Introdução ------------------------------------------------------------------ 2
Áreas de destaque do Povo Português --------------------------- 3-8 Gastronomia ------------------------------------------------------- 3 Música ------------------------------------------------------------- 3-4 Dança --------------------------------------------------------------- 4-6 Literatura ------------------------------------------------------------ 7 Desporto ------------------------------------------------------------- 7 Mitos e Crenças ---------------------------------------------------- 8 Ser Português, um povo de prestígio ---------------------------- 9-10
Ser Português, uma identidade coletiva ---------------------- 10-12 Conclusão ----------------------------------------------------------------- 12 Bibliografia/Webgrafia ------------------------------------------------ 13
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Este dossiê temático tem como tema “Ser Português”. Desde sempre que o nome do nosso país esteve nas bocas do mundo. A nossa riqueza é aquilo que nos caracteriza, sendo por isso um motivo de orgulho pertencer ao “peito ilustre lusitano”. Em 1143 nasce um país pronto para conhecer e conquistar o mundo, pronto para produzir escritores e cozinheiros, futebolistas e cientistas. Assentámos arraiais num “cantinho à beira mar
plantado”, dotado de uma riqueza natural reconhecida em qualquer canto do mundo, indo desde as praias do nosso Algarve ao cume do Pico. Ser português implica conhecer o nosso país e aquilo que nos tornou famosos. É neste ponto que assenta o Português do 11º ano onde são abordados alguns dos autores que deram projeção a Portugal. Ao longo deste dossiê serão abordadas diversas áreas onde nos destacamos, bem como
as
personalidades
que
marcam
e
marcaram a nossa história literária, referindo o nosso poder enquanto povo e a essência do sentido que é causado em nós
quando
dizemos:
“Eu
sou
português!”.
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“Heróis do mar, nobre povo Nação valente e imoral Levantai hoje de novo O esplendor de Portugal Entre as brumas da memória Ó Pátria, sente-se a voz Dos teus egrégios avós Que há de guiar-te à vitória Às armas, às armas Sobre a terra, sobre o mar Às armas, às armas Pela Pátria lutar Contra os canhões marchar, marchar!” Fig.1 – “A Portuguesa”
Ser português implica possuir determinadas características, determinados comportamentos e realizar ações que nos individualizam como nação e remetem para um passado ou um presente distintos de todos os outros povos do mundo.
Assim, se pensarmos na gastronomia, podemos encontrar alimentos, receitas, pratos
que são tipicamente portugueses, por exemplo: cozido à portuguesa, tripas à moda do Porto, sardinha assada, carapaus de escabeche, feijoada à transmontana, bacalhau com todos (ou em mil e muitas mais maneiras), cadeirada, cataplana de peixe, francesinha de Matosinhos,
dobrada com feijão branco, caldo verde, os pastéis de nata ou de Belém, os doces conventuais, o vinho (do Douro, do Ribatejo, do Alentejo)… enfim, uma lista enorme e sem fim.
Um povo também se mostra pelo que come, portanto a nossa gastronomia exprime bem o que somos: a variedade,
muitas
influências
(peninsulares, africanas, asiáticas, …), um povo com muitas diferenças, mas unido no gosto pelo que é bom (comida, neste caso).
Se pensarmos na música, encontramos igualmente exemplos que revelam aspetos específicos da nossa identidade. A música é aliás uma das formas de arte em que vemos o que o ser humano tem de melhor. Assim, destacamos o cante alentejano e o fado. Ambos foram reconhecidos como património mundial da humanidade, o fado em 2011 e o cante em 2014. Sobre o fado pode-se dizer que “Um xaile, uma guitarra portuguesa, uma voz e muito sentimento.” são as principais características deste género musical que é “um símbolo reconhecido de Portugal”. 4
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Não faz o nosso tipo de música preferido, mas conseguimos perceber que é algo de valor porque é só nosso, especial e particular do povo português, e as letras exprimem
muita da nossa sensibilidade. Não há certezas sobre as origens do fado, há quem aponte os Descobrimentos, outros referem as mornas cabo-verdianas, contudo, a riqueza do fado é reconhecida por todos. Quanto ao cante alentejano, não se pode dizer que seja exatamente um género musical, pois não tem um único instrumento, mas é isso exatamente que o torna talvez especial, e também ser cantado só por homens. É típico do Baixo Alentejo e está ligado às duras condições de vida do povo alentejano no trabalho da lavoura. É cantado por vários grupos corais atualmente, mas há quem coloque a sua origem em épocas muito remotas, talvez pré-gregas e pré-romanas. Segundo outros estudiosos, o Cante Alentejano terá tido a sua génese em Serpa, nos finais do século XV, na transição do Milénio Vocal para o Renascimento: um grupo de frades deslocados do Convento de S. Paulo, na Serra de Ossa, para Serpa, terá estado na sua origem. Outros ainda apontam para as heranças da tradição árabe no sul
do
país.
fascismo, símbolo
Durante
o
tornou-se
o
do
povo
alentejano oprimido mas em luta. https://youtu.be/ZjHPh0c3c0E
Na dança, salientamos o folclore português e neste encontramos como tipicamente portugueses o corridinho algarvio, o vira do Minho, os pauliteiros de Miranda ou o fandango ribatejano. O corridinho algarvio é uma dança muito alegre, dançada por pares mistos em rodas, as raparigas por dentro e os rapazes por fora. Nasceu no início do século XX, tendo origem numa dança de salão, a polca, e trazido para o Algarve por um espanhol, que quis namorar uma algarvia de Loulé. O instrumento principal é o acordeão.
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https://youtu.be/CEsVaYTGAuU
Geograficamente oposto ao corridinho aparece o vira do Minho, que é também uma dança de roda e que tem origem no século XIX, mas há que aponte também o século XVI. Os instrumentos fortes são o acordeão, as castanholas e os ferrinhos e as vozes femininas são muito finas e esganiçadas. As roupas das bailarinas são coloridas e brilhantes.
https://youtu.be/u9LBWJ0TMSU
Os pauliteiros de Miranda são também tipicamente portugueses, da zona de Trás os Montes. São oito homens que dançam, com roupas muito curiosas (saias, meias,
coletes e xailes), batendo nos paus uns dos outros, danças guerreiras muito muito antigas, acompanhadas com gaita de foles e bombo. Este tipo de dança, apesar de bastante conhecida, mesmo a nível internacional, é de origem desconhecida. Há autores que a situam no centro da Europa, mais
precisamente na Transilvânia, na segunda Idade do Ferro, na altura como uma dança de espadas. Depois espalhou-se pela Europa Central, Alemanha, Escandinávia e Ilhas 6
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Britânicas, até chegar à Península Ibérica. Outros autores acham que provém dos gregos, seria um tipo de dança de guerra, no entanto, o que interessa é que se tornou
tipicamente portuguesa com o passar dos séculos.
https://youtu.be/DoQuYePHF0c
Finalmente o fandango ribatejano, que é também dançado só por homens (os campinos), aos pares, acompanhados por sapateado, castanholas e harmónica, tendo tido origem na época barroca, vindo de Espanha. Em Portugal começou por ser
dançado pelos nobres nos salões, depois passou para o povo, nas tabernas. Fez imenso sucesso e foi considerado uma dança de sedução no século XVIII. Estendeu-se a todo o país, mas atualmente é considerado característico do Ribatejo.
https://youtu.be/gn1mI30tOBk
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A Literatura é talvez a área onde encontramos o melhor de ser português, o nosso
génio, a nossa criatividade, sobretudo em nomes como Camões, Fernando Pessoa, José Saramago ou Eça de Queiroz. Representada por poesia e prosa, a nossa literatura é muito antiga, vem desde a Idade Média, e é reconhecida internacionalmente como tendo grande qualidade. Nela encontramos, sem dúvida, o que é ser português, desde a poesia trovadoresca, onde as raparigas se queixam dos seus “amigos” ou os trovadores morrem de amor pelas suas “donas”, até à atualidade, em que existe uma grande variedade de autores e livros que mostram as várias vertentes da nossa nação.
Também no Desporto temos sido grandes e como fortes figuras nacionais e reconhecidas internacionalmente destacam-se Cristiano Ronaldo, Rosa Mota, Carlos
Lopes e, claro, o grande Eusébio. Eles mostraram ao mundo que estamos aqui, que temos valor e que podemos não ser muitos, mas temos ambição, temos garra, temos sonhos e quando queremos somos capazes.
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Quanto aos mitos e crenças, estes definem, sem dúvida, um povo. Explicam factos da realidade, origens do mundo e do homem sempre que estes não os percebem. Transmitem conhecimentos através de danças, rituais, orações, têm um caráter explicativo ou simbólico. Nesta área destacamos o mito sebastianista como tipicamente português. Neste, acredita-se que D. Sebastião regressaria da batalha de Alcácer-Quibir, numa manhã de nevoeiro, ileso e montado num cavalo branco para salvar a pátria em momentos de crise, quer na altura em que surgiu (domínio filipino), quer nas épocas seguintes. Ainda hoje se fala em algumas figuras públicas, políticas, como possíveis “D. Sebastiões”.
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Nesta parte do dossier, em que temos que escolher duas áreas que nos despertem particular interesse como melhores representantes do que é ser português, selecionamos a música e a literatura.
Na música, mais especificamente no fado (património mundial),
destaca-se como
figura
extremamente
conhecida pelo seu trabalho, Amália Rodrigues.
Amália Rodrigues foi uma fadista, cantora e atriz portuguesa, geralmente aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século XX.
Tornou-se conhecida mundialmente como a rainha do fado e, por consequência, devido ao simbolismo que este género musical tem na cultura portuguesa, foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras no mundo. Lisboeta, do povo, na
https://youtu.be/HJ-ugf0_YPg
verdade Amália conquistou o mundo com a sua voz excecional e levou o nome de Portugal a locais onde era completamente desconhecido. Quem não conhece Amália Rodrigues, não é? Quer se goste ou não de fado, este nome aparece sempre em primeiro lugar neste estilo musical com as melhores interpretações, entre elas poemas de Camões, Pedro Homem de Melo,
David Mourão Ferreira, entre outros.
Por fim, no âmbito da literatura portuguesa, salientamos um escritor muito conhecido e importante em todo o desenvolvimento da cultura portuguesa, Eça de Queiroz. 10
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José Maria de Eça de Queiroz, grande diplomata, foi um dos mais importantes escritores portugueses da nossa história literária. Foi autor de romances de
reconhecida importância, como O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio ou Os Maias. Eça pertenceu a dois grupos revolucionários muito importantes na sua época. A “Geração de 70”, grupo de intelectuais que tentou promover Portugal ao mundo civilizado, fazer progredir as comunicações e a liberdade da imprensa e se envolveu numa luta literária para afastar o Romantismo e instalar o realismo, conhecida como “Questão coimbrã”. Para além disto, este grupo de intelectuais, como grupo do Cenáculo, foi responsável pelas Conferências
Democráticas
do
Casino
Lisbonense,
que
pretendiam reformar a sociedade portuguesa. Eça participou nisto tudo e mostrou-o na sua obra prima, Os Maias. Nela encontramos uma tremenda crítica à sociedade portuguesa, em particular à lisboeta, com a caricatura de tipos sociais na crónica de costumes que não perderam a atualidade, infelizmente, pois ainda hoje podemos encontrar Gouvarinhos, Cohens ou Dâmasos. Este facto,
juntamente com o seu estilo particular, muito rico e variado, faz de Eça de Queiroz um génio intemporal, uma figura relevante da cultura e da literatura portuguesas, um grande português.
Texto 1 A importância da união está bem presente no povo português. De facto, somos pequenos, dez milhões representa uma parcela muita pequena relativamente à população do nosso planeta. Somos pequenos em número, mas a nossa dimensão não é medida pela quantidade mas sim pela qualidade. Os portugueses conquistaram o mundo, espalharam uma religião, uma cultura e uma língua que é, hoje em dia uma das mais faladas no mundo. Primeiramente, os portugueses precisam de acreditar mais em si mesmos e lutar perante as dificuldades. Hoje em dia encontramo-nos nesta situação económica
porque não soubemos acreditar naquilo que é nosso e naquilo que tínhamos de bom. Um exemplo disso foi “boom” da União Europeia, onde deixámos aquilo que era nosso 11
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e passámos a usar aquilo que vinha de fora, acabando por se gerar a situação em que nos encontramos.
Por outro, todo o mérito e prestígio conseguido pelas grandes personalidades teve sempre como base um Portugal pronto a lutar perante qualquer dificuldade, unido e de cabeça fria na tomada das decisões mais importantes. O Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral em 1500, mas cá ficou um país próspero e trabalhador que nunca desapontou este senhor nem a tripulação que com ele conquistou a “Terra de Vera Cruz”. Diariamente podemos verificar isso nos pequenos desafios a que somos sujeitos, ou até mesmo nas diversas profissões. O Cristiano Ronaldo, para conseguir dar os resultados no campo precisa de uma comitiva de médicos, psicólogos, treinadores, agentes e namoradas! Portanto, a identidade coletiva é um fator decisivo no que toca ao desenvolvimento de uma nação, sendo que Portugal é um excelente exemplo disso. Só temos de tomar como exemplo o passado, para que possamos superar eventuais obstáculos no caminho do desenvolvimento do nosso país. Texto 2 “Ser Português” é Difícil. Os Portugueses têm algum medo de ser portugueses. Olhamos em nosso redor, para o nosso país e para os outros e, como aquilo que vemos pode doer, temos medo, ou vergonha, ou «culpa de sermos portugueses». Isto diz Miguel Esteves Cardoso no seu livro “Os meus problemas” e referido no site www.citador.pt, que consideramos bastante adequado ao modo como o povo português se considera. Assim, podemos perguntar-nos: é necessária a consciência de uma identidade nacional?
Em primeiro lugar, o povo português é realmente fantástico, provámos isto nos pontos anteriores deste dossier. Somos grandes numa série de áreas da realização humana, medimos forças com outros povos do mundo mais ricos e poderosos do que nós, provando a nossa raça, a nossa energia, que vem de épocas distantes (afirmação da nacionalidade, descobrimentos). Contudo, não nos valorizamos o suficiente, temos
a ideia de que o estrangeiro é melhor, hesitamos em considerar que “o nacional é bom” (tal como se vê n’ Os Maias, no episódio das corridas no hipódromo). Em segundo lugar, e no seguimento do que dissemos anteriormente, consideramos que esta falta de autoconfiança geral em nós, portugueses, faz com que não tenhamos visibilidade suficiente lá fora. Se não acreditarmos em nós próprios,
quem o fará? Daí a importância de valorizarmos o que é verdadeiramente português, em acreditarmos que somos capazes de realizar mais do que fazemos, em termos a 12
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consciência de uma identidade nacional, que faz de nós um povo único. D. Afonso Henriques acreditou, por isso construiu uma nação, a portuguesa. D. Manuel e seus
descendentes acreditaram, por isso fomos descobrindo esse mundo fora, fazendo de Lisboa a capital mais rica do planeta (embora depois toda a glória se tenha perdido). Até D. Sebastião acreditou, mas infelizmente não conseguiu fazer tudo certo e morreu a tentar concretizar os seus sonhos, entregando-nos aos reis filipinos. Para que Portugal possa sobreviver temos que ter a consciência de que somos
uma nação, de que temos uma enorme identidade nacional, vinda de há muitos séculos de existência, de que precisamos de desenvolvê-la; de que devemos deixar de ter complexos e sermos “os coitadinhos”; de que devemos sentir orgulho de sermos portugueses, aumentando a nossa autoestima; de que precisamos de afastar tristezas e lutar contra crises, políticos corruptos, golpes de banqueiros e tantas outras
situações que ouvimos nos meios de comunicação social. Temos tanta coisa boa no nosso país: o sol, o mar, as pessoas, a comida, o clima, a história! Então porque é que nos lamentamos tanto em vez de acreditarmos mais em nós e no que podemos construir, seguindo sempre em frente? Para concluir, referimos novamente Miguel Esteves Cardoso, concordando com ele: “Não queremos ser primos desta pobreza, madrinhas desta miséria, filhos desta fome, amigos desta amargura.” Logo, ter uma identidade nacional não é necessário, é essencial para a nossa sobrevivência.
Após a execução deste trabalho, podemos afirmar que foi um êxito uma vez que neste dossiê temático refletimos sobre a nossa origem como povo, tendo em mente que fazemos parte de uma nação repleta de artistas, pintores, atletas e escritores. São eles, ou melhor, somos nós que definimos quem somos como país. Neste projeto abordámos algumas das áreas em que nos destacamos, chegando à conclusão que muitas vezes nos esquecemos do enorme país em que vivemos, chegando mesmo a situações como a atual. O nosso país tem enorme potencialidade e nem sempre temos isso em mente. É preciso voltar à nossa história para ganhar motivação para enfrentar o futuro? Achamos que qualquer um de nós consegue ir lá ao fundo buscar a coragem e a entreajuda que sempre nos definiram e nos ajudaram a conquistar o mundo e tornar conhecido o nome “Portugal”. Temos orgulho em pertencer às terras da “Ocidental praia Lusitana”, em ter sangue frio e a bravura de guerreiros, em ser hospitaleiros e ajudar sempre o próximo, temos orgulho em ser Portugal. Como já alguém dizia, “Eu estou aqui”, eu sou português!
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www.citador.pt http://porfalarnoutracoisa.sapo.pt/2014/01/ser -portugues-e.html www.wikipedia.pt www.youtube.com Ana Maria Cardoso, Célia Fonseca, Maria José Peixoto e Vítor Oliveira, Com Textos, Edições ASA, 2011
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