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PRIMEIRO PARÁGRAFO N° 4

PRIMEIRO

PARÁGRAFOEDIÇÃO 4

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[resenha] [matérias] [entrevistas]

O Chamado de

H.P. LOVECRAFT

ÍNDICE

04 O QUE É ESPERANTO?

06 ENTREVISTA26 RESENHA

COM O MASTER COACH IURI ROC

09 THE BLACK PAGES

VIDA E OBRA DE H.P LOVECRAFT

19 ENTREVISTA

COM A ESCRITORA YUEH FERNANDES

JANNYFFER ALMEIDA NOS APRESENTA "O RETRADO DE DORIAN GRAY" DE OSCAR WILDE

Editorial

G U T O X W I N T E R M O O N *

Olá leitores, tudo bem? Gostaria de mais uma vez convidar vocês para uma pequena e prazerosa caminhada por entre as páginas da nossa já amada revista. Iremos devagar, pois precisamos aproveitar o máximo possível de cada linha escrita aqui. Eu vou mostra a vocês o que é o Esperanto para que na próxima viagem vocês possam se comunicar sem dificuldades, vamos parar um pouco para receber conselhos de Iuri Roc para que possamos deixar de lado nossa procrastinação e sermos mais produtivos, ok? Depois disso vamos encarar o terror do nosso amado H.P. Lovecraft que deixou as páginas negras mais escuras ainda. E por falar em terror, logo em seguida iremos nos deparar com uma assombração chamada Yueh Fernandes que além de jornalista também é escritora.

Após isso tudo ainda tem um retrato que Dorian Gray deixou nas mãos de Jannyffer Almeida. Por fim, vamos descansar lendo a carta do Theodor e receber a sabedoria de Agostinho de Hipona. Essa viagem será aterrorizante, porém grandiosa, pois estaremos juntos e aproveitaremos tudo que nos é ofertado!

*Gutox Wintermoon além de editor deste maravilhoso periódico é professor, historiador, escritor, bacharelando em Filosofia pela UEFS e possui o blog Manuscritos Digitados

O QUE ÉESPERANTO?

O esperanto é uma língua internacional, criada para facilitar a comunicação entre pessoas de diferentes países. Em uso prático há mais de cem anos, o Esperanto provou ser uma língua genuinamente viva, capaz de expressar todas as facetas do pensamento humano. (Axel Belinfante) O Esperanto foi criado em 1887 pelo Dr. LL Zamenhof para ser uma segunda língua que permitiria às pessoas que falam línguas nativas diferentes se comunicarem e, ao mesmo tempo, manter suas próprias línguas e identidades culturais. Zamenhof cresceu em Bialystok, na Polônia, onde diferentes povos não foram separados por uma barreira geográfica, mas uma barreira cultural e linguística. Embora ele percebesse que uma linguagem comum não acabaria com a barreira cultural, isso permitiria que as pessoas comuns, e não os políticos, tivessem conversações entre países. Para este fim, ele criou o Esperanto, uma linguagem que seria fácil para a maioria das pessoas aprender, devido ao seu design lógico e regular.

O esperanto tem 16 regras gramaticais regulares e sem exceções e uma ortografia fonética regular . Ao contrário de muitos outros idiomas, você pode depender das regras para serem aplicadas constantemente, em vez de esporadicamente. Por causa desses fatores, ela é mais rápida e facilmente aprendida do que qualquer outro idioma. Estudos mostraram que os estudantes que aprendem o Esperanto como uma língua secundária primeiro aprendem um terço com mais facilidade e rapidez do que se tivessem aprendido outro idioma. (Caso você esteja se perguntando um poliglota é uma pessoa que fala quatro ou mais idiomas.) .

Os esperantistas são principalmente pessoas que tomaram uma decisão consciente de se tornarem acessíveis às amizades internacionais. Isso pode soar brega, mas eu nunca conheci outro esperantista que não quisesse ser amigo

As pessoas costumam usar o esperanto para ajudá-los a viajar para outros países. Eles podem se encontrar com um esperantista em outro país e ver o país real em vez do passeio de ônibus turístico. Você pode obter uma visão sem censura do país. Há uma variedade de serviços disponíveis para ajudar os esperantistas a se conectarem com aqueles dispostos a hospedá-los, incluindo a Pasporta Servo, uma rede internacional de hospedagem para falantes de Esperanto, administrada pela Organização Mundial da Juventude Esperantista .

Se você reconhecer que o problema de linguagem existe, então você deve começar a procurar a melhor solução possível. Várias respostas foram oferecidas ao longo dos anos, incluindo "Todos falam inglês (presente) / francês (passado) / japonês (futuro?)", "Por que não criar uma versão mais simples de alguma língua já dominante?", Ou "Nós vamos basta obter mais tradutores, mais máquinas para lidar com o problema ". Nenhuma dessas soluções oferece os benefícios positivos que o esperanto faz. Don Harlow já escreveu uma resposta melhor a esses e outros argumentos contra o esperanto do que eu. A natureza internacional da internet tornou-a popular entre os esperantistas, que muitas vezes tiveram que depender do lento e tradicional telefonema e de telefonemas caros para se comunicar com alguns de seus amigos. Por isso, há uma ampla seleção de materiais disponíveis on-line para esperantistas e outros interessados no Esperanto, desde a literatura original até o Internet Relay Chat.

O esperanto é uma língua aglutinante, sem gêneros gramaticais para entidades assexuadas, sem conjugação de verbos variáveis por pessoa ou número e com três modos — indicativo, imperativo e subjuntivo, além das formas nominais do verbo e seis particípios; tem apenas dois casos morfológicos: o acusativo e o nominativo. Como uma língua construída, o esperanto não é relacionado genealogicamente a nenhuma língua étnica; pode ser descrito como uma língua de léxico predominantemente românico e de morfologia aglutinante. A fonologia, a gramática, o vocabulário e a semântica são baseados em línguas indoeuropeias ocidentais. Os fonemas são essencialmente eslavos, assim como muito da semântica, enquanto o vocabulário é derivado primordialmente de línguas românicas, com uma menor contribuição de línguas germânicas e algumas palavras de várias outras línguas (o dicionário etimológico de esperanto "Konciza Etimologia Vortaro", de André Cherpillod, faz referência a 110 línguas).

A pragmática e outros aspectos da língua não descritos especificamente nos documentos originais de Zamenhof foram influenciados pelas línguas nativas dos primeiros falantes, principalmente russo, polonês, alemão e francês. A relação entre grafemas e fonemas é biunívoca (uma letra para cada som e um som para cada letra) e a morfologia é extremamente regular e fácil de aprender. Tipologicamente, a ordem sintática padrão do esperanto é sujeito-verbo-objeto e adjetivosubstantivo. Novas palavras podem ser formadas a partir de processos de construção com morfemas já existentes na língua, ou podem ser introduzidas como neologismos.

Como uma língua planejada, o esperanto realmente não possuía a princípio uma cultura, mas os quase 130 anos de história e divulgação da língua geraram o que poderíamos chamar assim. Algumas pessoas acusamno quanto a ser um "idioma universal" por não apresentar cultura, literatura, falantes nativos e por outras razões. Em contrapartida, já há elementos de cultura própria do esperanto, há um acervo considerável de músicas e obras literárias originais na língua (inclusive alguns escritores, como William Auld, já foram indicados ao Nobel de Literatura por suas obras originais em esperanto), há pessoas que têm o esperanto como língua materna (na maioria dos casos, poliglotas) e a língua é usada em todos os continentes. O esperanto não veio de uma cultura específica, mas formou uma. Esperantistas falam em esperanto e sobre esperanto, usando termos, gírias, sarcasmos e uma série de expressões próprias do meio esperantista, alguns aspectos comuns de todos os esperantistas podem definir tal cultura. Além do desenvolvimento da cultura em torno da língua, é interessante notar que a causa esperantista parece atingir um grupo especial de indivíduos, tendo eles em comum o desejo de democracia e igualdade entre as nações. A constante entrada desses indivíduos no meio esperantista, faz com que sua cultura se desenvolva e se torne mais universalista a cada dia. Um excelente exemplo das particularidades da cultura esperantista são as expressões idiomáticas surgidas ao longo da evolução da língua, frutos diretos da comunicação internacional entre esperantistas.

Fonte: http://esperanto.org/us/USEJ/world/index.html

E N T R E V I S T A

[iuri roc]

Essa entrevista foi mais um papo de amigos de longa data, afinal é isso que somos. Como na maioria de nossas conversas sempre tem um aprendizado no final, nesta aprendi como deixar a procrastinação de lado e manter o foco naquilo que realmente importa. Iuri é master coach e você leitor, após ler a entrevista, deve parar para refletir sobre sua vida. Calma, não é nada de autoajuda, apenas uma pequena lição de aproveitar o tempo da melhor forma possível.

Gutox Wintermoon

P r i m e i r o P a r á g r a f o - E m n o s s o m u n d o m o d e r n o n o q u a l p o s s u í m o s d i v e r s o s m e i o s t e c n o l ó g i c o s p a r a t r a z e r c e r t a c o m o d i d a d e n o c o t i d i a n o , v o c ê a c r e d i t a q u e i s s o p o d e s e r u m d o s f a t o r e s q u e p o s s a i n f l u e n c i a r n a p r o c r a s t i n a ç ã o ?

Iuri Henrique - Sim, de fato sim. O avanço dos recursos tecnológicos ampliou demasiadamente os as opções para distrações. Naturalmente nós humanos somos movidos por duas razões universais, dor e prazer. Quando preferimos irracionalmente sempre seguiremos este caminho de aumentar o prazer ou nos afastarmos da dor. O que acontece exatamente quando procrastinamos? Evitamos uma dor momentânea em detrimento de um prazer, hoje traduzido pelo entretenimento avassalador das redes sociais, sites, filmes tão facilmente disponíveis.

PP- Você acredita que a procrastinação está estritamente ligada com algo que temos “obrigação” em fazer?

Iuri- · Procrastinação é o contrário da disciplina, e o que é disciplina? Disciplina é você dar uma ordem a si mesmo e ser capaz de cumpri-la. Isto mesmo, uma ordem ou uma tarefa para si mesmo, não é um compromisso com o outro é consigo. Necessariamente diz respeito à obrigação, a você não cumprir uma ordem que estabeleceu para si mesmo.

PP-· A procrastinação tende a fazer com que nós adiemos toda e qualquer coisa que estava planejada. Há riscos de algum tipo de algum prejuízo emocional ou até mesmo mental se a procrastinação for uma constante nas nossas vidas?

Na verdade, a procrastinação constante já é o sinal que algo não funciona bem. O prejuízo emocional já acontece preliminarmente quando tomo atitudes a curta prazo que nos beneficiam, mas que a longo prazo nos prejudicam.

As pessoas que não conseguem realizar aquilo que intentam automaticamente alimentam um ciclo vicioso de frustrações. Quando falamos sobre procrastinação atribuímos a decisões e reiteradamente qualquer escolha ruim para nossa vida acarretará em prejuízo emocional. Nós somos seres emocionais na essência e não há nada que fuja de trazer um impacto emocional.

PP-· Sabemos que cada pessoa é diferente e cada um possui o seu modo de fazer as coisas, a sua capacidade, o seu ritmo de trabalho. Como um procrastinador em potencial pode reconhecer seu ritmo e viver bem com isso?

Iuri- Procrastinação não está relacionado a ritmo ou capacidade de fazer algo, procrastinação está relacionada a escolhas. Qualquer pessoa é um potencial procrastinador, uma vez que segue a lei do menor esforço. Viver bem é ter a avaliação correta de que suas escolhas trarão um resultado satisfatórios a médio longo prazo. Exemplo muito comum em uma pergunta. O tempo que eu levo assistindo series me aproxima ou me afasta dos meus objetivos? Se seu objetivo for ser a pessoas que mais assistiu sérias no seu grupo está tudo certo, mas se o objetivo for prosperar na vida através do estudo, imagino que não seja a melhor escolha.

PP- Há algum tipo de técnica para que a procrastinação seja de algum modo deixado de lado e o foco esteja em algo útil e produtivo?

Iuri- Existem várias de foco, mas para parar de procrastinar qualquer pessoa precisa ter claro as perdas e ganhos no processo. Existe um método chamado pomodoro para estabelecer foco, você pode achar facilmente no youtube com técnica pomodoro.

PP-É bem normal os comentários de quando alguém está estudando qualquer coisa pode distrair e muda o foco da atenção. Por que encontramos outras coisas mais importantes a fazer do que a nossa tarefa?

Iuri- Uma vez sabendo que você precisa cumprir algo e sabendo que existem as distrações. Se verdadeiramente você quer concluir o que se propõe você precisará se livrar das distrações. Desligar alertas de celulares, janelas abertas de sites, televisão ou qualquer outra coisa que chame sua atenção. De fato, você será atraído por aquilo que te afasta da dor e te aproxima do prazer. Quer estudar? Durma bem, beba água, sente e estude. Qualquer coisa que passe disso são seus sabotadores mentais para te levar a zona de conforta e mais próximo da procrastinação.

PP- Para finalizar gostaria novamente de ter agradecer pelo nosso pequeno, porém muito produtivo papo (sinal que não somos procrastinadores). E esse espaço é todo seu, pode mandar beijo para a mãe e até mesmo algum conselho para nossos leitores.

Iuri- Às vezes somos fissurados por sermos certos e nos culpamos por sermos procrastinadores. A verdade verdadeira (enfatizando), é que todos nós somos procrastinadores e não precisamos nos culpar sobre isto. O que precisamos é ter a consciência das nossas decisões. A vida que eu levo hoje é congruente com o que eu quero para o meu futuro? Tudo que é muito rígido tem uma tendência a quebrar em forte pressão, seja mais flexível com você mesmo, mas não seja irresponsável com o seu futuro. Procrastine a procrastinação!

Acompanhem Iuri Roc nas redes sociais: Facebook: Iuri Roc Instagram: @iuriroc

THE BLACK PAGESH.P.

LOVECRAFT

O influente escritor de horror HP Lovecraft inspirou-se nos pesadelos que o assombraram ao longo de sua infância.

Howard Phillips Lovecraft é hoje considerado um dos pioneiros do gênero de terror contemporâneo e é considerado um dos mais influentes escritores de terror do século XX. As histórias de seu etéreo “Cthulhu Mythos”, incluindo “O Chamado de Cthulhu” e “A Sombra sobre Innsmouth”, inspiraram Stephen King e outros proeminentes escritores de terror contemporâneos, e também influenciaram a misteriosa imaginação de John Carpenter.

Durante sua vida, Lovecraft foi um autor desconhecido que publicou vários poemas e ensaios em revistas americanas de celulose. Ele freqüentemente se correspondia com grandes autores, incluindo Robert Bloch e Clark Ashton Smith, que lhe atribuíam um eloqüente consultor literário. Sua extensa obra literária foi descoberta e publicada postumamente depois que ele morreu em isolamento e pobreza aos 46 anos de idade.

Muitos dos temas literários recorrentes de Lovecraft foram inspirados pelos pesadelos que o assombravam em sua infância. Ele era frequentemente doente quando criança e tinha que passar longos períodos de cama devido a várias condições doentias. Durante esses períodos de doença, ele frequentemente experimentava terríveis pesadelos que o deixavam com medo do escuro. Ele acreditava que ele era continuamente atacado por “Night Gaunts”, criaturas parecidas com demônios sem rosto que entravam em seu quarto à noite e o aterrorizavam em seus sonhos. Pesquisadores contemporâneos acreditam que ele sofria de grave paralisia do sono, que é uma forma grave de parassonia. A paralisia do sono teria sido a causa provável de seus pesadelos mórbidos e extremamente vívidos.

Também explicaria o sentimento constante de imobilidade assustadora que ele experimentou durante os terrores noturnos. Lovecraft usou o conteúdo de seus pesadelos para escrever o poema “Night Gaunts”, e mais tarde usou as mesmas criaturas demoníacas para a novela chamada “The Dream-Quest of Unknown Kadath”. A novela introduziu os “Night Gaunts” como uma raça fictícia no reino das trevas de Cthulhu, onde eles eram associados a duas de suas antigas divindades fictícias.

Os estudiosos de Lovecraft consideram que o seu trabalho literário consistiu em três fases: a primeira fase inspirou-se nos trabalhos de Edgar Allan Poe, a segunda fase é conhecida como a “fase do Sonho” e na terceira fase criou todo o universo ficcional do Cthulhu Mythos

A “Fase do Sonho” foi inspirada em grande parte pelos escritos góticos de Lord Dunsany e apresenta uma série de obras que exploram o mundo sombrio dos pesadelos de Lovecraft, os medos ocultos e o distúrbio psicológico.

Durante a juventude, Lovecraft dedicou-se a escrever poesia, mergulhando na ficção de terror apenas a partir de 1917. Em 1917, publicou seu primeiro trabalho profissional: o conto Dagon, na revista Weird Tales. Lovecraft, junto de Clifford Martin Eddy, Jr., foi um ghostwriter da revista Weird Tales, inclusive escrevendo uma história para Harry Houdini, chamada "Sob as Pirâmides" ("Under the Pyramids", também conhecida como "Imprisoned with the Pharaohs"). Sua mãe nunca chegou a ver nenhum trabalho do filho publicado, tendo morrido em 1921 após complicações de uma cirurgia.

Lovecraft trabalhou como jornalista por um curto período, durante o qual conheceu Sonia Greene, com quem viria a casar. Ela era uma judia natural da Ucrânia, oito anos mais velha que ele, o que fez com que sua tias protestassem contra o casamento. O casal mudou-se para o Brooklyn, na cidade de Nova Iorque, cidade de que Lovecraft nunca gostou.[9] O casamento durou poucos anos e, após um divórcio amigável, Lovecraft regressou a Providence, onde moraria até morrer.

O período imediatamente após seu divórcio foi o mais prolífico de Lovecraft, no qual ele se correspondia com vários escritores estreantes de horror, ficção e aventura. Entre eles, seu mais ávido correspondente era Robert E. Howard, criador de Conan o Bárbaro. Algumas das suas mais extensas obras foram escritas nessa época, como Nas Montanhas da Loucura e O Caso de Charles Dexter Ward, seu único romance.

Seus últimos anos de vida foram bastante difíceis. Em 1932, sua amada tia Lillian Clark, com quem ele vivia, faleceu. Lovecraft mudou-se com Annie Gamwell, sua outra tia e companhia remanescente, para uma pequena casa alugada, que se situava atrás da biblioteca John Hay. Para sobreviver, considerando-se que seus próprios textos aumentavam em complexidade e número de palavras, dificultando as vendas,

Lovecraft apoiava-se como podia em revisões e ghost-writing de textos assinados por outros, inclusive poemas e não-ficção. Em 1936, a notícia do suicídio do seu amigo Robert E. Howard deixou-o profundamente entristecido e abalado. Nesse ano, a doença que o mataria (câncer no intestino) já avançara o bastante para que pouco se pudesse fazer contra ela. Pelos meses seguintes, Lovecraft aguentou dores cada vez mais crescentes, até que, a 10 de março de 1937, viu-se obrigado a internar-se no Hospital Memorial Jane Brown. Ali morreria cinco dias depois. Contava então 46 anos de idade.

Howard Phillips Lovecraft foi enterrado no dia 18 de março de 1937, no cemitério Swan Point, em Providence, no jazigo da família Phillips.[10] Seu túmulo é o mais visitado do local, mas passou décadas sem ser demarcado de forma exclusiva. No centenário do seu nascimento, fãs norte-americanos cotizaram-se para inaugurar uma lápide definitiva, que exibe a frase "Eu sou Providence", extraída de uma de suas cartas.

Lovecraft é um dos poucos autores cuja obra literária não tem meio-termo: volta-se única e exclusivamente para o horror, tendo como finalidade perturbar o leitor, depois de atraí-lo para a atmosfera, o ambiente, o clima daquilo que lê. Muitas vezes, ele parte de uma situação, à primeira vista, banal para, paulatinamente, revelar o horror por trás dela. Assim acontece no romance O Caso de Charles Dexter Ward, no qual a atmosfera de normalidade vai se desfazendo à medida que o autor vai revelando, aos poucos, o resultado da pesquisa que o citado Charles fizera tentando encontrar um seu antepassado que havia sido obscurecido propositadamente.

Além da atmosfera banal, outro ingrediente da fórmula lovecraftniana para seduzir o leitor é o uso da primeira pessoa: a maior parte de seus contos, como "O Chamado de Cthulhu", "Um Sussurro nas Trevas", "A Cor que Caiu do Céu", "Sombras Perdidas no Tempo" e "Nas Montanhas da Loucura", são narrados em primeira pessoa. Em algumas histórias, todos os acontecimentos são vividos pelo narrador, como em "Sombras Perdidas no Tempo". Em outras, o narrador convive com algumas personagens e toma parte dos fatos (em geral, a pior delas). As constantes referências nas histórias de Lovecraft a horrores, monstros e divindades ancestrais acabaram por gerar algo análogo a uma mitologia, popularmente conhecida como Cthulhu Mythos, expressão criada após a morte do autor pelo escritor August Derleth, um dos muitos escritores a basearem suas histórias na mitologia criada por Lovecraft. O Cthulhu Mythos contém vários panteões de seres extradimensionais que reinaram sobre a Terra há milhões de anos. Estes seres eram tão poderosos que eram ou podiam ser considerados deuses. Alguns deles, inclusive, teriam sido os responsáveis pela criação da raça humana e teriam uma intervenção direta em toda a história do universo. Lovecraft criou também um dos mais famosos e explorados artefatos das histórias de terror: o Necronomicon, um fictício livro de invocação de demônios escrito pelo também fictício Abdul Alhazred. Até hoje, é popular o mito da existência real deste livro, fomentado especialmente pela publicação de várias edições falsas do Necronomicon e por um texto, da autoria do próprio Lovecraft, explicando sua origem e percurso histórico.

Lovecraft também escreveu o ensaio "O Horror Sobrenatural na Literatura", ainda considerado o mais importante sobre o gênero, mesmo tendo se passado mais de setenta anos da sua publicação. O surgimento, posteriormente, de autores como Robert Bloch e Stephen King não alterou este fato.

Racismo é o ponto mais controverso da obra de Lovecraft, pois algumas passagens deixam transparecer suas ideias abertamente racistas. No conto Herbert West: Reanimator, por exemplo, há o seguinte trecho: "O negro foi nocauteado e um breve exame nos revelou que ele assim ficaria. Ele era uma coisa grotesca, parecida com um gorila, com braços anormalmente longos que eu não poderia evitar de chamar de patas dianteiras (...). O corpo deve ter parecido ainda pior em vida – mas o mundo contém muitas coisas feias."

Contos como O Horror em Red Hook e O Chamado de Cthulhu também contém elementos racistas e frases com esse tipo de conotação. Em uma carta endereçada a Lillian D. Clark em 1926 ele afirma que qualquer um que não tivesse "a pele clara dos nórdicos" era inferior. O autor não demonstrava apreço uniforme por todos os povos brancos, demonstrando mais estima por povos ingleses ou de descendência inglesa. Muitos pesquisadores consideram que o preconceito exibido por Lovecraft era mais culturalmente brutal do que biológico, pois ele mostrava simpatia a estrangeiros que adotavam a cultura anglo-saxônica, chegando ao ponto de se casar com uma mulher de origem judaica.

Lovecraft é um dos poucos autores cuja obra literária não tem meio-termo: volta-se única e exclusivamente para o horror, tendo como finalidade perturbar o leitor, depois de atraí-lo para a atmosfera, o ambiente, o clima daquilo que lê. Muitas vezes, ele parte de uma situação, à primeira vista, banal para, paulatinamente, revelar o horror por trás dela. Assim acontece no romance O Caso de Charles Dexter Ward, no qual a atmosfera de normalidade vai se desfazendo à medida que o autor vai revelando, aos poucos, o resultado da pesquisa que o citado Charles fizera tentando encontrar um seu antepassado que havia sido obscurecido propositadamente.

Além da atmosfera banal, outro ingrediente da fórmula lovecraftniana para seduzir o leitor é o uso da primeira pessoa: a maior parte de seus contos, como "O Chamado de Cthulhu", "Um Sussurro nas Trevas", "A Cor que Caiu do Céu", "Sombras Perdidas no Tempo" e "Nas Montanhas da Loucura", são narrados em primeira pessoa. Em algumas histórias, todos os acontecimentos são vividos pelo narrador, como em "Sombras Perdidas no Tempo". Em outras, o narrador convive com algumas personagens e toma parte dos fatos (em geral, a pior delas). As constantes referências nas histórias de Lovecraft a horrores, monstros e divindades ancestrais acabaram por gerar algo análogo a uma mitologia, popularmente conhecida como Cthulhu Mythos, expressão criada após a morte do autor pelo escritor August Derleth, um dos muitos escritores a basearem suas histórias na mitologia criada por Lovecraft. O Cthulhu Mythos contém vários panteões de seres extradimensionais que reinaram sobre a Terra há milhões de anos. Estes seres eram tão poderosos que eram ou podiam ser considerados deuses. Alguns deles, inclusive, teriam sido os responsáveis pela criação da raça humana e teriam uma intervenção direta em toda a história do universo. Lovecraft criou também um dos mais famosos e explorados artefatos das histórias de terror: o Necronomicon, um fictício livro de invocação de demônios escrito pelo também fictício Abdul Alhazred. Até hoje, é popular o mito da existência real deste livro, fomentado especialmente pela publicação de várias edições falsas do Necronomicon e por um texto, da autoria do próprio Lovecraft, explicando sua origem e percurso histórico.

Lovecraft também escreveu o ensaio "O Horror Sobrenatural na Literatura", ainda considerado o mais importante sobre o gênero, mesmo tendo se passado mais de setenta anos da sua publicação. O surgimento, posteriormente, de autores como Robert Bloch e Stephen King não alterou este fato.

Racismo é o ponto mais controverso da obra de Lovecraft, pois algumas passagens deixam transparecer suas ideias abertamente racistas. No conto Herbert West: Reanimator, por exemplo, há o seguinte trecho: "O negro foi nocauteado e um breve exame nos revelou que ele assim ficaria. Ele era uma coisa grotesca, parecida com um gorila, com braços anormalmente longos que eu não poderia evitar de chamar de patas dianteiras (...). O corpo deve ter parecido ainda pior em vida – mas o mundo contém muitas coisas feias."

Contos como O Horror em Red Hook e O Chamado de Cthulhu também contém elementos racistas e frases com esse tipo de conotação. Em uma carta endereçada a Lillian D. Clark em 1926 ele afirma que qualquer um que não tivesse "a pele clara dos nórdicos" era inferior. O autor não demonstrava apreço uniforme por todos os povos brancos, demonstrando mais estima por povos ingleses ou de descendência inglesa. Muitos pesquisadores consideram que o preconceito exibido por Lovecraft era mais culturalmente brutal do que biológico, pois ele mostrava simpatia a estrangeiros que adotavam a cultura anglo-saxônica, chegando ao ponto de se casar com uma mulher de origem judaica.

Para alguns autores, como China Miéville, o ódio de raça é um elemento central na obra de Lovecraft: suas criaturas monstruosas seriam representações de seus temores e fobias raciais. A opinião é diferente daquela do biógrafo de Lovecraft, S.T. Joshi, para quem o elemento racista não seria elementar aos contos do autor. Segundo ele, o preconceito seria uma característica das obras da juventude do americano, e que teria se atenuado ao longo de sua vida, principalmente a partir do momento em que ele se casou com Sonia Greene, que tinha ascendência judaica. De fato, seus escritos posteriores exibem um racismo que se atenuou para um elitismo/classismo que considerava superiores todos aqueles que se "enobreçam através da alta cultura". O racismo do autor foi um dos motivos que levou a premiação World Fantasy Award a modificar o design de seu trófeu, que até 2014 trazia um busto de Lovecraft. A mudança aconteceu após uma intensa campanha de autores do mundo todo, que chegaram a assinar uma petição sobre o caso.

COISAS QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE H.P. LOVECRAFT

Sua mãe e seu pai foram comprometidos separadamente com a mesma instituição mental

Winfield Scott Lovecraft estava comprometido com o Hospital Butler após ser diagnosticado com psicose quando HP Lovecraft tinha apenas três anos de idade. Ele morreu em 1898, quando a HP tinha oito anos. Até hoje, persistem rumores de que Winfield teve sífilis, mas nem HP nem sua mãe apresentaram sintomas. Sarah Susan Phillips Lovecraft foi posteriormente comprometida com Butler em 1919. Ela permaneceu em estreita correspondência com seu filho por dois anos, até que ela morreu de complicações após a cirurgia.

Ele queria ser um astrônomo profissional, mas nunca terminou o ensino médio

Como uma criança doentia, Lovecraft só frequentava a escola esporadicamente e era essencialmente autodidata. Ele foi atraído pela astronomia e química, e os escritos de autores góticos, como Edgar Allan Poe. Devido ao que ele chamou de um "colapso nervoso", Lovecraft nunca terminou o ensino médio e, em vez disso, apenas se envolveu informalmente em suas paixões.

Ele raramente saía em público durante o dia

Lovecraft só sairia de casa depois do pôr do sol, ficando acordado até tarde para estudar ciência e astronomia e ler e escrever. Ele dormia rotineiramente até tarde, desenvolvendo a aparência pálida e esquelética pela qual agora é conhecido. A mãe de Lovecraft supostamente o chamou de "grotesco" durante sua infância e o advertiu a se esconder dentro para que as pessoas não pudessem vê-lo. Em 1926, ele escreveu:

Eu sou essencialmente um recluso que terá muito pouco a ver com as pessoas onde quer que esteja. Eu acho que a maioria das pessoas só me deixa nervosa - que apenas por acidente, e em quantidades extremamente pequenas, eu provavelmente encontraria pessoas que não o fariam.

Ele era o melhor amigo de Harry Houdini

Em 1924, Lovecraft foi convidado pelo editor do Weird Tales para escrever uma coluna do mágico Harry Houdini. Depois de ouvir de Houdini sua história aparentemente verdadeira sobre ter sido seqüestrado por um guia turístico egípcio e encontrar a divindade que inspirou a Grande Esfinge de Gizé, Lovecraft concluiu que era um completo lixo - mas se contentou com um grande avanço e escreveu a história. "Under the Pyramids" foi publicado no final daquele ano, para o deleite de Houdini, que continuou procurando trabalho para Lovecraft até sua morte em 1926.

Ele escreveu cerca de 100.000 cartas em sua vida

Ele realmente não gostava de sexo

Após sua morte, Sonia Lovecraft disse a um estudioso de Lovecraft que ele era virgem quando se casaram em 1924, aos 34 anos. Antes de seu casamento, Lovecraft supostamente comprou vários livros sobre sexo e os estudou para se apresentar em sua noite de núpcias. Sonia depois disse que ela teve que iniciar toda a atividade sexual, dizendo:

"A própria menção da palavra sexo parecia perturbá-lo. Ele fez, no entanto, fazer a afirmação uma vez que se um homem não pode ser ou não é casado na maior altura do seu desejo sexual, que no seu caso, ele disse, aos 19 anos, ele se tornou um pouco depreciativo depois que ele passou trinta. Fiquei um pouco chocada, mas mantive minha paz."

Ele inspirou Batman, Black Sabbath, South Park e muito mais

O Livro dos Mortos, descoberto em uma cabana nos filmes de Evil Dead, de Sam Raimi, é baseado no Necronomicon de Lovecraft. Hoje você pode encontrar o Necronomicon em todas as boas livrarias, sem desencadear um apocalipse zumbi.

Fonte: https://www.thevintagenews.com/2017/03/09/theinfluential-horror-writer-h-p-lovecraft-drew-inspiration-from-thenightmares-that-haunted-him-throughout-his-childhood/

http://www.hplovecraft.com/life/biograph.aspx

https://www.theguardian.com/books/2014/aug/20/ten-thingsyou-should-know-about-hp-lovecraft:

O QUE A LUA TRAZ - H. P. LOVECRAFT

Detesto a lua — temo-a — pois ao brilhar sobre certos cenários familiares e amados, às vezes ela os torna estranhos e repulsivos. Foi no verão espectral quando a lua brilhou sobre o velho jardim onde eu vagava; o verão espectral de flores narcóticas e mares úmidos de folhagens que trazem sonhos extravagantes e multicoloridos. E enquanto caminhava pelo raso córrego cristalino, vi inusitadas ondulações salpicadas com uma luz amarelada, como se aquelas águas plácidas tivessem sido tragadas por correntes irresistíveis para estranhos oceanos que não integram este mundo. Silenciosas e faiscantes, brilhantes e ominosas, aquelas águas amaldiçoadas pela lua corriam não sei para onde; enquanto, das margens frondosas, alvas flores de lótus ruflavam uma a uma ao opiáceo vento noturno e caíam desesperadamente no córrego, carregadas horrivelmente aos rodopios sob a ponte arqueada entalhada, olhando para trás com a sinistra resignação de tranquilas faces

mortas. E enquanto corria ao longo da margem, esmagando flores adormecidas com pés descuidados e o tempo todo enlouquecido pelo medo das coisas desconhecidas e a sedução das faces mortas, vi que o jardim não tinha fim sob aquela lua; pois onde de dia ficavam os muros, agora se estendiam apenas novas paisagens de árvores e trilhas, flores e arbustos, ídolos de pedra e pagodes, e as curvas do córrego iluminado de amarelo passando por margens graminosas e sob grotescas pontes de mármore. E os lábios das faces mortas de lótus sussurravam tristemente, e convidavam-me a segui-las, e não interrompi meus passos até o córrego se transformar em um rio, e unir-se a marismas com canas envergadas e praias de areia cintilante, a costa de um vasto mar sem nome. Sobre aquele mar, a detestável lua brilhava, e sobre suas ondas mudas pairavam

perfumes. Quando vi ali as faces de lótus desaparecerem, ansiei por redes com as quais pudesse capturá-las e delas aprender os segredos que a lua trouxera sobre a noite. Mas quando a lua dirigiu-se ao oeste e a maré imóvel baixou da melancólica costa, vi naquela luz antigos pináculos que as ondas quase despiram, e colunas brancas vistosas com festões de algas verdes. E sabendo que para esse lugar naufragado todos os mortos tinham vindo, estremeci e não tornei a desejar falar com as faces de lótus. Mas quando vi ao longe no mar um condor negro descer do céu para buscar repouso em um vasto recife, teria de bom grado questionado-lhe, e perguntado-lhe daqueles a quem eu conhecera quando vivos. Isso eu lhe teria perguntado, não estivesse ele tão

distante; mas ele estava muito longe, e não se podia vê-lo nem parcialmente quando se aproximou daquele gigantesco recife. Então observei a maré vazar sob aquela lua naufragante, e vi cintilarem os pináculos, as torres e os tetos daquela cidade morta encharcada. E enquanto observava, minhas narinas tentavam captar o ranço dos mortos do mundo que sobrepujava todo perfume;

pois, verdadeiramente, nesse ponto esquecido e não localizado, toda a carne dos pátios eclesiásticos se acumulara para os túmidos vermes marinhos roerem e se fartarem. Sobre esses horrores, a lua maligna pendia agora bem baixa, mas os túmidos vermes do mar não precisam de lua alguma para se alimentar. Enquanto observava as ondulações que davam testemunho dos vermes se contorcendo abaixo, senti um novo arrepio vindo lá de longe aonde o condor se dirigira, como se o meu corpo tivesse captado um horror antes de os meus olhos o verem. Não tremera o meu corpo sem causa, pois, quando ergui os olhos, vi que as águas haviam chegado a um nível bem baixo, expondo bastante do vasto recife cuja borda vira

antes. E quando vi que esse recife era apenas a negra coroa de basalto de um chocante ícone cuja fronte monstruosa agora brilhava sob o tênue luar e cujos cascos hediondos deviam tocar o lodo infernal milhas abaixo, guinchei por vezes seguidas a fim de que a face oculta não se erguesse acima das águas, e os olhos ocultos não olhassem para mim após a retirada furtiva daquela maliciosa e traiçoeira lua amarelada. E para escapar dessa coisa inexorável, mergulhei alegre e sem hesitar nas águas rasas

onde, entre paredes herbosas e ruas submersas, gordos vermes do mar banqueteavamse sobre os mortos do mundo.

Fonte: http://igor-traducao.strikingly.com/blog/o-que-a-lua-traz-h-p-lovecraft

LÍNGUA MORTA

Uma língua extinta é uma língua que não tem mais falantes, especialmente se a língua não tem descendentes vivos .

Em contraste, uma língua morta é "aquela que não é mais a língua nativa de qualquer comunidade", mesmo se ainda estiver em uso, como o latim . Línguas que atualmente têm falantes nativos vivos são às vezes chamadas de línguas modernas para contrastá-las com idiomas mortos, especialmente em contextos educacionais. No período moderno , as línguas se extinguiram tipicamente como resultado do processo de assimilação cultural que levou à mudança de idioma e ao gradual abandono de uma língua nativa em favor de uma língua franca estrangeira , em grande parte a dos países europeus. Nos anos 2000, havia um total de aproximadamente 7.000 línguas nativas no mundo. A maioria destes são línguas menores em perigo de extinção; Uma estimativa publicada em 2004 previa que cerca de 90% dos idiomas atualmente falados se extinguirão até 2050

2004 previa que cerca de 90% dos idiomas atualmente falados se extinguirão até 2050. [7] Normalmente, a transição de uma língua falada para uma extinta ocorre quando uma língua sofre a morte da linguagem , sendo diretamente substituída por outra diferente. Por exemplo, muitos idiomas nativos americanos foram substituídos por inglês , francês , português , espanhol ou hola ndês como resultado da colonização . Em contraste com uma linguagem extinta, que não tem mais falantes, ou qualquer uso escrito, uma linguagem histórica pode permanecer em uso como língua literária ou litúrgica muito depois de deixar de ser falada nativamente. Essas linguagens às vezes também são chamadas de "línguas mortas", mas mais tipicamente como linguagens clássicas .

O exemplo ocidental mais proeminente de tal idioma é o latim , mas casos comparáveis são encontrados ao longo da história mundial devido à tendência universal de reter um estágio histórico de uma língua como linguagem litúrgica . Línguas históricas com descendentes vivos que sofreram mudanças significativas de linguagem podem ser consideradas "extintas", especialmente nos casos em que elas não deixaram um corpus de literatura ou liturgia que permaneceu em uso generalizado (veja o corpus ), como é o caso do inglês antigo. ou Alto alemão antigo em relação a seus descendentes contemporâneos, ingleses e alemães . Algum grau de mal-entendido pode resultar da designação de línguas como o inglês antigo e o alto alemão antigo como extinto, ou o latim morto, ignorando a evolução deles como língua. Isso é expresso no aparente paradoxo "o latim é uma língua morta, mas o latim nunca morreu". Uma linguagem como etrusca, por exemplo, pode-se dizer que ambos estão extintos e mortos: inscrições são mal compreendidas até mesmo pelos estudiosos mais experientes, e a linguagem deixou de ser usada em qualquer forma há muito tempo, de modo que não houve falantes, nativos ou não. nativo, por muitos séculos. Em contraste, o inglês antigo, o alto alemão antigo e o latim nunca cessaram de evoluir como línguas vivas, nem se extinguiram totalmente como os etruscos. Ao longo do tempo, o latim passou por mudanças comuns e divergentes na fonologia, morfologia, sintaxe e léxico e continua até hoje como a língua nativa de centenas de milhões de pessoas, renomeadas como línguas e dialetos diferentes (francês, italiano, espanhol, corso , asturiano , ladino)., etc.). Da mesma forma, o inglês antigo e o alto alemão nunca morreram, mas se desenvolveram em várias formas de inglês moderno e alemão. No que diz respeito à linguagem escrita, as habilidades de leitura e escrita etruscas são quase inexistentes, mas pessoas treinadas podem entender e escrever inglês antigo, alto alemão antigo e latim.

O latim difere das contrapartes germânicas em que uma aproximação de sua forma antiga ainda é empregada em certa medida liturgicamente. Esta última observação ilustra que, para o latim, o inglês antigo ou o alto alemão antigo ser descrito com precisão como morto ou extinto, a linguagem em questão deve ser conceituada como congelada no tempo em um estado particular de sua história. Isso é conseguido com a periodização do inglês e do alemão como Old; para o latim, o adjetivo mais esclarecedor é o Clássico,registrar . As línguas menores estão ameaçadas principalmente devido à globalização e desenvolvimento econômico e cultural . Com a crescente integração econômica em escala nacional e regional, as pessoas acham mais fácil comunicar e conduzir negócios nas principais línguas francas do comércio mundial: inglês , chinês , espanhol e francês . Em seu estudo de mudança de linguagem induzida por contato, os linguistas americanos Sarah Gray Thomason e Terrence Kaufman (1991) afirmaram que em situações de pressão cultural (onde populações são forçadas a falar uma língua dominante), três resultados linguísticos podem ocorrer: primeiro - e mais comumente - uma população subordinada pode mudar abruptamente para a língua dominante, deixando a língua nativa para uma morte linguística repentina. Em segundo lugar, o processo mais gradual de morte da linguagem pode ocorrer ao longo de várias gerações. O terceiro e mais raro resultado é que o grupo pressionado mantenha o máximo possível de sua língua nativa, enquanto empresta elementos da gramática da língua dominante (substituindo todas ou partes da gramática da língua original). Instituições como o sistema educacional, bem como formas (geralmente globais) de mídia, como a Internet, a televisão e a mídia impressa, desempenham um papel significativo no processo de perda da linguagem. Por exemplo, quando as pessoas migram para um novo país, seus filhos frequentam a escola no país, e as escolas tendem a ensiná-las na maioria dos idiomas do país, em vez da língua materna dos pais.

O revival da linguagem é a tentativa de reintroduzir uma linguagem recentemente extinta no uso diário por uma nova geração de falantes nativos. O neologismo otimista " línguas da Bela Adormecida " tem sido usado para expressar essa esperança.

O hebraico é um exemplo de uma linguagem litúrgica que foi revivida com sucesso para o uso diário. O renascimento do hebraico foi amplamente bem-sucedido devido a condições extraordinariamente favoráveis, notavelmente a criação de um estado-nação no qual se tornou a língua oficial, bem como a extrema dedicação de Eliezer Ben-Yehuda ao renascimento da língua, criando novas palavras para os termos modernos que o hebraico faltava. Tentativas de renascimento de línguas menores, sem status de linguagem litúrgica, geralmente têm resultados mais modestos. O renascimento da língua da Cornualhaé um exemplo de um grande avivamento bem-sucedido da linguagem: depois de um século de esforços, há 3.500 falantes nativos reivindicados; o suficiente para a UNESCO mudar sua classificação de "extinta" para "criticamente ameaçada".

POR QUE APRENDER UMA LÍNGUA MORTA?

Eis as vantagens práticas que advêm do estudo das línguas mortas de acordo com The Guardian. As pessoas hoje não estudam mais o latim, mas isso, de acordo com a jornalista e professora Josephine Livingstone, não é uma tragédia como alguns podem pensar. "A pedagogia de uma sociedade precisa mudar", escreve em seu artigo, publicado em The Guardian, mas há razões práticas para estudar as línguas mortas que vão além da mera nostalgia dos idos belos tempos. A primeira razão consiste, de acordo com a jornalista, no fato que o estudo de uma língua morta pode facilitar o aprendizado de uma segunda, terceira, ou até uma quarta língua. Se imaginamos os mapas linguísticos como árvores genealógicas, veremos que línguas aparentemente distantes, como por exemplo o indo-iraniano e o baltoeslavo, descendem na verdade de uma língua-mãe comum perdida, neste caso o proto-indoeuropeu. Aprender a “língua-mãe” facilita o aprendizado de ambas as “línguas filhas”, contidas nelas: o exemplo se aplica com sucesso ao latim, do qual derivam o italiano, o francês e o espanho, mas mais dificilmente ao grego antigo que não teve uma prole abundante. A segunda razão é que as línguas na qual foram escritas as nossas obras preferidas nunca se extinguirão realmente. O inglês antigo ficará conosco até quando apreciarmos Beowulf", diz Livingstone, explicando que “o aprendizado de uma língua da Idade Média – o inglês antigo ou médio, o norueguês antigo, o provençal ou o francês antigo – se liga a um corpo de literatura que é ao mesmo tempo intensamente familiar e deliciosamente estranho".

Enfim, o estudo dos clássicos é indissoluvelmente ligado à diferença entre classes sociais. Latim e grego antigo foram tradicionalmente prerrogativas das escolas particulares inglesas e da classe dirigente. "Podemos ver o mundo romano e grego nos programas de TV sobre História e em filmes de sucesso, mas também ler as palavras latinas e gregas gravadas nas paredes dos edifícios do poder", e isto segundo Livingstone, contribui para a associação das línguas mortas aos membros da elite dominante. Como entender de que parte ficar então no debate pela reforma da educação? A autora sugere voltar a reler as estórias com as quais vocês cresceram, amando-as sem sequer perceber isso; vocês ficarão surpresos do quanto é fácil entrar na conversa com os termos do passado europeu. Um último conselho: Parem de ver Game of Thrones. Beowulf é bem melhor e mostra menos cenas de estupros. Façam isso para o bem de suas competências lingüísticas, pela ligação com o passado, mas sobretudo, porque a literatura é bela." Texto de Anna Ditta Tradução: Aldo Fabrício Michielin

Fonte: https://www.facebook.com/NuovaPatria/posts/por-queaprender-uma-l%C3%ADngua-mortaeis-as-vantagenspr%C3%A1ticas-que-adv%C3%AAm-do-estudod/726555087359520/

ENTREVISTA

[YUEH FERNANDES]

Nas minhas andanças pelas redes sociais, encontrei uma escritora que diz também ser uma assombração. Claro, fiquei curioso. Quem não ficaria, não é? Nunca conversei com uma assombração e esta foi a primeira vez. O que me assustou de fato, foi o talento que está exposto nas linhas de sua escrita que é deveras boa e intimista. Para não dizer que estou mentindo, registrei todo o papo com essa talentosa assombração! Apreciem!

Gutox Wintermoon

Primeiro Parágrafo: Olá Yueh, tudo bem contigo? Desde já agradeço por nos ceder essa entrevista. Gostaria de saber como foi que descobriu a literatura e o que te levou a se tornar uma escritora?

Yueh Fernandes: Estou ótima amore, eu que agradeço pelo espaço! É uma honra poder falar um pouco sobre o que eu faço para as pessoas que ainda não me conhecem, introduzi-las no meu mundo... bom, quanto à pergunta, eu comecei a escrever quando tinha 9 anos, eu brincava de faz-de-conta no quintal de casa e no colégio, e quando ia descansar, anotava minhas aventuras no meu diário, em cadernos, em folhas de papel A4... sempre acompanhadas de ilustrações porque eu adorava desenhar também. Minha mãe achava que eu era maluca, meus colegas de classe riam de mim, porque eu tinha esse meu jeito e falava numa “língua” que as pessoas não entendiam, e era mal interpretada por causa do meu jeito meio “avoado” e as loucuras que eu falava... escrevia movida por um sentimento de insatisfação muito grande com a minha realidade. Hoje, escrevo para lidar com as minhas dores e meus traumas, é uma espécie de exorcismo onde dou à luz lindos monstros.

PP: Além de escritora e jornalista, você se arrisca em algum outro tipo de arte?

Yueh: Como eu disse ali em cima, eu gostava muito de desenhar, desenhei pra caramba até os meus 20 anos, mais ou menos. Só que aí eu simplesmente perdi o tato e a paciência (risos), mas eu ainda arrisco alguns rabiscos, você encontra algumas coisas avulsas nos meus perfis da internet se você fuçar bem. Gosto muito de cantar também, apesar de a minha voz ser desagradável, e adoraria dirigir um filme!

PP: Os contos “Girls’ Night Out” e “Drugstore 9” foram inspirados na floresta amazônica enquanto você morava no Amapá. Como residente em Minas Gerais, há algum elemento em sua escrita que também remeta ao estado?

Yueh: Os contos do que eu chamei de Ciclo do Sonho, eles todos foram inspirados pela atmosfera de suspense e mistério da floresta de eucaliptos que cercava a vila onde passei a maior parte da minha infância, no coração da Amazônia. Hoje moro em Belo Horizonte, e em homenagem a esta cidade que me acolheu, eu criei Nova Estrasburgo, que é uma cidade boêmia fictícia na qual o primeiro livro de Nictofilia, “Asas Escuras”, é ambientado. Foi minha declaração de amor à noite belorizontina que me inspirou histórias de amor e loucura, à minha maneira.

PP: Estes contos fazem parte de uma séria chamada “Ciclo do Sonho”, ambos possuem certa dose de terror e mistério. O que te levou a se enveredar por estes temas?

Yueh: Olha, eu comecei escrevendo fantasia com uma pitada de humor, lá no início da minha adolescência. Eu comecei escrevendo sobre magia, sobre romance, viagens ao espaço, viagens no tempo, robôs com sentimentos, sempre traduzindo as coisas que aconteciam ao meu redor, para a linguagem da literatura. É mais ou menos o que acontece com a personagem da Emily Browning em Sucker Punch, entende? Bom, de 2016 pra cá eu passei por muita coisa pesada, acabei colecionando uma série de traumas com os quais tenho de lidar diariamente agora, não teve como evitar que isso afetasse o meu trabalho, porque afetou o modo como eu via o mundo. Eu escrevo horror e suspense hoje porque estou traduzindo meus sentimentos e sensações para a linguagem literária.

PP: Sabemos que viver de literatura no Brasil é um tanto dificultoso a não ser que você seja um Best- Seller de uma grande editora. Como você lida com as dificuldades de ser uma escritora independente?

Yueh: Eu sofro um bocado e choro bastante, quem não quer ter o trabalho reconhecido, né? Eu me sinto solitária e desamparada às vezes, sinto que ninguém me escuta porque não entende a mensagem que eu quero passar. Constantemente acabo pensando que não sou tão boa quanto pensava, que não sou capaz, mas então eu recebo alguma mensagem nas redes sociais me pedindo pra continuar porque eu fiz toda a diferença, para aquela pessoa, e eu penso que, bem, eu comecei com isso lá atrás não foi pra ser “aclamada”, foi pra me divertir, foi por aquela sensação de dever cumprido quando eu coloco o ponto final em uma obra. Foi por mim e pra mim, antes de tudo. Eu só comecei a abrir pro mundo muito recentemente, então paciência.

PP: O wattpad é uma plataforma que pode até servir de “vitrine” para quem deseja publicar algo e ser lido. Você vê alguma vantagem em publicar nesta plataforma?

Yueh: Pra te falar a verdade eu só publico por lá porque ele me oferece uma estrutura de livro online, e fica tudo organizadinho e bonitinho, porque, fora isso... aquele não é meu público. As pessoas estão lá pelas fanfics de idols coreanos e não por histórias originais.

PP: Você está criando uma espécie de universo literário chamado “Nictofilia”, sendo que uma das partes “Asas Noturnas” já foi publicada. Como está o processo da segunda parte? Está preparando alguma surpresa para seus leitores?

Yueh: Nesse momento estou na metade do penúltimo capítulo de “Pássaros Noturnos”, e já planejando a sequência (que também vai ser uma prequel), “Aves de Rapina”. A história tomou um rumo completamente diferente do que eu havia planejado quando comecei a escrever sobre a ceifeira Lorna Helgardh e o que aconteceu com ela quando ela resgatou um corvo. Acho que o desfecho e o transcorrer de tudo vai ser uma grande surpresa, no geral, porque acredito que as pessoas que não compraram o livro por conhecerem o meu trabalho prévio com o "Ciclo do Sonho", compraram porque o triângulo amoroso vendeu a história, mas essa acabou sendo só a pontinha do iceberg pra algo... inimaginável. Acho que tem plots twists demais nos 3 últimos capítulos e as pessoas não vão conseguir parar pra respirar. Realmente, ficou uma loucura.

Yueh: Esse negócio de assombração começou porque eu, realmente, sou um pouco assustadora. Eu sou pálida, alta e larga, tenho 1,90 de altura, as pessoas se assustam quando me veem andando na rua, dá pra ver no rosto delas que, elas não sabem se estão vendo uma coisa muito horrível ou muito bela, elas não sabem dizer o que estão vendo porque é... estranho, é diferente. E não é só a minha aparência que causa assombro, eu escrevo também, né? Uma história também é uma assombração, uma assombração não é só uma coisa que causa espanto, ela é também uma ideia, ela é algo que contamina, impregna o inconsciente de certa forma, te faz pensar e ficar ruminando aquilo... acredito que a literatura tem esse papel na vida das pessoas.

PP: Além de “Nictofilia” você possui algum outro projeto?

Yueh: Alguns em fase de desenvolvimento e outros parados... acho que já posso deixar aqui o aviso para que as pessoas fiquem no aguardo pelo meu lado mais cyberpunk depois que "Nictofilia" e o "Ciclo do Sonho" encerrarem esse ano. Tenho também um projeto com uma amiga que não sabemos ainda se vai ser uma HQ ou um livro infantil. Vai ser fofo.

PP: Novamente gostaria de te agradecer por esse papo e também desejar sucesso na sua carreira tanto de escritora quanto jornalista.

Yueh: Essa é a primeira vez que estou dando uma entrevista para falar sobre o meu trabalho como escritora, então acho que vai ficar marcado, entrar para a história, para quando eu desaparecer de maneira misteriosa, daqui há 10 anos, e as pessoas pegarem essa entrevista, e tentarem desvendar alguma mensagem oculta que eu possa ter deixado para leitores e curiosos. Espero que esse espaço que você me cedeu sirva como uma porta de entrada para que futuros Contempladores adentrem O Sonho. Mas que contemplem em silêncio, com certo distanciamento, e muita cautela... o Demiurgo não é lá muito fã de bisbilhoteiros.

Acompanhem Yueh Fernandes nas redes sociais: Instagram: @yuehfernandes Twitter: @yuehfernandes Facebook: @girlgeist

O DOM DA AMIZADE

Venerados por leitores do mundo inteiro, os dois maiores escritores de fantasia do século XX, J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis, venderam juntos mais de 250 milhões de exemplares de suas sagas O Senhor dos Anéis e As crônicas de Nárnia. Porém, poucas pessoas sabem que Tolkien e Lewis, muito diferentes tanto no temperamento quanto no estilo de escrita, tiveram, ao longo de quase 40 anos, uma relação conturbada, marcada por afinidades, ressentimentos e influências mútuas. Sem o encorajamento de Lewis, Tolkien jamais teria escrito O Senhor dos Anéis; por outro lado, toda a ficção de Lewis é profundamente marcada pelas ideias de Tolkien. O dom da amizade, o professor e jornalista inglês Colin Duriez conta a verdadeira história dessa relação de amor e ódio.

O PEREGRINO

O Peregrino é uma narrativa cheia de emoção e suspense. Bunyan relata a viagem de Cristão, um peregrino espiritualmente abatido que viaja rumo à Cidade Celestial. No decorrer da aventura, ele se encontra com personagens de carne e osso, mas que possuem nomes alegóricos, tais como Evangelista, Adulação, Malícia, Apoliom e Vigil ância. Passa por lugares sombrios e medonhos, como o Desfiladeiro do Desespero, o Pântano da Desconfiança, a Feira das Vaidades e o Rio da Morte. Surge em cada encruzilhada um novo desafio que ameaça sua chegada ao destino final. O enredo mescla-se à interpretação simbólica, e o resultado é uma incrível experiência literária e espiritual. O Peregrino é a maior obra de ficção na história do cristianismo. Para milhões de leitores, a história de Cristão serve como supremo modelo de perseverança. (mundo cristão)

3 PALAVRINHAS SÓ

Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós. (2 Coríntios 4.7)

Um dos temas predominantes nas cartas aos coríntios se refere ao poder através da fraqueza; há oito expressões diferentes sobre esse tema nas duas cartas. A sede de poder tem sido uma característica da história humana desde que foi oferecida a Adão e Eva a possibilidade de receber poder em troca da desobediência a Deus. Até hoje, por trás da busca por dinheiro, fama e influência, está o anseio pelo poder. A busca pelo poder está presente na política e na vida pública, nos grandes negócios e na indústria, nas diferentes profissões e na mídia, e até mesmo na igreja e nas organizações para-eclesiásticas. O poder é mais tóxico que o álcool e vicia mais que as drogas. Foi Lord Acton, político britânico do século 19, que compôs a epigrama: “O poder corrompe; o poder absoluto corrompe absolutamente”. Ele foi um católico que em 1870 se opôs veementemente à decisão do Concílio Vaticano I de atribuir infalibilidade ao papa, pois percebeu que com essa decisão a igreja seria corrompida pelo poder.

A Bíblia contém claras advertências sobre uso e abuso de poder. Paulo insistiu no tema do poder através da fraqueza, do poder divino através da fraqueza humana. Nos capítulos iniciais de 1 Coríntios, ele apresenta três exemplos admiráveis desse mesmo princípio. Nós encontramos esse princípio primeiramente no próprio evangelho, pois a fraqueza da cruz é o poder salvador de Deus (1Co 1.17-25). Em segundo lugar, o poder através da fraqueza é visto nos coríntios convertidos, pois Deus escolheu pessoas fracas para envergonhar as fortes (1Co 1.26-31). Terceiro, o poder através da fraqueza pode ser visto na vida de Paulo, o evangelista, uma vez que ele tinha ido a Corinto “com fraqueza, temor e com muito tremor”, mas também com “demonstração do poder do Espírito” (1Co 2.1-5).

Assim, as boas novas, os convertidos e o pregador (ou o evangelho, os evangelizados e o evangelista) exibiram o mesmo princípio de que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza humana, pois Deus escolheu um instrumento fraco (Paulo) para levar uma mensagem fraca (a cruz) a um povo fraco (os socialmente desprezados). Mas, através dessa tripla fraqueza, o poder de Deus foi — e ainda é — revelado. John Stott

FONTE: ULTIMATOONLINE

LITERA BR

RAPHAEL DRACCON

Raphael Draccon é romancista best-seller e roteirista premiado pela American Screenwriter Association. Foi considerado pela Revista “Isto É” como um dos dez escritores mais influentes do mercado brasileiro. Com sua principal trilogia de fantasia “Dragões de Éter” chegou ao primeiro lugar no Brasil, quarto lugar no México e também foi publicado em Portugal. Com a marca de 500 mil exemplares vendidos, teve seu trabalho citado por Walcyr Carrasco na novela Amor à Vida e seu nome por Paulo Coelho em Frankfurt como um dos autores que move o mercado nacional. Também foi script doctor para a O2 Filmes no projeto de Fernando Meirelles com a Universal Pictures e Focus Features. Em 2015 entrou para o time de roteiristas da Rede Globo de Televisão, participando de Supermax e projetos da Globo Filmes. Atualmente vive em Los Angeles após receber um Green Card como “Aliens of Extraordinary Abilities”, onde trabalha para TV e cinema com empresas como Sony Latin America.

ANDRÉ VIANCO

André Vianco nasceu em São Paulo, em 1976, e cresceu na cidade de Osasco. Publicou seu primeiro livro em 1999, e desde então tem construído uma sólida carreira como escritor, roteirista, e diretor de cinema e de televisão brasileiro. Especializado em literatura fantástica, de terror, sobrenatural, e vampiresca, alcançou a fama com o romance Os Sete. Penumbra é seu primeiro romance publicado pela LeYa, que será responsável pela reedição de alguns dos seus maiores sucessos.

RESENHA

"O RETRATO DE DORIAN GRAY" (OSCAR WILDE)

Jannyffer Almeida*

Em qual nível está a nossa alma? Essa obra é um clássico da literatura inglesa e também mundial. É um romance filosófico que mostra como a sociedade inglesa da Era Vitoriana foi luxuosa, egoísta, superficial e hipócrita. A partir da vida de três personagens: Dorian Gray, um jovem delicado como um narciso, meigo, ingênuo, muito bonito, inconsciente de todo o seu poder de persuasão e objeto de adoração para o pintor Basil Hallward, que é um artista profundamente moral. Por outro lado, há o Lorde Henry Wotton, um aristocrata hedonista, que vê prazer na vida libertina. O puro e rico Dorian Gray, chama a atenção de Basil por ter um caráter impecável, além de possuir uma beleza jamais vista nesse mundo. Dorian inspira Basil Hallward e ele inicia uma pintura, retratando em um quadro o perfeito rapaz. O pintor recebe a visita de seu amigo Lorde Henry e Basil relata sobre Dorian, enchendo-o de elogios. Henry, por sua vez, fica curioso e decide esperar a chegada desse jovem tão bem falado.

Dorian chega para posar para a última parte da pintura e Henry o observa, impressionado com tamanha beleza. Enquanto o jovem posa, Henry começa uma conversa com ele, e a corrupção em seu interior inicia-se. Após o término da obra, Dorian contempla a sua beleza retratada e deseja ser para sempre belo e jovem. E a partir desse dia, ele e o quadro compartilharam a mesma alma: enquanto os anos passavam e a cada pecado cometido, a pintura envelhecia, porém Dorian permanecia como o mais belo de todos. “Sua busca pela perfeição ironicamente espelha a corrupção lenta dentro de sua própria pessoa.”

O jovem que outrora fora modelo de comportamento, recebendo apoio de Lorde Henry, aproveita-se da eterna beleza para fazer todas as maldades que deseja. As consequências são terríveis e inimagináveis. Basil tenta convencê-lo a ser novamente um bom homem, mas Henry o incentiva a continuar assim; aqui percebemos a dualidade, o bem e o mal, e a crítica a superficialidade da Era Vitoriana, onde a aparência era mais importante que sua essência.

Dorian finalmente chega ao padrão mais baixo, comete um assassinato, e um ambiente de terror toma conta do livro. Sobrenaturais e sádicos acontecimentos vêm à tona. Por meio do personagem Henry, o autor expressa suas opiniões, e ouso dizer que essa obra tem as melhores reflexões filosóficas que eu já li em um romance. Oscar Wilde nos leva a ponderar: em qual nível está nossa alma? Essa obra certamente te levará a duvidar e a refletir sobre o que realmente somos quando algum poder exclusivo nos é dado. Quão horrível o nosso interior pode ser?

“Boa influência é coisa que não existe. Toda influência é imoral… imoral do ponto de vista científico. Influenciar uma pessoa é emprestar-lhe a nossa alma.” – Oscar Wilde em O retrato de Dorian Gray.

*Jannyffer Almeida é formada em letras pela UFT (Universidade Federal do Tocantins, professora, revistosa e resenhista

CARTAS PARANINGUÉM

THEODOR MAUSS*

Oi, tudo bem?

Obrigado por me responder, desta vez não demorei tanto quanto da ultima vez, eis um ponto positivo, né? Sobre o que você me relatou na carta, eu sinceramente entendo como se sente. Até pode parecer que eu esteja falando somente pra parecer alguém solidário, mas muito pelo contrário, de fato entendo, infelizmente. rsrs. Mas é muito bom se sentir útil. Pois não fomos feitos para viver na inércia, e nossa vida deve ser para servir o outro. Você não me falou de fato qual o motivo, mas independente de qual seja, saiba que tua existência aqui nesta terra não é à toa, cada um de nós temos um propósito, basta parar um pouco, respirar e analisar que tipo de vida você está vivendo e qual tipo de vida você deseja viver. Claro, não é tão fácil assim, pois temos muitos desejos, só que o importante é manter o foco! Entendeu?! Saia um pouco de casa, visite um amigo que há tempos não vê, vá a um parque, se exercite, estude, leia um livro, passeie de balão, no mais, sorria. Não veja a vida somente pelo lado negativo, enxergue tua existência como algo importante, você pode mudar a história de alguém, pode influenciar positivamente nas vidas dos outros, mas tem que mudar de mente, começando assim já é o primeiro passo. Espere, creia e tudo vai se encaixar da melhor forma.

Não sei se você acredita em Deus, mas tem um salmo que fala que Ele é o pastor e nada faltará, se apegue nisso. Você é maior que esse sentimento, acredite não será a ultima vez que se sentirá assim, mas quando vier novamente, lembre-se que você é importante. E não esqueça, se ame!

Abraço, do seu amigo Theodor.

*Theodor Mauss é um escritor alemão apaixonado pelo Brasil

O Elixir do Prazer

Agostinho de Hipona

Que é, pois, o que se opera na alma, quando se deleita mais com as coisas encontradas ou reavidas que estima, do que se as possuísse sempre? Há, na verdade, muitos outros exemplos que o afirmam. Abundam os testemunhos que nos gritam: -«É assim mesmo!». Triunfa o general vitorioso. Mas não teria alcançado a vitória se não tivesse pelejado e quanto mais grave foi o perigo no combate, tanto maior é o gozo no triunfo. A tempestade arremessa os marinheiros, ameaçando-os com o naufrágio: todos empalidecem com a morte iminente. Mas tranquilizam-se o céu e o mar, e todos exultam muito, porque muito temeram. Está doente um amigo e o seu pulso acusa perigo. Todos os que o desejam ver curado sentem-se simultaneamente doentes na alma. Melhora. Ainda não recuperou as forças antigas e já reina tal júbilo qual não existia antes, quando se achava são e forte. Até os próprios prazeres da vida humana não se apossam do coração do homem só por desgraças inesperadas e fortuitas, mas por moléstias previstas e voluntariamente procuradas. Não há prazer nenhum no comer e beber, se o incomodo da fome e da sede o não precede. Por isso, os ébrios costumam tomar certos alimentos salgados, para que se lhes torne molesta a sede ardente que se há-de transformar em prazer, quando acalmada pela bebida. Está estabelecido que não se entregam imediatamente aos maridos as esposas prometidas, para que o esposo, no caso de nunca haver suspirado pela esposa, não a venha a ter como coisa desprezível.

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O QUANTO MAIS SE AFASTAVA DO MUNDO AO REDOR, MAIS EXUBERANTES TORNAVAM-SE OS SONHOS;

H.P. LOVECRAT

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