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FACULDADE PAULISTA DE ARTES DESENHO INDUSTRIAL - PROGRAMAÇÃO VISUAL

NOVO PROJETO GRÁFICO VISUAL PARA A REVISTA DG - DESIGN GRÁFICO Fabiana Cristina Hernandes Arteaga

SÃO PAULO JUNHO DE 2008


FACULDADE PAULISTA DE ARTES DESENHO INDUSTRIAL - PROGRAMAÇÃO VISUAL

NOVO PROJETO GRÁFICO VISUAL PARA A REVISTA DG - DESIGN GRÁFICO Fabiana Cristina Hernandes Arteaga

Trabalho de Graduação Interdisciplinar apresentado à Faculdade Paulista de Artes para obtenção do título de Bacharel em Desenho Industrial, com habilitação em Programação Visual. Orientadora: Profª. Sandra Secco

SÃO PAULO JUNHO DE 2008


FACULDADE PAULISTA DE ARTES DESENHO INDUSTRIAL - PROGRAMAÇÃO VISUAL

NOVO PROJETO GRÁFICO VISUAL PARA A REVISTA DG - DESIGN GRÁFICO Fabiana Cristina Hernandes Arteaga

A Banca Examinadora aprovou em sessão pública realizada em ___/___/___. ________________________________ Profª: Sandra Secco ________________________________ Profº.: Clayton Caetano

Trabalho de Graduação Interdisciplinar apresentado à Faculdade Paulista de Artes para obtenção do título de Bacharel em Desenho Industrial, com habilitação em Programação Visual. Orientadora: Profª. Sandra Secco

________________________________ Profª: Ivana Paim

SÃO PAULO JUNHO DE 2008


Aos meus pais que sempre estiveram ao meu lado.


“Só sei que nada sei”. Sócrates


AGRADECIMENTOS

A todos, que de alguma maneira contribuíram com a realização deste trabalho,

deixo aqui minha profunda gratidão.

As professoras orientadoras, Sandra Secco, Rosane Pires e Marlene Sobrenome que

com seus espíritos de colaboração infindáveis contribuiram com a efetivação deste trabalho. Aos professores(as) que ensinaram com muita dedicação muito do que sei hoje, José Ricardo Espíndola (JR), Liliana Bellio, Clayton Caetano, Luis Gustavo, Gilberto Mendes, alguns pude conviver mais e outros menos mas todos ficarão na lembrança.

Não posso deixar de citar a Faculdade Paulista de Artes, que possibilitou que o estu-

do fosse concluído.

Aos meus pais e irmão que sempre estiveram ao meu lado e sempre seguraram a

barra em momentos de dificuldade e ainda hoje, me ajudam e incentivam-me a sonhar.

Marlon, meu namorado por me acompanhar nos momentos bons e ruins de minha

vida, sempre paciente, apoiando-me, compreendendo e confiando.

Ao meu ex-chefe Victor, pela consideração e pela chance de poder estagiar na

Câmara Brasil-Alemanha que sem dúvida foi decisiva no processo de inserção neste curso de Desenho Industrial. Esta empresa foi como uma mãe, aprendi muita coisa, sem eles eu não teria tido a oportunidade de aprender o pouco que sei de Alemão, muito menos chegaria onde estou agora. Agradeço também aos meus colegas de trabalho e de almoço que fizeram parte dos bons momentos e convívio nesse período.

Aos meus grandes amigos de colégio que nunca deixarão de ser queridos, entre eles

Kleydson, Cintia e Michele, ainda somos unidos e espero que possamos nos reunir mais vezes.

Não poderia deixar de lembrar dos meus animais de estimação, os hamsters, meu

gato, o cão do meu namorado. Agradeço por existirem e por fazerem minha vida muito mais alegre me ajudando a superar os momentos de depressão e tristeza.

Agradeço, também, à empresa onde atuo hoje, Vetor Editora, meu primeiro trabalho

registrado, no qual estou tendo a possibilidade de aprender e conhecer mais sobre o processo de diagramação de livros e testes. A minha diretora Tânia pelo apoio e disponibilidade em ensinar, e aos meus colegas que fazem dos dias monótonos dias mais interessantes.

Muito obrigada a todos que participaram desta fase da minha vida, e que estiveram

presentes de alguma forma nesta etapa que foi muito importante para minha evolução intelectual e pessoal.


RESUMO

Este trabalho tem como finalidade a elaboração e desenvolvimento de um Projeto

Gráfico Visual inovador, para uma publicação periódica já existente no mercado, a “Revista DG - Design Gráfico”, cujo conteúdo destina-se exclusivamente a profissionais, estudantes e interessados na área e segmento de Design Gráfico e Programação Visual, tendo como ideal colaborar com a proliferação de informações necessárias para o compreendimento da profissão de Designer no Brasil. Palavras-chave: Revista - Projeto Gráfico - Identidade Visual - Design Gráfico - Diagramação.


ABSTRACT

This work has as purpose the elaboration and development of a innovator Visual

Graphic Project for a periodic publication already in the market, the “DG Graphic Design Magazine�, whose content is aimed exclusively to professionals, students and those who are interested in the segment of the Visual Programming and Graphic Design. This magazine has as an ideal to contribute with the increasing of necessary information for the understanding of the Designer profession in Brazil. Key-words: Magazine - Graphic Project - Visual Identity - Graphic Design - Diagramming.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................13 1.1 Apresentação............................................................................................................13 1.2 Justificativas.............................................................................................................13 1.3 Objetivos..................................................................................................................15 1.3.1 Objetivo Geral.....................................................................................................15 1.3.2 Objetivos Específicos...........................................................................................15 2. DESIGN GRÁFICO E COMUNICAÇÃO VISUAL.....................................................17 2.1 Significado do Design..............................................................................................17 2.2 História do Design Gráfico.......................................................................................19 2.2.1 Art Nouveau........................................................................................................20 2.2.2 Cubismo.............................................................................................................22 2.2.3 Futurismo. ..........................................................................................................24 2.2.4 Dadaísmo............................................................................................................25 2.2.5 Surrealsimo.........................................................................................................26 2.2.6 Design Revoluncionário Russo.............................................................................28 2.2.7 Art Decó.............................................................................................................30 2.2.8 De Stijl...............................................................................................................32 2.2.9 Bauhaus........................................................................................................................33 2.2.10 Pós Bauhaus . .............................................................................................................35 3. REVISTA........................................................................................................................000 3.1 Design de Revistas...................................................................................................000 3.1.1 Os quatro “F” do design de revista 3.1.2 Alexei Brodovitch. .............................................................................................. 3.1.3 David Carson 3.2 Análise da Revistas Design Gráfico nº.....................................................................000 3.3.1 Conteúdo Editorial. .............................................................................................000 3.3.2 Público-alvo........................................................................................................000 3.3.3 Perfil Psicográfico. ..............................................................................................000 3.3.4 Dados Técnicos...................................................................................................000


4. REVISTA DG - Design Gráfico......................................................................................000 3.2 Briefing.....................................................................................................................000 3.2.1 Público-alvo......................................................................................................000 3.2.2 Concorrentes.....................................................................................................000 3.3 Pesquisa de campo...................................................................................................000 3.3.1 Gráficos............................................................................................................000 3.4 Projeto Editorial.......................................................................................................000 3.4.1 Conteúdo Editorial............................................................................................000 3.5 Projeto Visual...........................................................................................................000 3.5.1 Diagramação.....................................................................................................000 3.5.2 Equilíbrio..........................................................................................................000 3.5.3 Cores.................................................................................................................000 3.5.4 Forma................................................................................................................000 3.5.5 Logotipo 3.5.5 Tipografia..........................................................................................................000 3.5.6 Fotografia..........................................................................................................000 3.5.7 Capa..................................................................................................................000 3.6 Publicidade...............................................................................................................000 3.6.1 Condições de venda..........................................................................................000 3.6.2 Conteúdo dos anúncios.....................................................................................000 3.6.3 Material.............................................................................................................000 3.6.4 Formato............................................................................................................000 3.6.5 Periodicidade e Circulação ..............................................................................000 3.6.6 Política de Anúncios.........................................................................................000 3.6.7 Preços...............................................................................................................000 3.7 Produção Gráfica......................................................................................................000 3.7.1 Papel.................................................................................................................000 3.7.2 Sistema de Impressão.......................................................................................000 3.7.3 Acabamento......................................................................................................000 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................000 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.....................................................................................000


“Tornar o simples complicado é fácil; tornar o complicado simples é criatividade.” Charles Mingus

Introdução

Introdução IntroduIntrodução ção IntroduIntrodução ção Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução


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1. INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação

A proposta deste trabalho implica desenvolver um novo Projeto Gráfico Visual

para a “Revista DG - Design Gráfico” especializada nesta área. A revista está no mercado brasileiro desde 1996 ou seja, aproximadamente 12 anos de atuação, e segundo o editor nesta época ainda não havia muitas escolas específicas na área, os trabalhos eram realizados por profissionais de arquitetura, desenho industrial e até autodidatas.

Baseando-se portanto nessa questão, pode-se dizer que depois de tantos anos o de-

sign ainda não teve o reconhecimento necessário como profissão no Brasil, no entanto a idéia de elaborar uma revista que fale sobre o assunto abertamente, informando e unindo os profissionais é de interesse geral. Conforme pesquisa realizada com leitores de revistas deste segmento em 2008, os editoriais atuais não estão totalmente preocupados com algumas questões de interesse público, deixando muito a desejar. O público alvo deste segmento requer mais ciência de conteúdo com ênfase em comunicação visual, e muitas revistas neste caso não estão conseguindo atingir este público específico.

Espera-se desta maneira que possa-se criar uma nova identidade e um novo conteú-

do para esta revista, focando inclusive a polêmica das questões ecologicas e ambientais, propondo soluções e sempre analisando e divulgando idéias referentes e relacionadas ao design. Planeja-se abranger a princípio o município e cidade de São Paulo, podendo posteriormente estender-se ao Estado inteiro e futuramente ao país, devendo ser distribuída através de empresas de Logística terceirizadas.

O papel que deverá ser utilizado como suporte na publicação especificamente para o

miolo1, será o Couché Fosco, com gramatura 90. Na capa todavia deverá ser utilizado o mesmo papel com uma gramatura maior: 240, e ambos deverão ser impressos em OffSet2 com 4 x 4 cores3. Será lançada com periodicidade mensal e deverá ter o custo de R$15,00. Edit. Conjunto de páginas internas de uma publicação. (ABC da ADG Glossário de termos e verbetes utilizados em Design Gráfico, p. 74). 2 [ Ingl. ] Art. Gráf. Forma comercial da impressão litográfica. Método de impressão planográfico no qual as àreas de imagem e de não-imagem estão no mesmo plano na chapa de impressão. Uma chapa granulada de metal flexível (alumínio ou zinco) recebe uma gravação da imagem a ser impressa por processo fotoquímico (fotolitografia). A chapa – a matriz –, então instalada em um dos cilindros da maquina impressora, ao invés de imprimir diretamente sobre o papel, tranfere a imagem para um outro cilindro revestido de borracha que finalmente imprime na folha de papel. A matriz é constantemente umedecida e entintada. Como na litografia, as áreas a imprimir recebem a tinta enquanto as restantes, úmidas, repelem a tinta. (ABC da ADG Glossário de termos e verbetes utilizados em Design Gráfico, p. 79). 3 4x4 cores significa que será impresso em quatro cores frente e verso. Mesmo tendo dobras ainda seria frente e verso, portanto, 4x4. As vezes a parte de fora do impresso é colorida e a de dentro é preto e branca (quando tem apenas textos ou textos com imagens em preto e branco), então a configuração é 4x1. E quando o impresso tem apenas uma face impressa é 4x0, 1x0, 2x0, 3x0. (http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20071215074424AA0xRuV). 1


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1.2 Justificativas

A “Revista DG - Design Gráfico”, hoje é uma das mais influêntes na área de Design

Gráfico e Programação Visual, por tratar a informação de maneira jornalísticamente séria. Porém, mesmo com essa qualidade na forma de transmitir suas matérias, existe uma deficiência acentudada com relação ao aspecto visual, como o próprio editor da revista, Eduardo Viotti, confirmou através de conversa por e-mail: “[...] ela nunca se propôs a ser uma revista metalinguística, mas sim eminentemente jornalística e útil. [...] Sabemos e assumimos nossa carência de uma linguagem gráfica mais elaborada, requisitada pelo leitor especializado.”4

Muitas revistas analisadas deste segmento apresentam alguns problemas muito simi-

lares como textos ilegíveis nas matérias, às vezes, alinhados à esquerda e, às vezes, justificados com espaços enormes entre palavras chamados comumente de caminho de rato, tornando a leitura cansativa. Outras, são muito poluídas e sem nenhum padrão gráfico que as torne fácil e identificável. Nesse sentido, a leitura acaba tornando-se confusa, com variação de tamanho de fonte no texto principal, disposição da calha ora vertical, ora horizontal. A falta de coerência no uso de cores e, principalmente, para uso de leitura, negrito e itálico utilizados indevidamente, capitulares5 competindo com títulos, logotipos mudam de forma, o que cria um impedimento para o reconhecimento do leitor com a marca. Algumas informações são complicadas de entender e descobrir, código de barras e valor do produto perdidos na capa, lombada com texto muito reduzido e até com informações desnecessárias. Existe muita dificuldade em encontrar determinadas matérias, porque as páginas, muitas vezes, não foram numeradas. Houve então a necessidade de construir uma nova identidade visual e desenvolver um novo projeto para a revista. Por se tratar de uma publicação que deve atingir um público muito seletivo e, conforme citado pelo editor, “um público especializado”, a necessidade de utilizar-se de pesquisa cuidadosa e focada na programação visual é de importante valor, na qual há o propósito de tornar realidade um trabalho que transforme e coloque em prática o que a revista deseja expressar. Toda a informação sobre design gráfico e suas vertentes, deve estar além do que textos meramente jornalísticos, deve conter uma comunicação que seja atrativa ao público a quem se destina, que atice a curiosidade e os olhos do leitor, atendendo esta demanda que assíduamente encontra-se em bancas de jornais, Entrevista realizada com o editor chefe da revista DG - Design Gráfico, através de e-mail. Data: 10 mar. 2008. Tip. 1. Recurso gráfico que consiste na utilização da primeira letra do texto em tamanho maior do que as demais. Geralmente, é udasa em textos longos e de caráter literário. 2. Letra utilizada na abertura da composição de um texto, de tamanho maio que os tipos do texto. (ABC da ADG Glossário de termos e verbetes utilizados em Design Gráfico, p. 23).

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livrarias e outros, atrás de novidades no mercado do design gráfico. Há a necessidade de atuar no cuidado com o papel social e mercadológico, social porque existe a grande preocupação com o meio ambiente e a divulgação do uso de materiais reciclados no processo de impressão da revista foi uma das soluções para conscientizar os leitores e profissionais deste problema atual em toda a sociedade, e mercadológica, pois há uma posição estratégica que pretende-se abranger durante o estudo aprofundado do planejamento de marketing, de forma a que atinja de maneira concreta o público-alvo da revista.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

O projeto da revista propõe se diferenciar das demais publicações existentes no merca-

do por ter como objetivo, conter uma programação visual contemporânea e distinta, que vise a apresentação da revista de maneira inovadora, dinâmica, arrojada, exuberante, sofisticada, organizada e, ao mesmo tempo, clean. Pretende-se assim que estas informações contidas sejam facilmente interpretadas e entendidas pelos leitores a fim de realizar uma comunicação clara e ágil, um dos focos para a realização da mesma é a interatividade, no qual os leitores podem ter um acesso maior à revista, enviando trabalhos e materiais visuais que poderão ser publicados na mesma, pois com base em pesquisa de campo esta seria uma forma de inovar no mercado editorial de design gráfico.

1.3.2 Objetivos Específicos

- Divulgar a profissão de Designer Gráfico bem como suas vertentes e informar sobre as novidades apresentadas na área.

- Aumentar o interesse do público pela revista tanto pela informação transmitida, como

pela mensagem comunicada visualmente e, dessa forma, estimular o crescimento

de clientes interessados no assunto.

- Propiciar o aumento nas vendas.

- Propagar e conscientizar os leitores dos motivos de se importar com o meio social e

ambiental, encorajando-os a propor novas soluções.


“A imaginação é mais importante do que o conhecimento. Pois o conhecimento é limitado, enquanto a imaginação abraça o mundo inteiro, estimulando o progresso, dando vida à evolução.” Albert Einstein

Design Gráfico e Comunicação Visual

Design Gráfico eGráfico Comunicação Visual Design e Comunicação Visual Design Gráfico e Comunicação Design Gráfico e Comunicação Visual Design Gráfico e Gráfico Comunicação Design e Comunicação Visual Visual Design Gráfico e Comunicação Design Gráfico e Comunicação

Design Gráfico Design Gráfico e Comunicação Visual Design Gráfico e Comunicação Visual Design Gráfico e Comunicação Visual

Design Gráfico e Comunicação V esign Gráfico eDesign Comunicação Visual Gráfico e Comunicação Visual Design Gráfico e Comunicação Visual Design Gráfico e Comunicação Visual Design Gráfico e Comunicação Visual Design Gráfico e Comunicação Visual esign Gráfico eDesign Comunicação Design Gráfico e Comunicação VisualVisual Gráfico e Comunicação Visual esign Gráfico e Comunicação Visual Design Gráfico Comunicação DesignVisual Gráfico Design Gráfico ee Comunicação Design Gráfico e Comunicação Visual


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2. DESIGN GRÁFICO E COMUNICAÇÃO VISUAL

2.1 O Significado do Design Gráfico

Biologicamente o ser humano é possuidor de cinco sentidos que são considerados

muito importantes por terem a função de se perceber o mundo. São eles: o tato, o olfato, a audição, o paladar e a visão. A visão destaca-se aqui por ter como receptor um orgão sensorial vital, os olhos, que são responsáveis pela percepção da luz que é decodificada pelo cérebro e transformada em cores, formas, movimentos, texturas, relevos, distâncias, entre outros.

Segundo Dondis (2003, pp. 5-7), a criança começa a ter suas primeiras experiências

e aprendizagem com o mundo através do sentido tátil. O olfato, a audição, e o paladar também são importantes nesse período, porém todos estes sentidos, são rapidamente superados pelo plano icônico1, que pode ser considerado como a capacidade de ver, reconhecer e compreender o ambiente e emoções, “a experiência visual humana é fundamental no aprendizado para que possamos compreender o meio ambiente e reagir a luz; a informação visual é o mais antigo registro da história humana.” (Id., Ib., pp. 5-7).

Para Munari (1968, p. 87), tudo que nossos olhos vêem, pode ser considerado

comunicação visual2 desde uma nuvem no céu até um telegrama. Desde os primórdios, o homem primitivo se orientava através de sinais gráficos, uma pegada na terra poderia ser logo associado a um animal que provavelmente acabara de passar e nessa direção como define Hollis (2001, p. 1) a combinação desses sinais e a criação de marcas que transmitam alguma idéia pode ser considerado design gráfico. Munari (1968, pp. 87-88) ainda distingue a comunicação casual da intencional dando como exemplo novamente a nuvem, que na comunicação casual pode significar uma advertência de que um temporal se aproxima, porém, ainda existe a possibilidadede de ser interpretada de diversas maneiras pelo receptor. Já na comunicação intencional a mensagem pode ser analisada sob dois aspectos, o da informação estética e o da informação prática, seu significado se inverte, quando colocamos como exemplo os índios, que costumavam fazer nuvens de fumo para se comunicar a longa distância, eles tinham portanto a obrigação de transmitir uma mensagem de forma uniforme, de modo que seus receptores entendessem esta informação sem o descuido de distorcê-la futuramente. Pertencente ou relativo ao ícone (Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão 5.0). Ícone, signo visual que apresenta características de semelhança formal ou de equivalência conceitual com o objeto que representa. (ABC da ADG Glossário de termos e verbetes utilizados em Design Gráfco, p. 59). 2 Conjunto de técnicas, conhecimentos e procedimentos que buscam maior eficácia na transmissão visual de mensagens verbais ou não-verbais através dos diversos meios de comunicação. (ABC da ADG Glossário de termos e verbetes utilizados em Design Gráfco, p. 28). 1


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O design foi caracterizado por Donis (2003, pp. 7-8) como utilitário. Para ele, o mes-

mo surgiu da necessidade que o homem sentia desde os tempos mais remotos em facilitar seu trabalho, havia necessidades básicas como comer e proteger-se do frio, por exemplo, e, desta maneira, o homem começou a criar e desenvolver instrumentos funcionais que facilitassem sua rotina, na caça, com a preparação de alimentos, e confecção de peles de animais para a proteção de seu corpo contra as variações climáticas.

De acordo com Denis (2004, p. 16) a palavra design provem da língua inglesa, a

qual pode se referir tanto a idéia de plano, desígnio, intenção, quanto à de configuração, arranjo, estrutura. Sua origem vem do latim designare que pode ter tanto o sentido de designar como também o de desenhar. Flusser (2007, p. 181), ainda examina a mesma contendo o termo signum que em alemão zeichen tem o mesmo significado (“signo”, “desenho”), definindo também a palavra design em dois aspectos, podendo tanto expressar um verbo quanto um substantivo, atribuindo significado de “propósito”, “plano”, “intenção”, “meta”, “esquema maligno”, “conspiração”, “forma”, “estrutura básica”, “astúcia” e “fraude”, e como verbo to design pode denotar “tramar algo”, “simular”, “projetar”, “esquetizar”, “configurar” e “proceder de modo estratégico”.

O termo define genericamente a atividade de planejamento e projeto relativos a lin-

guagem visual. Esta atividade trabalha com a articulação de textos e imagens, podendo se desenvolver sobre variados suportes. O mesmo pode englobar desde o projeto gráfico, identidade visual, projetos de sinalização até design editorial e outros, além de poder ser empregado como substantivo definindo assim um projeto em si (Glossário de termos e verbetes utilizados em Design Gráfico ABC da ADG, p.36)

Kopp (2004, p. 39) cita Philip Meggz (1998) que instituiu a origem do nome

design gráfico - graphic design - que surgiu em 1922 William Addison Dwiggins foi quem utilizou o termo pela primeira vez, com o propósito de denominar sua atuação como indivíduo, ele ordenava a estrutura e o visual das formas na comunicação impressa. A palavra “grafia” é uma derivação do termo grego gráphein que significa escrever, descrever, desenhar, a palavra gráfico também está relacionado àquilo que é escrito, desenhado ou marcado sobre uma superfície, hoje a gráfica é muito associada a produção e reprodução através de alguns processo de impressão dentre eles: (off set, tipografia, litografia, rotografia, flexografia, sistema digital e outros), mesmo assim a área gráfica pode envolver um número maior de vertentes como o design de vinhetas para a TV e o cinema, e até o design de interfaces de web sites.

A arte e o artesanato tem muito em comum com o design, mas existe uma grande preo-

cupação em discernir esses termos explica Denis (2004, pp. 16-17). Nessa direção, Chico


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Homem de Melo conclue: “Design gráfico não é só um belo desenho. Design Gráfico é um belo desenho, com um sentido e uma tarefa a cumprir.” (http://www.modenadesign.com.br/ design-grafico.php), e Flusser (2007, pp. 183-184) concorda acrescentando que o design é como uma conexão interna entre técnica e arte o que torna possível uma nova forma de cultura, pois, “Nem tudo que está impresso é design. Design tem que ter projeto que respeita uma estrutura do começo ao fim. O simples preenchimento de páginas com imagem e letras não é fazer Design Gráfico.” como considera Emilie Chamie3 (http://www.modenadesign.com.br/ design-grafico.php).

Porém, Hollis (2001, pp. 2-4) diz que o aspecto mais significativo que diferencia o design

gráfico de uma obra de arte é a preocupação que este profissional (designer4) tem em emitir a mensagem de uma forma que atenda ao cliente e que seja coerente com seu público-alvo, ou seja, com uma linguagem que facilite o entendimento. A principal função do design gráfico é identificar, dizer o que é, e de onde surgiu determinada coisa (fachadas, letreiros, marcas, símbolos, logotipos, rótulos de embalagens), depois no âmbito de Design de Informação, informar e instruir de maneira a relacionar duas ou mais informações que indicam posição e escala (mapas, diagramas, sinais de direção), e a terceira função, apresentar e promover, prender a atenção tornando a mensagem sempre lembrada (pôsteres, anúncios publicitários).

O designer pode atuar como diretor de arte e como tal, deve supervisionar a área ilus-

trativa e fotográfica, revisar as etapas do projeto com o cliente, esboçar propostas, sempre tendo em vista a produção mecânica. Márcia Okida revela que “a busca pela excelência da comunicação gráfica deve ser o objetivo dos novos profissionais da área” (http://www.designgrafico.art.br/site/wp-content/themes/designGrafico/comapalavra_linguagemeditorial.php).

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2.2 História do Design Gráfico

Os primeiros estudos sobre design se deram no início da década de 1920, durante o

período modernista e tinha como objetivo a definição de regras que propusessem a distinção do que seria ou não considerado design. Comunicar de maneira correta uma mensagem é dever inerente de um profissional designer gráfico, ele deve ser um intermediário, que decodifica a mensagem para ser transmitida ao público de forma inteligível. (Denis, 2004, pp. 14-15). http://www.modenadesign.com.br/design-grafico.php. Indivíduo que planeja ou concebe um projeto ou modelo. Desenhista-industrial. Desenhista-de-produto. Programador visual. (Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão 5.0).

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Segundo Bridgewater (1999, pp. 10-13), os primeiros trabalhos gráficos foram realizados

por artesãos, o profissional designer gráfico passou a existir somente após a invenção da impressão. Este sempre utilizava-se de misturas, com elementos artistícos e mecânicos. No século XVI Claud Garamond e Jacob Sabon separaram o design de tipografia, da impressão e ilustrações que antes eram impressas em madeira, começaram a ser impressas em blocos de metal, técnica criada por Gutenberg. Contudo, foi em meados do século XIX que o design gráfico começou a conquistar espaço nas embalagens, apresentações, mostruários e na publicidade, crescendo assim o reconhecimento como profissão.

2.2.1 Art Nouveau

De acordo com Hurlburt (1980, p. 13), o estilo do século XX chamado de design mo-

Figura 1. William Morris 1834-1896 - The wood beyond the world - London: Kelmscott Press, 1894.

o movimento de Artes e Ofícios (Arts & Crafts) em 1884, suas idéias abrangiam desde o meio impresso até o mobiliário, além de papeis de parede e tecidos. Em 1890 também fundou a Kelmscott Press, uma editora que tinha como preocupação a impressão de livros em alto padrão de design, seu maior interesse era de trazer as artes decorativas para este segmento, buscando um equilíbrio entre o funcional e a beleza da forma.

crítico de arte, foi um dos precursores do movimento moderno na Inglaterra (século XIX), ele defendia os valores estéticos com moralidade. O designer, poeta e teórico social, William Morris (Figura 1), que trouxe a revalorização da tipografia clássica renascentista na impressão com algumas influências do movimento Art Nouveau e das habilidades artesanais do design de produto também fundou segundo Bridgewater (1999, p. 10-13) Fonte: http://special.lib.gla.ac.uk/teach/privatepress/natureope.html

Fonte: http://www.slq.qld.gov.au/whats-on/exhibit/online/ tw/displays/200607/drawn/browse_images_4/morris

derno sofreu muitas influências de variados movimentos artísticos, John Ruskin (Figura 2),

Figura 2. Ruskin, John 1819-1900 - The nature of Gothic; a chapter of The stones of Venice London: George Allen 1892; Printed at the Kelmscott Press


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O Art Nouveau foi o primeiro movimento voltado exclusivamente para o design gráfico, pois não se expressa através de pintura mas sim de cartazes,

pôsters e objetos decorativos e até arquitetura revela Hurlburt (1980, p. 16). Toullouse-Lautrec com o cartaz Aristide Bruant dans son cabaret (Figura 4), foi analisado por Hollis (2001, p. 6) como um desenho que salienta a decoração e sua falta de relevo, porém com uma certa espontaneidade dos instantâneos fotográficos. Hurlburt (1980, p. 13) continua

Figura 4. Ambassadeurs: Aristide Bruant 1892; Lithograph in six colors (poster), 141 x 98 cm; Private collection.

do ele foram grandes pintores,concordando com a idéia Bridgewater (1999, p. 10-13) diz que estes pintores aderiram ao estilo que ficou muito conhecido pelo excesso de linhas talvez não muito elegantes porém curvilineas, sinuosas, abundantes com adornos e traços que lembram elementos da natureza.

O estilo também foi importantíssimo

na criação da página impressa, formato de fon-

Fonte: http://beautifulcentury.blogspot.com/2007/01/pierre-bonnard-la-revue-blanche-1896.html

Figura 5. Pierre Bonnard, La Revue Blanche, 1894

Fonte: http://www.cs.virginia.edu/~dbi9m/klimt/pix/Women/pKiss.jpg

Fonte: http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/toulouse-lautrec/i/ambassadeurs.jpg

citando os artístas como Pierre Bonnard (Figura 5) e Gustav Klimt (Figura 6) que segun-

Figura 6. Gustav Klimt, O beijo (The Kiss). 1907-08.


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tes e de marcas comerciais, afirma Hurlburt (1980, pp. 16-17). A litografia colorida possibilitou a viabilidade de trabalhos no século XIX como os de posters e trabalhos em pedra. As estampas japonesas também fizeram sua contribuição para o design inspirando o uso livre do espaço.

Já para os designers da Bauhaus se-

gundo Hurlburt (1980, pp. 16-17) o Art NouFonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Lautrec_moulin_rouge%2C_la_goulue_%28poster%29_1891.jpg

veau era considerado bem exagerado e um

Figura 7. Lautrec moulin rouge, la goulue (poster) 1891.

movimento que negava os princípios básicos do design gráfico sendo simplesmente uma alternativa ornamental assim como o movimento Art Decó.

Apesar desta manifestação ser típica

do século XIX, o Art Nouveau tem seu estilo marcado nos layouts tipográficos dos anos 1960 e 1970, com a família de tipos Bookman que tem um estilo bem trabalhado, o Cooper Black arredondado, e os alfabetos antigos ornamentados, que evidenciam a influência do estilo decorativo (C.f. Hurlburt, 1980, pp. 16-17).

Foi na Bauhaus (escola de Arte e

Design) fundada em Weimarna Alemanha

1919, porém, que foi criado um estilo contemporâneo no qual o design recebeu alicerces muito importantes, aproximando a arte da tecnologia. Lazio Moholy-Nagy (1895 – 1946) um renomado professor, dizia que a tipografia no design deveria ser “pura comunicação na sua mais fulgurante forma”. Herbert Bauer por sua vez eliminou a ultilização de letras maiúsculas na tentativa de representar o som tipograficamente, Jan Tschichold também defendia o uso de arranjos assimétricos e da simplicidade, na composição de textos e fotografias.

2.2.2 Cubismo

Foi o Cubismo o movimento que decorreu do Art Nouveau e deu origem a arte

moderna e gráfica quando teve início mais especificamente em Paris com Pablo Picasso e Georges Braque na exposição Les Desmoiselles d’Avignon (Figura 8) em 1907 que, ape-


Fonte: http://dbeveridge.web.wesleyan.edu/wescourses/2001f/chem160/01/Photo_Gallery_Humanities/picasso/pages/Les_Demoiselles_d%27Avignon.htm

22

Figura 8. Les Desmoiselles d’Avignon, 1907.

sar de não ser considerado terminantemente cubista, tinha muita semelhança com a arte egípicia e africana, destacando-se assim pelos seus contornos e ângulos agressívos. (C.f. Hurlburt, 1980, pp. 16-17).

Braque e Picasso influenciaram mui-

tos pintores com este novo estilo, e em 1913 Fonte: http://www.uncg.edu/rom/courses/dafein/civ/nude_no2.jpg

agitaram os Estados Unidos com a exposição Armony, no qual foram expostos vários trabalhos, dentre eles “Nu descendo uma escada” de Marcel Duchamp (Figura 9), que futuramente viria a tornar-se um dos precursores do futurismo e dadaísmo, já na obra “Natureza Morta com Jornais”, Picasso cria uma colagem de impressos colocado de lado a realidade convencional do cubismo mas mantendo um pouco de realismo.

Figura 9. Nu descendo uma escada, 1912.


23

Em 1909 Frank Lloyd Wright ficou

famoso por completar a Robie House que segundo Hurlburt (1980, p. 14) foi um marco na história da arquitetura, por se utilizar de linhas contínuas equilibradas em plano assimétrico quase perfeita e foi ele quem abordou e desenvolveu a forma moderna. Muito do que aconteceu nessa época influenciou e formou os fundamentos do design moderno. O movimento também serviu de inspiração para a arte coFonte: http://www.ralphmag.org/CX/new.html

mercial e aplicada e foi decisiva na década de 20 para a criação de pôsters e design publicitário. Mesmo com o fim do movimento o Cubismo em 1922, o estilo permaneceu influenciando o design gráfico e a página impressa com suas formas geométricas, como na Figura 10 ao lado, de A. M. Cassandre, 1932.

Figura 10. Wagon-bar

2.2.3 Futurismo

O Futurismo iniciou-se em meados do Fonte: http://www.hnabooks.com/product/show/3069

século 1909, por um grupo de jovens artístas que idealizavam a pintura com expressões dinâmicas do futuro. O poeta italiano Marinetti foi o organizador desde movimento, posteriormente Boccioni, Balla e Severini se aliaram a ele transformando idéias poéticas em imagens visuais, este teve uma contribuição maior a arte do que ao design gráfico, mas não deixou de ser importantíssimo, e mesmo com

Figura 11. Pássaro Madrugador de E. McKnight Kauffer da década de 20.

seu fim na morte de Boccioni e Sant’Elia

seguintes como De Stijl e Bauhaus e princi-

um grande arquiteto adepto do movimento,

palmente no estilo modernista Art Déco (C.f,

o futurismo influenciou outros grupos con-

Hurlburt, 1980, pp. 20-21).


24

2.2.4 Dadaismo

Este movimento tinha como ideial quebrar regras, mesmo de forma contraditória,

protestar contra ilusões da sociedade e contra qualquer significado atribuído a guerra, nega valores sagrados e intocáveis, ridiculariza a pátria, a religião, a moral e honra segundo Hofstatter (1984, p. 172). O Dadaísmo pode ter a origem de sua palavra na expressão romena “da, da” significa (sim, sim), em francês cavalo de pau, e para os alemães um símbolo de ingenuidade simbolizado pelo carrinho de bebê (Hugo Ball).

Não foi um movimento duradouro,

teve início em 1912 e fim em 1922, mais especificamente na famosa Bauhausfest, muitos dos artístas que faziam parte Marcel

Fonte: http://members.aol.com/mindwebart3/marcel.htm

Duchamp (Figura 12), Arp, Picabia e Max Ernst, o fotógrafo Man Ray, o poeta Guillaume Apollinaire colaboraram muito com o

Figura 12. Roda de Bicicleta, 1913.

movimento porém mais tarde muitos destes migraram para o Surrealismo.

Pode-se dizer que o Dadaísmo contri-

aberto libertando-se de restrições retilíneas e despertou para o fato de que “o chocante e o surpreendente podem representar um importante papel na superação da apatia visual”.

O Dadaísmo foi um movimento que

além de muito estravagante influenciou também os estilos De Stijl, os construtivistas e

Fonte: http://www.ieeff.org/ny.html

buiu para o design de forma a deixá-lo mais

Figura 13. Pôster Elle, 1905 com tipografia de Marius de Zayas.


25

estudantes da Bauhaus que apesar de conhecerem e entenderem o sentimento deste movimento libertário, ainda pensavam de maneira ordenada e objetiva contrariando o caos imposto pelo Dadaísmo (C.f, Hurlburt, 1980, pp. 22-23).

Fonte: http://gatoescondido.files.wordpress.com/2007/03/the_persistence_of_memory_1931_salvador_dali.jpg

2.2.5 Surrealismo

Figura 14. Persistência da Memória.

Para Hurlburt (1980, pp. 23-24), o surrealismo foi a arte que surgiu do Dadaísmo e tem

como tinha “o simbolismo, as imprevisíveis justaposições do inconciente” do modo como normalmente acontecem nos sonhos. Sigmund Freud5 teve uma grande participação indireta neste momento e foi de extrema importância para o movimento que focava o universo subjetivo, onde muitos dos artistas basearam-se na obra Interpretação dos Sonhos (Freud), que Sigmund Freud (Příbor, 6 de maio de 1856 — Londres, 23 de setembro de 1939) foi um médico neurologista judeu-austríaco, fundador da Psicanálise. Interessou-se inicialmente pela histeria e, tendo como método a hipnose, estudou pessoas que apresentavam esse quadro. Mais tarde, com interesses pelo inconsciente e pulsões, entre outros, foi influenciado por Charcot e Leibniz, abandonando a hipnose em favor da associação livre. Estes elementos tornaram-se bases da Psicanálise. Freud, além de ter sido um grande cientista e escritor (Prémio Goethe, 1930), possui o título, assim como Darwin e Copérnico, de ter realizado uma revolução no âmbito humano: a idéia de que somos movidos pelo inconsciente. (Wikipédia, a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud, data: 13 maio 2008.

5


26

desvendava o papel do inconciente como depósito de desejos sexuais reprimidos, e com a obra de James Joyce, Ulisses (1922) na qual utilizavam-se as técnicas de livre associação por

Fonte: http://www.chess-theory.com/encprd03042_chess_practice_reflections_debates_arts.php

ideias para revelar o subconciente dos personagens.

Figura 15. O Elefante Celebes, 1921.

André Breton em 1924, havia definido surreialismo como “uma ação puramente

automática e psiquica, pela qual se pode exprimir (...) o real funcionamento da mente”. Os artistas que mais se destacaram neste movimento são: Max Ernst (Figura 15), René Magritte, Salvador Dali (Figura 14), Joan Miró e Hans Arp, os dois ultimos tiveram grande influencia para o design pois utilizavam uma criação de formas e figuras mais abstrata. Este estilo teve uma influência decisiva na comunicação visual e ilustração comtemporânea.


27

2.2.6 O design revolucionário Russo

Muitos designers hoje ignoram a importancia e influências que a (união soviética)

russa trouxe ao design contemporâneo analisa Hurlburt (1984, pp. 26-27). Kasimir Malevitch (Figura 16) foi um artista da época que viveu em Paris no inicio do cubismo e estabeleceu por volta de 1915 o Suprematismo, um estilo da pintura composto de elementos absolutos fundamentais que poderiam ser formas geométricas simples, como quadrado, circulo e triãngulo, que acabou destacando-se no dedesign da Bauhaus, e também influenciou os movimentos construtivistas que pensavam no aproveitamento racional de material util Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Malevich-Suprematism.jpg

para o desemvolvimentos e criação de soluções para os problemas de comunicação e objetos uso comum, chegando a desaprovar a questão de estética e tocando somente em benefício da utilidade.

Construtivismo é na realidade um ro-

tulo dado a diversos trabalhos com tendencias variadas. Mesmo com o isolamento e ao forte controle das fronteiras na Russia os artistas ainda puderam trocar informações com

Fonte: http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/kandinsky/kandinsky.comp-8.jpg

os europeus até 1930. Marc Chagall e Wassily

Figura 16. Suprematismo de Malevich

Figura 17. Composition VIII, 1923.


28

Kandinsky (Figura 17) eram artistas de vanguarda, Kandinsky foi professor na Bauhaus, os designers gráficos Alexander Rodchenko, Nicolas Prusakov e os irmão Stenberg também fizeram parte da vanguarda. O artista El Lissitzky que havia trabalhado na Russia e Europa e divulgava suas idéias gráficas de vanguarda da Europa Ocidental foi um dos mais importantes artistas, e foi quem uniu a elegância européia ao construtivismo da Revolução Russa, formando assim uma nova ordem, em 1923 quando escreveu novas regras para a tipografia e composição, “ressaltava os aspectos visuais e funcionais do uso das letras, palavras e sistemas na comunicação de idéias”, além de instituir a fundação do sistema de diagramação e

Fonte: http://img.ffffound.com/static-data/assets/6/d205d4ed422ae127a8adba6f01a074bcdd7168ab_m.jpg

design.

Figura 18. Artwork de El Lissitzky, 1919.

Hurlburt (1984, p. 28-29) também comenta sobre El Lissitzky (Figura 18) que se

interessava mais pelas técnicas de dupla exposição, superposição e fotogramas, e foi um dos primeitos a estabelecer um contato fotográfico emancipando assim o layout das rígidas imposições retilíneas e dos tipos de metal e das gravuras, esta descoberta foi tão importante quanto a invenção dos tipos móveis, tornando este estilo utilizado até os dias atuais.

Jan Tschichold eminente tipógrafo suíço, escritor das importantes obras “Die Neue

Typographie (A Nova Tipografia) e de Typographik Gestaltung (A Estrutura Tipográfica)”, consideradas fundamentais para qualquer designer, sem poder deixar de citar, apesar de considerávelmente influenciado por El Lissitzky, posteriormente voltou a realizar trabalhos de maneira tradicionalmente clássica.


29

O construtivismo estava resoluto a influenciar o futuro da comunicação de idéias,

tinham como objetivo harmonizar imagens e palavras tanto na página impressa quanto em filmes, e assim também iniciou-se o fotojornalismo, as técnicas como foto montagem, os fotogramas, e a superposição.

2.2.7 Art Déco

De acordo com Hurlburt (1984, p. 32-33) o Art Déco pode ser visto como uma ma-

nifestação, que não segue as regras da simplicidade e funcionalidade que eram alguns dos

Fonte: http://www.tias.com/stores/whimzytreasures/pictures/8607a.jpg

ideais do movimento moderno. Surgiu justamente para reforçar o pensamento que sugere

Figura 19. Vintage Art Deco Ad Florient Gift Box, Qipuante Gift Box, Liliac Gift Box Hands


30

Fonte: http://www.tias.com/stores/whimzytreasures/pictures/8619a.jpg

Figura 20. Vintage Art Deco Ad Cashmere Bouquet Toilet Soap

que o homem se apega a tudo que tenha ou seja ornamental, decorativo ou superficial, sem um conceito significativo.

Paris foi o local onde surgiu a Societé des Artistes Décorateurs (grupo que deu nome

ao estilo), mesmo sofrendo influencias do movimento Art Nouveau e de outros variados, o estilo deixou de lado as curvas decorativas e voltou-se ao interesse das formas ordenadas e geométricas. Estas manifestações na década de 20 e 30 principalmente na arquitetura foram bem variadas, os arranha-céu tiveram grande destaque durante esta época, porém sendo abandonado posteriormente e sua idéia retomada somente na década de 70 novamente.

Este período em que o Art Déco foi muito influente, destacou-se também pelo design

de móveis com a chamada vie moderne, e fez sucesso com criações de embalagens elegantes e cenários cinematográficos extravagantes, fontes com cantos arredondados. Na página impressa teve grande participação (Figura 19 e 20) também porém muitas vezes com efeitos difíceis de serem analisados, o design sempre muito elegante com bom uso de espaços em branco, o contraste da composição de linhas e títulos em negrito, e as ilustrações com uso abundante de tonalidade pálida, croquis de linhas encoracoladas, e abstrações geométricas com toque cubista.


31

2.2.8 De Stijl

O movimento De Stijl, “O Estilo” literalmente, tem seu nome derivado da revista De

Stijl (Figura 21) publicada nas décadas de 10 à 30, formado na Holanda durante a Primeira Guerra Mundial corroborou o design moderno no século XX, no qual os primeiros representantes foram Piet Mondrian (pintor), o arquiteto J. J. P. Oud., e Theo van Doesburg o mais importante fundador e também “profeta, pintor, poeta, arquiteto, tipógrafo e pioneiro do

Fonte: http://www.cubra.nl/jefvankempen/Destijl/11destijl.jpg

moderno design gráfico” (Hurlburt, p.34-35) editor da mesma revista até sua morte.

Figura 21. Primeira capa da revista De Stijl, 1917.

Os designers deste movimento tiveram notável destaque pela rigorosa precisão com

que dividiam o espaço quase sempre constratando as divisões com linhas negras, pelo equilíbrio, a assimetria, pela aspecto arrojado e criativo do uso de formas básicas, cores primárias e pela grande simplicidade das soluções, o termo neoplaticismo foi inventado para classificar a concepção de pintura bidimensional e o mesmo tornou-se sinônimo do estilo.


32

Van Doesburg e Mondrian utilizavam muito da assimetria, influenciados pelo arqui-

teto Frank Lloyd Wright. Van Doesburg ampliou ainda o uso desse conceito formalista ao princípio da tipografia, estabelecendo assim um preceito criativo do design gráfico, as criações iniciais da tipografia da Bauhaus mostravam bem este conceito. Foi ele também quem constatou que a quarta dimensão poderia ser aplicada ao design: “Não há dúvida de que a crescente necessidade de uma realidade visual é causa da enorme popularidade do cinema, dos jornais ilustrados, das revistas e da fotografia. A necessidade visual faz parte do estilo no nosso tempo. (...)A linha reta corresponde à velocidade do transporte moderno; os planos horizontais e verticais à manipulação mais sutil, ou às mais simples tarefas da vida e da tecnologia industrial. (...) O homem moderno desafia a forma ortogonal (simétrica) com uma forma oblíqua (assimétrica). Estas renovações elementares encontram seu equivalente na teoria da Relatividade, nas novas pesquisas sobre a natureza da matéria e numa atitude aberta em direção à inteligência ilimitada e às iniciativas criadoras dos seres humanos” (Van Doesburg) 2.2.9 Bauhaus

Hulrburt descreve a Bauhaus como sendo um movimento do design moderno que

teve muito reconhecimento dos críticos, porém talvez tenha sido mal interpretado. A Bauhaus foi um centro de estudos mais propriamente dita, uma escola aplicada aos estudos de novas concepções artísticas. Walter Gropius convidado a constituir a Bauhaus em torno de 1919 na cidade de Weimar na Alemanha, tinha como objetivo formar profissionais como arquitetos, pintores e escultores, utilizou-se portanto da tecnologia nas oficinas artesanais da escola, desta forma foram criados dois cursos, o básico ministrado por Johannes Itten professor de artes responsável pelo início das “formas básicas”, porém o curso mais criativo teve princípio somente em 1923 com o professor Paul Klee e em 1925 obteve o corpo final sob direção de Moholy-Nagy e Josef Albers.

Em 1925 a tipografia resultou em um curso básico da Bauhaus e também neste perío

do foi fundada a Bauhaus Press, Paul Klee, Wassily Kandinsky, Moholy-Nagy, Josef Albers e Hebert Bayer tiveram grande importância na influência da página impressa.

O artista que contribuiu de maneira constante para o campo visual e de idéias foi Paul

Klee (Figura 22), inspirando muitos designers gráficos com a introdução na pintura de uma


33

visão einsteiniana do espaço e revelações de Fonte: http://www.galleryofart.us/Paul_Klee/Klee+-+Southern+%28Tunisian%29+Gardens.jpg.html

freud com relação ao inconsciente, em seus conceitos publicado no livro Esboços Pedagógicos em 1923: “o espaço contínuo começa com um ponto que se move para formar uma linha que, por sua vez, se move para formar um plano que, finalmente, se movimenta para formar uma massa ou volume”.

Wassily Kandinsky (Figura 23) aliou-

se a Bauhaus em 1922, com conceitos formados no construtivismo russo, o artista focou seus trabalhos no design geométrico enfatizando as cores primárias.

László Moholy-Nagy (Figura 24),

estava habituado com o movimento De Stijl,

Figura 22. Klee - Southern (Tunisian) Gardens

com o uso de tipografia assimétrica e simplificada, fotogramas, montagem e colagem, logo quando entrou para a Bauhaus fez com Fonte: http://www.galleryofart.us/Vassily_Kandinsky/kandinsky+1926+accent+in+rose.jpg.html

que o ensino voltasse-se para a tecnologia alastrando este uso ao layout de páginas impressas.

O mestre do movimento do design

bidimensional, Josef Albers (Figura 25) iniciou como estudante na Bauhaus, e teve como influência para a criação gráfica, a complexa teoria da cor, que foi exposta na clássica série Homenagem ao Quadrado e no livro Interação da Cor.

Outro aluno da Bauhaus que também

tornou-se professor foi Herbert Bayer (Figura 26), ele também fundamentou a tipografia e inseriu o conceito de eliminação de letras

Figura 23. Kandinsky - Contrasting Sounds

maiúsculas, criando desta forma tipos mais simples e articulados.

A Bauhaus teve grande contribuição para o design gráfico, com relação ao tratamento

da forma e do espaço, e também com à liberdade do layout da página impressa, o design


34

atual não tem muita ssemelhança com os protótipos do Bauahaus, porém continuam desenvolvendo-se com base no que foi esta-

Fonte: http://www.yuribittar.fot.br/clip_image002_0000.jpg

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Josef_Albers%27s_painting_%27Homage_to_the_Square%27%2C_1965.jpg

belecido por essa escola.

Figura 24. Bauhaus Publishers, brochure, 1924

Figura 25. Josef Albers’s painting ‘Homage to the Square’, 1965

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Image:ABayer.png

2.2.10 Pós Bauhaus

Figura 26. Herbert Bayer’s 1925 universal tipografia experimental.

A escola Bauhaus cerrou suas por-

tas em 1933, quando o design moderno já estava bem desenvolvido, a assimetria estava bem estabelecida no design gráfico e a tipografia encontrou outras expressões, diretas e simples, e a publicidade havia crescito de forma indiscutível, com o curso de propaganda na escola o

moviemento tomou novos rumos dando destaque a cores primárias e formas primárias, o design da página impressa se converteu de maneira requintada e emocionante. O design ordenado acabou por ganhar mais espaço, porém alguns designs gráficos sempre referiam-se ao passado nostálgico, o estilo que srurgiu posteiormente, chamado de “Pop” com influência do Dadaísmo porém comercial dedicava-se a publicidade e embalagem.


“A Beleza está na concordância total entre Forma e Função.” F. Weinbrener

REVIsta


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3. REVISTA

3.1 Design de Revista

Em suas observações sobre revistas, King (2001, p. 9) fala sobre este mundo das

revistas, tão atraente, que seduz, pelo brilho, cores, linhas impactantes e fotografias muito intrigantes e inteligentes, um meio de comunicação que deve ser analisado cuidadosamente, por se tratar de um setor empresarial muito competitivo.

King ainda revela que segundo as estimativas da revista “Mr. Magazine”, no Guía de

Nuevas Revistas de Gran Consumo (Guia de Novas Revistas de Grande Consumo), houve uma análise da ascensão e declínio de novos títulos no ano de 1999, no qual pode se constatar que surgiram 864 revistas novas no mercado e no fim deste mesmo período uma redução de 50% destes títulos, desaparecendo em efetivo do mercado editorial. Existe portanto, uma grande guerra para manter os anunciantes, e uma imagem e linguagem que se adapte à um público muitas vezes indefinido e principalmente a forma de lidar com críticas profissionais e do público, muitas vezes modificando seus formatos para permanecerem atuais, e outras vezes até confundindo os leitores pela grande mudança que existem nos logotipos, tentando sempre atender um público cada vez mais fascinado pelo mundo da tecnologia e até com algumas previsões de que o setor impresso está chegando a seu fim e com recessões econômicas que atrapalham muito este ramo de atividade, desafiando a todos os profissionais e esperando que assim veçam os profissionais mais competentes combatendo com criatividade seus concorrentes tanto diretos quanto indiretos.

Em uma entrevista com Samir Husni (p.70), afirma-se que uma revista tem em média

2,5 segundos para conseguir chamar a atenção de seu consumidor em uma banca ou loja de revistas, para ele somos uma sociedade movida pelo visual, então pode-se considerar que a capa, a imagem e a ilustração de uma revista, tenha um grande peso no momento de captar a atenção de seus leitores, em seus estudos sobre a sobrevivência das revistas, ele exlica que isso pode depender de um bom design, porém muitas se dispararam em publicar alguns formatos muitas vezes ilegíveis, que tornaram-se moda de repente. Para ele estas revistas que não seguem um padrão de organização editorial, deveriam estar penduradas em uma parede de museu, pois cedo ou tarde acabam perdendo o gosto do público e desaparecendo da mídia, o conceito de revista é algo que deve ser identificado tendo como objetivo a questão do ler e compreender, e é desta forma que o design pode contribuir para que o entendimento da informação seja rápida e em curto espaço de tempo e linhas.


37

3.1.1 Os quatro “F” do design de revista

Muitas vezes a mudança visual acaba por colocar em dúvida qual é o verdadeiro

sentido e significado que uma revista leva, e seu objetivo não pode ser esquecido, King ressalta isso observando que a revista é feita para ser lida, ou seja o público por mais inteligente e progressista que seja, deseja ver em uma revista o sentido de ordem, e que sua leitura possa ser finalizada sem que hajam qualquer tipo de empecilhos, e desta forma um grupo de designers criaram alguns princípios e normas que devem ser seguidos na editoração de uma revista, são eles:

Formato: O design que será aplicado como padrão a todas as edições da revista, assim

como o logotipo, a tipografia, o tamanho da página, os títulos, as seções e rodapé das páginas.

Fórmula: Resume o enfoque da revista sobre o conteúdo editorial, o tipo e extensão

dos artigos, seções das primeiras e últimas páginas do exemplar, estilo fotográfico, ilustrações, tudo contribui com a fórmula.

Frame (Quadro): As margens exteriores e interiores das páginas, algumas revistas

costumam usar a mesma margem para todas as páginas de um exemplar, outras preferem variar deixando apenas um padrão por seção, porém a regra aqui deve se estabelecer com coerência entre números sucessivos.

Função: A mensagem que a revista deseja comunicar ao seu público, de maneira que

a linguagem seja transmitida de acordo com o estilo e tipo de público alvo.

3.1.2 Alexey Brodovitch

Para Hurlburt (1980, pp. 30-31) Alexei Brodovitch no qual o trabalho teve grande

importancia para a área do design gráfico, se refugiu na década de 1920 em Paris após servir o Exército Branco, e a partir deste momento pode criar cenários do Balé Russo de Diaghilev aderindo também ao movimento parisiense impressive poster, durante este tempo em que esteve em Paris houve um boom do movimento Art Decó, porém possuia grande antipatia por ornamentos exagerados o que fez com que resistisse a este estilo, Alexei tinha um estilo próprio com linhas-mestras, e em 1930 quando viajou para Filadélfia pode iniciar uma nova fase de sua carreira, no qual lecionou um curso noturno que denominava de Laboratório de Design, este curso influenciou gerações de designers gráficos tanto em Filadélfia como em Nova York, um de seus alunos afirmou:


38

Fonte: http://www.monoscope.com/2007/08/alexey_brodovitch.htmls1600_1072350252_02ba25a772_b.jpg

“De Brodovitch você não recebe nem regras nem leis. Ele ensina por osmose. Não há nada que dele, alguém possa se apropriar, a não ser a essência. Como uma qualidade hereditária, algo dele permanece em você pelo resto de sua vida, em contínuo desenvolvimento”.

Figura 27. Capa da revista Harper’s Bazar

Brodovitch produziu revistas, livros e designs publicitários, sempre com um estilo

inconfundível, fazia recortes em suas fotografias e as ordenava sob uma lâmina de vidro, até surgir seu produto final, Hurlburt (1980, p. 31) ainda elogia o designer que possuia bom-gosto e senso estilístico inigualável, confirmando que Brodovitch manipulava suas fotografias com grande sensibilidade, e chegava a provocar o respeito de muitos fotógrafos, seus layouts também tinham um estilo muito exclusivo com uma mistura de arranjos orientais e europeus, transformava suas obras impressas em sofisticadas, com um raro senso de exaltação e pureza.


39

3.1.3 David Carson

O designer gráfico David Carson de nacionalidade norte america, é considerado um

dos mais influentes designers dos anos 1990, mais conhecido por seu trabalho com designs

Fonte: http://tipografos.net/magazines/davidcarson-bc01.jpg

inovadores para revistas, tornou-se diretor de arte da Ray Gun uma revista de conteúdo mu-

Figura 28. Capa da revista Beach Culture

sical, segundo Heitlinger6 o ex-surfista tem um modo despreocupado em lidar com a tipografia, que a primeira vista parecia ser bem impactante, porém logo em seguida percebia-se um estilo muito repetitivo, para ele o estilo da Carson, nada mais é do que uma reeleitura do estilo Merz de Schwitters7. http://tipografos.net/designers/carson.html Merz de Schwitters, nascido em Hanover em 1887, Kurt Schwitters se definia como um “artista total”; sua complexa produção abarca um espectro muito amplo de suportes e interesses: de importância primordial em seu trabalho com o meio pictórico foi sua inovadora e consistente exploração da colagem e da assemblage. E ele ainda aplicou suas teorias artísticas com igual interesse e comprometimento à prática da escultura, da arquitetura, da tipografia, da literatura, da dramaturgia, da encenação, da música e da performance – e a arte resultante batizou de “Merz art”. (http://www.bansen.com.br/SALAdeIMPRENSA/kulturfest/Pinacoteca%20do%20Estado%20inaugura%20Kurt%20Schwitters.htm). 6 7


40

Carson trabalho com as revistas Transworld Skateboarding, Beach Culture, Ray Gun,

a segunda foi considerada uma das mais criativas e ganhou mais de 150 prêmios, mesmo assim a revista foi extinta em sua 6ª edição “O estrondoso sucesso da Beach Culture fez com que o designer privilegiasse a não imposição de qualquer tipo de grid, além da liberdade de criação.”, em seus trabalhos também estão as revistas Surf in Rico e a brasileira Trip, tinha como inspiração sua experiência, a música, o grafite, as pichações, a vida praiana e as suas inúmeras viagens.

Cecília Consolo, que organizou as apresentações internacionais na Bienal de Design

Gráfico ainda afirma que o momento é de reflexão: “Considerar novas possibilidades e linguagens é essencial para que o trabalho não fique estagnado. Carson é uma figura emblemática do design, quer gostemos do trabalho dele ou não. Ele rompeu com o processo suíço, trazendo uma nova forma de pensar para o design e isso é inquestionável”.


“A Beleza está na concordância total entre Forma e Função.” F. Weinbrener

ReVISTA dg Design Gráfico


42

4. REVISTA DG DESIGN GRÁFICO

4.1 Briefing

O Trabalho tem como pretensão desenvolver um novo projeto gráfico visual para a

Revista DG – Design Gráfico, criando novas soluções atrativas para a programação visual da revista, para que a mesma seja rapidamente identificada pelos leitores, de forma ordenada.

O principal diferencial da revista será inovar no mercado e segmento de design grá-

fico.Realizando uma “reforma” no campo visual da revista existente e também focando no conteúdo que deverá explicitar jornalisticamente a área do design gráfico.

4.1.1 Público-alvo

Estudantes de ensino superior design gráfico, desenho industrial, iniciantes que es-

tejam cursando ensino médio e cursos técnicos, e áreas afins, designers profissionais que já atuam no mercado, diretores de arte, e interessados em design gráfico, que tenham poder aquisitivo médio/ alto, com uma faixa etária entre 18 e 40 anos.

4.1.2 Concorrentes

Os concorrentes da Revista DG Design Gráfico podem ser classificados em duas

classes, as revistas impressas e as revistas digitais, a seguir são citadas as marcas das revistas impressas que em sua grande maioria são concorrentes indiretas por tratarem do assunto sobre programação visual porém sem focar somente no design gráfico:

ABC Design,

ARC Design,

Computer Arts,

D2B,


43

Desktop,

Mac,

Professional Publish,

Web Design,

Zupi,

E existem também as revistas digitais que são grandes concorrentes indiretas, estas

estão no meio digital e são muitas, milhares, e normalmente transmitem as informações sem cobrar por elas. Estas acabam abocanhando grande parte do público quando emitem credibilidade, este publico sente-se atraido e optam por este segmento virtual simplesmente porque é mais rápido e prático e principalmente sem nenhum custo de acesso.

4.2 Pesquisa de Campo

4.2.1 Gráfico

100%


44

50% 39%

11%

6%

5%

5%

14%

12%

10%

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6%

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24%

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10%

47% 13%

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7%

9%

7%

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4%

7%

9%

7%

7%

10% 3% 11%

8% 7%


49

4%

12%

17%

17%

21% 27% 2%

6%

7% 9%

17%

4%

7% 2%

36% 2% 2%

4%

4%


50

4%

11%

15%

4%

66%

9%

91%


51

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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