Revista Santa Casa nº 4

Page 1


Sumário 3 4 6 8 10 11 12 14 16 17 18 20 22 24 27 29 31

Ùtero Vídeo ajuda a tratar e diagnosticar doenças

Hospital Nossa Senhora da Guia Santa Casa lidera ranking de hospitais alagoanos que mais internam pacientes pelo SUS

Livres do Câncer? Dezessete municípios de AL não registraram internações oncológicas

Dr. Humberto Gomes de Melo

Controle de Riscos Projetos garantem assistência segura ao paciente ao reduzir índices de infecção

Provedor

Dr. Artur Gomes Neto

História

Diretor-médico

Morte de Tancredo estimulou CCIHs

Dr. Paulo de Lira

Confederação Nacional de Saúde

Diretor administrativo/financeiro

Humberto Gomes de Melo assume vice-presidência

Lipoaspiração Clínicas e profissionais não-qualificados põem pacientes em risco

Benedito de Lira Douglas Apratto Tenório

SUS

Duílio Marsiglia

Santa Casa de Maceió realiza 67% das aplicações de quimioterapia em AL

Euclides Ferreira de Lima

Câncer de mama

Giovani A. C. Albuquerque

Exame precoce eleva chances de cura

João Augusto Sobrinho

Rodrigo Ramalho

José Macário Barbosa

Unidade digitaliza mamografia para atendimento do SUS

José Peixoto dos Santos

Debate Fórum discute em Alagoas novo Código de Ética Médica

Marcos Davi Lemos de Melo Monsenhor Pedro T. Cavalcante Mesa Administrativa

Academia Alagoana de Medicina Hospital Nossa Senhora da Guia recebe homenagem

Doença silenciosa Em Alagoas, 20 mil pacientes têm lúpus e não sabem

Cardiologia Parceria entre Santa Casa e ICHF salva vida de crianças

Antonio Noya Assessor de comunicação 44 MTE/AL

Theodomiro Jr. Jornalista 535 MTE/AL

Irmandade Humberto Gomes de Melo faz balanço e homenagens

Sílvio Romero Fotografia e arquivo

Previdência privada Santa Casa e BrasilPrev firmam convênio

“Bomba-relógio Pedra na vesícula traz risco de morte a pacientes

Revista produzida pela Assessoria de Comunicação da Santa Casa de Misericórdia de Maceió


Útero

Vídeo ajuda a tratar e diagnosticar doenças Fábio Castanheira

e, antigamente, as mulheres precisavam

S

caso da cirurgia, que necessita de anestesia, a

retirar o útero para tratar um simples

alta pode ocorrer no mesmo dia", explica o gi-

mioma, hoje modernos procedimentos,

necologista da Santa Casa de Maceió, Fábio

como a vídeo-histeroscopia, permitem não so-

Castanheira. "A vídeo-histeroscopia é indicada,

mente preservar o órgão, como diagnosticar -

sobretudo, em pacientes com sangramento ou

em consultório e sem anestesia - diversas pato-

com sinais de infertilidade ou esterilidade", a-

logias uterinas, como o câncer do endométrio,

crescentou o especialista.

tumores benignos (como o mioma), infertilidade

Por enquanto, o procedimento está disponí-

e outras. A mesma técnica é utilizada para ex-

vel apenas para conveniados e particulares,

trair cirurgicamente pólipos e miomas, alteran-

mas, com a conclusão do processo de contra-

do-se, para tanto, apenas o diâmetro do instru-

tualização entre a Santa Casa de Maceió e o Es-

mento ótico.

tado, os pacientes do Sistema Único de Saúde

"A vídeo-histeroscopia oferece uma imagem direta - tridimensional - da cavidade uteri-

(SUS) também poderão beneficiar-se dessa moderna técnica.

na e da mucosa endometrial. Ela representa um

A vídeo-histeroscopia é o exame endoscópi-

avanço tecnológico, que permite ao médico rea-

co do útero por meio de microcâmeras, que per-

lizar um procedimento minimamente invasivo,

mitem a visualização do canal endocervical e da

em nível ambulatorial, utilizando instrumentos

cavidade uterina. É realizado com um equipa-

óticos de diâmetro reduzido. Após o exame, a

mento denominado vídeo-histeroscópio, na pa-

paciente pode retornar a sua rotina diária. No

ciente em posição de exame ginecológico.

Técnica agiliza retirada de miomas do útero Os miomas, tumores benignos que aparecem na

da sem sentir qualquer sintoma.

parede do útero e atingem entre 30% e 60% das

A escolha do tratamento dependerá de fa-

mulheres em fase reprodutiva,também podem ser re-

tores como idade, quantidade e tamanho dos

tirados por meio da vídeo-histeroscopia, procedimen-

miomas e se a paciente tem muitos sangra-

to menos invasivo do que a cirurgia tradicional.

mentos ou muita dor. Quanto à reincidência,

O curioso das estatísticas sobre miomas é que

não é possível evitar que surjam novos miomas

o número de mulheres portadoras de mioma po-

após a cirurgia, pois a paciente pode ter tumo-

de ser ainda maior, uma vez que muitas delas che-

res pequenos que não são retirados e que po-

gam a conviver com o mioma durante toda a vi-

dem crescer se o útero for mantido.

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

3


HOSPITAL NOSSA SENHORA DA GUIA

Santa Casa lidera ranking de hospitais alagoanos que mais internam pacientes pelo SUS

N

o ranking dos hospitais alagoanos que mais in-

Santa Casa de Maceió e o Hospital Nossa Senhora da

ternam pacientes pelo Sistema Único de Saúde

Guia superaram os dois hospitais públicos de referência

(SUS), a Santa Casa de Maceió e o Hospital

do Estado: o Hospital Geral (HGE) e a Maternidade San-

Nossa Senhora da Guia somaram, entre setembro de

ta Mônica.

2009 e abril de 2010, nada menos que 8.196 Autori-

O ranking das unidades que mais internaram pelo SUS

zações de Internação Hospitalar (AIHs). Esse montante é

(ver tabela e gráfico) tem, em segundo lugar, o Hospital

37% superior ao registrado pelo segundo colocado no

Sanatório/Maternidade Paulo Neto (com 9,74%), seguido

ranking e equivale a 13% do total produzido pelos 13

por quatro estabelecimentos no interior alagoano: um em

hospitais com maior volume de internações. Esse grupo

Palmeira dos Índios - Hospital Regional Santa Rita

responde por 49% dos pacientes internados pelo SUS

(8,27%) - e três em Arapiraca: Casa de Saúde e Materni-

no Estado.

dade Nossa Senhora da Fátima (8%), Real Hospital Santa

Com mais de mil internações mensais no período, a

Maria (7,66%) e Hospital Regional de Arapiraca (7,59%).

Revista da Santa Casa de Maceió

4

www.santacasademaceio.com.br


Considerando as internações registradas nas 87 unidades hospitalares, maternidades e casas de parto do Estado, a Santa Casa de Maceió responde por 6,55% das 125 mil internações registradas no período pelo Datasus. Os números pesquisados pelo provedor da Santa Casa de Maceió, Humberto Gomes de Melo, revelam ainda o fluxo de pacientes do interior alagoano para os hospitais de Maceió. Analisando os dados da Santa Casa de Maceió/Hospital Nossa Senhora da Guia, percebe-se que as duas unidades atenderam a 101 dos 102 municípios alagoanos (São Brás foi a exceção). Totalizando 37 internações, a Santa Casa também lidera a lista de hospitais que mais receberam pacientes de outros estados, com destaque para cidades como Rio de Janeiro (RJ), São José dos Pinhais (PR), Itapetinga (BA),

por mais 76% das internações. Já no Hospital do Açúcar,

Ecoporanga (ES), São Luís (MA), dentre outras.

quase 66% dos pacientes são oriundos de Maceió (que,

Ainda considerando o fluxo de pacientes para os hos-

sozinha, representa 57,27%), de Arapiraca, de Rio Largo

pitais da capital alagoana, muitas unidades têm como

e de União dos Palmares. No Hospital Geral do Estado, re-

principal público os moradores do entorno. No Hospital

ferência em atendimento de urgência, 64% residem em

Universitário, por exemplo, quatro cidades - Maceió, Rio

cidades como Maceió (55,74%), Rio Largo, Marechal

Largo, Murici e Messias (ver mapa) - respondem, juntas,

Deodoro e União dos Palmares.

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

5


LIVRES DO CÂNCER?

Dezessete municípios de AL não registraram internações oncológicas as duas, uma. Ou alguns municípios alagoanos

D

ções oncológicas clínicas e cirúrgicas nos referimos a pa-

se tornaram verdadeiras "ilhas" livres do cân-

cientes que precisaram de cuidados hospitalares devido

cer ou há pacientes sendo internados em outros

ao agravamento da doença, ou por causa das sequelas

estados ou simplesmente ainda não foram encaminha-

do tratamento ou devido a intervenções cirúrgicas", ex-

dos para as unidades hospitalares. É o que revela um le-

plicou o provedor Humberto Gomes de Melo, responsá-

vantamento realizado junto ao Datasus, abrangendo os

vel pela pesquisa. Ao apresentar os números do Data-

últimos seis meses.

sus, o gestor da Santa Casa de Maceió questionou: "Se

No período, pacientes de 17 municípios alagoanos não tiveram internação em Oncologia clínica e cirúrgica

não foram para outros estados, onde estão sendo internados os pacientes com câncer desses municípios?".

nas redes pública e privada pelo SUS. Estão na lista Belo

O oncologista-clínico da Santa Casa de Maceió,

Monte, Branquinha, Campestre, Capela, Craíbas, Dois

Divaldo Alencar, mostrou-se surpreso com o levanta-

Riachos, Feliz Deserto, Flexeiras, Jundiá, Monteirópolis,

mento. "Não há uma explicação plausível para isso.

Ouro Branco, Palestina, Pindoba, Porto de Pedras, Porto

Ou as pessoas estão morrendo de câncer ou estão se

Real do Colégio, São Brás e Tanque d'Arca.

dirigindo para outros estados. São dados que mere-

Já a Santa Casa de Maceió - instituição responsável

cem um estudo mais aprofundado", respondeu o es-

por 61% das internações oncológicas em Alagoas - in-

pecialista do Centro de Oncologia Lourival Nunes da

ternou pacientes com câncer residentes em 71 municí-

Costa, lembrando que, segundo o Instituto Nacional

pios alagoanos (ver mapa e gráfico). Esse resultado

de Câncer (Inca), devem surgir, este ano, cerca de

foi obtido antes da contratualização, que definiu novas

3.500 novos casos da doença em Alagoas, incluindo

metas de atendimento. "Quando falamos em interna-

as neoplasias de pele.

Câncer: conheça os hospitais que mais internam A Santa Casa de Maceió lidera a lista de hospitais

ceió. Com uma população superior a 1,1 milhão de pes-

que mais internam pacientes oncológicos em Alagoas

soas, segundo o IBGE, a capital alagoana registrou, nos

(61%), seguida do Hospital Afra Barbosa, de Arapiraca,

últimos seis meses, apenas 476 internações clínicas e

com 12,57%; do Hospital Universitário, com 11,74%;

cirúrgicas, representando quase 40% do total. Arapiraca

do Hospital do Açúcar, com 6,54%; e do Hospital Geral

registrou 113 internações (9,47%) e os demais municí-

do Estado (4,36%); esses três últimos sediados em Ma-

pios variando entre um e 45 pacientes.

Revista da Santa Casa de Maceió

6

www.santacasademaceio.com.br


Revista da Santa Casa de Macei贸 www.santacasademaceio.com.br

7


CONTROLE DE RISCOS

Projetos garantem assistência segura ao paciente ao reduzir índices de infecção

N

o ano em que a Santa Casa de Maceió come-

Hospitalar, Tereza Tenório.

mora 21 anos de criação da Comissão de Con-

Em 2009, também foi possível reduzir em 52% os

trole de Infecção Hospitalar, a instituição con-

índices de infecções relacionadas ao uso de ventilação

tabiliza inúmeras vitórias no combate a infecções. Gra-

mecânica nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). O

ças a uma série de projetos implantados em 2009 foi

responsável por esse resultado foi o projeto denomina-

possível, durante o período, reduzir em 16% o índice de

do Guardião, cuja referência foi a campanha internacio-

eventos desse tipo relacionados à assistência, confir-

nal 5 Million Lives Campaing (em português, 5 Milhões

mando a série histórica de 13 anos com o registro de

de Vidas). Liderado pelo Institute for Healthcare

2% de taxa global dessas infecções na Santa Casa de

Improvement, em parceria com o Instituto Qualisa de

Maceió.

Gestão (IQG), a campanha visa promover melhorias na

Outra conquista diz respeito ao projeto Transferên-

segurança da assistência aos pacientes das UTIs.

cia Segura, que visa melhorar os conhecimentos sobre

"Nesse sentido adotamos medidas estratégicas, co-

as condições clínicas dos pacientes antes da admissão

mo o checklist de cuidados essenciais, que busca preve-

no hospital. "Reduzimos em 68% o número de micro-

nir possíveis complicações relacionadas ao uso de ven-

organismos multirresistentes, conhecidos pela sigla

tilação mecânica", explica Tereza Tenório.

MDR", comemora a gerente de Riscos e Assistência

Já o projeto Operação Mãos Limpas, implantado na

Revista da Santa Casa de Maceió

8

www.santacasademaceio.com.br


Tereza Tenório, gerente de Riscos e Assistência Hospitalar

Santa Casa de Maceió com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) pelo papel fundamental que exerceu sobre a comunidade hospitalar no tocante à higienização das mãos. O projeto representou a versão local da campanha internacional Save lives: Clean Your Hands, lançada pela OMS. A iniciativa alertou para a importância da higienização das mãos como medida essencial na prevenção de infecções. A divulgação de cartazes nos murais da instituição, com imagens de profissionais de diversas áreas da Santa Casa de Maceió e o slogan "Eu Lavo as Mãos, e Você?", foi uma das estratégias que mais chamaram a atenção no projeto.

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

9


Morte de Tancredo estimulou CCIHs Historicamente, o Controle das Infecções Hospitalares

Grupos de trabalhos foram formados por determina-

tem o seu marco, no Brasil, com a portaria MS196, de 24 de

ção do ministro da Saúde, Carlos Sant'Anna, e criados

junho de 1983.

Centros de Treinamento em Infecção Hospitalar para a ca-

Embora alguns profissionais de saúde no País já se

pacitação de multiplicadores nessa área.

preocupassem com o assunto desde a década de 70, o pro-

Em seguida foram implantadas nos hospitais as Co-

grama tomou novos rumos com a morte do presidente

missões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs), que tin-

Tancredo Neves, quando os brasileiros assistiram atônitos à

ham a missão de assessorar o corpo clínico na implantação

luta da equipe médica contra um processo infeccioso cau-

de medidas controladoras da infecção hospitalar. Hoje, o

sado por bactérias resistentes, que culminou com a morte

termo infecção hospitalar deixou de ser usado, passando a

do presidente eleito.

ser chamado apenas de "infecção na assistência à saúde".

Húngaro vinculou a não lavagem de mãos a infecções Ignaz Fülöp Semmelweis

assepsia, principalmente a lavagem das mãos dos médicos,

(1818 - 1865)

com sabão, antes do exame nas parturientes. A sensível queda da taxa de mortalidade provocou o

N

ascido na cidade de Buda, na Hungria, o obs-

despeito do chefe da clínica, que o forçou a se afastar de

tetra Ignaz Semmelweis ficou famoso por des-

Viena (1850) e foi para a Universidade de Pest, onde traba-

cobrir a prevenção da febre puerperal e por in-

lhou como médico obstetra na maternidade da cidade, apli-

troduzir a profilaxia antisséptica (lavagem das mãos) na

cou seus métodos com o mesmo sucesso e tornou-se pro-

prática médica.

fessor de obstetrícia.

Ignaz Semmelweis, que estudou na Uni-

Embora não tenha descoberto as causas

versidade de Pest e fez doutorado na Uni-

das infecções, como Pasteur, Ignaz Semmel-

versidade de Viena (1844), foi indicado

weis escreveu uma obra importante para a

para assistente da clínica obstétrica de

Medicina da época, "Die Ätiologie, der Be-

Viena e tornou-se professor assistente na

griff und die Prophylaxis des Kindbettfie-

maternidade do Hospital Geral de Viena.

bers" (1861), postumamente reeditada sob

Observando a elevada mortalidade de

o título "Offene Briefe an Professoren der Ge-

mães jovens após o parto, Semmelweis chegou

burtshilfe von Semmelweis" (1899).

à conclusão de que essa taxa era mais alta nas mulhe-

Inconformado com a desconsideração a suas ideias

res situadas na primeira seção da clínica que nas da segun-

em outros hospitais, Semmelweis terminou seus dias inter-

da, embora em ambos os setores as mães recebessem

nado em um hospital para doentes mentais em Viena, onde

idêntico tratamento, e concluiu que a transmissão de infec-

morreu vítima justamente do problema que mais tinha

ções se dava por meio dos internos do hospital, que proce-

combatido em sua vida: a infecção hospitalar.

diam diretamente de tais laboratórios para as salas da maternidade.

(*) Texto extraído do site da Universidade Federal de Campina

Semmelweis determinou, então, rigorosas medidas de

Grande em www.dec.ufcg.edu.br/biografias.

Revista da Santa Casa de Maceió

10

www.santacasademaceio.com.br


Os vice-presidentes da CNS, Eunivaldo Diniz (presidente da Febase) e Humberto Gomes de Melo (presidente da Fenaess), ao lado do deputado Darcísio Perondie e do também vice-presidente da CNS, Cláudio José Allgayer (presidente da Fehosul)

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE

Humberto Gomes de Melo assume vice-presidência

O

provedor da Santa Casa de Maceió e presidente

casas de saúde, laboratórios de análises e patologia clíni-

da Federação Nacional dos Estabelecimentos de

cas, serviços de diagnóstico, imagem e fisioterapia, ope-

Serviços de Saúde (Fenaess), Humberto Gomes

radoras de planos de saúde, entre outros estabelecimen-

de Melo, foi diplomado vice-presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNS).

tos do gênero. Segundo o presidente da CNS, José Carlos Abrahão,

Criada em 1994, a CNS é uma entidade sindical de

com a nova gestão da entidade houve uma atualização

terceiro grau, o mais elevado existente na legislação sin-

de 30% dos membros da diretoria, o que, segundo ele,

dical brasileira.

demonstra a preocupação da entidade em ampliar e re-

Com sede no Distrito Federal, a CNS congrega atualmente oito federações (Fenaess, Fehosul, Feherj, Fehospar, Fehoesc, Fehoesg, Febase e Fehoesp) e 90 sindicatos de saúde em atividade no País.

novar os seus quadros, acolhendo novas lideranças do setor saúde de todas as partes do País. A cerimônia de diplomação ocorreu no Hotel Naoum, em Brasília. No evento foram lançados dois li-

A CNS também representa todos os estabelecimentos de serviços de saúde, dentre eles, hospitais, clínicas,

vros: o primeiro, organizado pelo departamento jurídico da confederação, celebra os 15 anos da entidade.

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

11


oa s i r a ç ã o p

Lip

Clínicas e profissionais não-qualificados põem pacientes em risco

N

o ano em que a Medicina brasileira comemora 31 anos da primeira lipoaspiração, os especialistas do

setor festejam a liderança da cirurgia plástica entre

as intervenções cirúrgicas realizadas no País. De acordo com o cirurgião plástico Luiz Alberto Lopes Ferreira,

membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), 40% dos pacientes de cirurgias plásticas recorrem a esse tipo de procedimento. "Nesses 30 anos, muita coisa mudou. No início, os orifícios para a sucção eram maiores, o que causava mais traumas no tecido do paciente. Hoje, as cânulas variam entre dois e cinco milímetros, o que garantiu maior precisão, menor tempo de cirurgia e cicatrizes bem menores", afirma Luiz Alberto. Considerada uma técnica segura por especialistas de todo o mundo, a lipoaspiração pode se tornar perigosa se realizada por profissionais sem qualificação e

sem a formação necessária exigida para esse tipo de cirurgia. "E mais, se realizada em clínicas sem o serviço de UTI e sem os equipamentos necessários para o acompanhamento do paciente antes, durante e depois da intervenção", alerta Luiz Alberto. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, um cirurgião precisa ter, no mínimo, 11 anos de experiência, incluindo graduação e residência médica, além de dois anos de especialização em cirurgia geral e mais três em cirurgia estética e reparadora. No site da entidade (www.cirurgiaplastica.org.br) é possível checar a lista com os 18 médicos membros da sociedade em Alagoas. Outra exigência é a presença do anestesista antes, durante e após o procedimento. Além disso, o paciente precisa realizar uma série de exames e passar por uma avaliação médica para checar se não há impedimentos clínicos tanto para a cirurgia como para a anestesia.

Revista da Santa Casa de Maceió

12

www.santacasademaceio.com.br


Cirurgião Luiz Alberto Lopes

O grande desafio da entidade, entretanto, é convencer a população de que, em se tratando de Medicina, nem sempre o mais barato é o mais seguro para o paciente. Os médicos normalmente não gostam de precificar procedimentos, mas, em se tratando de lipoaspiração, vale o alerta. Valores muito abaixo do que os bons profissionais praticam no mercado podem ser um sinal de que algo está errado. Outra dica importante é que cada paciente deve ter a sua avaliação específica, ou seja, cada procedimento possui um custo diferenciado. Uma alternativa é consultar mais de um médico. "Muita atenção também com anúncios do tipo lipolight, minilipo, lipoescultura, que nada mais são do que marketing. A lipoaspiração é única, pode variar no tamanho ou no volume retirado, ", acrescentou. Outro detalhe importante é que não se deve considerar a lipoaspiração como uma alternativa de emagrecimento, já que o paciente ideal precisa perder peso via reeducação alimentar e com exercícios físicos. A gordura residual, não eliminada por esses meios, é retirada pela lipoaspiração. Segundo a SBPC, são realizadas anualmente, no Brasil, 600 mil cirurgias plásticas. Quanto maior o número de cirurgias, maior a possibilidade de eventos adversos. Um estudo realizado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) revela o tamanho do problema. Pesquisa realizada entre 2001 e 2008 mostra que 33% dos 289 processos eram relacionados à lipoaspiração, a maioria dos casos envolvendo profissionais sem a qualificação exigida pela SBPC. "Há casos de pediatras, ortopedistas e especialistas de outras áreas realizando lipoaspiração. Cabe a nós, médicos, alertar a sociedade, mas cabe ao paciente escolher o profissional e o hospital com a estrutura necessária para um procedimento seguro".

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

13


SUS

Santa Casa de Maceió realiza 67% das aplicações de quimioterapia em AL evantamento realizado junto ao Datasus revelou que

L

oncológico", disse o provedor Humberto Gomes de Melo, que

a Santa Casa de Maceió é o hospital alagoano que

realizou a pesquisa junto ao Datasus, referindo-se ao Centro

mais realizou aplicações de quimioterapia em 2009.A

de Oncologia e Hematologia Lourival Nunes da Costa.

instituição foi responsável por 67,83% (12.823 aplicações)

Ainda segundo o levantamento, a Santa Casa de Ma-

das quase 19 mil registradas no período. O ranking é forma-

ceió recebeu pacientes de 96 cidades, ficando de fora os

do, ainda, pelos hospitais Universitário, com 3.322 apli-

municípios de Jequiá, Monteirópolis, Feliz Deserto, Jundiá,

cações (17,57%), e Afra Barbosa, com 2.759 aplicações

Palestina, Porto Real do Colégio e Porto de Pedras. Ao

(14,59%).

mapear todo o Estado, Humberto Gomes de Melo desco-

"Ao investir no Centro de Oncologia, a Santa Casa de

briu também que dois municípios - Jequiá e Monteirópolis

Maceió disponibilizou aos pacientes do SUS, conveniados e

- não haviam enviado pacientes para quimioterapia na

particulares, um moderno centro especializado no tratamento

rede pública de saúde de Alagoas.

Revista da Santa Casa de Maceió

14

www.santacasademaceio.com.br


A consulta ao Datasus revelou ainda que Maceió,

para crianças e adultos, incluindo uma brinquedoteca.

com 46,70%, é o município que mais realizou trata-

O Centro de Oncologia possui ainda uma equipe

mentos de quimioterapia na rede hospitalar, seguido a

multidisciplinar especializada, formada por oncologis-

distância por Arapiraca (10,11%), com 1.912 aplica-

tas, enfermeiras, assistentes sociais, farmacêuticos, além

ções; Palmeira dos Índios (2,15%), 407 aplicações; Rio

de nutricionistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais;

Largo (1,77%), 334 aplicações; e União dos Palmares

estes últimos, inclusive, ainda não cobertos pelos planos

(1,68%), com 317. Esses cinco municípios respondem

de saúde, mas disponíveis aos pacientes do SUS, conve-

por 62,5% dos registros, já os demais somaram 37,5%.

niados e particulares. Tais serviços são prestados pelo corpo clínico da Santa Casa sem nenhum custo adi-

EXCELÊNCIA - Após a sua ampliação, em 2007, o

cional.

Centro de Oncologia da Santa Casa de Maceió passou a

Ao centralizar vários serviços e especialidades, o

disponibilizar 42 leitos para atendimento ao SUS, conve-

Centro de Oncologia evita que os pacientes precisem

niados e particulares. Além de tratamento oncológico

percorrer a cidade em busca de tratamento em locais

clínico personalizado e de um ambiente harmonica-

diferentes. "Esses deslocamentos trazem muito descon-

mente decorado, o serviço possui espaços específicos

forto", destacou Humberto Gomes de Melo.

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

15


CÂNCER DE MAMA

Exame precoce eleva chances de cura

E

ste ano, o Brasil deve registrar mais de 49 mil no-

corpo ou por receio em relação à própria mamografia (o

vos casos de câncer de mama, segundo estimativa

desconforto sentido durante o exame varia de mulher

do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Deste total,

para mulher). Existem mulheres que recorrem à ultra-

30 mil chegarão aos consultórios em estágio avançado e

ssonografia, porém o exame deve ser visto como uma fer-

com chances reduzidas de cura. Daí a importância do

ramenta complementar à mamografia, já que não conse-

alerta de renomados mastologistas, como João Aderbal

gue evidenciar as microcalcificações e distorções arquite-

Moraes, chefe do Serviço de Mastologia da Santa Casa de

turais.

Maceió: a mamografia - complementada pelo exame clí-

Outro fator que afasta muitas mulheres é a possibili-

nico e pelo autoexame - permite o diagnóstico precoce do

dade de identificar um tumor e precisar retirar a mama.

câncer e eleva para mais de 90% as chances de cura e

Não havendo o comprometimento linfonodal (apareci-

conservação das mamas.

mento de íngua embaixo das axilas), o percentual de cura

O câncer de mama -

e manutenção da mama chega a 95% em nódulos com 5

neoplasia maligna mais fre-

mm. Chegando a 1 cm, esse percentual cai para 90%.

quente entre as mulheres

"Havendo o diagnóstico de linfonodo (íngua), a situação

depois do câncer de pele

muda totalmente porque revela que já existe um compro-

não melanoma - vem viti-

metimento regional do tumor. Ainda não é metástase,

mando mulheres em todo o

mas preocupa, por isso a paciente precisa procurar um

mundo devido a fatores co-

médico com urgência", explicou Aderbal.

mo falta de informação so-

Questionado sobre quando as mulheres devem

bre a doença ou sobre os exa-

começar a fazer a mamografia anualmente, João Aderbal

mes de diagnóstico, falta

orienta que a partir dos 35 anos deve ser realizado um

de acesso à mamo-

exame base (para futuras comparações) e que aos 40

grafia, ausência de

anos devem ser iniciados os exames anuais. "Agora, as

conhecimentos

mulheres com parentes em primeiro grau (mãe ou filhas)

sobre o próprio

são consideradas pacientes de alto risco. Elas devem fazer o exame dez anos antes do primeiro registro de câncer", acrescentou o médico.

16


Equipamentos de mamografia disponíveis na Unidade Rodrigo Ramalho

Mamografia digital

Unidade digitaliza mamografia para atendimento do SUS A Lei nº 11.664, promulgada em 2008, tornou obrigató-

tringindo o acesso da população ao exame", reclama Viana.

ria no Sistema Único de Saúde (SUS) a realização de mamo-

Para tentar contornar o problema, a Santa Casa de Ma-

grafias em mulheres com mais de 40 anos de idade. Antes

ceió chegou a investir na impressão de guias de autorização

mesmo que a lei entrasse em vigor, no ano passado, a Santa

do Sismama destinadas aos pacientes consultados no ambu-

Casa de Maceió realizou diversos investimentos no Serviço

latório da Unidade Rodrigo Ramalho.

de Radiologia, dentre eles, a digitalização da mamografia e

Eglício Viana elencou, ainda, a falta de conhecimento

a instalação de dois modernos equipamentos na Unidade

por parte da população e dos próprios serviços municipais

Docente Assistencial Rodrigo Ramalho (UDARR).

de saúde em todo o Estado, apesar do envio de comunicado

A Unidade Rodrigo Ramalho, localizada na praia do Sobral, reúne em um mesmo edifício o Ambulatório Geral - que,

aos gestores informando sobre o serviço disponibilizado gratuitamente à população.

até o ano passado, funcionava na Santa Casa -, bem como a Cardiologia do SUS e os diversos serviços de diagnóstico.

"Muitas pessoas pensam que precisam esperar meses para realizar uma mamografia. Não é o que ocorre na

"Infelizmente, a procura pela mamografia ainda é consi-

Unidade Rodrigo Ramalho, já que o paciente não precisa

derada baixa", lamenta o médico Eglício Viana, especialista

marcar o exame. Aqui, o serviço só encerra as mamografias

em diagnóstico por imagem e coordenador do Serviço de

após atender o último paciente, ou seja, todas as mulheres

Radiologia da Santa Casa de Maceió. "Em março realizamos

que estiverem na unidade, mesmo após o fim do expedien-

1.200 mamografias, entretanto, a nossa capacidade instala-

te, têm garantida a realização do exame no mesmo dia",

da é de 3.000 exames/mês", acrescenta.

esclareceu.

Questionado por que as mulheres não têm procurado o

O paciente precisa ser encaminhado pelo médico do

exame, Eglício Viana citou a burocracia imposta pelo novo pro-

posto de saúde onde reside e trazer consigo a guia de autori-

grama de controle de mamografias do SUS, o Sismama, que

zação do SUS. Na falta da guia, pode vir apenas com o enca-

passou a exigir o preenchimento de dois extensos formulários.

minhamento do médico. Outra opção é realizar a consulta no

"O problema é visível quando ocorre a falta de formulá-

ambulatório da Unidade Rodrigo Ramalho, cujo agendamen-

rios nos postos de saúde, o que acaba desestimulando e res-

to deve ser realizado na recepção da própria unidade.

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

17


DEBATE

Fórum discute em Alagoas novo Código de Ética Médica

O

II Fórum de Ética Médica da Santa Casa de Ma-

palestra de Antônio de Pádua Cavalcante, membro dos

ceió abriu o ciclo de estudos sobre o novo Códi-

Conselhos Federal e Regional de Medicina e um dos

go de Ética Médica brasileiro. Conforme explicou

autores do novo código. "A norma procurou humanizar

o presidente do Conselho de Ética da instituição, o cirur-

a relação médico-paciente", resumiu Antônio de

gião Alfredo Marinho, o evento é o primeiro de uma série

Pádua.

de encontros, onde os profissionais da instituição discutirão a nova norma, que entrou em vigor em abril. Promovido pela Direção Médica e pela Comissão de Ética da Santa Casa de Maceió, o evento contou com a

Ao final do encontro foi distribuído aos participantes o Regimento Interno do Corpo Clínico da Santa Casa de Maceió, documento atualizado já com base no novo Código de Ética Médica.

Antônio de Pádua trabalhou na redação da recente norma

18


Confira o que mudou com o novo Código de Ética Médica Após dois anos de discussão, 400 delegados-médicos definiram novas regras em relação aos direitos dos pacientes e aos deveres dos profissionais de Medicina. Veja os principais destaques da nova norma. 1- LETRA LEGÍVEL

9-PARTICIPAÇÃO EM PROPAGANDA

A receita e o atestado médico têm de ser legíveis e devem

O médico não pode participar de propaganda.

ter a identificação do médico. 10-RECEITA SEM EXAME 2-DIREITO DE ESCOLHA

O médico não pode receitar sem ver e examinar o paciente.

O médico deve apresentar todas as possibilidades terapêuticas cientificamente reconhecidas e aceitar a esco-

11-RELAÇÕES COM FARMÁCIAS

lha do paciente.

O médico não pode ter relação com o comércio e a farmácia.

3-CONSENTIMENTO ESCLARECIDO O paciente precisa dar o consentimento a qualquer

12-SIGILO MÉDICO

procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco imi-

O sigilo médico deve ser preservado mesmo após a morte

nente de morte.

do paciente.

4-ABANDONO DE PACIENTE

13-CONDIÇÕES DE TRABALHO

O médico não pode abandonar o seu paciente, a não ser

O médico pode se recusar a exercer a Medicina em locais

que passe para outro médico explicando-lhe e fornecendo-

inadequados.

lhe toda documentação e orientação do paciente. 14-DESCONTOS E CONSÓRCIOS 5-PACIENTES SEM PERSPECTIVA DE CURA

O médico não pode estar vinculado a cartões de descontos

O médico deve evitar procedimentos desnecessários nesses

e consórcios, em especial na área de cirurgia plástica.

pacientes. Em caso de doenças incuráveis, deve oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis, levando sempre

15-FALTA EM PLANTÃO

em conta a opção do paciente.

Abandonar plantão médico ou afastar-se do mesmo sem substituição imediata é falta grave.

6-PRONTUÁRIO MÉDICO O paciente tem direito a receber a cópia do prontuário

16-MANIPULAÇÃO GENÉTICA

médico.

O médico não pode participar de manipulação genética.

7-SEGUNDA OPINIÃO

17-SEXAGEM

O paciente tem o direito de consultar e solicitar uma se-

A escolha do sexo do bebê é vedada na reprodução

gunda opinião de outro médico.

assistida.

8-ANÚNCIOS PROFISSIONAIS

18-MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

É obrigatório incluir o número do CRM em anúncios dessa

O paciente tem direito de decidir sobre os métodos contra-

natureza.

ceptivos que deseja usar. 19


Membros da Academia Alagoana de Medicina se impressionam com hospital

ACADEMIA ALAGOANA DE MEDICINA

Hospital Nossa Senhora da Guia recebe homenagem

S

erviço 100% SUS, mas com excelência de ma-

"Essa homenagem é um reconhecimento ao tra-

ternidade e unidade pediátrica privada. Ao

balho de cada membro dessa unidade, que, com a

completar um ano de funcionamento, totali-

sua dedicação pessoal, faz do Hospital Nossa Senho-

zando 3.667 partos e 1.435 cirurgias pediátricas, o

ra da Guia um centro de referência no SUS", disse o

Hospital Nossa Senhora da Guia foi homenageado

gestor da Santa Casa de Maceió.

pela Academia Alagoana de Medicina (AAM) por

Os membros da Academia Alagoana de Medicina

seus esforços em manter um serviço diferenciado,

comprovaram "in loco" os elogios e informações, de

com qualidade, segurança e conforto às gestantes e

várias fontes, que chegavam à entidade. A comitiva

crianças atendidas pelo Sistema Único de Saúde.

percorreu diversos setores da unidade - da copa às

Os membros da AAM fizeram questão de entregar o Diploma de Honra ao Mérito ao provedor Hum-

enfermarias; da Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) aos centros cirúrgicos pediátrico e obstétrico.

berto Gomes de Melo, que o recebeu em nome de to-

Puderam também conversar com as gestantes,

dos os colaboradores e profissionais do Hospital

puérperas e mães de crianças internadas no hospital.

Nossa Senhora da Guia.

No contato pessoal com os pacientes, os membros

Revista da Santa Casa de Maceió

20

www.santacasademaceio.com.br


Rosinete Mendonça, Humberto Gomes e os acadêmicos Milton Hênio e Ednaldo Holanda

da academia ouviram palavras como bom atendimento, satisfação, organização, dentre outras.

de excelência", resumiu o renomado pediatra. Mais detalhes - Inaugurado em junho de 2009, o

Questionado se é possível ter um atendimento

Hospital Nossa Senhora da Guia foi adquirido, refor-

com excelência e diferenciado pelo Sistema Único de

mado e ampliado com recursos próprios da Santa

Saúde, o presidente da AAM, Ednaldo Holanda, afir-

Casa de Maceió, totalizando um investimento supe-

mou que o trabalho desenvolvido no Hospital Nossa

rior a R$ 4,6 milhões.

Senhora da Guia comprova que é possível ir além da qualidade que se espera das unidades do SUS.

A unidade materno-infantil destina-se exclusivamente aos usuários do SUS, atendendo apenas aos

"Constatamos que esse hospital possui estrutu-

casos de baixa e média complexidades nas especiali-

ra, profissionais, equipamentos, organização e aten-

dades de Obstetrícia e Cirurgia Pediátrica (cirurgia

dimento diferenciado, que vêm agradando aos seus

geral, plástica e de otorrinolaringologia).

pacientes", destacou Holanda.

O Hospital Nossa Senhora da Guia possui dois

Autor da proposta, o vice-presidente da entidade

centros cirúrgicos - um obstétrico e outro pediátrico

e idealizador da homenagem, Milton Hênio Gouvêa,

- e 74 leitos, sendo nove da Unidade de Cuidados

conversou com as pacientes e também saiu impres-

Intermediários. Um dos diferenciais do hospital é a

sionado da visita ao Hospital Nossa Senhora da

climatização das enfermarias obstétrica e pediátrica,

Guia.

o que garante um maior conforto aos pacientes. A

"O profissionalismo e a dedicação do provedor

unidade conta com pediatras, anestesiologistas, as-

Humberto Gomes de Melo à frente da Santa Casa de

sistente social, fisioterapeutas, psicólogo, farmacêu-

Maceió conferiram a este hospital um elogiável grau

ticos, enfermeiros e técnicos de Enfermagem.

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

21


George Basile: reumatologista da Santa Casa de Maceió

DOENÇA SILENCIOSA

Em Alagoas, 20 mil pacientes têm lúpus e não sabem xiste uma doença sorrateira e silencio-

E

Segundo, porque há poucos reumatologis-

sa, que se disfarça em outras patolo-

tas atuando no Estado. "Hoje temos ape-

gias e que chega a enganar o próprio

nas 22 profissionais", disse George Basile,

sistema imunológico, levando-o a atacar os

alguns, inclusive, já em fase de aposentado-

órgãos do paciente, dentre eles, as articula-

ria. "Se o Estado contratasse reumatologis-

ções, o fígado, o coração, o pulmão, os rins,

tas, investisse no diagnóstico precoce e no

o cérebro e até a própria pele. Quando essa

tratamento dos pacientes, os custos no tra-

doença ataca pelo menos quatro órgãos, os

tamento seriam bem menores", acrescen-

médicos a chamam de lúpus; quando ataca

tou Basile.

partes específicas do corpo, como as juntas

Conforme alerta a jornalista Briana Mei-

(articulações), chama-se dermatite reumatói-

ra, os portadores de lúpus enfrentam dificul-

de; se ataca a pele, pode ser psoríase, dentre

dades na obtenção de determinadas dro-

outras (ver infográfico).

gas, que mantêm a doença sob controle, já

Lúpus é uma doença rara, que atinge

que a Medicina ainda não encontrou a cura.

1% da população. Segundo estimativa do

"Sem os medicamentos, muitos pacientes

reumatologista da Santa Casa de Maceió,

têm sido internados em hospitais de Ma-

George Basile, Alagoas deve ter 20 mil por-

ceió", revela a jornalista.

tadores de lúpus, número suficiente para

Apesar de o Estado ter garantido, no iní-

encher um estádio de futebol como o Trapi-

cio deste ano, o fornecimento dos medica-

chão. O problema é que muita gente desco-

mentos ao Grupo de Apoio a Portadores de

nhece ser portador da doença, primeira-

Lúpus, o problema permanece em relação a

mente porque o lúpus se confunde com ou-

algumas drogas. Segundo a ONG, mais de

tras doenças, como as reumáticas e renais.

250 pacientes estão hoje em tratamento.

Revista da Santa Casa de Maceió

22

www.santacasademaceio.com.br


Mal raro

Causas

O lúpus é uma doença inflamatória rara provocada por um desequilíbrio no sistema imunológico. O paciente desenvolve anticorpos que agem contra as suas próprias células de defesa, atacando os tecidos do corpo. Mais comum entre as mulheres, o lúpus é crônico e necessita de tratamento permanente.

Ainda são desconhecidas. Estudos sugerem que existe predisposição genética, mas nenhum gene único foi identificado como causador do desequilíbrio. Sabe-se que há, também, influência de fatores externos, como ação de hormônios (90% dos pacientes são mulheres entre 15 e 40 anos), problemas emocionais e causas ambientais.

Diagnóstico Tipos Discóide Ocorre quando a doença se manifesta na pele, causando erupções no pescoço e no couro cabeludo.

Sistêmico

Também chamado Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), é a forma mais comum e severa, pois afeta todo o organismo, agindo na pele, nas juntas e em órgãos como pulmões coração fígado rins

Induzido por medicamentos

É mais raro e ataca, em geral, homens que ingerem medicamentos por períodos prolongados (drogas usadas para tratamento de pressão alta ou para o coração). Algumas pessoas podem apresentar manifestações semelhantes ao lúpus enquanto estiverem sendo tratadas por remédios, sobretudo os usados para controle de arritmias cardíacas ou pressão alta. Esses sintomas, porém, desaparecem com a suspensão do tratamento.

Neonatal

Não é transmitido de mãe para filho. Ocorre quando um dos anticorpos (Anti-Ro ou Anti-La), que pode estar presente no lúpus e em outras doenças autoimunes, leva a algumas manifestações no feto, que, em geral, são de pele e transitórias. Em casos raros levam a problemas cardíacos.

Não existe um teste específico que aponte o lúpus. O diagnóstico é feito pela combinação de sintomas físicos e de uma série de exames laboratoriais. Uma porcentagem significativa de pacientes apresenta alguns problemas em comum, que auxiliam na identificação da enfermidade. 99% - Anormalidades no sistema imunológico mesmo sem o uso de medicamentos (anticorpos antinucleares) que provocam alterações. 86% - Artrite em duas ou mais articulações periféricas. 85% - Desordens imunológicas. 59% - Problemas no sangue, como anemia (diminuição de glóbulos vermelhos), leucopenia (redução de glóbulos brancos) e plaquetopenia (redução de plaquetas). 57% - Manchas avermelhadas nas maçãs do rosto e no dorso do nariz, conhecidas como asa de borboleta. 56% - Inflamação de pleura ou pericárdio, que são as membranas que recobrem o pulmão e o coração. 51% - Inflamação renal, podendo levar à perda da função renal, à hipertensão arterial ou a inchaço no corpo. 43% - Sensibilidade excessiva à luz. 27% - Lesões no céu da boca (úlceras orais). 20% - Desordens neurológicas, podendo levar a convulsões ou psicoses. 18% - Machucados na pele em decorrência da exposição ao sol, com comprometimento dos pelos e cicatrização com atrofia.

Ação no organismo O sistema imunulógico é uma rede complexa de órgãos, tecidos, células e substâncias encontradas na circulação sanguínea e nos órgãos do corpo que agem em conjunto para proteger o organismo. Em pessoas saudáveis, os anticorpos são produzidos para combater invasores, como vírus, bactérias e germes. Esses anticorpos se ligam às moléculas do invasor e as identificam como corpos estranhos (antígenos), que passam a ser atacados por outras partes do sistema imunológico. Em pacientes com lúpus, no entanto, os anticorpos percebem as suas próprias moléculas como inimigas e as atacam. Em uma comparação simplória, é como se a pessoa se tornasse alérgica a ela mesma. Acredita-se que o lúpus seja um caso extremo em que o sistema imunológico reage com grande força a uma enorme variedade de moléculas do paciente e que os alvos possam estar na superfície, no interior e até no núcleo das células (DNA) da pessoa.

Números Estudos epidemiológicos realizados nos Estados Unidos mostram uma prevalência de um caso para cada dois mil habitantes. Não existem estudos dessa natureza no Brasil, mas as estimativas são de que existam de 16 mil a 80 mil casos da doença no País.

Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia/Lúpus Foundation of América

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

23


CARDIOLOGIA

Parceria entre Santa Casa e ICHF salva vida de crianças

E

m Alagoas nascem 60 mil crianças por ano. Desse

De acordo com o médico cardiologista José Wan-

total, cerca de 400 a 600 delas possuem algum

derley Neto, a iniciativa, além de beneficiar 20 crianças,

tipo de cardiopatia. Tendo em vista esse número

também teve o objetivo de mobilizar e envolver os profis-

expressivo, a Santa Casa de Maceió, em parceria com a

sionais do Estado.

Fundação Internacional de Crianças Cardiopatas - Inter-

"Foi uma visita muito importante porque eles trouxe-

national Children Heart Foundation (ICHF) - e a Secretaria

ram um time completo de profissionais para atuar em

de Estado da Saúde (Sesau), realizou o programa Coração

Maceió. Além de operar as crianças, o projeto também

Feliz (Happy Heart Program), beneficiando 20 crianças

teve o objetivo de sensibilizar outros profissionais no in-

com cirurgias cardíacas.

tuito de contribuírem com a iniciativa", destacou José

Para isso, uma equipe formada por 22 profissionais

Wanderley.

americanos esteve em Maceió realizando os procedimen-

De acordo com ele, a cada mil crianças nascidas vivas,

tos médicos em crianças que estavam na lista de espera

entre sete e dez possuem algum tipo de cardiopatia con-

pela cirurgia. Os procedimentos aconteceram, gratuita-

gênita. Dos cerca de 400 a 600 novos casos surgidos em

mente, na Santa Casa de Maceió.

Alagoas a cada ano, 1/3 se configuram em cardiopatia

Essa foi a primeira vez que o Brasil foi contemplado com

simples e, em aproximadamente 2/3 desse total, é neces-

o projeto, sendo o Estado de Alagoas e a Santa Casa de Ma-

sário que haja algum tipo de intervenção, sendo que, nes-

ceió os escolhidos pela equipe da ICHF para beneficiar as

ses casos, 15% das crianças devem passar por procedi-

crianças que sofrem de algum tipo de cardiopatia.

mento cirúrgico nos primeiros meses de vida.

Criança de El Salvador foi operada em Maceió pela equipe liderada por William Novick (C) e Wanderley Neto (D)

24

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br


Projeto pioneiro no Brasil beneficiou 20 crianças que aguardavam na fila de espera do SUS A equipe, liderada pelo diretor-médico da ICHF, o cirurgião americano Willian Novick, deve voltar ao Estado

que o procedimento fosse realizado. Sarinha foi a única que veio para o Brasil.

para realizar cirurgias no início de 2011, beneficiando,

"Foram 40 crianças. Nós viemos para o Brasil e as

assim, ainda mais crianças que sofrem de alguma cardio-

outras foram distribuídas em países como México, Uru-

patia.

guai, Espanha, Guatemala, Cuba e Coreia. A volta para

A Fundação Internacional de Crianças Cardiopatas percorre mais de 15 países anualmente, realizando cirurgias gratuitas. Antes de chegarem a Maceió, por exemplo, os profissionais levaram o projeto à Sibéria.

El Salvador só vai depender da recuperação dela", diz a mãe. Apesar de reclamar um pouco da dor proveniente da cirurgia, Sarinha não esconde o sorriso por saber que, a

A pequena Sara Abigail, de 7 anos, foi uma das crian-

partir de agora, vai poder ter uma vida melhor.

ças beneficiadas pelo programa Coração Feliz. Natural de

Outro beneficiado pelo projeto foi o pequeno

El Salvador, ela veio para Maceió, juntamente com a mãe,

Aleksander Silva, de apenas quatro meses. Os pais, a ven-

Sara Ester, e passou por uma cirurgia cardíaca, esperada

dedora Edjane Maria, de 32 anos, e o técnico em eletrô-

há quatro anos.

nica Fábio de Mendonça Rego, 30, não conseguiam

De acordo com Sara Ester, a doença cardíaca deixava

esconder o nervosismo momentos antes de o filho entrar

Sarinha com dificuldades para respirar. "Agora já dá para

para a sala de cirurgia da Santa Casa de Maceió. Apesar

ver a melhora", destaca a mãe. Segundo ela, 40 crianças

da ansiedade, a expectativa era a melhor possível.

em El Salvador que sofriam de algum tipo de cardiopatia foram selecionadas e encaminhadas a outros países para

"Estamos nervosos, mas confiantes de que tudo dará certo", afirmou Edjane.

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

25


Criança nigeriana marcou a vida do americano William Novick O fundador e diretor-médico da International Chil-

velmente não passaria de dez anos.

dren's Heart Foundation (ICHF), William Novick, cres-

"Para a minha surpresa, a família foi extrema-

ceu em Pell City, Alabama, numa família que cultivava

mente positiva e me agradeceu profusamente pelo

conceitos humanistas. Seu pai foi defensor do Movi-

que eu tinha feito. A menina iria morrer dentro de

mento dos Direitos Civis, entrando em atrito, inclusive,

dez anos. Como poderiam ser gratos a mim? Eu per-

com a Ku Klux Klan.

di. Naquela noite, eu perdi. Comecei a ter pesadelos

"Tivemos uma cruz queimada na frente da casa, e

durante semanas com aquela menina", relembra

o meu pai chegou a receber

Novick.

ameaças de morte. Tudo isso

O que mais incomodava o

teve importância na minha for-

médico era que, se a criança

mação. Eu tinha idade suficien-

tivesse sido corretamente diag-

te para saber o que estava a-

nosticada e tratada na idade a-

contecendo e ter orgulho do

dequada, não seria dada essa

meu pai", conta Novick.

sentença de morte. "Dois cole-

Ainda criança, William No-

gas médicos sugeriram que eu

vick queria ser jogador de fute-

poderia ajudar muitas crianças

bol profissional, entretanto, ao

se levasse os meus conheci-

ingressar na faculdade, amigos

mentos para algum país do Ter-

e mestres sempre afirmaram

ceiro Mundo", conta Novick,

que o seu futuro estaria na Medicina. Ao fazer parte do pro-

cuja primeira viagem foi para a William Novick

grama cardíaco do dr. Kirklin,

Colômbia, em 1991. "Nunca mais tive outro pesadelo".

Novick deu o primeiro e decisivo passo em direção à cirurgia cardíaca.

A partir de então, diversas viagens se sucederam até a fundação da International Children's Heart

Durante a residência, Novick viu inúmeras crian-

Foundation, em 1994. Novick ganhou a companhia de

ças de países do Terceiro Mundo necessitando de ci-

outros profissionais. As viagens passaram a ter o sen-

rurgia de reparação do coração, entretanto, uma me-

tido também de intercâmbio, com o grupo levando e-

nina de 12 anos, da Nigéria, afetou seriamente a sen-

quipamentos e materiais para doação, passando a re-

sibilidade do jovem médico. Ela possuía um defeito

ceber apoio financeiro. Hoje salvam vidas de crianças

congênito de difícil solução.

em todo o mundo.

A cirurgia foi realizada. A criança se sentiu feliz e a família também, mas o que atingiu em cheio o cirur-

SOBRE A ICHF

gião foi a reação da família ao diagnóstico. "Vocês

Uma a cada cem crianças nascidas no mundo em

vieram aqui à espera de um Cadillac e receberam um

desenvolvimento nunca verá o seu primeiro aniversá-

Yugo", disse Novick, acrescentando que não sabia por

rio por causa de doença cardíaca congênita. Seus pais

quanto tempo o "reparo" funcionaria, mas que prova-

vão lamentar a perda.

Revista da Santa Casa de Maceió

26

www.santacasademaceio.com.br


Café da manhã reúne no Hotel Jatiúca médicos e membros da Irmandade da Santa Casa de Maceió

IRMANDADE

Humberto Gomes de Melo faz balanço e homenagens

C

olaboradores e membros da irmandade partici-

Durante o evento, Humberto Gomes de Melo fez

param de um café da manhã de confraterniza-

um balanço do número de atendimentos realizados em

ção na Santa Casa de Maceió. Na ocasião, o

cada especialidade. Em 2009 foram realizados 16,7 mil

provedor Humberto Gomes de Melo fez uma breve a-

cirurgias, 57,6 mil exames radiológicos, 78,8 mil aplica-

presentação das conquistas alcançadas pelo hospital

ções de radioterapia e 14 mil consultas cardiológicas.

nos últimos meses e do número de procedimentos rea-

Ele também destacou o fato de a Maternidade Nos-

lizados, o que faz com que a Santa Casa de Maceió seja

sa Senhora da Guia, recentemente inaugurada, ser a

o hospital que mais interna pacientes pelo Sistema Úni-

que realiza o maior número de atendimentos a partu-

co de Saúde (SUS) em Alagoas; é também uma das em-

rientes no Estado. “A Nossa Senhora da Guia é motivo

presas que mais empregam no Estado.

de orgulho para Alagoas”, destacou.

“É uma alegria recebê-los aqui, nesse momento

O provedor ressaltou também o fato de a Santa Ca-

de confraternização. Temos muito o que comemorar,

sa ser uma das empresas com mais postos de trabalho

pois somos o primeiro hospital do Norte/Nordeste a

no Estado. Entre 2009 e 2010 foram 170 novas vagas

conquistar o selo de Acreditação, o que mostra a qua-

de emprego preenchidas, sendo que, desde 2007, mais

lidade dos serviços oferecidos e realizados”, afirmou

de 400 pessoas foram empregadas. A Santa Casa conta

o provedor, lembrando que, em todo o País, apenas

hoje com o trabalho de 1.858 colaboradores, 400 mé-

132 hospitais possuem o selo.

dicos e 152 funcionários terceirizados.

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

27


Humberto Gomes discursa

Sílvio Melo e Gilvanete Pereira

Tereza Tenório e Jorge Acioly

Marcos Davi e Andrea Albuquerque Rosinete Mendonça e Elizete Gomes Wanderley, Martiniano e Humberto

Evento ocorreu no Hotel Jatiúca

Cícera: 50 anos dedicados à empresa Paulo de Lira e Severino Moura

Provedor homenageia setores que se destacaram em auditoria da qualidade Uma das conquistas mais recentes do hospital foi o Selo

de Enfermagem;Andréa Albuquerque, médica da Oncologia

de Acreditação, que faz com que a Santa Casa torne-se refe-

Ambulatorial; Severino Moura, gerente de Suprimentos;

rência entre os hospitais do País. Para este ano de 2010, o

Elizete Gomes, coordenadora de Farmácia, e o médico

objetivo é alcançar a Acreditação Plena e, em 2011, a Acre-

Dagmar Vaz, do setor de Nefrologia.

ditação por Excelência para, a partir daí, buscar a Acreditação Internacional, a qual poucos hospitais no mundo possuem. O café da manhã também foi marcado por homenagens. Os setores que apresentaram os melhores desempe-

A colaboradora Cícera Maria da Conceição, que dedicou 53 anos da sua vida à Santa Casa de Maceió e que hoje está aposentada, teve o trabalho reconhecido e recebeu um fogão de presente.

nhos na 1ª Auditoria de Manutenção do Certificado de A-

“Eu quero agradecer a todos os médicos e dizer que eles

creditação, da Organização Nacional de Acreditação (ONA),

são uma família para mim.A Santa Casa era um lugar que me

foram homenageados durante o evento.

fazia muito bem”, disse Cícera emocionada.

Receberam a homenagem Gilvanete Pereira, do setor

Representantes do Banco do Brasil marcaram presença

de Gestão de Pessoas; o médico Mário Martiniano, da UTI

no evento e apresentaram um plano de previdência privada,

Cardíaca/Coronariana; Jorge Acioly de Melo, coordenador

elaborado para os colaboradores da Santa Casa.

Revista da Santa Casa de Maceió

28

www.santacasademaceio.com.br


Na assinatura do convênio, o médico François Oliveira, Daniela Borba (BrasilPrev), Indra Acioli (BB/AL), o provedor Humberto Gomes de Melo, Alfeu Freitas (BB/AL), Nildo Ribeiro (BB/RJ) e o gerente de Gestão de Pessoas, Sílvio Melo: médicos e colaboradores terão aposentadoria complementar

PREVIDÊNCIA PRIVADA

Santa Casa e BrasilPrev firmam convênio A Santa Casa de Misericórdia de Maceió firmou con-

O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) permite

vênio com a BrasilPrev - empresa do grupo Banco do

que o participante defina o tipo de contribuição para

Brasil - que facilitará o acesso de médicos e colaborado-

desconto em folha. Também é possível resgatar os de-

res a planos de previdência suplementar em condições

pósitos após a carência de seis meses.

melhores do que as praticadas no mercado.

Conforme analisa o gerente Nildo Ribeiro Neto, da

Na assinatura do convênio, o provedor Humberto

Superintendência Comercial do Banco do Brasil, a esta-

Gomes de Melo frisou a importância desta iniciativa pa-

bilidade econômica, o controle da inflação, o aumento

ra os profissionais da Santa Casa de Maceió, permitindo

da renda vem incentivando o brasileiro a pensar no fu-

que todos possam planejar sua aposentadoria e ganhar

turo. Já para Alfeu Freitas, da Agência Empresarial Ala-

algo mais além do da Previdência Social.

goas do Banco do Brasil, tão importante quanto plane-

“Este convênio é mais um investimento em benefí-

jar a aposentadoria é confiar seus recursos a uma insti-

cio de nossos colaboradores”, acrescentou o gerente de

tuição sólida e com credibilidade. “O Banco do Brasil

Pessoas, Sílvio Melo.

possui 200 anos de solidez”.

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

29


PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA MÉDICOS E COLABORADORES DA SANTA CASA DE MACEIÓ Produto: Plano Gerador de Benefício Livre Taxa de Carregamento*: 0% (Média do mercado: 5%) Taxa de Administração**: 1,5% (Média do mercado: 3,5%) Valor da contribuição mensal: definida pelo cliente Valor da aposentadoria: A simulação faz uma projeção do valor a ser recebido, que pode ser maior ou menor Outras vantagens: os depósitos são impenhoráveis e não podem ser incluídos em inventários. O titular do plano pode indicar qualquer pessoa como beneficiário para receber a pensão após sua morte. Os depósitos podem ser sacados a qualquer tempo, após seis meses de carência. (*) Mensal sobre cada contribuição (**) Anual sobre o depósito

Médicos e colaboradores terão acesso a plano de aposentadoria complementar O acordo firmado entre a Santa Casa de Maceió e a

da será descontado.

BrasilPrev traz duas importantes vantagens para os mé-

“Outra vantagem é a taxa de administração, que

dicos e colaboradores da Santa Casa de Maceió. Con-

para os profissionais da Santa Casa será de 1,5%. Essa

forme antecipou a consultora da BrasilPrev, Daniela

taxa é descontada uma vez por ano do total deposita-

Borba, a taxa de carregamento será zero. “Essa taxa é

do”, detalha Daniela Borba. A média do mercado é de

descontada da contribuição depositada no plano”, ex-

3,5%. Ela informou ainda que uma equipe de consulto-

plicou. A taxa de carregamento média praticada pelo

res estará de plantão na Santa Casa para dar maiores

mercado é de 5%. Ou seja, a cada 100 reais deposita-

esclarecimentos e fazer simultações. Ela diz, entretanto,

dos, 5 reais ficam com o banco e apenas 95 reais ficam

que as simulações apenas fazem uma projeção de

na conta. (ver mais no box). No caso da Santa Casa, na-

quanto o cliente poderá receber no futuro.

Revista da Santa Casa de Maceió

30

www.santacasademaceio.com.br


“BOMBA-RELÓGIO”

Pedra na vesícula traz risco de morte a pacientes

R

esponda rápido: o que acontece quando a saída de ar da panela de pressão é obstruída? A res-

posta, claro, é o aumento de pressão. Aumento

este, que pode levar até mesmo ao ponto de explosão. Guardadas as devidas proporções, é mais ou menos isso o que ocorre quando cálculos (pedras) obstruem a vesícula biliar, impedindo que a biles siga para iniciar o processo digestivo. "O rompimento da vesícula biliar assemelha-se ao apendicite, pondo o paciente em risco de morte devido à possibilidade de infecção generalizada”, explicou o cirurgião da Santa Casa de Maceió, Renato Rezende.

muitas vezes de forma até mesmo assintomática.

A vesícula biliar é um órgão auxiliar do fígado. Fun-

“Há médicos que preferem aguardar que o cálculo se

ciona como um armazém que libera a biles quando há a-

manifeste de forma mais visível. Eu e muitos colegas de-

limentos no estômago. Acabou a

fendemos que é melhor realizar a

digestão, a vesícula volta a armaze-

intervenção cirúrgica assim que for

nar a bile.

diagnosticado o cálculo. Trata-se de

Os cálculos começam a se for-

uma bomba-relógio com prazo para

mar quando a vesícula não conse-

explodir. É arriscado esperar sua e-

gue liberar todo estoque de biles

volução”, alerta o cirurgião Renato

regularmente. A biles é uma subs-

Rezende.

tância cuja composição inclui coles-

Apesar de existirem medica-

terol e cálcio. Esses resíduos que se

mentos e tratamentos que tentam

depositam nos dutos que levam até

minimizar os sintomas provocados

a vesícula são a grande preocupa-

pelo cálculo vesicular, o melhor tra-

ção dos médicos.

Cirurgião Renato Rezende

tamento ainda é a intervenção cirúrgica. No procedimento, a vesícula

“Pense numa piscina sem manutenção. Com o passar do tempo, os resíduos mais pe-

é simplesmente retirada, assim como ocorre quando

sados se depositam no fundo”, comparou Rezende.

ocorre a inflamação do apêndice.

A literatura médica indica que as mulheres são as

Questionado sobre a ausência da vesícula para o

mais efetadas pelo problema na proporção de um ho-

organismo, Renato Rezende explica que outros órgãos

mem para cada três mulheres. Cerca de 15% da popula-

passam a cumprir esta função entre o fígado e o estô-

ção desenvolve cálculo na vesícula ao longo da vida,

mago.

31



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.