2 minute read
ZAMBRA
from ZAMBRA
Y yo creo más en las paradojas de la vida que en las antinomias del pensamiento
Advertisement
Em árabe marroquino, zambra significa "festa". O nome da zine carrega essa etimologia: uma festa poética, na qual dançamos eu e María Zambrano. Primeiro de tudo, quem é ela? Maria morreu um ano antes de eu nascer, em 1991. Ela, por sua vez, nasceu em Valéz-Malága na Espanha, mas viveu em muitos lugares, tendo passado boa parte de sua vida adulta no exílio, principalmente em Havana. María veio ao mundo em 1904, consegue imaginar? Eu consigo, adoro evanescer no tempo, principalmente naquele tempo onde eu não habitei. María foi uma filósofa, diria, uma grande filósofa inclusive. Não confie no google, se você a buscar ela aparecerá descrita como “discípula” de fulano e cricrano de tal. María foi uma filósofa em feminino, fez historiografia dos sentires, partiu de suas entranhas para, com a distância e o esmero no ponto, olhar o mundo. Na distância, ela se tornou parte. E quem, afinal, sou eu? Quem sou eu para, simplesmente, convidar María para bailar? Bom, eu sou apenas uma mulher que leu suas palavras, com a distância e o esmero no ponto, e fui infusionada de alegria… tanto, que sai escrevendo garatujas. Os poemas dessa zine são todos inspirados em palavras e frases que María Zambrano falou em uma entrevista concedida à Pilar Trenas em 1988 para a Televisión Española.