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PRIMEIRO PAR\u00C1GRAFO N\u00B03

ÍNDICE

Advertisement

p.7

ENTREVISTA COM GABRIELA BEVENUTO

p.11

THE BLACK PAGES COM C.S. LEWIS

p.20

LITERATURA MEDIEVAL

POR NÁRNIA E POR ASLAM!

Esta edição foi forjada sob o poderoso e profundo olhar do Leão. Ele nos ensinou o caminho para chegarmos até as terras frias do norte para conhecer a literatura canadense e desfrutar dela. Conhecemos a Gabriela Bevenuto e conversamos "Sobre Teologia", depois prosseguimos para conhecer o Felipe Castilho e André Regal após lermos sobre as 3 Palavras de Thomas. Jannyffer nos contou sobre o Jardim de Inverno enquanto liamos as Cartas para ninguém. Conhecemos um pouco sobre a literatura medieval e suas implicações.

Aslam nos deu um guia sábio que nos contou sobre Nárnia e toda a sua beleza até nos ensinou como deveríamos ler "As Crônicas" para termos bons entendimentos. C.S. Lewis, ou melhor, Jack nos falou um pouco sobre sua vida e trajetória nas negras páginas que compõem esta edição. Um agradecimento especial para Jannyffer Almeida, Lucas Mota que contribuíram para este "Parágrafo" Espero que a leitura seja de bom grado e que Aslam estejam com vocês eternamente.

Gutox Wintermoon

Em seus primórdios, a literatura canadense, As primeiras obras poéticas referiram-se em inglês e em francês, buscou narrar a luta também aos problemas da colonização e à dos colonizadores em uma região inóspita. descrição da nova terra e seus habitantes. Ao longo do século XX, a industrialização do Oliver Goldsmith deu tons épicos ao esforço país e a evolução da sociedade canadense dos pioneiros em seu longo poema The levaram ao aparecimento de uma literatura Rising Village (1825; A aldeia nascente). mais ligada às grandes correntes

Stephen Leacock. inóspito, frio e selvagem foram descritas por Na década de 1930, a vertente rural do Susanna Strickland Moodie em Roughing It in realismo social destacou nomes como the Bush (1852; Dura vida no mato). John Martha Ostenso e Frederick Philip Grove. Richardson combinou história e romance de Morley Callaghan, talvez o mais aventura em Wacousta (1832), inspirada na internacional dos romancistas canadenses, revolta dos índios ottawas. adotou uma postura de denúncia ética em crônicas da vida urbana como They Shall Inherit the Earth (1935; Eles herdarão a

Após a segunda guerra mundial, o romance anglo-canadense passou por vigorosa renovação. Assim, Sheila Watson criou uma enigmática alegoria em The Double Hook (1959; O anzol duplo), enquanto Sinclair Ross, W. O. Mitchel e Ernest Buckler

evocaram a monotonia, a solidão e a

hipocrisia das pequenas cidades do oeste do país, em estilo lírico e experimental. O autor mais ambicioso foi Hugh MacLennan, que em Two Solitudes (1945; Duas solidões) e The Watch That Ends the Night (1959; A última guarda) analisou o dualismo cultural canadense.

A partir da década de 1960, a tendência mais comum foi a reinterpretação imaginativa e satírica da história canadense. Nesse sentido, Robert Kroetsch transformou as típicas histórias das pradarias em paródias modernas, Rudy Wiebe escreveu relatos épicos fictícios baseados em fatos reais e

Timothy Findley recriou as consequências

das duas guerras mundiais nos protagonistas de seus romances.

Se Tom McInnes e Robert W. Service deram um novo vigor à poesia descritiva, foi E. J. Pratt quem rompeu definitivamente com a tradição patriótica e sentimental dos poetas da confederação. Seus poemas líricos e suas recriações épicas influenciaram novos poetas inovadores e experimentais, como Earle Birney, Abraham Klein, Dorothy Liveray

e Leo Kennedy. Nessa época surgiu também

um grupo de poetas inconformistas e fascinados pela vida urbana. Entre os principais estavam Lionel Kearns, os também romancistas Margaret Atwood e Leonard Cohen, D. G. Jones e os membros do grupo Véhicule. O teatro participou do clima geral de renovação graças a autores como George Ryga e James Crerar Reaney. Literatura em língua francesa. A maioria dos canadenses francófonos reside na província de Québec e são conhecidos como québecois.

Sua literatura, chamada franco-canadense ou quebequense, registra a história de sua colonização e serve de expressão para sua própria identidade cultural, geralmente pouco valorizada pela maioria anglocanadense.

Durante os primeiros anos da dominação inglesa, periódicos como Quebec Gazette, Le Canadien e La Minerve publicaram as primeiras mostras de literatura francocanadense (poemas, ensaios, sermões, anedotas). Em 1830 apareceram os primeiros romances, peças dramáticas e volumes de

versos. A partir do fim do século XIX, a

cidade de Montreal passou a ser o centro literário do Canadá francês, onde Jean Charbonneau e Louvigny de Montigny criaram a École Littéraire. O maior poeta dessa geração foi Émile Nelligan, que escreveu todas as suas obras na adolescência, antes de adoecer gravemente.

Na primeira década do século XX, surgiram na escola de Montreal duas correntes

distintas: a dos estetas e exóticos, como os

poetas Paul Morin, René Chopin e Robert Choquette e os romancistas Robert de Roquebrune e Louis Dantin, e a dos regionalistas, como os poetas Gonzalve Desaulniers, Charles Gill, Blanche Lamontagne-Beauregard, Albert Ferland, e o ficcionista Louis Hémon, autor de Maria Chapdelaine (1914).

A preocupação com a realidade social, já presente em La Scoine (1918; Pão amargo), romance naturalista de Albert Laberge, dominou a década de 1930, com autores como Philippe Panetton e Jean-Charles Harvey. Após a segunda guerra mundial, Gabrielle Roy retratou a classe trabalhadora de Montreal em Bonheur d'occasion (1945; Felicidade de ocasião), e Roger Lemelin abordou os problemas e contradições da vida cotidiana em La Famille Plouffe (1948; A família Plouffe).

A partir de meados da década de 1960, a poesia franco-canadense foi marcada por sentimentos nacionalistas, fenômenos contraculturais e experimentação lingüística. Destacaram-se Paul-Marie Lapointe, Paul Chamberland e Ives Préfontaine. Já o teatro teve em Michel Tremblay um criador radical e polêmico.

A partir da década de 1960, a tendência mais comum foi a reinterpretação imaginativa e satírica da história canadense. Nesse sentido, Robert Kroetsch transformou as típicas histórias das pradarias em paródias modernas, Rudy Wiebe escreveu relatos épicos fictícios baseados em fatos reais e Timothy Findley recriou as consequências das duas guerras mundiais nos protagonistas de seus romances.

O romance também sofreu importante renovação. O nouveau roman (novo romance) francês influenciou Jacques Godbout e Hubert Aquin.

Além disso, duas escritoras alcançaram prestígio internacional com a reelaboração do romance histórico: a poetisa Anne Hébert, autora de Kamouraska, e Antonine Maillet, ganhadora do Prêmio Goncourt com Pélagie-la-charrette (1979). Já na década de 1980, o êxito de Ives Beauchemin demonstrou o vigor permanente dessa literatura.

Fonte: rogersil.blogspot.com/2009/06/literatura-canadense.html

Entrevista

|GABRIELA BEVENUTO|

Oi pessoal! Essa é a Gabriela e na entrevista de hoje vamos falar como ela desistiu de cursar Engenharia de Telecomunicações pra cursar Jornalismo, sobre C.S. Lewis, e é claro "Sobre Teologia", o seu canal no Youtube.

Primeiro Parágrafo: Oi Gabriela, primeiramente quero te agradecer por ceder essa entrevista e dizer que gosto muito do canal “Sobre Teologia”. Quando surgiu a paixão pelos livros e qual foi o primeiro livro que você leu na vida?

Gabriela Bevenuto: Olá! Por nada. Fiquei muito feliz com o convite. A paixão pelos livros começou na infância. Uma das minhas tias me incentivava bastante a ler. Por causa desse incentivo eu me tornei uma típica ratinha de biblioteca(rs). Eu lembro de passar a hora do recreio na biblioteca da minha escola. Sobre o meu primeiro livro lido, acredito que tenha sido algum livro infantil, daqueles cheios de figuras, mas um livro que eu lembro bem foi "A Droga da Obediência", do Pedro Bandeira. Até hoje eu amo a série "Os Karas"

PP: Sei que você começou resenhas de livros através do Instagram, me conta o que te levou a criar um canal no Youtube, acredita que a proporção de alcance seja maior e melhor?

Gabriela: Quando eu criei o @sobreteologia, ele era um perfil completamente anônimo. Ninguém sabia quem estava por trás das resenhas. Um dia eu resolvi postar um vídeo curtinho no feed, e depois disso as pessoas começaram a pedir que eu fizesse um canal. Eu relutei bastante, mas acabei criando. Sobre o alcance, ele ainda é maior no instagram..

Acredito que isso se deve ao fato de eu manter uma constância maior lá, e também por causa da interação quase que em tempo real que essa rede social proporciona.

PP: Você saiu do curso de Engenharia de Telecomunicações para o curso de Jornalismo, áreas totalmente distintas. Encontrou dificuldade em adaptar-se? E o que essa mudança impactou no desenvolvimento do canal?

Gabriela: Na verdade eu ainda estou me adaptando. É tudo muito diferente! Antes, eu lidava com física, cálculo e linguagens de programação. Tudo que eu estudava sobre arte, política, cultura, etc, era “por fora”, apenas por interesse próprio. Agora eu tenho disciplinas sobre essas coisas. É estranho(rs). A principal mudança com relação ao canal é que agora eu tenho mais tempo (apesar de ter mais coisas para ler). Isso está me permitindo pensar em outros projetos para o canal que eu não executava por falta de tempo. Outra mudança é que o curso que eu escolhi trata de muito do que eu já faço no canal: produção de conteúdo, escrita, gravações. Acredito que isso pode me ajudar bastante a produzir coisas bem interessantes para o canal.

PP: O “Sobre Teologia” é um canal bem jovem, mas rico em conteúdo e já possui uma quantidade considerável de inscritos (inclusive sou um deles). Como ocorre a escolha do livro que você apresenta para as pessoas que te acompanham?

Gabriela: O canal tem um tom bem pessoal. Eu geralmente gravo sobre o que me empolga. Quando eu termino de ler um livro muito bom, eu penso: preciso compartilhar isso com o maior número de pessoas! Esse é um livro que merece ser lido! E aí eu gravo. Na verdade isso é uma extensão do que eu faço na vida “real”. Quando eu gosto de um livro, eu saio falando dele pra quem estiver por perto(rs).

PP: Sei que teu autor predileto é o C.S. Lewis, me conta como foi o primeiro contato e qual obra que você leu.

Gabriela: Sim, Lewis sem dúvidas é meu autor preferido! Meu primeiro contato com sua obra foi lendo O Cristianismo Puro e Simples. Eu devia ter uns 16 anos. Eu sabia que ele era o autor de "As Crônicas de Nárnia", que é sua obra mais popular, mas eu não tive muito interesse na época (hoje me considero uma verdadeira narniana. (Para Nárnia! Para o Norte!). Eu cheguei até o "Cristianismo Puro e Simples" depois de colocar na cabeça que queria ler clássicos do cristianismo. Dei uma pesquisada e vi que este era um deles. Foi amor a primeira lida!

PP: Por ser uma leitora de bons livros literatura fantástica como você enxerga a ligação de uma obra de ficção com o Cristianismo? Acredita que é uma ótima ferramenta para apresentar o Evangelho para quem não tem contato com ele?

Gabriela: Eu acredito que a principal ligação entre cristianismo e ficção é que o instinto criativo do homem é claramente manifestado quando este cria seus diversos universos através da literatura. Ficção é um lembrete de que a imagem de Deus no homem não foi aniquilada. Mesmo essa imagem tendo sido distorcida com a queda, o homem, a semelhança do supremo Criador, cria histórias das mais diversas e empolgantes. E sim, eu acredito que é uma excelente forma de encontrar pontos de contato a fim de apresentar o evangelho. Nárnia é uma prova disso: através de seus livros, Lewis preparou muitos corações para receber o evangelho posteriormente. Precisamos de mais autores como Lewis!

PP: O que você tem lido ultimamente?

Gabriela: Ultimamente eu tenho tentado buscar livros cristãos sobre os assuntos que eu estou vendo na faculdade. Eu tenho disciplinas sobre arte, psicologia e comunicação, então, estou lendo bons autores cristãos que tratam desses temas. O que mais tenho achado são livros cristãos sobre arte. Tem sido muito empolgante. Deixo aqui a indicação de dois desses livros: "A Arte Não Precisa De Justificativa", e "O Dom Criativo", ambos de Hans Rookmaaker.

[]PP: Quais são os planos futuros para o “Sobre Teologia”? Já chegou a cogitar a ideia de escrever um livro? Se sim, sobre o que seria?

Gabriela: Eu tenho vários planos. Penso em falar mais sobre ficção e livros não cristãos, e pretendo também fazer um novo quadro com discussões a partir de partes de alguns livros que eu gosto bastante. Sobre escrever um livro, eu não posso falar muito, mas em breve deve sair um livro com contribuições minhas. Escrever é um desafio para mim, mas tenho aprendido a gostar desse desafio. Eu penso em futuramente escrever um livro de ficção. Eu tenho a premissa da história em mente, mas acredito que vai demorar muitos anos para eu amadurecer essa ideia. Acho que eu tenho um longo caminho até aprimorar minhas habilidades de escrita.

PP: Gostaria que você recomendasse paranossos leitores algum livro que vocêacredita que seja indispensável.

Gabriela: Pode ser dois? Rsrsr Um dos meus temas preferidos é a relação do cristão com a cultura. Um livro que eu indico fortemente nessa área é o "As Coisas da Terra", do Joe Rigney. Eu não poderia deixar de indicar também um livro de ficção. Uma das minhas séries preferidas é "As Crônicas de Olam". Se você não conhece, não sabe o que está perdendo.

PP: Para finalizar nosso papo eu gostaria de te agradecer demais por isso e desejar todo sucesso para você e para o “Sobre Teologia.

Gabriela: Foi uma conversa muito legal. Agradeço o convite!

Redes sociais da Gabriela: Instagram: @sobreteologia Youtube: Sobre Teologia-Por Gabriela Bevenuto

THE BLACK PAGES

C. S. Lewis, ou Jack Lewis, como ele preferia ser chamado, nasceu em Belfast, Irlanda (agora Irlanda do Norte) em 29 de novembro de 1898. Ele era o segundo filho de Albert Lewis, um advogado, e Flora Hamilton Lewis. Seu irmão mais velho, Warren Hamilton Lewis, conhecido como Warnie, nascera três anos antes, em 1895.

LEWIS

C.S.

Ann-Marie Imbornoni

THE BLACK PAGES

UMA PERDA DOLOROSA

Essa infância um tanto idílica chegou ao fim para Lewis quando sua mãe ficou doente e morreu de câncer em 1908. Apenas um mês depois de sua morte, os dois meninos foram mandados para longe de casa para irem para um internato na Inglaterra. Lewis odiava a escola, com suas regras rígidas e diretor duro e antipático, e sentia muita falta de Belfast. Felizmente para ele, a escola fechou em 1910 e ele pôde retornar à Irlanda. Depois de um ano, no entanto, ele foi enviado de volta à Inglaterra para estudar. Desta vez, a experiência provou ser principalmente positiva. Quando adolescente, Lewis aprendeu a amar a poesia, especialmente as obras de Virgílio e Homero. Ele também desenvolveu um interesse em linguagens modernas, dominando o francês, o alemão e o italiano.

UM ESTUDIOSO DE OXFORD

Lewis entrou em Oxford em 1917 como estudante e nunca saiu realmente. Apesar de uma interrupção para lutar na Primeira Guerra Mundial (na qual ele foi ferido por uma bomba), ele sempre manteve sua casa e amigos em Oxford. Seu apego a Oxford era tão forte que, quando lecionou em Cambridge de 1955 a 1963, voltou para Oxford nos fins de semana, para poder estar perto de lugares familiares e de amigos queridos. Em 1919, Lewis publicou seu primeiro livro, um ciclo de letras intitulado Spirits in Bondage , que ele escreveu sob o pseudônimo de Clive Hamilton. Em 1924, tornou-se professor de filosofia no University College, e no ano seguinte foi eleito membro do Magdalen College, onde ensinou inglês e literatura. Seu segundo volume de poesia, Dymer , também foi publicado sob pseudônimo.Após o fim da guerra em 1918, Lewis retornou a Oxford, onde retomou seus estudos novamente com grande entusiasmo. Em 1925, depois de se formar com honras de primeira classe na Literatura Grega e Latina, Filosofia e História Antiga e Literatura Inglesa, Lewis foi eleito para um importante cargo de ensino em inglês no Magdalen College, em Oxford. Permaneceu em Oxford por 29 anos antes de se tornar professor de literatura medieval e renascentista no Magdalene College, Cambridge, em 1955.

O DESPERTAR ESPIRITUAL

Como Lewis continuou a ler, ele gostava especialmente do autor cristão George MacDonald. Um volume, "Phantastes" , desafiou poderosamente seu ateísmo. "O que isso realmente fez comigo", escreveu Lewis, "foi converter, até mesmo batizar ... minha imaginação". Os livros de GK Chesterton funcionaram da mesma maneira, especialmente "O Homem Eterno" , que levantou sérias questões sobre o materialismo do jovem intelectual.

Enquanto MacDonald e Chesterton estavam mexendo com os pensamentos de Lewis, o amigo próximo Owen Barfield atacou a lógica do ateísmo de Lewis. Barfield havia se convertido do ateísmo ao teísmo, depois, finalmente, o cristianismo, e freqüentemente atormentava Lewis sobre seu materialismo. O mesmo fez Nevill Coghill, um brilhante colega e amigo de longa data que, para espanto de Lewis, era "um cristão e um supernaturalista completo". Logo depois de ingressar no corpo docente de inglês do Magdalen College, Lewis conheceu mais dois cristãos, Hugo Dyson e JRR Tolkien, esses homens tornaram-se amigos íntimos de Lewis. Ele admirava seu brilhantismo e sua lógica. Logo Lewis reconheceu que a maioria de seus amigos, como seus autores favoritos - MacDonald, Chesterton, Johnson, Spenser e Milton - defendiam esse cristianismo. Em 1929, essas estradas se encontraram e CS Lewis se rendeu, admitindo que "Deus era Deus, e se ajoelhou e orou". Em dois anos, o relutante converso também mudou do teísmo para o cristianismo e se uniu à Igreja da Inglaterra.

LEWIS, O ESCRITOR

Quase imediatamente, Lewis partiu em uma nova direção, mais comprovadamente em seus escritos.Esforços anteriores para se tornar um poeta foram colocados para descansar. O novo cristão dedicou seu talento e energia a escrever prosa que refletia sua fé recentemente descoberta. Dois anos depois de sua conversão, Lewis publicou "O Regresso do Peregrino", (1933). Este pequeno volume abriu um fluxo de 30 anos de livros sobre apologética cristã e discipulado que se tornou uma ocupação vitalícia.

THE BLACK PAGES

Os 25 livros cristãos de Lewis venderam milhões de cópias, incluindo "Cartas de um Diabo ao seu Aprendiz (1942), "Cristianismo Puro e Simples "(1952), "As Crônicas de Nárnia" (1950-56), "O Grande Divórcio" (1946) e "A Abolição do Homem" (1943), que a Enciclopédia Britânica incluída em sua coleção de Grandes Livros do Mundo . Mas embora seus livros tenham lhe dado fama mundial, Lewis sempre foi o primeiro estudioso. Ele continuou a escrever história literária e crítica, como A Alegoria do Amor (1936), que ainda hoje é considerada uma obra-prima, foi uma história da literatura do amor desde o início da Idade Média até a época de Shakespeare; Além do Planeta Silencioso (1938) foi o primeiro de uma trilogia de romances de ficção científica, cujo herói é vagamente modelado no amigo de Lewis, J.R.R. Tolkien, autor do clássico infantil O Hobbit., e Literatura Inglesa no século XVI (1954). Apesar de suas realizações intelectuais, ele se recusou a ser arrogante: "A vida intelectual não é a única estrada para Deus, nem a mais segura, mas achamos que é uma estrada, e pode ser a estrada certa para nós." , será assim tão somente enquanto mantivermos o impulso puro e desinteressado ".

FAMA E FORTUNA

Pregar sermões, dar palestras e expressar suas opiniões teológicas sobre o rádio em todo o Reino Unido reforçavam a reputação de Lewis e aumentavam suas vendas de livros. Com essas novas circunstâncias, surgiram outras mudanças - não sendo, no mínimo, um aumento acentuado na renda anual.

Agora, com dinheiro não mais um problema, Lewis se recusou a melhorar seu padrão de vida e, em vez disso, estabeleceu um fundo de caridade para seus ganhos de royalties. Ele apoiou numerosas famílias empobrecidas, subscreveu taxas de educação para órfãos e seminaristas pobres, e investiu dinheiro em várias instituições de caridade e ministérios da igreja.

JOY

Durante a última década de sua peregrinação terrena, o mundo de Lewis foi invadido por uma mulher americana e seus dois filhos. Em 1952, Joy Davidman Gresham, que havia se tornado cristã através da leitura do "Grande Divórcio" e das "Cartas de um Diabo" , visitou seu mentor espiritual na Inglaterra. Logo depois disso, o marido a abandonou por outra mulher e ela se mudou para Londres com seus dois filhos adolescentes, David e Douglas.

Gresham caiu gradualmente em problemas financeiros. Sua familiaridade com Lewis levou-o a subscrever a educação do internato de David e Douglas. Da caridade e interesses literários comuns cresceu uma amizade profunda e, eventualmente, o amor. Eles se casaram em 1956.

Joy era 16 anos mais jovem que Lewis, mas isso não impediu um casamento feliz. Um caso selvagem de câncer, no entanto, diminuiu o casamento pouco menos de quatro anos após o casamento. Ela estava tão doente antes do casamento que ele chamou de "casamento no leito de morte". Ainda assim, Joy trouxe a felicidade de Lewis. Como ele escreveu para um amigo logo após o casamento, "é engraçado ter 59 o tipo de felicidade que a maioria dos homens tem em seus vinte anos ... ' Você manteve o bom vinho até agora."

THE BLACK PAGES

Joy foi uma escritora por direito próprio, a influência sobre o que Jack considerou seu melhor livro, "Até que Tenhamos Rostos" (1956), foi tão profunda que ele disse a uma amiga íntima que ela era, na verdade, coautora. Assim, sua morte, como a morte de sua mãe, causou um severo golpe em Lewis. Em seu "A Anatomia de uma Dor: Um luto em observação" ele expressou sua tristeza, raiva e dúvidas que se seguiram nos anos seguintes.

ATAQUE DOS AMIGOS

O estimado professor não só casou tarde na vida, como também se casou com um americano que era ao mesmo tempo judeu, divorciado, ex-comunista e pessoalmente abrasivo. Em suma, o casamento não se ajustou bem à maioria dos amigos e conhecidos de Lewis. Lewis ficou magoado com a desaprovação de amigos e colegas, mas não foi uma experiência nova para ele.embora apreciasse o convívio de reuniões semanais com os colegas Inklings (intelectuais e escritores que se reuniam regularmente para trocar ideias) e os prodigiosos sucessos de seus livros, Lewis estava frequentemente sob ataque por seu estilo de vida decididamente cristão. Até mesmo amigos cristãos próximos, como Owen Barfield e J.R.R. Tolkien, desaprovavam abertamente o discurso e a escrita evangelística de Lewis.

NÁRNIA

Inicialmente, quando Lewis começou a escrever livros infantis, seu editor e alguns de seus amigos tentaram dissuadi-lo; eles achavam que prejudicaria sua reputação como escritor de obras sérias. J.R.R. Tolkien em particular criticou o primeiro livro de Nárnia de Lewis, O Leão, a Feiticeira e o Guarda- Roupa. Ele achava que havia muitos elementos que se chocavam - um Papai Noel e uma bruxa malvada, falando sobre animais e crianças. Felizmente, Lewis não deu ouvidos a nenhum deles.

Após a publicação de "O Leão, a Feiticeira e o Guarda- Roupa" em 1950, Lewis rapidamente escreveu mais 6 livros de Nárnia, publicando o último, "A Última Batalha", em 1956. Apesar de não terem sido bem recebidos inicialmente por críticos e revisores, os livros ganharam em popularidade através da palavra da boca. Os livros de Nárnia já venderam mais de 100 milhões de cópias e estão entre os livros mais amados da literatura infantil clássica.

OS ÚLTIMOS ANOS

Depois de terminar a série de Narnia, Lewis continuou a escrever sobre assuntos autobiográficos e religiosos, mas de forma menos prolífica. Após a morte da sua esposa, a própria saúde de Lewis se deteriorou e, no verão de 1963, ele renunciou ao cargo em Cambridge. Sua morte, ocorrida em 22 de novembro de 1963 - no mesmo dia em que o presidente Kennedy foi assassinado - foi observada apenas em silêncio. Ele é lembrado, no entanto, por leitores de todo o mundo, a quem ele se deliciou e inspirou por gerações.

Fonte: https://www.infoplease.com/c-s-lewis-creator-narniabiography https://www.christianitytoday.com/history/people/musiciansarti stsandwriters/cs-lewis.html

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A ORDEM DAS COISAS DE NARNIA

Um dos grandes cismas do nosso tempo dificilmente é notado pela imprensa. Mas isso ameaça a própria base da ordem das coisas ... bem, pelo menos das coisas de Narnia ... (Ok, não é nada ameaçador e provavelmente não é muito importante, E achamos muito importante - muito de modo que vários acadêmicos de Lewis responderam ao problema impresso, tornando minha oferta apenas mais uma adição à mistura. Ainda assim, frequentemente me perguntam sobre a ordem correta para ler os livros de Nárnia, e por isso quero oferecer meus próprios pensamentos sobre uma questão que não está acabando.

Alguns fãs de Nárnia talvez estejam alegremente alheios às questões de qual livro ler primeiro e em que ordem a série deve ser lida, mas outros, sem dúvida, se deparam com a questão porque notaram o segundo livro da série (como é atualmente numerado). foi transformado em filme antes do livro um, ou porque eles viram conjuntos antigos e mais recentes das Crônicas e notaram diferentes sistemas de numeração nas capas ou lombadas. Isso é uma peculiaridade na numerologia narniana - parte de sua magia profunda? Ou poderia ser uma conspiração sombria arruinar os livros - parte das maquinações de Screwtape? A verdade é que não é tão interessante nem sinistro, mas a ordem em que lemos os livros pode definitivamente afetar nossa experiência deles.

C. S. Lewis escreveu os livros de Nárnia por um período de quatro a cinco anos, começando com O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. Este livro foi publicado primeiro e Lewis não tinha certeza de que escreveria mais. Eventualmente, ele escreveu sete. Depois que o último livro foi lançado, Lewis foi questionado sobre a melhor ordem para ler os livros. Ele sugeriu que a ordem cronológica poderia ser a maneira mais fácil de ler as Crônicas (ver carta de Lewis de 21 de abril de 1957 e nota de rodapé correspondente 43 em Lewis Collected Letters III, 847-48). Eventualmente, as edições britânicas da série foram numeradas cronologicamente. Na América, no entanto, os livros continuaram a ser lançados em sua ordem original de publicação nos anos 90. Por três décadas, então, você poderia obter as Crônicas de Nárnia em edições numeradas de duas maneiras:

ORDEM DE LIBERAÇÃO ORIGINAL O Leão, A Feiticeira E O Guarda-Roupa Príncipe Caspian A Viagem Do Peregrino Da Alvorada A Cadeira De Prata O Cavalo E Seu Menino O Sobrinho Do Mago A Última Batalha

ORDEM CRONOLÓGICA O Sobrinho Do Mago O Leão, A Feiticeira E O Guarda-Roupa O Cavalo E Seu Menino Príncipe Caspian A Viagem Do Peregrino Da Alvorada A Cadeira De Prata A Última Batalha

A ORDEM CERTA

Os estudiosos de Lewis quase que universalmente concordam que devemos discordar do que Lewis disse sobre a ordem de publicação. C. S. Lewis não era o tipo de pessoa para se concentrar em si mesmo, e embora ele se lembrasse de tudo que lia quase palavra por palavra, faltava-lhe uma lembrança perfeita em relação a qualquer coisa que ele realmente escrevesse. Ele era verdadeiramente altruísta não apenas em suas ações para com os outros, mas em sua prática constante de ignorar a si mesmo, a fim de tornar Deus, e não Lewis, o centro de sua vida. Não estou convencido de que Lewis estava pensando sobre seus livros e seu conteúdo quando pensou na melhor ordem para lê-los. Ele provavelmente estava pensando sobre o que seria mais fácil para as crianças entenderem. E enquanto ele “preferia” a ordem cronológica (Collected Letters III, 847n.), Ele também disse, “talvez não importe muito em que ordem alguém os lê” (Collected Letters III, 848).

Fonte: http://www.cslewis.com/the-narnian-order-of-things/

THE BLACK PAGES

Em uma pesquisa recente de livros favoritos de professores de escola, 500 professores primários e secundários de todo o país foram convidados a nomear seus dez livros favoritos. Clássicos - como “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen - aparecem com destaque. O mesmo acontece com trabalhos mais recentes que estão claramente a caminho de se tornarem clássicos - como “O Senhor dos Anéis” de JRR Tolkien, e “As Crônicas de Nárnia”, de CS Lewis, ao lado de outros clássicos infantis como Harry Potter, Jogos Vorazes e Seus Materiais Sombrios. série no top 20. Então, por que “As Crônicas de Nárnia” de Lewis - especialmente a abertura de sua vitrine O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa - são tão populares, 50 anos após a morte de Lewis?

Lewis morreu há 50 anos em 1963. Ele fez a transição mais importante para qualquer escritor, na medida em que mais pessoas lêem suas obras hoje do que durante sua vida - e os livros de Nárnia são suas criações mais populares. Talvez eles tenham sido ajudados por versões de filmes de grande orçamento, que aumentaram suas vendas, mas a maioria diria que há mais do que isso.

Para entender o profundo apelo de Nárnia, precisamos apreciar o lugar das histórias para nos ajudar a entender a realidade e o nosso próprio lugar dentro dela. "As Crônicas de Nárnia" apelam para a intuição humana básica de que nossa própria história é parte de algo maior e mais grandioso. E uma vez que tenhamos compreendido esse “quadro maior” ou “história maior”, podemos ver nossa situação de uma maneira nova e mais significativa. A “história maior” nos ajuda a entender como nos encaixamos em um esquema maior de coisas.

No nível mais profundo, "As Crônicas de Nárnia”, de Lewis, tratam de encontrar uma história de mestria, que dá sentido a todas as outras histórias - e então a abraça, por causa de seu poder de dar sentido e valor à vida. Então, qual é a história verdadeira? E quais são as invenções, contos feitos para aprisionar e enganar? Em um estágio inicial no “ Leão, a Feiticeira e o Guarda- Roupa (publicado pela primeira vez em 1950), as quatro crianças começam a ouvir histórias sobre as verdadeiras origens e o destino de Nárnia.

Confusos, eles acham que precisam tomar decisões sobre quais pessoas e em quais histórias são confiáveis.

Nárnia é realmente o reino da Bruxa Branca? Ou ela é uma usurpadora, cujo poder será quebrado quando dois Filhos de Adão e duas Filhas de Eva se sentarem nos quatro tronos de Cair Paravel? Narnia é realmente o reino do misterioso Aslam, cujo retorno é esperado a qualquer momento? Todos nós temos que descobrir qual história nós acreditamos sobre este mundo e nosso lugar dentro dele. Nós confiamos nas narrativas dominantes de nossa cultura? Ou existem outras histórias que fazem mais sentido das coisas e nos ajudam a descobrir quem somos e o que devemos fazer? Lewis também ajudou seus leitores em outro aspecto - pensando em como se tornar pessoas boas. Percebendo que os livros acadêmicos sobre moralidade eram bastante aborrecidos, Lewis começou a contar histórias em que os personagens incorporavam virtudes. Lewis tentou mostrar a seus leitores como a bondade, a nobreza e a dignidade se pareciam. Enquanto alguns ofereciam discussões acadêmicas um pouco secas sobre essas virtudes, Lewis atraiu seus leitores para narrativas que mostravam como elas funcionavam na vida real e mudavam as coisas para melhor. Ele esperava que estabelecer uma visão de bondade e integridade encorajasse seus leitores a descobrir como eles poderiam incorporar essas virtudes em suas próprias vidas. Nárnia pode ser lida como ficção infantil, que garantiu seu lugar no cânone literário. Mas é mais que isso. Lewis habilmente soldou uma narrativa imaginativa envolvente com reflexões mais profundas sobre o significado da vida, os desafios que enfrentamos e como nos tornamos pessoas melhores. Não é de admirar que Narnia tenha tantos leitores adultos - há sempre mais para descobrir.

Alister McGrath é professor de Teologia, Ministério e Educação no King's College London. CS Lewis: A Life está fora agora, publicado pela Hodder.

Fonte: https://www.thebookseller.com/feature/why-cs-lewiscreated-narnia-338622

THE BLACK PAGES

REAL MATURIDADE, C.S. LEWIS E A IMAGINAÇÃO

Muitas pessoas enxergam, tacitamente ou explicitamente, a maturidade como a sufocação da infância. Mas e se não for o enterro sistemático da infância, de modo que possamos obedientemente (e muitas vezes de maneira mesquinha) lidar com os cuidados da idade adulta? E se a maturidade lidar com as responsabilidades da vida com todo o cuidado e gravidade que eles merecem, mas não às custas da infância? Lewis morreu há 50 anos em 1963. Ele fez a transição mais importante para qualquer escritor, na medida em que mais pessoas lêem suas obras hoje do que durante sua vida - e os livros de Nárnia são suas criações mais populares. Talvez eles tenham sido ajudados por versões de filmes de grande orçamento, que aumentaram suas vendas, mas a maioria diria que há mais do que isso.

A maturidade saudável é aquela que sabe quando e como ser infantil. Uma criança pode interromper seus pais para deixar escapar uma pergunta aparentemente aleatória sobre moscas da fruta ou funções corporais ou bonecas Barbie ou por que o iPad não vai funcionar porque ela é muito imatura para reconhecer a descortesia. Um adulto maduro pode ter a mesma pergunta, mas sabe quando e como pedir para não desrespeitar ou atrapalhar os outros.

As crianças adoram contos de fadas, histórias de aventuras, terras místicas e personagens heróicos que lançam sua imaginação e transformam um quintal na Terra Média, um balanço em Hogwarts, uma cadeira de balanço em um caça TIE e um beliche em um navio do Capitão Gancho. Cada pau é uma varinha ou arma e cada toalha uma capa. As crianças personificam seus heróis em suas brincadeiras e vivem as vidas das lendas. Adultos maduros amam as mesmas histórias, são movidos pelos mesmos heróis e se perdem nos mesmos lugares distantes, mas sem as capas de toalha e as espadas de tábuas de ripas. (Eu vou deixar você, caro leitor, interpretar o que isso pode significar para os fãs da ComicCon e Cosplayers.)

Muitos de nós chamam essas histórias de prazeres “culpados”. Nós os satisfazemos em particular e nos sentimos um pouco envergonhados com isso. E se eles não forem "culpados", mas apenas prazeres? E se os lugares que nossa imaginação nos leva estão exatamente onde deveríamos estar, lugares saudáveis e ricos para nossas mentes e almas? C.S. Lewis foi um dos mais brilhantes pensadores escritores cristãos do século XX. Ele conhecia várias línguas antigas, era um especialista em literatura clássica e mitologia e um professor de Oxford. Ele escreveu magistralmente sobre a natureza de Deus e a relação entre Deus e o homem e foi um apologista cristão devastador. Seu trabalho é apenas tímido do cânon bíblico para muitos crentes até hoje. Em suma, o C.S. Lewis era um adulto maduro, intelectualmente superior à maioria e frutífero ao extremo. Ele deve ser imitado e admirado de muitas maneiras. Lewis tinha isto a dizer sobre maturidade e devir e adulto:

“Quando eu tinha dez anos, eu li contos de fadas em segredo e teria ficado envergonhado se tivesse sido encontrado fazendo isso. Agora que tenho cinquenta, os leio abertamente. Quando me tornei homem, guardei coisas infantis, incluindo o medo da infantilidade e o desejo de ser muito crescida ”.

“A visão moderna parece envolver uma falsa concepção de crescimento. Eles nos acusam de desenvolvimento interrompido porque não perdemos o gosto que tínhamos na infância. Mas o desenvolvimento seguramente preso não consiste em se recusar a perder coisas antigas, mas em deixar de acrescentar coisas novas? . . . Onde antes eu tinha um prazer, agora tenho dois. "É comum falar em tom brincalhão e apologético sobre o desfrute de um adulto dos chamados livros infantis". Acho a convenção boba. Nenhum livro vale a pena ser lido aos dez anos de idade, o que não é igualmente (e muitas vezes muito mais) digno de leitura aos cinquenta anos - exceto, é claro, livros de informação. As únicas obras imaginativas das quais devemos sair são aquelas que seria melhor não ter lido nada"

THE BLACK PAGES

Bem agora. Isso pinta as coisas de uma forma completamente diferente. Um dos maiores, mais brilhantes e mais produtivos cristãos da história recente diz que, de algum modo, devemos levar a infância à idade adulta conosco! Isso, amigos, é a maturidade no seu melhor. Qualquer outra forma é sem alma e sem graça.

IMAGINAÇÃO E INFORMAÇÃO

Nós traçamos a linha entre imaginação e informação. Nós crescemos fora do primeiro para investir no último. Nós decidimos que o primeiro tem valor para a vida enquanto o último é mero escapismo da vida. Isso, Lewis argumentaria, é onde nós erramos. Ele diria que a coleta de informações, a busca do conhecimento, não é suficiente sem o fomento e a alimentação da imaginação também.

A imaginação guia e molda nosso uso da informação. Se sabemos todos os fatos e verdades, somos apenas um disco rígido estático, uma biblioteca. As bibliotecas estão cheias de informações, empilhadas altas e profundas. Mas o que uma biblioteca pode fazer com todo o conhecimento que possui? Não é uma coisa. É um repositório estático e é isso que somos sem imaginação. O que fazemos com informação? Onde isso se aplica? Como podemos fazer o melhor com isso? Quem sabe? A pessoa com imaginação, que valoriza as virtudes dos grandes heróis e pode imaginar e formar uma história melhor, sabe disso. Essa pessoa é curiosa. Curiosidade e imaginação são gêmeos conjuntos. Com um vem o outro. A imaginação continuamente pergunta "e se", em seguida, visualiza as respostas possíveis e deixa a mente correr com possibilidades. A curiosidade pergunta sobre qualquer coisa e, em seguida, explora as respostas e pressiona para descobrir e ver o que mais existe. Ele cutuca e cutuca. A curiosidade dá carne à imaginação. Se a informação está morta por si só, essa é a força vital que a anima e a move para a ação.

Este é um trecho do meu próximo livro, "The Curious Christian: Como a maravilha da descoberta enriquece cada parte da vida" de Barnabas Piper

Fonte:https://theblazingcenter.com/2016/09/real-maturity-c-slewis-and-imagination.html

LITERA BR

FELIPE CASTILHO

É autor de livros de fantasia. Famoso pela série O legado folclórico, que une mitologia brasileira com o mundo dos videogames, foi indicado ao Prêmio Jabuti pelo quadrinho Savana de pedra. Ordem Vermelha: Filhos da Degradação é seu livro de estreia na editora Intrínseca.

ANDRÉ REGAL

Nascido no interior de Minas Gerais, é ator, dramaturgo e músico. Estreou no teatro em 2010, quando fez oficinas e cursos livres, sendo o Rio de Janeiro a cidade onde viria a obter formação profissional pela Escola Martins Penna. Sempre ávido por literatura, é influenciado por autores como Tolkien, Robert Jordan, Bernard Cornwell, Sidney Sheldon e mestres da escrita como Robert Mckee e Syd Field. Contribuiu com contos e crônicas de humor em algumas edições da tradicional revista mineira "Jararaca Alegre". Em 2015, começou a trabalhar em sua primeira ficção fantástica, intitulada "A Lágrima de Giius" e publicava capítulos semanalmente no Wattpad, voltando a fazê-lo em uma edição renovada em 2017. Também nesse ano, após concluir seu segundo romance, "Mirta Vento Amarelo - A Linhagem do Dragão", recebeu inúmeras propostas de edição, vindo a fechar contrato com a Chiado Editora. Em 2018 publicou “O Brakki” pela Acervo Books

L I V R O S D A P R A T E L E I R A

Quem Controla A Escola Governa O Mundo

Gary Demar (Autor), Felipe Sabino (Editor)

“Uma das ferramentas mais úteis na busca pelo poder é o sistema educacional.” há um dito popular: “a filosofia da sala de aula desta geração será a filosofia de vida da próxima geração”. Os antigos fundadores dos eua o entendiam bem. Esse é o porquê, após construírem casas e igrejas, terem estabelecido instituições educacionais como Harvard, Yale, Columbia e Darmouth. Com o passar do tempo, a maioria dos cristãos passou a adotar a falsa premissa de que os fatos são neutros

Os humanistas se aproveitaram desse tipo de pensamento por meio da mudança e do controle gradual da educação nos termos dos pressupostos materialistas. Quem controla a escola governa o mundo mostra como a educação pode ser usada como instrumento de mudança social desde karl marx e adolf hitler até o humanismo secular e o islamismo radical

Os oponentes da nossa cosmovisão entenderam que na educação se trava a guerra de ideias. Se nós cristãos formos sérios a fim de assegurarmos o futuro dos nossos filhos, então devemos entender a natureza da guerra que lutamos. Se você tem filhos, quer filhos, ou conhece alguém que tenha filhos — você precisa tomar este livro e lê-lo antes que seja tarde demais para salvar a geração que nos seguirá dentre as ruínas. [1]

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3 PALAVRINHAS SÓ

Do Humilde Pensar De Si Mesmo

Todo homem tem desejo natural de saber; mas que aproveitará a ciência, sem o temor de Deus? Melhor é, por certo, o humilde camponês que serve a Deus, do que o filósofo soberbo que observa o curso dos astros, mas se descuida de si mesmo. Aquele que se conhece bem despreza-se e não se compraz em humanos louvores. Se eu soubesse quanto há no mundo, porém me faltasse a caridade, de que me serviria isso perante Deus, que me há de julgar segundo minhas obras? Renuncia ao desordenado desejo de saber, porque nele há muita distração e ilusão. Os letrados gostam de ser vistos e tidos por sábios. Muitas coisas há cujo conhecimento pouco ou nada aproveita à alma. E mui insensato é quem de outras coisas se ocupa e não das que tocam à sua salvação. As muitas palavras não satisfazem à alma, mas uma palavra boa refrigera o espírito e uma consciência pura inspira grande confiança em Deus. Quanto mais e melhor souberes, tanto mais rigorosamente serás julgado, se com isso não viveres mais santamente. Não te desvaneças, pois, com qualquer arte ou conhecimento que recebeste. Se te parece que sabes e entendes bem muitas coisas, lembra-te que é muito mais o que ignoras. Não presumas de alta sabedoria (Rm 11,20), antes confessa a tua ignorância. Como tu queres a alguém preferir-te, quando se acham muitos mais doutos do que tu e mais versados na lei? Se queres saber e aprender coisa útil, deseja ser desconhecido e tido por nada. Não há melhor e mais útil estudo que conhecer-se perfeitamente e desprezar-se a si mesmo. Ter-se por nada e pensar sempre bem e favoravelmente dos outros prova é de grande sabedoria e perfeição. Ainda quando vejas alguém pecar publicamente ou cometer faltas graves, nem por isso te deves julgar melhor, pois não sabes quanto tempo poderás perseverar no bem. Nós todos somos fracos, mas a ninguém deves considerar mais fraco que a ti mesmo.

Thomas de Kempis

RESENHA

Jannyffer Almeida*

Esse drama narra a história de três mulheres: uma mãe e duas filhas. Meredith é a filha mais velha, sempre dedicada, que cuida dos negócios da família, busca ser a melhor em tudo que faz, tem mania de perfeição e fracassa no casamento; Anya, a mãe, é russa, fria, misteriosa e triste, mostra não gostar das filhas desde que eram crianças; Nina, filha mais nova, é independente, solteira e deixa a família para ser fotojornalista, viajando por todo o mundo. Na infância, elas eram carentes pela ausência da mãe e só sentiam-se amadas quando Anya contava histórias russas para elas: “Adorava ouvir aquelas histórias e, quando as ouvia ela acidentalmente amava a mãe” (p.67). Cada filha decide viver, esquecer os ressentimentos da infância e tornam-se mais afastadas da mãe. A única coisa que reúne novamente essas mulheres é a doença do pai, Evan, um homem que teve papel ativo na criação das filhas e era muito amado pelas três. No seu leito de morte, ele faz com que as filhas prometam que incentivarão a mãe a contar toda a sua história, para que elas finalmente entendam o porquê de toda a frieza e negação em que Anya vivia. O pai morre, porém a promessa feita a ele não é esquecida. Mas elas não esperavam que saber o final da história poderia mudar para sempre o resto de suas vidas. No início a mãe mostra-se relutante, ignora o pedido das filhas, então elas decidem fazer pesquisas e descobrem detalhes que estremecem o iceberg que vive dentro da mãe.

Anya vê-se pronta para contar o final da história e Nina faz uma surpresa, levando-as a uma viagem até o Alasca; no cruzeiro, elas começam a se conhecer melhor e descobrem suas particularidades, conseguindo assim, pela primeira vez, ter um contato melhor com a mãe. O conto de fadas russo que Anya conta é surpreendente do início ao fim, pois se passa na Rússia, na região de Leningrado, que foi destruída por bombardeios na Segunda Guerra Mundial. A narrativa toma proporções maiores e os acontecimentos que seguem são mesclados com a vida atual delas e o que vem a seguir é tão inusitado, que me surpreendeu de uma forma que não esperava. Kristin Hannah certamente te deixará inquieto com essa leitura, te fará sentir o frio dilacerante do inverno russo, e como uma guerra arranca tudo de uma pessoa, se possível, até a alma. Contudo, aqueles que resistem ao sofrimento, podem contar como é ser invencível mesmo que lhes tenham restado apenas as cicatrizes e uma memória.

Jannyffer Almeida é graduada em Letras pela UFT, professora de inglês e língua portuguesa, escritora e resenhista.

Oi, tudo bem?

Recebi sua ultima carta, mas não pude respondê-la a tempo. Eu sei que você é uma pessoa corajosa, não pensei o contrário disso, longe de

mim. Falei somente que não podemos deixar o medo tomar conta de nós, pois nunca se sabe o que ele fará conosco, ou sabemos e não queremos acreditar. O que importa é que sempre dará

CARTAS PARA NINGUÉM

THEODOR MAUSS*

errado. Isso é fato.

Mas falando sobre o que se tratava sua ultima carta… Seus arrependimentos podem ser muitos, eles também serviram pra te tornar a pessoa que você é hoje, assim como todas as outras decisões, sentimentos, emoções te guiaram pra você ser quem é. O arrependimento é bom, mas igual o medo você não pode ficar remoendo ou deixando que ele tome conta de

você. Sabe, nutrir um sentimento que não seja bom vai acabar te levando pra um caminho que não vai ser nada agradável e uma pessoa ranzinza é custoso pra qualquer um que conviva com ela. Não que você seja, mas é só um comentário bobo.

Não se leve tão a sério, eu já fiz isso e não foi nada bom, ainda bem que acordei a tempo de poder viver um pouco mais sem tanta preocupação ou o que as pessoas iriam achar de mim. Onde eu morei até boa parte da minha vida adulta tínhamos um zelo enorme com “o que eles vão achar de mim?”, é tão ruim ter que viver em condição da opinião alheia, não é? Infelizmente não poderei me prolongar, mas antes de me despedir vou deixar um pequeno

conselho. Se arrependa de ter feito algo ruim ou algo que você pensa em fazer contra

alguém, até contra si mesma. A vida ta aí, basta vivê-la. Saia um pouco e observe a beleza do mundo. Você pode senti-la?

Do seu querido amigo, Theodor Mauss

Theodor Mauss é um escritor alemão apaixonado pelo Brasil

LITERATURA MEDIEVAL

Literatura medieval é definida amplamente como qualquer trabalho escrito em latim ou o vernáculo entre c. 476-1500 CE, incluindo filosofia, tratados religiosos, textos legais, bem como obras da imaginação. Mais restrito, no entanto, o termo se aplica a obras literárias de poesia, drama, romance, prosa épica e histórias escritas no vernáculo (embora algumas histórias estivessem em latim). Embora possa parecer estranho encontrar histórias incluídas em formas de ficção, deve-se lembrar que muitas "histórias" da Idade Média contêm elementos de mito, fábula e lenda e, em alguns casos, foram em grande parte produto de escritores imaginativos.

IDIOMA E PÚBLICO

As obras literárias foram originalmente compostas em latim, mas os poetas começaram a escrever em vernáculo (a linguagem comum do povo) já no início do século VII dC.

O aspecto auditivo da literatura, portanto, afetou a maneira como foi composto. Escritores escreveram para uma performance de seu trabalho, não uma leitura privada em solidão. As taxas de alfabetização aumentaram durante o século XV e, com o desenvolvimento da imprensa, mais livros foram disponibilizados. O ato de ler por si mesmo para prazer pessoal tornouse mais comum e isso mudou a forma como os escritores escreveram. Le Morte D'Arthur (publicado em 1485 CE), de Thomas Malory, é o mais antigo romance do Ocidente - uma obra escrita para um público individual com camadas de significado pessoal e simbolismo - e lança as bases para o desenvolvimento do romance, tal como reconhecido no presente dia.

DESENVOLVIMENTO PRECOCE

A literatura vernacular medieval evoluiu naturalmente do conto popular que era uma história recitada, provavelmente com o contador de histórias representando diferentes partes, diante de uma audiência. Literatura medieval inglesa começa com Beowulf (7º-10º século CE) que era sem dúvida uma história conhecida muito mais cedo e transmitida oralmente até escrito. Esse mesmo padrão de desenvolvimento vale também para a literatura de outros países. O contador de histórias reunia uma audiência e realizava sua história, geralmente com variações baseadas na audiência, e os membros dessa audiência recontavam a história para outras pessoas. O contador de histórias reunia uma audiência e realizava sua história, geralmente com variações baseadas na audiência, e os membros dessa audiência recontavam a história para outras pessoas. As primeiras literaturas medievais escritas são em sua maioria lendas ou contos populares contidos em uma página, em vez de recitados, mas o contador de histórias ainda precisava reunir e manter uma audiência e assim escrevia no vernáculo para ser entendido e em medidor poético para ser lembrado. A poesia, com sua cadência regular, fica na mente muito melhor do que a prosa. A poesia continuaria sendo o meio preferido para a expressão artística durante a maior parte da Idade Média.

A literatura vernacular foi ainda mais popularizada na Grã-Bretanha no Reino de Wessex por Alfredo, o Grande (r. 871-899 dC), em uma tentativa de incentivar a alfabetização generalizada, e outras nações seguiram o exemplo.

LITERATURA VERNACULAR MEDIEVAL EVOLUÍDA DO FOLKTALE, PROVAVELMENTE COM O HISTÓRICO QUE REPRESENTA PARTES DIFERENTES, ANTES DE UMA AUDIÊNCIA.

A conquista normanda de 1066 EC estabeleceu o francês como a língua da literatura e transformou o inglês do inglês antigo (em uso de 500-1100 dC) para o inglês médio (c. 1100-1500 dC). As histórias escritas durante essas duas eras eram originalmente folclore medieval, contos transmitidos oralmente e, como a maioria da população era analfabeta, os livros continuavam sendo lidos em voz alta para uma plateia.

A prosa latina, exceto em alguns casos notáveis, foi reservada para o público religioso e acadêmico. Para entretenimento e fuga da vida cotidiana, as pessoas ouviam um contador de histórias ler um bom livro de versos. A poesia lírica, as baladas e os hinos eram poesia, é claro, mas os grandes romances cavalheirescos do amor cortês e os grandes gêneros da visão dos sonhos medievais também foram escritos em verso como épicos, e os franceses e bretães lais (poemas de contos). Inicialmente, os escritores medievais eram escribas anônimos, estabelecendo histórias que tinham ouvido. Originalidade por escrito na Idade Média (como no mundo antigo) não estava no topo da lista de valores culturais e os primeiros escritores não se deram ao trabalho de assinar suas obras. Os nomes reais de muitos dos escritores mais famosos da Idade Média ainda são desconhecidos Marie de France não é o nome real da mulher que escreveu o famoso lais - é um pseudônimo - e o nome de Chretien de Troyes se traduz dos franceses como "um cristão de Troyes", que poderia se referir a quase todos. Foi somente nos séculos XIII e XIV que os autores começaram a escrever sob seus próprios nomes. Se conhecidos ou anônimos, esses escritores criaram algumas das maiores obras de literatura da história..

Outras formas de literatura além da poesia incluem: *Drama *Histórias *Fábulas O drama na Idade Média era essencialmente uma ferramenta de ensino da Igreja. Peças de moralidade, peças de mistério e peças litúrgicas instruíram um público analfabeto em pensamentos e comportamentos aceitáveis. As peças de paixão, reencenando o sofrimento, a crucificação e a ressurreição de Jesus Cristo, eram divertimentos populares de Páscoa, mas as peças de moralidade eram apresentadas durante todo o ano.

O mais conhecido destes é Everyman (c. 1495 CE), que conta a história de um homem que enfrenta a morte, que não consegue encontrar alguém para acompanhá-lo ao céu, exceto suas boas ações. Essa alegoria surgiu de um tipo anterior de literatura latina conhecida como ars moriendi (arte de morrer) que instruía as pessoas sobre como viver uma boa vida e ter a certeza do céu. Histórias no início da Idade Média (476-1000 dC) freqüentemente dependem de fábulas e mitos para completar e desenvolver suas histórias. As obras de historiadores como Gildas (500-570 dC), Beda (673-735 dC) e Nennius (9º século dC) na Grã-Bretanha contêm elementos míticos e repetem fábulas como fato. O exemplo mais famoso disso é a História dos Reis da Bretanha, de Geoffrey of Monmouth (1136 dC), escrita em latim. Geoffrey alegou estar traduzindo uma obra histórica antiga que descobriu recentemente quando, na verdade, estava tirando a maior parte de sua "história" de sua própria imaginação e de peças em histórias reais mais antigas que se prestavam à história que ele queria contar. Sua grande visão dos primeiros reis da Grã- Bretanha concentra-se principalmente na história do heróico Artur e é por essa razão que Geoffrey de Monmouth é reconhecido como o pai da lenda arturiana.

FORMAS POÉTICAS E OBRAS FAMOSAS

Mesmo assim, os trabalhos mais populares e influentes foram as histórias contadas em versos. O primeiro poema em inglês cujo autor é conhecido é o Hino de Caedmon (século 7 DC), que é um hino simples que louva a Deus composto por um pastor analfabeto que o ouviu cantar em uma visão. Sua canção foi escrita em inglês antigo por um escriba anônimo em Whitby Abbey, Northumbria e registrada pela primeira vez nos escritos de Bede. A beleza simples desse verso primitivo tornou-se o padrão da poesia do inglês antigo e evidente em obras como O Sonho do Escuro (uma visão dos sonhos do século VII) e depois A Batalha de Maldon (final do século 10 dC).

Entre essas duas obras, a obra-prima épica Beowulf foi escrita, que se baseia na mesma cadência do longo ritmo aliterativo da linha para levar a história adiante e impressionar a história para uma plateia. Essa forma de verso ressoa nos dias atuais, assim como deve ter acontecido no passado, uma vez que as recitações e performances de Beowulf permanecem populares.

A história é o conto épico do herói solitário virado para baixo e derrotando o monstro sombrio que ameaça o povo da terra; um tema perenemente popular desde os tempos antigos até os dias atuais. A visão do sonho medieval alcança seu auge na Divina Comédia de Dante Alighieri (século XIV), na qual o poeta é levado em uma jornada através do inferno, do purgatório e do paraíso para corrigir o caminho em que estava e assegurar-lhe o verdade da visão cristã. A Divina Comédia não é uma visão real dos sonhos - o narrador nunca alega que adormeceu ou que os eventos são um sonho -, mas Dante se apóia nas armadilhas do gênero para contar sua história. Tão intimamente a Divina Comédia espelha a progressão, o tom e o efeito da visão do alto sonho medieval que os contemporâneos - e até mesmo o próprio filho de Dante - interpretaram a peça como um sonho. Embora a poesia continuasse como um meio popular no final da Idade Média, mais escritores começaram a trabalhar em prosa e entre eles havia várias mulheres notáveis. Mulheres místicas cristãs, como Julian de Norwich (l. 1342-1416 dC) e Catherine of Sienna (l. 1347- 1380 dC), relataram suas visões em prosa e Margery Kempe (l. 1373-1438 dC) ditavam suas revelações a uma prosa. escriba que os registrou em prosa. Um dos escritores mais famosos da Idade Média, Christine de Pizan (l. 1364-c.1430 dC) escreveu seus trabalhos altamente influentes em prosa como fez o grande artista italiano Giovanni Boccaccio (l. 1313-1375 dC) mais conhecido por sua obra-prima, o Decameron.

Dante Alighieri, detalhe do afresco de Luca Signorelli, Capela de San Brizio, Catedral de Orvieto.

[ L E N D A A R T U R I A N A ]

A lenda arturiana, desenvolvida a partir do século 12 EC, foi apresentada em prosa no Ciclo da Vulgata entre 1215- 1235 e forneceu a base para o trabalho de Malel em 1485 EC. Le Morte d'Arthur, de Malory, codificou a lenda arturiana, que foi aprimorada e retrabalhada por escritores posteriores e continua a exercer influência nos dias atuais. Embora os estudiosos continuem a debater precisamente qual trabalho deve ser considerado o primeiro romance em inglês, o trabalho de Malory é sempre um forte candidato. William Caxton, editor da Malory, foi um dos primeiros a se beneficiar da nova imprensa inventada por Johannes Gutenberg

A imprensa de Gutenberg assegurou que a literatura medieval, em grande parte anônima e livre para quem quisesse publicá-la, sobreviveria para influenciar gerações posteriores de leitores.

*JOSHUA J. MARK É ESCRITOR FREELANCER E EX-PROFESSOR DE FILOSOFIA NO MARIST COLLEGE, EM NOVA YORK, JOSHUA J. MARK MORA NA GRÉCIA E NA ALEMANHA E VIAJA PELO EGITO. ELE ENSINOU HISTÓRIA, LITERATURA E FILOSOFIA NO NÍVEL UNIVERSITÁRIO.

https://www.ancient.eu/Medieval_Literature/

A CASA

G U S T A V O C O R Ç Ã O

Só pode ser na casa. Na casa de família. Na casa que se fecha, não para isolar-se da cidade, mas para abrigar da chuva e do vento a boa sementeira da amizade.

Em relação aos muros da casa de família há porém um problema semelhante ao das fronteiras das nações. Há casas patrióticas e casas nacionalistas. Poderíamos também mencionar as casas internacionalistas, onde entra e sai quem quer, onde todo o mundo faz o que lhe passa pela cabeça, e onde, em suma, impera tamanha tolerância que não seria impróprio chamá-las casas de tolerância.

As nacionalistas são aquelas que mais abrigam uma quadrilha do que uma família. Não porque sejam os seus membros ferozmente desunidos; antes porque são unidos ferozmente. Unidos contra as outras casas.

Nesse ambiente, por mais educados que sejam os hábitos, conspira-se contra a cidade. Nesse reduto, nesse covil, em lugar da sementeira cívica, o que se prepara é o favoritismo, o que se manipula é o pistolão. Nessa casa, o de que se cuida é de arranjar empregos e vantagens para todos, desde que um tio ou um cunhado logrem atingir uma altitude de poder que lhes permita a distribuição privada da coisa pública.

É também postulado nosso que uma sociedade é o que são suas famílias. Ora, é inútil disfarçar a situação em que hoje nos encontramos sob esse ponto de vista. De um lado vê-se a vertiginosa decomposição de nossas melhores tradições. As famílias se desmancham. Os casamentos são cada vez mais efêmeros. E as casas funcionam apenas como plataforma de estação, como ponto de baldeação entre as correrias do dia e as correrias da noite.

É de um importância capital a compreensão do estreito nexo entre os sentimentos familiares e os cívicos, e é essa compreensão que falta em todas as teorias, da direita e esquerda, que pretendem resolver o problema da reestruturação da sociedade sem a amizade cívica e portanto sem a casa que é a oficina dessa amizade. Voltemos a nossa ideia de um mundo humano formado de zonas concêntricas. Em contrações sucessivas chegamos à casa de família que é (ou deve ser) o lugar onde se destila a amizade cívica. O ar da amizade está ali (ou deve estar) em densidade maior e mais alta pressão. Por isso a casa se fecha. Escola, sala de armas onde se exercita a difícil esgrimagem da justiça, a casa tem o recato necessário a esse aprendizado que não deixa de ter o seu ridículo, como todo aprendizado. Lá dentro entre as quatro paredes bem opacas — contra as ideias arquitetônicas do Sr. Niemeyer — a família aprende e exercita, entre as alegrias e aflições, as regras dos atritos humanos.

Há muito esbarro no vaivém apertado da vida familiar, muitos cachações, como dirá Machado de Assis — mas é nesses mesmos choques cotidianos, e eu direi até nesse atrito contínuo, que cada um encontra as mais ricas oportunidades de exercer as virtudes. E quem diz exercer, nessa matéria diz adquirir.

A luta moral tem uma característica que vale a pena encarecer. Enquanto nas lutas físicas, como nas guerras, o vencedor sai mutilado, ferido, exausto, mal se distinguindo do vencido; nas batalhas morais o vencedor sai sempre mais forte do que entrou. Não é troféu, botim, prêmio material o que ai se conquista mas um novo vigor. Nas lutas morais, ao contrário das físicas, quem vai resistindo e vencendo, vai se tornando cada vez mais forte, mais armado, mais ágil, mais pronto. Daí a imensa utilidade desse exercício em ambiente fechado onde são múltiplas as oportunidades de lucro. E daí o terrível inconveniente de se armar a chamada harmonia familiar em termos de evasão. Os moralistas de convenção referem-se frequentemente às doçuras da vida familiar e ao suave remanso do lar. É mentira deles. São ufanistas da casa. Mentem como os idólatras da Vitória Régia, ou como locutores de rádio pagos para dizer ao microfone, em sete de setembro, que o país inteiro, de norte a sul, está vibrando de ardor cívico.

É certo que a casa tem doçuras de mel; como é certo que tem agruras de fel. Tem tudo o que é do homem em mais espessa e densa realidade. Às vezes a atmosfera fica tão sufocante, dentro de casa, que a rua se torna um paraíso apetecido. Saímos a respirar um pouco, para gozarmos o descanso das multidões indiferentes, da humanidade neutra, dos vultos que não nos cobram nada, dos rostos que não nos dizem respeito. E às vezes tem-se a impressão de uma irreparável destruição, de uma incompatibilidade sem remédio. Parece inútil lutar, tempo perdido insistir. É esses pensamentos uma vez que se instalem, vão corroendo em nós aquelas mesmas reservas em que deveríamos buscar a recuperação.

A fragilidade do matrimônio decorre de uma desmedida exigência de felicidade, ou melhor, da aplicação dessa exigência a uma coisa que não suporta tal pressão. Há um insolência nossa nessa impaciente cobrança de ventura, e há sobretudo um equívoco, porque pretendemos tirar da casa, do matrimônio, do amor humano, um infinito rendimento, quando é finita e sempre muito exígua a nossa própria contribuição. Depositamos com mesquinharia e queremos juros generosos, infinitamente generosos. E no desejo desse absurdo balanço nós somos injustos com o próximo, e injustos com Deus. Realmente, por mais esquisito que isto pareça, se alguém imagina que a sua noiva, e mais tarde a esposa, lhe possa dar plena felicidade, não terá direito de queixar-se nos dias de decepções, porque foi ele, inicialmente, o primeiro culpado de injustiça.

Só se restabelece o equilíbrio desse problema em que se põe num dos termos um desejo aberto para o infinito, quando no outro termo se coloca a lembrança muito consciente, muito reverente, do depósito de sangue infinitamente precioso que um Outro colocou à nossa disposição, e quando, conseqüentemente, para esse Outro orientamos todos os nossos anseios de felicidade perfeita.

Mas voltemos ao nosso ponto de partida, à casa, à casa fechada para o exercício da amizade. Disse que a casa é um segredo. De fato o é. Ou deve ser. Deve ser uma interioridade. Uma intimidade. Uma intimidade de afeições e uma intimidade de aflições. Um mundo de recato. Uma história escondida. Mas dentro desse segredo que abriga uma família há um outro segredo que se esconde da família. Naquela gruta de pedra há uma concha fechada e dentro dessa concha um segredo maior, escondido na intimidade e no segredo da casa. Os esposos se escondem. Escondem-se da casa, dentro da casa. Fecham-se dentro do que já é fechado. Abrigam-se no interior do que já é abrigado. E assim é que, nesse último reduto, nesse último porto, nesse abrigo, nessa concha, preparam não só o amor e a justiça, mas também o fruto dessa justiça e desse amor.

Vejam, vejam senhores como o mundo do homem é feito de sucessivas e concêntricas fronteiras que vão, desde aquelas que vemos no mapa com rios e cordilheiras, até a porta fechada da câmara conjugal. Mas agora apreciam o reverso do fenômeno: cada uma dessas muralhas é sucessivamente superada, como barragem de açude que se quer cheio para que transborde em serviço. O dinamismo das fronteiras está voltado para fora. E agora, vejam, vejam nessa nova direção como se expande o mundo do homem.

De fato, se é verdade que os esposos se escondem, em compensação não há nada menos escondido do que o fruto do seu segredo e não há nada mais apregoado, mais publicado do que a criança que nasce. Toca cem vezes o telefone, esse pequeno sino familiar do natal dos homens. É menino ou menina? Expedem-se cartões. Abrem-se janelas. Como se chama? Quanto pesa? Com quem se parece? As vizinhas comentam; as criadas, esquecidas de tudo, enternecem-se, e varrem melhor, lavam melhor, como se o filho, sendo da casa, fosse como pouco delas também; e as tias e as avós emitem vaticínios, ou confirmam profecias de que aliás ninguém mais se recorda.

O segredo tornou-se público. A portamisteriosa foi arrombada por um ladrãorecém-nascido.E o aroma de alfazema que sai pelas frestasda casa, que se dilui no ar, no ar da rua, daparóquia, da cidade, já é a primeira suaveemanação da amizade cívica, o oxigênio dasalmas.

A casa nesse dia deu o seu fruto. Fez a suaentrega.

Nasceu hoje uma criança. Nem é precisotelefonar para saber que naquela casa nasceuhoje uma criança. Vê-se de longe. Quemestiver acaso à janela pelas cercanias logoverá que alguma coisa aconteceu naquelacasa, naquele navio ancorado: porque no seuexíguo convés, em sinal de festa, tremulauma carreira de fraldas ao vento — bandeirasbrancas de júbilo e de paz.

Gustavo Corção, publicado originalmente no Jornal "O Globo" em 03/01/1976

O MAL SERÁ BEM QUANDO ASLAM CHEGAR. AO SEU RUGIDO A DOR FUGIRÁ. NOS SEUS DENTES, O INVERNO MORRERÁ.

NA SUA JUBA A FLOR HÁ DE VOLTAR.

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