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Ano III – nº 11, outubro/2013
Arquitetura
Tendências e novos conceitos para cinemas
Infraestrutura Crescimento das poltronas numeradas
Internacional
Cobertura do Festival de Veneza
editorial
Cliente, nosso maior patrimônio
T
elas gigantes, poltronas em couro ecológico, som imersivo, pipoqueiras produtivas, 3D, 4D... quanta tecnologia!
Mas e o cliente? O que já foi feito para facilitar sua ida a uma sala de projeção? Nota-se que a projeção de um filme está próxima da perfeição, mas e o processo de compra e aquisição de um bom lugar no cinema? Muitas vezes, todo este processo torna-se um calvário. A começar pelas quilométricas filas da bilheteria que não ajudam com os atuais sistemas de venda de ingresso que vivem fora do ar. Em seguida, o espectador ainda tem que passar pela, muitas vezes, má vontade do atendente e gastar 20 ou 30 minutos na bombonière para comprar apenas um saco de pipoca e um refrigerante. Para completar, na hora de assistir ao filme, atrás do espectador tem aquele casal que adora conversar durante a sessão e na frente aquele “sem noção“ que confere seu celular (com tela claríssima) de 10 em 10 minutos durante toda a sessão. Com uma mistura de coincidências e acalorados bate-papos com exibidores e clientes assíduos de cinema, montamos a pauta da Edição 11 da Revista Exibidor, logo puxada pela matéria de capa “Bombonières, um problema recorrente“. A qualidade dos alimentos e o atendimento estão cada dia pior e o exibidor – grande ou pequeno – se vê em dificuldade de encontrar boa mão de obra para voltar a ter a qualidade de 15 anos atrás. Também temos uma análise bem interessante do crescimento das vendas de ingressos com poltronas numeradas. O que parecia impossível está se tornando uma exigência do consumidor. Com poltronas numeradas e bom atendimento nas bombonières, um cuidado maior com a arquitetura das salas de cinema ajuda qualquer primeira impressão. A Revista Exibidor conversou com arquitetos de cinema renomados internacionalmente, que apresentaram seus conceitos e últimos lançamentos. Para completar a “saga Cliente”, Igor Kupstas escreve um artigo na visão de um mero espectador assíduo de cinema e conta suas péssimas experiências em conviver com os espectadores “sem noção” durante a exibição de um filme. Voltamos à Europa com o Festival de Veneza. A jornalista Janaina Pereira dá um tira-teima de uma das festas mais importantes do cinema mundial e explica que o evento é também para exibidores. No Brasil, a NEC vem conquistando o mercado de vendas de projetores digitais de forma impressionante e a revista entrevistou os executivos da empresa Herberto Yamamuro (presidente) e Jorge Dantas (diretor de cinema) para entender suas estratégias, o modo como enxergam o exibidor brasileiro e o quanto estão conectados às recentes linhas de crédito. Assim, terminamos mais uma edição da Revista Exibidor. Não posso deixar de agradecer a toda equipe da revista, que vem crescendo a cada dia com novos jornalistas. Até janeiro com as novidades do Prêmio ED 2013.
Marcelo J. L. Lima diretor e editor chefe da revista exibidor
6 Exibidor, outubro-2013
Expediente Edição e direção Marcelo J. L. Lima Redação Natalí Alencar (MTB 51480) natali@exibidor.com.br
Cibele Gandolpho Janaina Pereira Fábio Guedes Leonardo Formagin Projeto Gráfico e Direção de Arte Raphael Grizilli raphael@exibidor.com.br
Assistente de arte Fernando Martinello fernando.martinello@exibidor.com.br
Revisão Talita Garcez talita@exibidor.com.br
Comercial e anúncios www.exibidor.com.br/anuncie Tel.: (11) 4040 4712 Assinaturas www.exibidor.com.br/assine Tel.: (11) 4040 4712 de segunda a sexta das 8h30 às 17h30 Colaboradores Igor Kupstas, Marcos Bitelli Espaço/Z e Omelete Impressão Vox Editora www.voxeditora.com.br Tiragem de 1500 exemplares Correspondência Rua Ênio Voss, 78 São Paulo (SP) | 02245-070 Tel: (11) 4040 4705 www.exibidor.com.br A Revista Exibidor é uma publicação trimestral da:
www.tonks.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Revista Exibidor. Proibida a reprodução parcial ou total do conteúdo sem autorização da Tonks. Este exemplar faz parte do Acervo da Cinemateca do Rio de Janeiro.
Assista aos grandes filmes brasileiros por apenas
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Não perca, é só segunda, dia 11 de novembro, em todas as salas Cinemark*. Renda revertida para iniciativas de apoio ao cinema nacional. O Projeta Brasil Cinemark tem grande colaboração de todos os produtores e distribuidores que cedem seus filmes para o evento. O ator Tony Ramos não cobrou cachê. *Exceto as salas Prime.
Espaço do Leitor
Queremos saber a sua opinião. Envie seus comentários para:
www.exibidor.com.br/contato
Parabéns pela revista! Fabricio S. Da Silva (Grupo Cine e Santa Clara Poltronas)
Ficamos muito satisfeitos com o resultado da pesquisa realizada pela Exibidor. Essa pesquisa desenvolvida por vocês será de grande valor para a Barco no sentido de conhecer a opinião do mercado em que atuamos e fazer melhorias contínuas no atendimento aos nossos clientes e parceiros. Eliane Rodrigues Silvestre (Barco)
Gostaria de sugerir uma opção no portal web pra fazer login só uma vez, todas as vezes que entro tenho que colocar a senha, em vários setores para ler as matérias. E gostaria de sugerir uma parte de “Novos e Usados”. Acho interessante. Jack Silva (Cine IMPERATOR3D)
Gostaria de sugerir uma pauta sobre o Cine Sabesp, em Pinheiros. Moro perto, costumo frequentar e sei que ele tem uma história bacana. É um dos mais antigos em funcionamento e teve vários nomes até chegar ao de hoje. Sem contar que é um dos últimos cinemas de bairro em funcionamento na cidade. Julio Simões (São Paulo – SP)
Empresas e Instituições Citadas A ANCINE Apex-Brasil Arcoplex/ Arco-Íris Arteplex
B Barco Bilboa Box Cinemas
C California Filmes CGV Christie Cineflix Cinemark Cinépolis Cinesystem Confeitaria de Cinema
D Deadline Disney Doremi Labs
E Elo Company ERA Architec
8 Exibidor, outubro-2013
N Estofatec Europa Filmes
NEC
F
Orient
Facebook FMC Arquitetura Fox Film
G GDC Gertech GNC Cinemas Gullane
I IMAX Imovision
J Kastrup Kinoosfera Filmes Kinoplex
M Mesbur + Smith Architects Metro Arquitetos Ministério das Relações Exteriores Moviecom
O P Paris Filmes PlayArte
Q Quanta DGT
R Rede Globo Ritchie/Wigram Productions
S Santa Clara Poltronas Sony Pictures
T Taiga Filmes TK Architects Tonks Twitter
U UCI Universal
Ouvidoria: 0800 702 6307 www.bndes.gov.br
PP bndes
sumário
Notícias/12 Giro pelo mercado
Portal Exibidor/16 Destaques do portal exibidor.com.br
Claquete.com/18 Novidades do cinema
Entrevista/22 Herberto Yamamuro e Jorge Dantas, da NEC
Artigo Relacionamento/26 Inconvenientes no cinema
Infraestrutura/28 Poltronas numeradas conquistam mais adeptos
Internacional/42 Festival de Veneza é oportunidade para exibidores
Arquitetura/46 Conceitos de arquitetura e design para cinemas
Prêmio ED/52 Nova temporada e muitas novidades
Artigo Legislação/54 Vale Cultura é regulamentado
Agenda/58 Próximos lançamentos
Trajetória/60 Cine Marabá, a resistência do cinema de rua
11 Exibidor, outubro-2013
notícias
Cinemark comemora 20 anos Dança das de operação na América Latina Cadeiras ©Divulgação
Após o fim da alta temporada, o mercado cinematográfico passou por muitas mudanças e reestruturações em diversos departamentos. Lucas Crantschaninov deixou a Barco e passou a integrar a equipe da Doremi Labs no Brasil.
A Cinemark anunciou no início de setembro seu 20º aniversário de operação na América Latina e celebração da inauguração do seu primeiro complexo na região, localizado no shopping Plaza Vespucio, na cidade de Santiago (Chile). “Nossas operações internacionais têm crescido exponencialmente nos últimos 20 anos, a partir da inauguração de um complexo com seis salas de exibição, em 1993, para os atuais 172 complexos com 1.360 salas, hoje presentes em 13 países latino-americanos. Tem sido incrível assistir ao crescimento das
operações internacionais e de pessoal da empresa, e eu me sinto honrado por fazer parte desta trajetória desde o início”, comentou Tim Warner, diretor executivo da Cinemark. Recentemente, a Rede inaugurou seu 64º complexo no Brasil, localizado no shopping Metrô Tucuruvi (São Paulo – SP). O cinema conta com seis salas inteiramente digitais, incluindo cinco 3D e uma equipada com a tecnologia Extreme Digital Cinema (XD). Com capacidade para 1.486 espectadores, o complexo oferece ao público lugares marcados.
Eduardo Chang foi anunciado como novo membro da equipe de Programação da Cinépolis no Brasil, assumindo o cargo de coordenador de programação. O profissional Gabriel Gurman, que está na Paris Filmes desde outubro de 2012 na área de programação, foi promovido para a gerência de marketing de conteúdo nacional. Na área de programação, quem assume é Michel Moussalli, que até então estava na Europa Filmes. Laércio Bognar deixou a Imagem Filmes e em seu lugar, assume Rosa Maria Vicente, que já passou pela Kinoplex, Box Cinemas e Cinépolis. Thiago Madruga saiu da PlayArte e agora responde pela IMAX no Brasil.
Cinépolis inaugura parcialmente seu primeiro complexo em Manaus A Cinépolis abriu seu primeiro complexo na cidade de Manaus (AM), no Shopping Ponta Negra. A inauguração parcial foi feita em 5 salas: 3 vip, 1 sala com tecnologia Macro XE de 380 lugares e tela gigante e mais 1 sala convencional. Posteriormente o complexo funcionará com 10 Salas.
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Para Eduardo Acuna, presidente da rede no país, Manaus era uma das cidades mais esperadas pela rede: “Manaus tem um enorme potencial para o mercado de cinema e, vimos que o público busca, cada vez mais, novidades de entretenimento. Por isso, decidimos levar novos modelos de exibição, como
as salas VIP com alimentos gourmet no cardápio e a sala Macro XE, que levará uma qualidade enorme de projeção para os consumidores”. Ele ainda acrescenta: “Queremos ter na região, um serviço diferenciado, que atenda as expectativas e necessidades de nossos clientes”.
Kinoplex lança jogo para cinéfilos ©Divulgação
O grupo Kinoplex lançou um game para testar o conhecimento dos apaixonados por cinema, o Picmovie. Com ele, os cinéfilos terão de identificar o filme a partir de ícones que mostram características marcantes de filmes bem sucedidos nas telonas. Em todas as 50 gravuras expostas no site, os jogadores têm a opção de pedir ajuda aos seus amigos do Facebook ou Twitter e ain-
da obter uma pista sobre o filme. A cada mês, serão adicionadas mais 20 imagens.
O Picmovie faz parte do Kinogames, novo lazer gratuito criado pelo Kinoplex para entretenimento dos seus espectado-
res por meio do site e da página no Fa-
cebook. Para mais informações, acesse:
tonk.es/picmovie.
Grupo Orient entra no mercado europeu Arcoplex inaugura cinema em Lajeado Como parte de seu processo de interna“A entrada em Portugal é um imporcionalização, o Grupo Orient é o novo operador de 60 salas de cinema no mercado português. O grupo, genuinamente baiano, venceu uma concorrência com operadores de diversas partes do mundo e assinou um contrato com a Sonae Sierra, entrando com 17% de participação no mercado de salas comerciais do país europeu, com dez centros comerciais. A previsão de abertura de todos os complexos de cinema se dará até o final de 2013.
tante passo na estratégia de crescimento do Grupo Orient. O fato de ir-
mos operar em dez centros comerciais da Sonae Sierra nos dá uma grande
confiança no futuro da nossa operação
em Portugal. Vamos trazer ao mercado
novas abordagens, que, com certeza, agradarão aos nossos clientes”, disse Aquiles Mônaco, presidente da Orient Cinemas.
Christie faz a 1ª instalação mundial e permanente de projeção a laser A Christie anunciou que foi escolhida para fornecer e instalar a primeira solução mundial e comercial de projeção digital a laser no cinema Seattle Cinerama, situado em Seattle, no noroeste dos EUA. O pedido de aquisição visa um projetor digital a laser 4K, com emissão de luz regulável até 60.000 lúmens.
©Divulgação
Segundo a Christie, a empresa obteve recentemente da FDA (Food and Drug Administration) dos EUA a primeira aprovação para a mudança, a qual permite a venda de projetores a laser para salas de cinema, constituindo a primeira e única mudança até agora aprovada para um fabricante de projetores cinematográficos, em conformidade com a DCI (Digital Cinema Initiatives).
A rede Arcoplex inaugurou um complexo no Shopping Lajeado (Lajeado - RS), com quatro salas no formato Stadium, sendo uma sala 3D digital. O espaço tem a venda de ingressos com lugar marcado, bombonière, café e produtos da marca I Love Cinema - linha de produtos com souvenirs exclusivos para os amantes da sétima arte. A acessibilidade para os deficientes físicos e as poltronas de tamanhos especiais também são diferenciais do novo cinema. Com a inauguração, a rede passa a ter 90 salas em 30 complexos.
13 Exibidor, outubro-2013
notícias
UCI chega a Campo Grande ©Divulgação
A Rede UCI inaugurou o seu 19º complexo no Brasil, localizado na cidade de Campo Grande (MS). Com capacidade para 1.505 pessoas em seis salas, o UCI Bosque dos Ipês está equipado com três salas com tecnologia 3D. Todas as salas são digitais, em modelo Stadium, equipadas com poltronas reclináveis em couro ecológico e braços love seats. Além disso, todos os espaços contam com sistema de som dolby digital 7.1. Localizado numa região em fase de expansão na cidade, o UCI Bosque dos Ipês teve um investimento total de R$ 8 milhões e é o primeiro da empresa na região centro-oeste do Brasil. “Estamos muito felizes em abrir o nosso 19º complexo em um mercado novo para nós. Acreditamos
que o setor de entretenimento do Mato
na região através de mais uma excelente
últimos anos e esta se caracteriza como
mentos”, afirma Monica Portella, diretora
Grosso do Sul vem crescendo bastante nos
uma ótima oportunidade para ingressar
parceria com o grupo Calila Empreendide marketing da UCI Brasil.
Universal Pictures conquista seu melhor resultado nas bilheterias internacionais em 2013 ©Divulgação
A Universal Pictures International anunciou que o estúdio arrecadou mais de US$ 1,8 bilhão na bilheteria internacional em 2013, considerado o melhor ano de sua história. Esse sucesso, segundo a distribuidora, foi impulsionado pelos lançamentos de Os Miseráveis -Les Misérables ($293 milhões), Velozes e Furiosos 6 - Fast & Furious 6 ($544.4 milhões) e Meu Malvado Favorito 2 - Despicable Me 2 ($410 milhões) e também pela boa performance de filmes como Mama - Mama ($75.9 milhões) e Oblivion - Oblivion ($197.1 milhões).
14 Exibidor, outubro-2013
O pacote de vantagens ideal para a digitalização • Financiamento integral de projetor, servidor e programa de TMS com taxas de juros de 0% para exibidores com até 10 salas e 3% ao ano para os demais casos;
PP quanta-telem • Apoio financeiro não reembolsável de R$ 15.000,00 por sala para exibidores que administrem até quatro salas;
• Financiamento dos outros itens da conversão para o digital: instalação, processador de áudio, quadro elétrico, climatizador de ar e intranet. E o exibidor pode escolher as marcas de equipamento e a empresa que fará a instalação e a manutenção, desde que seja devidamente capacitada pelo fabricante; • Software de TMS da Arts Alliance Media, utilizado em mais de 15.000 salas em todo o mundo;
• Gerenciamento e coleta de VPF pela Arts Alliance Media, presente em 4.000 salas de 10 países; • Preparação e apresentação de projetos para a ANCINE e para a Receita Federal e acompanhamento junto aos órgãos até a aprovação.
A digitalização da sua sala por quem realmente entende
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Doremi traz linha para pós-produção no Brasil Agora, os filmes nacionais poderão ter a qualidade de Hollywood. A Doremi vai trazer para o mercado de pós-produção brasileiro uma linha digital para cinema. “Os estúdios não precisarão finalizar seus filmes no exterior para obter a mesma qualidade e confiabilidade. Em época de dólar alto, isso será um alívio à dor das produtoras nacionais”, comenta Lucas Crantschaninov, da Doremi. Leia mais no link: tonk.es/posproducaodoremi.
ShowEast 2013
©Divulgação
A Revista Exibidor estará em mais um evento internacional do setor, a ShowEast, que será realizada de 21 a 24 de outubro, na Flórida (EUA). Fique de olho no Portal Exibidor e confira a cobertura do evento!
Gertech cria marca “Chess Group” Para consolidarsuassoluções,aGertech,empresadeinfraestruturadeTI,criouamarca“Chess Group”, que representa quatro competências: Rede Elétrica, Redes de Dados, TI e Treinamento.“Com isso,esperamos ser a maior integradora de soluções que o mercado já conheceu nos próximos dois anos”, prevê o gestor da empresa, Ricardo Germano. Veja mais no link: tonk.es/chessgroup.
fb.com/RevistaExibidor Não deixe de curtir também a página da Revista Exibidor no facebook.
16 Exibidor, outubro-2013
PP disney
claquete.com ©Divulgação
Terminam as filmagens em Las Vegas de “Até que a Sorte nos Separe 2” Terminaram em meados de setembro as filmagens de Até que a Sorte nos Separe 2, novo filme de Roberto Santucci, com Leandro Hassum, Camila Morgado, Kiko Mascarenhas e Rita Elmor. Após um período de gravações no Rio de Janeiro, equipe e elenco rodaram, durante quase um mês, cenas em Las Vegas, onde se passa a maior parte da trama. O longa, que chega aos cinemas em 27 de dezembro, tem roteiro de Paulo Cursino e Chico Soares. No filme, depois de perder toda a fortuna que ganhou na loteria em Até que a Sorte
nos Separe, Tino (Leandro Hassum) volta
a passar dificuldades financeiras ao lado da esposa Jane (Camila Morgado) e dos fi-
lhos Teté ( Júlia Dalávia) e Juninho (Henry Fiuka). O que eles não esperavam é que Tio
Olavinho fosse deixar uma herança de R$
50 milhões ao morrer. Como último desejo, o ricaço exige que suas cinzas sejam jogadas no Grand Canyon. É então que Tino e a
família resolvem dar uma passada em Las Vegas. Depois de se meter em muitas encrencas com um antigo conhecido, Tino vai contar com a ajuda do casal Amauri (Kiko Mascarenhas) e Laura (Rita Elmor). Camila Morgado substituiu Danielle Winitts, que está na novela “Amor à Vida” e não foi liberada pela Rede Globo para fazer a personagem Jane.
Começa a produção de “The Man from U.N.C.L.E.” Iniciaram as filmagens do longa-metragem The Man from U.N.C.L.E. (ainda sem título em português), da Warner Bros. Pictures. O filme é o primeiro a ser produzido pela Ritchie/Wigram Productions, pequena produtora do cineasta Guy Ritchie e do produtor Lionel Wigram. Tendo repaginado com êxito o clássico detetive Sherlock Holmes em dois filmes de sucesso, a dupla agora aplica seu olhar à série de televisão muito popular dos anos 1960 (O Agente da U.N.C.L.E.), trazendo os superespiões Napoleon Solo e Illya Kuryakin para as telonas.
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Henry Cavill (O Homem de Aço –
de poder por meio da proliferação de
leon Solo e Armie Hammer (A Rede
pista da dupla é a filha de um cientis-
Man Of Steel) faz o papel de NapoSocial - The Social Network), o de Illya Kuryakin.
O longa está centralizado no agente da CIA Solo e no agente da KGB Kuryakin. Forçados a deixar de lado as
armas e tecnologia nucleares. A única
ta alemão desaparecido, que é a chave para se infiltrarem na organização cri-
minosa. Eles precisam correr contra o tempo para encontrá-lo e evitar uma catástrofe mundial.
hostilidades de longa data, os dois se
O roteiro é de Ritchie e Wigram, que
combater uma organização criminosa
filmagens serão realizadas na Inglaterra,
unem em uma missão conjunta para
internacional misteriosa, empenhada em desestabilizar o frágil equilíbrio
também atuam como produtores. As
com tomadas externas também na Itália (Roma e Nápoles).
Premiados no Festival de Veneza Sony Pictures lança “Capitão Phillips” em novembro ©Divulgação
Sacro Gra, do italiano Gianfranco Rosi, levou o prêmio principal do evento, o Leão de Ouro. O documentário aborda a rodovia que cerca Roma, contando também a história de alguns dos personagens ligados a ela. O diretor grego Alexandros Avranas levou o Leão de Prata por Miss Violence, que também deu a Themis Panou o prêmio de melhor ator. Veja abaixo todos os vencedores:
©Divulgação
Leão de Ouro: Sacro Gra, de Gianfranco Rosi
Copa Volpi de melhor atriz: Elena Cotta, por Via Castellana Bandiera
Leão de Prata de melhor diretor: Alexandros Avranas, por Miss Violence
Prêmio Marcello Mastroianni a um intérprete estreante: Tye Sheridan, por Joe
Prêmio Especial do Júri: Stray Dogs, de Tsai Ming-liang
Prêmio de melhor roteiro: Steve Coogan e Jeff Pope, por Philomena
Copa Volpi de melhor ator: Themis Panou, por Miss Violence
Bernardo Bertolucci presidiu a 70ª edição do festival.
Argentina anuncia cinebiografia do Papa Francisco
©Divulgação
Alejandro Agresti (A Casa do Lago - The Lake House) vai dirigir Historia de un Cura (ainda sem título em português), cinebiografia de Jose Mario Bergoglio, o Papa Francisco.
italianos até a eleição como o 266º Papa da Igreja Católica. Rodrigo de la Serna, o Alberto Granado de Diários de Motocicleta, vai interpretar Bergoglio.
O filme contará, por meio de flashbacks e flash-forwards, a trajetória do religioso da sua infância como filho de imigrantes
A produção é da Pampa e da Pentagrama. O filme terá locações na Argentina, Itália e Alemanha.
Capitão Phillips (Captain Phillips), filme baseado na história real do capitão Richard Phillips (Tom Hanks), que aceita ser tomado como refém por piratas somalianos em troca da liberdade da sua tripulação, chega aos cinemas do Brasil em 08 de novembro com distribuição da Sony Pictures. O filme se concentra na relação entre o comandante do Alabama, o capitão Richard Phillips (Tom Hanks), e seu equivalente somali, Muse (Barkhad Abdi). Numa rota incontestável de colisão ao longo da costa da Somália, ambos se verão obrigados a pagar com vidas humanas por forças econômicas além do seu controle. O longa é dirigido por Paul Greengrass, a partir do roteiro de Billy Ray e baseado no livro, A Captain’s Duty: Somali Pirates, Navy SEALs, and Dangerous Days at Sea, de Richard Phillips com Stephan Talty. O filme é produzido por Scott Rudin, Dana Brunetti e Michael De Luca.
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PP tks/espZ1
PP tks/espZ2
©
D iv ul g
aç ão
entrevista
©
D
iv ul g
aç ão
Jorge Dantas // NEC
NEC tem metas agressivas
para atingir mercado brasileiro Herberto Yamamuro // NEC
P or : N atalí A lencar
Executivos da empresa falam sobre relacionamento com os exibidores e metas de crescimento
A
NEC é reconhecida mundialmente por oferecer soluções de telecomunicações e TI para operadoras, empresas e governo. Além disso, desenvolve na região projetos para arenas multiuso, broadcasting e segurança integrada. Há pouco mais de um ano e meio, a empresa entrou no segmento do cinema com o fornecimento de projetores digitais. Desde então, tem feito uma aproximação com o mercado exibidor, que já resultou em contratos com as redes Moviecom e Cineflix no Brasil. Agora, a empresa já está em negociação com outros exibidores e prevê grande crescimento no mercado. “Nossas metas são bastante agressivas, queremos ter uma boa posição de share. Alguns exibidores já tinham adquirido nosso equipamento no Brasil e estão renovando os votos com a NEC. Estamos estendendo essas parcerias e a intenção é trazer novos exibidores para o nosso leque de parceiros. Temos expectativas de fechar com grandes redes. Algumas já anunciadas e outras em breve serão comunicadas”,
22 Exibidor, outubro-2013
revela Jorge Dantas diretor da área de Cinema Digital da NEC no Brasil. Em entrevista concedida por telefone à Revista Exibidor ele e o presidente Herberto Yamamuro contam como pretendem atingir o mercado cinematográfico. Revista Exibidor - Quem conhece o mercado tecnológico, sabe que a NEC é uma das maiores líderes na área de telecomunicações. Como foi sua trajetória no Brasil? Herberto Yamamuro – Nossa história no Brasil está muito ligada à trajetória das telecomunicações. Completamos 45 anos aqui e em grande parte desse tempo foi dedicado a esse segmento. Somos uma multinacional japonesa com faturamento próximo de US$ 40 bilhões e temos dentro do nosso core três grandes atividades: Comunicações, onde somos os mais conhecidos no País; Computadores e Serviços, incluindo componentes microeletrônicos; e Infraestrutura. Em telecomunicações, em âmbito internacional, estamos presentes na parte de imagens com transmissores de alta potência e displays. Chegamos a ser líder nos EUA no mercado de display. Quem está no mercado de microcomputadores, se lembra da marca Multisynk, que é uma tecnologia que ficou quase dez anos líder no mercado e como consequência dessa participação, a NEC permaneceu na área de tecnologias de imagem. Como portfólio do grupo NEC, a parte de entretenimento, imagem e TV, sempre foi um segmento importante. É nova a nossa presença no Brasil, porque na parte de cinema e televisão, somos fortes em transmissores de TV, principalmente de alta potência. Nesse mercado de projetores, estamos começando agora. Dentro da empresa temos um programa de mídia e entretenimento,
onde está esta parte de digitalização de cinema. O Brasil, tardiamente começa a trabalhar muito forte na digitalização dos cinemas. O próprio conceito e a assimilação do mercado em programas de alta definição, em banda larga, começou agora, bastante tarde e nós enxergamos, através de um estudo, que esse poderia ser um dos mercados importante para nós. Não somos gigantes como outras empresas, mas temos participação bastante grande como player e achamos que a sinergia com a nossa estrutura operativa no País e com essa tecnologia que vem da NEC Global, dá uma oferta ao mercado que se diferencia das demais. Nós estamos ganhando alguns projetos, é um planejamento que foi aprovado no ano passado e está em marcha desde o último quadrimestre de 2012. Exibidor - E a sua trajetória na NEC? Yamamuro - Eu sou velho de casa (risos), me juntei a NEC em meados da década de 80, então são quase 30 anos. Trabalhei em vários programas, inclusive lá fora, na matriz. Em 2008 assumi a direção da companhia. Em telecomunicações tenho 50% de participação, mas em toda a minha vida trabalhei com a diversificação, introdução de novas tecnologias e novos programas. Cheguei a participar da montagem, na década de 1990, de um joint-venture de microcomputadores. Teve um grande projeto meu de introduzir a super computação no INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial), isso no início da década de 90. Nos projetos de diversificação eu sempre trabalhei como membro ou como equipe, então tenho uma longa jornada. Exibidor - Como pretendem atender
Yamamuro - Nós temos uma estratégia, apesar de ter começado pequeno. Nossa expectativa é que esse segmento se torne um pilar importante. Nós criamos um programa de negócios e o Jorge Dantas, que é o diretor desse programa, pode falar melhor. Jorge Dantas – Desde o final do último quarto período do ano passado, nós criamos uma estratégia de aproximação da NEC junto aos exibidores nacionais. Então, tivemos várias campanhas por meio de de mídia, participação em eventos e visitas aos exibidores. Passamos a mensagem aos exibidores de que estamos trazendo esse negócio para o Brasil de uma forma extremamente séria e profissional. Tivemos durante alguns meses essa aproximação com os exibidores e a próxima fase é fechar projetos. Em paralelo, começamos a estruturar toda a parte de serviços, para poder, antes mesmo de vender, ter toda a infraestrutura preparada para atender a demanda e os contratos fechados. Hoje, estamos 100% preparados para fechar qualquer tipo de contrato. Nós também desenhamos vários programas e opções de financiamento para trabalhar com os exibidores. Exibidor - E as negociações de VPF? Dantas – Trabalhamos hoje com os dois integradores oficiais de VPF no Brasil, tanto com a Quanta DGT, como a GDC. Nossos programas se encaixam nos dois programas existentes. São modelos diferentes, a GDC oferece o produto deles e nós a parte da digitalização e no caso da Quanta DGT, a NEC venderia para a Quanta DGT e ela faria a venda para o exibidor final. Sempre nos colocamos à disposição para explicar ao exibidor as opções que ele tem.
aos exibidores brasileiros diante da
Exibidor – E como funcionam as li-
digitalização?
nhas de financiamento?
23 Exibidor, outubro-2013
entrevista Dantas – Há vários tipos de projetos. Há projetos com redes grandes e tem modelos diferentes para exibidores menores. Cada caso é um caso, então analisamos junto ao nosso financeiro a capacidade financeira do exibidor e o interesse da NEC em financiar. Outra forma de financiamento é via BNDES junto a Quanta DGT. Nesse caso, a NEC se propõe a fazer o empréstimo ponte até sair o dinheiro do BNDES. Exibidor - Quais são as metas da NEC para o mercado brasileiro? Dantas – Nossas metas são bastante agressivas, queremos ter uma boa posição de share. Alguns exibidores já tinham adquirido nosso equipamento no Brasil e estão renovando os votos com a NEC. Estamos estendendo essas parcerias e a intenção é trazer novos exibidores para o nosso leque de parceiros. Temos expectativas de fechar com grandes redes. Algumas já anunciadas e outras em breve serão comunicadas. O ideal é ter uma boa representação no Brasil e ser um dos maiores players em cinema digital. Exibidor - Em pesquisa recente realizada sobre a qualidade dos projetores digitais pela Revista Exibidor, a NEC pontuou bem no projetor para telas pequenas e ficou na média em relação às telas média e grande. Como
com boa receptividade dos exibidores no Brasil. O NC900 para telas pequenas é um produto que vai ter muita penetração no mercado brasileiro. Já nos projetores para telas médias e grandes, onde ficamos na média de pontuação, tivemos uma interpretação sobre a questão da vida útil da lâmpada um pouco diferente do que foi solicitado. Quando mencionamos sobre a vida útil, falamos de acordo com os lumens solicitados, então se um projetor para tela grande chega a 33 mil lumens, nós consideramos uma lâmpada com 1500 horas, porque não existe hoje no mercado nenhuma lâmpada que fique mais de 1500 horas projetando a 33 mil lumens. Ou seja, quando a NEC fala em 500 horas, nos referimos ao que foi perguntado, que é número de horas para uma lâmpada que dê uns 33/34 mil lumens constantes (telas grandes). Claro que se eu colocar uma lâmpada de 1200 watts num projetor de tela grande, nós chegamos próximos a 3000 horas, mas nunca atingimos os 33 ou 34 mil lumens. No mercado, o que temos visto é que nossos projetores em teste feitos lá fora estão com qualidade bem superior aos que existem no mercado, então temos um bom histórico em termos de tecnologia. Isso prova que os exibidores que adquiriram NEC continuam apostando e renovando as suas compras.
vocês receberam essa pesquisa? Dantas – Recebemos com muito agrado, principalmente na questão do projetor para telas pequenas, porque realmente foi um projetor desenhado para países como o Brasil, em desenvolvimento, que tem telas pequenas e precisam de grande investimento e custo baixo. Continuamos
24 Exibidor, outubro-2013
Exibidor - Como está o relacionamento da NEC com os exibidores? Dantas – Fomos bem recebidos pelos exibidores desde as nossas primeiras aproximações, há mais de um ano nos principais eventos e visitas. Temos falado com o exibidor sobre a nossa infraestru-
tura no Brasil. É uma empresa que existe mundialmente desde 1889 e no Brasil há mais de 45 anos. E eles receberam isso muito bem, porque é uma empresa sólida no mercado nacional, que já tem todo investimento feito na parte de infraestrutura, tanto de serviços, como logística para distribuir e instalar equipamentos. Exibidor – Há lançamentos previstos para o mercado exibidor? Dantas – A NEC display é líder mundial no segmento de cinema, padrão DCI. Obviamente estamos desenvolvendo novas tecnologias. O que promete é a tecnologia a laser, já apresentamos protótipos nos últimos eventos nos EUA e sem poder adiantar muito, vamos apresentar detalhes na ShowEast deste ano, em Miami. Exibidor – E quais as expectativas da empresa para os próximos anos? Dantas - Esperamos um mercado bastante aquecido, independente da digitalização que se faz necessária nos próximos 12 meses. Vai ter muita atividade com todas as instalações e a migração do sistema analógico para o digital. Estamos preparados para trabalhar com os exibidores e os clientes nesse processo. O mercado vai aumentar bastante e é preciso ter parceiros fortes para atender essa demanda. A NEC é uma empresa muito focada em todo o segmento que trabalha. Os anos de existência da NEC comprovam que não entramos no mercado para ficar temporariamente, mas estamos para a vida toda. Cinema é um negócio que decidimos entrar e que colocamos toda a nossa energia para desenvolver e trabalhar.
PP gdc
mercado
SOM E FÚRIA
H
á alguns meses fui ao cinema de um shopping assistir ao filme A Busca, longa brasileiro estrelado por Wagner Moura. Tinha ouvido algumas coisas boas sobre o projeto e fiz questão de vê-lo na primeira oportunidade, para matar minha curiosidade. E tive uma experiência muito desagradável. Mas o filme não teve nada a ver com isso. Em poucos minutos, três jovens que se sentaram a uma cadeira de distância de mim e da minha namorada começaram a falar. Só falar não, como me explicou um deles depois que pedi silêncio: “estamos conversando”. Eu expliquei que no cinema não se conversa, no que ele respondeu sem titubear: “mas eu converso”. Minutos depois, dois bebês começaram a chorar. Os pais, que a esta altura foram obrigados a retomar o bom senso que deixaram em casa, se dividiram entre sair da sala e andar pelos corredores, ninando os pimpolhos. Mas ficaram até o fim da sessão. Conversei com um dos gerentes sobre o caso, e ele me disse que, apesar da classificação indicativa, ele não tem como impedir ninguém de entrar na sala com crianças pequenas. “A gente desaconselha quando o filme é adulto, mas o pai é soberano”, informou.
A REDE SOCIAL A projeção estava boa, a sala limpa, o som bom, o filme bom. Mas tive uma péssima experiência por causa, olha só, da plateia.
P or : I gor K upstas Incomodado, fiz o que a gente faz hoje em dia: reclamei na internet. Tive 50 curtidas e 21 comentários no Facebook. Duas pessoas compartilharam. Alguns atacaram os cinemas dos shoppings, como se o público destes cinemas fosse menos qualificado, e colocaram as salas VIP e de circuitos de arte como refúgio. Uma amiga mais pessimista disse que nem as salas alternativas seriam uma opção, citando casos de pessoas comendo em sala e fazendo barulho da mesma forma. Um colega crítico de cinema disse, irônico, que eu que estava errado. Que as pessoas não vão mais ao cinema para ver filme, e sim para falar, checar o celular, chutar a cadeira. “Tem gente que se acha no direito de fazer do cinema uma extensão da sua própria casa”, disse. Falando em própria casa, alguns comentaram no post que desistiram do cinema e passaram a defender a experiência do filme no conforto da residência.
MÁ EDUCAÇÃO Um colega que trabalha em cinemas (como você, público-alvo desta revista) disse que esse tipo de coisa realmente acontecia muito, e que era uma questão mais cultural do que cuidado do cinema. Perfeito, mas como o cinema pode se posicionar sobre esta questão cultural? Se isentar me parece o pior caminho. Explicar que o filme é violento demais ou inadequado é um começo. Apontar
a classificação indicativa, que dá uma
idade limite sugerida e trata de temas
abordados na obra é outra. Isso diminui da equação os bebês e crianças pequenas (bebês são bem-vindos no Cine Mater-
na, projeto específico e genial para este público), mas e o bate-papo, os celulares tocando e outros incômodos?
Acho muito importante campanhas pu-
blicitárias sobre os bons modos na sala, como a “Seja Legal”, do Cinemark. Nos EUA, inclusive, a rede lançou um aplicativo que premia o “bom comportamen-
to” do cliente se ele não usar o aparelho durante a sessão. Segundo Maricy Leal Costa, Gerente de Marketing do Cine-
mark, o app “Cinemode” pode ganhar uma versão local, mas ela aponta que nos EUA o excesso de mensagens de SMS é
que gerou a demanda pelo programa, e
que aqui o problema mais sério é o barulho e o chute nas cadeiras.
É importantíssimo que exista um esforço
contínuo por parte dos cinemas, e, faço aqui o clamor, do público. Se alguém ao
seu lado usar o celular, falar demais, chutar
a cadeira, peça que ele pare. Eu não quero desistir do cinema. Quero compartilhar
uma boa gargalhada, sentir o mesmo frio na espinha, me surpreender junto com uma multidão com os desdobramentos de uma aventura. E eu tenho fé de que essa
experiência pode ser cada vez melhor, se cada um fizer a sua parte.
Igor Kupstas Janczukowicz | igorkupstas@gmail.com Jornalista formado pela Universidade São Judas Tadeu e pós-graduado em Marketing pelo Mackenzie. Entre 1999 e 2002 trabalhou no site de cinema e-Pipoca, posteriormente sendo contratado pelo Marketing da Europa Filmes, onde atuou no lançamento de mais de 100 títulos por seis anos. Também foi gerente de marketing digital da MOBZ.
26 Exibidor, outubro-2013
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INFRAESTRUTURA
Poltronas
num3radas chegaram para ficar P or : C ibele G andolpho
Oferecer assentos marcados diminui as filas nos lounges das salas, melhora a operação dos exibidores e incentiva as vendas de ingressos pela internet; público aprova
Q
uando surgiu a ideia de que as salas de cinemas teriam poltronas numeradas iguais as dos teatros, muitos exibidores não queriam que a medida se tornasse obrigatória. A proposta foi sugerida em 1993 pelo então vereador da capital de São Paulo, José Mentor (PT) e ficou pendente até 2002, quando outra lei excluiu os cinemas da relação de estabelecimentos obrigados a manter a venda numerada de ingressos ao público. Mas não foi preciso lei para forçar os cinemas a disponibilizar o serviço. Hoje, ter lugares reservados antecipadamente é uma grande aposta das redes, que visa atender melhor seus clientes, evitando filas desnecessárias.
28 Exibidor, outubro-2013
O crescimento foi muito rápido principalmente nas grandes capitais. Na Kinoplex, por exemplo, as poltronas numeradas contemplam quase 100% da rede em todas as cidades onde a marca opera. “Fomos motivados pela necessidade de oferecer mais conforto ao público, que agora pode se programar para a compra do ingresso antecipadamente, sabendo quais lugares estão disponíveis, e não precisa enfrentar fila na entrada da sala”, afirma Patricia Cotta, gerente de marketing da Kinoplex Cinemas.
satisfação dos clientes, que muitas vezes
Para ela, o principal benefício que os assentos marcados trazem para os exibidores é o estímulo à venda antecipada de ingressos por meio de múltiplos canais, como internet e terminais de autoatendimento. “Essas opções evitam a formação de filas na bilheteria, o que antes atrapalhava a operação do cinema e gerava in-
Maricy Leal, gerente de marketing do
até desistiam da sessão. A medida é boa para ambos”, diz Patricia.
Na rede Cinemark, todas as salas que são
inauguradas já contam com as poltronas
numeradas e os complexos antigos estão sendo reformados, a fim de incorporar
o lugar marcado como um diferencial. Atualmente, a rede possui 64 complexos, dos quais 52 já contam com o serviço de poltronas numeradas.
Cinemark, também afirma que a medida
só traz benefícios e aumenta o público. “A opção de lugares marcados oferece
ao cliente a possibilidade de garantir o assento de sua preferência sem que seja
necessário chegar mais cedo na sessão. O
lugar marcado pode ser escolhido tanto
na bilheteria do complexo como online. Além de oferecer mais comodidade e praticidade, o sistema melhora muito a nossa operação”, diz. Assim como Cinemark e Kinoplex, outras grandes redes também operam com lugares marcados, como UCI, PlayArte, entre outras. Ao oferecer poltronas numeradas, as salas de cinema realizam campanhas que direcionam os clientes a buscarem a programação nos sites das redes e, consequentemente, a compra antecipada de ingressos.
Preferência do cliente A Revista Exibidor fez um teste para cronometrar o tempo que leva comprar um ingresso comum e outro com lugar marcado. Enquanto o primeiro levou 10 segundos para ser adquirido, a opção com poltrona numerada durou 25 segundos. Mas, apesar
O que dizem os fabricantes Na hora de escolher uma empresa de poltronas numeradas, os exibidores têm muitas opções: número bordado no encosto ou placas pregadas nos assentos, nos braços das poltronas, no próprio carpete ou ainda em formas luminosas nos corredores ou nos porta-copos. Segundo José Carlos Kreling, gerente comercial da Kastrup, no que diz respeito à numeração, não há um modelo favorito. “Cada rede escolhe o que melhor lhe convém. Nos painéis localizados nos corredores, a identificação alfabética é feita em placas de alumínio ou acrílico com tinta fosforescente ou normal. Já a identificação apenas numérica, em sua grande maioria, é fixada na borda frontal do assento. Também costumamos fornecer a pedido do cliente, a numeração bordada na face superior do encosto. Porém, essa não é uma recomendação porque caso ocorra uma necessidade de substituição do encosto, a assistência torna-se mais difícil porque a mesma numeração deverá ser mantida”, explica Kreling. Francisco da Silva, presidente da Santa Clara Poltronas, ressalta que, independentemente da forma de numerar, qualquer modelo se adapta aos exibidores, tanto para poltronas normais quanto para VIP. “Certamente, surgirão outras formas de fazer esta numeração com mais eficiência, porém esta prática não deixará mais de existir. O público não vai mais abrir mão do serviço”, acredita. De acordo com a Estofatec, normalmente, a numeração de uma poltrona está no alto do encosto, já a marcação das fileiras devem estar nas suas laterais. “A procura por assentos numerados vem crescendo proporcionalmente às exigências dos consumidores com relação ao conforto e à praticidade na hora da compra dos seus bilhetes”, ressalta José Castan, diretor comercial da Estofatec.
©Divulgação
Poltronas Kastrup instaladas no Kinoplex Vila Olímpia
29 Exibidor, outubro-2013
infraestrutura
da demora, o público ainda prefere o assento marcado.“Antes, eu ficava na fila da bilheteria e já tinha de ir para a fila da entrada, senão não conseguia NO PORTA-COPOS um lugar bom. Agora não, só pego uma fila para
Onde colocar a numeração? NÚMERO BORDADO NO ASSENTO OU PLACAS
comprar um ingresso e volto na hora do filme começar, garantindo meu assento. Quando não quero pegar fila na bilheteria, compro pela internet”, conta a professora Jaqueline Mendonça, 31 anos, de São Paulo. Maricy Leal, da Cinemark, destaca que, ao estimular a venda pela internet, a fila na bilheteria diminui e o tempo para escolher um assento já não é mais um problema. “O maior desafio é iniciar a operação com poltronas marcadas em locais onde o cliente não está habituado. O tempo de atendimento na bilheteria acaba sendo um pouco superior, mas após o período de adaptação, tudo se acomoda e os clientes acabam se acostumando com o novo sistema e aprovam”, afirma.
30 Exibidor, outubro-2013
longe da minha namorada caso quiséssemos mesmo ver um filme. Isso acontecia com lançamentos que acabavam de chegar ao cinema e as filas eram enormes. Senão quiséssemos sentar longe, o jeito era voltar PLACAS NOS BRAÇOS DAS outro dia. POLTRONAS OU NAS LATERAIS Agora que as redes começaram a trazer esse serviço para SINALIZAÇÃO LUMINOSA NO CARPETE OU NO CORREDOR Recife, não vamos mais ao cinema sem lugar marcado. Só compro pela internet”, ressalta.
NÚMERO BORDADO NO ENCOSTO OU PLACAS
A publicitária Mayara Camargo, 26 anos, de São Paulo, não abre mão dos assentos marcados. “Eu deixava de ir ao cinema quando chegava à bilheteria e via o tamanho da fila. Se quisesse mesmo ver um filme, tinha de chegar meia hora antes. Com as vagas numeradas, tenho ido muito mais ao cinema agora.” Já o advogado Matheus Lopes, 35 anos, de Recife, também é a favor das poltronas numeradas. “Era muito ruim chegar em cima da hora e ter de sentar
Os exibidores não apontam desvantagens em ter um formato numerado de lugares, mesmo que algumas poltronas não sejam preenchidas, principalmente as da frente. Patricia Cotta, da Kinoplex, explica o por que: “Vemos apenas vantagens para nós e para os clientes. Na verdade, quando projetamos a sala, já nos preocupamos em não ter lugares onde a visibilidade seja comprometida. Em qualquer assento, garantimos a visão total da tela. E comprando antes o assento marcado, o cliente pode escolher o lugar que mais lhe agrada, o que varia muito de um cliente para o outro.”
PP sta clara
capa
Por: NatalĂ Alencar
m janeiro de 2012, a 4ª Edição da Revista Exibidor publicou um Guia com 50 dicas para Bombonières (Leia a matéria no link: tonk.es/50dicasbomboniere). Passado pouco mais de um ano, um questionamento ainda permanece: Afinal, qual o problema das bombonières? E porque os clientes reclamam tanto? Como resolver esta situação que, aos olhos do consumidor, não tem mais solução? E tem reclamação “para dar e vender”, filas, preços abusivos, demora no atendimento, falta de qualidade no atendimento, falta de produtos, má qualidade nos produtos servidos, formas de pagamento não aceitas e uma infinidade de ocorrências. (Veja na página 39 um quadro com as principais reclamações). Para entender o problema e encontrar soluções, a Revista Exibidor ouviu clientes e exibidores. Alguns destes preferiram não participar da matéria, certos de que não têm muitas reclamações, no entanto, outros, cientes do problema, admitiram as falhas e explicaram suas estratégias para reverter os índices de reclamações. As filas são as campeãs. “Com relação à bombonière, a maior reclamação é fila. E em seguida, demora no tempo de atendimento e qualidade de determinado produto: refrigerante sem gás, produto sem qualidade de sabor, como o pão de queijo e o cachorro quente”, conta Paulo Rego, diretor de operações da Cinemark.
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“A maior parte das reclamações é por causa das filas”, expõe Miriam Lima, da Arcoplex/Arco-Íris”.
O ideal *Cliente sai de casa com ingresso e cupom para retirar os produtos no snack bar ou tem a opção de comprar e se servir sozinho no cinema; *Poucos atendentes in loco, estes mais treinados, preparados e melhor remunerados para atender o cliente.
Já na Cinesystem, o foco das reclamações está no atendimento. “Recebemos poucas reclamações sobre a bombonière, nenhuma sobre a qualidade dos produtos. As que geralmente recebemos são com relação ao atendimento e preço”, conta a coordenadora de produtos, Mariana Costa. Todo esse cenário nebuloso das bombonières parece ser algo vivido pelo país inteiro, especialmente no segmento do varejo, conforme ressalta Paulo Rego: “Isso está relacionado ao segmento de varejo no geral. A qualidade da mão de obra piorou, tanto do varejo tradicional, como redes de fast food ou entretenimento”. Concorda com ele Miriam Lima: “Atualmente o mercado em geral (comercio/ indústria/ serviços) passa por um problema de mão de obra escassa, e o que tem, você não consegue reter. Portanto, a rotatividade é muito grande, o que dificulta o treinamento, pois agilidade e destreza no atendimento são essenciais e você só consegue isso com muito treino”.
Ela completa dizendo que o atendimento caiu, devido a oferta grande de vagas de trabalho em geral, o que acaba competindo com a atividade cinema, e isso gerou uma rotatividade maior ainda e também uma falta de mão de obra. Luciano Martins, gerente de operações e bombonière da Kinoplex, pondera: “O país está com crescimento de consumo muito acelerado e permite acesso de outras classes econômicas a lazer e entretenimento, gerando uma grande oferta de empregos. E, sabemos que os horários de trabalhos nos cinemas (sessões de final de semana, feriados, meia-noite) exigem um grande comprometimento e disponibilidade, o que é um outro fator que dificulta a retenção dos bons profissionais. Ou seja, fidelizar, reter a equipe que já está capacitada e em consonância com os valores da empresa não é fácil”.
Atendentes Do ponto de vista dos atendentes, a rotatividade dos funcionários é explicada pelo salário baixo e falta de um plano de carreira, é o que disse um funcionário de um cinema na capital paulista. “Somos mal remunerados e muito pressionados. Se encontramos uma oferta de emprego com salário melhor e com melhores condições, mudamos”, disse ao reclamar das condições de trabalho e da falta de oportunidades em crescer e alcançar outros cargos melhor remunerados dentro da própria empresa. Hoje, um atendente de cinema deve ter não só um perfil de atendimento, mas também de vendas e relacionamento. Tarefa difícil para os departamentos de RH.
Cinemark Vila Vale, em Taubaté
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De acordo com a Cinemark, uma das tarefas na melhora do atendimento é apos-
tar na área de RH. “Estamos tentando melhorar e deixar o processo mais regionalizado, com a participação da nossa área de Recursos Humanos para que o gestor da loja selecione junto com o nosso RH os candidatos para trabalhar nessa área. Assim, espera-se que o candidato escolhido realmente tenha esse perfil de atendimento e seja mais fácil treinar e capacitar na parte técnica e operacional”, conta Paulo.
Como gerenciar uma reclamação Mais do que ser ouvido, o cliente quer um retorno e até mesmo uma solução para o problema relatado. Gerenciar as reclamações é algo que deve ser feito com cuidado e responsabilidade. “O cliente normalmente reclama pelo fale conosco do nosso site ou em alguns casos vai até o SAC do próprio shopping. Essas reclamações são encaminhadas para a gerência do cinema onde ocorreu o problema, aos cuidados do gerente geral de operações. Ele recebe essa reclamação
e entra em contato com o cliente, escuta e transmite essa informação ao escritório que vai reciclar e melhorar a operação”, conta Paulo Rego, da Cinemark. Ele explica ainda que há um profissional dedicado para fazer o acompanhamento dessa reclamação e follow up. Em redes pequenas, há casos onde os próprios diretores respondem às reclamações. Com isso, o consumidor se sente mais valorizado e a diretoria pode acompanhar de perto o relacionamento com os clientes, é o caso da GNC Cinemas. “O cliente manda sua pergunta, sugestão ou reclamação, e estas são passadas aos diretores, e respondidas ao cliente dentro de 48hs”, revela a coordenadora de mar-keting, Marjorie Galli.
Outras Soluções Como visto, mesmo diante de tantas dificuldades, o problema das bombonières tem solução. Além das ações já citadas, há outras mais específicas.
Pesquisa nas capitais A Revista Exibidor realizou uma pesquisa em algumas salas Brasil afora. Feita aleatoriamente em qualquer cinema de algumas capitais, o cliente “oculto” foi orientado a responder uma pesquisa após passar pela bombonière, tendo pedido no mínimo uma pipoca e um refrigerante. Veja abaixo a diversidade de situações encontradas, independente da região. Mesmo assim, uma visita a um cinema aleatório não tem poder de generalizar uma cidade inteira. Mas, prova que o problema é nacional. Em apenas uma, das cinco salas visitadas foi ofertado outro produto no momento da compra, o que demonstra não ser uma prática dos atendentes. O tempo de atendimento variou entre cinco e dez minutos, já o tempo de es-
pera na fila chegou a 25 minutos, exceto em duas salas onde o cliente deu sorte e foi o único a ser atendido no momento. estaque para a limpeza e qualidade do D atendimento, ambos elogiados, apesar de alguns deslizes, como erros no pedido e excesso de pipoca no balcão.
Veja a pesquisa completa na página 40.
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A Cinemark aposta em duas frentes, na compra antecipada de ingresso com alimentos e bebidas pela internet ou no posto de autoatendimento; e na venda dos produtos na bilheteria. “Permitindo que o cliente compre na internet ou no ATM o seu combo, já elimina o tempo que ele gastaria no snack bar. A outra iniciativa é a venda do snack bar na bilheteria, o cliente já tem a possibilidade de junto com o ingresso, comprar o combo. Noss finais de semana e feriado, temos um caixa exclusivo onde ele só precisa entrar na fila para retirar o que comprou na bilheteria”, relata Paulo Rego, da Cinemark. Não só o atendimento precisa de melhoras, mas os processos que o antecedem, como o preparo dos alimentos, é o que sugere Paulo: “Outro caminho que estamos explorando para ter satisfação do cliente é com relação à definição do mix de venda, dos produtos, da forma de preparo e apresentação. Junto com o departamento de alimentos e bebidas da empresa, buscamos
desenvolver produtos que sejam de fácil preparo ou que tenha tempo de preparo reduzido ou que seja operacionalmente mais fácil de ser montado e entregue ao cliente em menos tempo”. A Cinesystem aposta em treinamento constante dos funcionários e apresenta aos clientes o diferencial do autosserviço. “Para amenizar o problema, nossos funcionários rodam nas funções várias vezes na semana para que todos saibam todas as áreas, assim quando acontece de faltar um, temos outro que conheça a área e poderá atender nossos clientes com a mesma qualidade”, explica Mariana Costa, da Cinesystem. Ela continua: “Já sobre as filas, temos um diferencial perante a concorrência que é o modelo autosserviço de bombonière. Com o objetivo de diminuir as filas e atender mais rapidamente nossos clientes, trabalhamos com o sistema de autosserviço onde temos ao longo do balcão vários pontos com estufas e máquinas de refri©Divulgação
Cinesystem Hortolândia
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gerante para que os clientes possam escolher e pegar os produtos desejados. Dessa forma ele não precisa ficar na fila e não depende de um atendente para se servir”.
Crescimento Que a bombonière é a “menina dos olhos” dos cinemas, isso ninguém tem dúvidas. “As bombonières são fundamentais para complementar a atividade de exibição. Além de serem lucrativas, nos permitem oferecer um pacote completo na hora da diversão”, salienta Mariana Costa, coordenadora de produtos da Cinesystem. Em média, perde-se 15% em faturamento com a desistência dos clientes quando há filas na bombonière, conforme conta a Kinoplex. “Trabalhamos para mudar esse cenário, aumentando a qualidade do atendimento. Para nós, é fundamental que os clientes sejam atendidos de forma rápida, simples e cordial. Queremos que eles saiam de nossos cinemas satisfeitos”, informa Luciano Martins, gerente de operações e bombonière da Kinoplex. Segundo a Cinemark, apenas 40% do público que frequenta cinema passa na bombonière e ainda há muito espaço para crescer. “Com certeza, essa incidência se comparada com EUA, México ou outros países com uma indústria mais desenvolvida em snack ainda é baixa. Tem potencial para chegar em 60%, então tem um caminho a percorrer para criar esse hábito de consumo. Se a gente mudar o hábito de consumo e ao mesmo tempo melhorar a operação e o serviço, temos condição de chegar a esse patamar de 60% de incidência na bombonière”, conclui Paulo Rego, da Cinemark.
Alerta vermelho: Reclamações de A a Z
A Revista Exibidor fez um levantamento dos problemas relatados pelos clientes em sites de reclamações. Veja os principais casos e avalie se o seu cinema não comete os mesmos erros. Aproveite para discutir com os funcionários e redefinir sua estratégia de atendimento.
Ausência de gerente para atender as reclamações dos clientes; Brindes que acabam e não há aviso de poucas unidades; Caixas abertos sem funcionários para atender;
Já acabou a pipoca (falta de produtos em horários com grande circulação de clientes); Levantou no meio do filme para buscar bebida, porque a pipoca estava muito salgada; Mesmo atendente recebe o dinheiro e serve a pipoca;
Sem atendimento. Bombonière fechada;
Despreparo dos atendentes em conduzir situações problemáticas; Espera abusiva nas filas; Falta de treinamento dos atendentes (não sabem informar corretamente preço e combos); Guichês preferenciais sem sinalização; Higiene precária do local, sujeira no hall e no balcão; Informação incorreta ou falta de atenção ao atender a solicitação do cliente;
Não aceitou cartões de crédito ou reclamou em dar troco quando cliente comprou em dinheiro; Ouviu a reclamação, mas não passou adiante e cliente ficou sem retorno; Preços abusivos. Produtos tabelados que tem preços muito acima do cobrado pelo mercado; Queria um produto diferenciado e não encontrou; Refrigerante aguado, com muito gelo;
Teve que desistir da compra, pois filme já ia começar; Uma promoção anunciada, porém não disponível; Várias filas, divididas entre compra e retirada, porém sem sinalização; Xô mal humor. Atendimento ruim e falta de cortesia com o cliente; Zum zum zum dos funcionários, risadas e conversas paralelas atrapalhando o atendimento;
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Pesquisa nas capitais Perguntas
Atendimento
Produtos
Limpeza
Curitiba
Fortaleza
Porto Alegre
Rio de Janeiro
São Paulo
Qualidade do atendimento
Ótimo
Bom
Regular
Bom
Bom
Tempo de espera na fila
Nenhum
15 min
25 min
2 min
Nenhum
Comentários
Único cliente no momento da compra
Deveria ter mais filas devido ao grande fluxo de pessoas
Havia várias filas, porém alguns caixas fechados
Atendente trouxe pipoca doce ao invés de salgada
Atendimento muito rápido - “fast food”
Ofereceu outros produtos?
Sim
Não
Não
Não
Não
Tempo de atendimento
5 min
10 min
6 min
8 min
2 min
Comentários
Atendente prestativa e atenciosa
x
Atendente achou ruim quando o produto foi pago com uma nota de R$ 50,00.
Como a demanda era pouca, atendentes ficavam conversando e rindo alto
x
Produtos do cardápio estavam disponíveis?
Não havia menus no balcão
Sim
Sim
Telões com informações dos produtos estavam desligados
x
Pipoca estava quente?
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Refrigerante fresco e com sabor?
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Comentários
Refrigerante com excesso de gelo
x
x
x
Opção de sal em sache
Balcão de atendimento estava limpo?
Sim
Sim
Não, algumas pipocas caídas sobre o balcão
Sim
Sim
A bombonière estava limpa?
Sim
Sim
Sim, mas com pipocas caídas no balcão e no chão
Sim
Sim
Há opções para o cliente?
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Valor excessivo para uma pipoca média e refrigerante grande
Muito tempo de espera na fila.
Muito tempo de espera na fila.
x
x
Pagamento
Observações
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BEM-VINDO A UM NOVO MUNDO DE SOM FILMES EM DOLBY ATMOS
GrAvIDADE
PP dolby
O hOBBIT: A DESOLAçãO DE SMAuG
ThOr: O MunDO SOMBrIO JOGOS vOrAzES: EM ChAMAS
FrOzEn: uMA AvEnTurA COnGELAnTE
EnDEr’S GAME: O JOGO DO ExTErMInADOr
300: A ASCEnSãO DO IMpérIO
AprESENtAMOS DOlBy ® AtMOS™, A ExpErIêNcIA DE SOM DE cINEMA MAIS ENVOlVENtE E jAMAIS ExpErIMENtADA. O SOM DE qUAlqUEr OBjEtO EM UMA cENA AgOrA pODE SEr MApEADO E MOVEr-SE lIVrEMENtE EM qUAlqUEr pArtE DA SAlA DE cINEMA, crIANDO UMA ExpErIêNcIA DE áUDIO clArA cOMO NA VIDA rEAl. SAIBA MAIS EM www.DOlBy.cOM/AtMOS.
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internacional
Um canal para o mundo P or : J anaina P ereira ,
de
V eneza
Festival de Cinema de Veneza abre espaço para compra e venda de filmes com a segunda edição do evento paralelo Venice Film Market
O
Festival Internacional de Cinema de Veneza completou 70 anos em sua edição realizada de 28 de agosto a 7 de setembro. Pelo segundo ano consecutivo, o Festival cinematográfico mais antigo do mundo realizou o Venice Film Market (VFM), evento que reúne produtores, distribuidores e exibidores. Realizado de 29 de agosto a 3 de setembro, no Hotel Excelsior, localizado no Lido de Veneza, o VFM tem como objetivo, além de oportunidades de networking, vender e exibir os filmes (já finalizados ou em produção) para mercados dentro e fora da Europa. A venda de filmes em Festivais de Cinema não é uma novidade. O Festival de Toronto, que acontece quase simultaneamente a Veneza, tem na comercialização das produções para exibidores e distribuidoras a sua principal atração. Veneza chegou um pouco atrasada a essa ‘feira de negócios’ cinematográfica, mas tem se saído bem.
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ivu lga ção ©D
A Revista Exibidor esteve presente a esta segunda edição do Venice Film Market, e apurou as novidades do mercado de exibição e distribuição internacional. “Este ano tivemos 1.600 participantes de mais de 60 países”, disse Pascal Diot, diretor do evento. A primeira edição do VFM, em 2012, teve um total de 1.200 participantes, entre exibidores, distribuidores, agentes de vendas mundiais e produtores. O aumento dos participantes é o resultado de várias iniciativas realizadas por parte da organização do evento, como revela Diot. “Dobramos o número de estandes este ano, e os países puderam trazer seus filmes para serem apresentados ao mercado internacional. Assim, os exibidores estrangeiros tiveram contato direto com distribuidoras locais, podendo fazer negócio diretamente”. Para Diot, o contato direto de exibidores com as distribuidoras e produtoras muda as negociações na hora de vender um filme. “Minha estratégia é que o Venice Film Market torne-se um local de negócios. A abordagem é que os representantes da indústria podem não só vender e comprar filmes, mas também ter tempo
para discutir novos projetos. Nosso objetivo não é se tornar um mercado como o do Festival de Cannes, com centenas de estandes. Este mercado está realmente focado em networking e reuniões, além de painéis e debates que ajudam o exibidor a visualizar as mudanças nas salas de cinema de todo o mundo”. Ele esclarece que a visão dos profissionais de cinema é de que Veneza seria uma cidade cara demais para eles viajarem em busca de negócios, e essa mentalidade precisa mudar. “Os representantes da indústria precisam saber que Veneza é o lugar em que eles são capazes de ter longas conversas com pessoas com as quais eles normalmente só falam ao telefone ou estão em contato pelo e-mail. Isso é algo que estamos trabalhando. Também é importante dizer que queremos que os exibidores do mundo inteiro participem do Venice Film Market para poder conhecer o que se passa nos cinemas de outros países. O VFM é um evento para a indústria de cinema, e isso inclui os exibidores”, disse Diot, acrescentando que dos participantes deste ano pelo menos 250 eram exibidores internacionais. ©Divulgação
Desses números, a maior parte são exibidores de pequenas redes de cinema, ou mesmo independentes. Michelle Loranto, dono de cinemas independentes por várias cidades italianas, elogiou a iniciativa do Festival de Veneza em pensar além dos filmes que participam da seleção oficial do evento. “O que passa pelo tapete vermelho nem sempre chega a alguns lugares do mundo. Por isso estar aqui significa ver o que acontece no Festival, saber as novidades do mercado, e também manter contato com outros exibidores e distribuidoras que nem sempre temos acesso”, comentou Loranto. Como no ano passado, duas consultoras ajudam os participantes a se comunicar durante o VFM: Sarah Calderon, responsável pelas vendas internacionais e marketing, e Alexandra Lebret, encarregada da produção e coprodução internacional. “Nossa função é dar conselhos e organizar encontros entre participantes que não se conhecem, para permitir que essas pessoas possam trocar informações e, quem sabe, já fecharem negócio aqui mesmo”, revela Sarah.
O Brasil no VFM O “Programa Cinema do Brasil”, que promove internacionalmente filmes brasileiros com o objetivo de ampliar a participação do audiovisual nacional no exterior, também participou do Festival Internacional de Cinema de Veneza, com um estande dentro do Venice Film Market. Com um destaque especial na edição deste ano – a coprodução Brasil/França Amazônia foi o filme de encerramento do Festival – o cinema brasileiro tam-
Paolo Baratta (presidente do Festival de Veneza) e Pascal Diot (diretor do evento)
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internacional ©Divulgação
©Divulgação
Diretor Thierry Ragobert e o roteirista Luiz Bolognesi, ambos da co-produção “Amazônia”
bém teve cinco filmes exibidos na Digital Video Library: Astro (Elo Company), Cores (Kinoosfera Filmes), A Memória Que Me Contam (Taiga Filmes), Somos Tão Jovens (Elo Company) e Super Nada (Confeitaria de Cinema). Além disso, no estande nacional foram realizados encontros dos nossos profissionais do setor com participantes internacionais. “O Venice Film Market, em sua segunda edição e em plena fase de ampliação, tornou-se uma ótima oportunidade para apresentação de filmes e realização de negócios ao reunir produtores, distribuidores, agentes de vendas e representantes de fundos de fomento e festivais”, afirma André Sturm, presidente do “Cinema do Brasil”. Ele também comemora a exibição da coprodução brasileira Amazônia no encerramento do Festival, reconhecidamente uma das principais vitrines do cinema internacional. Parceria entre a produtora brasileira Gullane e a produtora francesa Biloba, o filme é dirigido pelo francês Thierry Ragobert e tem, entre os roteiristas, o brasileiro Luiz Bolognesi (Uma História de Amor e Fúria). A edição de 2013 do Festival de Veneza foi a primeira em que o “Cinema do Brasil” manteve um estande no Venice Film Mar-ket para divulgação de filmes brasileiros e ponto de encontro entre os profissionais do
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cinema nacional e possíveis parceiros internacionais. O estande ficou instalado no primeiro andar do Hotel Excelsior e sediou um dos coquetéis do mercado. O objetivo do “Cinema do Brasil” é fortalecer e ampliar a participação do audiovisual brasileiro no mercado internacional, oferecendo às empresas associadas apoio logístico e estratégico para que possam realizar coproduções e abrir mercados para a distribuição da sua produção, valorizando assim a imagem da indústria cinematográfica nacional no exterior. O Programa tem como principal parceira a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), que participa da elaboração das estratégias e sua operacionalização, além de oferecer suporte financeiro aos projetos. O “Cinema do Brasil” conta também com o apoio da ANCINE (Agência Nacional do Cinema) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
O exibidor e os festivais internacionais Para Jean Thomas Bernardini, diretor da Imovision - distribuidora do filme Amazônia, e que também participou do Festival de Veneza com May in the Summer, de Cherien Dabis - em geral a participação das distribuidoras em festivais internacionais ajuda na negociação com os exibidores para lançamento dos filmes.
“Facilita por causa da repercussão que
isso traz, em jornais, TV, internet. E, como em geral, têm jornalistas brasileiros cobrindo os Festivais, sempre saem no-
tícias, entrevistas, e o filme torna-se “conhecido” antes de chegar ao Brasil”.
Para Bernardini, a relação entre distri-
buidora e exibidores quando está sendo comercializado um filme que passou em
festival (ganhando prêmio ou não), em geral muda pouco ou até nada. “No caso
de participar de um Festival de primei-
ra linha como Cannes, Berlim e Veneza ajuda sim, mas muda mesmo se o filme ganhar o prêmio principal”.
Já para Wilson Feitosa, diretor da Europa Filmes - distribuidora do longa Joe, de David Gordon Green, um dos concorren-
tes da Mostra Competitiva do Festival de
Veneza - filmes que participam de festivais
internacionais importantes como Veneza, Cannes e Berlim podem despertar um maior interesse por parte do exibidor. Po-
rém, ele acredita que tudo vai depender da importância do festival e da categoria em que o filme foi selecionado.
“Se um filme é selecionado para concorrer em Cannes obviamente ele terá um
maior interesse do exibidor, mas caso seja um festival sem muita importância não vai fazer muita diferença”, conclui.
PP doremi
arquitetura
Construindo o futuro:
Tendências de arquitetura e design para cinemas bu r
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aç ão
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Formas geométricas, cores vibrantes e apostas em materiais diferenciados guiam os próximos passos na construção dos cinemas
Cineco City Centre (Manama Bahrein)
46 Exibidor, outubro-2013
S
abe aquela história de que a primeira impressão é a que fica? Pois é, será que o exibidor pensa nisso ao construir seu cinema? O cinema é um espaço que proporciona, por si só, mais liberdade e criatividade em novas apostas e propostas de arquitetura e design. Trabalhar com cores fortes, novos formatos e conceitos diferenciados, pode ser o começo para dar ao cinema uma imagem marcante e personalizada. E por mais que eles evoluam, - as poltronas aumentaram de tamanho e o espaço entre elas também - sempre há maneiras de inovar na arquitetura. Afinal, talvez você pense que as possibilidades se esgotaram com as salas VIP e tecnologia 3D, mas, segundo especialistas internacionais, ainda há muito para explorar. De acordo com o painel apresentado na última CinemaCon sobre as tendências nessa área, em abril deste ano (Designing the Future of Exhibition – Desenhando o Futuro da Exibição, em tradução livre), o que vai guiar a arquitetura e o design dos cinemas são quatro pilares: Tecnologia (som 3D, projeção a laser); Demanda dos consumidores; Aumentar o contato social; e Atender às expectativas dos clientes. Foi
o que afirmou o moderador do seminário Mike Cummings, da TK Architects. Interatividade e customização parecem também ser palavras de ordem. Acrescenta Harold Smith, da Mesbur + Smith Architects, que novas cores, materiais e formas, pensando nos hábitos locais e nas necessidades de cada região podem ser boas apostas. A Mesbur + Smith Architects já desenhou projetos para 35 países. “Criamos uma arquitetura dinâmica e interessante utilizando cuidadosamente cores, materiais e formas”, informa Smith, ao citar a importância de destacar os diferenciais do complexo, por exemplo, uma sala IMAX deve receber tratamento diferenciado e deve “saltar” aos olhos do cliente. Não só a IMAX, mas qualquer sala que represente diferencial tecnológico ou de infraestrutura. Theodore T.Y. Kim, da CGV (Cinema Innovation Advisor), provoca um importante questionamento: “Por que deixar o conforto e a tecnologia de casa para ir ao cinema?”. Segundo ele, o cinema perde público e pode até fechar salas se não se adaptar às novas tecnologias e se reinventar. “Acreditamos que a experiência de ir ao cinema pode mudar”, disse.
Novas Cores, formatos e materiais
© Fotos Divulgação / Mesbur + Smith
Da esquerda para a direita: Cineco City Centre (Manama – Bahrein), Mega Star Vincom Centre (Hanói – Vietnã), Cinemex WTC (Cidade do México – México) e Metro Park (Baku – Azerbaijão)
47 Exibidor, outubro-2013
arquitetura
Para ele, é preciso pensar além do cinema, buscar as múltiplas possibilidades que este negócio permite, criar o hábito no cliente de consumir os produtos e porque não, até jantar no cinema. “O Entretenimento deixou de ser passivo e passou a ser ativo”, enfatiza. Na CinemaCon, Kim apresentou o conceito do Cultureplex, no qual em um único local é possível ter diversão e entretenimento associados ao cinema. O projeto, adaptado a um prédio de 13 andares em Seul (Coreia do Sul), tem em cada andar uma opção diferenciada (Espaço Café, Danceteria, Espaço de compras, Cinema com experiência imersiva, Bilheteria, Salas VIP, Sala com poltronas para casais e a 4D - com sensações de chuva, odor, tremor na cadeira). “Cada andar representa um estilo e um comportamento diferenciado”, esclarece. E o que dizer de jantar dentro do cinema ou assistir filmes num ambiente que mais parece um bar do que um cinema? E que tal ter mais intimidade e privacidade? (Veja ao lado outros conceitos).
Projetos no Brasil Se você acha que só há espaço para cores e mais cores, está enganado. O conceito “clean” e minimalista também é uma ótima dica. O Cinépolis JK Iguatemi (São Paulo – SP) é assim, clássico, porém de muito bom gosto. Ele chamou a atenção na apresentação de Alejandro Ramírez no painel da CinemaCon. “Quando a rede Cinemark chegou ao Brasil, os projetos desenvolvidos para nos-
2
48 Exibidor, outubro-2013
so país seguiam os padrões de acabamentos definidos pela matriz, bastante coloridos. Com o passar do tempo, passamos a adotar menos cores nos acabamentos, uma tendência brasileira. Nos projetos de revestimentos e mobiliário buscam-se formas orgânicas”, conta a arquiteta Thais Milani, da FMC Arquitetura, responsável pelos últimos projetos da Cinemark, incluindo a mais recente no Shopping Metrô Tucuruvi. Ela explica os projetos com luminotecnia e a tendência
1
Tudo novo de novo Jack Muffoletto, da TK Architects comenta possibilidades para pensar o design e arquitetura do cinema. Acompanhe as imagens numeradas dos projetos. 1. Ar livre Muffoletto também destaca a possibilidade do cinema ao ar livre, principalmente num país tropical como Brasil. “O cinema ao ar livre não só oferece uma outra experiência, mas serve de propaganda para aqueles que vão passar na rua e ver. Os clientes vão querer fazer parte disso e vão pagar um valor alto para dizer que assistiram um filme embaixo das estrelas”, brinca. 2. Quem manda é o cliente O cliente compra o que quer, faz seu pedido e retira, tudo automatizado e no mesmo espaço integrado. No Brasil, iniciativa similar é feita pela Cinesystem com o nome de autosserviço. 3. Jantar no cinema Segundo a TK Architetcs, isso é possível. Basta propor espaços com disposição de cadeiras e mesas misturadas às poltronas do cinema, ou ainda mesas para apoiar os alimentos. “O futuro da Exibição vai além dos auditórios tradicionais. Os exibidores podem expandir suas receitas com um reforço nos produtos e bebidas. Há muitas maneiras de desenhar o auditório e atender as necessidades dos clientes”, argumenta Jack Muffoletto, da TK Architects. 4. Poltronas ainda mais confortáveis e privativas (a dois) A opção de assistir um filme ao lado de alguém especial já é possível com as braçadeiras móveis, mas os arquitetos já propõem novas alternativas, como por exemplo, um espaço VIP dentro do cinema para o cliente e seu acompanhante com mais privacidade, intimidade e conforto para o casal. O cliente certamente pagará mais por isso. 5. Estou mesmo num cinema? Espaços diversos no mesmo local. A tradicional disposição de poltronas no formato “stadium” cede lugar para disposições mais flexíveis com mesas, cadeiras, balcões, no estilo de um bar ou restaurante. Exibições de shows, jogos e óperas podem ser ótimas ocasiões para aproveitar espaços assim, ideais também para aniversários e “happy hours”.
© Imagens Divulgação / TK Architects
de diminuição dos complexos. “Uma es-
pecial atenção tem sido dada aos projetos de luminotecnia no qual atualmente temos especificado somente luminárias
com lâmpadas LED”, explica. “Os no-
vos complexos, tendem a ter menos salas
(até seis) e cada sala atenderá, em geral, a um público menor (por volta de 150 a 200 pessoas)”, completa.
A Metro Arquitetos é responsável pela remodelação de nove cinemas do Es-
ma Gustavo Cedroni, um dos sócios do Metro Arquitetos.
paço Itaú de Cinemas. O projeto se pautou pela criação de um sistema de intervenção que conferiu unidade entre os cinemas, transmitindo a experiência da marca Itaú e o universo da sétima-arte de forma contemporânea. “Um dos principais pontos comuns às nove unidades são os painéis em chapa perfurada que recriam cenas inesquecíveis do cinema, uma referência à ideia de pixel, uma vez que os projetores atuais são digitais e não mais película”, afir-
Outro ponto importante e comum a todas as salas é um espaço de convivência nos foyers, uma grande mesa comunitária onde as pessoas poderão se encontrar, acessar internet, ler e tomar café antes das sessões. “Outra prerrogativa era tratar o cinema como espaço público, garantindo fluxos claros e desimpedidos. Também organizamos a exposição de material promocional para reduzir a poluição visual”, diz Cedroni.
Cinema é Diversão “Cinema é Entretenimento, então deixe a diversão começar”, assim Eranna Yekbote, da ERA Architec, justificou porque é preciso inovar e apostar em novas escolhas e possibilidades. Para ele, se há diversas opções de cores, porque escolher apenas uma. Ainda há muito para explorar. E o exibidor? Já pensou nisso?
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Curiosidade O arquiteto Karim Hassayoune venceu um concurso internacional proposto para criar espaços temporários que seriam o símbolo da Copa. Seu projeto contempla a ideia de um cinema ao ar livre nos arcos da Lapa (Rio de Janeiro – RJ). Leia em: tonk.es/arquitetura.
4
5
49 Exibidor, outubro-2013
PP imagem 1
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prêmio ED
Prêmio ED 2013 será realizado em novo formato
2 013
P or : L eonardo F ormagin
6ª edição do evento terá mudanças de local e programação
C
hegar ao final de uma trilogia é bastante animador, ainda mais quando as edições anteriores atingiram tantas expectativas e agradaram os candidatos de uma maneira única. O grande diferencial em 2013 é chegar ao sexto episódio com a mesma credibilidade e a garantia de um evento ainda maior. Assim será na abertura da 6ª edição do Prêmio ED, realizada no dia 12 de dezembro em local ainda a ser definido até o final de outubro, em São Paulo (SP). Esta é apenas a primeira mudança do evento deste ano, que pretende reconhecer e premiar as empresas do setor. Na categoria Exibição, foi criada uma nova separação referente aos complexos inaugurados. Agora, os prêmios se dividem entre: “Destaque Complexo Inaugurado na Capital e região Metropolitana” e “Destaque Complexo Inaugurado no Interior”. Além disso, surge uma nova premiação na categoria Distribuição: “Destaque Surpresa do Ano”. Outra novidade é que o almoço de confraternização dará início ao encontro de 2013,
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criando assim, uma expectativa para a cerimônia de premiação, que será realizada logo em seguida. A cada ano, o prêmio se consolida entre o mercado exibidor e distribuidor cinematográfico no Brasil, carregando para si o mesmo clima de festa e confraternização. A votação eletrônica pelo site (www.premioed.com.br), que traz grandes nomes que se empenharam durante o ano, será entre 01 de novembro e 06 de dezembro. Como sempre, o clímax já será percebido durante toda a votação, inclusive no empenho de cada concorrente em querer levar o prêmio para casa. A votação é extremamente sigilosa e a única detentora dos resultados até o momento da premiação é a Tonks, responsável pela Revista Exibidor, que assegura uma votação criptografada e guarda os envelopes em um cofre. Mais um ciclo se fecha para o mercado em 2013 e, com isso, abre-se espaço para uma nova trilogia, novos personagens e o mesmo objetivo: premiar os melhores.
LINHA DO TEMPO 2008 A saga do Prêmio ED começou em 2008 contemplando o Unibanco Arteplex em dois prêmios na categoria Exibição. A Sony/Disney e a Fox Film levaram dois prêmios cada na categoria Distribuição. A atriz Luana Piovani recebeu o troféu “Aposta do Cinema Nacional”, hoje chamado de “Profissional do Cinema Nacional”.
2009 No ano seguinte, foram incluídos os novos “Destaque Campanha de Lançamento” e “Destaque Complexo de Cinema Inaugurado”. Unibanco Arteplex venceu duas vezes e o Cinemark levou um prêmio na categoria Exibição. Na categoria Distribuição, Sony/Disney repetiu o feito do ano passado, com a Fox Film ganhando um troféu e a Imagem Filmes como seu primeiro prêmio no “Destaque Programador”. O “Profissional do Cinema Nacional” ficou para o ator e diretor Daniel Filho.
2010 Em 2010, o Prêmio ED aumentou de proporção ao incorporar sete categorias, além de privilegiar quatro homenageados. O grande vencedor em Exibição foi a Cinemark com três troféus; do lado Distribuição, a Fox Film levou quatro prêmios para casa, e a diretoria-executiva do Festival do Rio, Walkíria Barbosa, venceu como “Profissional do Cinema Nacional”.
2011 Cinesystem e Cinépolis receberam três prêmios cada uma, restando apenas um para a Cinemark. Por outro lado, a Fox Film venceu na categoria Distribuição e carregou para casa quatro prêmios. Desta vez, o “Profissional do Cinema Nacional” foi dividido em Produção e Direção, ficou o troféu com Mariza Leão e Fernando Meirelles, respectivamente.
2012 Independente dos prêmios, o clima de união marcou o evento do ano passado com festa e animação para cada vencedor, deixando troféus para cinco empresas na categoria Exibição, destaque para Cinépolis e Cinemark, cada uma com dois prêmios. As surpresas do ano vieram com os três prêmios da Paris Filmes na categoria Distribuição – até esta edição a empresa nunca havia ganhado o Prêmio ED – e também, para a homenagem especial a carreira de Eli Jorge Lins de Lima (Seu Eli).
53 Exibidor, outubro-2013
legislação
V ale C ultura
é regulamentado
P or : M arcos A lberto S ant A nna B itelli
F
inalmente o vale cultura foi regulamentado e tem tudo para se tornar mais uma alavanca para o entretenimento e para o setor de exibição. Foi publicada em 06 de setembro no Diário Oficial da União a Instrução Normativa 02, do Ministério da Cultura que estabelece normas e procedimentos para a gestão do Vale-Cultura, criado pelo Programa de Cultura do Trabalhador. A gestão do programa compete Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (SEFIC) do Ministério da Cultura. Empresas operadoras do sistema poderão se inscrever junto à SEFIC, prestando as informações constantes do Anexo II do IN 02, para obtenção do Certificado de Inscrição no Programa de Cultura do Trabalhador (Anexo III) da mesma, e encaminhando uma lista de documentos para comprovar a regularidade fiscal da empresa. Para participarem do Programa de Cultura do Trabalhador, as empresas beneficiárias deverão requerer sua inscrição junto à SEFIC, a partir do dia 07.10.2013, por meio do portal virtual www.cultura.gov.br, pelo qual informarão os dados solicitados no Formulário de Credenciamento da Empresa Beneficiária (Anexo IV) para obtenção do Certificado de Inscrição no Programa de Cultura do Trabalhador (Anexo V).
As empresas beneficiárias, ao se inscreverem, deverão indicar, dentre as empresas operadoras já cadastradas pelo Ministério da Cultura, aquela a ser contratada para emitir e gerir os cartões do Vale-Cultura de seus empregados.
acordo com o Relatório de Gestão das
Para participar do Programa de Cultura do Trabalhador, as empresas recebedoras deverão estar devidamente habilitadas junto às empresas operadoras.
O relatório do Anexo VII é assim con-
As empresas recebedoras somente serão habilitadas pelas empresas operadoras se exercerem atividade econômica prevista nos códigos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constantes do Anexo VI.
ÇÕES A SEREM FORNECIDAS:
Dentre a lista de produtos e serviços incluídos no Anexo I da norma do vale cultura, o ingresso de cinema. O anexo IV inclui a atividade do CNAE 5914 – Exibição cinematográfica como admitida para pedir habilitação como empresa recebedora.
O formato de arquivo e demais especifica-
Importante anotar que as empresas operadoras deverão enviar ao Ministério da Cultura, até o décimo dia útil de cada mês, as informações sobre a utilização dos cartões pelos usuários nas empresas recebedoras, organizadas por CPF dos usuários e por CNPJ das empresas recebedoras, referentes ao mês anterior, de
Portanto, é importante que os exibidores
Empresas Recebedoras (Anexo VII), fa-
cultado ao Ministério da Cultura a solicitação de outras informações que venham
a ser identificadas como necessárias para
aprimorar o monitoramento do processo. figurado: RELATÓRIO DE GESTÃO
DAS EMPRESAS RECEBEDORAS
DO VALE-CULTURA INFORMANome da Empresa Recebedora; Endereço da Empresa Recebedora; CNPJ da Em-
presa Recebedora; Código da Atividade
Econômica da Empresa Recebedora; CPF do Usuário; Valor; Data (D/M/A)/ Horário; Local da Operação.
ções técnicas sobre a forma de fornecimen-
to das informações de que tratam os arts. 17 e 18 desta Instrução Normativa serão objeto de regulamentação específica a ser publicada pelo Ministério da Cultura.
agilizem a parte operacional junto às em-
presas operadoras que se habilitarem ao sistema e ao mesmo tempo, verifiquem
como serão geradas tais informações para a prestação de contas.
Dessa vez, um trabalho por uma boa causa.
Marcos Alberto Sant Anna Bitelli | marcos.bitelli@bitelli.com.br Mestre em Direito pela PUC-SP, Coordenador do Curso Comunicação e Direito do Instituto Internacional de Ciências Sociais, Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito do COGEAE-PUC, Escola Superior da Advocacia da OAB-SP, especialista em Direito do Entretenimento, Autor de vários livros, consultor jurídico do Sindicato das Empresas Exibidoras do Estado de São Paulo, sócio de Bitelli Advogados.
54 Exibidor, outubro-2013
PP cinemequip
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agenda de lançamentos
Filme
25/10/2013
01/11/2013
22/11/2013
Distribuidora
Roger Christian
Christian Slater, Brendan Fehr, Amy Matysio, Michael Therriault, Mark D. Claxton, Ryland Alexander, Lyndon Bray
H2O
O Casamento de Gorete
Paulo Vespúcio Garcia
Rodrigo Sant´Anna, Tadeu Melo, Ataíde Arcoverde, Tonico Pereira, Leticia Spiller
Paris
O Conselheiro do Crime (The Counselor)
Ridley Scott
Brad Pitt, Cameron Diaz, Javier Bardem, Penelope Cruz, Michael Fassbender, Dean Norris, Natalie Dormer, John Leguizamo, Rosie Perez
Fox
O Vendedor de Passados
Lula Buarque de Hollanda
Lázaro Ramos, Alinne Moraes, Odilon Wagner, Mayana Neiva, Pedro Brício, Débora Olivieri, Marcello Escorel, Anderson Muller, Eliana Guttman, Carol Fazu, Giselle Motta
Imagem
Uma noite de crime (The Purge)
James DeMonaco
Elenco: Ethan Hawke, Lena Headey, Rhys Wakefield, Max Burkholder, Adelaide Kane
Universal
O Mordomo da Casa Branca (The Butler)
Lee Daniels
Forest Whitaker, Oprah Winfrey, John Cusack, Jane Fonda, Cuba Gooding, Jr., Terrence Howard, Lenny Kravitz, James Marsden, David Oyelowo, Vanessa Redgrave, Alan Rickman, Liev Schreiber, Robin Williams, Minka Kelly, Mariah Carey, Alex Pettyfer
Diamond
Thor: O Mundo Sombrio (Thor: The Dark World)
Alan Taylor
Chris Hemsworth, Natalie Portman, Tom Hiddleston
Disney
Alemão
José Eduardo Belmonte
Antônio Fagundes, Cauã Reymond, Caio Blat, Milhem Cortaz, Gabriel Braga Nunes, Otávio Augusto
Paris
Capitão Phillips (Captain Phillips)
Paul Greengrass
Tom Hanks, Catherine Keener, BarkhadAbdi, BarkhadAddirahman, Faysal Ahmed, Mahat M. Ali, Michael Chernus, David Warshofsky
Sony
Tatuagem
Hilton Lacerda
Irandhir Santos, Jesuíta Barbosa, Rodrigo García, Sílvio Restiffe, Sylvia Prado, Ariclenes Barroso
Imovision
Última Viagem à Vegas (Last Vegas)
Jon Turteltaub
Robert De Niro, Michael Douglas, Morgan Freeman
Paris
Austenland (Ainda Sem Título em Português)
JerushaHess
Kerry Russel, JJ Feild, Jennifer Coolidge, Jane Seymour, Georgia King
Sony
Jogos Vorazes - Em Chamas (The Hunger Games: Catching Fire)
Francis Lawrence
Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Sam Claflin, Jena Malone, Stanley Tucci, Philip Seymour Hoffman, Woody Harrelson
Paris
Grudge Match (Ainda Sem Título em Português)
Peter Segal
Sylvester Stallone, Robert De Niro, Kim Basinger
Warner
Old Boy (Ainda Sem Título em Português)
Spike Lee
Josh Brolin, Elizabeth Olsen, Samuel L. Jackson
Paris
A Batalha do Ano (Battle of the Year: The Dream Team)
Benson Lee
Josh Holloway, Laz Alonso, Josh Peck
Sony
Eco Planet 3D (Echo Planet 3D)
KompinKemgumnird
Vozes de: NoppanChantasorn, AthipichChutiwatkajornchai, KongdejJaturanrasamee, ThodsapolSiriwiwat, NuengthidaSophon
PlayArte
Carrie, a Estranha (Carrie)
KimberlyPeirce
Chloë Grace Moretz, Julianne Moore, Judy Greer, Portia Doubleday, Gabriella Wilde, Alex Russell, Michelle Nolden, Max Topplin, Cynthia Preston, Connor Price
Sony
06/12/2013
58 Exibidor, outubro-2013
Elenco
Infectados (Stranded)
08/11/2013
15/11/2013
Direção
Filme
Direção
Elenco
Distribuidora
Crô
Bruno Barreto
Marcelo Serrado, Ivete Sangalo
Paris
Um Time Show de Bola (Foosball)
Juan José Campanella
Vozes de: Pablo Rago, Miguel Angel Rodriguez, Fabian Gianola, Horacio Fontova, David Masajnik
Universal
Grand Piano (Ainda Sem Título em Português)
Eugenio Mira
Elijah Wood, John Cusack, TamsinEgerton, Alex Winter, Kerry Bishé, Allen Leech, Dee Wallace, Don McManus
PlayArte
Tarzan 3D (Tarzan 3D)
Reinhard Klooss
Vozes de:Kellan Lutz, Spencer Locke
Imagem
O Hobbit: A Desolação de Smaug (The Hobbit: The Desolation of Smaug)
Peter Jackson
Ellijah Wood, Ian Mckellen, Andy Serkis, Martin Freeman, Richard Armitage, Billy Connolly, Aidan Turner
Warner Bros.
Minhocas
Paolo Conti, Arthur Nunes
Vozes de: Rita Lee, Anderson Silva, Daniel Boaventura, Isabella Fiorentino, Mica Rocha
Fox
A Vida Secreta de Walter Mitty (The Secret Life of Walter Mitty)
Ben Stiller
Ben Stiller, Sean Penn, Kristen Wiig, Kathryn Hahn, Adam Scott, Shirley MacLaine, Patton Oswalt, Joey Slotnick, Adrian Martinez
Fox
Até que a Sorte nos Separe 2
Roberto Santucci
Leandro Hassum, Camila Morgado, Kiko Mascarenhas, Rita Elmor
Paris Filmes
Os 47 Ronins (47 Ronin)
Carl Rinsch
Keanu Reeves, Hiroyuki Sanada, KôShibasaki, TadanobuAsano, RinkoKikuchi, Jin Akanishi, Yorick van Wageningen, Cary-HiroyukiTagawa, Togo Igawa, Haruka Abe
Universal
Amazônia
Thierry Ragobert
Caminhando com Dinossauros (Walking With Dinosaurs)
Pierre De Lespinois
Charlie Rowe, Angourie Rice
Fox
Frozen - O Reino do Gelo (Frozen)
Chris Buck, Jennifer Lee
Vozes de: Kristen Bell, Josh Gad, IdinaMenzel, Jonathan Groff, Tom Kane, Santino Fontana, Eva Bella, LivvyStubenrauch
Disney
Jack Ryan (Ainda Sem Título em Português)
Kenneth Branagh
Keira Knightley, Chris Pine, Kevin Costner, Kenneth Branagh, ColmFeore, NonsoAnozie, David Paymer, Gemma Chan, Karen David, JulisitaSalcedo
Paramount
Atividade Paranormal 5 (Paranormal Activity 5)
OrenPeli
Madison Davenport, HallieFoote
Paramount
Confissões de Adolescente
Daniel Filho
Sophia Abrahão, Isabella Camero, Malu Rodrigues, Clara Tiezzi
Sony
Pororó: Uma Corrida Maluca 3D (Pororo, the Racing Adventure)
Young Kyun Park
Vozes de: Zhang Anqi, Wu Di, Su Jung Ham, Zhan Jia, Hwan Chin Kim, Mi Ja Lee, Sun Lee, ZhaoWenhe
PlayArte
Caçadores de Obras-Primas (Monument Men)
George Clooney
George Clooney, Cate Blanchett, Matt Damon
Fox
O Sétimo Filho (Seventh Son)
Sergey Bodrov
Jeff Bridges, Julianne Moore, Ben Barnes, Alicia Vikander, Kit Harrington
Warner
A Menina que Roubava Livros (The Book Thief)
Brian Percival
Sophie Nélisse, Geoffrey Rush, Emily Watson
Fox
13/12/2013
20/12/2013 27/12/2013
Imovision
02/01/2014 03/01/2014
10/01/2014
17/01/2014 24/01/2014 31/01/2014
59 Exibidor, outubro-2013
trajetória
Marabá, o resistente
E
m meio ao intenso corre-corre, vias degradadas e o caos natural do centro de São Paulo, um gigante de 2.600 m² resiste heroicamente à onda que tomou de assalto a Cinelândia paulistana e insiste em reavivar os áureos tempos daquela região. Inaugurado em 15 de maio de 1945 pela Empresa Cinematográfica Paulista, de Paulo Barreto de Sá Pinto, o Cine Marabá viveu o seu auge até a década de 1980, ao travar disputas memoráveis com o vizinho de frente Cine Ipiranga pelos filmes, luxos e adereços que atraíam a elite paulistana para ver os mais novos lançamentos dos cinemas nacional e internacional. “As pessoas iam ao cinema de paletó, era um programa de elite”, conta o assessor jurídico aposentado, Antonio de Souza,de 67 anos, à reportagem da Revista Exibidor, enquanto aguardava a sessão de Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy Jackson: Sea of Monsters), no último dia 28 de agosto. As 1.655 poltronas da sala localizada no número 757 da Avenida Ipiranga (São Paulo-SP), cercadas por arquitetura e ornamentos em estilo clássico, formavam um misto de conforto, charme e elegância nos dois andares da construção, o que de imediato conquistou a população da grande metrópole, principalmente entre as classes A e B. Tal cenário começou a mudar quando a popularização da televisão e suas novelas
60 Exibidor, outubro-2013
P or : F ábio G uedes foram, aos poucos, enclausurando os espectadores dentro de suas próprias casas. O Marabá, porém, não se abalou com a nova realidade. No final dos anos 1960, passou a apostar nas famosas pornochanchadas para ganhar um público grande e fiel da “Boca do Lixo” – nome pelo qual ficou conhecida aquela região da Praça da República, que já começava a se degradar – pelos 20 anos seguintes. “Isso, de certa maneira, reergueu o Marabá, pois as bilheterias estavam muito ruins naquele momento”, relembra Maximo Barro, professor da pós-graduação em cinema da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado). Em 1989, por exemplo, ele tinha a segunda maior renda entre as salas de todo o Brasil, com 515.654 visitantes no primeiro semestre, de acordo com o Conselho Nacional de Cinema (Concine). Embora ainda fizesse sucesso com o povão, o Marabá dava claros sinais de degradação, situação que foi piorando no decorrer dos anos, num panorama assustador de poltronas quebradas, goteiras e até mesmo ratos de passagem pelo local. Foi este o cenário encontrado pela PlayArte em 1996, ao adquirir a Empresa Cinematográfica Sul, gerida pela viúva do exibidor Paulo de Sá Pinto – falecido em 1991 -, Lígia Campos de Sá Pinto.
Liderada pela empresária Elda Coltro, a distribuidora de filmes foi fundamental para dar sobrevida ao então quinquagenário cinema, que chegou praticamente se arrastando ao século XXI, exibindo filmes clássicos de ação, como Duro de Matar (Die Hard) e outros do gênero. “O Marabá seguiu aberto por teimosia da Dona Elda, que gostava mesmo do estilo clássico do cinema. Antes disso, não acabou realmente por obra do acaso”, analisa o jornalista Julio Simões, autor do livro “Cine Marabá – O cinema do coração de São Paulo”. (Leia mais em: tonk.es/maraba) No dia 16 de agosto de 2007, enfim, o Cine Marabá fechou as portas, mas para dar início a um amplo processo de restauro, comandado pelo arquiteto Ruy Ohtake e o restaurador Samuel Kruchin. Com uma sala de 430 assentos e outras quatro menores, com capacidade de 122 a 176 espectadores, o gigante reabriu em formato multiplex no dia 30 de maio de 2009, preservando vários aspectos de sua versão original, dentre eles os lustres, a fachada e o piso da entrada. “Hoje, ele tem a elegância de um cinema antigo e a modernidade de um multiplex, onde você curte um pouquinho da atmosfera de antigamente, ainda que o ato de assistir ao filme seja como em qualquer shopping”, resume Simões. Veja mais fotos em: tonk.es/fotosmaraba.
©Divulgação
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