Sesc apresenta a exposição
Sesc apresenta a exposição
MACEIÓ - JANEIRO - 2015
Sesc - Administração Regional de Alagoas
Analista em Artes Visuais Kelcy Mary Ferreira Pereira
Presidência do Conselho Wilton Malta de Almeida
Estagiária de Relações Públicas Sara Thalassa Lima do Espírito Santo
Direção Regional Willys José Carlos de Albuquerque
Assistentes Administrativos Alvaro Henrique da Rocha Leandro
Divisão de Saúde e Lazer
Tânia Maria da Silva
Cléa Costa Artistas convidados Coordenação de Saúde – CSAU
Lúcia Galvão e Gianinna Bernardes
Janaina Vslença de Siqueira Lima Mediadoras do processo criativo com bordados Assistentes Sociais
Alice Barros e Robertson Dorta
Mabel de Araújo Santos Teresa Cristina Carvalho dos Anjos
Registro audiovisual, curadoria e montagem da exposição
Estagiárias de Serviço Social
Robertson Dorta, Lúcia Galvão Moura e Gianinna Schaefer Bernardes
Sandra dos Santos Leite Dayana Sarah Roberta da Silva Coordenação de Recreação – CEREC Girlane Simões Pereira Educador Físico Edson Rocha Divisão de Educação, Assistência e Cultura- DEAC Kaline Batista Coordenação Artístico Cultural - CARC Fabricio Barros
Concepção de projeto, produção e mediação artística das oicinas: ‘Nós do Bordado’ – Lúcia Galvão Moura e Gianinna Schaefer Bernardes
À procura de signiicados Pontos coloridos se desenham na janela, São lores se abrindo... É um convite para entrar na casa, Onde as palavras estão sendo bordadas. Palavras escolhidas como pedras preciosas, Porque cada palavra pode ser tesouro. Em meio às linhas da vida, Atam-se os laços de família, Além do sangue que corre nas veias, Em nós se revela uma herança de gestos... É o olhar, o io condutor, São caminhos para o afeto. Um atalho para a amizade, tecendo-se aos poucos. A luz do sol é moldura, Arde toda cor. Doura a poesia no calor da lida... Na partitura dos sentidos, Quero um canto bordado! Alice Barros
Bordar a vida proporciona acolhimento de pessoas em toda sua diversidade e contribui para o encontro de novos sentidos para o VIVER. O SESC Alagoas desenvolve o projeto Conversando Sobre Saúde, com o objetivo de contribuir para a promoção de saúde de mulheres que vivem no entorno da Unidade SESC Guaxuma, região norte de Maceió. Dentre as ações propostas, a arte do bordado se conigurou como um dispositivo de expressão da memória. As histórias vividas, as referências ao local em que vivem (com seus contrastes culturais, sociais e econômicos), os saberes e os valores aprendidos com os antepassados foram compartilhados em cada encontro, com um esperançoso olhar para o futuro. Através do bordado, as memórias foram registradas em cores e formas. As histórias foram contadas por linhas e agulhas. Imaginação, idealização, sonhos, lembranças do vivido, esperança de dias melhores pautados no respeito e na dignidade às gerações futuras. Entre um ponto e outro, histórias se entrelaçam.
Mabel de Araújo Santos e Teresa Cristina Carvalho dos Anjos Assistentes Sociais Coordenação em Saúde CSAU – SESC - AL
NÓS DO BORDADO Um espaço-tempo para ouvir, contar e bordar histórias. Um olhar ampliado sobre o bordado, proposto como uma linguagem, uma forma de expressão. Pensamentos, lembranças, emoções, sentimentos, fazem parte dessa tessitura, desvelando percursos pessoais e revelando autorias. Lúcia Galvão Moura e Gianinna Schaefer Bernardes
RECEITA DE BORDAR TESOUROS Reúna 34 mulheres das regiões de Guaxuma, Garça Torta, Ipioca, Chã do Cruzeiro, Riacho Doce, Boca do Rio, Cruz das Almas, Jacarecica. Convide-as para uma grande roda, fale uma poesia de Roseana Murray, conte um conto de Galeano, cante uma canção que deixou saudade, dance uma ciranda, compartilhe sentimentos, lembranças, sonhos, desejos. Convide-as a partilhar seus pontos de referência, seus pontos de vista... Convide para um piquenique das cores, para degustar linhas de muitas texturas, deixe que cada uma se sirva da cor que desejar ou estiver precisando, tal qual Helena Villagra na Casa das Palavras de Galeano: olhe a cor de luz que quer Marluce, sinta o lilás nas unhas que anunciam Anunciada, o frescor no verde preferido das Cíceras, os tons de rosa que trazem no peito, identiicando o grupo... Ofereça-lhes agulhas de variados tamanhos, cabeças abertas para fazer passar os ios, as inquietações, as ideias, mesmo aquelas que parecem não ter pé nem cabeça...
Faça um convite ao bordado. Cada ponto é alado... Convide cada uma a tomar em suas mãos a linha do seu horizonte e a-bordar com delicadeza sua vida. É ponto pacíico que todas tem capacidade de bordar, não é mesmo Lourdes Paulino? Cheiros, cores e sabores do mar vão matizar e aromatizar esse bordar: Marinalva, Marinete e muitas Marias, tantas trazem o MAR em seus nomes... Para bem aquecer, o calor do sol de Guaxuma: ponto de partida, ponto de apoio, ponto de encontro. Bordar é prática antiga, pode ser feita em silêncio, pode ser feita de palavras. Experiência ainda mais rica quando praticada no coletivo, no plural. No mar das memórias de afeto, convide a um mergulho, para trazer à tona tudo o que é precioso: os saberes e os fazeres dessas mulheres. Quitutes, festas, folguedos, danças, remédios caseiros, cantigas, brincadeiras, coisas de se fazer em família... Toda a diversidade das práticas cotidianas, verdadeiros tesouros que desejam deixar para as próximas gerações. Agulha e linha na mão, lores em ponto caseado, árvores em ponto corrente, peixes em ponto aresta. Ponto a ponto, cada uma encontrará seu ponto de equilíbrio, seu ponto de luidez. Cada uma descobrirá seu modo próprio de fazer.
É permitido brincar com formas, cores, pontos. Com açúcar, com afeto, no bordado não é preciso temer ser doce demais, o diabetes não subirá... Sem apertos, sem tensões, para não encolher nem panos nem corações: a tensão cede espaço para a emoção, e a mão, já não tem formigação... A peixada da Maura, a canjica da Edna, a dança das baianas puxada pela voz forte de Zezé, a casa de farinha de dona Zelma, o almoço embaixo da mangueira de Gercina... Bordado comunicando pensamentos e sentimentos. Bordado revelando autorias. Bordar a memória de saberes e fazeres para que se mantenham vivos e em movimento: são os sentidos encontrando expressão. Para inalizar, sugere-se que cada vez que essa receita for colocada em prática, acrescentem-se novos ingredientes: doses generosas de criatividade a deixarão ainda mais deliciosa. Essa receita é ‘de família’, mas temos o maior prazer em partilhá-la e em convidar todos a saboreá-la! Nós do Bordado
Sinta o perfume das rosas do painel da Maria José. O cheiro delicioso que exalam as mangas do painel da Lourdes. Escute o farfalhar da pipa ao vento no painel da Ivandeje. Escute as aves que piam nos paineis da Anunciada e da Natália. Ouça a música do mar que vem pelas ondas que se desenrolam em suave movimento no painel da Renilda, trazendo a jangada do pai pescador, de volta à praia. Sinta o calor que brota de tantos sóis que aquecem os corações e iluminam as casas de Quitéria, Zelma, Antonia, Nazerilda, Sandra, Ieda, Hercília e tantas outras...
“Um barco passa todas as tardes pela janela, atravessa os ares, as horas, as folhas das ĂĄrvores e alado passa, carregando meus sonhos.â€? Roseana Murray
QUANDO EU ABRO A MINHA JANELA, EU VEJO... “Olhar Até onde a vista alcança é um perto longe. barreira nenhuma, parede nenhuma para impedir o olhar”. Roseana Murray
O CANTINHO DA MINHA CASA EM QUE MAIS GOSTO DE FICAR É... “Casa, na tua asa posso dar o voo mais alto,
aquele, pra dentro” Liana Leão
TESOUROS PASSADOS DE GERAÇÃO A GERAÇÃO “Estar sempre em contato com minhas raízes me fortalece e é também uma maneira de não me perder da minha história, isto é, não me perder de mim mesma... (...) Todos nós somos responsáveis pelas nossas histórias e pela continuação das nossas tradições” Trecho extraído do livro “Os tesouros de Monifa”, de Sonia Rosa, utilizado em oicinas com o grupo.
“Minhas baianas os corpos são de mola fazendo manobra para o povo apreciar” Trecho de música do folguedo ‘Baianas’
FARINHA A farinha é feita de uma planta da família das euforbiáceas, euforbiáceas de nome manihot utilissima que um tio meu apelidou de macaxeira e foi aí que todo mundo achou melhor!... a farinha tá no sangue do nordestino eu já sei desde menino o que ela pode dar e tem da grossa, tem da ina se não tem da quebradinha vou na vizinha pegar pra fazer pirão ou mingau farinha com feijão é animal! o cabra que não tem eira nem beira lá no fundo do quintal tem um pé de macaxeira a macaxeira é popular é macaxeira pr’ali, macaxeira pra cá e em tudo que é farinhada a macaxeira tá Música de Djavan
O tempo perguntou pro tempo... “Com as mãos aprisionar um pouco de tempo: dentro das páginas de um caderno, dentro de um poema ou no desenho de um gesto, a substância de quem sou agora”. Trecho do poema “Relógios”, de Roseana Murray
Cícera Benedita da Silva
Maria Helena dos Santos Silva
Deise Nunes Umbelino Silva
Maria José dos Santos
Edna Maria da Silva Gomes
Maria José Ferreira dos Santos
Gercina Paulino
Maria Marluce dos Santos
Hercília Monteiro de Carvalho
Maria Natália Alves
Ieda Pereira Galdino
Maria Nazaré Laurentino
Iracema Maria Conceição dos Santos
Marinalva Amara da Silva
Ivandeje Maria de Souza
Marinete Amara do Nascimento
Josefa Rita de Souza
Maura Monte Santos da Silva
Lais Fernanda dos Santos
Nazerilda Silva dos Santos
Lindinalva Serqueira Bastos Sobrinho
Nilda dos Santos Alves Lima
Maria Antonia dos Santos
Quitéria Moreira da Silva
Maria Anunciada da Silva
Renilda Lima de Araújo
Maria Cícera da Silva
Sandra Maria dos Santos
Maria Cícera Romana da Silva
Terezinha Ferreira da Silva
Maria de Lourdes Paulino
Waldeci Sarmento Pedrosa
Maria de Lourdes Teixeira Silva
Zelma dos Santos Germano