Revista Codise

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Aracaju/SE 2015

COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO DE SERGIPE.


Sergipe, um estado de valor. Através de incentivos do PSDI – Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial, Sergipe apresentou um amplo crescimento no setor da indústria, com um investimento de mais de 140 milhões de reais só em 2014, gerando centenas de novos empregos. Um setor que só tem a crescer, trazendo a marca do desenvolvimento econômico e social e beneficiando a todos os sergipanos, direta e indiretamente.


Em 2014 apresentamos uma média de crescimento industrial jamais vista em nossa história. QUANTIDADE DE EMPRESAS

Nº DE EMPREGOS

INVESTIMENTOS (R$ 1.000,00)

MUNICÍPIOS CONTEMPLADOS

FUNCIONANDO NO ESTADO

344

34.096

2.271.420

39

PROJETOS APROVADOS AGUARDANDO IMPLANTAÇÃO

146

7.663

1.664.352

18

IMPLANTADAS EM 2014

50

833

144.041

7

PROJETOS APROVADOS EM 2014

56

2.291

263.753

12

PROJETOS TRAMITANDO PARA APROVAÇÃO

30

1.155

60.708

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EMPRESAS

É a CODISE ajudando a construir hoje o esttado que todos nós querremos ver no futuro.

SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

TRABALHANDO PARA CUIDAR DE VOCÊ

COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL E DE RECURSOS MINERAIS DE SERGIPE


Ao leitor

Governador do Estado de Sergipe Jackson Barreto de Lima

Secretário do Desenvolvimento Econômico e Tecnológico - SEDETEC Saumínio da Silva Nascimento Secretário Adjunto Carlos Augusto Franco Guimarães Diretor Presidente da CODISE Roberto Bispo de Lima Diretor de Industrialização Roberto Bispo de Lima (interino) Diretor Financeiro Elivaldo Silva Simões Diretor de Recursos Minerais

Imagem aérea da CODISE, localizada próximo ao Viaduto do DIA. Foto: Alvaro Rocha

Johélino Magalhães do Nascimento

Colaboração: Dilma Pereira/CODISE Hélio de Melo Sampaio (Economista - Primeiro Presidente) Décio Garcez Vieira Filho (primeiro funcionário contratado na CODISE) Johélino Magalhães do Nascimento/CODISE Jaci Regina Rosa Cruz/CODISE) Carlos Aurélio Barreto/SEDETEC José Alberto González Castaneda/CODISE Edilene Cardoso do Nascimento/CODISE Lúcia Maria da Silva/CODISE Liana Fraga de Andrade /CODISE Francisco Ramos/CODISE

H

á mais de três décadas, a Codise (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Sergipe) vem cumprindo com os objetivos de fo-

mentar a implantação de novos empreendimentos no Estado para contribuir com o desenvolvimento socioeconômico da região. Em todo esse tempo, houve duas diretrizes que nunca foram abandonadas: promover o crescimento de forma integradora, para interiorizar os benefícios e aumentar a capacidade renda da população; e visar pela sustentabilidade dos projetos.

Vieira Neto/SEDETEC (Fotógrafo/SEDETEC) Maria Letícia Lima Machado Ferreira - Assedise Dilma Resende – Rua 24 Horas – Rua do Turista Amanda Portugal - Estagiária/CODISE Thiago Marques Rosendo - estagiário

Diagramação:

Sergipe é uma terra com enormes potencialidades, devido a suas riquezas naturais e pela sua localização estratégica no Nordeste, no caminho entre os dois maiores centros comerciais da região: Salvador e Recife. Hoje, a Codise tem como meta ser referência nacional em matéria de

Conceito Comunicação Integrada

incentivo ao desenvolvimento empresarial e socioeconômico do estado de Sergipe. Visando esse objetivo, tem a oferecer uma gestão eficiente e inovadora, instrumentos eficazes de promoção industrial e assistência técnica para alavancar recursos. 4-


Sumário PALAVRA DO PRESIDENTE...................................................................................................... 6 CODISE, UMA HISTÓRIA DE COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO....................... 10 POR QUE INVESTIR EM SERGIPE? ......................................................................................... 12 A RIQUEZA DA TERRA............................................................................................................... 18 ALIADO COM O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.............................................................. 22 UM NOVO CONCEITO DE DISTRITO INDUSTRIAL.................................................................. 26 NO CORAÇÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL.......................................................................... 30 NOVOS INCENTIVOS PARA OS CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO............................................. 32 OS FRUTOS DO PSDI................................................................................................................. 36 A MULTINACIONAL JAPONESA YAZAKI SE INSTALA EM SERGIPE.................................... 41 ALMAVIVA - INVESTIMENTOS DE R$ 27.110 MILHÕES.......................................................... 48 OUTROS INVESTIMENTOS........................................................................................................ 50

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Entrevista

ROBERTO BISPO

NOVA POLÍTICA DE INDUSTRIALIZAÇÃO COLOCA SERGIPE NO RUMO DO PROGRESSO

O

presidente da CODISE Roberto Bispo não tem a menor dúvida de que o estado de Sergipe encontrou definitivamente o caminho do progresso a partir do estabelecimento de novas políticas públicas voltadas para o desenvolvimento econômico e social, criadas no governo Marcelo Déda, e aprimoradas em seguida pelo governador Jackson Barreto. Para ele, os investimentos que estão sendo feitos em infraestrutura básica e portuária, os sistemas de apoios locacionais, incentivos fiscais, financiamentos estratégicos e diretrizes legais geram confiabilidade, atraem grandes investidores e fazem de Sergipe um dos estados mais competitivos do país na luta pela implantação de novas indústrias e também no aumento da produtividade interna das empresas já instaladas. Roberto Bispo justifica esse seu otimismo em relação ao crescimento das atividades industriais lembrando que somente empresas como a Petrobras, a Vale e duas outras grandes empresas nacionais, o Grupo Brennand e o Grupo M. Dias Branco. Essas últimas 6-

grandes produtoras de cimento, estão fazendo investimentos bilionários no estado o que demandará em breve, um forte aquecimento da economia, criação de renda e de novos milhares de empregos, consequente gerando impostos que o governo Jackson Barreto saberá aplicar com toda sua competência e transformará esse novos recursos em novos e amplos benefícios sociais para todos os sergipanos. Em 2014 o número de empresas implantadas em Sergipe teve um crescimento considerável, através dos diversos programas de incentivos geridos pela CODISE. A que se deve o sucesso desse último ano? R - Na verdade, depois dos aspectos estruturais já citados, diversos outros fatores influenciaram o sucesso da nossa política de industrialização. A divulgação feita em nível nacional dos programas de incentivos foi algo muito positivo. O fato de Sergipe possuir grande potencial mineralógico, a boa

infraestrutura e a posição estratégica - o nosso estado possui uma localização geograficamente excelente, por estar próxima a Bahia, a Pernambuco e a Ceará – o que ajudou bastante. Conseguimos mostrar aos empresários do Sul as grandes oportunidades que nosso estado proporciona para montar suas empresas aqui e distribuir seus produtos no Nordeste, o qual representa uma população de 30 milhões de potenciais consumidores. Isso atraiu muitos empresários do Sul. Nesse último ano, teve também especial importância no desenvolvimento industrial o acesso de muitas empresas ao Centro Empresarial Integrado (CEI) Governador Marcelo Déda Chagas, que foi inaugurado no mês de junho em Tobias Barreto. Qual é a função dessa nova organização espacial dos polos industriais? R - O CEI foi feito para incentivar a indústria de poli confecções em Tobias Barreto. Esse modelo de organização do espaço indus-


Foto: Vieira Neto

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trial foi o embrião de muitos outros que poderão ser construídos em Sergipe e também no Nordeste. Essa ideia, aliás, tem atraído o interesse de outros estados que já pensam em copiar esse modelo, no qual estamos colocando um CVT (Centro Vocacional Tecnológico) e um Centro de Comercialização para vendas. Aqueles empresários que estão instalados no CEI também podem, assim, vender suas mercadorias no Centro de Comercialização. É um modelo que teve grande aprovação entre empresários da região e hoje em dia conta com trinta e um galpões. Além disso, já existe uma demanda de mais vinte galpões, o que implicará na ampliação de todo o projeto. Existe a possibilidade de construir um novo Centro Empresarial Integrado em outra cidade de Sergipe? R - Sim, existe a possibilidade de criação de um Centro de Distribuição em Itabaiana. Esse novo CD que seria um centro logístico para atender todo o Estado. Os Centros de Distribuição serão, portanto, o novo campo de ação da CODISE no futuro? R - A CODISE passou também a incentivar nos últimos tempos as áreas de serviços e comércio. Os Centros de Distribuição serão também uma inovação e atendem a uma solicitação dos próprios empresários atacadistas. Sergipe será pioneiro nesse tipo de empreendimento. Além disso, estamos ampliando a infraestrutura de Distrito Industrial de Nossa Senhora do Socorro, que é o maior de todo o Estado. O Estado de Sergipe registrou novas descobertas de petróleo e gás nos últimos anos. Como esse fato pode afetar o desenvolvimento industrial de Estado? R - Essas novas descobertas e os investimentos já previstos pela Petrobras em nosso estado 8-

vão produzir grandes e positivos impactos na economia sergipana. Todos os setores econômicos vão se beneficiar disso, desde as indústrias de transformação, as empresas prestadoras de serviços, o comércio e outros segmentos. Com respeito à balança comercial sergipana, o estado importa mais do que exporta. Existe alguma medida pensada desde a CODISE para tentar equilibrar essa situação em algum momento? R - O equilíbrio da balança comercial ocorrerá proximamente com a revitalização de toda economia, inclusive a agricultável e a pecuária, mas com certeza em função dos novos empreendimentos industriais nas áreas de petróleo e gás com a Petrobras, a Carnalita, a Vale, duas novas fábricas de cimento, além de outros empreendimentos, o que representa investimentos da ordem de quase dez bilhões de reais. Tudo isso vai alavancar a economia, gerar renda e milhares de empregos, certamente também aumentar consideravelmente a nossa pauta de exportação. Sobre a conjuntura internacional, a economia mundial está em recessão e as grandes potências, como China, vem crescendo a um ritmo menor que anos anteriores. Como pode afetar isso a economia sergipana? R - O novo ministro da fazenda Joaquim Levy já advertiu que teremos dificuldades, já que o Brasil vai crescer menos, mas eu espero que Sergipe - por conta de suas características e possibilidades - seja um dos estados brasileiros menos afetados pela crise. Sergipe conta com um parque industrial bem instalado, tem um governo que está ajustando as contas e promovendo novos investimentos em infraestrutura energética, hídrica, viária e portuária, temos uma economia sólida que vem crescendo com o Nordeste e, nos últimos anos, mantendo um desempenho acima da média nacional. Acredito,

assim, que a influência negativa vai ser menor aqui do que no Sul e Sudeste, onde a crise de água e energia desestimulam empreendedores que estão cada vez mais procurando a Codise e avaliando até mesmo mudanças de empresas dessas regiões para o nosso estado. Sergipe está preparado para crescer e agora com essas novas políticas públicas que estão sendo implementadas pelo governador Jackson Barreto. É vamos acelerar ainda mais no caminho do desenvolvimento econômico e social, pode acreditar. Para finalizar: como o senhor avaliaria a sua participação como presidente da CODISE e que fato destacaria da sua gestão? R - Bem, nesse aspecto sou suspeito para fazer essa avaliação. O que posso dizer é que para mim foi muito gratificante ser presidente da CODISE, na gestão do governador Marcelo Déda e continuar esse trabalho com o governador Jackson Barreto. Déda botou o caminhão na estrada e Jackson está pisando fundo no acelerador. E é por isso que Sergipe avança. Aqui na Codise, existe um quadro funcional da melhor qualidade, atuei sempre em perfeita integração com todos os servidores, aos quais, nesse instante, quero agradecer muito pela compreensão, tolerância, apoio e incentivo ao nosso trabalho. Creio que, do ponto de vista objetivo, a reestruturação do Distrito Industrial de Nossa Senhora do Socorro seja a nossa ação mais visível. Entretanto, o que mais me agrada ressaltar como produto da nossa gestão é o fato de poder ajudar essa entidade a cumprir com eficiência o seu papel de atrair novos empreendimentos, trazer novos empresários para investir em Sergipe, apoiar o nosso bravo e valoroso empresariado local, e criar instrumentos e mecanismos que promovem desenvolvimento, geram mais oportunidades e condições de crescimento da indústria, do comércio e da área de serviços em nosso estado.



Histórico

CODISE, UMA HISTÓRIA DE COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO O desenvolvimento industrial do Estado de Sergipe recebeu um especial impulso nas décadas de 60 e 70, como consequência da aplicação de recursos e expansão de projetos em infraestrutura na região Nordeste. Essas primeiras medidas, promovidas pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE, 1959), iniciaram a modernização da indústria sergipana e atraíram importantes investimentos relacionados à extração e transformação de riquezas minerais.

N

esse contexto de incipiente prosperidade industrial, o Estado de Sergipe criou a Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe -CODISE -, nascida em termos de Lei Estadual n 1.917, de 18 de dezembro de 1974, e de decreto n° 3.353, de 15 de março de 1976, com o intuito de favorecer o progresso econômico do estado. Vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia – SEDETEC -, a CODISE começou a promover o crescimento industrial, através de diversas ações destinadas à consecução de novos investimentos e potencialização da produção regional. Durante a década de 70 e primeira metade da década de 80, Sergipe foi o estado que mais prosperou em todo o Nordeste, sendo que, ao final dos anos 80, sua economia triplicava 10 -

os números da década anterior. Uma das principais atuações da CODISE para conseguir essa melhora foi, ainda nos anos 70, a projeção, construção e administração do Distrito Industrial de Aracaju – DIA-, fruto da adoção de uma política de organização do espaço urbano para a implantação de projetos industriais. O sucesso do DIA abriu passagem à interiorização do desenvolvimento econômico estadual, por meio da criação de outros distritos e núcleos industriais em diversos municípios, que propiciariam uma redistribuição de renda maior. A CODISE ajudou a converter Sergipe, assim, no primeiro estado nordestino que estabeleceu políticas de transformação de áreas urbanas em espaços preparados e dotados de toda a infraestrutura necessária para receber novos investimentos geradores de em-


pregos e, portanto, impulsores da economia regional. Esses distritos e núcleos, que ofereciam sistemas viários; rede de esgotos industriais, sanitários e pluviais; abastecimento de água; gás; rede elétrica de alta e baixa tensão; comunicações e apoio comunitário, foram um instrumento fundamental no desenvolvimento estadual. Hoje em dia, a CODISE continua apostando nesse tipo de organização espacial como mecanismo de atração de novas indústrias, mediante a modernização dos distritos industriais. Chamados na atualidade de Centros Empresariais Integrados (CEI), esses novos complexos oferecem, além das infraestruturas próprias dos distritos industriais, galpões de diferentes portes para comportar diversos empreendimentos e um Centro Vocacional Tecnológico (CVT).

Esse último está concebido como uma unidade de ensino profissionalizante importante na difusão de conhecimentos práticos na área de serviços técnicos, e transferência de conhecimentos tecnológicos na área de processos produtivos. Os novos CEI são, portanto, lugares apropriados para capacitação, investigação e desenvolvimento industrial. O primeiro complexo dessas características foi inaugurado em junho de 2014 no município de Tobias Barreto, graças a uma parceria do Governo Federal e o Governo Estadual. Transformando-se no primeiro do tipo em todo o território nacional. Mas a CODISE não só vem contribuindo na projeção e execução desses complexos empresariais. Desde 1991 também colabora na adoção de uma política de incentivos, cujos eixos principais são

o Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial - PSDI e o Fundo de Apoio à Industrialização - FAI. Através de apoios financeiros, locacionais e fiscais, entre outros, a CODISE estimula a implantação de empresas novas ou expansão das já existentes em Sergipe. Tendo beneficiado até o momento, aproximadamente, 530 empresas desde que começou a atuar no Estado. A um ano de cumprir 40 anos de existência, o papel da CODISE continua sendo principal para a prosperidade econômica do Estado, executando políticas e programas para o desenvolvimento industrial dos recursos minerais, do comércio, de serviços, da ciência e tecnologia, bem como apoiar programas nas áreas de empreendimentos turísticos, agronegócios e aquicultura em Sergipe.

Área onde foi construído o Distrito Industrial de Aracaju, onde também se localiza a CODISE. Acervo: Jaime Gomes Junior

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Potencialidades

POR QUE INVESTIR EM SERGIPE? O crescimento econômico de Sergipe é uma realidade que se constata ano após ano desde a década de 60. O Estado, que apresentou em várias ocasiões taxas médias de crescimento maiores que as do Nordeste, e, inclusive, as do Brasil, possui características únicas que o convertem em uma região especialmente atrativa para investimentos.

O

s diferenciais competitivos que fazem deste Estado uma terra de oportunidades podem ser classificados em cinco grandes eixos: potencial de mercado,

disponibilidade de fatores produtivos, ambiente de negócios, possibilidade de novos negócios e qualidade de vida.

7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 1,0

1996

1997

Brasil

1998

1999

Nordeste

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

Sergipe

BR/NE/SE: Taxa média de crescimento do Produto Interno Bruto, a preços básico1, 1996-2007 (média móveis bienal)*

Setores Prioritários

12 -

Alimentos & Bebidas

Calçados

Centros de Distribuição

Cerâmica

Construção Civil

Cosméticos

Fertilizantes

Madeiras e Móveis

Metal Mecânica

Petróleo, Gás e Biocombustíveis

Tecnologia da Informação

Têxtil e Confecções


Potencial de mercado A localização privilegiada de Sergipe com acesso fácil a todo o Nordeste, região que ultimamente tem crescido a taxas superiores à media nacional, é um aspecto que os empresários valorizam na hora de escolher a sede para um novo empreendimento. Sergipe está estrategicamente posicionado a uns 500 km dos dois maiores centros de consumo do Nordeste (Salvador e

Recife), atingido dessa forma a 30 milhões de pessoas. Com a expansão do consumo na região pela ascensão da classe C e pelo crescimento econômico nordestino, trata-se de um polo chave na expansão do mercado e com grandes perspectivas de desenvolvimento, através de seus grandes investimentos em infraestruturas de logística e transportes, assim como seus importantes recursos hídricos.

A presença no estado de grandes empreendimentos produtivos, relacionados à exploração de petróleo e gás em águas ultraprofundas, produção de potássio e fabricação de cimento, entre outros, também supõe um reclamo para desenvolver novos negócios nesse mercado potencial. Sergipe é o segundo estado com maior proporção de grandes empresas industriais do Brasil.

Mapa de raio de ação do mercado sergipano

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Reforma do aeroporto Santa Maria, em Aracaju. Imagem: Perspectiva virtual

Disponibilidade de fatores produtivos A infraestrutura de transportes de qualidade é um dos principais fatores produtivos que o território sergipano tem a oferecer. Nesse sentido, Sergipe conta com o Aeroporto Internacional Santa Maria, em fase final de ampliação e modernização, e cujo projeto de reforma incluíra a ampliação da pista de pouso e decolagem, a construção do novo terminal de passageiros, a criação de um terminal de cargas para favorecer as exportações sergipanas e a construção de um novo anel viário no entorno do aeroporto. O Estado também possui um terminal portuário, localizado a 18 km da capital Aracaju e interligado à principal rodoviária federal BR- 101, que atravessa o estado no sentido sul-norte e cuja duplicação se encontra também em fase final. Por outro lado, a malha rodoviária estadual está totalmente recuperada e une todas as cidades do território. Ainda sobre a infraestrutura de transportes, Sergipe faz parte do projeto de integração ferroviária por meio do ramal da Ferrovia Transnordestina com conexão com a Ferrovia Centro-Leste, desenvolvido pela Agencia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O trecho da ferrovia, que partirá de Feira de Santana (BA) e chegará até Ipojuca (PE), pretende atravessar, na sua pas14 -

sagem por Sergipe, as cidades de Carira, Nossa Senhora da Glória, Monte Alegre, Poço Redondo e Porto da Folha, além de uma ponte sobre o rio São Francisco de 2.700 metros de longitude que unirá o estado com Alagoas. Trata-se de uma obra importante para o Sertão sergipano pelo atrativo turístico e pela ligação dessa área de produção agrícola e mineral a portos, indústrias e mercado consumidor.

Outro fator produtivo a considerar é a disponibilidade de um importante número de recursos minerais, hídricos e meio ambientais no Estado. A descoberta de oito novas reservas de petróleo no mar sergipano, anunciado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis) em 2013, assim como a identificação de presença de gás em águas profundas da Bacia Sergipe-Alagoas em setembro de 2014, confirma a existência de inúmeros recursos que abrem oportunidades a novos empreendimentos. Sergipe também é o único produtor de potássio no Brasil, principal produtor de cimento do Nordeste e possui minerais não metálicos (cloreto de sódio, salgema, água mineral, argila, areia) e metálicos (níquel, cobre, manganês e ferro-titânio). Além disso, o estado conta com oito bacias hidrográficas, incluindo o Rio São Francisco, e 17 unidades de conservação da natureza para proteção dos principais ecossistemas (mata atlântica e caatinga).

A plataforma de Piranema, instalada no litoral sul de Sergipe. Foto: Sevan

Duplicação da BR 101. Fonte: Dnit.gov.br

Recursos Ambientais

Ramal da Ferrovia Transnordestina com conexão com a Ferrovia Centro-Leste

Sistema de Abastecimento Público Principais Rios Hidrografia Costeira Unidades de Conservação Manguezal


Outro fator produtivo importante na atração de novas iniciativas industriais é a facilidade de acesso a fontes energéticas diversificadas com infraestruturas de qualidade. Nesse sentido, destacam a usina Hi-

droelétrica de Xingo, o fornecimento de gás natural com uma ampla rede de distribuição, o parque eólico de Barra dos Coqueiros e a crescida de demanda por termoelétricas e biocombustíveis.

Parque Eólico na Barra dos Coqueiros. Imagem: Raimundo Oliveira Usina Hidrelétrica de Xingó, em Canindé do São Francisco. Foto: Divulgação

Finalmente, o último e mais importante fator produtivo que Sergipe disponibiliza é o capital humano. Através de políticas que tratam de alinhar o foco da forma-

ção professional às necessidades dos principais setores produtivos do Estado, o território fornece mão de obra qualificada nos níveis básico, técnico e tecnológico.

INSTITUIÇÕES DE ENSINO, PESQUISA, CAPACITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO Instituições de Ensino Superior Escolas Profissionalizantes Sistema FIES SEBRAE/SE ITPS ITP NUPEG SERGIPETEC EMDAGRO EMBRAPA FAPITEC/SE FAPESE CVT/SERGIPETEC

16 Instituições de Ensino Superior (IES) que abrangem duas universidades (uma pública federal e outra privada), um instituto federal de ensino técnico tecnológico e 11 faculdades particulares. Ampliação da oferta de vagas proporcionada pela criação de Centros de Educação Professional e adequação de colégios da rede estadual para oferecer determinados cursos técnicos. Coordena o Centro Internacional de Negócios em Sergipe, que oferece assessoria às empresas de pequeno e médio porte para se lançarem ao mercado internacional. O IEL/SE, SENAI, SESI/SE também são fundamentais na formação profissional. Oferece assessoria e suporte para as micro e pequenas empresas, que representam o 98% das empresas sediadas no Estado. O Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe tem prestado serviços tecnológicos, especialmente para a pequena e mediana empresa. Na atualidade presta serviços de em análise de água e solo e executa atividades de competência do Imetro nas áreas de Metrologia Legal e Qualidade de Bens e Serviços. O Instituto de Tecnologia e Pesquisa possui 15 laboratórios para as áreas de biotecnologia, energia, meio ambiente, saúde e tecnologias sociais. O Núcleo Regional de competência em Petróleo, Gás e Biocombustíveis de Sergipe proporciona laboratórios para auxiliar pesquisadores das áreas de Engenharia (de Petróleo, Ambiental ou Mecânica) e Geologia. Parque Tecnológico SergipeTec abriga mais 21 empresas, três incubadoras de empresas e seis instituições de pesquisa. A Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe atua na pesquisa e assiste tecnicamente o setor agropecuário sergipano. Instituição de pesquisa que desenvolve tecnologias para os agroecossistemas da costa do Nordeste. Realiza pesquisas com frutíferos, grãos, hortaliças, pecuária e aquicultura. A Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação tecnológica do Estado de Sergipe fomenta a pesquisa científica e tecnológica e implanta programas de fomento a inovação nas empresas. A Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Sergipe atua na gestão de projetos e capta e gerencia recursos para UFS e outras instituições sergipanas ligadas ao desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e social. Projeto em parceria com a Petrobras, para jovens entre 18 e 29 anos, com cursos de capacitação (Informática, Inglês, Espanhol, Manutenção em Micro, Auxiliar Administrativo, entre outros). Fontes: http://nie.fies.org.br/nie/assets/guia/#/28 e http://cvtsergipetec.com/o-que-e-o-cvt/

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Ambiente de negócios Outro diferencial que Sergipe proporciona para atrair novos investimentos é seu Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial. O PSDI tem por objetivo incentivar e estimular o desenvolvimento socioeconômico estadual, mediante a concessão de apoio fiscal, locacional ou de infraestrutura a novos empreendimentos industriais, de turismo e Centros de Distribuição (CD). O ambiente de negócios também é garantido com a construção de áreas para implantação industrial em diferentes regiões do Estado, como Distritos, Polos e Núcleos industriais, presentes em sete dos oito territórios sergipanos; a (ZPE) de Barra dos Coqueiros, voltado para indústria exportadora e, portanto, com

fácil acesso ao porto; o Centro Empresarial Integrado (CEI) de Tobias Barreto, primeiro do tipo no Estado com instalações para empreendimentos industriais e Centros Vocacionais Tecnológicos (CVT); e o Parque Tecnológico para atividades emergentes, estimulando o empreendedorismo e a inovação em áreas tecnológicas, com ênfase em TI, Biotecnologia e Energias Alternativas. Além disso, o Estado dispõe de um marco legal que estimula os novos investimentos com incentivos tributários e o uso do poder de compras favorável a pequenas e médias empresas. Também proporciona agilidade para a tramitação documental das empresas com as Centrais de atendimento aos empresários (Centrais-Fácil).

Centro Empresarial Integrado de Tobias Barreto. Foto: Vieira Neto

Centro Vocacional Tecnológico em Tobias Barreto

16 -

Local de impantação do ZPE


Possibilidade de novos negócios Os principais setores da economia sergipana continuam a oferecer grandes oportunidades de negócios pelo seu grande desenvolvimento nas últimas décadas. Porém, cabem destacar alternativas de investimentos relacionadas às tecnologias da informação, à indústria de cosméticos e ao grande leque de possibilidades que possibilitam os Centros de Distribuição (CDs). Mínero-química Agronegócio Têxtil, Vestuário e Calçados

Esses Centros de Distribuição pretendem ser um instrumento para o aumento da eficiência da circulação de bens e serviços, proporcionando armazéns que recebem cargas de vários fornecedores, as quais são agrupadas em quantidade e gêneros adequados para depois ser orientadas para os pontos de venda mais próximo. Petróleo; fertilizantes; gás-química Leite e derivados; bovinocultura; aves; madeira, rações; óleos vegetais; indístria de alimentos e bebidas Indústria do couro; fibras têxteis sintéticas; pólos de confecções

Metal-mecânica

Embarcações de apoio; módulos de plataformas; partes e peças para exploração de petróleo em terra; fundição

Construção

Edificações residenciais e industriais; cimento; obras de infraestrutura; materiais para construção

Turismo

A qualidade de vida Sergipe possui na atualidade os melhores indicadores socioeconômicos de todo o Nordeste, resultado do equilíbrio existente entre políticas públicas e privadas de investimento, assim como pela profissionalização da mão de obra. Esse desenvolvimento econômico reflete inelutavelmente na melhora da qualidade de vida da população, que passa a ser um atrativo a mais para a chegada de novos empreendimentos para o Estado.

Atividades diversificadas voltadas ao turismo de lazer e turismo de eventos e negócios

Com um PIB per capita superior ao de todos os estados nordestinos, a renda do sergipano cresceu nos últimos anos e elevou os Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). Segundo os dados mais recentes publicados na Guia de Oportunidades elaborada pela Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES), os domicílios atendidos por serviços básicos (abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e iluminação elétrica) no Estado superam à média nordestina e, inclusive, à brasileira no caso do fornecimento de água. Domicílios atendidos por serviços básicos

Extraído do Guia de Oportunidades para Investidores - FIES

O território também vence a região Nordestina em geral nos indicativos de número de médicos por cada 1000 habitantes, 1,36 frente a 1,19 da região; e na esperança de vida ao nascer, 72,2 frente ao 71,9 nordestinos. Além disso, são melhores os dados relativos à taxa de mortalidade infantil e à taxa de analfabetismo acima de quinze anos, pois Sergipe registra índices menores ao Nordeste em ambos os casos. Desenvolvimento econômico e melhora dos indicadores sociais convertem o Estado em um lugar apropriado para receber novos investimentos e proporcionada uma melhora substancial na qualidade de vida do sergipano. - 17


Recursos Minerais

A RIQUEZA DA TERRA O subsolo sergipano é rico em matéria mineral. Apesar de ser o estado menor em extensão territorial, possui uma grande variedade de recursos minerais que prognosticam um crescente desenvolvimento econômico e social na região.

D

ivididos em quatro grandes grupos (minerais metálicos, minerais não metálicos, energéticos e sais solúveis), sua extração dinamiza a economia e garante um significativo número de empregos no Estado. Desde a época do Império, da qual existem abundantes registros sobre a exploração de calcário, a procura pela riqueza do subsolo nunca parou. Os últimos achados significativos foram a descoberta de oito novas reservas de petróleo no mar sergipano, anunciado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e

Distribuição dos recursos minerais TIPOS

METÁLICOS

RECURSOS

MUNICÍPIO

Cobre e Níquel

Porto da Folha - Poço Redondo Canindé do São Francisco

Ouro

Areia Branca - Itabaiana - Itaporanga d´Ájuda

Manganês

Nossa Senhora das Dores

Ferro

Poço Redondo - Frei Paulo

Chumbo

Itaporanga d´Ájuda - Porto da Folha - Japoatã

Titânio, Zircônio e Tório

Foz rio São Francisco

Argila

Presente em vários municípios do Estado

Areia e Saibro

São Cristóvão - Itabaiana Itaporanga d´Ájuda - Japoatã - Areia Branca

Granito

Tomar do Geru - Nossa Senhora da Glória Gararu - Nossa Senhora de Lourdes

Gnaisses e Gabros

Tomar do Geru - Nossa Senhora de Lourdes Poço Redondo - Indiaroba Canindé do São Francisco

Água Mineral

São Cristóvão - Itaporanga d´Ájuda Estância - Salgado

Enxofre

Siriri - Lagarto

Quartzo

Simão Dias - Gararu

Calcários

Presente em vários municípios do Estado

Petróleo

Carmópolis - Riachuelo - Siririzinho Campos marinhos (Caioba, Guaricema, Camorim e Piranema

Turfa

Barrra dos Coqueiros - Pacatuba Santo Amaro das Brotas - Pirambu

NÃO METÁLICOS

ENERGÉTICOS

SAIS SOLÚVEIS

18 -

Gás

Bacia Sergipe-Alagoas

Potássio

Nossa Senhora do Socorro

Halita, Silvinita, Carnalita, Taquidrita

Presente em vários municípios do Estado


Biocombustíveis) em 2013, e a identificação de presença de gás em águas profundas da Bacia Sergipe-Alagoas, em setembro de 2014. Hoje em dia, o cadastro de ocorrências minerais, jazidas e minas superam já os 360 registros. O mapa geológico abrange desde minerais de emprego na construção civil até substâncias que garantem o abastecimento das indústrias. O impacto do uso desses recursos repercute diretamente em todos os setores da economia. A indústria mineral sergipana O setor mineral engloba as atividades de exploração, pesquisa, beneficiamento e transformação mineral. Como a matéria prima é abundante, a indústria mineral

é uma das mais promissoras e desenvolvidas do Estado, destacando-se na produção de cimento, fertilizantes, potássicos e nitrogenados, cerâmica e corretivos de solos para atividades agrícolas. Sergipe é o principal produtor de cimento do Nordeste, único produtor de potássio de todo o hemisfério sul e uma importante indústria na cerâmica vermelha. Para garantir seu crescimento constante, a CODISE, através de seus programas de incentivos ao desenvolvimento econômico (PSDI e FAI), apoia os novos empreendimentos de base mineral. Esse tipo de indústria, cuja importância é visível no PIB do Estado, está sendo fundamental na melhora dos indicadores socioeconómicos do Estado.

Plataforma Piranema. Foto: Sevan

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PSDI

ALIADO COM O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

O

desenvolvimento socioeconômico do Estado de Sergipe depende tanto da atração de novos investimentos externos ao estado quanto da potencialização da produção interna. Para esse fim, a CODISE, como órgão competente que subsidia na implantação de nova indústria no território sergipano, colocou em prática o Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI). Trata-se de um instrumento útil para o empresário que, através de certos inventivos, como a concessão Locacional, Fiscal e/ou de Infraestrutura, entre outros, pretende incentivar e estimular a criação de nova indústria, ou melhorar as já existentes, fomentando assim o desenvolvimento estadual. O PSDI visa, principalmente, apoiar aqueles negócios que contribuam para a elevação do nível de emprego e renda sergipano; aqueles empreendimentos que procurem a descentralização econômica e espacial das atividades produtivas; a indústria que ajude à modernização tecnológica do parque industrial e também leve em consideração a preservação do meio ambiente. Por último, os negócios que busquem o desenvolvimento da tecnologia da informação e fabricação de materiais ou equipamentos para infraestrutura de comunicação, assim como a implantação de pesquisas e empreendimentos de base tecnológica. Por outras palavras, o PSDI, de acordo com o molde estabelecido pela Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) nacional, pretende elevar a competitividade e ampliar a estrutura produtiva do Estado. 20 -

Para poder usufruir das vantagens oferecidas pelo PSDI, a empresas precisam presentar um projeto que, em último caso, deverá obter o aval do Conselho de Desenvolvimento Industrial – CDI, que baseará sua decisão final atendendo os relatórios apresentados por outros organismos que participam do processo. A lei que rege o PSDI, que data do ano 1991, foi atualizada e publicada oficialmente o passado 15 de janeiro de 2015 para atender às novas necessidades surgidas no desenvolvimento industrial. Apoio locacional Através do incentivo de apoio locacional do PSDI, o Estado cede ou vende terrenos e galpões industriais para implantação de novos empreendimentos e também faz a permuta desses galpões a preços subsidiados. A partir da Lei 7.592, de 3 de janeiro de 2013, ficou estabelecido que o apoio locacional também poderá ser concedido, excepcionalmente e por Decisão do Conselho de Desenvolvimento Industrial (CDI), a Centro de Distribuição (CD), a Complexo Empresarial Integrado (CEI), a empresas de prestação de serviços que venham a atender demandas do conjunto de empreendimentos industriais beneficiados pelo PSDI, assim como a Centrais de Atendimento. Para facilitar esse apoio locacional, Sergipe conta na atualidade com cinco Distritos Industriais localizados nos municípios de Aracaju, Estância, Propriá, Nossa Senhora do Socorro e Itabaiana. Possui também 15 núcleos indus-

triais e de serviços, vários locais com infraestrutura inferior aos distritos, porém, adequados para instalar novos negócios e um Complexo Empresarial Integrado (CEI) na cidade de Tobias Barreto. Só no ano 2014, 47 empresas foram beneficiadas com o incentivo do apoio locacional, sendo que muitas delas puderam ainda receber outros tipos de subsídios previstos no PSDI. Apoio fiscal As empresas que buscam instalar-se em território sergipano também poderão solicitar, no marco de aplicação do Programa de Desenvolvimento Industrial de Sergipe, um tratamento tributário diferenciado. Essa medida, que já foi fundamental na chegada de um número considerável de empreendimentos ao estado, pode ser implantada através de vários mecanismos. Em primeiro lugar, o diferimento do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) nas importações, do exterior, de bens de capital, bem como do diferencial de alíquota nas aquisições interestaduais pertinentes aos referidos bens de capital novos, tanto das indústrias criadas quanto das já existentes no Estado. Em segundo lugar, o apoio fiscal também é efetivo através do recolhimento do ICMS devido no porcentual de 8%, portanto, com uma redução de 92% do ICMS a pagar. Em casos excepcionais, o porcentual pode ser menor ainda, chegando até 6,2% e reduzindo, assim, o imposto em 93,8%.


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Empresa de aviamento. Foto: divulgação.


Em terceiro lugar, também é contemplado o diferimento do ICMS nas importações de matérias primas, material secundário e de embalagem que sejam utilizados na produção de bens incentivados. Por outro lado e após a publicação dos decretos 29.911 e 29.912, de novembro de 2014, fica estendido também o regime especial tributário para aqueles contribuintes que, estando devidamente inscritos no Cadastro de Contribuintes do Estado de Sergipe (CACESE), tenham como principal atividade econômica o comércio atacadista ou para aqueles que exercem a atividade de distribuição central de mercadorias, respetivamente. Dentre os novos benefícios previstos para o comércio atacadista, destaca o pagamento dos seguintes porcentuais sobre o valor das entradas: 5% do total das entradas, quando as mercadorias forem originárias das regiões Sul o Sudeste; 2% se forem oriundas do Norte, Nordeste ou Centro-Oeste, assim como adquiridas em operações internas; e 9% quando for tributada à alíquota de 4%. As atividades de distribuição central de mercadorias também receberão vantagens no ICMS nos DESAFIOS

documentos fiscais de saídas de produtos. A porcentagem variará entre 3,5% e 22%, dependendo da tributação à alíquota de cada bem. Apoio em infraestrutura O Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial também subsidia com a infraestrutura necessária para implantação de empresas no Estado. A realização de sistemas de abastecimento de água, de energia, de gás natural; a terraplanagem do solo industrial; a construção ou reforma do sistema viário e de acesso aos polos industriais; a aquisição de imóveis; a implantação de sistemas de comunicação de voz e dados; e a construção ou ampliação de galpões para albergar novos empreendimentos são algumas das atuações em infraestrutura realizadas para facilitar a chegada de novos negócios. Outros incentivos comtemplados no PSDI A Lei do PSDI contempla também o apoio Financeiro e o apoio Creditício a novos empreendimentos, mesmo que sua concessão não está sempre ativa. Com relação ao apoio finan-

ceiro, permite a participação acionária ou aquisição de debêntures, por parte do Estado de Sergipe, através da CODISE, mediante utilização de recursos financeiros do FAI (Fundo de Apoio à Industrialização) ou transferência de galpões industriais ou terrenos, em empreendimentos industriais novos no limite de até 30% do investimento total, e de turísticos novos, no limite de até 40% do total. O apoio creditício é com recursos do FAI, através do Banco do estado de Sergipe (BANESE). O valor cobre até o 30% do investimento fixo de empreendimentos turísticos novos ou de empresas ligadas ao setor turístico em funcionamento, que venham a melhorar o setor. Desafios para o desenvolvimento O PSDI, através dos incentivos descritos e como instrumento principal de ajuda na captura de novos investimentos, é um aliado importante na consecução dos diferentes desafios que a política de desenvolvimento de Sergipe tem identificado.

ESTRATEGIAS PARA ENFRENTAR O DESAFIO

Ampliar a oferta de áreas industriais com infraestrutura adequada, melhorar a infraestrutura logística, ampliar AMPLIAR O NÍVEL DE INVESTIMENTO o acesso ao crédito para investimento, ampliar a política de divulgação das oportunidades de investimentos, PRODUTIVO garantir a oferta de energia e aprimorar os serviços públicos, entre outras. Observar a demanda por mão de obra (especialmente dos setores prioritários), integrar políticas estaduais e AMPLIAR A OFERTA DE MÃO DE OBRA federais de qualificação de mão de obra, segundo as necessidades da indústria estadual; promover melhoras na QUALIFICADA educação básica e cursos profissionalizantes. ELEVAR AS EXPORTAÇÕES FOMENTAR A PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO DAS EMPRESAS.

Atrair empresas para o ZPE, promover a participação de empresas em férias ou congressos, capacitar empresas para o comércio exterior e mapear o mercado internacional de produtos potenciais de Sergipe. Ampliar os incentivos para inovação tecnológica das empresas, ampliar a parceria com instituições de pesquisa e empresas para transferência de tecnologia, entre outras.

FORTALECER A PEQUENA E MEDIANA Aumentar a formalização da economia, facilitar o acesso das MPEs a mercados, ampliar seu acesso ao crédito, EMPRESA estimular o associativismo, entre outras. GARANTIR A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL PROMOVER A DESCENTRALIZAÇÃO ESPACIAL DA PRODUÇÃO

Incentivar a adopção de tecnologias limpas e ampliar a participação das fontes renováveis ou alternativas na matriz energética. Estimular a interiorização da produção e desenvolver a infraestrutura do interior para facilitar a implantação de novos investimentos.

Extraído da comunicação Política de desenvolvimento do estado de Sergipe, coordenado pela comunicação da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial)

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Procedimento para obtenção dos incentivos

Empresário busca de informações

SEDETEC/ CODISE

O requerimento deve ser feito em formulário próprio, específicando o tipo de incentivo.

1º PASSO:

O interessado tem um prazo de 90 (noventa) dias da data do requerimento, para dar entrada em 03 (três) vias do processo.

2º PASSO:

Requerimentoendereçado ao Secretário da SEDETEC que também é o Vice-presidente do CDI.

Elaboração do Projeto Técnico-econômicofinanceiro

Elaboração de Relatório Técnico para solicitar ao Órgão Estadual do Meio Ambiente (ADEMA) a Licença Prévia para implantação.

3º PASSO: Protocolar na SEDETEC

Análise CODISE/ SEFAZ

REUNIÃO PARA DELIBERAÇÃO DO CDI

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CEI

UM NOVO CONCEITO DE DISTRITO INDUSTRIAL O Centro Empresarial Integrado (CEI) reúne indústria, comércio, serviços e capacitação profissional em um único lugar.

S

ergipe se desenvolve e inova. Com o objetivo de potenciar a economia dos diferentes municípios do Estado, nasce o Centro Empresarial Integrado, uma atualização dos distritos industriais que pretende agrupar as atividades industrial, comercial, de serviços e de capacitação profissional em uma mesma área, facilitando o desenvolvimento local. Único na sua categoria em todo o território nacional, esse novo modelo de organização do espaço industrial simplifica o trajeto existente entre a fabricação e a venda final dos produtos, dinamizando a capacidade econômica das diferentes cidades. A ideia é que a indústria de uma determinada localidade possa operar com mais conforto e segurança, reduzindo gastos, aumentando benefícios e gerando novas oportunidades de emprego. Além disso, o moderno espaço fomenta a cooperação entre produtores, ao estar reunidos em um mesmo lugar; incentiva a inovação tecnológica, através da construção de Centros Vocacionais Tecnológicos que capacitam os trabalhadores e estimulam a pesquisa e investigação tecnológica; e conformam um ambiente favorável para a atração de novo capital, alavancando o desenvolvimento econômico regional. A construção dos CEIs, através do Programa Sergipe Cidades, faz

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parte da política de interiorização do Governo do Estado, que pretende incentivar às potencialidades de cada região, apoiando os Arranjos Produtivos Locais (APLs) e as Cadeias Produtivas. Segundo a definição da nova regulamentação do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), publicada no Diário Oficial em 19 de janeiro de 2015, os novos Complexos Empresariais Integrados “são espaços de produção e gestão de negócios multisetoriais que refletem a personalidade da região”. A Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe – CODISE será a encarregada de avaliar os projetos industriais susceptíveis de ocupar os diferentes galpões nos CEI e organizar sua distribuição. O CEI de Tobias Barreto O primeiro Centro Empresarial Integrado do Estado de Sergipe já é uma realidade. Tobias Barreto, a 132 km da capital, foi o município selecionado para acolher o novo Complexo Industrial Governador Marcelo Déda Chagas, que inaugurou o governador Jackson Barreto o passado 26 de junho de 2014. Sua construção supõe um grande impulso para o setor de confecções e artesanato tobiense, atividade econômica pujante

na localidade. A fabricação e comercialização no próprio CEI dos artigos de confecções, cama, mesa, banho, assim como bordados, artesanatos e outros produtos do gênero melhorará a qualidade e capacidade de venda das empresas locais, dinamizando sua economia. Hoje, esse polo industrial possui aproximadamente 800 pequenas empresas, cerca de 5.000 empregados e 6.000 provedores. A iniciativa do CEI, uma parceria entre o Governo Federal (através do BNDES) e o Governo do Estado, com um orçamento total de R$ 15.469.365,79, beneficia a 31 empresas do ramo têxtil, que geram cerca de 450 empregos diretos e um investimento superior a R$ 3,8 milhões. A estrutura do Complexo Industrial O CEI ocupa, em formato L, uma área total de 86.221,93 m², às margens da rodovia SE-170 (na entrada de Tobias Barreto). É composto por um Centro de Comercialização, um Centro de Serviços, um Centro Vocacional Tecnológico (CVT), galpões industriais (três de médio porte e 14 de pequeno porte, que comportam duas empresas cada um). Na atualidade já existe uma demanda de 20 galpões mais, motivo pelo qual será necessário ampliar no futuro, segundo afirmou Roberto Bipo, presidente da CODISE.


DISTRIBUIÇÃO DO CENTRO EMPRESARIAL INTEGRADO Sete galerias de boxes medindo 3 x 3 m², totalizando 86 unidades que servirão para o comércio de produtos e serviços na cadeia têxtil e de confecções, provenientes das 31 fábricas instaladas no complexo. Também terá duas lanchonetes.

Centro de Serviços

612,71 m² que funcionarão como uma espécie de coração administrativo do complexo industrial. Abrigará o escritório da Codise, do Sebrae, a Junta Comercial de Sergipe e uma agência do Banese.

Galpões Industriais

Uma rua com três galpões que ocupam 600 m² de área construída cada um, com ampla área livre, escritório, almoxarifado e banheiros, perfazendo uma área total de 1.942,03 m². Três ruas com 14 galpões de pequeno porte (400 m² cada um), que abrigarão 28 unidades produtivas. A área abrange 5.732,30 m..

Centro Vocacional Tecnológico

747,85 m² distribuídos entre laboratórios, oficinas, salas de aula e de videoconferência, biblioteca multimídia, auditório com capacidade para 100 pessoas e dependências essenciais como banheiros, hall de circulação, almoxarifado, cozinha, além de três salas administrativas.

Foto: Vieira Neto

Centro de Comercialização

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Sua estrutura eficiente está pensada também para receber as caravanas de compradores oriundos de estados como Bahia, Alagoas e Minas Gerais, tradicionais consumidores da produção tobiense. As empresas do CEI EMPRESA

RAMO

SITUAÇÃO

Jolivex Ind. e Com. de Confecções Ltda

Confecção

Implantada 2014

Mavi Enxovais Ltda

Artefatos Têxteis

Implantada 2014

G & L Ind.e Comércio de Bordados Ltda

Confecção

Implantada 2014

Cleziana Oliveira de Souza - ME

Confecção

Implantada 2014

Confecções Eduarda Ltda. – ME

Confecção

Implantada 2014

Butarelli Indústria de Confecções Ltda-ME

Confecção

Implantada 2014

S.B. Indústria de Confecções Ltda. – ME

Confecção

Implantada 2014

Marcone Edson dos Santos - ME

Artefatos Têxteis

Implantada 2014

Complemento da Pele Ind. e Com. Ltda.

Confecção

Implantada 2014

Boleca – Indústria e Comércio Ltda

Artefatos Têxteis

Implantada 2014

Mércia Imperatriz de Carvalho Santos -ME

Artefatos Têxteis

Implantada 2014

Floral Decoração Têxtil Ltda.

Confecção

Implantada 2014

Ind.e Com. de Confecções Campos Ltda

Confecção

Implantada 2014

Ind. e Comércio de Confecções CHJ Ltda

Artefatos Têxteis

Implantada 2014

Ponto Sete Ind. e Com.de Confecções Ltda.

Artefatos Têxteis

Implantada 2014

G.J. Ind. e Comércio de Confecções Ltda

Confecção

Implantada 2014

Marcotex Indústria e Confecção Ltda

Confecção

Implantada 2014

Decore – Ind. e Com. de Confecções Ltda

Confecção

Implantada 2014

Max Lar – Ind. e Com. de Confecções Ltda

Confecção

Implantada 2014

Nossa Senhora dos Remédios Indústria e Comércio de Confecções Ltda.

Confecção

Implantada 2014

Graziele Oliveira Dantas –ME

Confecção

Implantada 2014

L.B. Ind. e Com.de Confecções Ltda. – ME

Artefatos Têxteis

Implantada 2014

Souza & Silva Ind. e Com. de Conf. Ltda

Confecção

Implantada 2014

Ind. e Com. Alícia de Conf. e Transp, Ltda

Confecção

Implantada 2014

Analu Ind. e Com. de Confecções Ltda.

Confecção

Implantada 2014

Ind. e Com. de Confecções Emmyle Ltda

Confecção

Implantada 2014

Imperial têxtil Ind. E Com. de Conf. Ltda

Confecção

Implantada 2014

Três “E” Ind. De confecções Ltda.

Confecção

Implantada 2014

Ind. e Com. de Confecções G&S Ltda.

Confecção

Implantada 2014

26 -


formar parte do Complexo. O sucesso do novo polo industrial foi tão imediato que praticamente opera em toda sua capacidade.

CEI de Tobias Barreto

Galpões Cei Tobias Barreto Fotos: Vieira Neto

Existem empresas que assinaram termos de cessão do espaço para sua instalação, porém, ainda não foram implantas; e também já tem uma grande demanda de outras que esperam a ampliação do CEI para poder

Centro de Comercialização

Fotos: Marcos Rodrigues/ASN

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CVT

NO CORAÇÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL O Centro Vocacional Tecnológico (CVT) de Tobias Barreto promove a extensão tecnológica em aliança com o setor produtivo local

OPROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE SERGIPE

Centro Vocacional Tecnoverte esta ferramenta de capacitaRecursos Minerais de Sergipe lógico (CVT), instalado ção em um modelo único, já que CODISE, o novo CVT será um no Centro Empresarial Integrado sua proximidade ao processo de aliado para a difusão de conheci(CEI) de Tobias Barreto, terá produção permite direcionar sua mentos práticos, na área de servicomo objetivo qualificar profisfunção às necessidades da indúsços técnicos, e para a transferência sionalmente os trabalhadores das tria, favorecendo sua eficiência e de conhecimentos tecnológicos, APL: CENTRO VOCACIONAL TECNOLÓGICO – CVT empresas do município e de seu desenvolvimento. que poderão ser aproveitados na Tem como promoverGerido a extensão tecnológica através demandados entorno. O fato deobjetivo estar localizado pela Companhia de melhora das da produção industrial da sociedade e do setor conprodutivo. Os CVTs são vocacionados para os Sua APLs. em pleno complexo industrial Desenvolvimento Industrial e de tobiense. atuação será, portanPlanta do CVT do CEI de Tobias Barreto

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to, fundamental na modernização da estrutura produtiva da indústria têxtil de confecções da região e senta um precedente no modelo de gestão dos novos complexos empresariais. A previsão é que cada novo Centro Empresarial Integrado que seja construído em Sergipe possua seu próprio CVT, com o intuito de realizar projetos voltados à economia do lugar e seguindo a política de apoio aos Arranjos Produtivos Locais (APL) da SEDETEC (Secretaria de Estado do Desenvolvimento económico e da Ciência e Tecnologia). Desse jeito, haverá um aprofundamento no conhecimento de cada segmento produtivo e isso contribuirá para o desenvolvimento do Estado. Os CVTs serão de suma impor-

tância para as empresas dos municípios, por proporcionar qualificação profissional à população, com cursos gratuitos que garantirão o ingresso dos jovens no mercado de trabalho de forma qualificada. No caso de Tobias Barreto, vai funcionar com cursos direcionados ao setor industrial da região, além de oferecer aulas de informática e outros cursos de capacitação. Esse primeiro CVT tobiense ocupa uma área total de 747,87 m² e está equipado com laboratórios de modelagem eletrônica e manual, oficinas de produção, salas de aula e de videoconferência, biblioteca multimídia, auditório com capacidade para 100 pessoas e dependências essenciais como banheiros, hall de circulação, almoxarifado, cozinha, além de três

salas administrativas. Parceira do Governo de Sergipe na construção do Centro Vocacional Tecnológico, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) viabilizou o projeto colaborando com R$ 857 mil de um total de R$ 965 mil em que foi orçamentada a obra. A contribuição da SUDENE foi destinada a equipar o centro com maquinário e todo material de consumo, como tecidos, aviamento, mobiliários, eletroeletrônicos e computadores. Foram comprados mais de 200 itens, entre equipamentos e máquinas.

ÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE SER

OCACIONAL TECNOLÓGICO – Tobias Barreto

ta do CVT e dos Galpões do CEI de Tobias Barreto

Na foto abaixo, fachada do Centro Vocacional Tecnológico, na cidade de Tobias Barreto, interior do estado de Sergipe. Foto: Vieira Neto

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CD

NOVOS INCENTIVOS PARA OS CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO Itabaiana poderia receber um Centro de Distribuição.

R

eduzir o tempo de circulação dos produtos entre a etapa de fabricação e a chegada ao consumidor final tem sido sempre um grande desafio para a indústria. Com vistas a tornar o processo mais rápido, surgiram os Centros de Distribuição (CDs). Sua capacidade para reduzir os custos de transporte, para controlar as variações de estoque, para concentrar produtos de fornecedores diferentes com destino comum são algumas das vantagens que oferecem esses tipos de armazéns. Devido à importância dos CDs no processo do desenvolvimento econômico de Sergipe, foram criados novos incentivos para facilitar sua instalação. Previstos na Lei que regula o Programa de Desenvolvimento Industrial de Sergipe (PSDI), cuja última

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atualização foi publicada oficialmente em 15 de janeiro de 2015, os CDs já possuem também sua própria regulamentação (Decreto 29.912 de 14 de novembro de 2014). Todo esse esforço por assegurar uma normativa que defina e impulse esse âmbito industrial evidencia sua importância para o Estado, que vê neles uma nova aposta para o desenvolvimento do território sergipano. Pela sua privilegiada localização geográfica dentro do Nordeste, no centro de dois grandes polos industriais e de potenciais consumidores (Salvador e Recife), Sergipe comtempla as características adequadas para tornar-se um lugar perfeito de distribuição de produtos. Além disso, a moderna infraestrutura na logística de transportes garante o rápido


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translado das mercadorias, agilizando sua chegada ao destino final. Esses são alguns dos motivos pelos que a Companhia Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe – CODISE –, em parceria com o Governo do Estado e o setor produtivo, vem tratando ao setor terciário de forma diferenciada. O comércio e os serviços são também fundamentais para o progresso econômico, de aí a necessidade de criar ajudas específicas para eles. Dentro dessa política, Itabaiana poderia receber o primeiro grande Centro de Distribuição do Estado, segundo afirmou Roberto Bispo, presidente da CODISE. “Existe a possibilidade de criar um Centro de Distribuição em Itabaiana. Nós estamos com um projeto de futuro de fazer um Centro de Distribuição, que seria um centro logístico do Estado”, explicou Bispo. Os CDs conformam, assim, uma nova forma de impulsionar a economia estadual alternativa à implantação de uma indústria de produção. Nesse sentido, a Lei define Centro de Distribuição como toda unidade constituída por empresa industrial com o objetivo de armazenar os produtos produzidos ou comprados para revenda, com a finalidade de despachá-los para outras unidades, filiais ou clientes; também se inclui nesse conceito, o estabelecimento comercial atacadista que revende mercadorias a estabelecimentos varejistas, industriais, agrícolas, prestadores de serviços e institucionais, ou a outros atacadistas. Os beneficiados e os incentivos A regulamentação dos CDs especifica que serão beneficiados com incentivos os estabelecimentos cuja atividade é a distribuição centralizada de produtos nos seguintes términos: que concentre aquisições da empresa, para distribuição às filiais localizadas em outros estados; que distribua mercadoria de produção própria, desde que também seja destinada a atender outros estados; que 32 -

distribua mercadoria com base em contrato de distribuição exclusiva, desde que a média mensal de saída das mercadorias sujeitas ao referido contrato seja superior a 80% (oitenta por cento) do total de suas saídas. Os incentivos, de caráter fiscal e, portanto, dependentes da Secretaria da Fazenda, concedem a esses CDs crédito fiscal presumido do ICMS, em diferentes porcentuais, considerando o valor da base de cálculo do imposto destacado nos documentos fiscais de saída das mercadorias. INCENTIVOS FISCAIS 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento), nas saídas de mercadorias tributadas à alíquota de 4% (quatro por cento). 11% (onze por cento), nas saídas de mercadorias tributadas à alíquota de 12% (doze por cento). 14% (catorze por cento), nas saídas de mercadorias tributadas à alíquota de 17% (dezessete por cento) ou 19% (dezenove por cento). - 22% (vinte e dois por cento), nas saídas de mercadorias tributadas à alíquota de 25% (vinte e cinco por cento) ou 27% (vinte e sete por cento).

Contudo, os Centros de Distribuição também poderão participar de outras vantagens contempladas no PSDI, como apoio locacional o apoio em infraestrutura. No primeiro caso, podem obter uma permissão remunerada de uso de terrenos e galpões, por um tempo determinado e sem possibilidade de compra, desde que o empreendimento (CD) venha a atender demandas de indústrias beneficiadas pelo PSDI e, portanto, seja de interesse para o Estado de Sergipe. Sobre o apoio em infraestrutura, o Estado poderá ajudar na viabilização das áreas susceptíveis de receber um CD, através da implantação de sistemas de abastecimento de água, de energia e de gás natural; com a adequação de um sistema viário de acesso; com a construção, reforma, ampliação ou

recuperação de galpões industriais, entre outras ações. O cuidado com os atacadistas O setor atacadista, contemplado também como Centro de Distribuição pelo Decreto 29.912, será outro dos grandes beneficiados com as novas políticas de fortalecimento da economia sergipana. Considerando a necessidade de tornar mais competitivo esse setor, frente ao mercado nacional, e tendo em vista os benefícios fiscais concedidos ao mesmo setor em outros estados, foi aprovado o decreto 29.911, publicado em 17 de novembro de 2014. A normativa lhe concede uma tributação especial no Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS. Para poder obter essa consideração, o comércio atacadista deve estar inscrito no Cadastro de Contribuintes do Estado de Sergipe - CACESE, ter um Termo de Acordo com a Secretaria de Estado da Fazenda – SEFAZ, e destinar o 80% do volume de suas vendas à comercialização, produção ou industrialização. Cumpridos esses pré-requisitos, poderão obter um regime especial de tributação sobre o valor das entradas de produtos pagando 5% do total das entradas, quando as mercadorias forem originárias das regiões Sul o Sudeste; 2% se forem oriundas do Norte, Nordeste ou Centro-Oeste, assim como adquiridas em operações internas; e 9% quando for tributada à alíquota de 4%. A respeito da saída interestadual, exceto a consumidor final, o beneficiário deve recolher o percentual de 1,67% sobre o valor da operação. Todas essas medidas buscam manter o ritmo de crescimento da economia sergipana, que está atingindo niveles de desenvolvimentos superiores aos de outros estados nordestinos, e diversificar as possibilidades de negócios no território.


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Demais Empreendimentos

OS FRUTOS DO PSDI

Mais de 3000 novos empregos e um investimento de R$ 226.436.000 nos últimos dois anos

O

Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), alinhado com a política estadual de procurar melhorar a competitividade e eficiência da indústria regional, ajudou a criar, só nos últimos dois anos, 3.014 novos empregos em empreendimentos industriais que investiram R$ 226.436.000. Essas cifras representam o sucesso das medidas criadas pelo Governo do Estado e que são geridas pela Secretaria de estado do Desenvolvimento Econômi-

co e da Ciência e Tecnologia (SEDETEC) e a Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe (CODISE). Os estímulos para a atração de novos investimentos para o território e o impulso da indústria regional estão dando seus frutos. Entre 2013 e 2014, um total de 67 novas empresas foram implantadas com algum tipo de apoio (locacional, fiscal, de ou infraestrutura) previsto no PSDI, contribuindo ao progresso econômico do Estado.

ANO

Nº DE EMPRESAS IMPLANTADAS

INCENTIVOS

2013

17

Fiscal ou locacional

2014

50

Fiscal ou locacional

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- 35


Na comparativa entre 2013 e 2014, pode ser observado um aumento praticamente de 200% no número de empresas implantas no último ano em relação ao anterior. Esse crescimento relevante está ligado

diretamente a dois importantes projetos desenvolvidos nesse período: a construção e inauguração do Centro Empresarial Integrado (CEI) de Tobias Barreto e as obras de recuperação e criação de

DISTRITO

QUANTIDADE

Distritos Industriais

04

Núcleos Industriais

27

Áreas Industrias

06

Centro Empresarial Integrado

01

Segundo dados da SEDETEC, em uma retrospectiva ainda maior, comtemplando o período entre 2007 e 2014, 294 novas indústrias receberam incentivos do PSDI para sua implantação, gerando um total de 15.905 empregos e com um valor de investimento de R$ 2.297.213.034. Esses dados favoráveis ao crescimento industrial auguram tempos futuros de desenvolvimento econômico pujante, que farão de

Av. Estrutural B em Nossa Senhora do Socorro

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Sergipe uma terra de oportunidades e de excelente qualidade de vida. O emprenho dos organismos competentes para favorecer as condições de implantação de novas indústrias desenha um mapa industrial em que começa a aparecer grandes empresas internacionais, como a japonesa Yazaki do Brasil KTDA, implantada em Sergipe em 2013, gerando mais de 1.340 empregos.

infraestruturas do distrito industrial de Nossa Senhora de Socorro. Essas iniciativas, nas quais teve participação ativa a CODISE, foram as responsáveis pela instalação da maioria dos novos empreendimentos.

Também destacaram nos dois últimos anos a implantação da indústria Petróleo Brasileiro S.A. em Laranjeiras, com um investimento de R$ 116.293.000; a Companhia Indústria Têxtil de Estância, do setor de tecelagem de fios de algodão, que gerou 357 novos empregos; e a Maraba Comércio e Indústria e representação de Madeiras LTDA, de Nossa Senhora de Socorro, cujo investimento alcançou os R$ 8.772.000.



O PSDI atrai investimentos estrangeiros

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A MULTINACIONAL JAPONESA YAZAKI SE INSTALA EM SERGIPE A empresa japonesa Yazaki do Brasil KTDA iniciou sua produção em Nossa Senhora do Socorro em 2013, gerando um total de 1.342 empregos na região. A unidade sergipana da multinacional nipônica investiu aproximadamente R$ 50 milhões e conta com incentivos fiscais e locacionais previstos no Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), disponibilizados pelo Governo do Estado, através da SEDETEC e CODISE.

T

rata-se da sexta unidade da corporação em Brasil, que já possui cinco fábricas em outros quatro Estados (Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, sendo duas unidades nesse último). A expetativa é que 90% dos empregados de Yazaki sejam do município de Socorro e seu entorno, melhorando a capacidade econômica da população e, portanto, a qualidade de vida. INVESTIMENTOS Máquinas

R$ 16,5 Milhões

Construção

R$ 24,0 Milhões

Outros

R$ 4,2 Milhões

Treinamento

R$ 11,9 Milhões

Total

R$ 56,6 Milhões - 39


OUTROS INVESTIMENTOS Indústria de Cimento

R$ 500 milhões, sendo que R$ 366 milhões serão investidos em nova indústria e R$ 134 milhões na ampliação de 2 fábricas. Os investimentos neste setor irão gerar 1.963 empregos

VOTORANTIM - LARANJEIRAS/SE Fábrica de Cimentos (ampliação) – R$ 72,2 milhões e 650 empregos gerados;

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GRUPO NASSAU - N. S. do Socorro/SE Fábrica de Cimentos (ampliação) – R$ 68 milhões e 267 empregos gerados; GRUPO BRENNAND - Laranjeiras/SE Fábrica de Cimentos (implantação) – R$ 366 milhões e 1.046 empregos gerados.

Foto: Ascom/Sedetec

CIMENTO APODI - Santo Amaro/SE GRUPO M. DIAS BRANCO

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PARQUE EÓLICO: Para a instalação do Parque, o Grupo Engevix investiu R$ 125 milhões.

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Fテ。RICA DE BISCOITOS MABEL

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Foto: Vieira Neto/Sedetec

Fテ。RICA DE DUCHAS CORONA

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ESTALEIRO H. DANTAS Rebocador Salobo, encomendado pela Vale e construĂ­do pela H. Dantas. Foto: ASN

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SAINT GOBAIN Empresa francesa de fabricação de vidros: Implantação com investimentos de R$ 228 milhões, gerando 1.405 empregos.

Frigorífico e mais a ampliação de 03 indústrias alimentícias: O grupo Maratá implantará um novo frigorífico e fará a ampliação da indústria de alimentos com investimentos de R$ 140 milhões, gerando 1.300 empregos.

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Foto: Alejandro Zambrana

LATICÍNIOS BETÂNIA

Foto: Marcos Rodrigues/ASN

PORTO DE SERGIPE

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