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OS SEGREDOS
DO LÚPULO
Os Segredos do Lúpulo Um guia rápido para resolver as suas dúvidas sobre o principal ingrediente da cerveja artesanal: o lúpulo. Todos os seus segredos serão revelados! O lúpulo é o queridinho de muitos cervejeiros. Responsável pelo amargor da bebida, ele nem sempre fez parte das receitas de cerveja. Os primeiros registros de seu uso aparecem na Idade Média, quando a monja alemã Hildegard von Bingen escreveu o livro Physica sive Subtilitatum. Ao levar o lúpulo à bebida, a intenção era apenas a de conservar a cerveja por mais tempo. Sem sistemas de refrigeração adequados, qualquer elemento natural capaz de conservar os alimentos por mais tempo era sucesso garantido. Mas o lúpulo vai além disso e levou para a cerveja o amargor e as propriedades inebriantes da Humulus lupulus, planta que forma a família Cannabaceae ao lado da Cannabis Sativa, a planta da maconha. Exatamente por esse amargor, hoje tão apreciado por uma parcela dos degustadores, o lúpulo demorou a agradar os consumidores da época. Apesar dessa resistência, até o ano de 1400, o lúpulo já era bastante difundido entre as cervejarias alemãs e, durante o século XV, ele se tornou o mais popular conservante e aromatizante de bebidas do Reino Unido, fazendo com que a incidência do uso de outros aromatizantes, como o mel, frutas, canela e gengibre diminuísse.
In Hops we trust! A planta e suas propriedades
O lúpulo na fabricação
Como já falamos anteriormente, o Humulus lupulus faz parte da família Cannabaceae. Ela é uma planta do tipo trepadeira, que pode passar dos sete metros de altura e, sendo uma planta noturna, é capaz de crescer dezenas de centímetros a cada noite. Após seu crescimento, ela produz pequenos cones, parecidos com flores. Somente as plantas femininas podem ser utilizadas na fabricação da cerveja. Ao contrário do Malte, o Lúpulo não aumenta a quantidade de álcool na cerveja. No entanto, a planta tem suas propriedades relaxantes, assim como sua “prima”, a Cannabis Sativa. As propriedades de relaxamento do lúpulo são tão evidentes que, em alguns países, a planta é utilizada no enchimento de travesseiros para garantir uma boa noite de sono.
Se engana quem pensa que é necessária uma grande quantidade de lúpulo para a fabricação de cervejas: de 40 a 300 gramas já são suficientes para a fabricação de mais de 100 litros da bebida! A quantidade da planta na receita depende do fabricante, sendo essa uma das formas que as marcas utilizam para dar personalidade aos seus rótulos. Embora a lei de pureza alemã defina a obrigatoriedade do Lúpulo na cerveja, é possível produzir a bebida sem o ingrediente e, em alguns casos, mesmo que conste na receita, o lúpulo acaba ficando no plano de fundo, tendo seu aroma e sabor sobreposto por outros elementos. Um caso clássico é a Witbier, que traz outras especiarias que se destacam sobre o lúpulo, tanto no aroma quanto no sabor da bebida.
As variedades do Lúpulo Não pense que todo lúpulo é igual: existem mais de 100 variedades e cada uma tem suas características próprias, conferindo mais ou menos amargor, sabores e aromas cítricos ou herbais. Essa enorme variedade permite que o cervejeiro determine qual tipo de lúpulo é o mais adequado às suas necessidades. A região em que o lúpulo é produzido também altera seu sabor e aroma: de uma maneira geral, o lúpulo é uma planta muito sensível, o que faz com que ele seja suscetível a mudanças de
clima e umidade do solo. O lúpulo também é muito frágil e pode ser foco de pragas com facilidade, além de ser uma planta de difícil cultivo. No Brasil, as tentativas de plantações de lúpulo fracassaram, mesmo nas Serras Gaúchas, que contam com o clima mais frio necessário ao cultivo da planta.
Qualificando o amargor Você já ouviu falar em IBU? Essa é a sigla para International Bitterness Unit, ou seja: as unidades que medem a quantidade de lúpulo
em uma bebida. De maneira geral, quanto mais alto o número IBU, mais amarga sua cerveja será. É importante lembrar que a quantidade de lúpulo não é o único fator determinante quando o assunto é o amargor da bebida. Toda a receita pode influenciar, desde o teor alcoólico, o tipo de lúpulo utilizado e ingredientes adicionais escolhidos pelo mestre cervejeiro. Oficialmente, o índice vai de 0 a 120 - teoricamente, esse seria o maior nível de amargor que as papilas gustativas humanas são capazes de identificar. Mas, na prática, as cervejas podem ir muito além disso.
As mais amargas do mundo:
1
Hill Farmstead Ephraim - 280 IBU
2
Midnight Sun Gluttony - 200 IBU
3
Starr Hill Double Platinum -180 IBU
4
Hoppin Frog Mean Manalishi -168 IBU
5
Gilgamesh Ridgeway IPA - 168 IBU
Os lúpulos mais populares: Esse é o lúpulo mais clássico. Considerado como um dos 4 lúpulos nobres, o lúpulo Saaz é o responsável pelo amargor picante às pilsners tradicionais, como a Pilsner Urquell. Seu aroma terroso é inconfundível e seu amargor é suave, o que garante uma maior drinkability à cerveja.
Saaz Columbus ou Tomahawk é um tipo de lúpulo com ótimo perfil aromático, levemente amadeirado, cítrico e com notas picantes, é o mais indicado para a fabricação do tipo single-hopped em IPAs, uma boa pedida para conhecer esse lúpulo é a Green Flash West Coast IPA.
colu mbus
O nome já entrega o jogo. Esse é o lúpulo para quem gosta da sensação cítrica na boca. Você pode perceber suas características ao apreciar a Sierra Nevada Torpedo IPA.
Cit r a É o lúpulo japonês, conhecido por sua intensa carga de raspas de limão e erva-cidreira. Quem já provou sabe que esse ele se trata de um lúpulo inesquecível, presente no famoso rótulo de mesmo nome da cervejaria Brooklyn.
s o r a c hi É um dos lúpulos mais cítricos disponíveis para a fabricação de cerveja. Ele é picante e floral e transita entre s melhores pale ales, sejam as americanas ou as IPAs. Para experimentar suas sensações, escolha a Sierra Nevada Pale Ale ou a Anchor Liberty Ale.
cascade Lúpulo de variedade americana, originário de um cruzamento entre a variedade feminina Brewer's Gold e um macho USDA. Feito em 1974 e lançado em 1990. Ele tem fortes aromas cítricos, por isso é chamado de “Super Cascade”, em referência ao lúpulo Cascade.
c e n te n nial