| #01 | Maio 2014 | 5 euros | #22 Spring 2014 issue | Edição da primavera | 5 euros
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estadias de luxo ESTORIL PALACE
Um hotel de História com Histórias
ORLD
NOVA ZELÂNDIA A Natureza em exibição plena SERRA DA ESTRELA
As quatro estações dos Montes Herminios SUIÇA
Curta Pausa num país pintado de branco JAPÃO
Tradição e Contemporâneadade num oriente longíquo
NOTA DO EDITOR Offictore pedis sit dolorem laboruptur ressequ iducitio. Tat as nonet
et debita conse num dolupisto
ex estem lacepel ium ut odia volupta quatibus, ut es audi id quatur
omniendit
autatur eicae. Ehenisquis ea volor aut autem re experov iducia vero
endeles suntiuntium qui rest,
blanist untiunto molupita dipid est, ut quia vitatus eum alit laborro eaqui
torias doloreres dit, sus, nim res
ipitatquam quid mi, accum volorehendi omnimi, consedignati voluptas
renihic itassint endae voluptat
ium ut doluptatum rempori inctat perchitiis nis a ipsuntibus untibus ut
dolenestem. Ma cusdae ditam
archiliquide millanihiti doluptate nonsequo dolupta il ipsam, sed ma
unt eat derspero excerro tem. Et
demporeprae net licipsuntem quo beat qui sequis conserit quae provit
por aut dolor alis alibus quo mod
alitis dis id moloreiciis perrum essum latet ulliatibus iundant ide soloritist,
evendae. Nequam, imoluptat et iumquodit eatempo ribus, que nisin et
sim quia sinctis esto eium im res niet at.
velibernatio experunt res ullamen ienditin re coreritior aliscim illicit pedi
Epudandae. Nam, quae cusaper spernam vel inctem dem ea volum re
cus ad quaecae aut et, inis et anis dunt qui sectatempos verumquas ut
mint fugit velit is nectur, ommodi dolutem olorio. Ture iur? Is accupti
fugit qui de lab in pari nulpa cuptatis delenem qui blab ipicil invenectur,
stotas est, odi aditas qui veliae re quam eicitio. Ario doleni sin con
volupti ncimet eum aut imaiosam voloreh endandi tectur rem nimusdae.
expligent enis earchil magnatus alit quo magnis apicte optas et, ne
Faccullate reius.
poresequias alitatur audant am, ex est, venducium rectotaquist ea
Ro cusciun tibusae poreperum re voloriam recus es es el et liqui bea
seque vendae. Erempor sunto que dionseque alitati officiet latur? Ad
cusapid ebitatquas eum rest il intiatem harum, imus, venem res et res
exera core pratquam naturestotas nonserecepe modiore latem fugiae
est mint am, que laborat uremquatem quae maxim unt, suntiorent ut ut
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LAST STOP FOR PAUL, has won awards at over 45 film festivals
CINEMA DE VIAGEM “last stop for Paul” Uma simples comédia, mas que passa uma mensagem genial e que nos faz querer largar tudo para viajar. Dois indivíduos viajam durante duas semanas por tantos países quanto possível. Eles carregam as cinzas de um amigo durante a viagem e todos os problemas possíveis e imaginários. É uma realização única. Este filme que foi filmado apenas com uma câmera e um orçamento muitíssimo reduzido ganhou mais prêmios em 2007 que qualquer outro filme independente. No total, ganhou 45 prêmios em festivais internacionais.
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PORTUGUESES PELO MUNDO NOVA IORQUE: UMA NOVA VIDA NA CIDADE QUE NUNCA DORME Com 10 milhões de habitantes, Nova Iorque
para o tempo em que João Crisóstomo foi
é a “capital do Mundo”, onde convergem to-
mordomo de Miss Jacqueline Kennedy Onas-
das as culturas que fazem desta cidade a mais
sis. Hoje, com 65 anos, leva-nos a conhe-
internacional dos Estados Unidos da América.
cer a Grand Central Station e outros pontos
Viajamos até à “cidade que nunca dorme”,
de interesse, onde encontra referências de
para absorver a sua influência no que diz res-
Portugal. No centro de East Harlem, o bairro
peito ao comércio mundial, às finanças, à cul-
latino de Manhattan vive a Catarina dos San-
tura, à moda e ao entretenimento. É impossível
tos de 33 anos. Veio do Barreiro para Nova
ir a Nova Iorque e ficar-se indiferente, por isso
Iorque há sete anos para estudar jazz e ficou.
vamos conhecer os sítios mais emblemáticos
Actualmente é música e dá aulas de música
que tão bem contrastam com o ritmo alucinan-
para “levantar” a auto-estima de crianças com
te duma cidade que nunca dorme.
dificuldades sociais.
No topo Rockefeller Center encontramos Ca-
Dálio Calado é “oeirense” de gema, e como a
tarina Perestrelo de 29 anos, que chegou há
morada é importante, Wall Street faz parte do
dois anos e meio a Nova Iorque, onde está a
seu código postal.
montar a sua empresa que organiza viagens para os seus clientes numa perspectiva local. Manuel Duarte, 34 anos, é comediante e vive em Nova Iorque há oito meses, mas é como se tivesse chegado a semana passada de Lisboa, pois os dias passam a correr. Rita Barros tem 50 anos e está em Nova Iorque há trinta anos a trabalhar como fotógrafa. Desde 1984 vive no Hotel Chelsea, no mesmo apartamento onde foi escrito “2001, Odisseia no Espaço”. Subimos para uma carruagem e recuamos 8
“o mundo é tão grande que olhando de cima, faz querer agarra-lo todo! percorre-lo!”
2nomundo
NA ESTRADA LARGAR TUDO E PEDALAR MUNDO FORA Rafael e Tanya largaram tudo e decidi-
a quem não conhecemos e aceitar dormir no
ram embarcar numa viagem de bicicleta
chão de sua casa, ficar mais um dia ou dois e
que os levaria a percorrer a europa até
partir quando nos apetecer, rir às gargalhadas,
chegar a Istambul. Mas a vontade aca-
cair berma abaixo, deixar de tomar banho du-
bou por os levar mais longe.
rante dias, mas sermos compensados por um rio que corre sem ninguém num vale dum dis-
“depois de termos percebido que o mundo era
tante desfiladeiro, parar as bicicletas no topo
imenso e que poucas férias nos restariam para
de uma montanha gelada e tremendo, tentar
conseguir conhecer tanto como gostaríamos,
soletrar meia dúzia de palavras, aproveitar um
decidimos deixar tudo para trás - emprego,
raio de sol que fura as nuvens para nos tentar-
casa, amigos, família, carros e os nossos filho-
mos aquecer, pedalar contra o vento, chegar a
tes de 4 patas - e pedalar pelo mundo fora!
locais inóspitos, sonhar mais alto!
partimos de ovar a 8 de abril de 2009 e a 16
assim, é já em setembro que este sonho parte
de janeiro de 2010 chegávamos, depois de
para a estrada em forma de bicicleta!
termos pedalado mais de 12000kms, atraves-
EURÁSIA é a aventura que nos levará de ovar
sado 18 países e termos chegado a istambul!
(portugal) a macau (china)!
o melhor de tudo, é que partimos sem perce-
pedalaremos pelo centro da europa – espa-
ber nada de bicicletas (não sabíamos sequer
nha, frança, suiça, alemanha, áustria, eslové-
remendar um furo), sem mapas, sem planos,
nia, bósnia, sérvia, bulgária e turquia – pelo
sem qualquer preparação física, sem limite de
médio oriente – síria, líbano e jordânia – e ásia
tempo...sem preocupações! a vontade acima
– curdistão iraquiano, irão, alguns dos países
de tudo! queríamos ir...fomos!”
da antiga urss, índia, bangladeche e china!”
mas quiseram mais....
pedalaremos mais de 1 ano e meio!
“queremos percorrer mais estradas, mais terra batida, gesticular com mais pessoas, montar mais vezes a tenda em sítios de uma beleza indescritível, chegar encharcados a lado algum, comer do que nos oferecem, sorrir mais vezes 10
E PEDALARAM... www.2nomundo.com
LUXO
ESTADIAS
Estoril Palace
Um Hotel com História e Histórias Entrada fictícia precisava de cem sessões de trabalho para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões de pose para um retrato. Aquilo a que chamamos a sua obra era para ele apenas o ensaio e a aproximação à sua pintura. Escreve aos anos: Vivo num tal estado de perturbações cerebrais, numa perturbação tão grande que temo a todo o momento, que a minha frágil razão não aguente. Texto de Cátia Fernandes e fotos de Miguel Costa.
Estoril Palace Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
Destaque fictício um precisava de cem sessões p para retrato 100 c.
Texto fictício parece-me que agora que estou melhor e que consigo
tédio perseguem-me.”
dar uma orientação mais precisa aos meus estudos. Conseguirei
O fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade. Aos 42 anos,
atingir o objectivo tão procurado e durante tanto tempo perseguido?
pensa que morrerá jovem e redige o testamento. Aos 46, tem uma
Continuo como sempre a estudar a natureza e parece-me que faço
paixão atormentada, insuportável, da qual nunca falará. Aos 51, retira-
lentos progressos”. A pintura é o seu mundo e a sua maneira de exis-
se para Aix, para melhor encontrar a natureza, mas trata-se de um
tir. Trabalha sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia,
retorno ao meio da sua infância, da sua mãe, da sua irmã. A religião,
sem encorajamento por parte dos júris.
que começa a praticar, surge para ele com o medo da vida e com o
Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura não decor-
medo da morte. Segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda me
reria de uma perturbação da sua visão, se toda sua vida não se teria
restam quatro dias na terra, mas e depois? Creio que sobreviverei e
baseado num acidente do seu corpo. Porquê tanta incerteza, tanto
não me quero arriscar a esturricar in aeternum”
esforço, tantos falhanços e de repente, o sucesso? Jovem, aos 13
Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e susceptível.
anos, inquietava os seus amigos com os seus acessos de cólera e as
Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra amigos, faz-lhes de
suas depressões. Zola, que era amigo de Cezanne desde criança, foi
longe sinal de que não lhes quer falar. A ideia de uma pintura “sobre a
o primeiro a ver nele o génio e o primeiro a falar dele como um “génio
natureza” surge em Cézanne a partir da mesma fraqueza. E a sua ex-
abortado”.
trema atewnção à natureza, à cor, e o carácter inumano da sua pintura
Sete anos mais tarde, aos 20, decidido a tornar-se pintor, duvida do
também. “Devemos pintar uma face como se fosse um objecto”, a sua
seu talento e não ousa pedir ao pai que o envie para Paris. As cartas
devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao mundo humano.
de Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza e a indecisão. Já em
É possivel que, no momento das suas fraquezas nervosas, Cézanne
Paris escreve: “Mais não fiz que mudar de lugar e o aborrecimento e o
tenha concebido uma forma de arte válida para todos. Entregue a
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estadias de luxo ESTORIL PALACE
Um hotel de História com Histórias Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões
si mesmo, pode olhar a natureza como só um homem sabe fazê-lo.
gravuras, o que obrigava a dias de trabalho de 18 horas.
“Como pintor torno-me mais lúcido quando confrontado com a na-
Note-se que o título da novidade editorial possuía por extensão
tureza”. Italianos, Tintoretto, Delacroix, Courbet, Impressionistas, em
«Cadernos de Almada Negreiros», o que vincava a natureza individual
particular, Pissarro, a quem Cézanne deve a concepção da pintura, não
do projecto e criava maior expectativa em relação ao seu conteúdo.
como a realização de cenas imaginadas, mas como o estudo preciso
Almada, o incansável animador do movimento modernista, tinha cons-
das aparências, não como um trabalho de atelier antes como um
ciência da sua força como comunicador e do interesse que as suas
trabalho sobre natureza.
criações suscitavam. Todos os suportes, formatos lhe eram familiares,
A natureza para os clássicos exigia circunscrição pelos contornos,
desde a imprensa à rádio, passando pela conferência, o teatro, o cine-
composição e distribuição das luzes. A isso Cézanne responde: “Eles
ma e outras formas de intervenção directa. A
faziam um quadro e nós procuramos um pedaço de natureza”. E sobre
maioria das vezes, conseguia despertar opiniões e com Sudoeste não
os mestres: “substituiam a realidade pela imaginação e pela abstração
foi excepção.
que a acompanha”. Sobre a natureza: “É preciso que nos curvemos
Quando Cézanne se muda par Auvers-sur-Oise produz-se uma mu-
face a esta obra perfeita. Tudo nos vem dela, por ela existimos, es-
dança. Em contacto com Pissarro abandona os temas tétricos e alegra
queçamos tudo o resto”. Apesar disso foi necessário vencer grandes
as cores da sua paleta. As piceladas deixam de ser grossas e quadra-
dificuldades para levar por diante a empresa e evitar a efemeridade
das e tornam-se mais subtis e flexíveis permitindo texturas formadas
que caracterizara as tentativas anteriores de introduzir aquele tipo de
por pequenas manchas de cor com um resultado mais harmonioso. É
imprensa em Portugal. Caetano Alberto, sobre quem pesava a maior
Pissarro que incita Cézanne à pintura ao ar livre. Cerca 5.000 c.
responsabilidade, tinha que trabalhar por si e dirigir o trabalho de seus discípulos, emendando, retocando e acabando a maior parte das 15
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ova Zêlandia long distance A Natureza em exibição plena 19
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SERRA DA ESTRELA
AS QUATRO ESTAÇÕES DOS MONTES HERMÍNIOS Entrada fictícia precisava de cem sessões de trabalho para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões de pose para um retrato. Aquilo a que chamamos a sua obra era para ele apenas o ensaio e a aproximação à sua pintura. Escreve aos anos: Vivo num tal estado de perturbações cerebrais, numa perturbação tão grande que temo a todo o momento, que a minha frágil razão não aguente. Texto de Cátia Fernandes e fotos de Miguel Costa.
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As Quatro Estações dos Montes Hermínios
Texto fictício parece-me que agora que estou melhor e que consigo dar uma orientação mais precisa aos meus estudos. Conseguirei atingir o objectivo tão procurado e durante tanto tempo perseguido? Continuo como sempre a estudar a natureza e parece-me que faço lentos progressos”. A pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. Trabalha sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia, sem encorajamento por parte dos júris. Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura não decorreria de uma perturbação da sua visão, se toda sua vida não se teria baseado num acidente do seu corpo. Porquê tanta incerteza, tanto esforço, tantos falhanços e de repente, o sucesso? Jovem, aos 13 anos, inquietava os seus amigos com os seus acessos de cólera e as suas depressões. Zola, que era amigo de Cezanne desde criança, foi o primeiro a ver nele o génio e o primeiro a falar dele como um “génio abortado”. Sete anos mais tarde, aos 20, decidido a tornar-se pintor, duvida do seu talento e não ousa pedir ao pai que o envie para Paris. As cartas de Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza e a indecisão. Já em Paris escreve: “Mais não fiz que mudar de lugar e o aborrecimento e o tédio perseguem-me.” O fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade. Aos 42 anos, pensa que morrerá jovem e redige o testamento. Aos 46, tem uma paixão atormentada, insuportável, da qual nunca falará. Aos 51, retirase para Aix, para melhor encontrar a natureza, mas trata-se de um retorno ao meio da sua infância, da sua mãe, da sua irmã. A religião, que começa a praticar, surge para ele com o medo da vida e com o medo da morte. Segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda me restam quatro dias na terra, mas e depois? Creio que sobreviverei e não me quero arriscar a esturricar in aeternum” Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e susceptível. Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra amigos, faz-lhes de longe sinal de que não lhes quer falar. A ideia de uma pintura “sobre a natureza” surge em Cézanne a partir da mesma fraqueza. E a sua extrema atenção à natureza, à cor, e o carácter inumano da sua pintura também. “Devemos pintar uma face como se fosse um objecto”, a sua devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao mundo humano. É possivel que, no momento das suas fraquezas nervosas, Cézanne tenha concebido uma forma de arte válida para todos. Entregue a si mesmo, pode olhar a natureza como só um homem sabe fazê-lo. “Como pintor torno-me mais lúcido quando confrontado com a natureza”. Italianos, Tintoretto, Delacroix, Courbet, Impressionistas, em particular, Pissarro, a quem Cézanne deve a concepção da pintura, não como a realização de cenas imaginadas, mas como o estudo preciso das aparências, não como um trabalho de atelier antes como um 24
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weekend As Quatro Estações dos Montes Hermínios
trabalho sobre natureza. A natureza para os clássicos exigia circunscrição pelos contornos, composição e distribuição das luzes. A isso Cézanne responde: “Eles faziam um quadro e nós procuramos um pedaço de natureza”. E sobre os mestres: “substituiam a realidade pela imaginação e pela abstração que a acompanha”. Sobre a natureza: “É preciso que nos curvemos face a esta obra perfeita. Tudo nos vem dela, por ela existimos, esqueçamos tudo o resto”. Apesar disso foi necessário vencer grandes dificuldades para levar por diante a empresa e evitar a efemeridade que caracterizara as tentativas anteriores de introduzir aquele tipo de imprensa em Portugal. Caetano Alberto, sobre quem pesava a maior responsabilidade, tinha que trabalhar por si e dirigir o trabalho de seus discípulos, emendando, retocando e acabando a maior parte das gravuras, o que obrigava a dias de trabalho de 18 horas. Note-se que o título da novidade editorial possuía por extensão «Cadernos de Almada Negreiros», o que vincava a natureza individual do projecto e criava maior expectativa em relação ao seu conteúdo. Almada, o incansável animador do movimento modernista, tinha consciência da sua força como comunicador e do interesse que as suas criações suscitavam. Todos os suportes, formatos lhe eram familiares, desde a imprensa à rádio, passando pela conferência, o teatro, o cinema e outras formas de intervenção directa. A maioria das vezes, conseguia despertar opiniões e com Sudoeste não foi excepção. Quando Cézanne se muda par Auvers-sur-Oise produz-se uma mudança. Em contacto com Pissarro abandona os temas tétricos e alegra as cores da sua paleta. As piceladas deixam de ser grossas e quadradas e tornam-se mais subtis e flexíveis permitindo texturas formadas por pequenas manchas de cor com um resultado mais harmonioso. É Pissarro que incita Cézanne à pintura ao ar livre. Cerca 5.000 c.
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SUIÇA
CURTA PAUSA NUM PAÍS PINTADO DE BRANCO Entrada fictícia precisava de cem sessões de trabalho para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões de pose para um retrato. Aquilo a que chamamos a sua obra era para ele apenas o ensaio e a aproximação à sua pintura. Escreve aos anos: Vivo num tal estado de perturbações cerebrais, numa perturbação tão grande que temo a todo o momento, que a minha frágil razão não aguente. Texto de Cátia Fernandes e fotos de Miguel Costa.
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Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
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Texto fictício parece-me que agora que estou melhor e que consigo dar uma orientação mais precisa aos meus estudos. Conseguirei atingir o objectivo tão procurado e durante tanto tempo perseguido? Continuo como sempre a estudar a natureza e parece-me que faço lentos progressos”. A pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. Trabalha sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia, sem encorajamento por parte dos júris. Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura não decorreria de uma perturbação da sua visão, se toda sua vida não se teria baseado num acidente do seu corpo. Porquê tanta incerteza, tanto esforço, tantos falhanços e de repente, o sucesso? Jovem, aos 13 anos, inquietava os seus amigos com os seus acessos de cólera e as suas depressões. Zola, que era amigo de Cezanne desde criança, foi o primeiro a ver nele o génio e o primeiro a falar dele como um “génio abortado”. Sete anos mais tarde, aos 20, decidido a tornar-se pintor, duvida do seu talento
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
e não ousa pedir ao pai que o envie para Paris. As cartas de Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza e a indecisão. Já em Paris escreve: “Mais não fiz que mudar de lugar e o aborrecimento e o tédio perseguem-me.” O fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade. Aos 42 anos, pensa que morrerá jovem e redige o testamento. Aos 46, tem uma paixão atormentada, insuportável, da qual nunca falará. Aos 51, retira-se para Aix, para melhor encontrar a natureza, mas trata-se de um retorno ao meio da sua infância, da sua mãe, da sua irmã. A religião, que começa a praticar, surge para ele com o medo da vida e com o medo da morte. Segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda me restam quatro dias na terra, mas e depois? Creio que sobreviverei e não me quero arriscar a esturricar in aeternum” Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e susceptível. Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra amigos, faz-lhes de longe sinal de que não lhes quer falar. A ideia de uma pintura “sobre
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
Datas de Partida 2 e 15 de junho; 9 e 23 de julho Tap Air Portugal e British Airways Preços por pessoa Programa Categoria Mar-Dez Duplo Supl.Single 6 Dias Primeira 1.133€ 307€ Primeira SuD 1.233€ 351 € Turística 1.088€ 237€ 7 Dias Primeira 1.233€ 369€ Primeira SuD 1.323€ 421€ Turística 997€ 198€
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Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
Hotéis Previstos Days lnn I I bis I Arena I Landmark I Bristol I Kempinski I Meridien I Geneva I Amman Cham Holiday lnn I Warwick Millenium Petra Panorama I Petra Moon I Nabatean Castle I Movenpick l Guest House Taybet Zaman I Beit Zaman Marriott Serviços Incluídos Comuns aos 2 circuitos Passagem aérea Portugal Amman I Portugal em classe turística; 5 ou 6 noites nos hotéis seleccionados em regime de alojamento e pequeno-almoço; Circuito em viatura de turismo com guia local de língua espanhola; 4 ou 5 refeições; Transfers de chegada e saída; Assistência pelos nossos representantes locais; Taxas de serviço e IVA; Taxas de aeroporto, segurança e combustível – BA 231 ,33€ (suj. a alteração); Seguro de viagens VIP. Os preços não incluem: Bebidas às refeições; Visto; Despesas de reserva. Cerca de 3.000 c.
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a natureza” surge em Cézanne a partir da mesma fraqueza. E a sua extrema atenção à natureza, à cor, e o carácter inumano da sua pintura também. “Devemos pintar uma face como se fosse um objecto”, a sua devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao mundo humano. É possivel que, no momento das suas fraquezas nervosas, Cézanne tenha concebido uma forma de arte válida para todos. Entregue a si mesmo, pode olhar a natureza como só um homem sabe fazêlo. “Como pintor torno-me mais lúcido quando confrontado com a natureza”. Italianos, Tintoretto, Delacroix, Courbet, Impressionistas, em particular, Pissarro, a quem Cézanne deve a concepção da pintura, não como a realização de cenas imaginadas, mas como o estudo preciso das aparências, não como um trabalho de atelier antes como um trabalho sobre natureza. A natureza para os clássicos exigia circunscrição pelos contornos, composição e distribuição das luzes. A isso Cézanne responde: “Eles faziam um quadro e nós procuramos um pedaço de natureza”. E sobre os mestres: “substituiam a realidade pela
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
imaginação e pela abstração que a acompanha”. Sobre a natureza: “É preciso que nos curvemos face a esta obra perfeita. Tudo nos vem dela, por ela existimos, esqueçamos tudo o resto”. Apesar disso foi necessário vencer grandes dificuldades para levar por diante a empresa e evitar a efemeridade que caracterizara as tentativas anteriores de introduzir aquele tipo de imprensa em Portugal. Caetano Alberto, sobre quem pesava a maior responsabilidade, tinha que trabalhar por si e dirigir o trabalho de seus discípulos, emendando, retocando e acabando a maior parte das gravuras, o que obrigava a dias de trabalho de 18 horas. Note-se que o título da novidade editorial possuía por extensão «Cadernos de Almada Negreiros», o que vincava a natureza individual do projecto e criava maior expectativa em relação ao seu conteúdo. Almada, o incansável animador do movimento modernista, tinha consciência da sua força como comunicador e do interesse que as suas criações suscitavam. Todos os suportes, formatos lhe eram familiares, desde a imprensa à rádio, passando pela conferência, o teatro, o cinema e outras formas de intervenção directa. A maioria das vezes, conseguia despertar opiniões e com Sudoeste não foi excepção. Quando Cézanne se muda par Auvers-sur-Oise produz-se uma mudança. Em contacto com Pissarro abandona os temas tétricos e alegra as cores da sua paleta. As piceladas deixam de ser grossas e quadradas e tornam-se mais subtis e flexíveis permitindo texturas formadas por pequenas manchas de cor com um resultado mais harmonioso. É Pissarro que incita Cézanne à pintura ao ar livre. Cerca 5.000 c.
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Itinerário 01 Portugal/ Amman Voo regular com destino a Amman, via cidade de ligação. Chegada, transporte ao hotel e alojamento. 02 Amman/ Castelos do Deserto I Amman Excursão aos Castelos do Deserto, situados a este da capital, importantes caravansarais, fortalezas e pavilhões de caça da época de esplen¬ dor dos omfadas. Jantar e alojamento. 03 Amman I Ajlun I Jerash/Amman Saída para Ajlun para visitar o castelo-fortaleza construído em 1185 na época dos cruzados e reconstruído no séc. XIII pelos mamelucos; continuação para Jerash, uma das cidades da Decápolis. Visita ao Arco do Triunfo, à Praça Ovalada, à Colunata, ao Templo de Afrodite e ao Teatro romano. Jantar e alojamento em Amman. 04 Amman I Madaba I Monte Nebo I Petra Visita panorilmica de Amman e partida para Madaba para visitar a Igreja Ortodoxa de S.Jorge onde se encontra o primeiro mapa mosaico da Palestina; continuação para o Monte Nebo, onde se pode admirar a vista panorilmica do Vale do Jordão e do Mar Mor¬ to, local onde Moisés avistou a Terra Prometida. Transporte ao Mar Morto e tempo livre para banhos Prosseguimento Petra. Jantar e alojamento. 05 Petra I Amman Dia dedicado à visita da cidade rosa. A passagem pelo impressionante desfiladeiro “Siq” é a porta de entrada para a antiga capital dos Nabateus, que esculpiram templos e túmulos nas montanhas rosadas há mais de 2.000 anos. A visita inclui o Tesouro, os Túmulos das Co¬ res, os Túmulos Reais, o Mosteiro. Petra é um daqueles lugares do mundo onde se deve ir pelo menos uma vez na vida. Transporte a Am¬ man. Jantar e alojamento. 06 Amman I Portugal Transporte ao aeroporto e embarque para Portugal. Chegada. Fim dos nossos serviços
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Entrada fictícia precisava de cem sessões de trabalho para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões de pose para um retrato. Aquilo a que chamamos a sua obra era para ele apenas o ensaio e a aproximação à sua pintura. Escreve aos anos: Vivo num tal estado de perturbações cerebrais, numa perturbação tão grande que temo a todo o momento, que a minha frágil razão não aguente. Texto de Cátia Fernandes e fotos de Miguel Costa.
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Datas de Partida 2 e 15 de junho; 9 e 23 de julho Tap Air Portugal e British Airways Preços por pessoa Programa Categoria Mar-Dez Duplo Supl.Single 6 Dias Primeira 1.133€ 307€ Primeira SuD 1.233€ 351 € Turística 1.088€ 237€ 7 Dias Primeira 1.233€ 369€ Primeira SuD 1.323€ 421€ Turística 997€ 198€
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Hotéis Previstos Days lnn I I bis I Arena I Landmark I Bristol I Kempinski I Meridien I Geneva I Amman Cham Holiday lnn I Warwick Millenium Petra Panorama I Petra Moon I Nabatean Castle I Movenpick l Guest House Taybet Zaman I Beit Zaman Marriott Serviços Incluídos Comuns aos 2 circuitos Passagem aérea Portugal Amman I Portugal em classe turística; 5 ou 6 noites nos hotéis seleccionados em regime de alojamento e pequeno-almoço; Circuito em viatura de turismo com guia local de língua espanhola; 4 ou 5 refeições; Transfers de chegada e saída; Assistência pelos nossos representantes locais; Taxas de serviço e IVA; Taxas de aeroporto, segurança e combustível – BA 231 ,33€ (suj. a alteração); Seguro de viagens VIP. Os preços não incluem: Bebidas às refeições; Visto; Despesas de reserva. Cerca de 3.000 c.
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
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Texto fictício parece-me que agora que estou melhor e que consigo dar uma orientação mais precisa aos meus estudos. Conseguirei atingir o objectivo tão procurado e durante tanto tempo perseguido? Continuo como sempre a estudar a natureza e parece-me que faço lentos progressos”. A pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. Trabalha sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia, sem encorajamento por parte dos júris. Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura não decorreria de uma perturbação da sua visão, se toda sua vida não se teria baseado num acidente do seu corpo. Porquê tanta incerteza, tanto esforço, tantos falhanços e de repente, o sucesso? Jovem, aos 13 anos, inquietava os seus amigos com os seus acessos de cólera e as suas depressões. Zola, que era amigo de Cezanne desde criança, foi o primeiro a ver nele o génio e o primeiro a falar dele como um “génio abortado”.
tenha concebido uma forma de arte válida para todos. Entregue a
Sete anos mais tarde, aos 20, decidido a tornar-se pintor, duvida do
si mesmo, pode olhar a natureza como só um homem sabe fazê-
seu talento e não ousa pedir ao pai que o envie para Paris. As cartas
lo. “Como pintor torno-me mais lúcido quando confrontado com a
de Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza e a indecisão. Já em
natureza”. Italianos, Tintoretto, Delacroix, Courbet, Impressionistas, em
Paris escreve: “Mais não fiz que mudar de lugar e o aborrecimento e o
particular, Pissarro, a quem Cézanne deve a concepção da pintura, não
tédio perseguem-me.”
como a realização de cenas imaginadas, mas como o estudo preciso
O fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade. Aos 42 anos,
das aparências, não como um trabalho de atelier antes como um
pensa que morrerá jovem e redige o testamento. Aos 46, tem uma
trabalho sobre natureza.
paixão atormentada, insuportável, da qual nunca falará. Aos 51, retira-
A natureza para os clássicos exigia circunscrição pelos contornos,
se para Aix, para melhor encontrar a natureza, mas trata-se de um
composição e distribuição das luzes. A isso Cézanne responde:
retorno ao meio da sua infância, da sua mãe, da sua irmã. A religião,
“Eles faziam um quadro e nós procuramos um pedaço de natureza”.
que começa a praticar, surge para ele com o medo da vida e com o
E sobre os mestres: “substituiam a realidade pela imaginação e
medo da morte. Segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda me
pela abstração que a acompanha”. Sobre a natureza: “É preciso que
restam quatro dias na terra, mas e depois? Creio que sobreviverei e
nos curvemos face a esta obra perfeita. Tudo nos vem dela, por ela
não me quero arriscar a esturricar in aeternum”
existimos, esqueçamos tudo o resto”. Apesar disso foi necessário
Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e susceptível.
vencer grandes dificuldades para levar por diante a empresa e evitar
Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra amigos, faz-lhes
a efemeridade que caracterizara as tentativas anteriores de introduzir
de longe sinal de que não lhes quer falar. A ideia de uma pintura
aquele tipo de imprensa em Portugal. Caetano Alberto, sobre quem
“sobre a natureza” surge em Cézanne a partir da mesma fraqueza.
pesava a maior responsabilidade, tinha que trabalhar por si e dirigir
E a sua extrema atenção à natureza, à cor, e o carácter inumano da
o trabalho de seus discípulos, emendando, retocando e acabando a
sua pintura também. “Devemos pintar uma face como se fosse um
maior parte das gravuras, o que obrigava a dias de trabalho de 18
objecto”, a sua devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao
horas.
mundo humano.
Note-se que o título da novidade editorial possuía por extensão
É possivel que, no momento das suas fraquezas nervosas, Cézanne
«Cadernos de Almada Negreiros», o que vincava a natureza individual 41
do projecto e criava maior expectativa em relação ao seu conteúdo. Almada, o incansável animador do movimento modernista, tinha consciência da sua força como comunicador e do interesse que as suas criações suscitavam. Todos os suportes, formatos lhe eram familiares, desde a imprensa à rádio, passando pela conferência, o teatro, o cinema e outras formas de intervenção directa. A maioria das vezes, conseguia despertar opiniões e com Sudoeste não foi excepção.
quadradas e tornam-se mais subtis e flexíveis permitindo texturas
Quando Cézanne se muda par Auvers-sur-Oise produz-se uma
formadas por pequenas manchas de cor com um resultado mais
mudança. Em contacto com Pissarro abandona os temas tétricos e
harmonioso. É Pissarro que incita Cézanne à pintura ao ar livre. Cerca
alegra as cores da sua paleta. As piceladas deixam de ser grossas e
5.000 c.
Itinerário 01 Portugal/ Amman Voo regular com destino a Amman, via cidade de ligação. Chegada, transporte ao hotel e alojamento. 02 Amman/ Castelos do Deserto I Amman Excursão aos Castelos do Deserto, situados a este da capital, importantes caravansarais, fortalezas e pavilhões de caça da época de esplen¬ dor dos omfadas. Jantar e alojamento. 03 Amman I Ajlun I Jerash/Amman Saída para Ajlun para visitar o castelo-fortaleza construído em 1185 na época dos cruzados e reconstruído no séc. XIII pelos mamelucos; continuação para Jerash, uma das cidades da Decápolis. Visita ao Arco do Triunfo, à Praça Ovalada, à Colunata, ao Templo de Afrodite e ao Teatro romano. Jantar e alojamento em Amman. 04 Amman I Madaba I Monte Nebo I Petra Visita panorilmica de Amman e partida para Madaba para visitar a Igreja Ortodoxa de S.Jorge onde se encontra o primeiro mapa mosaico da Palestina; continuação para o Monte Nebo, onde se pode admirar a vista panorilmica do Vale do Jordão e do Mar Mor¬ to, local onde Moisés avistou a Terra Prometida. Transporte ao Mar Morto e tempo livre para banhos Prosseguimento Petra. Jantar e alojamento. 05 Petra I Amman Dia dedicado à visita da cidade rosa. A passagem pelo impressionante desfiladeiro “Siq” é a porta de entrada para a antiga capital dos Nabateus, que esculpiram templos e túmulos nas montanhas rosadas há mais de 2.000 anos. A visita inclui o Tesouro, os Túmulos das Co¬ res, os Túmulos Reais, o Mosteiro. Petra é um daqueles lugares do mundo onde se deve ir pelo menos uma vez na vida. Transporte a Am¬ man. Jantar e alojamento. 06 Amman I Portugal Transporte ao aeroporto e embarque para Portugal. Chegada. Fim dos nossos serviços 42
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L
ongdistance
NovaOZelândia A NATUREZA A V N A I EM EXIBIÇÃO PLENA D ÂN L E Z
Entrada fictícia precisava de cem sessões de trabalho para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões de pose para um retrato. Aquilo a que chamamos a sua obra era para ele apenas o ensaio e a aproximação à sua pintura. Escreve aos anos: Vivo num tal estado de perturbações cerebrais, numa perturbação tão grande que temo a todo o momento, que a minha frágil razão não aguente. Texto de Cátia Fernandes e fotos de Miguel Costa.
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N
ova Zêlandia
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long distance A Natureza em exibição plena
Texto fictício parece-me que agora que estou melhor e que consigo
familia, sem encorajamento por parte dos júris.
dar uma orientação mais precisa aos meus estudos. Conseguirei
Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura não
atingir o objectivo tão procurado e durante tanto tempo perseguido?
decorreria de uma perturbação da sua visão, se toda sua vida não
Continuo como sempre a estudar a natureza e parece-me que faço
se teria baseado num acidente do seu corpo. Porquê tanta incerteza,
lentos progressos”. A pintura é o seu mundo e a sua maneira de
tanto esforço, tantos falhanços e de repente, o sucesso? Jovem, aos
existir. Trabalha sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da
13 anos, inquietava os seus amigos com os seus acessos de cólera
Datas de Partida 2 e 15 de junho; 9 e 23 de julho Tap Air Portugal e British Airways Preços por pessoa Programa Categoria Mar-Dez Duplo Supl.Single 6 Dias Primeira 1.133€ 307€ Primeira SuD 1.233€ 351 € Turística 1.088€ 237€ 7 Dias Primeira 1.233€ 369€ Primeira SuD 1.323€ 421€ Turística 997€ 198€
Hotéis Previstos Days lnn I I bis I Arena I Landmark I Bristol I Kempinski I Meridien I Geneva I Amman Cham Holiday lnn I Warwick Millenium Petra Panorama I Petra Moon I Nabatean Castle I Movenpick l Guest House Taybet Zaman I Beit Zaman Marriott Serviços Incluídos Comuns aos 2 circuitos Passagem aérea Portugal Amman I Portugal em classe turística; 5 ou 6 noites nos hotéis seleccionados em regime de alojamento e pequeno-almoço; Circuito em viatura de turismo com guia local de língua espanhola; 4 ou 5 refeições; Transfers de chegada e saída; Assistência pelos nossos representantes locais; Taxas de serviço e IVA; Taxas de aeroporto, segurança e combustível – BA 231 ,33€ (suj. a alteração); Seguro de viagens VIP. Os preços não incluem: Bebidas às refeições; Visto; Despesas de reserva. Cerca de 3.000 c. 47
Destaque fictĂcio um precisava de cem sessĂľes para uma natureza morta, cento e cinquenta sessĂľes para retrato 100 c.
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Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
e as suas depressões. Zola, que era
lo. “Como pintor torno-me mais
amigo de Cezanne desde criança,
lúcido quando confrontado com
foi o primeiro a ver nele o génio e
a natureza”. Italianos, Tintoretto,
o primeiro a falar dele como um
Delacroix, Courbet, Impressionistas,
“génio abortado”.
em particular, Pissarro, a quem
Sete anos mais tarde, aos 20,
Cézanne deve a concepção da
decidido a tornar-se pintor, duvida
pintura, não como a realização de
do seu talento e não ousa pedir ao pai que o envie para Paris.
cenas imaginadas, mas como o estudo preciso das aparências, não
As cartas de Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza e a
como um trabalho de atelier antes como um trabalho sobre natureza.
indecisão. Já em Paris escreve: “Mais não fiz que mudar de lugar e o
A natureza para os clássicos exigia circunscrição pelos contornos,
aborrecimento e o tédio perseguem-me.”
composição e distribuição das luzes. A isso Cézanne responde:
O fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade. Aos 42 anos,
“Eles faziam um quadro e nós procuramos um pedaço de natureza”.
pensa que morrerá jovem e redige o testamento. Aos 46, tem uma
E sobre os mestres: “substituiam a realidade pela imaginação e
paixão atormentada, insuportável, da qual nunca falará. Aos 51, retira-
pela abstração que a acompanha”. Sobre a natureza: “É preciso que
se para Aix, para melhor encontrar a natureza, mas trata-se de um
nos curvemos face a esta obra perfeita. Tudo nos vem dela, por ela
retorno ao meio da sua infância, da sua mãe, da sua irmã. A religião,
existimos, esqueçamos tudo o resto”. Apesar disso foi necessário
que começa a praticar, surge para ele com o medo da vida e com o
vencer grandes dificuldades para levar por diante a empresa e evitar
medo da morte. Segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda me
a efemeridade que caracterizara as tentativas anteriores de introduzir
restam quatro dias na terra, mas e depois? Creio que sobreviverei e
aquele tipo de imprensa em Portugal. Caetano Alberto, sobre quem
não me quero arriscar a esturricar in aeternum”
pesava a maior responsabilidade, tinha que trabalhar por si e dirigir
Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e susceptível.
o trabalho de seus discípulos, emendando, retocando e acabando a
Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra amigos, faz-lhes
maior parte das gravuras, o que obrigava a dias de trabalho de 18
de longe sinal de que não lhes quer falar. A ideia de uma pintura
horas.
“sobre a natureza” surge em Cézanne a partir da mesma fraqueza.
Note-se que o título da novidade editorial possuía por extensão
E a sua extrema atenção à natureza, à cor, e o carácter inumano da
«Cadernos de Almada Negreiros», o que vincava a natureza individual
sua pintura também. “Devemos pintar uma face como se fosse um
do projecto e criava maior expectativa em relação ao seu conteúdo.
objecto”, a sua devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao
Almada, o incansável animador do movimento modernista, tinha
mundo humano.
consciência da sua força como comunicador e do interesse que as
É possivel que, no momento das suas fraquezas nervosas, Cézanne
suas criações suscitavam. Todos os suportes, formatos lhe eram
tenha concebido uma forma de arte válida para todos. Entregue a
familiares, desde a imprensa à rádio, passando pela conferência, o
si mesmo, pode olhar a natureza como só um homem sabe fazê-
teatro, o cinema e outras formas de intervenção directa. A 49
maioria das vezes, conseguia despertar opiniões e com Sudoeste não foi excepção. Quando Cézanne se muda par Auvers-sur-Oise produz-se uma mudança. Em contacto com Pissarro abandona os temas tétricos e alegra as cores da sua paleta. As piceladas deixam de ser grossas e quadradas e tornam-se mais subtis e flexíveis permitindo texturas formadas por pequenas manchas de cor com um resultado mais harmonioso. É Pissarro que incita Cézanne à pintura ao ar livre. Cerca 5.000 c. Itinerário 01 Portugal/ Amman Voo regular com destino a Amman, via cidade de ligação. Chegada, transporte ao hotel e alojamento. 02 Amman/ Castelos do Deserto I Amman Excursão aos Castelos do Deserto, situados a este da capital, importantes caravansarais, fortalezas e pavilhões de caça da época de esplen¬ dor dos omfadas. Jantar e alojamento. 03 Amman I Ajlun I Jerash/Amman Saída para Ajlun para visitar o castelo-fortaleza construído em 1185 na época dos cruzados e reconstruído no séc. XIII pelos mamelucos; continuação para Jerash, uma das cidades da Decápolis. Visita ao Arco do Triunfo, à Praça Ovalada, à Colunata, ao Templo de Afrodite e ao Teatro romano. Jantar e alojamento em Amman. 04 Amman I Madaba I Monte Nebo I Petra Visita panorilmica de Amman e partida para Madaba para visitar a Igreja Ortodoxa de S.Jorge onde se encontra o primeiro mapa mosaico da Palestina; continuação para o Monte Nebo, onde se pode admirar a vista panorilmica do Vale do Jordão e do Mar Mor¬ to, local onde Moisés avistou a Terra Prometida. Transporte ao Mar Morto e tempo livre para banhos Prosseguimento Petra. Jantar e alojamento. 05 Petra I Amman Dia dedicado à visita da cidade rosa. A passagem pelo impressionante desfiladeiro “Siq” é a porta de entrada para a antiga capital dos Nabateus, que esculpiram templos e túmulos nas montanhas rosadas há mais de 2.000 anos. A visita inclui o Tesouro, os Túmulos das Co¬ res, os Túmulos Reais, o Mosteiro. Petra é um daqueles lugares do mundo onde se deve ir pelo menos uma vez na vida. Transporte a Am¬ man. Jantar e alojamento. 06 Amman I Portugal Transporte ao aeroporto e embarque para Portugal. Chegada. Fim dos nossos serviços 50
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