Lucas Araujo - Caminhos do Gandarela

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Caminhos do

Gandarela LU CA S B O RG E S



Caminhos do

Gandarela LU CA S B O RG E S


Ficha Catalográfica B732s Borges, Lucas Araujo. Serra do Gandarela : natureza, ecoturismo e fotografia / Lucas Araujo Borges. – Mariana, MG, 2014. 42 f. : il., fotos. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal de Ouro Preto, Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências Sociais, Jornalismo e Serviço Social – DECSO/ICSA/UFOP. Orientador: Prof. André Luís Carvalho. 1. Comunicação. 2. Ecoturismo - Proteção ambiental – Minas Gerais. 3. Fotografia. 4. Turismo - Meio ambiente. 5. Gandarela, Serra do (MG). I. Carvalho, André Luís. II. Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto de Ciências Sociais Aplicadas. III. Título. CDU 379.83(815.1) Catalogação na fonte: Essevalter de Sousa Bibliotecário CRB6ª. 1407 essevalter@sisbin.ufop.br


Ficha Técnica Orientação e Revisão Final André Luís Carvalho Coordenação Editorial e Editoração Lucas Borges Revisão Ortográfica Fábio Brito e Lucas Borges Projeto Gráfico, Diagramação e Capa Fábio Brito Fotografias Lucas Borges Apoio Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP


Agradecimentos Agradeço à minha família pela força em todos os momentos. Aos professores do Jornalismo Icsa, essenciais para minha formação profissional. Aos amigos e à República Birinaite. E, especialmente, a quem me ajudou diretamente na elaboração desse trabalho: André pela paciência, amizade e orientações, Edvaldo e Hezick por me guiar pelos caminhos da Serra, Fábio pelo belo trabalho de diagramação, Fá pela companhia, amor, apoio e também pelas correções de texto, Kera pelos mapas, e Merinha pela grande ajuda no doloroso corte de material.


Sumรกrio

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Caminhos e Paisagens

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ร guas do Gandarela

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Fauna e Flora

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Cidades e Distritos

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CAPĂ?TULO I Caminhos e Paisagens


10 Me dê licença pra falar com vosmecê, meu caro leitor. Neste livro você acompanhará uma viagem. Mas não uma, de número um, não! A viagem aqui é outra... é viagem calma... serena... de apreciação. É uma viagem por toda uma serra. Mas você não vai acompanhar um caminho por ela. Vários são os caminhos que se cruzam nessa Serra, e meu curto tempo não bastou para percorrer todos eles e conhecer essa maravilha em sua plenitude. Tampouco verá aqui uma linearidade temporal, visto que as fotos foram feitas durante todo um ano. Então há fotos tiradas na primavera e verão, quando os rios estão cheios e o verde dos campos saltam aos olhos, e também fotos de estações mais secas, quando a poeira cobre até a copa das árvores. Percorri o que pude, vendo cada detalhe, conversando com os pássaros, aproveitando a brisa e tirando foto de

tudo pra poder mostrar aos amigos. Como é difícil ser fotógrafo, ter que capturar esse tanto de emoção num retangulozinho, e depois correr o risco, quem sabe, de um comentário provocante: “é isso?” E o que eu respondo? É, é tudo isso!

Vista privilegiada da Serra da Piedade em Caeté.


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Da estrada que liga os municípios de Sabará e Caeté já se avista a Serra do Gandarela. À oeste, fica para trás a grandeza e a agitação da capital Belo Horizonte


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A Serra do Caraça Ê facilmente avistada e identificada de diversos pontos do Gandarela


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Da Serra do Gandarela, o Pico do Itabirito revela-se soberano na paisagem.


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Do alto da Serra ĂŠ possĂ­vel avistar parte de Belo Horizonte.


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Dois são os projetos que envolvem o futuro da serra. Um defende sua preservação e a criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela. O outro, o Projeto Mina Apolo, visa a exploração de seus recursos naturais.


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CAPÍTULO II Águas do Gandarela


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37 Essa andança deu uma sede... Alguém quer água? Aqui tem, e muita. A importância da água é conhecida, cantada em verso e prosa e até São Francisco de Assis já fez prece agradecendo por ela... “por nossa irmã, a água, que é útil e humilde preciosa e casta.” Reservatório natural de água, podemos definir assim a Serra do Gandarela. Uma imensidão de córregos vão trilhando seu próprio caminho por ela, e eles nascem por ali mesmo, tem nascente que não acaba. E é uma agua limpinha, dá gosto! Já imaginou o que é essa imensidão de rocha, numa serra, com esse montão de água, o tanto de cachoeira que não tem?! Santo Antônio, Chica Dona, Viana... Isso só as que estão aqui pra te mostrar. Porque ainda. Por que ainda faltam muitas pra eu conhecer... Cachoeira do Sol, da Lua, Alta, Véu da Noiva, Maquiné e por aí vai... E isso fora as lagoas, hein!


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A Serra do Gandarela já atrai turistas e aventureiros. Na foto a Cachoeira de Santo Antônio, que já é ponto conhecido de banhistas, treeiros e praticantes de rapel.


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Águas tão limpas que se percebe que o fundo dos córregos que cortam a Serra são carregados de terra e rochas.


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CAPÍTULO III Fauna e Flora


46 Uma imensidão dessas, tudo natural, tudo quase que intocado... É, tem uma quantidade de planta e de bicho por aqui. A Serra é considerada uma das maiores áreas verdes preservadas no estado de Minas Gerais, tem vegetações de Mata Atlântica e de Cerrado ainda nativas. Das cangas ferruginosas que compõem o solo da região surge uma diversidade enorme de plantas, muitas delas endêmicas, ou seja, que só tem na região. E os animais? Mas tem de tudo! Olha,

só que eu consegui fotografar tem urubu, gavião, seriema, borboleta e tem mais um monte aí que vocês vão ver. E isso que eu consegui fotografar hein, por que os bichos são espertos demais, eu chegava perto eles corriam. E eu juro que enquanto eu estava embrenhado no meio do mato escutei um barulho de onça, um rugido que fez minhas pernas tremerem igual vara verde. A vontade de ir atrás dela e tirar uma foto pra vocês verem foi grande, mas o medo foi maior...


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Das rochas de cangas ferruginosas nasce uma espĂŠcie da flora local.


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Muito sensível à poluição, essa espécie de líquen avermelhado é um indicador do quanto o ar é puro.


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O GaviĂŁo CarcarĂĄ (Polyborus plancus) observa o movimento no alto da Serra.


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Acima, o ninho de um pequeno beija-flor

Nesta foto, o bagunรงado ninho de guaxo


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Ave nativa da América do Sul, uma das características das Seriemas é que elas costumam andar em casais ou em pequenos grupos


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CAPĂ?TULO IV Cidades e Distritos


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CAETÉ A cidade de Caeté teve sua origem em meados do século XVII, ligada ao início do Ciclo do Ouro, quando os bandeirantes chegaram a Minas Gerais em busca de ouro, prata e peças preciosas. Uma das mais antigas localidades de Minas Gerais, a cidade possui um acervo arquitetônico bem conservado como a Igreja Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso, o Museu Casa João Pinheiro, o Chafariz da Matriz e o sítio arqueológico do Cemitério dos Ingleses. Emoldurando a cidade, temos a Serra da Piedade, importante ponto turístico, religioso e ambiental de Minas Gerais, que conta com a singela Igreja de Nossa Senhora de Piedade em seu topo, onde se realiza uma das maiores festas religiosas do Estado, atraindo milhares de romeiros todos os anos. Outros atrativos naturais são a Serra

da Água Limpa e a Pedra Branca, onde é praticado escalada. A cidade apresenta, ainda, uma série de manifestações populares e folclóricas como aluá - datado de 1650, quando os escravos cultuavam a Santa de sua devoção - e a Cavalhada de Nossa Senhora de Nazareth – que acontece no dia 7 de setembro no distrito de Morro Vermelho, enfocando a luta entre mouros e cristãos.


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Datada de 1757, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso é considerada a primeira igreja construída em alvenaria em Minas Gerais. Suas esculturas, imagens e peças de ouro e prata marcam o início da terceira fase do Barroco

Construído em 1800 por escravos, sendo considerado uma obra de arte por sua beleza e detalhes trabalhados na “boca” do chafariz


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BARÃO DE COCAIS Barão de Cocais originou-se no século XVIII com a chegada de bandeirantes portugueses e paulistas ao local, recebendo como primeiro nome o de “São João do Presídio do Morro Grande”, pois o arraial nasceu ao sopé de um extenso morro. Alguns atrativos turísticos mais conhecidos da cidade são: Santuário de São João Batista, a Igreja de Sant’Anna, a Matriz do Rosário, a Igreja do Bonfim em

Cocais e a Praça da Lagoa. Como atrativos naturais, o visitante pode percorrer o Sítio Arqueológico da Pedra Pintada, com pinturas rupestres que datam de aproximadamente 6 mil anos, a Serra do Garimpo e a Cachoeira do Cambota. O distrito de Cocais, local aconchegante, ideal para atividades ao ar livre como caminhadas, passeios a cavalo e trekking, também é um destino bastante procurado pelos turistas.


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A igreja Matriz São João Batista do Morro Grande, foi construída em 1764 e é considerada o primeiro projeto arquitetônico de Aleijadinho. Possui ainda a imagem de São João Batista, esculpida por Aleijadinho, altares folheados a ouro e a pintura do teto é atribuída ao Mestre Athayde


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SANTA BÁRBARA Santa Bárbara é uma cidade hospitaleira, aconchegante e tranquila, dotada de exuberante patrimônio arquitetônico. Destaque para a Igreja Matriz de Santo Antônio (Foto), bem tombado pelo IEPHA, IPHAN e Conselho Municipal; o Memorial Affonso Pena, sediado na Casa Grande que além de ser um exemplar da arquitetura colonial foi onde nasceu o presidente Affonso Pena; o Prédio da Cadeia Antiga e a Estação Ferroviária. Sua origem também remonta ao período de exploração de ouro nas Minas Gerais, quando o bandeirante paulista Antônio Silva Bueno explorando as margens de um ribeirão da Serra do Caraça, encontrou ali ricas minas de ouro. A cidade também oferece outros atrativos naturais como o Parque Recanto Verde que proporciona atividades ao ar

livre como caminhadas e pedalinho e o Santuário do Caraça, um dos pontos mais visitados da região, onde encontra-se tanto atrativos naturais como cachoeiras e trilhas, quanto culturais como o museu, a biblioteca e a igreja neogótica.


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ITABIRITO A maior dentre as cidades que compõem a Serra, com população de 45mil pessoas, Itabirito divide-se entre o histórico e o moderno. Com a descoberta de ouro nas imediações de Sabará e Ouro Preto, no final do Século XVII, houve um grande deslocamento de pessoas para a região e, em pouco tempo, começaram a surgir os arraiais, freguesias e vilas. Com a chegada do Capitão-mor Luiz de Figueiredo Monterroio e de Francisco Homem Del Rey à região do Pico do Itaubyra, em 1709, começaram a se formar os primeiros núcleos de habitantes da cidade. Ao turista são oferecidas diversas opções para atividades ao livre, cavalgadas e caminhadas. Além disso, ganham destaque na paisagem o Pico do Itabirito e os Morros do Trovão e do Cristo. Entre os atrativos culturais as inúmeras igrejas, como a Matriz

de Nossa Senhora da Boa Viagem, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês e a Igreja de São Gonçalo, além do Complexo Turístico da Estação Ferroviária e o Museu de Arte e Ofício.


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RIO ACIMA A história de Rio Acima começa em 1736, com a descoberta de ouro e de outras pedras preciosas no local. É uma cidade de apenas nove mil habitantes, tranquila e acolhedora, que integra a Região Metropolitana de Belo Horizonte. A cidade se destaca por suas belíssimas cachoeiras e por possuir uma Área de Preservação Permanente – a APA do Mingu, que abriga espécies raras e ameaçadas de extinção. Rio Acima possui também inúmeras construções preservadas, como a Igreja Matriz de Santo Antônio, a Casa de Pedra, as Ruínas do Cavalinho, a Capela de Pedras, as minas da Fazenda Capão e a Estação Ferroviária, de onde é possível se encantar com o passeio de Maria Fumaça, em um percurso de 7 km entre Rio Acima e Honório Bicalho.


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RAPOSOS O município de Raposos foi um dos primeiros povoados de Minas Gerais. Fundado em 1690 por Pedro de Morais Raposo, bandeirante paulista que se estabeleceu na cidade impulsionado pela exploração do ouro. Localizado em uma região repleta de

nascentes, Raposos destaca-se por suas belas cachoeiras e rios. Quem visita a cidade também pode conhecer expressivas construções como a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, primeira Matriz de Minas Gerais, erguida no final do Século XVII, a Capela do Rosário e a Estação Ferroviária.


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ANDRÉ DO MATO DENTRO André do Mato Dentro é um Distrito de Santa Bárbara localizado a 36 km da sede do município. Um lugar privilegiado com várias nascentes e belas cachoeiras, a região é rodeada pela Serra do Gandarela, do Almeida e Gongo Soco, o que faz com

que seja muito procurada por quem busca tranqüilidade em meio a uma exuberante paisagem. As principais atividades econômicas desenvolvidas pela comunidade são a criação de gado, o plantio de eucalipto, o artesanato e a produção de cachaça.


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SOCORRO O distrito de Socorro pertence ao município de Barão de Cocais, destacando-se pela tranqüilidade de suas ruas e cordialidade de seus

moradores. Na vila acontece há 296 anos a tradicional Festa de Nossa Senhora do Socorro, em homenagem a padroeira do local.


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MORRO VERMELHO Morro Vermelho é um distrito de Caeté e, apesar de ser o maior dentre os distritos apresentados aqui, possui um clima tranquilo e bucólico. O local é repleto de belezas naturais e convida seus visitantes a prática de esportes, ao descanso e a simples

contemplação da natureza. Também se destacam suas manifestações culturais, como a Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição, a tradicional Cavalgada e as apresentações da Corporação Musical Vermelhense.


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50°0'0"W

15°0'0"S

45°0'0"W

43°40'W

40°0'0"W

BA

MT

43°30'W

Caeté

Barão de Cocais

DF

GO

MG 20°0'0"S

ES

MS

Raposos 20°0'S SP

RJ

PR

Santa Bárbara

µ 0

5

Catas Altas 10

Km 15

Rio Acima

LEGENDA Limite Proposto para o Parque da Serra do Gandarela 20°10'S

Altitude (m) > 2.000

1.500 1.000 500

Itabirito Fonte da base: SRTM - Worldwide Elevation Data - Sistemas de Coordenadas Geográficas - Datum: SAD69 Elaboração: Carolina Panzera, 2013





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