MotoPortugal ,Nº 225 , Junho de 2013

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Junho 2013 nº 225

ORGÃO OFICIAL da FEDERAÇÃO de MOTOCICLISMO de PORTUGAL

Federação de Motociclismo de Portugal, Largo Vitorino Damásio, 3 C - Pavilhão 1 - 1200 - 872 Lisboa Tel: 213936030/Fax: 213971457 www.fmotoportugal.pt fmp-geral@netcabo.pt

Editorial Junho foi mês de Lés-a-Lés e, mais uma vez, o evento maior do nosso mototurismo foi um sucesso. O percurso Fafe – Castelo de Vide – Aljezur, escolhido e preparado ao pormenor como é costume, proporcionou aos participantes inesquecíveis momentos de condução e convívio. Além das componentes histórica, cultural, paisagística e gastronómica, o Lés-a-Lés inclui também uma vertente solidária como foi exemplo a ajuda alimentar à IPSS “Associação de Desenvolvimento, Ação Social e Defesa do Ambiente” (ADA), que agradecemos a todos os que contribuíram. Portimão recebeu os Campeonatos do Mundo de Superbike e de Supersport, Troféu FIM Superstock 1000 e Europeu de Superstock 600. A espetacularidade das corridas e os nossos pilotos mereciam sem dúvida mais público no autódromo… Felicitações a Giuseppe Luongo, presidente da Youthstream, que no Grande Prémio de MX em Maggiora festejou o seu 30º aniversário como promotor de provas do Mundial de Motocross. Parabéns aos novos Campeões Nacionais de Motocross, Hugo Santos em Elite e MX1, e Sandro Peixe em MX2 e Júnior. Manuel Marinheiro


Noticiário

Oliveira faz história

Miguel Oliveira conseguiu em Assen a primeira “pole position” da sua carreira no Mundial de Velocidade.

MUNDIAL MOTO3

(APÓS 7 PROVAS)

Piloto 1. Luis Salom 2. Maverick Viñales 3. Alex Rins 4. Jonas Folger 5. Alex Márquez 6. Miguel Oliveira 7 Alexis Masbou 8. Zulfahmi Khairuddin 9. Brad Binder 10. Jack Miller

FAZENDO OS POSSÍVEIS E OS IMPOSSÍVEIS perante o mais rápido pelotão das KTM no Mundial de Moto3, Miguel Oliveira e a Mahindra têm tido uma época de grande nível no Campeonato do Mundo e, no Grande Prémio da Holanda, em Assen, o ponto mais alto da temporada até aqui surgiu com a primeira “pole position” do jovem luso no Mundial. Que é também, obviamente, a primeira de um piloto português a este nível. Em prova, e após mais uma grande corrida de Miguel Oliveira, a Mahindra nº44 terminou no 4º posto. Nas duas corridas anteriores, Miguel Oliveira tinha terminado em 6º no G.P. da Catalunha (após ter saído da primeira fila), e em 4º lugar no G.P. de Itália em Mugello, novamente após uma fantástica exibição, sempre em luta pela vitória no grupo da frente, mas o material ainda não lhe permitia bater a velocidade superior das motos austríacas, embora esteja cada vez mais perto. Com estes resultados, e disputadas que estão sete provas do Mundial, Miguel Oliveira ocupa o sexto posto na tabela do Campeonato do Mundo de Moto3, a somente 3 pontos de Alex Márquez, que é quinto, e sendo de longe o melhor entre os pilotos que não dispõem de motores KTM. FICHA TÉCNICA Edição: Direção da Federação de Motociclismo de Portugal; Fotografia: Arquivo Motociclismo; Produção: Motorpress Lisboa. Impressão e distribuição: Lidergraf 2 motoportugal

Equipa KTM KTM KTM Kalex KTM KTM Mahindra FTR Honda KTM Suter Honda FTR Honda

Pontos 152 142 117 73 59 56 42 40 39 38


MX: títulos definidos em Águeda CAMPEONATO MX

NA DERRADEIRA JORNADA do Campeonato Nacional de Motocross, em Águeda, ficaram de(CLASSIFICAÇÕES FINAIS) finidos os títulos de Campeão em MX1, MX2 e Piloto Moto Pontos Junior, depois de, na ronda anterior, Hugo Santos ELITE já ter assegurado a placa nº1 na Elite. 1. Hugo Santos KTM 122 No Crossódromo do GiCA, Hugo Santos garantiu 2. Hugo Basaúla Suzuki 112 também o título de MX1, enquanto Sandro Peixe 3. Sandro Peixe Yamaha 104 carimbou a conquista dos títulos nacionais de 4. Pedro Carvalho Yamaha 90 5. João Vivas Yamaha 79 MX2 e Júnior. MX1 Hugo Santos é um dos mais bem sucedidos pilo1. Hugo Santos KTM 266 tos nacionais, mas desde 2007 que não obtinha 2. Hugo Basaúla Suzuki 254 qualquer título no Motocross. Ao todo, o trans3. João Vivas Yamaha 216 montano tem agora 23 coroas no palmarés (15 4. Sérgio Pita Kawasaki 186 5. Daniel Pinto Kawasaki 166 no Motocross e 8 em Supercross), pelo que só MX2 precisa de mais uma para igualar o recordista nos 1. Sandro Peixe Yamaha 266 anais da FMP, Paulo Gonçalves, no conjunto de 2. Pedro Carvalho Yamaha 238 todas as modalidades. Quanto a Sandro Peixe, 3. Diogo Graça Kawasaki 211 revalidou o título na classe de MX2, e desta vez 4. Fábio Maricato Kawaaski 188 5. Jorge Maricato KTM 173 também conquistou o da classe Júnior. JÚNIOR No Crossódromo do Gica, em Águeda, na final 1. Sandro Peixe Yamaha 119 Elite Hugo Basaúla ainda esteve na liderança da 2. Pedro Carvalho Yamaha 117 segunda até à quarta volta, mas depois foi su3. Diogo Graça Kawasaki 100 4. Fábio Maricato Kawaski 94 perado por Hugo Santos, e na sétima passagem 5. Jorge Maricato KTM 88 igualmente por Sandro Peixe, vencedor da geral MX2. Ao longo da corrida Santos foi progressivamente dilatando a vantagem, para terminar com 26,2s sobre Peixe e 39,8s relativamente a Basaúla. Na penúltima volta, Pedro Carvalho desalojou Nélson Silva do 4.º lugar. A manga de MX1 começou com Hugo Basaúla instalado no comando durante duas voltas, mas a seguir sofreu uma queda e atrasou-se, acabando a prova apenas no 4.º lugar. Assim, Hugo Santos herdou a liderança e fugiu ao pelotão, numa cavalgada solitária até ao triunfo. Também à terceira volta Daniel Pinto e João Vivas fixaram-se em definitivo nos 2.º e 3.º lugares, respectivamente. Na manga de MX2, o ordenamento dos quatro primeiros ficou definido logo à segunda volta. Sandro Peixe ganhou vantagem sobre a concorrência e ganhou destacado. No entanto, depois de mau arranque Pedro Carvalho chegou a pressioná-lo, mas após duas quedas teve de contentar-se com o 2.º lugar, diante de Diogo Graça. Jorge Maricato alcançou o 4.º posto diante do seu irmão Fábio, mas estes já com uma volta de atraso. Entre os Iniciados, o espanhol Pablo Sôto ganhou as duas mangas, tendo liderado sempre na primeira delas. Na restante André Sérgio ainda rodou na frente um par de voltas. Além disso, na primeira manga João Oliveira secundou o comandante durante meia corrida, mas depois teve problemas eléctricos na sua moto e atrasou-se. Assim, André Sérgio foi 2.º diante de Carlos Moreira. Na outra ida à pista, Oliveira conquistou o 2.º posto, diante de Sérgio e Moreira. Nos Iniciados, faltam ainda disputar-se duas jornadas.

Bianchi vence na Roménia Pedro Bianchi Prata (Husqvarna) deu continuidade à sua participação no Campeonato Europeu de Bajas na 2ª ronda da competição, na Roménia, prova que venceu nas duas rodas, com Rui Costa (Husqvarna) em 3º lugar, numa ronda em que apenas alinharam seis motos, e onde os quads e UTV eram maioria. "Foi muito duro e sabe bem vencer numa prova tão exigente para motos e pilotos. Foi um fim de semana perfeito e toda a equipa fez um excelente trabalho. Obrigado a todos que acreditam no projecto Team Bianchi Prata KIA Vodafone, vou continuar a lutar para que não acabe.”

Caetano no Tourist Trophy Pelo segundo ano consecutivo, Nuno Caetano alinhou no mítico Tourist Trophy na Ilha de Man, após mais uma temporada em que investiu bastante em participações nas corridas de Road Racing na Irlanda. Mesmo sofrendo de uma lesão no ombro, o piloto português terminou todas as corridas em que se encontrava inscrito (duas de Supersport, a de SBK, a de Lightweight e o Senior TT), aos comandos de três provas diferentes, tendo melhorado as suas médias em todas as classes.

Pedro Nuno é líder O jovem talento português Pedro Nuno Barbosa tem dado muito boa conta de si na Moriwaki 250 Junior Cup, disputada em vários circuitos europeus com jovens pilotos de vários países, e lidera a competição. Em Oschersleben, na Alemanha, Pedro Nuno conseguiu subir ao pódio em ambas as mangas, em segundo e terceiro lugar, altura que que ascendeu ao comando do Campeonato.

"Speedy" na perseguição Paulo "Speedy" Gonçalves mantém-se na peugada de Marc Coma no Campeonato do Mundo de Ralis TT, após as quatro primeiras rondas do campeonato. Depois dos dois segundos lugares conseguidos nas primeiras provas, no Abu Dhabi e no Qatar, Paulo Gonçalves - que entretanto assinou pela Honda oficial - foi novamente 2º colocado no Rali da Sardenha, prova em que Ruben Faria foi 8º e Hélder Rodrigues 10º. Depois seguiu-se o Desafio Ruta 40, na Argentina, em que Gonçalves foi quarto classificado, prova em que pela primeira vez este ano Marc Coma não venceu, sendo 2º colocado atrás de Francisco "Chaleco" Lopez. Marc Coma lidera com 77 pontos, mais 13 que Paulo Gonçalves, faltando disputar duas provas: Rali dos Sertões (Brasil) e Rali dos Faraós (Egito). motoportugal 3


15º Portugal de Lés-a-Lés

15 Texto e fotos: Gab. Imprensa 15º LaL

anos

de estrada Chuva e nevoeiro não arrefeceram entusiasmo na travessia de Portugal durate a 15ª edição do Portugal de Lés-a-Lés, de Fafe a Aljezur. Nem a chuva que fez questão de acompanhar a enorme caravana, sobretudo nas estradas do Norte e Centro do País, nem o nevoeiro que roubou alguma da espetacularidade paisagística de uma das mais promissoras edições do Portugal de Lés-a-Lés, beliscaram o entusiasmo dos participantes na maior aventura mototurística da Europa. Que saiu, isso sim, com carisma reforçado após a exigente ligação entre Fafe e Aljezur, com passagem em Castelo de Vide, sublinhado pela felicidade estampada em rostos de notória fadiga. São, indubitavelmente, as mais adversas condições que mais contribuem para reforçar o carisma da grande aventura organizada pela Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal. A exigência anunciada por força de um percurso rendilhado, sobretudo na primeira etapa, foi exponenciada pela instabilidade climatérica e, mesmo sem os rigores chuvosos de 2008, ou a intensa canícula de 2009, o mau tempo criou dificuldades acrescidas. Mas, sublinhe-se, sem intimidar os (verdadeiros...) aventureiros que cumpriram ligação de 1017 quilómetros entre a sala de visitas do Minho e as belíssimas praias do Sudoeste, através de um interior pouco conhecido, varando entre a beleza agreste das serranias beirãs e a suavidade das douradas searas alentejanas. O céu plúmbeo e os frequentes aguaceiros roubaram brilho à interminável paleta de cores oferecida pela travessia de Portugal à moda antiga, cumprida apenas por estradas nacionais, regionais e alguns caminhos de terra batida (e lama...), sempre fugindo de autoestradas, ex-SCUT’s e outros reflexos de modernidade na incontornável questão da mobilidade. Rigor dos elementos que alterou a perceção dos maratonistas face ao caleidoscópio paisagístico oferecido entre a verdura do Minho e as falésias da sudoeste do Algarve, passando pelas serras das Beiras e pelas planuras do Alentejo. Mas o que o mau tempo roubou em espetacularidade, 4 motoportugal

devolveu, pelo dobro, em carisma... Chuva que não diluiu o entusiasmo durante as verificações técnicas e documentais que levaram enorme animação ao centro de Fafe, promovendo reencontro de amigos, em animadas conversas sobre as novas motos, as mais recentes viagens ou os planos de férias sobre rodas. Com a maior comitiva espanhola de sempre, com cerca de uma centena de motociclistas, a caravana partiu para o pequeno (49,3 km) mas intenso prólogo, das paisagens industriais aos carvalhais da nascente do Vizela. Percurso rebuscado pelo concelho fafense, prestes a comemorar os 500 anos da atribuição do foral por D. Manuel I, com ponto alto coincidente (de forma literal!) com a passagem pelo famoso troço de Fafe/Lameirinha. Onde os participantes cumpriram, com acrescidas cautelas, os dois saltos que fazem as delícias dos amantes dos ralis naquele que foi o Lésa-Lés com menor quilometragem em troços de terra. Belos palacetes, a estátua da Justiça de Fafe, a Igreja Matriz de S. Gens, a curiosa casa do Penedo, aproveitando gigantescas rochas como estrutura arquitetónica, a barragem da Queimadela, a central Hidroelétrica de Santa Rita, uma antiga leprosaria ou os frondosos carvalhais de terras de Cabreira e Barroso completaram enorme lista de motivos de interesse do primeiro dia. O CENTRO DESCONHECIDO Com o dia a amanhecer cinzento, as perspetivas para a segunda etapa não eram as mais animadoras, com chuva e nevoeiro que diluíram impacto de paisagens fabulosas, mas ampliaram o desafio e a aventura para a colorida e heterogénea caravana que, desta feita, contou com dezena e meia de senhoras condutoras. As intermináveis e deliciosas curvas da descida ao Douro ou na subida a Tondela, onde teve lugar o almoço, com passagem pelo Caramulo e visita ao interessante Museu, fizeram as delícias de


O tempo esteve cinzento e perdeu-se assim alguma da beleza das paisagens, mas a caravana manteve-se animada

A invasão pacífica da cidade de Fafe para as verificações técnicas do 15º Portugal de Lés-a-Lés. Dali se partiu para um curto prólogo de meia centena de quilómetros, na véspera da primeira etapa "a sério"

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15º Portugal de Lés-a-Lés todos, mau grado piso escorregadio a aconselhar muita moderação e ainda maiores cautelas. Um dia de forte pendor turístico, com o terreno montanhoso a ampliar os 451,4 quilómetros de um percurso quase todo inédito, atravessando muitas povoações que receberam os motociclistas de forma genuinamente entusiasta. Tirada de grande monumentalidade, a começar pelo Castelo de Arnóia, em Celorico de Basto, ou a Ponte de Amarante, onde as escassas tropas comandadas pelo General Silveira travaram o avanço das forças napoleónicas há pouco mais de 200 anos, foram os primeiros sinais de uma imponência que continuou na Ponte do Arco. Obra de engenharia romana sobre o rio Ovelha com trânsito proibido a quase todos os veículos motorizados... exceto a motociclos! Rumo ao centro do país, o 15.º Portugal de Lés-a-Lés apreciou a rija Serra de Montemuro, com travessia de espetaculares aldeias, caso de Ester de Cima, pérola de xisto entre os granitos do Marco de Canavezes e do Caramulo, sempre com o tempo a fazer caretas, em brincadeira que alternava o nevoeiro com a chuva. Sempre com a aventura e a descoberta de permeio... Mas sem tempo para usufruir das antiquíssimas termas de S. Pedro do Sul onde já Afonso Henriques ia a banhos em águas que jorram naturalmente, a 62 graus. Animação maior na Cova do Lobisomen, junto ao rio de Couto, precedeu a subida do Caramulo rumo ao museu onde os irmãos Abel e João de Lacerda reuniram vasto espólio que, entre muitas peças de arte, reúne brinquedos, automóveis e, claro está, algumas dos mais significativos exemplares da história das motos! Antes do almoço, tempo para descobrir as famosas olarias de Molelos, já no concelho de Tondela, onde artesãos transformam, de forma ímpar, o barro negro nos mais variados utensílios para o dia-a-dia ou para simples decoração. Forma de abrir (ainda mais...) o apetite para repasto servido na espetacular Ecopista do Dão que aproveitou desativada linha de comboio, seguido pela digestão em plena Estrada Património N2, rumo a St.ª Comba Dão. Passando por terras de forte tradição de motociclística, como Arganil e Góis, os maratonistas perderam oportunidade de ouro para apreciar as fabulosas vistas do alto da serra da Lousã, por culpa de impenetrável nevoeiro que quase nem permitia ver as pedras e lama que abundavam nos trilhos serranos. Já com Castelo de Vide no pensamento, tempo para subir aos 596 metros de altitude do Picoto da Milriça, o primeiro dos cerca de 8000 marcos geodésicos construídos em Portugal e que assinala o centro do país continental. E tempo ainda para provar o presunto e o mel de Mação, que também de gastronomia vive a grande aventura. Cansados mas felizes, os participantes cumpriram o último controlo do dia, em plena judiaria no centro da vila alentejana, antes de rumar ao palanque final, ao som dos Eclipse, banda que tocou várias covers de tributo aos Pink Floyd em plena Praça D. Pedro V. DAS SEARAS ÀS PRAIAS DO SUDOESTE Com alguns temas bem famosos ainda na memória (de Another Brick In The Wall a Wish You Were 6 motoportugal

Os Moto Clubes no Lés-a-Lés Pedras basilares do Portugal de Lés-a-Lés, os moto clubes têm, entre outras funções, a responsabilidade de assegurar os controlos de passagem ao longo do percurso. Pontos de animação garantida onde picar a tarjeta que comprova a realização de todo o trajeto, é mais do que mera formalidade. É diversão pela certa... Adeptos da pantomina, criadores de incríveis cenários, jograis dos tempos modernos, os elementos dos motoclubes que colaboram com a Federação de Motociclismo de Portugal na tarefa organizativa da maior maratona mototurística da Europa esforçam-se, ano após ano, por surpreender os participantes. E em 2013, de Fafe a Aljezur, muitas foram as bocas abertas de espanto, de verdadeira incredulidade perante as obras de arte ou as encenações teatrais visíveis em alguns postos de controlo, sucedendo a outros onde a boa disposição, o convívio e solidariedade, contribuíram para uma viagem mais animada. Procurando ligação ao ambiente envolvente, às tradições locais ou à história, os pontos de paragem obrigatória começaram em grande

estilo, no troço de Fafe/Lameirinha com verdadeiro controlo de ralis devidamente marcado com sinalética própria, permitindo (além de picar o ponto) apreciar um Ford Escort RS 1600 e um Opel Ascona RS, verdadeiras bombas dos ralis de outros tempos. Foi o primeiro posto de controlo, ainda no prólogo fafense, a que se seguiu, na abertura da primeira etapa, o regresso à Idade Média protagonizado pelos Conquistadores de Guimarães, em pleno castelo de Arnóia. Os Amigos do Rio Ovelha trataram de chamar a atenção para a necessidade de preservação da pureza deste afluente do Tâmega, montando guarita na romana Ponte do Arco, onde as motos são os únicos veículos motorizados que podem passar. Mais à frente, na belíssima aldeia de Ester de Cima, em plena serra de Montemuro, os Vespistas do Norte deram mais cor à aldeia de xisto com um “posto de combustível” a lembrar o cómico Joe Bar Team, enquanto os Motogalos, de Barcelos, recriaram a lenda do terrível monstro em que se tornava o sétimo filho se não fosse batizado de Custódio ou Bento


Foram 1017 quilómetros que uniram Fafe a Aljezur, com o "intervalo" marcado para Castelo de Vide, que já é repetente no acolhimento à extensa caravana do Portugal de Lés-a-Lés

na Cova do Lobisomem, nas margens do rio Couto. Muito ameaçaram mas, ao que consta, não comeram ninguém... Antes do almoço, em Tondela, tempo para mais um furo na tarjeta, aplicado na terra das olarias do barro preto, Molelos, a cargo do Moto Clube U’zibbs, curioso nome de um dialeto criado pelos trabalhadores para não serem percebidos pelos patrões. Na aldeia da Pena, mesmo antes da mais complicada subida de todo o Lés-a-Lés, o Góis Motoclube fazia as honras da casa numa belíssima estrada de acesso à Pena, aldeia de xisto entranhada nas fragas da serra. A própria FMP assegurou o controlo secreto no Centro Geodésico de Portugal com dois cómicos elementos fantasiados da maneira mais improvável para o ambiente serrano que se vive no Picoto da Milriça. E a fazer jus à tradição madeireira de Mação, a aldeia da Aboboreira recebeu a comitiva em festa, colocando grandes troncos de pinheiro e serrotes arcaicos para todos darem à ferramenta se é que queriam mais um furo na tarjeta. Terá sido a única altura de Fafe a Aljezur em que eles deram tanto ao serrote como elas...

Mas o ponto alto do dia surgiria já no centro histórico de Castelo de Vide, junto à Fonte da Vida em plena judiaria, onde elementos do Moto Clube do Porto recordavam a importância da comunidade judaica, fundamental no crescimento da vila alentejana após o Édito de 1492, promulgado pelos Reis Católicos, Fernando e Isabel, que promoveu maciço movimento migratório desde Espanha. Nova ação do clube fundador e o mais empenhado no Lés-a-Lés no início do segundo dia, em Juromenha, onde Rainhas e Meretrizes partilhavam espaço junto às águas do Alqueva, com a Tatiana e a Irina a provocarem a mais hilariante das cenas de toda a maratona mototurística. E houve quem ficasse em dúvida sobre a sua orientação e outros que gostariam de por ali passar mais um bocado de tempo em tão jovial companhia... Antes disso, homens e mulheres dos Motards do Ocidente deram corpo e alma a pobres mendigos da Idade Média junto ao Castelo de Barbacena, para logo a seguir ser a vez do Grupo Motard O Templo de Évora mostrar a Rocha dos Namorados, lendário local onde os

noivos procuravam saber quanto tempo teriam de esperar para casar, atirando uma pedra para o alto de bizarra formação geológica. Se a pedra ficar, está perto o enlace; caso contrário teriam de esperar mais um ano por cada tentativa falhada... Com o Grupo Motard de Santana a picar em Oriola, e o Grupo Motard de Beringel a montar grande quadro rústico e calorosa recepção junto à barragem do Pisão, os participantes no 15.º Portugal de Lés-a-Lés, nem imaginavam o que os esperava na única passagem a vau do ano. Nada mais nada menos do que um imponente submarino avariado e encalhado nas águas da Ribeira da Azilheira – aguentava com a tripulação de cinco marujos – em fabuloso quadro criado pelos elementos do Moto Clube de Albufeira, naquele que terá sido um dos mais imaginativos e trabalhoso controlo da história da grande maratona. E para terminar, nada como uma espetacular vista sobre o Atlântico e a praia da Amoreira onde os anfitriões do Moto Clube de Aljezur colocavam o último furo na tarjeta que atesta o cumprimento integral dos 1017 quilómetros do percurso traçado desde Fafe.

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15º Portugal de Lés-a-Lés

Com o sol a descer no Atlântico e a caravana a descer para Aljezur, estava prestes a chegar ao fim mais uma aventura, a 15ª do Lés-a-Lés, que iria terminar na belíssima costa sudoeste. O que vale é que para o ano, isso já se sabe, vai haver mais estrada para explorar

Here, de Shine On You Crazy Diamond a Money), a segunda etapa, com 516,5 quilómetros de extensão entre Castelo de Vide e Aljezur, começou de forma tranquila, em estradas rolantes, de grande riqueza fotogénica e uma rápida passagem por território espanhol. Forma de agradecimento ao entusiasmo dispensado pela quase centena de nuestros hermanos presentes no evento, em número revelador do interesse crescente pela grande travessia lusitana. Tranquilidade que desapareceu em Elvas, com a presença do bem protegido Presidente da República, em tempo de comemoração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesa, a 8 motoportugal

trocar as voltas à enorme procissão de motos, de todos os tamanhos e feitios, das maiores e mais modernas às mais pequenas e vetustas motorizadas de fabrico nacional, obrigando a contornar a cidade alentejana em direção a Juromenha. Fortaleza de recheada história e vital importância na defesa de Portugal, de onde se vislumbra o Guadiana em crescendo graças ao paredão do Alqueva, criando uma albufeira com mais quilómetros de margem do que Portugal Continental tem de linha de costa. E com as bordas do grande lago sempre por perto, o pelotão de aventureiros nacionais e internacionais, entre anónimos e

figuras populares, foi ainda cumprir a tradição de lançar uma pedra para o topo da Rocha dos Namorados, curiosa formação geológica, onde, diz a lenda, os noivos sofrem mais um ano de abstinência por cada tentativa falhada. Tão importante como a componente histórica, paisagística ou gastronómica da edição de 2013 do Portugal de Lés-a-Lés foi a vertente solidária consubstanciada em várias centenas de quilos de ajuda alimentar para apoio a uma IPSS sedeada em Portel, a ADA. Associação de Desenvolvimento, Ação Social e Defesa do Ambiente que rege o seu trabalho por objetivos que vão do apoio a crianças, jovens e famílias


Aldeias, estradas, estradinhas e... estradões, com as tradicionais travessias de cursos de água pelo meio

na integração social e comunitária, à promoção do desenvolvimento integrado e defesa da qualidade de vida e ambiente do concelho de Portel, passando pela proteção dos idosos, invalidez e outras situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou capacidade para o trabalho. Solidariedade antes do almoço, em Portel, onde figuras mais conhecidas, do ex-ciclista Cândido Barbosa ao ator Vítor Norte ou os deputados Miguel Tiago (PCP) e Miguel Santos (PSD), comentavam uma manhã animadíssima e anteviam uma tarde bem mais quente na longa travessia alentejana. Viagem que recomeçou com excelentes estradas e o sol a brilhar, passando

pela Vidigueira, Cuba, Beringel ou Almodôvar, utilizando parte extremamente bem recuperada da N2 – Estrada Património. Obra das Estradas de Portugal que, em 2002, recuperou o troço entre Almodôvar e S. Brás de Alportel da estrada construída nos anos ’30 do século passado e que, em Dogueno apresentou, juntamente com os equipamentos OJ, muito interessante exposição. Com alguns caminhos de terra já empoeirados – que a chuva não passou do Centro do País... – lugar à única travessia a vau deste Lés-a-Lés, com momentos de enorme diversão na ribeira da Azilheira, antes das paragens de

deslumbramento na visão de algumas das mais belas praias lusitanas. A começar por Odeceixe, seguindo-se a da Amoreira ou do Monte Clérigo (poucas entre as muitas merecedoras de demorada visita!), já a pensar no palanque final, em Aljezur. Onde, ainda antes da fotografia da praxe que marcou ponto final na grande aventura de 2013, houve tempo para a visita à última fortaleza conquistada por D. Afonso III no Algarve. Um dos sete castelos que a Bandeira Portuguesa exibe de forma orgulhosa, oferecedor de uma vista fantástica, local de contornos ideais para começar a sonhar com o 16.º Portugal de Lés-a-Lés... motoportugal 9


Mundial SBK Texto: L.C. Sousa Fotos: Tó-Zé Canaveira

Espetáculo O Mundial de SBK visitou o Algarve pelo sexto ano consecutivo, e pela primeira vez em junho, num fim de semana onde assistimos novamente a um grande lote de corridas. Já se tentou no final, no início e no meio do campeonato, em outubro, em setembro, em março ou agora em junho, mas não há maneira... o São Pedro faz quase sempre das suas quando o Campeonato Mundial de Superbike visita o Autódromo Internacional do Algarve. E, embora no fim de semana de 7 a 9 de junho, não tenha chovido “a sério”, o tempo cinzento não ajudou a que o público acorresse ao traçado de Portimão, que teve uma afluência aquém das expetativas, quando tanto se precisava de ver gente nas bancadas. Um facto a que o aumento significativo do preço dos bilhetes, face aos valores praticados no ano passado, não terá sido estranho. Quanto ao espetáculo, esse voltou a estar em grande nível, tal como tem sido habitual na categoria, com esta sexta ronda a proporcionar-nos corridas verdadeiramente alucinantes, em particular a primeira manga de SBK e a corrida de Supersport. Em pista estiveram dois “wild cards” portugueses, com presenças decididas quase em cima da hora. Foram os casos de Ivo Lopes na prova 10 motoportugal

a Sul!

da Taça FIM de Superstock 1000, e de Miguel Praia nas Supersport. Ivo Lopes estreou-se nas Stock com a Suzuki GSX-R 1000 da HM Motos que habitualmente utiliza no Nacional. A missão era aprender e terminar sem problemas, e foi isso que aconteceu, com o jovem português a terminar a corrida fora dos pontos, mas tendo registado uma evolução significativa ao longo das sessões de treinos. Quanto a Miguel Praia, depois de ter abandonado o papel de piloto regular no Mundial de Supersport em 2011, fez há um ano uma aparição como “wild card” em Portimão, que repetiu agora, com dificuldades acrescidas pelo facto de estar concentrado na adaptação à CBR1000RR com que corre atualmente no Brasil, e por ter alinhado com uma CBR600RR do Team Lorini, equipa italiana sem grandes credenciais. Sem tempo para colocar a moto a seu gosto, o algarvio limitou-se a rodar fazendo o seu melhor, sabendo de antemão que seria muito difícil chegar aos lugares pontuáveis, tendo terminado em 20º lugar. E foi nas Supersport que se viveu a corrida mais sensacional do dia, e


CLASSIFICAÇÃO MUNDIAL DE SUPERBIKE

Em cima, Davide Giugliano cai quando lutava com Baz e Checa. À esquerda, Tom Sykes sofreu um grande desaire na segunda corrida, após ter sofrido uma queda durante a volta de aquecimento

Mundial de Superbike - após Portimão 1º Sylvain Guintoli (FRA) Aprilia 2ºTom Sykes (GBR) Kawasaki 3º Eugene Laverty (IRL) Aprilia 4º Marco Melandri (ITA) BMW 5º Chaz Davies (GBR) BMW 6º Loris Baz (FRA) Kawasaki 7º Jonathan Rea (GBR) Honda 8º Michel Fabrizio (ITA) Aprilia 9º Davide Giugliano (ITA) Aprilia 10º Jules Cluzel (FRA) Suzuki Mundial de Supersport 1º Sam Lowes (GBR) Yamaha 2º Kenan Sofuoglu (TUR) Kawasaki 3º Fabien Foret (FRA) Kawasaki 4º Michael vd Mark (HOL) Honda 5º Lorenzo Zanetti (ITA) Taça FIM Superstock 1000 (4 provas) 1º Sylvain Barrier (FRA) BMW 2º Edi la Marra (ITA) Ducati 3º Niccolò Canepa (ITA) Ducati 4º Jeremy Guarnoni (FRA) Kawasaki 5º Leandro Mercado (ARG) Kawasaki Europeu de Superstock 600 (4 provas) 1º Gauthier Duwelz (BEL) Yamaha 2º Bastien Chesaux (SUI) Honda 3º Franco Morbidelli (ITA) Kawasaki

213 pontos 185 174 156 133 119 105 101 79 72 120 pontos 81 81 62 55 70 pontos 69 63 60 49 77 pontos 56 54

Laverty venceu a segunda manga, Melandri havia ganho a primeira, mas quem lucrou mais neste dia foi Sylvain Guintoli

certamente uma das melhores do ano até aqui, embora o vencedor tenha sido o mesmo pela quarta ronda consecutiva: Sam Lowes e a Yamaha YZF-R6 da Yakhnich Motorsport. O despique entre as Yamaha de Lowes, as Kawasaki de Kenan Sofuoglu e Fabien Foret, e a Honda de Michael Van Der Mark, foi perfeitamente insana. Na última curva, e com a linha de meta tão próximo do início da reta da meta no Autódromo do Algarve, Foret ainda acelerou forte num último esforço, mas a vitória já não fugiu a Sam Lowes, que com este conjunto de resultados passa a somar um total de 120 pontos e alarga a vantagem para os segundos classificados, posição agora ocupada em conjunto por Fabien Foret e Kenan Sofuoglu, ambos com 81 pontos. Nas Superbike, o fim de semana começou com o domínio de Jonathan Rea e da Honda durante as sessões de qualificação, mas foi Tom Sykes que levou a Kawasaki à sua quinta Superpole consecutiva este ano (só falhou a da primeira ronda, em Phillip island). Mas foi uma

Superpole tirada “a ferros”, pois a sua vantagem para o segundo mais rápido, Eugene Laverty, foi de apenas uma milésima de segundo!! Em corrida, a primeira manga teve em destaque as Aprilia de Laverty e Guintoli, a Kawasaki de Sykes e a BMW de Marco Melandri. A RSV4 de Laverty acabou por ceder, fazendo uma vez mais o irlandês perder preciosos pontos, e foi Melandri quem venceu, com uma vantagem de somente “meia moto” sobre Guintoli, naquela que foi a quarta menor distância de sempre entre primeiro e segundo nos 25 anos de história do Mundial de SBK. A 2ª manga começou dramática para Tom Sykes, que caiu.... na volta de aquecimento. A equipa demorou algum tempo a colocar a ZX-10R em condições e o inglês teve de entrar na box três vezes para ajustes, mas ainda fez a volta mais rápida! Na frente, Laverty vingava-se do azar da 1ª manga, vencendo com autoridade, enquanto, uma vez mais no 2º posto, Guintoli acabava por sair de Portimão como o grande vencedor em termos de campeonato. motoportugal 11


Nacional de Trial Texto e fotos: Comissão de Trial FMP

Pedro Sousa invicto Balanço a meio da temporada de 2013 do Campeonato Nacional de Trial, até aqui dominado por Pedro Sousa.

Chegados que estamos a meio do Campeonato, é tempo de fazer um primeiro balanço do decorrer das três primeiras provas e da adaptação ao trial “non-stop”. O campeonato abriu com uma estreia, a prova de Torres Vedras, onde o moto clube local organizou uma prova muito agradável, diferente do que a caravana do trial está habituada e que, embora não tenha contado com a colaboração da meteorologia, teve bastante público. Pedro Sousa, o campeão em título, abriu com “chave de ouro” a nova época impondo-se a Diogo Vieira e a um surpreendente Ricardo Damil que, na sua estreia na classe maior do trial nacional, subiu ao pódio batendo Filipe Paiva, Leandro Castro e Nuno Castro. Entre os Consagrados, Rita Vieira bateu o estreante na classe Miguel Rodrigues, Carlos Ferreira, Leonardo Coimbra e João Barbosa; Rúben Carvalho venceu a Promoção na frente de Sofia Porfírio, Patrícia Silva e Bernardo Lopes (estes dois a fazerem a estreia no trial); Lucas Marques foi um vencedor solitário da classe de Infantis. A segunda prova desenrolou-se em Rebordosa onde tivemos a estreia de um novo piloto – Martim Garcia – que, depois do avô Osvaldo (atualmente a participar no Troféu de Clássicas de Velocidade) e do pai André, é a terceira geração a competir no Trial nacional; estreou consigo uma moto elétrica, a OSET. Pedro Sousa voltou a vencer, embora a diferença pontual para Diogo Vieira tenha sido bastante menor. Desta feita foi Filipe Paiva a subir ao degrau mais baixo do pódio, seguindo-se Leandro Castro e Nuno Castro, tendo 12 motoportugal


À esquerda, a terceira geração da família Garcia a competir no Trial luso. Depois de Osvaldo e André, o pequeno Martim

Ricardo Damil desistido no final da segunda volta. A classe de consagrados consagrou um novo vencedor, Miguel Rodrigues, na frente de Leonardo Coimbra, Carlos Ferreira, Vitor Dias, Rita Vieira e João Barbosa. Rúben Carvalho repetiu a vitória na Promoção, na frente de Sofia Porfírio, Henrique Raposo, Patrícia Silva e Bernardo Lopes; Luis Carvalho e Martim Garcia foram, respetivamente, os solitários vencedores dos Veteranos e Infantis. Seguiu-se a visita a uma das “Mecas” do trial - Escudeiros (perto de Braga) – onde a vitória voltou a sorrir a Pedro Sousa (a jogar em casa) mas com Diogo Vieira cada vez mais ameaçador (desta vez a diferença foi de apenas 7 pontos); em 3º ficou o galego Javier Piñero, seguido de Filipe Paiva e Nuno Castro, tendo Leandro Castro abandonado no final da 2ª volta. Miguel Rodrigues voltou a vencer entre os Consagrados, seguido de Rita Vieira, Carlos Ferreira, Leonardo Coimbra, João Barbosa e Vitor Dias, enquanto que desta feita Henrique Raposo se impôs na Promoção a Rúben Carvalho, Sofia Porfírio, Patrícia Silva e Bernardo Lopes. Luís Carvalho voltou a ser um solitário vencedor dos Veteranos, o mesmo se passando com Martim Garcia nos Infantis. Num primeiro balanço à introdução do trial “non-stop”, pudemos confirmar que as “hierarquias” se mantiveram, mas as diferenças pontuais entre os pilotos diminuíram, sobretudo nas classes de iniciação; as zonas passaram a ser mais rolantes, técnicas e fluidas e a “altura” dos obstáculos diminuiu um pouco. As organizações têm estado à altura no que respeita à implementação do paddock e dos locais das zonas, mas deverão apostar ainda mais na manutenção dos fiscais de uns anos para os outros, pois é a esse nível que têm existido alguns problemas. A segunda metade do campeonato irá começar em Serpins, no mês de Julho, seguindo-se a prova do Porto em Outubro; a 6ª prova ainda não tem local e data definidos. O Campeonato Nacional de Trial Indoor terá o seu início a 14 de Julho no Porto - integrando o programa da “Festa da Moto” - , seguindo-se Lamego a 21 do mesmo mês e Esposende a 3 de Agosto. motoportugal 13


Mototurismo Texto e fotos: Comissão Mototurismo FMP

Concentração C.M.C. de Olhão Um clima de sol maravilhoso, um ambiente contagiante de convívio, grande animação, divertimento e com um cartaz repleto de excelentes espectáculos. Assim se realizou a XXI concentração do Clube Moto Convívio de Olhão, nos dias 31 de Maio, 1 e 2 de Junho de 2013, no parque de campismo dos bancários em Olhão. E, tal como nos têm habituado em anos anteriores, esta concentração decorreu com grande êxito, não só devido à grande simpatia com que recebem, ao excelente serviço de refeições, mas também à grande capacidade de organização dos membros deste clube. Este ano, mais uma vez, a afluência dos participantes foi enorme, de salientar ainda os moto clubes da Margem Sul que aderiram em grande número, resultado do excelente trabalho que os sócios do Moto Convívio de Olhão têm realizado ao longo dos anos, dando origem aos laços de amizade demonstrados. Na sexta-feira actuaram duas excelentes bandas, M90 e Nuggyland, intercalando com os shows de strip das sensuais meninas do Solegssho”, animando as hostes até de madrugada. Na tarde de sábado foram muitos os que decidiram dar um mergulho na piscina do Parque de Campismo. Mais tarde houve lugar à actuação do grupo de dança moderna do Ginásio Clube Olhanense. Ao lanche foram distribuídos pires de berbigão a todos os participantes. A seguir ao delicioso jantar a animação foi brutal, com a actuação das bandas DÁ/CA -Tributo AC/DC e TRP -Tributo

ao Rock Português. O ponto alto da noite foi proporcionado com as meninas do Strip do grupo Solegsshow, que encantaram todos os presentes com a sua arte de bem despir. Depois do pequeno-almoço de domingo seguiu-se o passeio de barco pela Ria Formosa à Ilha de Armona, onde houve tempo para dar uns mergulhos. O ambiente dentro do barco foi de animação total. Voltando ao recinto da concentração serviu-se o almoço e distribuíram-se as lembranças a todos os

clubes inscritos. Com grande sucesso encerrou-se assim a XXI concentração do Moto Convívio Olhão. Na nossa humilde opinião, são concentrações como esta, que valorizam o meio do motociclismo. Obrigado Clube Moto Convívio de Olhão pelo esforço e dedicação, parabéns pelo excelente trabalho que todos os anos vem executando em prol do motociclismo português. Pediu-nos o Moto Convívio Olhão que ficasse aqui expresso o seu agradecimento a todos os sócios e amigos envolvidos na realização deste evento, bem como a todas as entidades oficiais: Câmara Municipal de Olhão, Juntas de Freguesia de Olhão e Quelfes, Bombeiros Municipais de Olhão, Polícia de Segurança Pública, a Guarda Nacional Republicana e a todos os patrocinadores que colaboraram e desde sempre acreditaram neste clube. Mais fotos em: https://picasaweb.google.com/ jjserraconc/OLHAO2013#

Viana – Moto Clube Foz do Lima Viana do Castelo voltou a receber a visita das motos e dos motociclistas, vindos dos quatro cantos do país e também da vizinha Espanha, para mais um excelente convívio e fim-de-semana, por terras do Minho. O Parque da Cidade, bem junto ao Rio Lima, foi o local escolhido desta vez, para levar a efeito este encontro que contou com a participação de várias centenas de motociclistas. Passada que está uma década, desde que o Moto Clube Foz do Lima deu continuidade ao projecto “Viana é p’ra curtir”, é com satisfação que vemos crescer, sobretudo em qualidade, esta festa das motos, mesmo numa altura em que as dificuldades económicas estão na ordem do dia. Este projecto voltou a contar com os mais variados motivos de animação e diversão, a par das estruturas bem montadas, para receber os participantes e a população local. A cultura sempre foi um ponto de honra do Foz do Lima, pelo que o folclore minhoto voltou a marcar presença. As concertinas e as cantigas à desgarrada, sempre com aquela pontinha malandra, foram outras das várias atrações, nas noites ventosas destes quatro dias de festa que compuseram o Arraial Minhoto. Boas bandas de rock, shows eróticos,

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dançarinos vindos da Galiza, baptismos de voo de helicóptero, exposições, muita música em tenda electrónica, boas refeições e muita simpatia, encantaram quem se fez à estrada e aproveitou este convívio, em plena e bonita região minhota Destaque ainda para a entrega de prémios aos clubes que desta forma enaltece e promove o associativismo. O Bike Show trouxe ao palco bons trabalhos de personalização em ambiente bem animado. O tradicional passeio turístico que encerrou da melhor maneira as actividades do encontro, levou a longa caravana pelas ruas da cidade de Viana do Castelo com paragem junto ao Santuário de Stª Luzia, para a habitual foto de grupo e pelas aldeias até à praia da Amorosa. O M.C. Foz do Lima está uma vez mais de parabéns por todo o esforço em manter sempre em alta a sua concentração, fruto também do espírito de união que norteia o clube, procurando proporcionar dias muito bem passados, numa das mais bonitas cidades do nosso país e duma região que tanto tem para oferecer. O clube agradece o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo, PSP, Cruz Vermelha, Vinhos Solar do Louredo e restaurante Magna Caffé.


Junho 2013 INTERNACIONAIS

4ª prova – Desafio Ruta 40 – Argentina 4º Paulo Gonçalves (Speedbrain)

9º Gonçalo Reis (KTM 250F) 10º Fábio Maricato (Kawasaki 250F) 11º Daniel Pinto (Kawasaki 450) 12º Ricardo Aires (KTM 125) 13º Jorge Maricato (Yamaha 125) 14º Diogo Pereira (Suzuki 450) 15º Gonçalo Prudêncio (Kawasaki 250F) 16º Rui Carvalho (Suzuki) 17º Carlos Alberto (KTM 350F) 18º André Marques (Yamaha 250F) 19º Fábio Varela (Honda 250F) 20º Rui Ribeiro (Kawasaki 250F) MX1 1º Hugo Santos (KTM 450) 2º Hugo Basaúla (Suzuki 450) 3º João Vivas (Yamaha 450) 4º Sérgio Pita (Kawasaki 450) 5º Daniel Pinto (Kawasaki 450) 6º Diogo Pereira (Suzuki 450) 7º Carlos Alberto (KTM 350) 8º Pedro Lobo (Honda 450) MX2 1º Paulo Alberto (Honda 250F) 2º Pedro Carvalho (Yamaha 250F) 3º Sandro Peixe (Yamaha 250F) 4º Fábio Maricato (Kawasaki 250F) 5º Diogo Graça (Kawasaki 250F) 6º Gonçalo Reis (KTM 250F) 7º Jorge Maricato (Yamaha 125) 8º André Marques (Yamaha 250F) INICIADOS 1º/2º Bruno Charrua (KTM) 2º/1º João Oliveira (KTM) 3º/3º André Sérgio (Yamaha) 4º/4º João Pinto (KTM) 6º/5º Fábio Freire (KTM) 5º/10º Carlos Moreira (KTM) 7º/6º Renato Silva (TM) 10º/7º João Barcelos (Suzuki) 8º/11º André Silva (Suzuki) 9º/8º Luís Outeiro (Kawasaki)

Campeonato do Mundo de Enduro

Campeonato Nacional de Velocidade

Camp. do Mundo de Velocidade – Moto3 5ª Prova – G.P. Itália, Mugello 4º Miguel Oliveira (Mahindra) 6ª Prova – G.P. Catalunha, Montmeló 6º Miguel Oliveira (Mahindra) 7ª Prova – G.P. Holanda, Assen 4º Miguel Oliveira (Mahindra)

Campeonato do Mundo de Motocross MX1 8ª prova – França, Ernée 10º/12º Rui Gonçalves (KTM) 9ª prova – Itália, Maggiora 13º/17º Rui Gonçalves (KTM)

Campeonato do Mundo de Supersport 6ª prova – Portugal, Portimão 20º Miguel Praia (Honda)

Taça FIM Superstock 1000 4ª prova – Portugal, Portimão 22º Ivo Lopes (Suzuki)

Campeonato da Europa de Bajas 2ª prova – Baja Mare, Roménia 1º Bianchi Prata (Husqvarna) 3º Rui Costa (Husqvarna)

Campeonato do Mundo de Ralis TT 3ª prova – Rali da Sardenha, Itália 2º Paulo Gonçalves (Speedbrain) 8º Ruben Faria (KTM) 10º Hélder Rodrigues (Honda)

5ª prova – Buzau, Roménia 5º/6º Luís Correia (Beta) – E3 -º/12º Luís Oliveira (Yamaha) – Junior 6ª prova – Kastoria, Grécia 9º/4º Luís Correia (Beta) – E3 9º/7º Luís Oliveira (Yamaha) - Junior

NACIONAIS Campeonato Nacional de Motocross 4ª prova – Moçarria ELITE 1º Hugo Santos (KTM 450) 2º Pedro Carvalho (Yamaha 250F) 3º Sandro Peixe (Yamaha 250F) 4º Hugo Basaúla (Suzuki 450) 5º Paulo Alberto (Honda 250F) 6º João Vivas (Yamaha 450) 7º Diogo Graça (Kawasaki 250F) 8º Sérgio Pita (Kawasaki 450)

3ª prova – Circuito de Braga II SUPERBIKE 1º Xavi Forés (Ducati) 2º André Pires (Suzuki) 3º Tiago Magalhães (Kawasaki) 4º Filipe Costa (MV Agusta) 5º Mário Alves (BMW) 6º Pedro Monteiro (Yamaha) 7º António Suarez (Suzuki) 8º José Deira (BMW) 9º Manuel Garcia (Suzuki) 10º Tony Costa (Ducati) 11º Fernando Freitas (Honda) 12º Stephen Carmichael (BMW) 13º Tiago Morgado (Suzuki) 14º Pedro Pereira (Kawasaki) 15º Luís Franco (Yamaha) SUPERSTOCK 600 1º Hugo Moreira (Kawasaki) 2º Romeu Leite (Yamaha) 3º Hélder Bessa (Triumph)

4º José Quiza (Yamaha) 5º Tiago Cleto (Yamaha) 6º Afonso Vaz (Suzuki) 7º Alfonso Millan (Honda) 8º Adrian Benito (Yamaha) 9º Ricardo Santiago (Yamaha) 10º Andres Calvar (Yamaha) 11º Marcos Leal (Yamaha) 12º Tiago Santos (Honda) 13º Manuel Toimil (Yamaha) 14º Hugo Costa (Honda) MOTO JÚNIOR 125GP/Moto3 1º Fábio Lopes (Yamaha) 2º Angel Dominguez (Yamaha) 3º Paulo Leite (Yamaha) 4º João Vieira (Minarelli) 5º Francisco Castro (Minarelli) 85 Pro/Moto4 1º Alex Costa (Minarelli) 2º Luís Pinto (Honda) 3º João Marinho (Honda) 4º Luís Silva (Honda) TROFÉU DE CLÁSSICAS 1º Alberto Pires (Yamaha) 1º C3 2º Fernando P. Martins (Yamaha) 2º C3 3º José Barbosa (BMW) 1º C2 4º Enrique Perez (Matchless) 1º C1 5º José Figueiredo (Yamaha) 2º C2 6º Francisco Monteiro (Yamaha) 3º C2 7º Fernando Sousa (Honda) 8º João Leandro (Triumph) 9º Osvaldo Garcia (Yamaha) 10º Vasco Rodrigues (BMW) 2º C1 11º Cláudia Saraiva (Yamaha) 3º C2 TROFÉU SÉC. XX – TAÇA LUÍS CARREIRA 1º Paulo Sotero (Yamaha) 1º LC3 2º Pedro Pereira (Honda) 1º LC4 3º Luís Santos (Kawasaki) 1º LC2 4º João Leandro (Yamaha) 2º LC3 5º José Bochecha (Honda) 2º LC2

Campeonato Nacional de Trial 3ª prova – Escudeiros ELITE 1º Pedro Sousa (Gas Gas) 2º Diogo Vieira (Ossa) 3º Javier Piñero (Gas Gas) 4º Filipe Paiva (JT) 5º Nuno Castro (Gas Gas) CONSAGRADOS 1º Miguel Rodrigues (Gas Gas) 2º Rita Vieira (Gas Gas) 3º Carlos Ferreira (Gas Gas) 4º Leonardo Coimbra (Sherco) 5º João Barbosa (Gas Gas) 6º Vítor Dias (Gas Gas) PROMOÇÃO 1º Henrique Raposo (Gas Gas) 2º Ruben Carvalho (Gas Gas) 3º Sofia Porfírio (Gas Gas) 4º Patrícia Silva (Gas Gas) 5º Bernardo Lopes (Gas Gas)

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