Vozdaigreja outubro2014

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missionário

Queridos irmãos e irmãs, O tema da Campanha Missionária deste ano é: «Missão para libertar». Somos convidados a dar continuidade à reflexão da Campanha da Fraternidade sobre o tráfico de órgãos e enfrentar esse desafio de superar a exploração do ser humano e sua perda de dignidade. Com o lema: «Enviou-me para anunciar a libertação» (Lc 4,18), a Campanha Missionária é um impulso para nos tirar do comodismo e nos levar ao encontro daqueles que mais precisam do nosso apoio, especialmente as vítimas do tráfico humano. Ser discípulo-missionário é anunciar o Reino de Cristo como proposta concreta de amor e solidariedade a um mundo individualista e egoísta que tornou o consumismo a sua religião e com isso transformou as pessoas em produto de compra e venda. Para combater essa mentalidade, vamos nos inspirar naquela que a Igreja proclamou como Padroeira das Missões: Santa Terezinha do Menino Jesus. Mesmo sem nunca ter saído do Carmelo de Lisieux, Santa Terezinha tinha uma vocação missionária que ardia no seu coração: «No coração me repercutia, continuamente, o brado de Jesus na Cruz: “Tenho sede!” Estas palavras acendiam em mim um ardor estranho e muito vivo» (MA 134). É na sua pequenez, na sua simplicidade, mas acima de tudo na sua profunda espiritualidade, que devemos nos inspirar para «anunciar a libertação», pois Deus escolhe os simples e humildes para confundir os fortes e poderosos. Assim o fez com Santa Terezinha, São Francisco de Assis e muitos outros exemplos de santidade que buscaram ser fiéis nas pequenas coisas. No próximo mês, lançaremos o Ano Missionário no âmbito da Arquidiocese: “A Alegria da Missão” e com o lema “O que vimos e ouvimos isso vos anunciamos”. Que, de fato, o façamos com o mesmo ardor de Santa Terezinha, sem medo de nos comprometer com o projeto de anunciar Jesus Cristo. Que a Padroeira das Missões nos ajude a fazer nossas as suas palavras: «Quisera percorrer a terra, apregoar teu nome (…) Quisera ser missionário não só por alguns anos, mas quisera sê-lo desde a criação do mundo e até a consumação dos séculos. » (MB 251). Percorrendo a Arquidiocese já é possível sentir o envolvimento das forças vivas das Paróquias e dos setores. Todos estão buscando organizar e preparar da melhor maneira possível o Ano Missionário, acreditando que trará uma grande renovação eclesial para a nossa Igreja local. Peçamos a intercessão de Santa Terezinha, Padroeira das Missões, que possamos testemunhar Jesus Cristo através da nossa vida, pois só n’Ele poderemos alcançar a verdadeira liberdade.

Expediente A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Administrador Arquidiocesano: Dom Rafael Biernaski | Bispo da Arquidiocese de Curitiba: Dom José Mário Angonese. Chanceler: Élio José Dall'Agnol | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto. | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Marcos Honório da Silva | Assessora de Comunicação: Stephany Bravos | Jornalista responsável: Stephany Bravos | Revisão: Stephany Bravos - Ana Paula Mira |Colaboração voluntária: 12 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral Projeto gráfico e diagramação: Editora Exceuni - Aldemir Batistaexceuni@uol.com.br - 3657-2864. Impressão: Infante - Tiragem: 10 mil exemplares.

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Arquidiocese de Curitiba | Outubro.2014

Outubro.14

DOM RAFAEL BIERNASKI - Administrador Arquidiocesano

Mensagem do Administrador

Outubro mês

Agenda Mensal dos Bispos

Dom Rafael Biernaski Administrador Arquidiocesano Região Episcopal Centro-Oeste

01 - Missa para o Movimento das Capelinhas, na Catedral - Missa na Comunidade Sagrada Família da Paróquia São Francisco do Xaxim 02 - Expediente na Cúria 03 - Investidura dos MESCES do Setor Mercês, na Paróquia Santíssimo Sacramento 04 - Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Anunciação - Festival do Ano Missionário 05 - Missa no Santuário do Sagrado Coração de Jesus 07 - Reunião do Colégio de Consultores - Expediente na Cúria - Visita ao Seminário Rainha dos Apóstolos 08 - Gravação na TV Evangelizar - Missa no Hospital São Vicente - Visita ao Seminário Propedêutico

09 - Reunião dos 15 Setores da Arquidiocese, na Cúria - Expediente na Cúria - Visita do Seminário Bom Pastor - Reunião com as 12 Comissões da Arquidiocese, na Cúria 10 - Missa no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe - Visita ao Seminário São José 11 - Crisma na Paróquia São Pio X - Missa de Encerramento da Novena da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Campo Magro 12 - Missa no Santuário de Schoenstatt - Missa na Paróquia Santo Antonio, em Orleans - Missa da RCC no Santuário Nossa Senhora do Equilíbrio 30 - Investidura dos MESCES do Setor Santa Felicidade, na Paróquia São José 31 - Missa na Cúria - Crisma no Santuário São José do Capão Raso

Dom José Mário Angonese Bispo da Arquidiocese de Curitiba Região Episcopal Norte 01 - Expediente na Cúria 02 - Reunião do Setor Cabral, no Santuário Cristo Rei - Reunião dos Coordenadores do Setor da Região Norte, na Cúria - Missa de Tríduo na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus 03 - Missa de Tríduo na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus 04 - Festival do Ano Missionário 05 - Missa da Festa na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus 06 - Reunião da PASCOM 07 - Reunião do Colégio de Consultores - Reunião da Equipe Missionária, na Cúria - Reunião da Pastoral Familiar, na Cúria 08 - Expediente na Cúria - Missa da Novena na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, em Colombo 09 - Reunião dos 15 Setores da Arquidiocese, na Cúria - Reunião com as 12 Comissões da Arquidiocese, na Cúria 10 - Missa na Capela Nossa Senhora Aparecida, da P. S. José das Famílias 11 - Reunião da Comissão Bíblica Catequética, na Cúria - Investidura dos MESCES do Setor Pinhais, na Paróquia Maria Mãe da Igreja 12 - Missa na Capela Nossa Senhora Aparecida, em Almirante Tamandaré - Missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Uberaba - Missa na Paróquia Nossa

Senhora da Luz, em Pinhais 14 - Reunião da APAC 15 - Missa no Carmelo Nossa Senhora da Assunção 16 - Reunião do Setor Colombo, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário - Missa na Paróquia Santo Antonio Maria Claret 17 - Reunião do Setor Almirante Tamandaré, na Paróquia Nossa Senhora da Conceição - Missa na Comunidade Mãe da Rainha, em Colombo 18 - Crisma no Santuário de Nossa Senhora do Carmo, no Boqueirão - Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Rocio 19 - Missa da Festa na Paróquia Santa Bertila - Missa de Encerramento do Show Missionário, na P. São Pedro e São Paulo (Tinguí) 21 - Expediente na Cúria 23 - Missa na Paróquia São Rafael 24 - Reunião do Setor Boqueirão, na Paróquia Nossa Senhora da Paz, - Investidura dos MESCES do Setor Pinheirinho, no Santuário da Divina Misericórdia 25 - Crisma no Colégio Santa Maria - Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Anunciação - Crisma na Paróquia Senhor Bom Jesus, no Cabral 26 - Crismas na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, em Pinhais 28 - Missa da Festa no Santuário São Judas Tadeu 30 - Reunião da Pastoral Presbiteral, na Cúria - Reunião das 12 Comissões na Cúria 31 - Investidura dos MESCES do Setor Cajuru, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Belém


Outubro, mês missionário com diálogo, anúncio do

evangelho e comunhão alegria acontece com o Diálogo. “Para dialogar, deve entender o missionário que precisa sair de si mesmo, de sua casa e paróquia para o diálogo pessoal, respeitoso, afetuoso, alegre em qualquer lugar: rua, praça, caminho, trabalho.” (Alegria do Evangelho, nº 127). Depois do Diálogo, o missionário anuncia o Evangelho. O primeiro anúncio vem de Deus, diz o Papa Francisco. Mas Deus suscita missionários que saibam distinguir o rosto de cada evangelizando, com sua cultura própria, costumes, modo de vida. Para isso, o missionário deve preparar-se para entender qual é o rosto de cada um, diz o Papa Francisco. O missionário não deve ter medo de anunciar Jesus. A Igreja precisa sair para anunciar Jesus Cristo, de acordo com a realidade do rosto de cada um. Depois do Anúncio, os evangelizados devem viver em Comunhão com Deus e os irmãos. A comunhão não é fácil. Sempre foi difícil a comunhão a partir da própria família. Por isso, o missionário deve ter o diálogo familiar. Se há o verdadeiro diálogo familiar, é mais fácil o Anúncio do Evangelho e depois do anúncio do Evangelho a vivência da Comunhão. Para implantar a Comunhão, a Igreja realiza o Sínodo dos Bispos para que caminhem juntos, as dioceses também e as paróquias. Do primeiro Sínodo da Arquidiocese de Curitiba, de 1987 a 1994, conserva-se o hino da autoria da Irmã Luiza Ricciardi, cantado em todo o Brasil, com o estribilho: “É tempo de ser Igreja, caminhar juntos, participar”. Neste mês missionário preparatório na Arquidiocese para o Ano Missionário, a Igreja, segundo o Papa Francisco, precisa sair para o Diálogo, o Anúncio do Evangelho de Jesus e a Comunhão.

Arcebispo Emérito de Curitiba

DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO

Palavra de Dom Pedro

A Arquidiocese de Curitiba, por determinação de Dom Moacyr José Vitti, de saudosa memória, vai lançar o Ano Missionário, em 21 de novembro próximo. A Igreja Católica é essencialmente missionária, a partir das palavras de Cristo no dia de sua Ascensão ao Céu aos Apóstolos e por extensão a todos os batizados católicos. “Ide e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt. 28, 19 e 20). Os Apóstolos entenderam que sua missão era tornar todas as nações discípulos de Cristo. É só ler os Atos dos Apóstolos, que provam a missão da Igreja de Cristo a partir de São Pedro, constituído por Jesus o pastor chefe do Colégio Apostólico. Quando os Apóstolos foram absolutamente proibidos de anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, Pedro e João responderam: “Julgai, se é justo aos olhos de Deus obedecer mais a vós do que a Deus. Pois é impossível deixar-nos de falar de coisas que vimos e ouvimos” (Atos 4, 18-20). Até hoje a Igreja Católica é missionária em todas as nações, e sofre as perseguições e as proibições de pregar o Evangelho em diversos países com o martírio dos missionários. O saudoso Papa S. João Paulo II, ao escrever a encíclica Redemptoris Missio, a 07 de dezembro de 1990, disse: “Em nome de toda a Igreja, sinto o dever impiedoso de repetir o grito de São Paulo. Desde o início de meu pontificado, decidi caminhar até aos confins da terra para manifestar esta solicitude missionária e este contacto com os povos”. Assim cumpriu o que prometera visitando 129 países, expondo-se até ao perigo de morrer. Ao concluir a encíclica, o Papa afirma: “A característica da vida missionária autêntica é a alegria interior que vem da fé”, (R. M, nº 91). O Papa Francisco lançou a encíclica da “Alegria do Evangelho”, a 24 de novembro de 2013, no encerramento do Ano da Fé. O Papa faz um apelo para que os católicos entendam que a verdadeira missão da

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Pe. Maurício Gomes dos Anjos Psicólogo, Mestre em Teologia pela PUC PR, Reitor do Seminário Propedêutico São João Maria Vianney e Coordenador da Comissão de Liturgia da Arquidiocese

Liturgia

Mistagogia – Como passar do sinal sensível ao mistério da fé Nos últimos tempos, há uma insistência da Igreja do caráter mistagógico, como aspecto essencial para que haja uma verdadeira catequese e para que cada ser humano tome consciência da sua inserção nos mistérios de Cristo, celebrados na liturgia e vivenciados na existência cristã. Podem-se citar dois documentos atuais da Igreja que utilizam esse termo. Um deles intitula-se: Instrução sobre a formação litúrgica nos seminários, datado de 3 de junho de 1979, referindo-se à formação mistagógica dos seminaristas, entendendo que os candidatos ao sacerdócio sejam conduzidos, por meio da docência e da prática celebrativa, a uma profunda sintonia com o Mistério de Cristo. Outro documento trata do RICA (Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos), de 06 de

janeiro de 1972, reeditado no Brasil em 2001. Nesse ritual, falando-se do processo de iniciação cristã dos adultos, há uma referência ao tempo mistagógico, situado depois do catecumenato e da celebração dos sacramentos na noite pascal, em que os neófitos serão conduzidos a uma experiência sacramental e de vida comunitária, progredin-

do no conhecimento e na vivência do Mistério pascal. (RICA, 235-239) O termo “mistagogia” e suas derivações “mistagogo, mistagógico” vem do grego myst, que significa mistério, e agagein, que significa conduzir, guiar. Então, etimologicamente, tem o sentido de ser conduzido para o interior dos mistérios, dos mistérios de Cristo. (ALDAZÁBAL, 2013, p. 227) Esse caminho mistagógico pode ser considerado um método catequético ou um método teológico que ajuda o ser humano a aproximar-se das profundezas da liturgia e conduz os batizados a entenderem os mistérios da fé. De acordo com Aldazábal (2013, p. 228), “o que na verdade nos guia e faz entrar em sintonia com o mistério salvador de Cristo é Espírito Santo. Mas também se chama mistagogia à dinâmica inte-

rior e à pedagogia com que a própria celebração litúrgica e os seus agentes nos ajudam a celebrar em profundidade e, depois, a viver esse mistério”. A mistagogia é um meio eficaz de acolher uma pessoa que adere à fé cristã, inserindo-a e acompanhandoa no caminho espiritual. É o “itinerário do mistério”, que consiste na iniciação à fé, no aprimoramento da oração, na acolhida do Espírito, no discernimento, na conversão, na experiência de vida nova e na inserção numa comunidade cristã. REFERÊNCIAS: ALDAZÁBAL, José. Vocabulário Básico de Liturgia. São Paulo: Paulinas. 2013. 423p. RICA. Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos. 4ª ed. São Paulo: Paulinas. 2011. 522 p.

Jackson e Silviane Coordenadores do canto litúrgico da Comissão de Liturgia da Arquidiocese

Encontro de Liturgia e Canto Pastoral reúne mais de 260 pessoas Nos dias 16 e 17 de agosto, realizou-se em Curitiba, no Cenáculo Arquidiocesano, o grande Encontro de Liturgia e Canto Pastoral promovido pela Comissão de Liturgia da Arquidiocese de Curitiba. Este encontro foi ministrado pela Irmã Miria T. Kolling, grande nome da música católica, com mais de 600 músicas compostas e que possui muito conhecimento litúrgico. O encontro contou com a participação de aproximadamente 260 pessoas que trabalham com a música litúrgica em suas comunidades. Durante o evento, foram apresentados vários cantos correspondentes a cada momento da celebração.

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Como uma vivência do que se aprendeu, todos participaram da missa das 10h na Catedral Basílica de Curitiba Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, no domingo, tendo como regente a própria Irmã Miria, acompanhada pelos instrumentistas e cantores participantes do curso. Foi um encontro muito abençoado! Queremos parabenizar toda a equipe que

COMISSÃO LITÚRGICA: mauricioanjos@hotmail.com / (41) 21056363. Bispo referencial: Dom Rafael Biernaski / Coordenação: Pe. Maurício Gomes dos Anjos.

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cuidou da organização: o Centro Pastoral e a Comissão de Liturgia da Arquidiocese de Curitiba, a equipe do Cenáculo Arquidiocesano e da Catedral Basílica Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, as Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, a Diocese de São José dos Pinhais, entre outros, que colaboraram para o bom andamento do evento. Todos que vieram participar, das várias regiões e comunidades, contribuíram para o sucesso do encontro e, com certeza, saíram enriquecidos e cheios da graça de Deus. Agora é pôr em prática o que se aprendeu e disseminar o conhecimento em suas comunidades, lembrando que “a música apropriada à liturgia é aquela que está mais intimamente integrada à ação litúrgica e ao momento ritual ao qual ela se destina.” (SC 112) * Já está marcado o próximo Encontro em 2015, nos dias 22 e 23 de agosto.


Animação Bíblico-Catequética PE. LUCIANO TOKARSKI

Expediente

Coordenador da Pastoral Catequética E-mail: catequese@arquidiocesecwb.org.br

COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: Pastoral Catequética, Pastoral do Batismo e Instituto Arquidiocesano de Formação na Fé (IAFFE) - catequese@arquidiocesecwb.org.br – fones: 2105-6318 / 2105-6356. Bispo referencial: D. José Mário Angonese / Coordenação: Pe. Luciano Tokarski / Assessoria: Regina Fátima Menon / Colaboração da Página: Márcio Lima da Cruz. Arquidiocese de Curitiba | Outubro.2014

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Patryck Araújo Madeira Paróquia Santa Margarida

Juventude

Dia Nacional da Juventude é comemorado em Rio Branco do Sul Jovens saíram em missão nas casas dos moradores Nos dias 20 e 21 de setembro (em comemoração ao Dia Nacional da Juventude), jovens de nossa Arquidiocese de Curitiba foram até à cidade de Rio Branco do Sul para realização de missões nas comunidades locais, juntos aos jovens da Paróquia Nossa Senhora do Amparo. O evento teve início às 19 horas de sábado, com Santa Missa e prosseguiu com um louvor, em que os jovens se divertiram com a banda jovem da matriz. À noite, o grupo participou de um momento de

adoração, conduzido pelo assessor da juventude, Pe. Waldir. No domingo pela manhã, os jovens foram divididos e enviados em missão, colocando em prática as palavras do Papa Francisco, durante a JMJ Rio 2013: “Desejo dizer-lhes qual é a consequência que eu espero da Jornada da Juventude: espero que façam barulho. Aqui farão barulho, sem dúvida. Aqui, no Rio, farão barulho, farão certamente. Mas eu quero que se façam ouvir também nas dioceses, quero que saiam, quero que

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a Igreja saia pelas estradas, quero que nos defendamos de tudo o que é mundanismo, imobilismo, nos defendamos do que é comodidade, do que é clericalismo, de tudo aquilo que é viver fechado em nós mesmos. As paróquias, as escolas, as instituições são feitas para sair; se não o fizerem, tornam-se uma ONG, e a Igreja não pode ser uma ONG.” Atendendo ao ardor missionário convocado pelo próprio Santo Padre “ide sem medo para sevir”, os jovens saíram pelas ruas

da cidade de Rio Branco do Sul, benzendo e conversando com as famílias em suas casas, em um sinal de fraternindade, que foi percebido através do acolhimento dos moradores. Após as visitas, os jovens participaram da animação com a Banda Elire no ginásio de uma escola próxima à Paróquia. As comemorações ao Dia Nacional da Juventude (DNJ), foram encerradas com a Santa Missa, presidida por Dom José Mário Angonese, bispo referencial da juventude.

SETOR JUVENTUDE: juventude@arquidiocesecwb.org.br, waldirzanon @gmail.com / (41) 2105-6364 / 2105-6368 / Bispo referencial: Dom José Mário Angonese / Assessor Eclesiástico: Pe. Waldir Zanon Junior / Secretária: Letícia Caroline Santos.


Paróquia em Destaque

Há 73 anos, Dom Ático Eusébio da Rocha procedia a benção litúrgica da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus Festa é comemorada no 1º dia do mês Aos 11 de abril de 1937, foi celebrada Missa Campal, para assinalar o início dos trabalhos de construção da futura Igreja dedicada a Santa Teresinha do Menino Jesus em Curitiba. No dia 10 de outubro do mesmo ano, foi abençoada a pedra fundamental, e no dia 28 de setembro de 1941, a benção litúrgica da Igreja é oficiada por S. Excia. Rvma. Dom Ático Eusébio da Rocha, sendo seu primeiro Pároco Pe. Jerônimo Mazzarotto, nomeado em 1957, Bispo auxiliar de Curitiba. O pro-

jeto arquitetônico foi executado pelo arquiteto João De Mio e equipe, em estilo romano-gótico. A pintura interna da igreja foi executada pelo pintor Paulo Kohl e os vitrais representam a vida de Santa Teresinha. Em 24 de janeiro de 1973, é nomeado Coadjutor o Pe. Luciano R. Kmieciak, onde permanece como Pároco e Reitor até o momento. A festa em honra a Santa Teresinha do Menino Jesus é celebrada no dia 1o de outubro. A Paróquia localiza-se na Avenida Visconde de Guarapuava, 4787 – Batel.

Padroeira das Missões No dia 14 de dezembro de 1927, o Papa Pio XI proclamou “Santa Teresa do Menino Jesus padroeira principal de todos os missionários”. Terezinha amplia o conceito de missão, levando-nos a compreender que, pela oração, também podemos nos tornar missionários. Nesse sentido, Teresinha foi uma apóstola, uma autêntica missionária, pois ajudou, pela oração e por sacrifícios, os missionários, participando de seus trabalhos por meio de seu coração solidário, sedento de conduzir as pessoas ao conhecimento do amor misericordioso de Deus. Missão que não é sedimentada na oração não oferece resultados. Fonte: http://www.santuariosantaterezinha.com.br

A História da Santa Teresinha do Menino Jesus Desde muito cedo, Teresa Martin iniciou sua devoção ao Menino Jesus. Aos seis anos e meio, começa a se preparar para a primeira comunhão, sendo catequizada por sua irmã Paulina. A partir do dia 9 de abril de 1888, data de seu ingresso no Carmelo de Lisieux, Teresa pode, finalmente, realizar seu sonho de menina: assina suas cartas durante todo o postulando como “Teresa do Menino Jesus” (Ct 46-79).

Foto: sacramentodeamor.og.br

Santa Teresinha do Menino Jesus

Foto: Cid Destefani

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“Ao nos aproximarmos de outro povo, outra cultura e outra religião, nosso primeiro dever é tirar os sapatos - pois o lugar do qual nos estamos aproximando é sagrado. Caso contrário, podemos nos descobrir pisando no sonho de outra pessoa. Mais sério ainda: podemos esquecer que Deus lá estava antes que chegássemos”.

Missão e seus múltiplos rumos O rumo da missão nos últimos anos adquiriu o rosto muito mais diversificado e desafiador. A Igreja, em suas tentativas para se adequar aos tempos atuais, está tentando motivar seus fiéis a aderir uma postura muito corajosa e ao mesmo tempo um pouco cautelosa. O Papa Francisco, na exortação apostólica Evangelii Gaudium, “convida todos os cristãos em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele...” (EG, 3) e a CNBB com seu novo documento Comunidade de comunidades: uma nova paróquia nos inspira tomar o rumo adequado para realizar a missão nos contextos atuais. Ao longo dos anos, houve uma evolução na compreensão da missão: missão ad gentes deu origem ao conceito missão intergentes; as fronteiras missionárias vieram a ser chamadas como situações missionárias, e o diálogo inter-religioso passou a ser chamado como diálogo inter-espiritual. A Igreja acompanha todo esse processo evolutivo e buscando adequar –se, tentando oferecer as múltiplas pistas para realizar a missão. E exatamente neste contexto, podemos aprofundar

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a dimensão missionária da Igreja e acolher o mês missionário como mês de inspiração e motivação aos nossos trabalhos missionários. Tradicionalmente, a missão é entendida como sair de si para com outro, sair de uma cultura para outra, portanto, ela é uma relação. Desde seu nascimento, a atividade missionária passou por diversas compreensões: atividade para acolher as ovelhas perdidas do caminho correto; apresentar verdadeira luz da revelação, que é Jesus, para as outras culturas e religiões; converter as pessoas para a tradição cristã etc. Somente depois do Concílio Vat. II, a atividade missionária foi contemplada como uma atividade de variadas formas de relações de naturezas diferentes. Relação de Deus entre si, chamada de relação trinitária; relação de Deus para com a humanidade; relação da Igreja para com as outras tradições; e a relação entre os membros da mesma Igreja. Eis a natureza missionária da Igreja. No interior da “natureza missionária”, a Igreja não vive para si, pois ela tem a tarefa de “convocar e enviar servos e testemunhas do Reino”. Para isso, a Igreja envia seus servos, que chamamos discípulos missionários para apresentar uni-

versalmente a dimensão da solidariedade a todos os povos. Desse envio, nascem comunidades pascais que tentam contextualizar a utopia do primeiro dia da nova criação. A partir dessas comunidades, como mostra Paulo Suess, nasce o envio, a missão, com seus dois movimentos, a diástole, como envio à periferia do mundo, e a sístole, que convoca, a partir dessa periferia, para a libertação do centro, o coração da Igreja. Sob a senha do Reino, ela propõe um mundo sem periferia e sem centro. Essa tarefa não é fácil, pois as mudanças locais e globais nos atingem de forma rápida, fazendo com que percamos a nossa clareza e lucidez, portanto é necessário que haja algumas pista concreta de aprendizado no processo de realizar a missão. Pensamos em duas: 1. Aprender a tirar os sapatos “Tire as sandálias dos pés, porque o lugar onde você está pisando é um lugar sagrado” (Êxodo 3:5) foi a ordem do Yahweh a Moisés, se torna a nossa inspiração na viagem missionária. As sandálias representam o que está amoldado ao nosso pé, é a forma que acompanha nosso feitio, nossos calos. A ordem


Especial

A busca do equilíbrio no processo missionário de tirar as sandálias significa retirar de nós o habitual que nos envolve e reconhecer que a cultura onde estamos é sagrada. No processo de socialização ou no aprendizado da nossa cultura, habituamo-nos a determinados padrões e condutas que se tornam nosso sapato. Caminhamos pela vida com o sapato, cultural, religioso e familiar. O sapato representa a proteção indispensável entre o ser e seu meio. Nesse processo, há uma importante interação entre os pés e o sapato. Este nos protege pela sola, mas para que cada passo seja confortável ao pé e para que ele não se desapegue é preciso que o corpo do sapato vá se ajustando à forma do nosso pé. O chão é o pavimento da vida e ele não se ajusta à nossa pisada. De tanto em tanto, temos que retirar o sapato e tocar o solo com a planta do pé. O missionário sempre está em movimento e, desse movimento de uma cultura/lugar para outra, as nossas bagagens da cultura de origem deslocam-se, como se fossem os apelos das aeromoças depois do pouso da aeronave na pista: “Cuidado ao abrir os compartimentos de bagagem, pois os objetos podem ter se deslocado durante a viagem”. Na nos-

Pe. Joachim Andrade SVD

sa viagem missionária, nada estará no lugar em que deixamos, pois as bagagens culturais, religiosas e familiares deslocam-se durante a viagem. O segredo de tirar os sapatos encontra-se no aprendizado do missionário: o que deve ser preservado e o que deve ser eliminado no processo de viagem de uma cultura para outra ou de um lugar para outro. 2. Aprender a se tornar bom hóspede O segundo aprendizado é continuação do primeiro: saber se tornar um bom hóspede. O missionário, antes de tudo, é um hóspede que estabelece sua morada na casa do outro povo e de outra cultura, criando uma situação de dependência em relação a outro povo e outra cultura. O hóspede tem como obrigação apreciar e aceitar o que é oferecido, qualquer que seja a oferta, pois está numa casa emprestada. Ser hóspede é uma condição necessária para o missionário no processo de viagem. Ele deve saber que a terra de onde se parte é a terra onde se viveu, portanto não há substituto ao que foi vivido, mesmo em condições melhores, mesmo em circunstâncias mais apropriadas à nossa visão de mundo, o que se viveu é parte de uma terra deixa-

da. A dor de deixar determina a capacidade de assimilar o novo. Um bom hóspede sempre toma consciência de um simples saber: saber deixar e saber chegar. Ninguém deve chegar a uma determinada cultura sem a disposição para o diálogo e para acolher o outro. Apresentando os dois aprendizados, devemos também não esquecer um dos elementos no caminho da missão que é a espiritualidade. Espiritualidade missionária exige três momentos: contemplação, conversão e comunhão. A contemplação me pede deixar meu egoísmo para trás, avisando-me que eu não sou o centro do universo; a conversão significa caminhar junto com todos, pois Deus chegou até nós e nós estamos nos dirigindo perto das pessoas que são diferentes de nós, não como ameaça mas como interlocutores e companheiros de viagem. Dessa forma, fazer a experiência do êxodo pascal, morrer e levantar, deixar e chegar; a comunhão significa partilhar a nossa experiência do discipulado de Jesus e acolher a experiência dos outros no caminho. Então a espiritualidade missionária é preservar o equilíbrio entre o ser e o fazer no processo do caminhar missionário. Arquidiocese de Curitiba | Outubro.2014

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Carta de Dom Rafael Biernaski propõe participação e envolvimento de toda a Igreja

Como Igreja Local, em comunhão entre nós e testemunhando nosso encontro com o Cristo que nos convoca a ir mais longe, damos prosseguimento ao que o Espírito tem nos inspirado nos últimos anos, desde a publicação de nosso XVII Plano da Ação Evangelizadora, com a Realização do Ano Missionário, que tem como tema “A Alegria da Missão” e como lema “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos” (1Jo 1,3). Nosso objetivo é movimentar nossa Igreja Local a fim de possibilitar que todas as suas forças estejam em estado permanente de missão, prolongando-se, portanto, para além de 2015 e revigorando nossas estruturas Arquidiocesanas, Setoriais e Paroquiais de acordo com a urgência de renovação eclesial que nossos tempos nos pedem, de modo especial o Documento 100 da CNBB “Comunidade de Comunidades: uma nova paróquia”. Nesta carta, destinada a todo o Povo de Deus, desejamos oficializar a realização dessas missões para 2015 – e daí em diante – e convocar a todas as forças vivas de nossa Igreja Local a se envolverem com ousadia, coragem, alegria e liberdade no processo de planejamento e na realização desta obra que há de ser de grande ajuda em nossos trabalhos que já são realizados com muito afinco. De modo especial, convidamos a todos para participação e envolvimento nas Aberturas do Ano Missionário, que ocorrerão nas seguintes datas: 1) Abertura Arquidiocesana: Dia 21 de novembro de 2014, às 19h30 na Catedral Basílica, para todos os Párocos e Coordenadores de CPPs. 2) Lançamentos por Região Episcopal para todo o Povo de Deus: a. Região Episcopal Sul: 07 de dezembro de 2014, das 13h30 às

17h30 no Santuário São José, do Capão Raso. b. Região Episcopal Centro-Oeste: 30 de novembro de 2014, das 14h às 17h no Santuário Senhor Bom Jesus de Campo Largo. Região Episcopal Norte: 23 de novembro de 2014, das 14h às 17h, na Chácara da AMI (Associação Maria Mãe da Igreja) em Almirante Tamandaré.

Convite para formação do subsídio Estimados irmãos e irmãs em Cristo! Com muita alegria, gostaríamos de convidar todos para um dia especial de formação e animação do Ano Missionário da Arquidiocese de Curitiba, no qual vamos lançar e partilhar o subsídio das Diretrizes Gerais do Ano Missionário. Quando? Dia 25 de outubro de 2014. Onde? Na Faculdade Vicentina (FAVI). Avenida Jaime Reis, 531 - São Francisco. Horário: Das 8h às 16h.

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Investimento R$ 30,00 (com almoço incluso). Arquidiocese de Curitiba | Outubro.2014

Quem pode participar? Todas as paróquias e comunidades estão convidadas! Gostaríamos de contar com ao menos uma liderança de cada paróquia/comunidade, coordenadores de CPP e demais lideranças pastorais. OBJETIVO DA FORMAÇÃO Capacitar todos os participantes para o Ano Missionário a partir de temas importantes, como Missão (aspectos humanos, pedagógicos, práticos, entre outros), Evangelização, Visitação, Setorização da Paróquia e Comunidade de Comunidades, Palavra de Deus. Mais informações Telefone: COMIDI 2105-6376 E-mail: comidi@arquidiocesecwb.org.br Contamos com a participação de todos nesse momento importante de formação e preparação do Ano Missionário!


Oração do Ano Missionário Senhor Jesus, amado missionário do Pai, a muitos chamaste para estarem contigo. E a eles disseste: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio.” Nós te pedimos, caminha conosco e capacita-nos para servir-te nos diversos ministérios da Igreja: cristãos leigos, consagrados e ordenados. Desperta nossa disponibilidade para sair e anunciar, com alegria, o que vimos e ouvimos e a cultivar o sentimento de pertença à tua e nossa Igreja – comunidade de comunidades. Seja o nosso SIM generoso, confiante e total, como o de Maria, a Senhora da LUZ. Senhor Jesus, na força do Espírito Santo, ajudanos a realizar com ousadia a vontade do Pai e que sejamos, sempre mais, teus discípulos missionários. Amém.

Sugestões para Outubro Com o intuito de orientar as paróquias sobre as atividades a serem desenvolvidas no Mês Missionário, formulamos algumas sugestões:

1. Visita no fim de semana às

casas dos paroquianos, com uma pré-seleção das famílias que acolheram dois jovens, uma menina e um menino. A visita missionária inicia-se pelo sábado de manhã terminando com a missa na paróquia no domingo à noite. Durante este fim de semana, os jovens prepararam momentos de evangelização dentro da família como lectio divina, oração do santo terço, partilhas e momentos de vivência fraterna, conforme a família que está acolhendo

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4.

desejar, sempre com foco espiritual. Celebração com enfoque missionário na paróquia. Promover uma amostra sobre a missão da igreja no mundo (banners, fotos, folders etc.), no pátio ou saída da Igreja, com pessoas devidamente sinalizadas (camisetas e crachás), para orientarem e explicarem as missões apresentadas. Promover na paróquia momentos de reflexão e estudo com o material missionário (novena, DVD, oração missionária e coleta).

Arquidiocese de Curitiba | Outubro.2014

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Jeferson Adriano Caldas COMIDI

Dimensão Missionária

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das

Missões 2014 Foto: Reuters

Uma Igreja “em saída”

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A Solenidade de Pentecostes deste ano foi marcada pela mensagem do Papa Francisco ao Dia Mundial das Missões, com o tema: Uma Igreja “em saída”. Diretamente da praça de São Pedro, milhares de pessoas ouviram Francisco, que chamava a atenção quanto à grande urgência da missão ad gentes. “A Igreja nasceu em saída, há muita gente que ainda não conhece Jesus Cristo. Todos os Continentes devem se empenhar com orações e gestos concretos de solidariedade no apoio às Igrejas jovens dos territórios de missão” – disse o Papa. A ação evangelizadora no mundo atual está permeada de graça e alegria – “de graça porque o Espírito Santo, enviado pelo Pai, dá sabedoria e fortaleza a quantos são dóceis à sua ação; de alegria, porque Jesus Cristo, Filho do Pai, enviado a evangelizar o mundo, sustenta e acompanha a nossa obra missionária” – concluiu. A mensagem do Pontífice foi baseada em uma breve explicação a respeito do envio dos setenta e dois discípulos narrado no Evangelho de Lucas (cf. 10, 2123). Os discípulos de Jesus regressam desta primeira e inesquecível experiência missionária com uma alegria dominante pelo fato de terem alcançado êxito na missão, mas Jesus lhes ensina o sentido pleno da

palavra alegria: “Não vos alegreis, porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos, antes, por terem os vossos nomes escritos no Céu”. Jesus, cheio de alegria, dirige-se ao Pai, rendendolhe graças, e depois volta a falar com os seus, dizendolhes: “Felizes os olhos que veem o que estais a ver” (Lc 10, 20-21.23). Com essas citações, Papa Francisco nos releva que Jesus quer tornar os discípulos partícipes da sua alegria, que era diferente e superior àquela que tinham acabado de experimentar. É necessário ter um coração humilde, susceptível aos mistérios revelados do Reino de Deus, pois um coração arrogante e presunçoso se torna cego à Sua ação. Francisco nos lembra de tantos que souberam acolher e praticar as bem-aventuranças - “Pode-se facilmente pensar em Maria,

Arquidiocese de Curitiba | Outubro.2014

em José, nos pescadores da Galileia e nos discípulos chamados ao longo da estrada durante a sua pregação” – acrescentou. Em um segundo momento, Papa Francisco nos apresenta o Pai – fonte da alegria – e correlaciona com a Magnificat de Maria: “A minha alma glorifica ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1, 46-47). Maria, levando no ventre Jesus, o Evangelizador por excelência, exulta de alegria no Espírito Santo! “Jesus, ao ver o bom êxito da missão dos discípulos, também exulta de alegria no Espírito Santo, e se dirige ao Pai em oração” – disse. Com sua espontaneidade e alegria que lhe são particulares, o Papa anima toda Igreja quando nos diz: “O Pai é a fonte da alegria. O Filho é a manifestação, e o Espírito Santo o anima-

dor”, e conclui com a citação da Exortação Apostólica Evangelii gaudium: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria”. A mensagem do Papa no Dia Mundial das Missões também foi dirigida aos bispos que, segundo Francisco, têm o dever de incentivar a unidade da Igreja local à volta do compromisso missionário, sobretudo nas periferias onde se encontram os irmãos mais necessitados, e de animar as novas vocações que em muitas regiões, por falta de um fervor apostólico contagioso nas comunidades, estão entrando em escassez. Papa Francisco termina sua mensagem com um convite e uma exortação. Primeiro pede para que toda Igreja mergulhe nesta alegria do Evangelho e alimente um amor capaz de iluminar a vossa vocação e missão. Por fim, exorta-nos a voltarmos ao “primeiro amor”, com que o Senhor Jesus Cristo incendiou o nosso coração. “O discípulo do Senhor persevera na alegria, quando está com Ele, quando faz a sua vontade, quando partilha a fé, a esperança e a caridade evangélica” – concluiu.


Clovis Venâncio Membro da Pastoral Arquidiocesana do Dízimo

Dízimo

Um Discípulo Missionário Especialmente neste mês, nossa Igreja enfatiza que é fundamental a todo católico procurar se conscientizar para a exigência de, como batizado, ser efetivamente discípulo missionário de Nosso Senhor Jesus Cristo Cristo. I - SUBSÍDIOS DOUTRINÁRIOS É neste contexto, também, que todos devemos ter em mente tudo o que o Papa Francisco vem insistindo, inclusive, com a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium sobre a necessidade de que a Igreja passe por uma transformação “em termos de atuar os meios necessários para avançar no caminho de uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão”. Assim, transcreveremos a seguir alguns pequenos trechos extraídos do Documento de Aparecida – DA, a título de subsídios doutrinários para, na sequência, apresentarmos algumas reflexões e proposições práticas para a atuação pastoral dos membros engajados no processo de evangelização e sua vivência cotidiana. Com efeito, o Documento de Aparecida constitui-se na síntese das conclusões e proposições emanadas na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, ocorrida entre 13 e 31 de maio de 2007, em Aparecida do Norte – SP. “A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária” (DA, Capítulo VII, Item 370). “... Hoje queremos ratificar e potencializar a opção preferencial pelos pobres feita nas Conferências anteriores. Para que seja preferencial implica que deva atravessar todas as nossas estruturas e prioridades pastorais”. – (DA, Capítulo VIII, Item 396). “Assumindo com nova força essa opção pelos pobres, manifestamos que todo processo evangelizador envolve a promoção humana e a autêntica libertação, sem a qual não é possível uma ordem justa na sociedade.” Entendemos, além disso, que a verdadeira promoção humana não pode reduzir-se a aspectos particulares: “Deve ser integral, isto é, promover todos os homens e o homem todo”, a partir da

Expediente

vida nova em Cristo que transforma a pessoa de tal maneira que “a faz sujeito de seu próprio desenvolvimento”. Para a Igreja, o serviço da caridade (o grifo é nosso), assim como o anúncio da Palavra e a celebração dos sacramentos, é expressão irrenunciável da própria essência”. (DA, Capítulo VIII, Item 399). “Portanto, a partir de nossa condição de discípulos e missionários, queremos estimular o Evangelho da vida e da solidariedade em nossos planos pastorais, à luz da Doutrina Social da Igreja. Além disso, promover caminhos eclesiais mais efetivos, com a preparação e compromisso dos leigos para intervir nos assuntos sociais.” ... (DA, Capítulo VIII, Item 400). II- REFLEXÕES E PROPOSIÇÕES PRÁTICAS Pelo que vimos sobre a posição assumida pelo magistério da Igreja, percebe-se claramente que os membros da Pastoral do Dízimo, atuando integradamente com as pastorais sociais e liderados por presbíteros e demais líderes conscientes, poderão fazer com que a comunidade eclesial realize efetivamente uma profícua ação de promoção humana, restabelecendo a justiça social entre todos. Com efeito, é exatamente isso que se espera de todo católico batizado: procurar ser um verdadeiro Discípulo Missionário de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fica evidente a urgente necessidade de realizar, na prática, o que preconiza a Dimensão Social ou Solidária do Dízimo, relativamente à aplicação dos recursos arrecadados, em âmbito paroquial. Outrossim, na paróquia, cada membro da Equipe do Dízimo deve, com sua atuação, alcançar seu próprio crescimento espiritual, o crescimento espiritual da comunidade e, de modo especial, o crescimento espiritual de cada dizimista que experimenta as bênçãos de Deus por sua partilha cons-

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho; Coordenador da Pastoral do Dízimo: William Michon.

ciente e fiel na comunidade. Essa conscientização e preparo deverão se dar a partir do empenho do pároco e da coordenação da equipe, mas, sobretudo, pelo interesse e esforço pessoal de cada membro. Isso implica a busca constante do aprofundamento de seus conhecimentos sobre o assunto por meio da participação em cursos, seminários, palestras etc., além da leitura frequente das passagens bíblicas e das inúmeras publicações (livros) existentes sobre o tema, as quais são facilmente encontradas nas principais livrarias católicas, bem como no próprio Centro Pastoral Arquidiocesano. É dentro desse propósito, inclusive, que a Equipe Arquidiocesana da Pastoral do Dízimo tem organizado Seminários específicos voltados ao treinamento e conscientização dos membros desta pastoral, assim como podem e devem participar, também, integrantes dos CAEPs, CAECs, Secretárias Paroquiais, Párocos etc. É o que ocorrerá ainda neste mês de outubro, quando teremos o: XIII SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANO DA PASTORAL DO DÍZIMO Data: 19 de outubro de 2014 – Domingo Horário: Das 8h às 17h Local: Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê - Rua Francisco Juglair, 171 – Bairro Mossunguê – Curitiba/PR Nº de Vagas: 180 pessoas Inscrições: Até o dia 10 de outubro Taxa de Inscrição: R$ 45,00 (quarenta e cinco Reais) Inclui almoço e lanches Mais informações e inscrições: Centro de Pastoral Tel. (41) 2105-6300 Pastoral Arquidiocesana do Dízimo Tel. 2105-6353 Arquidiocese de Curitiba | Outubro.2014

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Padres Alexsander Cordeiro Lopes, Fabiano Dias Pinto e Marcondes Martins Barbosa

Direto do Vaticano

Encontro Internacional discute Projeto Pastoral da Evangelli Gaudium Conversão pastoral foi um dos pontos centrais do Encontro Foto: http://it.radiovaticana.va/news/2014/09/19/il_papa_pastorale_senza_preghiera_non_raggiunge_il_cuore/1106898

Entre os dias 18 e 20 de setembro, a cidade do Vaticano recebeu um encontro histórico. Cerca de 2000 pessoas de diversas dioceses do mundo estiveram reunidas para refletir sobre o Projeto Pastoral da Evangelii Gaudium, a exortação apostólica do papa Francisco. Nossa Arquidiocese de Curitiba também se fez presente: padre Alexsander Cordeiro Lopes, Coordenador da Ação Evangelizadora; e os padres Fabiano Dias Pinto e Marcondes Barbosa, ambos estudantes em Roma e residentes no Colégio Pio Brasileiro. Os assuntos tratados giraram ao redor das principais ideias do documento papal, que trouxe novo frescor à Igreja Universal, convocando-nos todos a uma conversão pastoral, colocando todas as estruturas eclesiais em chave missionária. Em síntese, uma Igreja em saída – estado permanente de missão. Dentre os diversos assuntos abordados, três deles merecem destaque para nossa reflexão arquidiocesana:

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Arquidiocese de Curitiba | Outubro.2014

Foto: http://www.lasettimanalivorno.it/01/a-roma-per-imparare-levangelii-gaudium/

1) Pastoral nas Grandes Cidades: (Card. Philippe Barbarin, Arcebispo de Lion). Precisamos recuperar a visão positiva acerca do mundo urbano. A Bíblia começa num jardim e termina em uma cidade. Esta, portanto, não é lugar de perdição. É um destino que Deus quis para toda humanidade. Será preciso curar nossa visão e ampliar os horizontes, percebendo o que, no mundo urbano, corresponde às Sementes do Verbo. Programas rígidos não resolvem. A partir de um plano comum geral, há que se suscitar a liberdade do testemunho de cada comunidade paroquial, desde que cada uma esteja radicada em Cristo. Cada paróquia precisa ter liberdade para ser testemunha, afinal, as pessoas não leem nossos textos, elas nos veem. 2) Espiritualidade da Evangelização: (Mons. José Rodrigues Carballo, Secretário da Congregação para os institutos da vida consagrada e vida apostólica). O Espírito de Jesus Cristo é o protagonista da evangelização. Do Evangelizador espera-se que seja fiel a este Espírito, audaz e criativo, repensando os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores nas respectivas comunidades. Métodos antigos não servem mais. Também não basta apenas denunciar o mal de nossa sociedade. Precisamos ter consciência de que, onde abunda o mal, superabunda a graça. Será preciso contemplar o bem onde ele existe. E isso exige rever muitas coisas e criar espa-

ço interiores de oração para que os empenhos tenham o rosto do Evangelho. Posto que não bastam técnicas, métodos, discursos, mas sim, mística do encontro. 3) Sermos Igreja em Saída: Esse foi o conteúdo abordado pelo próprio Papa Francisco, que esteve presente na tarde de sexta-feira. Há necessidade de reconhecer os sinais dos tempos, que devem ser lidos à luz do Evangelho. Corremos o risco de ficarmos fechados. O clericalismo nos emperra, porque codifica a fé em regras, como os fariseus. Mas o povo vai continuar tendo fome e sede de Deus. A Igreja, ao invés de alfândega, deveria parecer como hospital de campanha, indo ao encontro dos que pedem proximidade! A atitude farisaica impede de testemunhar a vizinhança e sermos verdadeira comunidade. Não devemos deixar escapar o essencial da Evangelização, prestando atenção às pessoas, mais que às estruturas. Esses indicativos podem ajudar nossa Igreja de Curitiba a refletir sobre sua conversão pastoral, apresentada com ênfase pela realização das Missões, a partir de 2015. Precisamos olhar com carinho e amor a Metrópole que nos foi confiada para ser evangelizada; cuidar dos evangelizadores, para que não percam a mística que os impulsiona; e sermos de fato uma Igreja em Saída, que se avizinha das pessoas para cuidar delas, formando verdadeiras comunidades de fé!


Pe. Ricardo Hoepers Doutorado em Moral Theology pela Pontifícia Universidade Lateranense, Itália(2014) - Professor do Studium Theologicum, Brasil

Reflexão

O calor humano vale mais... Profissionais da saúde e a necessidade da promoção do bem comum Quando a ciência vem com toda a sua força tecnológica para dar suporte terapêutico às nossas doenças, nós aplaudimos e ficamos impressionados com os progressos nessa área. Porém, não só de máquinas vive o homem. Deveríamos investir tanto quanto na formação humana e bioética dos profissionais da saúde. Neste mês, comemoramos o dia do médico, graças à figura do evangelista São Lucas que no dia 18 de outubro tem sua festa celebrada pela Igreja. Então é um momento oportuno para parabenizar todos os médicos e médicas que, no exercício de sua profissão, doam seu tempo e dedicam-se com zelo a sua missão. Mas é tempo oportuno também de refletirmos sobre a necessidade de uma melhor formação para esses profissionais. Hoje, todos nós temos que admitir a importância do debate sobre a humanização hospitalar, sobre a necessidade de uma melhor qualidade na gestão da saúde em nosso país e sobre a formação humana nos currículos de medicina. Muitos médicos vêm fazendo uma experiência diferenciada na abordagem com seus pacientes quebrando a imagem de onipotência científica e trabalhando em conjunto para uma melhor qualidade e desempenho de sua profissão. Essa atuação multidisciplinar de enfermeiros, médicos, psicólogos, capelães espirituais e outros profissionais começa a dar um rosto mais humano ao ambiente hospitalar. Trata-se de iniciativas simples que, no cotidiano do mundo da saúde, fazem uma enorme diferença: é o que nós chamamos de abordagem personalista.

Foto: Lana Pinho

Doutores da Alegria

De fato, no dia a dia estressante de um ambiente hospitalar, por exemplo, é necessário valorizar iniciativas que colaborem para a humanização de todos os seus setores: desde o atendimento das telefonistas até os mais complexos procedimentos numa sala de cirurgia. A visão personalista da bioética proporciona exatamente essa valorização. Ela extrapola uma visão reducionista da pessoa como objeto de intervenção e recupera, como diz João Paulo II, “o laço indivisível que existe entre a pessoa, a sua vida e a própria corporeidade” (Evangelium Vitae, 81). É a compreensão da vida como um grande dom que deve ser respeitado e defendido de maneira integral. Para a visão personalista, em qualquer setor do hospital (num quarto, numa sala de cirurgia ou numa UTI), não está se tratando uma doença que equivale a um número no qual alguma pessoa está cadastrada e rotulada. Trata-se, ao contrário, de uma pessoa única que tem um nome, uma história e confia sua corpo-

reidade e todo o seu ser (num momento vulnerável) a outra pessoa, acreditando na beneficência da ação do médico, no respeito à autonomia do paciente, garantindo justiça e equidade no tratamento. Essa prática personalista no trato com os pacientes está gravada, não nos diplomas das academias, mas no coração de quem a pratica. É uma convicção moral, interna, profunda, que extrapola qualquer conhecimento acadêmico, enfim, é uma verdadeira oração: “estava nu e

me vestistes; doente, e me visitastes” (Mt 25,36). Essa prática existe e é possível de ser verificada nas iniciativas de profissionais da saúde que tiveram a coragem de superar atitudes frias e calculistas dos corredores hospitalares, que apostaram no amor e na solidariedade nos momentos de fragilidade física e emocional que a doença traz consigo. Infelizmente a prática do amor fraterno no ambiente hospitalar ainda não está no programa de prioridades que envolvem milhões e milhões de investimentos em equipamentos de última geração tecnológica. Mas já é possível verificar que muitas pessoas preferem estar ao lado de mãos aquecidas pelo calor humano a estarem rodeados de máquinas frias que valem milhões, mas que não conversam e não sabem o que é amor. Parabéns aos médicos e médicas humanos e humanizadores, que amam e que permitem ser amados, que exercem sua atividade, não somente como profissão, mas como vocação. Que São Lucas os inspire e os proteja!

CONVITE Dia de São Lucas Dia do Médico Missa Solene Dia: 19/10/2014 (Domingo) Horário: 18 horas Local: Santuário Santa Terezinha do Menino Jesus Av. Visconde de Guarapuava, 4787, Batel. Após a Santa Missa os médicos e familiares serão recepcionados para um coquetel no salão Paroquial. Arquidiocese de Curitiba | Outubro.2014

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Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo

Ecumenismo

A tentação da religião fácil Não está fácil ser cristão, em várias partes do mundo! Muitos estão sendo cerceados em sua liberdade de consciência, perseguidos e martirizados, apenas por serem discípulos de Jesus Cristo. São muito atuais as palavras de advertência de Jesus, ao encorajar os discípulos, falando-lhes do que os esperava: “sereis perseguidos e odiados por minha causa” (cf Lc 21, 1219). Jesus não prometeu vida fácil a seus seguidores! A cena de Jesus com seus discípulos no caminho para Jerusalém, retratada no Evangelho de São Mateus (cf Mt 16,21-27), é muito ilustrativa. Jesus lhes fala da própria rejeição pelas autoridades do templo de Salomão, em Jerusalém, de seus sofrimentos, morte na cruz e ressurreição ao terceiro dia. Pedro, cheio de vontade de “defender” o Mestre, quer convencêlo a desistir do caminho para Jerusalém: “Deus te livre, isso não te acontecerá!” As palavras de Jesus a Pedro são duras: “Vá para longe de mim, satanás! És, para mim, ocasião de tropeço!” São as mesmas palavras usadas por Jesus para superar a terceira tentação no deserto, antes de iniciar sua missão pública (cf Mt 4,10). Pedro fazia o papel de “tentador” e Jesus o afastou decididamente, continuando seu caminho para Jerusalém: “Tu não pensas conforme Deus, mas conforme os homens!” (cf Mt 16,23). De qual tentação tão grave se tratava? Se Jesus desse razão a Pedro, evitaria os sofrimentos anunciados. Qual seria o mal? É que essa tentação implicava desistir do Evangelho e da missão de Jesus. Pedro, ingenuamente, querendo impedir que algo de mal acontecesse a Jesus, acabaria desviando Jesus do seu caminho, impedindoo de ser a testemunha fiel da verdade de Deus, de ser coerente e fiel à missão de manifestar o amor de Deus até às últimas consequências. Era uma grande tentação! Jesus não atrai os discípulos para

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Foto: CNBB

facilidades, vantagens, prosperidade e glórias terrenas: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga!” (Mt 16,24). Várias outras passagens do Evangelho retratam o convite a seguir Jesus, não por interesses pessoais, mas a abraçar de coração inteiro o Evangelho do reino de Deus por ele anunciado e tornado presente no mundo. É antiga e sempre atual a tentação de oferecer Jesus como um “produto” para a solução mágica para todos os males, sem a exigência de verdadeira fé e conversão ao reino de Deus. Um cristianismo sem mudança de vida, sem cruz nem renúncia aos próprios projetos, sem sintonia com o projeto de Deus, sem os 10 mandamentos da lei de Deus, seria falsificar Jesus e o Evangelho! Essa tentação insidiosa, mais do que nunca, pode ser atual em nossos dias: pretende-se apresentar um Jesus simpático e atraente, produto falsificado nas vitrines de um mercado religioso sempre mais florescente, para

atrair adeptos com toda sorte de facilidades e vantagens. Lembrou o papa Francisco: uma Igreja sem Jesus Cristo crucificado e ressuscitado acabaria sendo uma espécie de “ONG do bem”, mas não seria mais a Igreja de Cristo! Tentação perigosa, pois mexe com coisas muito sérias e induz a engano fatal: “de que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida?” – pergunta Jesus. (cf Mt 16,26). Quem busca Jesus apenas para ter vantagens pessoais, facilidades, vaidades e riquezas, não “arrisca” nada por ele; não é a Jesus e o reino de Deus que busca, mas apenas a si próprio e a seus projetos pessoais. A “renúncia a si mesmo” equivale, de fato, à primazia absoluta dada a Deus e a seus caminhos. A “religião fácil” é uma tentação perigosa, um grave engano! No fim de tudo, se não houve sincera conversão e “renúncia a si mesmo”, mesmo tendo conseguido todas as vantagens do mundo, a frustração poderá ser total. Fonte: CNBB

Expediente COMISSÃO DO ECUMENISMO E DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO: Pe. Volnei Carlos de Campos/ Animação Ecumênica e MOVEC – (41) 3045-0432/ Bispo referencial – Dom Rafael Biernaski.


Cássia Estela Kropzake Bichibichi Pedagoga, Professora Col. Est. Lindamir Alberti - Ens. Fund. e Médio. Colombo

Educação

O que é ensinar?! Para Rubem Alves, “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma, continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais.” No Brasil, a primeira escola foi instalada pelos Padres da Companhia de Jesus, em 1549, e o ensino da época era o tradicional, que permaneceu por aproximadamente 383 anos. Essa filosofia de ensino imortalizou-se. Rubem Alves também afirma: “Educar é provocar a alegria de pensar, (...) provocar o espanto e a curiosidade.” Há dois mil anos, um Mestre ensinava provocando a alegria de pensar e refletir. Provocava espanto e curiosidade aos que ensinava. Ele dedicou parte do seu ministério ensinando, e o Novo Testamento registra que Jesus foi reconhecido como Mestre. Em Mateus, Marcos e João, Jesus Cristo é aclamado como Mestre e Rabi, e o próprio Cristo afirmou: “Vós me chamais de Mestre e Senhor e dizeis bem; porque eu o sou.” Jo 13;13. Seus métodos, atitudes

e formas de se relacionar com os que o rodeavam, e a própria pessoa de Jesus, podem ser considerados paradigmas para o magistério. Jesus ensinava com autoridade, e em diversos lugares e para muitas pessoas. Ele falava do Reino de Deus, proclamava a ética, a moral, a fé, a libertação, a esperança, a justiça, a paz, a solidariedade e o amor. Jesus-Mestre reunia diversas formas em seu processo de ensino-aprendizagem, utilizava o diálogo, provérbios e principalmente as parábolas. Só há ensino quando há aprendizagem. Jesus cristo foi professor e mestre, porque ensinava com amor, com afeto e pelo exemplo, e todos que o ouviam aprendiam.

Com o passar de tempo, Jesus Cristo continua vivo em seus ensinamentos e muito presente entre os educadores cristãos. Surgiram os paidagogos – eram os escravos que se encarregavam de cuidar, orientar e ensinar os filhos de seu senhor. Hoje há os pedagogos e pedagogas, que articulam e dão o norte às ações pedagógicas no interior da escola, trabalhando diretamente com professores e alunos. Professores e professoras são as pessoas, depois dos pais, que mais exercem

influência sobre as crianças, adolescentes e jovens. Por eles, passa toda a formação escolar sistematizada por meio de processos de ensino que levam o conhecimento aos educandos. A tarefa é cada vez mais desafiadora. E neste outubro, de modo especial, queremos refletir a respeito do “ser professor hoje”. Quais são os alhares da família, da sociedade e dos governantes, para este profissional da educação? Dedicamos este mês para lembrarmos e homenagearmos todos os professores. Aos aposentados, aos falecidos, os afastados por doenças adquiridas no exercício da função e, especialmente, aos que estão em sala de aula, no cotidiano escolar, ensinando e ajudando a formar cidadãos melhores. Que Deus e a Santíssima Virgem Maria possam abençoá-los, confortá-los, encorajá-los e iluminá-los, sempre. Parabéns Professores e Professoras.

Expediente PASTORAL DA EDUCAÇÃO: isabeljulio@ig.com.br / (41) 3029-0973. Bispo referencial: Dom José Mário Angonese/ Coordenador: Isabel Cristina Piccinelli Dissenha.

Arquidiocese de Curitiba | Outubro.2014

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O assunto é...

Edson Oliveira é coordenador da Renovação Carismática na Arquidiocese de Curitiba. Radialista, pedagogo, escritor. Autor do livro: Uma ajuda do Alto para a política. Contato:edson@ajudadoalto.com

Política X Mentira Momento exige conhecimento e discernimento Foto: http://www.youtube.com/watch?v=JNoDlNim_ms

Otto von Bismarck (1815-1898) dizia que “as pessoas nunca mentem tanto quanto depois de uma caçada, durante uma guerra e antes de uma eleição”. Bismarck entendia bem de guerra, caça, eleição e mentira. Primeiro chanceler do império alemão, patrono do sufrágio universal em seu país, foi idealizador do primeiro sistema de previdência social do mundo e um magistral manipulador de vaidades. Exageros, citações tiradas do contexto, omissões, montagens maliciosas de imagens do adversário, mentiras, falsificações e fraudes fazem parte do espetáculo eleitoral desde que as sociedades decidiram por essa forma de escolha dos governantes. O psicólogo americano Gerald Jellison, da Universidade do Sul da Califórnia, calcula que, no decorrer de um dia normal qualquer (fora de períodos eleitorais), uma pessoa escuta, vê ou lê duas centenas de mentiras – uma inverdade a cada cinco minutos. A maioria delas são inofensivas mentiras sociais que ajudam a harmonizar as relações interpessoais no cotidiano. “Seu corte de cabelo ficou ótimo” ou “o trânsito estava um caos, por isso me atrasei” constituem exemplos clássicos. Só uma pequena porcentagem é de mentiras que machucam ou ocasionam prejuízo material ou moral aos outros. Em tempos eleitorais, a taxa de mentira se multiplica geometricamente. Mas também na vida pública existe uma gradação do potencial destrutivo das mentiras. Elas podem variar de uma omissão necessária e justificável até uma fraude com o efeito de enriquecer pessoas e grupos.

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Portanto, esteja atento: neste ano de eleições, pesquise a história, a vida dos candidatos. Cuidado com as mentiras. Peça a Deus sabedoria e discernimento para votar certo, sem se omitir des-

se direito sagrado do voto, observando o que nos orientou o Papa Francisco no dia 13 de julho de 2013: “Envolver-se na política é uma obrigação para um Cristão”.


Devoção

Assessoria de Comunicação

Peregrina de Aparecida Os preparativos acontecem em comemoração ao jubileu dos 300 anos do encontro da Imagem de Aparecida

Foto: Divulgação

Dioceses do Brasil recebem visita da imagem

Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, é uma das manifestações da Virgem mais queridas dos fiéis católicos e conta com uma multidão de devotos em todas as regiões do país. Em 2017, serão comemorados os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Em preparação ao tricentenário, o Santuário Nacional e a Arquidiocese de Aparecida realizam o envio da Imagem peregrina a todas as dioceses que fizerem solicitação junto à Secretaria de Pastoral. O convite foi feito aos representantes de cada circunscrição eclesiástica durante a 52ª Assembleia dos Bispos do Brasil, em maio, e mais de 80 dioceses candidataram-se naquela ocasião. Para Dom Darci José, bispo auxiliar de Aparecida: “É uma oportunidade de missão para as igrejas particulares. É a Mãe, que visita todas as igrejas. Uma motivação para os cristãos católicos e também uma oportunidade para anúncio da Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo. Maria é “arca da esperança”; N’Ela, o Espírito Santo trabalhou e N’Ela a Palavra se encarnou. Levamos Nossa Senhora para falar de Seu Filho Jesus”. A Imagem peregrina pode ser buscada por representantes da arquidiocese ou levada por um Missionário Redentorista. Já confirmaram e aguardam a Visita à arquidiocese de Cuiabá e às dioceses de São Mateus, Santos, Jales, Leopoldina, Caraguatatuba, Macapá, Lages, Bagé, Marília, Patos de Minas e Mogi das Cruzes. Em Curitiba, a Imagem deverá passar no segundo semestre de 2016, segundo carta enviada, na ocasião, a Dom Moacyr José Vitti. Os bispos e arcebispos que desejarem a visita da Imagem Peregrina deverão entrar em contato com a Secretaria de Pastoral do Santuário de Aparecida, através do telefone (12) 3104-1696 ou pelo e-mail pastoral@santuarionacional.com, onde obterão as informações necessárias para formalização do pedido. Arquidiocese de Curitiba | Outubro.2014

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Painel do leitor

Assessoria de Comunicação

Cerca de 10 mil pessoas participaram da homenagem à Nossa Senhora da Luz dos Pinhais Os fiéis acorreram em vultuosos números à Catedral Basílica de Curitiba nos quatro dias de festas. A tradicional procissão, que passou pelas ruas Pedro Ivo, Barão do Rio Branco e XV de Novembro, reuniu devotos que balançavam lenços brancos (doados pelo Movimento das Capelinhas), em louvor à padroeira. Dom Rafael Biernaski realizou a Santa Missa com consagração da Arquidiocese à Nossa Senhora no último dia de comemorações.

Dom Pedro Fedalto lança livro Durante a 35ª Assembleia do Povo de Deus, onde foi comemorado o jubileu de ouro da CNBB Sul 2, Dom Pedro Fedalto lançou seu livro “História da Igreja do Paraná”. Dom Pedro presenteou todos os participantes com um livro autografado e com dedicatória exclusiva.

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Arquidiocese de Curitiba | Outubro.2014

Nos dias 30 e 31 de agosto, a Casa de Retiros Santo André, no município de Campo Largo, recebeu mais um Encontro Regional da Pastoral da Comunicação da CNBB Regional Sul II. O objetivo do Encontro foi reunir os líderes que atuam nas Pascom´s das 18 (Arqui)dioceses do PR, para articulação pastoral em âmbito regional e estudo sobre o jornalismo online.

Comire Sul 2 realiza assembleia, avalia atividades e elege nova coordenação O Conselho Missionário Regional (Comire) Sul 2 da CNBB (Paraná), realizou nos dias 05 a 07 de setembro, no Centro de Evangelização Família Sagrada (Cefas), localizado na cidade de Apucarana, a sua Assembleia anual. Este ano, o principal objetivo do encontr o foi avaliar as atividades missionárias desenvolvidas nas 18 di-

Foto: Comunicação Comire Sul 2

No dia 12 de setembro, o Padre Jonacir Francisco Alessi, da Paróquia de São Lucas e Nossa Senhora do Carmo, esteve na Casa Santa Marta, no Vaticano, e apresentou ao Papa Francisco as Diretrizes e o Slogan do nosso Ano Missionário.

3º Encontro Pascom Regional Sul II Foto: Geovanni C. de Luca – Pascom

Diretrizes e Slogan do Ano Missionário é apresentado ao Papa

oceses do Regional. A próxima Assembleia terá caráter formativo e será realizada nos dias 04 a 06 de setembro de 2015 na Província de Cascavel.


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