoso”, Luiz Cláudio fez um panorama do idoso

entre eles a implantação do modelo de gestão profis-

no cenário nacional. Com uma expectativa de vida na

sionalizada, o posicionamento mercadológico, a iden-

casa dos 71 anos, estima-se que dentro de 40 anos

tificação do perfil epidemiológico, a importância da

nada menos que 30% da população seja formada por

atuação multidisciplinar, a necessidade de padroniza-

idosos. O problema é que o envelhecimento da popu-

ção de medicamentos, de instituição de protocolos

lação reflete diretamente na saúde pública.

assistenciais e de auditoria clínica, o gerenciamento de

Alagoas não foge à regra: o Censo 2010 do Insti-

riscos e dos resultados assistenciais e financeiros.

tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que Alagoas está com uma população mais urbanizada, porém, mais idosa. Segundo o IBGE, Alagoas tem

DADOS IBGE 2010 População Idosos 72.881 a mais que há 10 anos

72.881 idosos a mais que há dez anos. O extrato social

Crescimento 5 vezes mais que as demais faixas da população

acima dos 60 anos quintuplicou sua participação na

Representatividade 1991 – 5,1% e 2010 – 7,2%

pesquisa em relação as demais faixas etárias. Se em

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Psicanalista Rosinete Mendonça de Melo fala para um concorrido auditório

PSICOLOGIA

“Maiores de 60 anos têm direito à felicidade também no sexo” companhada por um jovem, certa senhora apa-

A

nho da sexualidade humana, desde a concepção de uma

rece num palco dançando em ritmo de discote-

nova vida, passando pelas fases da infância, adolescên-

ca. Após alguns passos e rodopios, ela deixa o

cia, juventude e adulta, chegando à terceira idade.

parceiro, dando a entender que gostaria de algo mais

Com toques de bom humor, a renomada psicanalis-

frenético. Após desfazer-se de parte da vestimenta, reve-

ta alagoana fez uma análise da sexualidade humana à

lando ombro e pernas, a referida senhora dá um verda-

luz dos pensamentos do psicanalista Sigmund Freud. Ela

deiro show de salsa em malabarismos que poucos

alertou que em 2020 o Brasil terá 63 milhões de idosos

jovens teriam força, coragem e competência para fazer.

,e que é preciso que todos se preparem para viver essa

Detalhe: a senhora tem 92 anos e o jovem é seu neto.

etapa da vida com qualidade e com felicidade.

Moral da história: quem disse que idade é impedimento para ser feliz?

Rosinete Mendonça afirmou que o futuro para os idosos é agora, é hoje, por isso é preciso viver cada

Esse foi justamente o cerne da palestra da psicana-

momento com intensidade.

lista Rosinete Mendonça Melo, que abordou a sexuali-

“Parodiando o poeta, hoje poderemos colher a rosa

dade do idoso no 2º Congresso Multidisciplinar Saúde

mais linda que houver e a primeira estrela que vier, para

2011. O video com a dançarina de 92 anos arrancou

enfeitar as nossas vidas, pois merecemos, fizemos por

aplausos e surpreendeu os participantes do evento.

merecê-lo”, disse Rosinete Mendonça, sendo aplaudida

Em sua palestra, Rosinete Mendonça trilhou o cami-

por todos os presentes.

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Geriatra e médico de família Daniel Prates de Souza

DICA IMPORTANTE

Prevenção é o caminho para a qualidade de vida

O

s pacientes deveriam ver um generalista antes de

são arterial, que sejam reduzidos os níveis de colesterol e

consultar um especialista. A tese é defendida

da homocisteína e que o idoso seja estimulado a fazer o

pelo geriatra e médico de família, Daniel Prates

uso intensivo do intelecto”, alertou o especialista.

de Souza. “A literatura médica nos

informa que quando o primeiro atendimento é realizado por um médico generalista, com possível encaminhamento subseqüente ao especialista, o indivíduo permanece menos tempo hospitalizado quando precisa de internação.” A lógica é que o atendimento com um clínico médico privilegiaria a prevenção, preparando o indivíduo para viver a velhice com mais qualidade de vida. Prates destacou

Daniel Prates frisou em sua pa-

Números A prevenção visa a justamente evitar números como o informado pelo Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Cerca de 19,44% das admissões hospitalares no sistema público brasileiro, em 2007, foram de pessoas com idade superior a 60 anos. Já a taxa de mortalidade de idosos internados em enfermaria pode chegar a 20%.

que ao se investir na prevenção é

Saúde 2011, que ao procurarem tendimento, muitos usuários não recebem as informações adequadas. “Ao serem internados, muitos deixam transparecer que desconhecem a terapêutica a ser implementada, aumentando assim sua ansiedade e temor quanto à realização de todas as intervenções ou métodos de tratamento.” “Atualmente, a depressão é considerada a principal causa de incapacidade no mundo

possível postergar, ou mesmo reduzir, a incidência de

moderno e constitui-se em verdadeira epidemia silencio-

doenças crônicas. “É preciso que haja o controle da pres-

sa”, avalia Daniel.

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lestra no Congresso Multidisciplinar

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HOSPITAL NOSSA SENHORA DA GUIA

“Pesquisa revela que 27% das gestantes são menores”

P

esquisa realizada no Hospital Nossa Senhora da

passa pela ação da escola, da família e dos órgãos de

Guia, e apresentada no Congresso Multidis-

garantia dos direitos da criança e do adolescente. A

ciplinar Saúde 2011, confirmou um dado preocu-

nós cabe acolher essas gestantes”, enfatizou Ray

pante que vem se repetindo em maternidades públicas

Gomes, lembrando que os casos mais comuns ocorrem

e filantrópicas de todo o País:

na faixa dos 13 aos 15 anos.

quase um terço dos partos rea-

“Já atendemos um criança

lizados na unidade, gerenciada

de 11 anos grávida”, acres-

pela Santa Casa de Maceió, é

centou. Na maioria dos ca-

de menores de 18 anos.

sos as adolescentes são a-

“Os dados foram obtidos

companhadas pelas mães e

por meio do Acompanhamento

avós, raramente pelos com-

Social a 120 gestantes que

panheiros ou pais.

realizaram partos ou cureta-

Outro problema identifi-

gem no Hospital Nossa Senho-

cado pela pesquisa é a ine-

ra da Guia em um total de 400

xistência de documentos es-

atendidas mensalmente”, de-

senciais para o cidadão.

talhou a assistente social Ray

Assistente social Ray Gomes Lima

Gomes Lima, responsável pelo

Apesar de 60% das gestantes apresentarem a docu-

Serviço Social da unidade.

mentação básica (certidão, RG, CPF, carteira de traba-

“É um problema social que afeta todas as cama-

lho e cartão SUS), 16% têm apenas RG e cartão SUS.

das sociais e que precisa da efetivação das políticas

“Já recebemos pacientes que tinham apenas o Cartão

públicas no atendimento ao adolescente. A solução

SUS”, concluiu Ray.

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FAMÍLIA ATENTA

“Diagnóstico precoce é essencial para o controle do Alzheimer”

E

xiste a crença de que com o avanço da idade é natural que o idoso comece a apresentar sinais de perda de memória. No entanto, nem sempre os problemas de memória fazem parte do processo de envelhecimento. Pensamentos

confusos e desorientação em relação ao tempo podem ser os primeiros sinais da

doença de Alzheimer, patologia que destrói os neurônios de forma progressiva. “O diagnóstico precoce pode aumentar as chances do controle da doença, possibilitando ao paciente e aos familiares mais qualidade de vida e menos sofrimento”, destaca Paulo Canineu, geriatra e gerontólogo, professor de Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-São Paulo) e membro da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). No intervalo entre uma palestra e outra do 2º Congresso Multidisciplinar Saúde 2011, Paulo Canineu concedeu a entrevista a seguir. Quais os sintomas iniciais do Alzheirmer?

Qual a importância do diagnóstico precoce?

Os principais sintomas são alteração da memória

Quanto mais tempo se leva para diagnosticar, mais

recente e confusão em relação aos próprios hábitos, como

tecido cerebral é comprometido. Quanto mais a doença

dificuldade em realizar atividades diárias e problemas

evolui, mais alterações cognitivas se instalam, a exem-

comportamentais (ansiedade e depressão). Como os sin-

plo da alteração de memória, concentração e da capaci-

tomas podem passar despercebidos, é importante que os

dade executiva, afetando a funcionalidade e o compor-

familiares ou amigos possam ajudar a identificar os sinais.

tamento como um todo.

Existem formas prevenção para o Alzheimer?

É possível evitar o avanço da doença?

A doença de Alzheimer não tem cura, mas já se

Se a doença for descoberta precocemente, é possí-

conhecem alguns fatores de risco como obesidade, vida

vel desacelerar seu avanço usando recursos medica-

sedentária, ansiedade excessiva, pressão arterial eleva-

mentosos ou não. Essas são atividades de orientação

da e alterações do metabolismo (gorduras, açúcar). O

cognitiva com o uso racional do cérebro, treinamentos

mais importante para a prevenção do Alzheimer é man-

de memória, repetição de atividades intelectuais ante-

ter o funcionamento cerebral com novos aprendizados e

riores, orientação sobre a realidade, validação dos

mantendo-se sempre ocupado. Não se deve nunca apo-

aprendizados anteriores, orientação nutricional, física e

sentar o cérebro.

psicológica.

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Geriatra Paulo Canineu, professor de Gerontologia da PUC de São Paulo

As causas do Alzheimer já são conhecidas?

de 60 anos sofra de demência. Dessas, 40% a 70%

Não conhecemos ainda as causas da doença, mas

podem ter Alzheimer.

os mecanismos já são conhecidos pela ciência. No entanto, podemos atuar nos conhecidos fatores de risco.

Quais os tratamentos disponíveis? E quanto

Em dois deles não podemos atuar: a idade e a própria

aos tratamentos não convencionais (terapias

hereditariedade. Além de impedir os fatores de risco car-

complementares)?

diovasculares e cerebrais, deve-se evitar o isolamento

Existem dois tipos de tratamento: o medicamentoso

social. Ao longo da vida é importante tratar os estados

e o clínico, este último envolvendo orientação nutricio-

depressivos e de ansiedade.

nal, psicológica e atividades cognitivas.

De que forma o indivíduo pode diferenciar um esquecimento dos sintomas do Alzheimer? O esquecimento é normal em qualquer idade em função da ansiedade do excesso de tarefas. Porém, pode

Existem dados estatísticos disponíveis sobre a incidência do Alzheimer (no Brasil e em outros países)?

ser sintoma do Alzheimer quando o esquecimento é pro-

Estima-se que no Brasil, cerca de 800 mil a 1,2 mi-

gressivo e a pessoa tem dificuldade em realizar ativida-

lhão de pessoas tenham algum tipo de demência. Entre

des diárias, ou seja, quando interfere em seu desempe-

elas, cerca de 40% a 70% possivelmente apresentam

nho.

Alzheimer.

A doença possui um perfil definido? A prevalência acontece principalmente a partir de qual

Como é possível desfrutar desta fase da vida com saúde? Mantendo uma continuidade da vida, especialmen-

idade? Atinge aos dois sexos. Porém, como as mulheres vi-

te a busca da felicidade. É importante valorizar os aspec-

vem mais, a frequência maior é justamente nesse

tos físico, psicológico e espiritual. Continuar sonhando e

gênero. Estima-se que 7% da população mundial acima

fazendo planos é fundamental.

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QUALIDADE DE VIDA

“Exercício aeróbio de 30 minutos reduz estresse” esquisa realizada em 2001 pelo pesquisador

P

lógicos, quanto comportamentais associados com exer-

Lopes, K. M.D.C. observou os efeitos de oito se-

cício aeróbio”, disse o psicólogo Filipe Franco Sant´Ana

manas de exercício físico aeróbio nos níveis de

em palestra no Congresso Multidisciplinar 2011.

serotonina e depressão em mulheres entre 50 e 72

Segundo Franco, a prática sistemática de exercício

anos. O trabalho revelou que o exercício aeróbico - rea-

físico está associada a menor ocorrência de sintomas

lizado com intensidade moderada e longa duração (a

depressivos ou de ansiedade. “Mesmo em pessoas con-

partir de 30 minutos), propicia alívio do estresse devido

sideradas depressivas, a adoção de programas de exer-

ao aumento da taxa de um conjunto de hormônios

cício físico tem se mostrado eficaz na redução dos sinto-

denominados endorfinas.

mas”, afirmou o psicólogo, que vem estudando a rela-

“Estudos semelhantes têm demonstrado que o exer-

ção entre saúde mental e educação física.

cício aeróbio melhora a aptidão e diminui os sintomas

Citando o pesquisador David Dzewaltowski, Filipe

depressivos, principalmente se são aplicados em progra-

destaca que os exercícios de longo prazo ou os exercí-

mas prolongados e regulares durante 12 semanas. A

cios intensivos melhoram a imagem do paciente sobre si

melhora pode ser verificada tanto nos mecanismos fisio-

mesmo e, conseqüentemente, sua auto-estima.

Psicólogo Filipe Franco Sant´Ana

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RADIOTERAPIA

“Técnicas mais modernas propiciam bons resultados”

É

um erro conceitual a correlação direta entre a idade do paciente e uma menor tolerância doele à radioterapia. Os idosos possuem particularida-

des funcionais que requerem maior atenção, mas não, necessariamente, contraindicam o seu tratamento. A afirmação é do radioterapeuta Caio Arraes, que participou do Congresso Multidisciplinar Saúde 2011, ministrando a palestra Indicações e Limitações da Radioterapia no Idoso. Em sua opinião, é preciso avaliar o quadro geral do paciente, “com suas comorbidades e estado de desempenho. A correta avaliação funcional e o uso de técnicas mais modernas de radioterapia podem propiciar resultados satisfatórios”, afirma Arraes. A experiência do radioterapeuta da Santa Casa de Maceió reforçada pela literatura médica comprova que o fator idade não diminui a tolerância a tratamentos

Radioterapeuta Caio Arraes

mais agressivos. Atualmente já é possível iniciar tratamento até mesmo em pacientes cardíacos, que utilizam

sias são a 2ª causa de morte por doenças entre idosos

marcapasso.

acima de 65 anos no Brasil. Dos pacientes com câncer, entre 50% e 60% necessitarão de radioterapia.

Números Caio Arraes apresentou alguns números que mos-

O atual desafio terapêutico enfrentado por médicos

tram como é importante que os gestores da saúde invis-

como Caio Arraes é existência de poucas referências

tam em políticas que privilegiem a prevenção de doen-

científicas sobre o assunto, pois a maioria dos estudos é

ças como o câncer.

voltada para adultos jovens, público que apresenta

O envelhecimento populacional representa um

menos comorbidades clínicas.

desafio socioeconômico mundial, já que, segundo a Or-

“É necessário conceituar dois termos que são

ganização Mundial de Saúde, a população com mais de

importantes para o estudo em geriatria: senescência e

60 anos saltará de 600 milhões de idosos em 2000 para

senilidade. Enquanto a senescência é a condição normal

2 bilhões em 2050. Esta fatia da sociedade impõe gas-

do ser humano, representada por mudanças fisiológicas

tos maiores com saúde, entre outras necessidades, e que

que evoluem com o avançar da idade, a senilidade é o

por isso mesmo precisa de mais atenção e cuidados.

conjunto de processos mórbidos que podem ocorrer em

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, as neopla-

paralelo ao envelhecimento normal”, finalizou.

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PERGUNTAS E RESPOSTAS

Aprendendo a envelhecer... mas com qualidade de vida

V

ocê sabe o que é envelhecer? Quais exames

Integrar-se a um grupo de pessoas na mesma faixa

preventivos são necessários na terceira idade? E

etária é um importante passo. Pode ser um Grupo de

quando termina a fase adulta e começa o enve-

Envelhecimento Ativo, um coral, uma companhia de dan-

lhecimento? As respostas para essas perguntas foram

ça ou mesmo o ambiente corporativo, onde o indivíduo

abordadas pela geriatra Maria de Fátima Lima Pedrosa

desenvolva suas habilidades e participe de eventos.

,em palestra no Congresso Multidisciplinar Saúde 2011.

Inclua nessa lista habilidades artesanais, desportivas ou

Citando o geriatra Matheus Papaléo Netto, Fátima

que exijam criatividade ou raciocínio. Até mesmo o tradi-

Pedrosa explica que o envelhecimento é um processo

cional caça-palavras é uma opção para exercitar a mente.

progressivo e dinâmico, que afeta a todos os seres

Quanto à alimentação saudável, ela recomenda

humanos e provoca várias modificações físicas e psíqui-

beber de 8 a 10 copos de água por dia; utilizar sal e açú-

cas, que levam à perda da capacidade de

car com moderação; dar preferência aos

adaptação do indivíduo ao meio ambien-

alimentos da época (frutas, verduras e

te, deixando-o vulnerável a doenças e,

legumes); consumir carnes com pouca

por fim, à morte.

gordura e aves sem pele; preferir alimen-

Mas quando começa o envelheci-

tos cozidos, grelhados, assados ao invés

mento? Pela legislação brasileira, a partir

de frituras; ingerir leites e iogurtes desna-

dos 60 anos. Na Europa, após os 65.

tados; lançar mão do azeite de oliva para

Atualmente, os geriatras já falam na

Geriatra Fátima Pedrosa

idade cronológica, com base na data de

alimentos integrais ricos em fibras; e dar

nascimento; na idade biológica, onde o organismo de

preferência às frutas como sobremesa no lugar de doces.

cada indivíduo envelhece de acordo com fatores exter-

O acompanhamento médico implica na realização

nos e internos inerentes a cada pessoa; e na idade men-

de exames preventivos e adesão às vacinas indicadas

tal, que é definida pela própria auto-percepção do indi-

pelo seu médico. Para as mulheres, os exames rotineiros

víduo e de como ele se sente em relação ao meio em que

são a mamografia e o exame ginecológico. Para os

vive. “O único limite é o biológico estimado para a vida,

homens, a prevenção do câncer de próstata por meio do

que é de 120 anos”, disse Fátima Pedrosa.

toque retal e a medida do PSA.

A especialista deu o caminho das pedras para quem

Para os dois sexos, é importante estar atentos à

quer viver mais e melhor. “Não adianta querer viver

pressão arterial, aos indicadores do diabetes, do coles-

mais. É preciso viver com qualidade de vida”, alertou a

terol e do triglicérides e aos sinais do câncer do intesti-

geriatra. Com base em quatro aspectos basilares: ativi-

no, que incluem sangramentos às evacuações, escureci-

dade física, alimentação e hábitos saudáveis, vida social

mento das fezes, padrão intestinal irregular e perda de

ativa e acompanhamento médico, homens e mulheres

peso. Por fim, é importante tomar vacinas contra a

podem envelhecer de forma ativa.

gripe, a difteria, o tétano e o pneumococos.

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temperar a salada; incluir na dieta diária

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Aberto à comunidade, simpósio lotou o auditório do Centro de Convenções Ruth Cardoso

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BONS MOTIVOS PARA PRATICAR ATIVIDADE FÍSICA

01 - Aumenta a auto-estima e estimula a convivência. Favorece a formação de vínculos de amizades e diminui o estresse; 02 - Melhora as funções cerebrais uma vez que aumenta a oxigenação do cérebro (aumenta a quan-

05 - Diminui o colesterol ruim e aumenta o bom; 06 - Melhora a irrigação sanguínea da pele prevenindo o envelhecimento precoce. 07 - Auxilia no controle da pressão arterial, pois libera substancias que dilatam os vasos

tidade de oxigênio que chega ao cérebro); 08 - Aumenta a força e a vitalidade dos músculos e arti03 - Os pulmões funcionam mais e melhor, aumentan-

culações, além de diminuir o acúmulo de gordura;

do a capacidade pulmonar e a quantidade de oxigênio disponível para o corpo;

09 - Ajuda a prevenir e retardar a osteoporose, já que aumenta a capacidade de fixação de cálcio pelos os-

04 - Melhora as funções do coração, tornando-o ca-

sos aumentando assim a densidade óssea;

paz de bombear mais sangue para o corpo e o torna mais ágil para atender às necessidades imprevistas;

10 - Mantém a flexibilidade e a força das articulações, que são as estruturas responsáveis pelo movimento.

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PARA IDOSOS

Programa de oncogeriatria define melhor tratamento

E

mbora hoje em dia existam tratamentos oncológicos

mento antitumoral a ser empregado? Quais as alternati-

menos tóxicos e mais toleráveis, eles podem causar

vas terapêuticas que existem para este caso? As respos-

adversidades em qualquer idade. No caso dos idosos,

tas a cada uma dessas questões definirão o melhor tra-

dependendo de sua idade funcional,

esse risco pode ser maior. Por isso, um mental para tratar essa população de forma personalizada e segura. A opinião é do mastologista João Aderbal Moraes e foi defendida no Congresso Multidisciplinar Saúde 2011. Após uma detalhada avaliação

“A oncogeriatria determina a

A oncogeriatria determina a idade funcional do paciente e, de acordo com a neoplasia, o tipo de tratamento que ele pode receber

programa de oncogeriatria é funda-

tamento para cada caso.

geriátrica global do paciente oncológico, algumas perguntas são impor-

idade funcional do indivíduo e, de acordo com a neoplasia diagnosticada, o tipo de tratamento que ele pode receber”, conceituou João Aderbal. Para tanto, os idosos são classificados em três grupos principais: Independente, Vulnerável e Frágil. Enquanto o Independente pode receber tratamento curativo sob ava-

tantes. Qual seria a expectativa de

liação dos riscos, o Vulnerável ofere-

vida do paciente sem que se considerasse a neoplasia em

ce mais riscos, devendo ser monitorado com maior fre-

questão? Qual é a história natural da neoplasia a ser tra-

quência. Já aqueles incluídos no grupo Frágil não têm

tada? Quais as possibilidades de sucesso terapêutico na

condições de se beneficiar de um tratamento agressivo e

abordagem desta neoplasia? Quais os riscos do trata-

curativo. Nestes casos, o tratamento é paliativo.

População brasileira caminha para o envelhecimento, aponta Censo 2010 Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e

etária, em 1975 esse número triplicou chegando a 6,2

Estatística e apresentados pelo mastologista João Ader-

milhões. Passados 25 anos, esse grupo saltou para 15,1

bal Moraes, o percentual de idosos (acima de 65 anos)

milhões em 2000. Daqui a 20 anos, a expectativa é que

subiu de 4,8% em 1991, para 5,9% em 2000 e final-

dobremos de tamanho, chegando a quase 32 milhões de

mente 7,4% em 2010. Simultaneamente, a proporção de

idosos (ver gráfico).

brasileiros entre 0 e 14 anos despencou de 34,7% há 20 anos para 24,1% no ano passado (ver gráfico).

Olhando os dados do IBGE com lupa, focando na faixa etária entre os 65 e 100 anos, vemos também uma

Se em 1950 havia 2.1 milhões de idosos nessa faixa

tendência de crescimento (ver gráfico ao lado).

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Mastologista Jo茫o Aderbal Moraes

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Psicóloga Rosa Carla de Mendonça Melo Lôbo

PSICOLOGIA HOSPITALAR

Depressão interfere na recuperação do paciente Entre as dez doenças mais incapacitantes da atuali-

soais, psicodinâmicas e patológicas, devem ser considera-

dade, cinco são de origem biopsicossocial. Na lista, elenca-

dos. Além disso, há que se respeitar a condição das altera-

da pela psicóloga Rosa Carla de Mendonça Melo Lôbo, fi-

ções ocasionadas com a especificidade do idoso”, alertou

guram a depressão, o transtorno afetivo bipolar, o alcoolis-

a psicóloga.

mo, a esquizofrenia e o transtorno obsessivo-compulsivo.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde

No II Simpósio de Assistência ao Paciente Idoso

(OMS), 20% da população com mais de 60 anos apresen-

Cirúrgico, Rosa Carla Lobo fez uma abordagem sobre a

ta sintomas de depressão, sendo diagnosticada a doença

depressão, patologia cujas manifestações são apatia, tris-

em cerca de 1% a 10%. O principal problema enfrentado

teza, choro fácil, introspecção e desânimo.

por idosos e profissionais de saúde é a escassez de

“Parecem, a priori, surgir em tais pacientes como uma

serviços de auxílio destinados à população de idosos, que

condição reativa ao procedimento, porém compreen-

incluam transporte adequado, serviços de assistência de

demos que os aspectos de singularidade de cada pa-

enfermagem domésticos, serviços voluntários dedicados

ciente, com uma criteriosa avaliação das questões pes-

ao bem-estar.

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Ao abordar especificamente a depressão, Rosa

severa, assim como doenças crônicas e tratamentos lon-

Carla Lôbo discutiu uma série de questões psíquicas que

gos de reabilitação. Além disso, existem constrangimen-

podem levar o paciente à depressão, entre elas perdas

tos que podem parecer rotineiros no trato com o pacien-

incapazes de ser elaboradas, como a do companheiro, a

te, mas que podem agravar o quadro de depressão, co-

saúde, a condição sócio econômica, a perda da autono-

mo a nudez, a falta de privacidade provocada pela inter-

mia e uma série de medos, sendo o maior deles, o de

nação em quarto coletivo, o uso do avental cirúrgico, al-

tornar-se um estorvo para a família. “A depressão não é

guns instrumentos utilizados no cuidado com o idoso e

uma resposta fisiológica ao envelhecimento”, senten-

mesmo falhas na interação com a equipe de profission-

ciou a psicóloga.

ais (falta de atenção, carinho etc.).

Os profissionais de saúde e cuidadores devem estar

“A depressão ocasiona dificuldades na adesão tera-

atentos a fatores geradores de quadros depressivos,

pêutica, na recuperação mais rápida do paciente e, con-

como a incapacidade de autonomia e morbidade mais

seqüentemente, na diminuição dos gastos e do tempo de internação hospital”, lembrou Rosa Carla Lôbo. Por isso, é comum os cirurgiões solicitarem a atuação dos psicólogos, se antecipando a um eventual processo depressivo que venha a interfirir no restabelecimento do paciente. “É fundamental trabalhar com a condição de profilaxia da assistência, escutando o que não pode ser auscultado”, completou a psicóloga. Em sua palestra, Rosa Carla destacou a importância do trabalho interdisciplinar dos profissionais em prol do idoso. Ela fez questão de conceituas dois termos comumente usados erroneamente. “A interdisciplinaridade diz respeito ao planejamento conjunto de diversos profissionais da área de saúde; já o conceito de multidisciplinaridade se refere à atuação individual de diversos profissionais da área de saúde, em um mesmo local, sem que haja um planejamento prévio para o atendimento dos pacientes.” Segundo ela, fazer a equipe pensar os pacientes é acima de tudo favorecer o cuidar, tornando-se prioridade o doente e não a doença. “O olhar lançado pela equipe multidisciplinar ao paciente compete aos diversos saberes, de acordo com as necessidades que se apresentem. Já os cuidadores da saúde devem aguçar seus sentidos. Devem levantar hipóteses, estudar, debruçar-se sobre o sofrimento singular de nossos pacientes, compreendendo que também o velho é capaz de uma nova condição de enfrentamento e ressignificação de sua vida”, finalizou.

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NOVA TECNOLOGIA

“Stents” reduzem a reincidência de aneurisma cerebral O neurocirurgião da Santa Casa de Maceió, Rodrigo

do como derrame) hemorrágico.

Peres, um dos convidados do Congresso Multidisciplinar

Atualmente existem três principais técnicas interven-

Saúde 2011, apresentou detalhes sobre uma nova tecno-

cionistas para o tratamento do aneurisma. A mais recor-

logia estudada em Genebra, na Suíça, pelo neurorradiolo-

rente é a que utiliza um cateter - haste flexível que per-

gista brasileiro Vitor Pereira Mendes. Trata-se dos stents

corre as artérias até o interior do aneurisma - que é pre-

modificadores de fluxo (stents flow diverters), que se

enchido com espirais de platina, dispensando a cirurgia. A

mostraram eficientes na eliminação de aneurismas (bol-

tecnologia mais recente, utilizada pelos neurorradiologis-

sões), preservação dos vasos e redução na reincidência do

tas intervencionistas Rodrigo Peres e Vitor Pereira

Para entender a técnica é preciso saber o que é aneurisma cerebral, patologia que atinge entre 1% e 2% da população e que, quando há sangramento, chega a vitimar quase 20% dos pacientes ainda na primeira hora. “Quando sangra, o aneurisma cerebral provoca uma fortíssima

Mendes, consiste na implantação de um duto em forma de malha (stent)

Os stents modificadores de fluxo permitem a reconstrução natural do vaso, qualidade que nenhuma outra tecnologia possui hoje

problema.

que redireciona o fluxo sanguíneo em seu interior, permitindo o fechamento do aneurisma com a preservação dos vasos normais. A tecnologia pesquisada pelo brasileiro Vitor Pereira Mendes, em

dor na cabeça do paciente. Os sobre-

Genebra, garante um resultado a

viventes relatam que a dor não se compara a nenhuma

longo prazo, reduzindo praticamente a zero a possibilida-

outra”, descreveu o neurorradiologista da Santa Casa de

de de reincidência.

Maceió, Rodrigo Peres.

“Os stents modificadores de fluxo isolam o aneuris-

“O aneurisma cerebral é uma dilatação sacular (em

ma, alteram o fluxo sanguíneo e permitem a reconstrução

forma de saco) da parede das artérias – vasos que levam

natural do vaso, qualidade que nenhuma outra tecnologia

o sangue do coração aos tecidos, no caso, o cérebro. Um

possui atualmente”, detalhou Rodrigo Peres, lembrando

defeito genético que enfraqueça a parede desses vasos -

que a tecnologia dispensa a necessidade de preenchi-

que estão sob contínua pressão - pode levar a sua dilata-

mento do aneurisma com espirais de platina.

ção, formando bolsões (aneurismas) que podem romper-

A próxima iniciativa será uma parceria a ser firmada

se a qualquer momento”, acrescentou Peres. Esse rompi-

entre a Universidade de Genebra e a Santa Casa de Ma-

mento é justamente o que ocasiona um dos mais graves

ceió para a realização de pesquisas relacionadas ao estu-

AVCs (acidente vascular cerebral, popularmente conheci-

do de fluxo nos pacientes com aneurisma cerebral.

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na artéria portadora do aneurisma,

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Adquirido pela Santa Casa, o Innova 3100 gera imagens em 3D de alta resolução que são indispensáveis na implantação dos stents

Os médicos Eliane Medeiros, Rodrigo Peres, Vitor Mendes, Larissa Lopes e Kátia Arruda nas novas salas do Laboratório da Hemodinâmica

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CANCER BUCAL

Especialista ajuda pacientes reduzir efeitos colaterais

A

odontóloga oncológica Fernanda Mota, da Unida-

doença-base que vai ser tratada pelo médico oncologista,

de Docente Assistencial Roderigo Ramalho, aler-

bem como os caracteres que a permeiam, tais como: a

tou sobre a importância de se adotar uma tera-

localização, o tipo de tratamento planejado e o quadro

pêutica multidisciplinar no tratamento do câncer. “Visando

hematológico do paciente. Depois disso é possível plane-

a minimizar os efeitos provocados pela quimioterapia ou

jar o tratamento odontológico de forma ideal e célere”,

radioterapia, é imprescindível que os pacientes sejam

explicou. Por serem tratamentos agressivos, a radioterapia

acompanhados por uma equipe médica e de profissionais

e a quimioterapia causam inúmeros comprometimentos à

de saúde especializada, que inclua também nutricionista,

cavidade bucal, entre eles mucosite (inflamação na

psicólogo e cirurgião-dentista”, disse

mucosa bucal), cáries de radiação, san-

Fernanda Mota, que atendeu 432

gramentos gengivais espontâneos, dor

pacientes pelo Sistema Único de

odontogênica, trismo, candidose entre

Saúde entre agosto de 2010 e abril de

outros. “O agravamento dos efeitos

2011.

colaterais poderá acarretar na parali-

Conforme explicou a especialista,

sação do tratamento oncológico, com

o odontólogo oncológico busca, prin-

a conseqüente internação hospitalar

cipalmente, prevenir os efeitos colat-

para a recuperação do paciente”, aler-

erais bucais oriundos do tratamento,

tou. Ainda segundo ela, é importante

assim como o controle da dor, a pre-

que o paciente siga hábitos rigorosos

venção de infecções locais e a defi-

de higiene bucal, a ser mantida com

ciência das funções bucais.

Odontóloga Fernanda Mota

Em sua palestra no Congresso

dutos especializados. Na escovação dos

Multidisciplinar Saúde 2011, Fernanda Mota frisou que o

dentes, deve-se usar creme dental fluoretado (pequena

paciente deve ter um acompanhamento odontológico

quantidade) e escova com cabeça pequena e macia ou

antes, durante e após o tratamento oncológico, e não

extra macia. Na escovação da língua pode-se usar escova

somente após o surgimento de sintomas como a dor. A

para remover a chamada saburra lingual. A idéia é sim-

primeira consulta - antes de inicado o tratamento onco-

ples: a maioria das bactérias orais causa o mau hálito Elas

lógico - diagnosticará as condições bucais, englobando a

se acumulam principalmente dentro das papilas e no

mucosa, dentes e outras áreas a boca. O odontólogo deve,

fundo da língua. Por fim, a limpeza dos tecidos moles com

ainda, orientar o paciente a respeito dos cuidados de

enxaguante bucal (gluconato de clorexidina a 0,12%)

higiene bucal durante o tratamento.

sem álcool. A limpeza reduz a flora bacteriana, adequan-

“Para que a avaliação inicial ocorra da melhor forma possível, é importante que o cirurgião-dentista conheça a

do o meio oral, prevenindo infecções oriundas da cavidade oral.

Revista da Santa Casa de Maceió

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escovas, creme dental, soluções e pro-

www.santacasademaceio.com.br


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