Sumário 4 5 6 8 10 11 12 13 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Rim Santa Casa financia exame para transplante
Lombalgia Ortopedista alerta para causas das dores lombares
Instituto da Mulher Bebês passam por bateria de exames ao nascer
Dr. Humberto Gomes de Melo
Planejamento familiar
Provedor
Especialista esclarece dúvidas sobre vasectomia
Campanha
Dr. Artur Gomes Neto Diretor-médico
Parceria realiza exames de glaucoma em empresas
Dr. Paulo de Lira Diretor administrativo/financeiro
Prática médica “Medicina de ponta é ter um diagnóstico munido apenas de caneta, papel e raciocínio”
Mulheres
Benedito de Lira
Salto acima de 4 cm pode provocar varizes
Douglas Apratto Tenório
Estômago
Duílio Marsiglia
Hábito saudável é o melhor “remédio” para evitar câncer
Euclides Ferreira de Lima
Endometriose
Giovani A. C. Albuquerque
Doença é amiga inseparável da menstruação para 10% das mulheres
João Augusto Sobrinho
Tecnologia
José Macário Barbosa
Santa Casa de Maceió investe em tecnologia 3D para tratar arritmias
José Peixoto dos Santos Marcos Davi Lemos de Melo
Você sabia? Jovens também podem sofrer de osteoporose
Monsenhor Pedro T. Cavalcante Mesa Administrativa
Ano do Idoso Simpósio interdisciplinar discute paciente idoso cirúrgico
Antonio Noya
Um olhar para o idoso Santa Casa de Maceió comemora 159 anos
Assessor de comunicação 44 MTE/AL
Voluntariado
Theodomiro Jr.
Operação Sorriso e Santa Casa realizam 70 cirurgias
Jornalista 535 MTE/AL
Perigo! Automedicação pode esconder sintomas e agravar doenças
Sílvio Romero Fotografia e arquivo
Datasus Santa Casa lidera ranking de hospitais que mais internam pacientes pelo SUS
Iniciativa Profissionais falam sobre Alzheimer em shopping
Revista produzida pela Assessoria de Comunicação da Santa Casa de Misericórdia de Maceió
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
3
RIM
Santa Casa financia exame para transplante
A
Santa Casa de Maceió vem viabilizan-
rada de média complexidade, dura em torno de
do a realização de transplantes de rim
três horas e tem recuperação considerada tran-
ao financiar os exames de imagem ne-
quila. No caso do doador, ele recebe alta do
cessários à realização do procedimento cirúrgi-
hospital no quarto dia após o procedimento ci-
co e que não são feitos pelo Sistema Único de
rúrgico, podendo voltar à rotina de trabalho
Saúde (SUS). A iniciativa também prevê a reali-
dentro de três meses. Já o receptor passa a levar
zação de, no mínimo, dois transplantes por mês.
uma vida normal somente após um ano.
“A Santa Casa vem assumindo os exames
"Depois do transplante, o outro rim substi-
que o SUS não custeia", explica o médico nefro-
tui as funções do órgão que foi retirado. No
logista e coordenador da Área de Transplante
caso dos receptores, a grande diferença na vida
Renal da Santa Casa de Maceió, Arnon Farias
deles é não ficar mais dependente de uma má-
Campos, enfatizando que a demora para a rea-
quina três vezes por semana, e isso significa
lização de todos os exames pré-transplante,
qualidade de vida", destaca Arnon Farias.
muitas vezes, acaba fazendo com que o doador
Cerca de cinco anos após a realização do
desista do procedimento e, consequentemente,
transplante, 90% dos enxertos estão funcionan-
o receptor continue dependente da máquina de
tes e 10% retornam ao programa de diálise.
hemodiálise.
"Isso acontece porque não existe uma compati-
"Quando os exames demoram muito, o
bilidade de 100%, já que uma pessoa não é
doador vai embora. Muitas vezes acontece de
igual à outra. Por outro lado, entre 70% e 80%
ele passar quase um ano à espera do exame e,
dos transplantados levam uma vida normal por
por conta da demora, ter que refazer alguns
10, 15, 20 anos ou mais", ressalta o médico.
exames que já tinham sido feitos. A Santa Casa
A área de transplante renal da Santa Casa
também montou uma política para a realização
de Maceió é formada por profissionais das
de, pelo menos, dois transplantes por mês e,
áreas clínica e cirúrgica. Fazem parte os médi-
desde o mês de março, isso vem sendo cumpri-
cos nefrologistas Arnon Farias Campos, Sandra
do", destaca o médico.
Azevedo Antunes e Rodrigo Peixoto Campos; os
Todos os portadores de doenças renais crô-
urologistas Willian Rogério Melo Monteiro, Má-
nicas são potenciais receptores de órgãos. Já no
rio Ronalsa Brandão Filho - coordenador cirúr-
caso dos doadores, eles podem ser cadáveres
gico - e Alexandre Henrique Figueiroa; e os ci-
ou vivos, sendo que, nos dois casos, é necessá-
rurgiões vaculares Jubrant Petruceli, Ronaldo
rio compatibilidade com o receptor do órgão.
Nardão Mendes e Pedro Fernandes do Nasci-
A cirurgia de transplante de rim é conside-
4
mento.
LOMBALGIA
Ortopedista alerta para causas das dores lombares
D
ores lombares são mais comuns do que se possa imaginar. Elas podem ser causadas por uma
série de fatores, tais como maus hábitos postu-
rais e ausência de atividades físicas adequadas. Há ca-
sos em que a dor acompanha a pessoa pelo resto da vida, a menos que ocorra alguma intervenção cirúrgica. O médico ortopedista da Santa Casa de Maceió Francisco Américo explica que existem três tipos de lombalgias: a aguda, quando a dor persiste por um curto período - menos de um mês; a subaguda, quando a dor dura cerca de três meses; e a crônica, que faz o maior número de vítimas e cujo período da dor passa dos seis meses, sendo que a pessoa carrega a doença pelo resto da vida. O médico alerta para os perigos que os calçados fe-
Ortopedista Francisco Américo
mininos podem acarretar para a coluna. "Os saltos dos calçados das mulheres não devem exceder os seis centí-
ta para que ele identifique o problema e receite a medi-
metros, sendo que os saltos agulhas são os mais agres-
cação correta para o caso.
sivos e perigosos e por isso é importante evitar o uso Francisco Américo. Ele também enfatiza que nem toda dor nas costas se caracteriza como dor lombar, mas ressalta que a grande vilã dos trabalhadores é, de fato, a lombalgia. "A dor lombar é a maior causa de afastamento do trabalho", diz. Segundo o médico, cirurgias na região lombar só são indicadas quando todas as medidas conservadoras de
“
A grande vilã do trabalhador é a dor lombar. Trata-se da maior causa de afastamento do trabalho
“
frequente", destaca o ortopedista
tratamento fracassam. "Em menos de
CARACTERÍSTICAS A dor lombar se caracteriza por uma rigidez na região baixa das costas. Na maioria das vezes, ela é causada quando um músculo das costas é estirado ou submetido a tração. A dor pode ser causada por vários motivos, como levantar um objeto pesado ou permanecer sentado ou em pé por muito tempo. Problemas de saúde, como artrite, também podem causar dor nas costas. Cerca de três a cada quatro adultos
um ano, não seria ideal recorrer à cirurgia", destacou. Em caso de dor na região lombar, é importante também não se automedicar e procurar o médico ortopedis-
vão ter dor nas costas durante suas vidas, e esses números podem subir devido ao aumento da expectativa de vida e, consequentemente, do número de idosos.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
5
Bebês passam por bateria de exa
Q
uem disse que exames, punções e mais exames
escore chamado pelos médicos de APGAR.
são rotina apenas de homens e mulheres que
Em seguida, os pediatras dão prosseguimento ao
chegaram à melhor idade? Desde os primeiros
exame físico, analisando os sistemas circulatório, urinário
minutos de vida, o recém-nascido enfrenta uma bateria
e respiratório do bebê, dentre outros. É com base no
de exames, que muitos pais e mães sequer percebem.
APGAR e no exame morfológico que os pediatras defi-
Entre o primeiro e o quinto minuto de vida, os pedia-
nem se o recém-nascido irá para o alojamento com a par-
tras do Instituto da Mulher realizam uma série de obser-
turiente ou se precisará passar um tempo aos cuidados
vações sobre a condição de nascimento do bebê, obser-
da UTI neonatal.
vando itens como choro, reações a estímulos etc. Cada
Já devidamente instalada no apartamento, a criança
avaliação é transformada em uma nota, que define um
passa ainda por três exames: os testes do pezinho, da
Revista da Santa Casa de Maceió
6
www.santacasademaceio.com.br
ames ao nascer
orelhinha e do olhinho; este último chamado de “refle-
dade da Santa Casa de Maceió.
xo vermelho”. Todos são fundamentais para que os mé-
O exame mais emblemático - e também importante -
dicos identifiquem doenças congênitas e iniciem o trata-
é o teste do pezinho. Realizado entre o terceiro e o décimo
mento de acordo com a patologia.
dia após o parto, o exame consiste na retirada de sangue
O teste da orelhinha é realizado no segundo dia
com uma rápida punção na planta do pé. O teste identifi-
após o parto e visa identificar eventuais patologias do
ca doenças congênitas metabólicas, como hipotireoidismo,
sistema auditivo. “Esse exame permite o tratamento pre-
doenças hormonais, dentre outras. Por fim, o teste do olhi-
coce de doenças que produzem impacto nos desenvolvi-
nho permite diagnosticar algumas doenças oculares. O
mentos da cognição e intelectual da criança”, disse a
Instituto da Mulher atende entre 100 e 120 crianças/mês
pediatra Ana Carla Brandão, do Instituto da Mulher, uni-
e está localizado na Santa Casa de Maceió.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
7
PLANEJAMENTO FAMILIAR
Especialista esclarece dúvidas sobre vasectomia
U
m trabalho realizado por pesquisadores da Uni-
E mais: 35,8% optaram pela vasectomia por estarem
versidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto
satisfeitos com o número de filhos, 33,7% por problemas
trouxe alguns dados bastante reveladores sobre
de saúde na parceira e 16,8% por estarem com dificulda-
a vasectomia no Brasil. Segundo o estudo, 60% dos
des financeiras para manter os filhos. O estudo revelou
pacientes que procuram a vasectomia são casados, 40%
ainda que 74,7% tinham um bom relacionamento conju-
têm união estável e 40% usam o preservativo masculino
gal e 5,3% enfrentavam problemas no relacionamento,
como método anticoncepcional exclusivo.
sendo considerado ruim.
Revista da Santa Casa de Maceió
8
www.santacasademaceio.com.br
O curioso é que cerca de 18,9% dos pacientes que procuraram o método não estavam aptos para tal procedimento. Idade menor que 25 anos, relacionamento instável e ausência de filhos são os principais impedimentos previstos em lei. “Em meu consultório, de cada dez clientes, sete não estão aptos para realizar a vasectomia”, revela o urologista da Santa Casa de Maceió, William Rogério Monteiro. Em entrevista ao Santa Casa Informe, o especialista esclareceu algumas das principais dúvidas sobre vasectomia. O que é vasectomia? Vasectomia é a cirurgia para a esterilização masculina. Em resumo, é a versão masculina da laqueadura. Urologista William Rogério Monteiro
Como é feita a cirurgia? A cirurgia é realizada no consultório médico, sob anestesia local. Através de uma pequena incisão na pele
sob anestesia troncular, com a utilização de material de
do saco escrotal é identificado o canal por onde os esper-
microcirurgia.
matozóides caminham desde o testículo até a uretra. Nes-
Quem pode fazer a vasectomia?
te local é feito a ligadura ou corte desses canais e amar-
De acordo com a lei 9.263, publicada no Diário Oficial
radas as pontas. Depois, a pele é fechada com um ou dois
da União em agosto de 1997, sobre a regulamentação do
pontos de fio absorvível. É solicitado repouso sexual por
planejamento familiar, a vasectomia é indicada para ho-
sete dias e deve ser realizado um exame do líquido semi-
mens acima de 25 anos ou, pelo menos, com dois filhos
nal após 60 dias para averiguar o sucesso da cirurgia.
vivos, ou nos casos onde a gravidez da cônjuge poderá
A vasectomia oferece algum risco ao pa-
gerar risco de vida. Os homens devem eleger a vasectomia como um procedimento definitivo, apesar de sabermos
ciente? Como um procedimento cirúrgico, oferece os mesmos
que existe a possibilidade de reversão. O homem deve es-
riscos que, por exemplo, a extração de um dente. Compli-
tar seguro da sua decisão e, principalmente, feliz com o
cações como hematoma, inflamação do testículo e infec-
relacionamento conjugal.
ção são raras. Em geral, o pós-operatório é bastante tranquilo. Alguns pacientes relatam uma leve sensibilidade
Após a vasectomia, o homem pode se relacionar sexualmente normalmente?
nos testículos durante alguns dias.
Sem dúvida. Esse, por sinal, é um dos grandes tabus
A vasectomia é reversível?
que impede a realização de um número ainda maior de
A vasectomia é reversível sim, porém a taxa de suces-
vasectomias em nosso meio. O corte do canal deferente
so da cirurgia de reversão pode variar muito, dependendo
apenas impede a chegada dos espermatozóides na uretra,
do caso. Caso o homem tenha se submetido à vasectomia
fazendo com que ele fique retido dentro do testículo. O
há mais de cinco anos, a chance de sucesso com a rever-
líquido seminal, produzido na próstata e na vesícula semi-
são é bem menor do que se ele tivesse sido submetido há
nal, continua sendo eliminado normalmente, durante a
dois anos. Outro ponto é que a cirurgia de reversão é mui-
ejaculação. O volume ejaculado continua o mesmo, ape-
to mais delicada e deve ser realizada em nível hospitalar,
nas não está presente o espermatozóide.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
9
CAMPANHA
Parceria realiza exames de glaucoma em empresas
A
Santa Casa de Maceió e o Instituto de Olhos de Maceió (IOM) firmaram parceria para combater
um mal que atinge mais de um um milhão de
brasileiros: o glaucoma. Uma equipe do IOM instalou um consultório móvel no complexo hospitalar da Santa Casa de Maceió realizando gratuitamente “testes de risco” da doença e medida da pressão ocular. O público-alvo são médicos, colaboradores e parceiros da instituição. O glaucoma é uma doença silenciosa, que se desenvolve lentamente, sem que o paciente a perceba, caracterizada por lesão progressiva do nervo óptico, órgão responsável por transmitir estímulos luminosos ao cérebro. O
Profissionais da Santa Casa realizam exame
glaucoma causa alteração progressiva do campo visual, culminando com a cegueira irreversível caso não seja
base na literatura internacional, a prevalência de glauco-
diagnosticado e tratado em tempo hábil.
ma primário de ângulo aberto foi referida como sendo de
De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia
1,86% na população acima de 40 anos. No Brasil, por-
(CBO), o tipo mais comum da doença é o glaucoma pri-
tanto, pode-se estimar que existam 1.216.608 portadores
mário de ângulo aberto, considerado pela Organização
de glaucoma primário de ângulo aberto.
Mundial da Saúde (OMS) como a segunda causa mais fre-
De etiologia desconhecida, o glaucoma possui vários fatores de risco para que seja desenvolvido, sendo o mais
quente de cegueira irreversível em todo o mundo. Hoje, estima-se que existam três milhões de casos
frequente deles o aumento da pressão intraocular.
de cegueira irreversível causada por glaucoma e mais de
Outros grupos de risco têm maior propensão de de-
cem milhões de pessoas com aumento da pressão in-
senvolver a doença, além das pessoas com pressão in-
traocular em todo o mundo. A cada ano surgem 2,4 mi-
traocular anormalmente elevada: indivíduos com mais de
lhões de novos casos de glaucoma primário de ângulo
40 anos, com história familiar da doença, com descen-
aberto no Planeta.
dência africana ou asiática, diabéticas, míopes, que façam
Além dos testes, os médicos orientarão os colaboradores sobre os riscos da doença. O alerta é dirigido às pessoas com histórico familiar e com idade acima de 40
uso prolongado de esteróides (corticóides) ou que possuam lesões oculares anteriores. Os descendentes africanos têm de duas a quatro vezes mais chances de desenvolver o glaucoma primário
anos. Apesar da carência de dados epidemiológicos sobre o glaucoma no Brasil, mas se buscando estimativas com
de ângulo aberto do que outros indivíduos, daí a importância de ações educacionais sobre a doença.
Revista da Santa Casa de Maceió
10
www.santacasademaceio.com.br
PRÁTICA MÉDICA
“Medicina de ponta é ter um diagnóstico munido apenas de caneta, papel e raciocínio”
C
erto homem de meia idade procura um médico reclamando de fraqueza e tonturas. Pede um re-
médio forte para passar o mal-estar. O médico,
um dos melhores da região, faz algumas perguntas e sentencia: "O senhor não precisa de medicamento, mas de algo que tenho em meu quintal: beterraba". O velho médico recomendou apenas que o paciente se alimentasse melhor, já que ele estava anêmico. O relato acima se passou na Grécia, em 430 a.C.. O médico era ninguém menos que Hipócrates, o pai da Medicina. Passados quase 2500 anos, a Medicina deu saltos imensos em direção ao futuro, porém, apesar disso,
Médico Hélvio Chagas Ferro: desnutrição preocupa
muitos médicos têm esquecido algumas premissas da tes, na Grécia, particularmente no tocante à nutrição. "Mui-
prática médica e privilegiado apenas a tecnologia. Uma dessas premissas, conforme lembra o médico Hél-
tos pacientes, por exemplo, são encaminhados para cirur-
vio Chagas Ferro, é ouvir o paciente e dar atenção aos seus
gia sem que o médico avalie o quadro nutricional e não
relatos, aos seus sintomas e ao próprio contexto de vida em que vive. "Medidar um diagnóstico preciso munido apenas de caneta, papel, carimbo e raciocínio.A alta complexidade e a tecnologia de ponta não estão nos caros equipamentos produzidos pela ciência, mas no médico", disse Ferro, que coordena a equipe de Terapia Nutri-
“
Mais da metade dos pacientes do SUS estavam desnutridos, revelou pesquisa realizada com 5 mil pacientes
cional da Santa Casa de Maceió, formada por nutricionista, enfermeira,
“
cina de ponta é o médico conseguir
estamos falando apenas de pacientes de baixa renda. A rotina frenética e a má alimentação (leia-se coxinhas, refrigerantes, doces etc.) têm levado muitos pacientes, com alto poder aquisitivo, a apresentarem quadro de desnutrição. Nessa condição, o paciente demora mais a se recuperar e tem mais riscos", alertou Hélvio Ferro, destacando a importância da terapia nutricional e lembrando uma pesquisa realizada em 2000 envolvendo cinco
mil pacientes e 23 centros de referência - dentre eles, a
farmacêutico e agora por um fonoaudiólogo. Helvio Ferro afirma que, apesar de toda a tecnologia, muitos médicos ignoram o exemplo deixado por Hipócra-
Santa Casa de Maceió. Segundo o estudo, cerca de 51% dos pacientes internados pelo SUS estavam desnutridos.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
11
MULHERES
Salto acima de 4 cm pode provocar varizes
A
recepcionista Amanda Pacheco chega a ficar em
familiares. A opinião é do angiologista e cirurgião da
pé, imóvel, por duas, três ou até quatro horas
Santa Casa de Maceió, François de Oliveira. “Não reco-
nos eventos onde trabalha. Ao final do dia, em
mendo saltos acima de quatro centímetros, calçados sem
grandes congressos, pode chegar à marca de oito horas
salto, roupas apertadas ou permanecer imóvel em pé ou
intercaladas. Tudo isso em cima de saltos que desafiam
sentado por muito tempo”, alerta.
a gravidade e põem em risco o sistema circulatório dos
O conhecimento de François de Oliveira, um dos mais
membros inferiores (leia-se pernas, pés, dedos e por aí
renomados e antigos angiologistas em atividade em
vai). O resultado de tudo isso ao fim do dia: dores, can-
Alagoas, foi confirmado recentemente em um estudo rea-
saço e pernas e pés inchados.
lizado por pesquisadores da Universidade de São Paulto
Amanda e boa parte das mulheres que se equilibram
(USP) em Ribeirão Preto. O cirurgião vascular Wagner
em saltos acima dos quatro centímetros estão sujeitas a
Tedeschi Filho mostrou que o uso de saltos com mais de
problemas venosos, com o surgimento, na maioria dos
3,5 cm pode causar vasos aparentes, varizes, inflamações
casos, de varizes, principalmente se houver antecedentes
nas veias e até trombose. Participaram da pesquisa 30 mulheres. Elas foram avaliadas por meio de um exame de pletismografia a ar, que registra a quantidade de sangue venoso nas panturrilhas durante os movimentos. A análise foi feita com todas as mulheres calçando salto de 3,5 cm, salto agulha de 7 cm, salto plataforma de 7 cm e descalças. "Quando elas usaram salto, o volume de sangue venoso na panturrilha foi maior que o normal, o que pode comprometer a circulação". Segundo Tedeschi, a panturrilha é uma espécie de "coração" da perna, que leva todo o sangue dos membros inferiores de volta para o coração. "Se a panturrilha não contrai corretamente, acaba bombeando mal o sangue. Com isso, sobra mais resíduo venoso, o que pode provocar hipertensão venosa nos membros e causar varizes e outras doenças". A média do volume residual venoso normal é de 35%. Com os saltos plataforma e agulha de 7 cm, o volume chegou a 59% e 56%, respectivamente. O salto de 3,5 cm deixou
Angiologista e cirurgião François de Oliveira
49% de volume residual.
Revista da Santa Casa de Maceió
12
www.santacasademaceio.com.br
Salto agulha é um dos mais prejudiciais às mulheres
ESTÔMAGO
Hábito saudável é o melhor “remédio” para evitar câncer
O
câncer de estômago é a segunda maior causa de morte por câncer entre os homens no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer
(Inca), ocorrendo no País 21 mil novos casos por ano, dos quais 12 mil resultam em óbitos. A doença é silenciosa e pode levar de dois a cinco anos para que algum sinal apareça, fator que contribui
para a redução das chances de cura. Quando detectado precocemente, o câncer de estômago possui 98% de possibilidades de cura, percentual que é reduzido para 25% quando a doença já está em estágio avançado. De acordo com o coordenador da Cirurgia Oncológica da Santa Casa de Maceió, médico Robério Melo, as causas da doença estão relacionadas à falta de hábitos
Robério Melo, especialista em cirurgia oncológica
saudáveis, como alimentação balanceada, prática de exercícios físicos, além de fatores genéticos. Há também a
surgir a qualquer momento da vida, sendo mais comum após
bactéria Helicobacter pylori, que infecta o revestimento
os 50 anos", destaca o médico Robério Melo.
mucoso do estômago, podendo favorecer o desenvolvimento da doença.
Ele chama a atenção para o fato de que, ultimamente, três casos da doença, em estágio inicial e intermediário,
"Uma alimentação pobre em vitaminas A e C, carnes e
foram detectados na Santa Casa de Maceió em mulheres
peixes, ou ainda o alto consumo de nitrato, alimentos defu-
com idades abaixo dos 30 anos. Por isso, Robério Melo res-
mados, enlatados e com conservantes e corantes, são fato-
salta a importância de procurar um médico ao apresentar
res de risco para o surgimento desse tipo de câncer. Quando
sintomas como desconforto abdominal, mal-estar e dificul-
a doença é detectada tardiamente, apenas ¼ das pessoas
dades para se alimentar, já que, no estágio inicial, como o
apresentam possibilidades de cura", afirma o médico.
estômago tem uma forma de bolsa, a doença não produz
Para evitar o desenvolvimento da doença e detectar os
sintomas importantes.
casos de câncer de estômago precocemente, o ideal é que
"Com esses sintomas, as pessoas devem fazer a endos-
as pessoas com idade acima de 50 anos sejam submeti-
copia digestiva alta", conta, destacando que o exame pode
das a uma avaliação gastroenterológica e endoscópica
ser realizado na Santa Casa de Maceió, que também aten-
anualmente. Já as pessoas que possuem casos da doença
de pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Sem tratamento, a
na família, o ideal é que o exame comece a ser realizado
lesão evolui para a hemorragia digestiva e para outras com-
mais cedo.
plicações, como fezes escuras, dores abdominais, emagreci-
"A doença se manifesta em homens e mulheres e pode
mento, fraqueza e desnutrição.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
13
ENDOMETRIOSE
Doença é amiga inseparável da menstruação para 10% das mulheres
M
ensalmente, a menstruação chega acompanhada por uma amiga inseparável: a endometriose. O principal sintoma da doença - que atinge 10% das
mulheres em idade reprodutiva - são as insistentes dores na região pélvica, provocadas pela implantação de tecido do endométrio fora do útero. "O endométrio é a camada interna do útero, que é renovada mensalmente pela menstruação. Em algumas mulheres, essas células acabam se depositando fora do útero, no tecido entre a vagina e o reto (septo retovaginal), nas trompas, nos ovários, no intestino terminal, nos ligamentos do útero, na bexiga e na parede da pélvis", explica o ginecologista da Santa Casa de Maceió, Ronaldo Gomes Bernardo. Membro da Sociedade Brasileira de Ginecologia, Ronaldo Bernardo destaca que as dores podem ocorrer antes ou durante o período menstrual, surgindo repentinamente, causando transtornos físico, psíquico e social para a paciente. "O maior problema está na demora em a doença ser diagnosticada. Muitas mulheres têm dificuldade em reconhecer os sintomas da endometriose e já houve casos que levaram seis anos até o diagnóstico definitivo”, lamenta Ronaldo Bernardo. A dor da endometriose pode ser cólica menstrual intensa, dor decorrente da relação sexual ou uma mistura desses sintomas. O exame clínico realizado pelo médico é o meio mais simples de a doença ser diagnosticada, mas pode ser necessário lançar mão da videolaparoscopia - procedimento cirúrgico onde
Revista da Santa Casa de Maceió
14
www.santacasademaceio.com.br
Ginecologista Ronaldo Bernardo: doença acompanha idade reprodutiva das mulheres
uma câmara é inserida na cavidade abdominal através do umbigo, permitindo identificar as lesões e determinar a extensão da doença. Um fragmento de tecido suspeito (biópsia) é retirado para a realização de um exame anatomopatológico, que dará o diagnóstico final. O tratamento vai depender da idade da paciente, da extensão da doença, da severidade dos sintomas, da duração da infertilidade e dos planos reprodutivos do casal. As opções disponíveis incluem observação em pacientes assintomáticos e que não queiram ter filhos, uso de analgésicos para dor moderada, interrupção dos ciclos menstruais com anticoncepcionais, medicamentos que inibem o funcionamento dos ovários e tratamentos cirúrgicos, como a videolaparoscopia, destruindo o tecido endometrial, removendo as lesões e restaurando a anatomia pélvica. Ronaldo Bernardo lamenta apenas o baixo índice de eficiência dos tratamentos. “Apenas em 32% dos casos temos resultados satisfatórios; em 30%, não há alterações e em 38% pode haver alguma piora”. Membro da Sociedade Brasileira de Ginecologia, Ronaldo Bernardo ressalta que, além das dores, a endometriose pode ser acompanhada, em certos grupos de mulheres, por outra amiga indesejada: a infertilidade.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
15
TECNOLOGIA
Santa Casa de Maceió investe em tecnologia 3D para tratar arritmias ma tecnologia futurista, que faz lembrar filmes de
U
sentação exata do coração (através de eletrodos aderidos
ficção científica e permite realizar procedimentos
ao tórax do paciente), mostrando ao médico as estruturas
com grande precisão no tratamento das arritmias
mais delicadas do órgão, como veias, artérias e até mesmo
cardíacas. Chamada de Ensite, a nova ferramenta vem
descargas e impulsos elétricos gerados e transmitidos den-
sendo utilizada na Santa Casa de Maceió, o que faz com
tro do coração.
que a capital alagoana seja a terceira em todo o Norte-
Quando, por algum motivo, esses impulsos elétri-
Nordeste - ficando atrás
cos passam a não
apenas de Salvador e For-
funcionar correta-
taleza - a incorporar a no-
mente, o coração
va tecnologia ao diag-
pode bater mais
nóstico e ao tratamento
rápido ou mais
das doenças do coração.
lento que o nor-
"Por meio do Ensite
mal, caracterizan-
são geradas imagens do
do a presença de
coração em terceira di-
uma arritmia car-
mensão e em tempo
díaca.
real. Funciona como um
Entre os diversos tipos de arritmias car-
sistema de navegação,
díacas que podem ser tratadas com a nova
que cria mapas do cora-
técnica do Ensite, está a fibrilação atrial,
ção, facilitando a locali-
cuja aplicação da nova tecnologia tem
zação de estruturas res-
alcançado resultados satisfatórios.
ponsáveis pela formação
Por se tratar da arritmia cardíaca mais
e pela manutenção de
comum na prática médica, podendo ocorrer
algumas arritmias car-
em até 10% de toda a população idosa,
díacas complexas, tornando possível a realização dos pro-
mas também acometendo jovens com corações normais, a
cedimentos de Ablação por cateter com maior precisão e
fibrilação atrial pode se iniciar com sintomas de palpita-
segurança", afirma o médico cardiologista responsável
ções frequentes, podendo, a médio e longo prazos, causar
pelo serviço de Arritmia e Eletrofisiologia da Santa Casa de
complicações graves, como Acidente Vascular Cerebral
Maceió, Edvaldo Xavier.
(AVC), insuficiência cardíaca ou até mesmo a morte.
O sistema Ensite de mapeamento 3D faz uma repre-
O tratamento da fibrilação atrial com drogas antiarrít-
Revista da Santa Casa de Maceió
16
www.santacasademaceio.com.br
Médico Edvaldo Xavier e o Ensite: imagens do coração em terceira dimensão e em tempo real
micas é, na maioria das vezes, ineficaz, sendo necessária
te longo, com aplicação de energia de radiofrequência
uma intervenção chamada de ablação por radiofrequência
em excesso, aumentando a exposição ao raio X (radios-
para a eliminação do tecido doente, responsável pelo sur-
copia) e, consequentemente, o surgimento de algumas
gimento e pela manutenção da arritmia.
complicações.
A ablação da fibrilação atrial consiste na introdução
Agora, com o Ensite, o médico passa a controlar a
de cateteres dentro do coração, em especial o cateter de
quantidade de lesões ocorridas dentro coração, direcio-
ablação, que tem como objetivo eliminar os circuitos ou
nando com extrema precisão as aplicações de radiofre-
tecido doente entre o átrio esquerdo (cavidade do cora-
quência com o cateter de ablação, já que se trata de um
ção) e as veias pulmonares, realizando uma espécie de
sistema 3D, diminuindo os riscos de complicações do pro-
"cauterização".
cedimento, reduzindo o tempo cirúrgico e aumentando
De acordo com o médico Edvaldo Xavier, antes da nova tecnologia, o tempo de procedimento era bastan-
significativamente o sucesso no tratamento da fibrilação atrial.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
17
VOCÊ SABIA?
Jovens também podem sofrer de osteoporose aracterizada por uma diminuição da massa ós-
C
vançada, história pessoal de fratura prévia, baixo peso
sea e por uma consequente fragilidade dos os-
corporal, sexo feminino, raça branca, história familiar da
sos, a osteoporose é uma doença que acomete
doença, tabagismo atual e sedentarismo.
mais de 200 milhões de mulheres em todo o mundo,
Segundo ela, as fraturas de colo do fêmur são as
estando presente em 17% das que se encontram na pós-
manifestações mais devastadoras da osteoporose, pois
menopausa e em 30% daquelas com mais de 65 anos,
resultam em uma taxa de mortalidade, dentro de um
sendo que, nessa faixa etária, 20% dos homens também
ano, que pode chegar a 20% nos indivíduos com menos
sofrem da doença.
de 70 anos, 30% nos com faixa etária entre 70 e 80 anos
"Existem dois tipos de osteoporose. A primária, que é aquela relacionada à menopausa ou ao envelhecimento, e a secundária, causada por medicações ou condições mórsa óssea, como diabetes, hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, insuficiência renal crônica, cirurgia bariática, doença celíaca, anorexia nervosa, artrite reumatóide e uso de glicocorticóides", explica a médica endocrinologista da Santa Casa de Maceió, Maíra Viégas. Assim, ao contrário do que muitos
A endocrinologista alerta que as ra-
“
diografias só demonstram os sinais de osteoporose quando cerca de 30% a 50%
Doenças como diabetes, anorexia nervosa, obesidade e hipertiroidismo podem provocar osteoporose em jovens
possam pensar, é uma doença que também pode acometer pessoas jovens, po-
“
bidas que predispõem a perda de mas-
e 40% nos de idade superior a 80 anos.
do, assim, o diagnóstico precoce. Porém, a doença pode ser diagnosticada antes do surgimento de fraturas clínicas por meio de métodos não-invasivos, que detectam a densidade mineral óssea, sendo a densitometria óssea o método mais sensível e preciso. "Desse modo existe a possibilidade de intervir com o objetivo de prevenir a ocorrência de fraturas", destaca a médica. Os exa-
rém com menor frequência.
mes laboratoriais também são importan-
A osteoporose é um mal silencioso, que permanece assintomático até o surgimento de fraturas clínicas. As
tes para a exclusão de causas secundárias de osteoporose.
fraturas ósseas são a principal causa da morbidade e
Para evitar a doença, o mais importante é a preven-
mortalidade associadas à osteoporose. A prevalência de
ção da perda de massa óssea e a ocorrência de fraturas,
fraturas de coluna vertebral é de 42% em mulheres em
sendo necessárias algumas medidas, como ingestão ade-
idade avançada ou que tenham massa óssea diminuída
quada de cálcio e vitamina D, prática regular de exercí-
e, geralmente, ocorrem a partir dos 55 anos.
cios físicos, cessação do tabagismo e prevenção dos fato-
Entre os fatores de risco da doença estão idade a-
res de risco para quedas.
Revista da Santa Casa de Maceió
18
da massa óssea já está perdida, impedin-
www.santacasademaceio.com.br
Endocrinologista Maíra Viégas fala sobre os fatores de risco e as formas de prevenção da osteoporose
"Alguns fatores de risco, como os relacionados ao
evitar o uso de tapetes na casa, usar tapetes antiderra-
sexo e à raça, não podem ser modificados, mas podemos
pantes no box do banheiro, afixar corrimão nos corredo-
modificar o sedentarismo e ajudar na cessação do taba-
res e banheiros e fazer uso de bengalas sempre que hou-
gismo, além de estimular a prática de atividades físicas,
ver necessidade”, destaca a endocrinologista.
especialmente em crianças e adolescentes, para que as
No Brasil, as estimativas são de que cerca de dez mi-
pessoas atinjam um maior pico de massa óssea", com-
lhões de pessoas tenham a doença e que, aproximada-
pleta Maíra.
mente, 2,4 milhões venham a sofrer algum tipo de fratu-
“No caso das pessoas idosas, também são necessários alguns cuidados especiais para evitar quedas, como
ra a cada ano. Por isso, a necessidade de prevenção e de tratamento, quando indicado, individualizado.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
19
ANO DO IDOSO
Simpósio interdisciplinar discute paciente idoso cirúrgico
A
tualmente existem, no Brasil, 8,9 milhões de pessoas com mais de 65 anos de idade, representando 5,2% da população total. Nos próximos 25
anos, esse segmento deverá se multiplicar em mais de
150%, atingindo cerca de 22,9 milhões de indivíduos. Já o número de idosos com mais de 80 anos triplicará, saltando de 1,3 milhão atualmente para 4,5 milhões. Com o envelhecimento da população brasileira, instituições como a Santa Casa de Maceió já se preparam para prestar um serviço mais focado nesse público. Por isso, a Gerência de Ensino e Pesquisa - em parceria com a Gerência de Riscos e Assistência Hospitalar e os Serviços de Nutrição, Psicologia, Fisioterapia e Serviço Social - promoveu o I Simpósio de Assistência Multiprofissional ao Paciente Idoso Cirúrgico da Santa Casa de Maceió. O evento ocorreu no Centro de Estudos da Santa Casa de Maceió e reuniu médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, assistentes sociais, fonoterapeutas e outros profissionais da área de saúde interessados no tema. Segundo o pesquisador e professor Mário Jucá, gerente de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Maceió, o principal objetivo do encontro foi discutir as práticas pré, trans e pós operatórias dos pacientes idosos atendidos no centro cirúrgico pelo SUS. A abertura do simpósio contou com a palestra do cirurgião Mário Jucá sobre o tema "Abordagem Pré-operatória: O que Muda no Idoso?" e do geriatra Oswaldo Liberal so-
Revista da Santa Casa de Maceió
20
www.santacasademaceio.com.br
Pesquisador Mário Jucá: simpósio multiprofissional será aberto à comunidade alagoana
bre o impacto do pós-operatório sobre o idoso. Uma mesa-redonda com profissionais de diversas áreas fechou a discussão sobre a importância da abordagem multiprofissional ao paciente idoso cirúrgico. Na programação constaram ainda as palestras “Nutrição: influência das alterações fisiológicas sobre o estado nutricional nos idosos” (com a nutricionista Ana Monique David); “Psicologia: intervenção psicológica ao paciente idoso cirúrgico” (com a psicóloga Rosa Carla de Mendonça Melo Lôbo); “Enfermagem: cuidados de enfermagem no paciente idoso cirúrgico” (Enfermeiro Jorge Acioli de Melo); “Fisioterapia: atenção fisioterapêutica ao idoso submetido a cirurgia” (fisioterapeutas Felipe Rebêlo/Elenildo Aquino); e “Serviço Social: intervenção social ao usuário idoso cirúrgico” (assistente social Clara Soares). Também participaram das discussões de casos clínicos os profissionais Herman Heich (Enfermeiro), Kelly Cristine Costa (Psicóloga), Maria Lúcia da Silva (Assistente Social), Martha Pontes de Miranda Brandão (Psicóloga) e Michelle Matias Lopes de Lima (Nutricionista). O cirurgião Mário Jucá informou ainda que o resultado financeiro do curso, obtido com as taxas de inscrições, foi revertido para equipar o setor de pequenas cirurgias da Unidade Docente Assistencial Professor Rodrigo Ramalho.
21
Instituto de Olhos de Maceió realiza teste de glaucoma
Alongamento antes de ginástica aeróbica
Santa Casa de Maceió comemora 159 anos com “Um olhar para o idoso” “Eu que não me sento
ceira idade participou do primeiro evento do proje-
No trono de um apartamento Com a boca escancarada Cheia de dentes Esperando a morte chegar...”
to “Um olhar para o idoso”. Realizado no dia 25 de setembro, na Unidade Assistencial Professor Rodrigo Ramalho, o encontro abriu o Ano do Idoso, instituído pelo provedor Humberto Gomes de Melo com o apoio do diretor-médico Artur Gomes Neto e do geriatra Oswaldo Liberal.
Raul Seixas
“Essa é a primeira iniciativa de uma série de ações que serão realizadas ao longo do ano. Esperamos que a
A
letra do compositor Raul Seixas fala de uma rea-
sociedade também passe a ter um olhar diferenciado em
lidade vivenciada por muitos idosos (e mesmo
relação ao idoso”, disse o provedor.
jovens) que deixam se acomodar quando alcan-
Na abertura do projeto, destaque para as oficinas
çam a aposentadoria ou a estabilidade financeira. Mas,
sobre memória, com Jerônimo Veras; sobre prevenção de
para felicidade nossa, a canção de Raul Seixas aponta
quedas, com Fátima Pedrosa; e sobre a arte de envelhe-
também para outra direção que muitos idosos podem se-
cer, com Kelly Cristine. Os serviços de Nutrição, Enferma-
guir: “Eu tenho uma porção de coisas grandes prá con-
gem e Fisioterapia também marcaram presença, assim co-
quistar e não posso ficar aí parado...”.
mo o Instituto de Olhos de Maceió, que trouxe um mi-
Foi nesse espírito que uma animada turma da ter-
croônibus para a realização de testes de glaucoma.
Revista da Santa Casa de Maceió
22
www.santacasademaceio.com.br
Descontração marcou as palestras e oficinas, realizadas na Unidade Rodrigo Ramalho
Equipe de Enfermagem dá as boas-vindas
Gestão de Pessoas inaugura modernas instalações A Santa Casa de Maceió inaugurou, dentro das co-
plexo hospitalar, dentre eles, os de Medicina e Seguran-
memorações dos 159 anos, as novas instalações da Ge-
ça do Trabalho”, disse Sílvio Melo, gerente de Gestão de
rência de Gestão de Pessoas.
Pessoas. Ele frisou que as mudanças agilizarão pro-
“Com o investimento integramos, em um mesmo espaço, vários setores que estavam espalhados pelo com-
cessos internos e proporcionarão maior conforto aos colaboradores.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
23
Equipe de cirurgiões voluntários da Operação Sorriso observam fissura palatina em criança
Atores usam bom humor para falar sobre DSTs
MUTIRÃO
Operação Sorriso e Santa Casa realizam 70 cirurgias
N
ada menos que 138 crianças, adolescentes e a-
externas - Hospital Nossa Senhora da Guia e Docente
dultos se inscreveram na última edição da Ope-
Assistencial Rodrigo Ramalho. Já a Rede Feminina de
ração Sorriso, realizada em Maceió. Desse to-
Combate ao Câncer recebeu pacientes na Casa de Apo-
tal, 70 pacientes foram selecionados para realizar cirurgias de correção de fenda palatina, fenda labial ou fissura palato-labial.
Além da Santa Casa de Maceió, a OSB trabalha em conjunto com a Secretaria de Saúde do Estado de Ala-
A Operação Sorriso e seus parceiros enviaram a
goas, a Marinha do Brasil, a Associação Brasileira de Ci-
Alagoas quase uma tonelada em equipamentos e supri-
rurgia Craniomaxilofacial, a Sociedade Brasileira de Cirur-
mentos, material desembarcado pela Marinha do Brasil
gia Plástica, o Genoma Humano, o Ministério Público de
no Hospital Nossa Senhora da Guia, unidade que cen-
Alagoas e a Rede Feminina de Combate ao Câncer.
tralizou as intervenções cirúrgicas.
Tais parcerias garantem o atendimento e a qualida-
Já a equipe multidisciplinar, formada por voluntários
de principalmente no período pós-programa. O progra-
de todo o País, do Equador e da Colômbia, reuniu 45
ma tem como principal patrocinador a Colgate-Palmoli-
profissionais - entre cirurgiões plásticos, pediatras, anes-
ve. Outros parceiros importantes são Johnson & John-
tesistas, psicólogos, fonoaudiólogos e enfermeiros. A
son, Accor, American Airlines, Pepsi e Comerc.
equipe de voluntários leigos de outros estados soma cerca de 30 pessoas.
Todo o material utilizado durante as cirurgias é de alto padrão, em parte doado por empresas ou adquirido
Também se envolveram na Operação Sorriso os profissionais da Santa Casa de Maceió e de suas unidades
24
io e nos alojamentos no Colégio Cenecista.
pela organização com critério internacional de qualidade.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
Atletas Michelle (C), Priscilla e Taiana (D) posam para foto ao lado de mães e crianças selecionadas pela Operação Sorriso para cirurgias de correção de fenda palatina e labial
Descontração e bom humor marcam “sala de espera” na Operação Sorriso A triagem de pacientes da Operação Sorriso contou,
bre doenças sexualmente transmissíveis. Para as crian-
este ano, com algumas novidades. A primeira foi o local.
ças, lanches, brincadeiras e pula-pula garantiram a es-
A Unidade Docente Assistencial Rodrigo Ramalho, na
pera pelo processo de triagem. Conforme as normas da
praia do Sobral, preparou uma superestrutura para rece-
Operação Sorriso, os pacientes passam por várias esta-
ber pais e portadores de fissura labial e palatal.
ções (especialidades), que avaliam se o candidato está
Na tenda montada no estacionamento, uma dupla de atores usou o bom humor para falar aos adultos so-
apto para realizar a cirurgia. Várias crianças foram consideradas inaptas devido a problemas como anemia.
Atletas visitam o Hospital Nossa Senhora da Guia Campeãs dentro de quadra e fora delas. As jogado-
tantes e puérperas.
ras de vôlei de praia Michelle, Priscilla e Taiana deram
Os colaboradores do Hospital Nossa Senhora da
uma pausa no treinamento do Circuito Banco do Brasil
Guia também deram uma pausa na rotina para pedir au-
de Vôlei de Praia para um momento de grande emoção:
tógrafos e tirar fotos ao lado das musas. Priscilla sur-
uma breve visita às crianças internadas no Hospital Nos-
preendeu-se com a organização e a estrutura do hospi-
sa Senhora da Guia para a realização de cirurgias pela
tal. “É bom saber que o SUS no Nordeste possui um
Operação Sorriso.
hospital como esse perfil”, ressaltou.
As atletas visitaram a unidade materno infantil da
Já Michelle Carvalho falou do clima de festa e de
Santa Casa de Maceió dedicada exclusivamente aos pa-
alegria que cerca as visitas a entidades antes do torneio.
cientes do Sistema Único de Saúde. Além de brindes, as
“Cada sorriso de uma criança ou de uma mãe nos deixa
duplas distribuíram sorriso, simpatia e palavras de estí-
muito felizes. É um bem que vai e sempre retorna”, disse
mulo às crianças internadas no hospital, além das ges-
Michelle.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
25
Médica intensivista Cláudia Falcão e o cirurgião cardiovascular Reinaldo Ayer fazem alerta
PERIGO!
Automedicação pode esconder sintomas e agravar doenças tire a primeira pedra quem nunca tomou um
A
pressivos e anti-inflamatórios são as classes de medi-
remédio por conta própria, sem receita ou
camentos que mais intoxicam no País. Alguns antialér-
indicação médica. E não estamos falando
gicos podem causar sonolência, antibióticos podem
de chazinhos ou fórmulas caseiras, mas de medica-
comprometer os rins e o fígado, a ‘cortisona’ pode ele-
mentos controlados, como os antibióticos e até mes-
var a pressão e aumentar a glicose. Se tais medica-
mo os aparentemente inofensivos fitoterápicos.
mentos forem consumidos associados a outras drogas,
Mesmo sabendo dos riscos, muitas pessoas ainda
os efeitos podem ser ainda piores", alertou a médica
recorrem à automedicação.
intensivista da Santa Casa de Maceió, Cláudia Falcão.
Infelizmente, a extensão do problema ainda não
Conforme conceitua a especialista, a automedi-
é conhecida no Brasil. Segundo dados do Conselho
cação é a prática de ingerir medicamentos sem o a-
Federal de Farmácia, a automedicação é responsável
companhamento de um profissional. "Essa conduta
por 25% dos casos de intoxicação, sendo que em
pode sair mais cara, pois remédios podem mascarar
crianças chega a 35%.
sintomas, agravar doenças e ter efeitos colaterais
"Os populares 'calmantes', antigripais, antide-
prejudiciais", acrescentou Falcão.
Revista da Santa Casa de Maceió
26
www.santacasademaceio.com.br
A automedicação é bastante difundida não só no Brasil, mas em muitos países industrializados onde drogas de uso mais simples são vendidas sem prescrição médica ou odontológica. Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamente o comércio e a propaganda dos medicamentos de venda livre, não há normas nem orientação para o seu consumo. Segundo pesquisadores ingleses, a indústria farmacêutica mundial representa o segundo melhor negócio do Planeta, ficando atrás apenas das companhias petrolíferas. Nesse ranking negativo, o Brasil figura entre os seis maiores consumidores. No País existe mais de 32 mil rótulos com 12 mil substâncias, quando cerca de 420 seriam suficientes para tratar as mais diversas doenças. Para se ter uma ideia, o Brasil possui uma drogaria para cada três mil habitantes, número duas vezes maior do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As razões que estimulam o consumidor a se automedicar são inúmeras: propaganda massiva de medicamentos, tímidas campanhas sobre os perigos da automedicamédico, desespero e angústia desencadeados pelos sintomas, acesso a conteúdos na Internet pouco confiáveis, indicação de terceiros e de balconistas de farmácia e até mesmo o puro achismo de quem acredita que todo sintoma pode ser curado com a mesma droga. Segundo o médico Reinaldo Ayer de Oliveira, membro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São
“
Cerca de 70% dos sites sobre saúde não têm referências médicas
“
ção, dificuldade e custo de acesso ao
"bombardeio"de informações sem critério e recomendações de dietas, tratamentos para menopausa, informações sobre cirurgias de obesidade (bariátricas) e propostas miraculosas para a área estética. Some-se tudo isso aos prêmios oferecidos por alguns laboratórios a balconistas de farmácias e à falta de farmacêuticos e
Paulo, cerca de 70% dos sites sobre saúde não têm refe-
temos a fórmula certa para o crescimento da automedi-
rências médicas. Em algumas especialidades há um
cação.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
27
Santa Casa lidera ranking de hospitais que mais internam pacientes pelo SUS Santa Casa de Maceió é o hospital alagoano
A
da USP (102º), o Hospital Real Português, de Recife-PE
que mais interna pacientes pelo Sistema Único
(157º), a Santa Casa de Ribeirão Preto-SP (169º) e o Ins-
de Saúde (SUS). Entre janeiro e junho deste ano,
tituto Nacional do Cânce, de São Paulo-SP (172º).
a Santa Casa e o Hospital Nossa Senhora da Guia res-
Analisando o ranking dos hospitais que mais inter-
ponderam por 15,56% (o equivalente a 6.855 interna-
nam pacientes pelo SUS em Maceió (ver gráfico acima),
ções) de um total de 44.042 verificadas no período em
vale destacar que as três primeiras instituições da lista
Maceió. Também contabilizam 7,33% das 93.576 inter-
são privadas (Santa Casa de Maceió, Hospital Sanatório
nações registradas em todo o Estado.
e Casa de Saúde Santo Antônio), o que confirma o im-
A Santa Casa de Maceió é, também, o hospital ala-
portante papel desempenhado pelas instituições filan-
goano com melhor colocação no ranking nacional (76º),
trópicas e particulares no setor. A lista é complementada
ficando bem à frente do segundo colocado em Alagoas,
pelo Hospital Geral do Estado, a Maternidade Santa Mô-
o Hospital Sanatório/Unidade Paulo Neto (200º), e supe-
nica e pelo Hospital Universitário, que ocupam a quarta,
rando centros de referência como o Instituto do Coração
a quinta e a sexta colocações respectivamente.
Revista da Santa Casa de Maceió
28
www.santacasademaceio.com.br
No ranking dos 87 hospitais em atividade no Esta-
foi o município de São Brás.
do, a Santa Casa de Maceió também lidera as unida-
Além de atender a todo o Estado, os dois hospitais
des que mais internaram pelo SUS (ver tabela). O des-
também foram a opção preferencial de residentes de ou-
taque, entretanto, é a marcante presença de estabele-
tros estados. Das 84 internações realizadas nos hospitais
cimentos do interior alagoano. Dentre os dez hospitais
de Maceió, 26 foram direcionadas à Santa Casa. A cida-
que mais internaram em todo o Estado, seis são do in-
de de Paulo Afonso (BA) foi a que mais encaminhou pa-
terior (sendo quatro de Arapiraca, um de Palmeira dos
cientes para a rede hospitalar da capital alagoana, totali-
Índios e outro de Penedo) e quatro de Maceió.
zando 38.
Realizada junto ao Datasus pelo provedor da Santa
O estudo revela, ainda, desigualdades no fluxo de pa-
Casa de Maceió, Humberto Gomes de Melo, a pesquisa
cientes do interior para algumas unidades hospitalares. É
revela que quase todos os municípios alagoanos encami-
o caso do Hospital Universitário: 77,53% dos pacientes
nharam pacientes para a instituição e para a unidade ex-
são de municípios próximos, dentre eles, Maceió, Rio Lar-
terna Hospital Nossa Senhora da Guia. A única exceção
go, Murici, União dos Palmares, Messias e Satuba.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
29
INICIATIVA
Profissionais falam sobre Alzheimer em shopping
A
doença de Alzheimer (lê-se Auzaimer) mata cem mil pessoas por ano somente nos Estados Unidos. No solo americano, cerca de 4,5 mi-
lhões de pessoas - em sua maioria idosos - sofrem em decorrência da doença. No Brasil, cerca 1,2 milhão de
homens e mulheres são portadores dessa perigosa patologia. No mundo, esse número chega a 18 milhões. Chamada erroneamente de "esclerose", a doença de Alzheimer é degenerativa e progressiva, comprometendo o cérebro e causando diminuição da memória, dificuldade no raciocínio e alterações comportamentais. Para marcar a Semana Nacional de Combate ao Alzheimer, profissionais de saúde da Santa Casa de Maceió, da Uncisal e do Hospital Universitário promoveram, no Maceió Shopping, um dia inteiro de palestras e bate-papo sobre a doença. O evento foi articulado pela neurologista Analuiza Luna Sarmento a convite da Sociedade Brasileira de Neurologia, que incentivou ações semelhantes em todo
Neurologista Analuiza Luna Sarmento
o País. no piso inferior da expansão do shopping, foi transformado em auditório e em espaço para debates sobre a doença. Na programação, o período da manhã foi reservado a uma animada panfletagem, no centro comercial, e ao atendimento individualizado de pessoas interessadas em obter informações sobre a doença.
“
No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas são portadoras de Alzheimer
“
A área defronte à Loja Renner,
À tarde, neurologistas, neuropsicólogos, geriatras, assistentes sociais, fisioterapeutas, fonoau-
ocupacionais se revezaram nas diversas palestras realizadas no local. Também participaram do evento a presidente da Associação Brasileira dos Portadores de Alzheimer (Abraz), Maria Florêncio; a defensora pública Luciana Faro; os músicos Soraya e Neno (voz e teclado); o grupo Atrevidas do Chorinho e a Ciranda de Idosos com a Nega Maluca e o Nego Tião, ambos do Cras
Dom Adelmo Machado.
Revista da Santa Casa de Maceió
30
diólogos, nutricionistas e terapeutas
www.santacasademaceio.com.br
31