Sumário 3 4
Conquista
“A Acreditação é um caminho sem volta em busca da qualidade”
Qualidade Santa Casa de Maceió é o primeiro hospital Acreditado de Alagoas
6
Gestor do ano
8
Em 2009
Federação Brasileira de Administradores Hospitalares premia Humberto Gomes
Santa Casa de Maceió subsidia SUS em R$ 17,5 mi
Dr. Humberto Gomes de Melo
Hospital Nossa Senhora da Guia
Provedor
Centro cirúrgico pediátrico amplia cobertura a municípios alagoanos
Dr. Artur Gomes Neto
10 12 Câncer de mama 13 Cotovelo e punho 14 Rins 16 Rede Feminina de Combate ao Câncer 19 H1N1 20 Alerta 23 Hospital Nossa Senhora da Guia 24 Centro de Convivência 26 DATASUS Artigo 28 30 Operação Sorriso Cartório 32 Câncer de Mama 34 Mulheres vencedoras compartilham experiências
Diretor médico
Dr. Paulo de Lira Diretor Administrativo/Financeiro
Especialista em cirurgia da mão lança livro sobre lesões
Santa Casa de Maceió anuncia meta de realizar dois transplantes por mês
Elas fazem a diferença na luta contra o câncer
Como evitar a Gripe A
Mulheres que adotam maus hábitos masculinos adoecem mais
Maternidade ajudou a reduzir mortalidade infantil
Benedito de Lira Douglas Apratto Tenório Duílio Marsiglia Euclides Ferreira de Lima Giovani A. C. Albuquerque João Augusto Sobrinho José Macário Barbosa José Peixoto dos Santos Marcos Davi Lemos de Melo Monsenhor Pedro T. Cavalcante Mesa Administrativa
Colaborador tem espaço para descanso
Hospital Nossa Senhora da Guia realiza 26% dos partos normais em Maceió
Antonio Noya Assessor de Comunicação 44 MTE/AL
Theodomiro Jr.
Doença inflamatória intestinal
Jornalista 535 MTE/AL
Avaliação anual de pacientes em Alagoas supera média nacional
Sílvio Romero Fotografia e arquivo
SCMM entra na campanha contra o subrregistro civil
Sírio-Libanês e Santa Casa promovem curso avançado
Revista produzida pela Assessoria de Comunicação da Santa Casa de Misericórdia de Maceió
Revista da Santa Casa de Maceió
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CONQUISTA
“A Acreditação é um caminho sem volta em busca da qualidade”
A
Santa Casa de Misericórdia de Maceió
referenciais de excelência no atendimento à
alcançou, em 2009, a condição de
saúde para reorganizar as suas práticas; e, por
Hospital Acreditado após o cumpri-
fim, a diminuição dos riscos para os pacientes,
mento de uma série de requisitos imprescindí-
profissionais e colaboradores e a ampliação da
veis à adequação dos processos com vistas à
segurança dos usuários na escolha e na utiliza-
melhoria da assistência.
ção dos serviços.
Orientada pela Organização Nacional de
Dentre as principais ações para se alcançar
Acreditação (ONA), a Acreditação garante um
a Acreditação Hospitalar, podemos elencar o
alto nível de prestação de serviços em todos os
Gerenciamento de Riscos, o Gerenciamento de
setores de uma organização de saúde.
Não-Conformidade, o Evento Adverso, o Evento
O processo - voluntário e contínuo - utiliza
Sentinela e o Gerenciamento de Documentos.
referenciais de excelência centrados no cuida-
Quanto ao Gerenciamento de Riscos, tra-
do aos pacientes e na segurança dos profissio-
balhamos para eliminar ou, pelo menos, mini-
nais, introduzindo a Gestão da Qualidade como
mizar os danos causados durante a "medical
ferramenta permanente de aprimoramento ins-
practice" a partir dos possíveis riscos envolvi-
titucional.
dos.
Os impactos institucionais são observados
Já no tocante ao Gerenciamento de Não-
em práticas de gestão e de assistência mais
conformidade, Evento Adverso e Evento Sentine-
transparentes e seguras, com o envolvimento
la, o processo assegura o aperfeiçoamento contí-
dos profissionais na verificação diária de ativi-
nuo para que tais mecanismos mantenham o fo-
dades e serviços de acordo com padrões de ex-
co na garantia da segurança do processo assis-
celência reconhecidos.
tencial. Por fim, o Gerenciamento de Documen-
Além da implantação da Gestão da Qualidade, podemos incluir, dentre os princípios
tos visa à elaboração de documentos normativos, que definem as atividades da instituição.
básicos da Acreditação Hospitalar, a racionali-
A decisão da Gestão pela Qualidade "é um
zação na utilização de recursos humanos, fi-
caminho sem volta" por direcionar a instituição
nanceiros e tecnológicos; o foco no desempe-
na busca da melhoria contínua através do en-
nho da organização, utilizando uma aborda-
volvimento de todos. Tudo isso confirma a deci-
gem centrada no processo do cuidado com o
são arrojada e acertada da Alta Direção em
paciente/cliente; a busca pela maior eficiência
busca do crescimento da Santa Casa de Mise-
e efetividade no atendimento; a adoção de
ricórdia de Maceió.
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QUALIDADE
Santa Casa de Maceió é o primeiro hospital Acreditado de Alagoas
A
Santa Casa de Misericórdia de Maceió recebeu
Rede Feminina de Combate ao Câncer.
formalmente da Organização Nacional de Acre-
Em discurso, o provedor Humberto Gomes de Melo
ditação (ONA) e do Instituto Qualisa de Gestão
expressou orgulho em estar à frente de uma instituição
(IQG) o Certificado de Instituição Acreditada. O docu-
que se tornou a primeira Santa Casa do Norte e Nordes-
mento reconhece que o hospital adota políticas, proce-
te e o primeiro hospital de Alagoas certificado pela
sistenciais controlados voltados à qualidade e à segurança do paciente, tendo como referência as Normas do Sistema Brasileiro de Acreditação. Atendendo ao convite do provedor Humberto Gomes de Melo, estiveram presentes à solenidade de entrega do certificado o coordenador de Comitês da ONA, Péricles Góes; o presidente do IQG, Rubens José Covello, além de membros da Irmandade da Santa
“ 128
A Santa Casa de Maceió integra agora o seleto grupo de
“
dimentos, rotinas e protocolos as-
hospitais Acreditados do País
tuições em atividade no País, somos a quinta Santa Casa e também a mais antiga instituição no Brasil a obter esse reconhecimento", disse o gestor. Humberto Gomes de Melo lembrou, ainda, que a Santa Casa integra hoje um seleto grupo de 128 hospitais Acreditados no Brasil, nos três níveis existentes: Acreditação, Acreditação Plena e Acreditação com Excelência, posicionando a instituição ao lado de centros como o A.C. Camargo (SP), o Hospital do Câncer de Barretos
Casa de Maceió, diretores, gerentes, assessores, colabo-
(SP), o Hospital Mater Dei (MG), o Real Hospital Portu-
radores e representantes de operadoras de saúde e da
guês (PE), dentre outros.
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ONA. "Dentre as mais de 500 insti-
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Provedor Humberto Gomes de Melo recebe placa ao lado do coordenador de Comitês da ONA, Péricles Góes, e do presidente do IQG, Rubens José Covello
"Desejo concluir a minha atual gestão, que se encerra
Questionado sobre o nível que apresenta maior difi-
em dezembro, com a Santa Casa alcançando o próximo de-
culdade, o diretor da ONA, Péricles Góes, frisou que o ní-
grau proposto pela ONA: a Acreditação Plena. Difícil, sim,
vel 1 é o mais difícil, pois exige um novo redireciona-
mas não impossível", avalia o provedor, estimulando os
mento da corporação em prol da excelência e da segu-
1.828 colaboradores e os mais de 400 médicos do corpo
rança na assistência aos pacientes e dos próprios profis-
clínico a manterem o compromisso com a certificação.
sionais de saúde. Para Rubens Covello, o mais difícil é a-
Conforme frisou o presidente do IQG, Rubens Covello, para que a Acreditação seja realidade é preciso o en-
tingir o nível 2 (Acreditação Plena) sem esquecer as conquistas do primeiro nível (Acreditação).
volvimento dos colaboradores, a adequação da estrutu-
Perguntado sobre os processos já mensurados den-
ra física e a definição de procedimentos internos que in-
tro da Acreditação, o gerente da Qualidade, Cláudio Al-
tegrem os vários setores da instituição.
buquerque, citou o "Projeto 3 e ½", em implantação na
"Muitos hospitais, atualmente, são construídos e
Emergência 24 Horas. A iniciativa visa conhecer o per-
planejados dentro das normas da Acreditação. Difícil é
centual de pacientes atendidos no prazo máximo de 3
fazer como a Santa Casa de Maceió, uma instituição
horas e 30 minutos. "Pacientes com características de
com mais de 150 anos: adequar-se aos modernos con-
urgência deverão ter uma resolução nesse prazo, ou se-
ceitos da Acreditação e logo na primeira auditoria", sau-
ja, se podem ser liberados ou internados no hospital
dou Covello em seu discurso no Centro de Estudos Pro-
nesse prazo", disse Cláudio, frisando que o objetivo é
fessor Lourival de Melo Mota.
reduzir esse tempo.
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GESTOR DO ANO
Federação Brasileira de Administradores Hospitalares premia Humberto Gomes
O
provedor da Santa Casa de Maceió, Humberto
ticas de gestão voltadas para a excelência na assistên-
Gomes de Melo, foi agraciado com o Prêmio
cia ao paciente.
Administrador Emérito, na categoria Hospital
“Dedico este prêmio aos 1847 colaboradores da San-
Filantrópico, em jantar oferecido
ta Casa de Maceió e aos mais de 500
no último dia 24 de maio, em São
médicos que fazem da Santa Casa de
Paulo.
Maceió um centro de referência para
A honraria foi concedida pela
o Nordeste e para o País”, resumiu
Federação Brasileira de Adminis-
Humberto Gomes de Melo.
tradores Hospitalares pela exce-
Ele citou reconhecimentos im-
lência e profissionalismo da gestão
portantes como a da Organização
de Humberto Gomes de Melo a
Nacional da Acreditação (ONA),
frente da Santa Casa de Maceió. O
que no início do ano conferiu o grau
tradicional jantar da entidade, rea-
de Hospital Acreditado à Santa Ca-
lizado no Espaço Hakka, reuniu e-
sa de Maceió, e da revista IstoÉ Di-
xecutivos e dirigentes de todo o
nheiro, que, segundo o mais abran-
Brasil.
gente ranking empresarial do Brasil,
“Estamos muito felizes em mais uma vez nos reunirmos aqui entre amigos para comemorar o Dia do Administrador Hospitalar e homenagear grandes profissionais deste segmento da saúde”, disse Paulo Câmara, presidente da FBAH. Após a solenidade, Humberto Gomes de Melo falou de sua satis-
1847 500
“Dedico este prêmio aos...
colaboradores e aos...
médicos da Santa Casa”
estabelecimentos de saúde com melhor índice de sustentabilidade financeira do País. Além da categoria Hospital Filantrópico, onde o provedor Humberto Gomes de Melo foi homenageado, a FBAH entregou troféus a José Antonio de Lima, gestor do Hospital Samaritano de São Paulo
fação em receber o reconhecimento da entidade. Ele dis-
(categoria Hospital Privado); e a Amarílio Vieira de Ma-
se ainda que ao assumir o cargo buscou profissionalizar
cedo Neto, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (cate-
a administração da instituição, adotando modernas prá-
goria Hospital Público).
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incluiu a instituição entre os cinco
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Provedor da Santa Casa de Maceió discursa em jantar realizado em São Paulo
Provedor presidirá o ClasSaúde 2011 O provedor da Santa Casa de Maceió, Humberto Gomes de Melo, na condição de presidente da Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess), foi indicado pelas entidades que promovem o ClasSaúde para presidir a organização da próxima edição do evento. O ClasSaúde realiza diversos congresHumberto Gomes de Melo (C) recebe troféu
sos, seminários e foruns, que ocorrem anualmente em paralelo à Hospitalar Feira & Forum. Na cerimônia de abertura da Hospitalar 2010, realizada na semana passada, no ExpoCenter Norte, em São Paulo, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, manteve contatos com o provedor Humberto Gomes de Melo que, no evento, representou a Fenaess. Na presença da presidente da Hospitalar, Waleska Santos, o ministro José Gomes Temporão convidou Humberto Gomes de Melo para ir ao Ministério da Saúde, em Brasília, para apresentar even-
Ministro José Temporão (Saúde) com lideranças
tuais projetos que tragam benefícios à população.
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EM 2009
Santa Casa de Maceió subsidia SUS em R$ 17,5 mi
A
assembleia anual da Irmandade da Santa Casa de
MAIS - Para fazer face aos atendimentos clínicos de
Maceió, realizada no Centro de Estudos Professor
pacientes do SUS, a Santa Casa de Maceió recebeu, em
Lourival de Melo Mota, aprovou por unanimidade
2009, cerca de R$ 28,2 milhões, enquanto os custos fo-
as contas de 2009 da instituição. Do total de votantes, a-
ram bem superiores, na casa dos R$ 45,7 milhões. Resul-
penas um votou em branco e dois anularam o voto.
tado: para cada R$ 100,00 de despesas com os pacientes
O provedor Humberto Gomes de Melo declarou es-
do SUS, a instituição recebeu apenas R$ 61,65.
tar satisfeito com o resultado da votação e com os de-
O quadro é mais gritante quando comparamos a as-
poimentos apresentados pelos irmãos durante a assem-
sistência hospitalar: enquanto os 46,4 mil pacientes-dia
bleia. Diferentemente dos anos anteriores, o relatório a-
internados geraram um custo de R$ 23,4 milhões, a ins-
nual foi enviado para a residência dos membros da Ir-
tituição recebeu do SUS apenas R$ 9,2 milhões, ou seja,
mandade 15 dias antes da assembleia, o que suscitou e-
para cada R$ 100,00 de despesas com internações hos-
logios dos presentes e facilitou o debate no encontro.
pitalares, a Santa Casa recebeu do Sistema Único de
NÚMEROS - A Santa Casa de Maceió cumpriu a sua parte em 2009 ao disponibilizar mais de 60% dos leitos aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme preconiza
94% das 17,4 mil aplicações de quimioterapia realizadas na Santa Casa de Maceió em 2009 foram destinadas ao SUS
a Lei nº 12.101, de 27 de novembro
O incentivo do Prohosp instituído pela Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas e complementado, em parte, pela Secretaria Municipal de Saúde de Maceió - representou um re-
de 2009. Já o SUS não fez a sua parte. Em 2009, a Santa
passe de R$ 4,9 milhões. Esse aporte contribuiu para
Casa de Maceió precisou subsidiar o Sistema Único de
minimizar os prejuízos no atendimento ao SUS, mas,
Saúde em mais de R$ 17,5 milhões, quase o dobro dos
ainda assim, o subsídio da Santa Casa de Maceió ao Sis-
R$ 10,3 milhões registrados em 2008.
tema Único de Saúde foi de R$ 12,1 milhões no ano de
Como nos anos anteriores, a Santa Casa de Maceió
2009, valor que poderia ter sido investido na ampliação
precisou lançar mão de receitas, como as de convênios
da capacidade de atendimento, o que traria benefícios à
e particulares, para cobrir a diferença. Somados a outras
população. "Mesmo com as imensas dificuldades en-
fontes - incluindo o próprio SUS - foi possível cobrir os
frentadas no ano passado, registramos aumentos signi-
R$ 109,1 milhões em despesas e ainda obter um supe-
ficativos em todas as áreas, tanto no que diz respeito à
rávit superior a R$ 4,2 milhões, o que mostra a saúde fi-
produção dos serviços como em relação aos recursos fi-
nanceira da instituição.
nanceiros", disse o provedor. "Os números mostram a
Já a imunidade tributária, garantida por lei, ficou em
Santa Casa de Maceió em posição de destaque no ran-
cerca de R$ 12,1 milhões em 2009, benefício contábil que
king das maiores instituições hospitalares do País", des-
não cobriu o déficit de R$ 17,5 milhões deixado pelo SUS.
tacou.
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Saúde apenas R$ 39,23.
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ASSEMBLÉIA DA IRMANDADE DA SANTA CASA DE MACEIÓ José Wanderley Neto Vice-governador
Divaldo Suruagy Ex-governador
É digno de reconhecimento o
A Santa Casa de Maceió
esforço do dr. Humberto Gomes,
é motivo de orgulho para to-
dos médicos e de todos os cola-
dos nós alagoanos. É uma
boradores da Santa Casa de Ma-
instituição transparente, bem
ceió em promover um atendimen-
administrada e que mostra
to de qualidade à população,
ser possível atender pelo SUS
principalmente aos mais pobres, num setor que enfrenta
com qualidade, apesar das dificuldades. Por isso,
tantas dificuldades.
merece todo o apoio dos gestores públicos.
Pedro Teixeira Monsenhor
Fernando Tourinho Desembargador
Nunca vi uma entidade tão
É visível o grande desen-
bem organizada e tão bem con-
volvimento da instituição nos
trolada como a Santa Casa. O
últimos anos. Com uma ges-
dr. Humberto tem conhecimen-
tão baseada no profissiona-
to e experiência para estar à
lismo, a Santa Casa de Mace-
frente de qualquer instituição.
ió tornou-se uma das institui-
Além de organizado, o provedor é sumamente hones-
ções de maior credibilidade em Alagoas. Merece
to e educado.
nosso aplauso e nosso agradecimento.
Fátima Canuto - Presidente Nacional RFCC São impressionantes o crescimento e os investimentos da Santa Casa de Maceió nos últimos anos, dentre eles, o Hospital Nossa Senhora da Guia. Fiquei encantada com o atendimento prestado às gestantes. É um exemplo a ser seguido por outras Santas Casas do País.
92
%
90
%
54
%
das quatro mil consultas do Serviço de Radioterapia foram para o SUS
das 14,2 mil consultas da Oncologia Clínica foram realizadas pelo SUS
dos 6,4 mil exames de Medicina nuclear foram realizados pelo SUS
88
77
77
%
das 78,8 mil aplicações de radioterapia atenderam pacientes do SUS
%
dos exames de hemodinâmica foram para pacientes do SUS
%
das 22,9 mil sessões de hemodiálise foram realizadas pelo SUS
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HOSPITAL NOSSA SENHORA DA GUIA
Centro cirúrgico pediátrico amplia cobertura a municípios alagoanos
A
o comemorar nove meses de atuação, o Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Nossa Senhora da Guia conquistou a confiança não so-
mente dos profissionais de saúde de todo o Estado, mas,
principalmente, o reconhecimento de pais e mães que não dispunham de uma unidade especializada em cirurgia infantil credenciada pelo Sistema Único de Saúde. Os números comprovam essa realidade. Segundo o cirurgião Luciano Agra, coordenador da Unidade de Cirurgia Pediátrica, entre junho de 2009 e março de 2010 foram realizadas 2.523 consultas e 1.123 cirurgiais eletivas de média complexidade. Recente levantamento do Serviço Social do Hospital Nossa Senhora da Guia (ver mapa abaixo) revelou que o Serviço de Cirurgia Pediátrica registrou um crescimento vertiginoso no número de municípios atendidos. Até dezembro do ano passado, a unidade cobria 55 municípios alagoanos. Hoje, esse número chega a 74. “Não estamos falando apenas de localidades no entorno de Maceió, mas de pacientes oriundos do Sertão, na divisa
Luciano Agra coordena a cirurgia pediátrica
com Pernambuco e Bahia, como Pariconha, Mata Grande, Água Branca e Delmiro Gouveia. São pacientes que
pagos pelo SUS aos profissionais médicos, além de sub-
se deslocam de povoados distantes em viagens que le-
sidiar os custos dos serviços hospitalares”.
vam mais de três horas até Maceió”, disse a assistente social Ray Gomes Lima.
Como o hospital ainda não estava cadastrado no sistema de marcação de consultas do município (Cora), o
Luciano Agra concorda que os benefícios para a po-
encaminhamento de pacientes tem sido realizado por
pulação são imensos, principalmente para os pacientes
médicos vinculados ao hospital ou através das Secretarias
do interior. “O que pouca gente sabe, enfatiza o cirur-
Municipais de Saúde. Devido à essa demora, o hospital
gião, é que, nos últimos oito meses, a Santa Casa de
deixou de receber mais de R$ 20 mil em consultas, isso
Maceió arcou com a complementação dos honorários
porque o SUS paga irrisórios R$ 10 por consulta.
Revista da Santa Casa de Maceió
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A meta é fazer do hospital um centro de referência no Nordeste, razão de os planos de expansão de especia-
drigo Ramalho. O grupo aguardava o fim da greve dos médicos no Estado.
lidades médicas estarem em franco andamento. Ele ex-
Além de Otorrinolaringologia, o Hospital Nossa Se-
plicou que a unidade realiza apenas procedimentos de
nhora da Guia realiza, atualmente, cirurgias gerais - com
pequeno e médio portes, que não exijam o suporte de U-
os médicos Luciano Agra, Walter Ferreira e Henrique Nor-
nidade de Terapia Intensiva. Segundo ele, o hospital
mande - e plásticas, como as de lábio-leporino, com An-
poderia realizar cirurgias de grande porte, porém seria
dré Mendonça e Joaquim Diegues.
necessário que os gestores públicos negociassem com a
Com 35 leitos pediátricos e um centro cirúrgico exclu-
Santa Casa de Misericórdia uma remuneração que viabi-
sivo, com capacidade para cerca de cinco mil cirur-
lizasse a implantação de UTIs neonatal ou pediátrica, o
gias/ano, o Hospital Nossa Senhora da Guia surpreende
que permitiria a expansão dos serviços à população,
até profissionais de renome nacional, como o médico ca-
principalmente nas áreas de Cirurgia Neonatal, Videola-
rioca Sérgio Muniz de Brito. "Poucos hospitais oferecem,
paroscopia Pediátrica, Urologia Pediátrica e Oncologia
no Brasil, essa quantidade de leitos pediátricos para cirur-
Cirúrgica Pediátrica. "Se os gestores públicos apoiarem
gia", elogiou o especialista em visita à unidade.
essa iniciativa, poderemos, em breve, ser referência na cirurgia pediátrica na região", frisou.
O Hospital Nossa Senhora da Guia é a unidade materno-infantil da Santa Casa de Maceió dedicada exclusivamente às gestantes e aos pacientes infantis do SUS.
MAIS CIRURGIAS - Sob a responsabilidade do ci-
O hospital conta com duas recepções climatizadas, dois
rurgião João Paulo, o Hospital Nossa Senhora da Guia
centros cirúrgicos, 74 leitos, sendo oito da Unidade de
deu início às cirurgias de Otorrinolaringologia, que bene-
Cuidados Intermediários, além de uma equipe multidis-
ficiarão cerca de 150 crianças com indicação cirúrgica a-
ciplinar e de apoio, empenhada na humanização do
tendidas na Unidade Docente Assistencial Professor Ro-
atendimento.
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CÂNCER DE MAMA
Mulheres vencedoras compartilham experiências
E
m 2004, M. J. S. recebeu o diagnóstico de câncer
na mama. Passados quatro anos - e um eficaz tra-
tamento, que incluiu radioterapia, quimioterapia e
acompanhamentos psicológico, nutricional e ocupacional -, M. J. S. expressa com serenidade e com um sorriso no rosto um pouco da sua experiência. Residindo hoje em outro Estado, Maria José participou do projeto Mulheres Vencedoras, cujo objetivo é difundir informações sobre a prevenção e o tratamento de doenças que afetam a mama. "O projeto tem o objetivo de levar esclarecimentos a todas as pessoas que, tendo ou não histórico ou sintomas de doenças mamárias, queiram se informar e trocar experiências", disse a psicóloga Rosa Carla Lobo, ideali-
Rosa Carla: coordenadora do Serviço de Psicologia
zadora do projeto, hoje coordenado pelas psicólogas Anamarina de Oliveira e Kelly Costa.
Os encontros são realizados na última segunda-feira
No grupo, as psicólogas abrem espaço para as questões as participantes desde o diagnóstico e durante o tratamento até a reabilitação. “Consideramos a subjetividade e a individualidade de cada participante”, diz a psicóloga Rosa Carla. "Existem muitos mitos em torno da doença que não correspondem à realidade. Nunca deixei de ir à praia ou de curtir a vida por causa dela. É claro que existem alguns cuidados necessários, mas hoje faço o que quero", relata Maria José, destacan-
“
Com exceção do câncer de pele não-melanoma, o da mama lidera a lista de neoplasias femininas
“
psíquicas e emocionais que envolvem
de cada mês, no Centro de Estudos da Santa Casa de poio da Rede Feminina de Combate ao Câncer e da equipe multidisciplinar do Serviço de Oncologia. A participação no projeto é gratuita. Batizado como Projeto Mama, o “Mulheres Vencedoras” nasceu como uma resposta aos alarmantes números que cercam o câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, somente este ano são previstos 253.030 casos de neoplasia entre mulheres. Com exceção
do que: "O pior mesmo são as dores psicológicas. Delas
do câncer de pele não-melanoma, o de mama lidera a
me livrei graças ao acompanhamento da doutora Rosa
lista, com 49 mil diagnósticos, seguido dos de colo do ú-
Carla".
tero (18 mil), cólon e reto (15 mil) e pulmão (10 mil).
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Maceió. O projeto conta com o a-
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COTOVELO E PUNHO
Especialista em cirurgia da mão lança livro em Maceió
D
urante a Segunda Guerra Mundial, os militares
que sofriam mutilação nos membros superiores (mão, punho, cotovelo e ombro) precisavam ser
atendidos e acompanhados por diversos especialistas: cirurgiões, ortopedistas, neurologistas, dentre outros. Diante do esforço de guerra, mobilizar tamanha
quantidade de médicos para tratar o mesmo paciente tornava-se cada vez mais difícil. Como resposta a essa realidade, surgiu na Medicina o cirurgião especialista em membros superiores, cujo conhecimento envolve áreas correlatas, como Fisioterapia, Reumatologia, Fisiatria, Terapia Ocupacional, Ortopedia e Neurologia. Diante da necessidade de se compilar tantos conhecimentos espalhados por diferentes áreas, o cirurgião da mão da Santa Casa de Maceió, Niceas Gusmão Filho, passou os últimos dois anos e meio estudando a literatura médica nacional e internacional e a evolução de alguns dos 1.703 pacientes que se submeteram a cirurgias de membros superiores na instituição, entre 2004 e 2009.
Cirurgião da mão Nicéas Gusmão lançou o livro Patologias Dolorosas no Centro de Estudos da Santa Casa de Maceió
O fruto visível desse trabalho pode ser conferido no livro "Cirurgia de membro
medial (interior) do punho e do cotove-
superior - Patologias dolorosas de
lo. "Trouxemos para a nossa reali-
cotovelo de punho: abordagem
dade o que ocorre no mundo em
topográfica" (Edufal, 2010,
termos de cirurgia de membro supe-
300 págs., R$ 90,00), lançado
rior", resume Gusmão.
recente-
O livro traz dados, resultados de pes-
mente, no Cen-
quisas, fotografias e análises das patologias
tro de Estudos da
que atingem cada uma dessas regiões topo-
Santa Casa de Maceió.
gráficas. O autor afirma que a obra traz infor-
Conforme o título do livro antecipa,
mações multidisciplinares, que deverão atrair a
Niceas Gusmão fez o mapeamento topográfico de lesões localizadas nas áreas lateral, posterior, anterior e
atenção não apenas da comunidade médica, mas de todos os profissionais da área.
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RINS
Santa Casa de Maceió anuncia meta de realizar dois transplantes por mês
N
o Dia Mundial do Rim, celebrado em 11 de mar-
gua, evitar o consumo de sal e manter a pressão sobre rí-
ço, a Santa Casa de Maceió realizou o primeiro
gido controle. “Hoje, vivo uma vida nova com minha fa-
transplante de rim dentro do projeto articulado
mília e meu filho de um ano”, sorriu.
pela Direção Médica, que visa realizar, pelo menos, dois
transplantes renais por mês. A meta vem sendo cumprida.
TRANSPLANTE - Chefiada pelo nefrologista Arnon
Até junho foram contabilizados nove transplantes, sendo
Farias Campos, a intervenção cirúrgica contou com a par-
oito de doadores vivos e um de doador cadáver.
ticipação dos cirurgiões urológicos Mário Ronalsa e Wil-
vida nova”, conforme definiu o próprio paciente, foi Ubiratan Vieira Cavalcante, de 34 anos, morador da cidade de São Miguel dos Campos. Ele e o irmão, Ubirajara Cavalcante, de 27 anos, doador do rim, estão se recuperando-se bem na Unidade João Fireman. Perguntado sobre o que muda na vida dos dois, Ubirajara disse que, para ele, enquanto doador, nada muda,
6“%
da população mundial tem algum tipo de doença renal
“
O primeiro alagoano “a ganhar
Nardão, Pedro Fernandes e Jubran Petrucelli. Conforme alertou Arnon Farias Campos, 6% da população mundial tem algum tipo de doença renal.“Não existem recursos para atender essa gama de pacientes, por isso os governos devem investir em informação e prevenção. Deve ser uma política de estado”, sentenciou. São potenciais candidatos à
não sendo necessária a ingestão de medicamentos para
doenças renais os diabéticos, obesos, hipertensos, cardía-
compensar a ausência de um dos rins. “O que mudou foi
cos, com colesterol alto ou com histórico da patologia na
a sensação de paz e a certeza de que pude salvar a vida
família. “Infelizmente, bebês com baixo peso e que pas-
do meu irmão”, disse o técnico em motores.
sam muito tempo internados em UTI também são candi-
Já Ubiratan, receptor do rim, frisou a chance de poder
datos”, acrescentou. Para identificar se tais pacientes po-
voltar a ter uma vida normal após três anos de sofrimen-
dem ter a doença no futuro, basta realizar exames de
to e privações por causa da atrofia, que atingiu os dois
urina e de sangue.
rins. Além de se deslocar três vezes por semana para Ma-
Segundo o presidente da Associação dos Doentes Renais
ceió e de ter que ficar quatro horas ligado à uma máqui-
Crônicos, José Nilton da Silva, Alagoas possui cerca de mil
na de diálise, o paciente precisou reduzir a ingestão de á-
pacientes que dependem da diálise para viver.
Revista da Santa Casa de Maceió
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liam Monteiro e vasculares Ronaldo
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Urologistas Rodrigo Peixoto e Carolina Lacerda e os irmãos Ubiratan e Ubirajara Vieira
sa de Maceió, Artur Gomes Neto, que encampou a luta para ampliar o número de transplantes em Alagoas, afirma que 40% dos pacientes em hemodiálise têm condições clínicas para fazer o transplante. O cirurgião urológico Mário Ronalsa frisou que o empenho do provedor Humberto Gomes de Melo em dar as condições necessárias para o transplante deve garantir o sucesso dessa empreitada. Ele explicou que, antes do proce-
40“%
dos pacientes em hemodiálise têm condições clínicas para fazer transplante
“
Já o diretor-médico da Santa Ca-
dimento, tanto o doador como o receptor precisam fazer um série de exames de compatibilidade, processo que leva meses para ser concluído, por isso a importância do apoio e do empenho da alta cúpula da instituição na execução dessa iniciativa. “Trata-se de uma decisão pessoal do provedor e do diretor-médico da Santa Casa de Maceió para que tais exames sejam viabilizados. Mas, para que atinjamos a meta, é preciso o fundamental empenho de todos”, destacou.
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Sônia Lins encarna a palhacinha “Maria Lindia” na recepção do Centro de Oncologia
REDE FEMININA
Elas fazem a diferença na luta contra o câncer la é motivo de alegria para as crianças da Pedia-
E
res de câncer e seus familiares, contribuindo para o res-
tria e da Quimioterapia da Santa Casa de Maceió.
gate da cidadania, a dignidade e a qualidade de vida
Entre os adultos da Nefrologia e do próprio Cen-
dos pacientes.
acolhimento humano.
gatam o que há de melhor nos sentimentos de pacientes
tro de Oncologia, é motivo de sorrisos, mas também de
Se as brincadeiras da personagem Maria Lindia res-
Sônia Lins de Azevedo Vila Verde é uma das 146 vo-
e familiares, o lanche servido no Centro de Oncologia e
luntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer
no Serviço de Radioterapia resgata um direito básico do
(RFCC) e incorpora, uma vez por semana, a personagem
ser humano: o da alimentação.
Maria Lindia, a divertida “palhacinha” que percorre a
“O lanche ameniza os efeitos da subalimentação, de
Santa Casa de Maceió levando descontração e bem-es-
quem saiu cedo de casa e não pôde fazer sequer uma
tar aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
refeição digna. São pessoas que acordam de madruga-
A RFCC é uma organização não-governamental com
da e deixam os seus povoados, no interior do Estado, em
atuação em todo o País, cuja missão é atender portado-
busca de tratamento em Maceió”, disse Ivonete
Revista da Santa Casa de Maceió
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Colaboradoras levam lanche e dignidade a quem deixou o interior de Alagoas em busca de tratamento em Maceió
“Trazemos doações de nossas casas e de amigos que nos apoiam anonimamente” Eugênio, líder de uma das equipes de voluntárias, que se
de fraldas para crianças e adultos a partir de doações de
revezam diariamente para entregar lanches, sempre pe-
empresas e pessoas físicas. Além disso, a RFCC em Ala-
la manhã e à tarde. “Complementamos, ainda, o lanche
goas doa próteses mamárias produzidas por uma das
preparado pela Casa de Apoio Lenita Vilela com doações
suas voluntárias e hospeda pacientes em tratamento na
das nossas próprias casas, familiares e amigos, que nos
Casa de Apoio Lenita Brandão Vilela.
apoiam anonimamente nesse trabalho”, acrescentou.
Conforme a presidente nacional e local da Rede Fe-
As voluntárias da Rede Feminina de Combate ao
minina de Combate ao Câncer, a alagoana Fátima Ca-
Câncer apoiam ainda projetos como o Mulheres Vence-
nuto, os números reforçam a importância da atuação da
doras, de acompanhamento a pacientes que enfrenta-
entidade junto aos pacientes da Santa Casa de Maceió.
ram ou vivenciam o câncer de mama; e a Operação Sor-
Em 2009 foram distribuídos cerca de R$ 10,2 mil em
riso, que realiza cirurgias plásticas corretivas em pacien-
medicamentos, R$ 4,2 mil em alimentos diferenciados
tes com lábio-leporino.
(suplementos alimentares entregues após a alta) e oito
O grupo também realiza palestras preventivas em bairros, escolas e associações de moradores; e entrega
mil lanches/mês, distribuídos na Quimioterapia, na Radioterapia e na Cardiologia Pediátrica.
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Entidades e empresas ajudam a Rede Feminina de Combate ao Câncer “Tudo isso só foi possível graças a doações de enti-
cer. A voluntária Sônia Lins, por exemplo, relata o caso de
dades como o Sesc, através de projetos como o Mesa
uma criança que lutou durante três anos contra a leuce-
Brasil; e de empresas, como Pindorama, Sococo e SAM’s
mia, neoplasia maligna que atinge o sangue. “Infeliz-
Club. Apesar do apoio da Secretaria de Estado da Saúde,
mente a doença venceu e ele veio a falecer. Recordo que
que nos ajuda na manutenção da casa de apoio, não re-
a vó do menino falou algo que me tocou profundamente:
cebemos nenhuma subvenção oficial nem temos doa-
- Você fez a diferença na vida do meu neto. Ele foi feliz
dores permanentes de grande porte que possam investir
por causa de sua presença.”, disse Sônia, sem esconder a
nos nossos projetos”. Fátima Canuto aproveitou a opor-
emoção e assumindo o papel de Maria Lindia.
tunidade para divulgar o 8º Congresso da Rede Femini-
Há também situações curiosas como a dos acom-
na Nacional de Combate ao Câncer, que ocorrerá no pe-
panhantes que, no primeiro contato, rejeitam o lanche
ríodo de 03 a 05 de novembro no Centro de Conven-
alegando não dispor de dinheiro. “Após explicarmos que
ções de Maceió. Cerca de 1500 voluntárias se reunirão
se trata de um trabalho gratuito, fruto de doações, o sor-
em Maceió, neste que é primeiro encontro da ONG em
riso vem como forma de agradecimento”, relata a vo-
território alagoano.
luntária Leda Maria. Outro tipo de reconhecimento é a
DEPOIMENTOS – Os números são importantes, po-
forma como alguns pacientes se referem ao grupo:
rém, o que mais marca o trabalho das voluntárias é o ca-
“chegaram os anjos de rosa”, destacando à cor da farda
ráter humanístico da Rede Feminina de Combate ao Cân-
adotada pela Rede. De fato, são anjos.
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H1N1
Como evitar a Gripe A
A
Santa Casa de Misericórdia de Maceió imuni-
A vacina utilizada no Brasil é produzida com vírus
zou mais de dois mil profissionais de saúde
inativado e fracionado, em vista disso não há nenhuma
contra o vírus Influenza A - H1N1 em fevereiro
possibilidade de que a vacina possa provocar gripe nas
de 2010. O hospital foi o primeiro do País a tomar a ini-
pessoas imunizadas. A única contraindicação formal é
ciativa de promover uma campanha institucional para
para as pessoas que apresentam alergia a ovo.
proteger o seu quadro assistencial contra a gripe A.
Na Santa Casa, a exemplo dos dados da OMS e do
Os profissionais de saúde fazem parte do grupo
Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados
prioritário da Organização Mundial de Saúde (OMS)
Unidos, a maioria dos profissionais vacinados não apre-
para receberem a vacina. Além destes, serão imunizadas
sentou qualquer reação adversa. Entretanto, 1,5% dos
as grávidas em qualquer período de gestação, os indíge-
imunizados referiram reações leves a moderados entre o
nas e as pessoas portadoras de doenças crônicas como
segundo ao quinto dia após a vacinação. As principais
diabetes, cardiopatias e asma.
queixas apresentadas foram: dores no corpo, dor de
No Brasil, o governo incluiu também crianças de seis
cabeça, fadiga e diarréia.
meses a dois anos e adultos de vinte a trinta e nove a-
Apesar da vacinação significar uma segurança para
nos, tendo em vista a incidência significativa de casos
a população, as medidas de precaução contra o H1N1
graves registrados nesta faixa etária, durante a primeira
devem continuar sendo adotadas, tendo em vista que
pandemia da gripe no País.
uma parcela da população ainda não foi imunizada.
A estimativa é que mais de 60 milhões de pessoas
Ações como a higienização constante das mãos são
sejam imunizadas neste ano em todo o território nacio-
essenciais para prevenir as infecções. Na presença de
nal, o que reduzirá consideravelmente o risco de contá-
sintomas gripais, cobrir o rosto ao espirar e tossir, usan-
gio pelo vírus H1N1.
do lenços descartáveis.
A eficácia da vacina é superior a 80%, semelhante a
Em caso de febre alta, tosse e dores de cabeça, mus-
da gripe comum, o que denota a capacidade do organis-
cular e nas articulações procurar atendimento médico
mo de produzir anticorpo contra o vírus, após a vacinação.
para que sejam adotadas as medidas de contensão e
Nas gestantes a vacina reduz em mais de 60% a chance do bebê adquirir a gripe A nos primeiros meses de vida.
tratamento adequados. Gerência de Riscos e Controle de Infecções Maria Tereza Freitas Tenório
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ALERTA
Mulheres que adotam maus hábitos masculinos adoecem mais
N
a medida em que ocupam mais espaço no mer-
SuIAmérica Saúde sobre a saúde feminina confirma que
cado de trabalho, as mulheres parecem igualar-
as mulheres estão subindo na carreira, mas repetindo os
se aos homens na adoção de hábitos e atribu-
mesmos erros dos homens: não cuidar da própria saúde.
tos tipicamente masculinos. Prova disso é o crescente
Os cardiologistas são os que mais se preocupam
número de mulheres que adoecem por causa da má ali-
com esse quadro. Em 1995, de cada dez infartos regis-
mentação, do estresse, do sedentarismo e, some-se a
trados no País, um era sofrido por mulheres. Esse núme-
tudo isso, o fumo, resultando em patologias como dia-
ro agravou-se, chegando a uma mulher para cada qua-
ças cardiovasculares, dentre outras. O alerta é do diretor-médico da Santa Casa de Maceió, Artur Gomes Neto, e foi dirigido às colaboradoras da instituição - num total de 1.344 -, parte delas reunida no café da manhã oferecido no Centro de Estudos Professor Lourival de Melo Mota. “Vocês, mulheres, representam
6,2“ % das mulheres pesquisadas não fazem mamografia.
“
betes, hipertensão, depressão, doen-
campanhas contra o câncer de mama e do colo do útero, é do coração que as mulheres morrem mais: 50% da mortalidade se deve a problemas cardiovasculares. Conforme a endocrinologista Thaís de Alencar, a falta de tempo é a justificativa mais recorrente para se adiar as consultas de rotina, deixar de fazer exercícios e se alimentar
74% dos colaboradores da Santa Casa de Maceió; são
melhor. Até os exames ginecológicos, que haviam sido
maioria em postos de coordenação e de supervisão e já
incorporados à cultura feminina desde a adolescência,
ocupam cargos de gerência”, destacou o cirurgião torá-
começam a ser feitos em períodos maiores.
cico, citando a presença da médica Tereza Tenório (Ge-
Ainda segundo a pesquisa da SuIAmérica Saúde,
rência Assistencial) e da enfermeira Rejane Paixão (Ge-
22,1% (num universo de mais de 17 mil mulheres entre
rência de Unidades Externas) no corpo de gerentes da
19 e 49 anos) não fazem acompanhamento ginecológi-
instituição. Para citar apenas um exemplo, Artur Gomes
co adequado, e 6,2% têm a mesma atitude em relação
diz que, até a 2ª Guerra Mundial, eram raros os registros
à mamografia, exame utilizado na detecção do câncer
de câncer de pulmão em mulheres. Com o franco ingres-
de mama. O estudo revela que a quantidade de mulhe-
so delas no mercado de trabalho, essa realidade mudou,
res que não fazem exames ginecológicos aumentou
para pior.
cerca de 7%, e o índice das que não realizam mamogra-
PESQUISA - Um levantamento realizado pela
fias subiu 1,2%.
Revista da Santa Casa de Maceió
20
tro homens. Apesar de todas as
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Revista da Santa Casa de Macei贸 www.santacasademaceio.com.br
Retardar check-up pode agravar a saúde das mulheres no futuro O consenso entre médicos e especialistas é de que, se as mulheres não abrirem espaço em suas agendas
causa de óbito na população feminina, é o único que pode ser eliminado por meio de tratamentos.
para cuidarem da própria saúde, esse tempo será gasto
Já o câncer de mama, que pode ser detectado com
no futuro no tratamento de doenças graves, inclusive
a mamografia, é o segundo tipo de tumor mais frequen-
com risco de morte. E o que é pior: comprometendo, de
te no mundo e o mais comum entre as mulheres. A cada
fato, a sua carreira e as relações familiares.
ano, cerca de 22% dos novos casos de câncer em mu-
A prevenção ainda é a melhor solução, pois cerca de 80% das mulheres que procuram o médico com sinto-
lheres são de mama, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
mas de câncer de colo de útero já possuem a doença em estágio avançado.
“Mesmo diagnosticado e tratado oportunamente, o câncer de mama continua com as taxas de mortalidade
Segundo o Instituto de Prevenção do Colo do Útero
elevadas no Brasil, pois a doença ainda é descoberta em
(lncolo), a cada cem mil mulheres, 31 têm a doença no
estágios avançados”, explica o oncologista clínico Dival-
Brasil e, apesar de esse tipo de câncer ser a segunda
do Alencar.
Aprenda a calcular o seu Índice de Massa Corpórea Uma das alternativas para checar como vai a sua saúde TABELA DO IMC
é calcular o Índice de Massa Corporal (IMC). Trata-se de uma fórmula que indica se um adulto está acima do peso,
CONDIÇÃO
IMC EM ADULTOS
obeso ou abaixo do peso ideal. A fórmula para calcular o
Abaixo do peso
abaixo de 18,5
índice é IMC = peso/(altura) . Na nossa última edição, um
No peso normal
entre 18,5 e 25
erro de digitação levou a publicarmos a fórmula parcial-
Acima do peso
entre 25 e 30
mente incorreta.
Obeso
acima de 30
2
O número resultante deve ser comparado com a tabela ao lado, criada pela Organização Mundial da Saúde, mas a
A obesidade mórbida é predominante
própria OMS avisa que o IMC é apenas um indicador e que
entre as mulheres, respondendo por
não determina de forma absoluta se uma pessoa está aci-
cerca de 60% dos casos.
ma do peso, cabendo ao médico avaliar cada caso.
Revista da Santa Casa de Maceió
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Consultora Vera Elias e o secretário adjunto da Saúde, Herbert Charles, conversam com o diretor Paulo de Lira; a gerente Rejane Paixão e o provedor Humberto Gomes
HOSPITAL NOSSA SENHORA DA GUIA
Maternidade ajudou a reduzir mortalidade infantil
A
inauguração do Hospital Nossa Senhora da
trativo-financeiro, Paulo de Lira, pela gerente de Uni-
Guia foi saudada pelos técnicos da área da saú-
dades Externas, Rejane Paixão, e pela equipe multidisci-
de como uma alternativa para desafogar a Ma-
plinar.
ternidade Santa Mônica e para reduzir a mortalidade
O provedor Humberto Gomes de Melo destacou que
infantil em Alagoas. Ao entrar em operação, o hospital
desde junho do ano passado, quando a maternidade foi
disponibilizou oito leitos de Unidade de Cuidados Inter-
inaugurada, a mídia deixou de registrar mães em traba-
mediários (UCI) e 43 leitos obstétricos para gestantes de
lho de parto em locais inadequados por falta de vagas.
baixo e médio riscos.
Muitas gestantes de baixo e médio riscos acabavam
"No contexto da mortalidade infantil em Maceió, é
recorrendo à Santa Mônica, uma maternidade com estru-
visível a participação da maternidade nesse processo",
tura para atender aos casos de alto risco, o que resulta-
disse o secretário-adjunto da Saúde do município, Her-
va na superlotação daquela unidade. A própria proximi-
bert Charles, em visita à unidade.
dade com a Santa Mônica, também localizada no Poço,
Os técnicos do município foram recebidos pelo provedor Humberto Gomes de Melo, pelo diretor adminis-
levou à formação de uma parceria informal para o intercâmbio de pacientes entre as duas unidades.
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Poltronas garantem o descanso de colaboradores entre um turno e outro
CENTRO DE CONVIVÊNCIA
Colaborador tem espaço para descanso res da Santa Casa de Maceió tornou-se realidade. A insti-
tuição inaugurou um espaço de descanso e lazer em seu complexo hospitalar na capital alagoana. Aberto dia-
riamente das 11h às 18h e das 22h às 3h, “o Centro de Convivência e Lazer destina-se, sobretudo, ao breve descanso dos profissionais entre um turno e outro”, diz o gerente de Gestão de Pessoas, Sílvio Melo.
“
Ciência confirma: a soneca à tarde ajuda o cérebro a receber informações novas
“
U
m antigo sonho dos colaborado-
Com ambiente climatizado, o Centro de Convivência
o entretenimento é garantido pela tela em LCD de 36 polegadas; na sala de leitura, mesas, cadeiras e revistas facilitam o acesso à informação. Já na sala de descanso, poltronas, espreguiçadeiras, ambiente à meia luz e temperatura amena garantem o cochilo após o almoço. E, por fim, a sala de acesso à Internet em banda larga, ferramenta que pode ser utilizada livremente
para pesquisas, informações e entretenimento.
Revista da Santa Casa de Maceió
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possui quatro ambientes. Na sala de TV,
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Sala de leitura disponibiliza revistas informativas. Em destaque, a sala de acesso à rede mundial de computadores
PESQUISA
recrutaram 39 jovens saudáveis para participar do estudo. Eles tiveram que decorar cem nomes e rostos ao
A ideia da abertura de um espaço para o descanso tem o amparo da ciência. Uma pesquisa divulgada pela
grupo teve que decorar outros cem nomes e rostos.
Associação Americana para o Avanço da Ciência mos-
Os 20 jovens que tiraram uma soneca tiveram um
trou que as pessoas que dormem cerca de uma hora e
desempenho 10% melhor na tarefa. Já o cansaço da-
meia à tarde têm mais facilidade para receber informa-
queles que ficaram acordados fez com que eles perdes-
ções novas.
sem, também, 10% da capacidade de aprendizagem, ou
Cientistas da Universidade de Berkeley, na Califórnia,
Sala de TV
meio-dia; em seguida, uma parte foi dormir. Às 18h, o
seja, a soneca à tarde faz bem.
Fonte: BBS/DATASUS
DATASUS
Hospital Nossa Senhora da Guia realiza 26% dos partos normais em Maceió
A
tendendo aos princípios do HumanizaSus e se-
gistradas na capital alagoana (ver tabela) e por 9% do
guindo o que preconiza a Iniciativa Hospital
fluxo entre as 61 unidades hospitalares e casas de parto
Amigo da Criança, o Hospital Nossa Senhora da
do Estado. Os dados revelam a importância da materni-
Guia lidera um importante ranking dentre as maternida-
dade - inaugurada pela Santa Casa de Maceió em 2009
des alagoanas: o de unidade hospitalar que mais realiza
- na assistência a gestantes e recém-nascidos.
partos normais. Nos últimos quatro meses foram realiza-
Entre novembro de 2009 e fevereiro de 2010 foram
dos 634 procedimentos desse tipo, o que equivale a mais
realizados no Hospital Nossa Senhora da Guia nada me-
de 26% do total de partos registrados pelo Datasus em
nos que 1.563 internações obstétricas, contra 1.468 do
Maceió (ver gráfico).
Hospital Sanatório e 1.399 da Maternidade Santa Môni-
No mesmo período, o Hospital Nossa Senhora da Guia respondeu por 19% das internações obstétricas re-
ca. Esse total inclui partos, curetagens e outros procedimentos obstétricos.
Revista da Santa Casa de Maceió
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(*)
Fonte: BBS/DATASUS
(*) O TOTAL GERAL DE INTERNAÇÕES OBSTÉTRICAS INCLUI OUTROS PROCEDIMENTOS, COMO CURETAGEM, ALÉM DOS PARTOS NORMAL E CESÁREO
Maternidade da Santa Casa é a que menos realiza partos cesarianas Na capital alagoana, o Hospital Nossa Senhora da
dade infantil ao disponibilizar leitos para gestantes de
Guia e o Hospital Universitário foram as duas unidades
baixo e médio riscos, desafogando a maternidade Santa
que menos realizaram partos cesarianas de médio e alto
Mônica”, disse Charles.
riscos (ver tabela), com 52,9% e 33,56% do total, res-
"Ultimamente, não temos visto partos sendo realiza-
pectivamente. A gerente de Unidades Externas, Rejane
dos em lugares impróprios - como em carros ou nas i-
Paixão, afirma que a meta é ampliar ainda mais o nú-
mediações de maternidades - por falta de vagas. No con-
mero de partos normais e reduzir o de cesáreas. “Vale
texto da mortalidade infantil é visível a participação da
lembrar que o próprio Ministério da Saúde vem estimu-
maternidade nesse processo", complementou o se-
lando as mulheres a optarem pelo parto normal tanto
cretário-adjunto.
pelos benefícios ao recém-nascido quanto à mãe”, disse a enfermeira.
MAPEAMENTO - Levantamento do Serviço Social
Por isso, o Hospital Nossa Senhora da Guia vem re-
da unidade revelou que 72 municípios alagoanos vêm
cebendo elogios de gestores públicos, como o secretário-
encaminhando gestantes para a maternidade. Segundo a
adjunto da Saúde do município, Herbert Charles. “A ma-
assistente social Ray Gomes Lima, Maceió, Marechal
ternidade vem contribuindo com a redução da mortali-
Deodoro e São Luís do Quitunde lideram o ranking.
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ARTIGO
Doença inflamatória intestinal de chegar a 20 (vinte) ou mais nas 24 horas. Frequente-
Hélio Medeiros da Cunha (*)
mente, os pacientes com colite ulcerativa são mais afetatermo doença inflamatória intestinal é habitual-
O
dos pela frequência de evacuações do que aqueles com
mente empregado para designar duas doenças
doença de Crohn.
de etiologia pouco conhecidas que se caracteri-
Nas formas graves da colite ulcerativa há grande espo-
zam por distúrbios inflamatórios do trato gastrointestinal:
liação com acentuada queda do estado geral, perda de pe-
doença de Crohn e retocolite ulcerativa.As patologias aco-
so, anemia hipoproteinemia e edema.
metem, em proporções semelhantes, pacientes de ambos os sexos, principalmente adolescentes e adultos jovens.
O doente pode também apresentar dor abdominal e febre com risco do surgimento do megacólon tóxico, em que
A retocolite ulcerativa foi descrita pela primeira vez
há uma dilatação aguda do cólon, causada pela acentuada
por Wilks e Moxon na Inglaterra, em 1875. Enquanto a
destruição da parede intestinal, que pode complicar com
cólon, a doença de Crohn pode atingir todo o tubo digestivo, desde a boca até o ânus, apesar de se manifestar principalmente no íleo terminal. O reto é sempre afetado durante ataques de colite ulcerativa, sendo o sangramento retal mais frequente nessa doença. Já as lesões perianais, como fissuras, abscessos e fistulas, são mais frequentes na doença de Crohn. É importante salientar que as lesões anais
“
perfuração. Crianças acometidas pela doença
Crianças acometidas pela doença podem ter o crescimento prejudicado e a acuidade mental diminuída.
“
retocolite ulcerativa acomete o reto e o
do e a sua acuidade mental é diminuída, sendo menos desenvolvida fisicamente. A dor abdominal é considerada um sintoma importante em pacientes com doença de Crohn. Localizam-se, habitualmente, no quadrante inferior direito, causando confusão com apendicite aguda, principalmente se associada à febre. Com certa frequência, pode-se en-
podem preceder, em meses, o aparecimento das manifes-
contrar massa abdominal palpável ao exame físico em pa-
tações clínicas intestinais da doença.
cientes com doença de Crohn, o que não é observado em
Tanto a retocolite ulcerativa como a doença de Crohn
pacientes com colite ulcerativa. A obstrução intestinal a-
tendem a cursar com evolução crônica com períodos de
guda também pode ocorrer como primeira manifestação
remissão e recorrência. Os pacientes com colite ulcerativa
da doença ou como complicação de doença previamente
e doença de Crohn podem se apresentar com sintomas
diagnosticada.
mínimos e queixas moderadas ou podem apresentar manifestações fulminantes.
As doenças inflamatórias intestinais de longa evolução aumentam o risco de transformação maligna. Tanto a
A diarréia com muco ou muco sanguinolento é um
retocolite ulcerativa como a doença de Crohn podem apre-
sintoma importante e pode se manifestar por duas a qua-
sentar diversas manifestações extraintestinais. As mais
tro evacuações por dia. Entretanto, nas formas graves de
comuns são: articulares - artrites, que se manifestam em
retocolite ulcerativa (pancolite), o número de dejeções po-
grandes articulações, como joelho e tornozelo; cutâneas -
Revista da Santa Casa de Maceió
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podem ter o seu crescimento prejudica-
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Coordenador do Serviço de Coloproctologia da Santa Casa de Maceió, Hélio Medeiros
eritema nodoso e pioderma gangrenoso; mucosas - esto-
cina. Mais recentemente, os anticorpos monoclonais anti-
matites e gengivites; oculares - uveíte e irite; e hepatobilia-
fator de necrose tumoral (anti-TNF ALFA) têm sido úteis
res - pericolangite, colangite esclerosante e colelitíase.
nos casos resistentes da doença de Crohn.
O diagnostico é feito pelo exame proctológico retos-
O tratamento cirúrgico é sempre o último recurso tera-
sigmoidoscopia e colonoscopia; esta última servindo para
pêutico, principalmente na doença de Crohn, devido ao
avaliar a extensão da doença.
caráter recidivante da doença.
O tratamento clínico compreende medidas gerais,
A intratabilidade clínica é a mais frequente indicação
como suporte nutricional, correção da anemia e distúrbios
cirúrgica na retocolite ulcerativa. As cirurgias eletivas mais
eletrolíticos. O tratamento sintomático visa ao alivio dos
realizadas são: proctocolectomia total com ileostomia defi-
sintomas, podendo ser usados os antiespasmódicos para o
nitiva, colectomia total com ileorreto anastomose (cirurgia
alívio das cólicas e antidiarréicos.
que é indicada quando o reto não está gravemente com-
No tratamento da doença intestinal têm sido utilizados drogas anti-inflamatórias (sulfassalazina e acido 5 a-
prometido) e proctocolectomia total com anastomose ileoanal com reservatório ileal.
minossalicílico 5 ASA (mesalazina); corticosteróides - por vias oral, venosa e retal, principalmente em pacientes com proctite e colite distal; drogas imunomoduladoras e imunossupressoras; e antibióticos - metronidazol e ciprofloxa-
(*) Dr. Hélio Medeiros da Cunha é fundador e chefe do Serviço de Coloproctologia da Santa Casa de Misericórdia de Maceió e membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Academia Alagoana de Medicina.
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Acompanhado por acadêmicos, cirurgião plástico André Mendonça (esq.) conversa com mãe de criança
OPERAÇÃO SORRISO
Avaliação anual de pacientes em Alagoas supera média nacional
N
ada menos que 70% dos pacientes submetidos
para atender os pacientes.
à cirurgia plástica corretiva na Operação So-
Dos 113 pacientes portadores de lábio-leporino
rriso 2009 atenderam ao chamado da Santa
submetidos à cirurgia no ano passado, 69 comparece-
Casa de Maceió para a reavaliação periódica. “A média
ram à reavaliação, sendo 54 oriundos do interior do
nacional é de 40%”, comemorou a gerente de Unidades
Estado e 15 de Maceió. Segundo Rejane Paixão, este
Externas, Rejane Paixão, responsável pela Unidade Do-
bom desempenho deveu-se ao trabalho da assistente
cente Assistencial Professor Rodrigo Ramalho (UDARR).
social Maria José, que, durante dois dias, manteve con-
A unidade foi escolhida pela organização do projeto
tato por telefone com a maioria dos pacientes e fami-
Revista da Santa Casa de Maceió
30
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Unidade Rodrigo Ramalho montou uma superestrutura para receber os pacientes e acompanhantes
liares, muitos deles residentes no interior alagoano. O coordenador da Operação Sorriso em Alagoas, o cirurgião plástico André Mendonça, contou com a parti-
que ocorre entre a quarta e a décima semana de gestação. O adjetivo leporino refere-se à semelhança com o focinho fendido de uma lebre.
cipação de odontólogos e fonoaudiólogos, além de aca-
No Brasil, estima-se que a cada 650 nascimentos, u-
dêmicos de Medicina. Avaliando que não houve inter-
ma criança nasce com fissura labiopalatal. Existem vá-
corrências com nenhum paciente, Mendonça anunciou
rios fatores que tem sido implicados no seu aparecimen-
que serão retomadas as cirurgias corretivas de lábio-
to, tais como o uso de álcool ou cigarros, a realização de
leporino no Hospital Nossa Senhora da Guia. “As con-
raios-x na região abdominal, a ingestão de medicamen-
sultas já podem ser marcadas”, complementou.
tos, como anticonvulsivantes ou corticóide, durante o
“O que mais me tocou nessa avaliação é que se an-
primeiro trimestre gestacional, deficiências nutricionais,
tes da cirurgia as crianças se mostravam apáticas, tristes
infecções, além da hereditariedade. A única forma de
e deprimidas, agora estavam alegres, sorrindo e com a
corrigi-los é através de cirurgia. As fissuras podem ser:
autoestima em alta”, resumiu Rejane Paixão.
unilaterais (atingem somente um lado do lábio) ou bila-
O lábio leporino (cientificamente chamado fissura
terais (fendas dos dois lados do lábio), completas (quan-
labiopalatal) é uma abertura na região do lábio ou pala-
do atingem o lábio e o palato), ou incompletas (quando
to, ocasionada pelo não fechamento dessas estruturas,
atingem apenas uma das estruturas).
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Provedor Humberto Gomes de Melo discursa em solenidade: parceria
CARTÓRIO EM MATERNIDADE
SCMM entra na campanha contra o subrregistro civil
O
combate ao subrregistro civil em Alagoas ga-
tância da Certidão de Nascimento para ela e para o filho.
nhou mais um reforço. O Hospital Nossa Se-
“Com essa iniciativa ficou tudo mais fácil, não preciso en-
nhora da Guia inaugurou o seu posto avança-
frentar fila e registro rápido o meu filho. Com a Certidão
do de registro de nascimento. Em Maceió, já são seis
de Nascimento vou poder levá-lo ao médico e fazer o Bol-
cartórios instalados em maternidades.
sa-Família”, comemorou a mãe.
“O posto avançado faz parte de um plano para a er-
Em seu discurso, o provedor da Santa Casa de Ma-
radicação do subrregistro. É um passo para a garantia
ceió, Humberto Gomes de Melo, frisou que, antes mes-
da cidadania. As mães poderão registrar os seus filhos
mo da instalação do cartório no Hospital Nossa Senhora
com comodidade e dignidade. É importante que seja
da Guia, a maternidade já fazia registros civis. “Graças
realizado, agora, um trabalho de conscientização volta-
a uma parceria com o Hospital São Rafael, onde funcio-
do à importância do registro de nascimento”, disse Ju-
nava um posto avançado, passamos a contribuir com es-
liana Vergetti, secretária-adjunta da Secretaria de Assis-
se movimento contra o subrregistro civil”, destacou o
tência e Desenvolvimento Social do Estado.
provedor após assinar o termo de convênio com o
A mamãe Fernanda Alves da Silva destacou a impor-
Estado.
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Santa Casa de Maceió investe em cartório de registro avançado O conselheiro do Fundo Especial para o Registro
quecido, os postos avançados devem comunicar aos car-
Civil, juiz Orlando Rocha, falou sobre a importância de o
tórios do interior o nascimento de crianças oriundas da-
registro ocorrer dentro da própria maternidade. “É pre-
quela cidade.
ciso que se criem rotinas nas maternidades para que o registro passe a ser tão obrigatório quanto a alta médi-
INVESTIMENTO
ca”, disse Orlando, elogiando o empenho da equipe do Hospital Nossa Senhora da Guia em orientar as mães sobre o registro civil.
Além da reforma e da adequação do espaço físico do cartório avançado, a Santa Casa de Maceió dotou o
Desde que entrou em operação, o posto avançado
serviço com computadores, impressora, mobília, clima-
da maternidade já registrou 236 crianças, contra um vo-
tização, acesso à Internet e serviço permanente de ma-
lume médio mensal de 350 partos realizados naquela u-
nutenção de TI e dos demais equipamentos. “A Santa
nidade. A diferença tem uma explicação: muitos pais
Casa foi a única instituição a investir na infraestrutura
preferem registrar os filhos nas cidades de origem.
do cartório com recursos próprios”, acrescentou o pro-
Para evitar que na volta para casa o registro seja es-
vedor.
Registro em cartório já faz parte da rotina hospitalar: pais são encaminhados logo após o parto
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Os médicos João Aderbal, Alfredo Barros, Duílio Marsíglia e Marcos Davi compõem mesa de debates no Curso Intensivo Avançado de Câncer de Mama, realizado no centro de convenções do Radisson Hotel Maceió
O
CÂNCER DE MAMA
Sírio-Libanês e Santa Casa promovem curso avançado
O
Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa e
tal Sírio-Libanês, uma das maiores referências em trata-
a Santa Casa de Maceió promoveram no cen-
mento do câncer no País”, disse João Aderbal Raposo
tro de convenções do Radisson Hotel Maceió
Moraes, coordenador do Serviço de Mastologia da San-
o Curso Intensivo Avançado de Câncer de Mama. A es-
ta Casa de Misericórdia de Maceió e um dos articula-
timativa inicial de 129 participantes foi superada pela
dores do evento.
presença de 230 profissionais.
O curso incluiu temas como reconstrução total da
Destinado a ginecologistas, mastologistas e médi-
mama, estratégias para prevenção mamária, diagnósti-
cos de todo o Nordeste, o evento contou com a pales-
co precoce, genética, epigenética, tratamento atual do
tra de renomados especialistas do Hospital Sírio-Liba-
câncer metastático, quimioterapia adjuvante, radiotera-
nês, como o radioterapeuta Eduardo Martella, o cirur-
pia após mastectomia, princípios da cirurgia oncoplás-
gião plástico Marcelo M. Sampaio, o mastologista Al-
tica, bases moleculares da quimioterapia, hormoniote-
fredo Carlos S. D. Barros e o cirurgião oncológico Artur
rapia dentre outros.
Katz.
Como o Curso Intensivo Avançado de Câncer de
“O objetivo é disseminar entre os profissionais da região o mesmo nível de condutas adotado pelo Hospi-
Mama é uma iniciativa da Área de Filantropia do Hospital Sírio-Libanês, a participação é gratuita.
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Os médicos Alexandre Calado e Frederico Rocha (acima) e os especialistas Eduardo Martella, Alfredo Barros, João Aderbal e Marcelo Sampaio
Cirurgião plástico do Hospital Sírio-Libanês, Marcelo Sampaio, fala sobre as mais recentes novidades em reconstrução mamária
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