Biografias - Vestígios de Memória (Pratica de Escrita em Literatura - Sesi Hamleto Manavacca

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Prática de Escrita (Atividade Disciplinar)

Literatura - Prof.: Fabrício Trindade - 9º A/B - Julho/2020 Sesi Hamleto Manavacca – Projeto Sesi na sua Casa


Biografias

Ve s t í g i o s d e M e m ó r i a


Biografias

Ve s t í g i o s d e M e m ó r i a


a memória é uma ilha de edição Waly Salomão, em Carta aberta a John Ashbery.


airómem a amu é ahli oãçide ed .yrebhsA nhoJ a atreba atraC me ,oãmolaS ylaW


E S C R E V E R S O B R E A V I DA P R Á T I C A D E E S C R I TA L I T E R Á R I A

- Apresentação -

Esta revista eletrônica, Biografias – Vestígios de Memória, apresenta uma coletânea de textos elaborados pelos alunos do 9º A e B, do Sesi Hamleto Manavacca, na disciplina de Literatura, sob a orientação do professor Fabrício Trindade, nesta 2ª Etapa do Ano Letivo de 2020. Em contexto de aula remota (Projeto Sesi na Sua Casa), desenvolvemos nossas aulas, atividades e encontros online via Plataforma, no período de Junho e Julho, por meio do estudo sobre Gênero Biografia. Primeiro, reconhecemos a estrutura clássica que fundamenta a composição textual do Gênero. E, logo depois, fomos investigando e questionando algumas convenções da linguagem, a partir da ideia de “distorcer o gênero biográfico”, sob a perspectiva literária. Em “distorção” fizemos algumas perguntas para que provocássemos o deslocamento em nosso imaginário convencional e, sob um ponto de vista deslocado do comum, conseguíssemos ampliar as noções sobre a ideia de se escrever sobre a vida (do grego antigo: βιογραφία , de βíος - bíos, “vida” e γράφειν – gráphein, “escrever”). Escrever sobre a vida do sujeito biografado importa a quem? E, mais, o que é importante ser escrito? Quais os fatos, documentos e fontes que escolho utilizar? Quais são os valores humanos, sociais e políticos que estou dando visibilidade ao escrever a biografia? Em qual medida, quando o autor está elaborando uma biografia, o caráter subjetivo está presente? Existe uma biografia que é completamente isenta de subjetividade? Quais são as formas estéticas em que eu vou estabelecer e desenvolver a minha prática de escrita para criar a comunicação com o leitor? A partir dessas perguntas refletimos sobre a importância de se manter o caráter ético ao se contar a vida de alguém, pois o texto que se está produzindo, será um registro, um documento-arquivo, por fim, será a memória do biografado concretizada. O autor, biógrafo, tem o compromisso com a verdade, ou pelo menos com a sua própria verdade. Já que ao se escolher incluir algo no que está escrevendo, no mesmo instante, tem-se que ter a consciência de que outros “algos” estão sendo excluídos.

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E aí, a quem, o que, quem e quais fatos, você, quer dar visibilidade ao se escrever uma biografia? Como construir uma biografia percebendo e tendo atenção ao caráter de verdade, importância e em busca da ética? No processo de ensino, além de ler algumas formas curtas de biografias, também assistimos ao filme Escritores da Liberdade (2007), de Richard LaGravenese, lemos e discutimos o livro O diário de Anne Frank (1957), de Anne Frank e Otto Frank, e partir dele pudemos perceber e refletir que a construção de uma narrativa que parte das pessoalidades e da vida íntima dos sujeitos, também podem estar fortemente ligadas à caráteres mais universais e coletivos. Nossa resposta às perguntas acima se apresenta para vocês, nas elaborações textuais das próximas páginas. Em diálogo com o filme, com a obra literária estudada e também, com o estudo do gênero, cada aluna e aluno, voltaram seus olhos para as pessoas próximas ou que não estavam próximas no presente, por causa do contexto atual de pandemia. E, ao reunirmos todas as criações nesta publicação, podemos perceber que o movimento ecoado pelo diário da adolescente judia nos tempos da 2ª Guerra Mundial traz seus efeitos até em nosso contexto atual: ao mesmo tempo em que cada aluna e aluno fizeram um exercício de resgatar vestígios de suas memórias familiares e ancestrais, para biografá-las, ao reunirmos todas aqui, construímos um mapa cultural sensível. Este mapa nos mostra, como numa geografia, os relevos das vidas de tantos brasileiros e brasileiras. Nossos relevos literários, presentes nos textos que se seguirão, deixam vir à tona a vida preciosa de pessoas comuns, que estão nas cidades, que lutam para viver melhor, que lutam pelo bem! Esses sujeitos de vida preciosa e comum sou eu, é cada aluna e aluno, somos nós, nossos familiares. São vocês pais, mães, tios, tias, avós, avôs, primos, primas. E, por isso, essa publicação é também um presente afetivo: homenagem a vocês, aos biografados. Mas, sobretudo, é um convite para compartilharmos nossas trajetórias. Convido a todas e todos que leiam e se deliciem com as histórias que se apresentarão! Vocês encontrarão vidas para se emocionar, outras para rir, outras para refletir, mas garanto a vocês que não sairão dessa experiência da mesma forma quando iniciaram a leitura de minhas palavras.

Cuidem-se, se mantenham com saúde, com muita fé e amor!

Fabrício Trindade - Professor de Artes e Literatura ftpereira@fiemg.com.br / Julho 2020. 7


S U M Á R I O D a l i l a B e n f i c a , p o r M a r i a E d u a rd a A b r a n t e s – 1 0 C l eb i o B e i by M e rl y, p o r A g at h a L e t í c i a – 1 2 M á rc i o Jo s é d e Pa u l o, p o r A m a n d a I s a b e l l e – 1 3 H u go Th a l l e s, p o r L u m a – 1 4 M a r i a d a Pe n h a , p o r A n a C a ro l i n a S a n t o s – 1 6 Cleissiane Silva, por Christiane Couto – 18 S e rg i o Fe l i x , p o r G i ova n n a M a rq u e s – 2 0 Fe r n a n d a I r i a s, p o r C a m i l e Fe r n a n d a – 2 2 We l i n t o n Pe d ro, p o r A n a J ú l i a G o n ç a l ve s – 2 4 B e r n a rd o S i l v a , p o r T h a l l e s E d u a rd o – 2 6 D a n i e l a E d u a rd a , p o r D a n i e l a d e Pa u l a – 2 6 Fe r n a n d o d e S o u z a , p o r M i g u e l d e S o u z a – 2 6 Wi l s i n e i a d a S i l v a , p o r G a b r i e l d o N a s c i m e n t o – 2 7 Christiane Andressa, por Rafael Matos de Souza – 28 Tereza Cristina Guimarães, por Larissa Guimarães – 28 C r i s t i a n e d e Pa iv a , p o r L e t í c i a d e Pa i va – 2 9 C l á u d i a S a p av i n i , p o r S a r a C o s t a – 2 9 J ú l i a G o m e s, p o r R ay C o s t a – 3 2 M a rc i o G a rc i a , p o r S a mu e l Tr i n d a d e – 3 3 B r u n o S a n t o s, p o r E m i l l y G a b r i e l e – 3 4 E n y, p o r G i ova n n a B á r b a r a – 3 5 M a rl i Vi e i r a , p o r B r u n o S o a re s – 3 6 8


M a rl e n e d e Je s u s, p o r I u l l y S i l va – 3 7 E l i s l a i n e M e s s i a s, p o r D i o g o A l m e i d a – 3 8 E dv a l d o Fe r re i r a , Jo ã o Pe d ro A s s i s – 4 0 G e i z i a n e Ro d r i g u e s, p o r Fr a n k l i n d e S o u z a – 4 2 Fr a n c i s c o d o s S a n t o s, p o r Pe d ro M a r t i n s – 4 4 D u l c i l e n e Pe n h a , p o r Pe d ro G u i l h e r m e – 4 6 M a rl e n e Ro d r i g u e s, p o r L a r a Ro d r i g u e s – 4 7 Heliane de Souza, por Júlia de Souza - 48 I d e l ze M a rt i n s, p o r G a b r i e l A n d r a d e - 4 8 Th a l l e s E d u a rd o, p o r B e r n a rd o A r a ú j o – 4 9 M á rc i o E l i a s, p o r G a b r i e l E l i a s – 4 9 D a n i e l Fe r n a n d e s, p o r S a my r a Ke l l y – 5 0 G e r a l d o M á rc i o, p o r K a i l l ay n e Ju l i e – 5 2 R a f a e l Te i xe i r a , p o r G a b r i e l Pa s s o s – 5 4 Re n a t a C r i s t i n a , p o r H e n r i q u e G a rc i a – 5 5 Jo s é C a rl o s, C a i q u e Au g u s t o – 5 6 Vi c t o r H u go, p o r K a r i n e M a r i a – 5 7 G u i l h e r m e A p a re c i d o, p o r E d u a rd o A l ve s – 6 0 A rt h u r H e n r i q u e, p o r M a rc e l a B e at r i z – 6 2 S o l a n ge A p a re c i d a , p o r Je n i f e r C r i s t i n e – 6 4 A d e l a i d e O l ive i r a , p o r L í v i a B r a z – 6 6 Jo ã o d e A l m e i d a , p o r N i c o l l e I s a b e l l e – 6 8 C á t i a Reg i n a , p o r M a r i a L u i s a N a s c i m e n t o – 7 0 Maria F loraci, por Erick F lauzino – 72 A u r i n o C a b o c l o, p o r C a i o E d u a rd o – 7 6 9


Biografia 1. narração oral, escrita ou visual dos fatos particulares das várias fases da vida de uma pessoa ou personagem.

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Biografia 2. gênero literário cujo objeto é o relato da aventura biográfica de uma pessoa ou de uma personagem.

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reencontrar

desejo de 12

Sempre nas reuniões e encontros da minha família ouço a história de vida de minha bisavó Dalila Benfica, avó da minha mãe. Ela nasceu no estado da Bahia e aos 12 anos, fugindo da seca e da turma do Lampião, que rondava por aqueles lados, a família resolveu seguir com alguns retirantes em busca de oportunidades melhores. Porém, eles deixaram para trás uma das 5 irmãs que ficara para ser criada por sua madrinha. Depois de várias semanas caminhando, os pais da minha bisavó resolveram ficar em Minas Gerais, em uma cidadezinha do norte de Minas e ali se fixaram. Vida muito dura, muito trabalho, e assim, a família foi se construindo. Minha bisavó, aos 17 anos, casou-se com meu bisavô, Leopoldo, juntos tiveram 13 filhos. Durante todo esse tempo Dalila Benfica sempre contou aos seus familiares o desejo de reencontrar sua irmã que tinha ficado da Bahia. A única notícia que se tinha, mas não era certeza, é que a querida irmã havia se mudado para São Paulo com a madrinha. Alguns anos se passaram, um dos meus tios, já adulto, colocou um anúncio no rádio e nos jornais procurando essa tia avó, que tanto sua mãe, minha avó falava. Porém, como na época os meios de comunicação não eram tão eficientes e não alcançava a todos, não obteve nenhuma resposta. Foi, então, que no ano de 2016, minha bisavó, no alto de seus 95 anos, teve seu sonho realizado.


Tudo aconteceu da seguinte maneira: um dos seus sobrinhos, que morava em Jacareí, São Paulo, que, também, sempre ouviu a mesma história de sua mãe resolveu ir até a cidade de nascimento da minha bisavó, na Bahia. Nessa busca, sua intenção era ver se conseguia descobrir alguma informação do paradeiro da tal tia. Porém, como havia se passado muitos anos, e a maioria dos moradores antigos do lugar já haviam falecido, ele não teve novas informações. Apenas a certeza que ela se mudara para São Paulo com a madrinha. Depois de todas as investigações, esse sobrinho retornou da Bahia muito triste. E, ao comentar com sua vizinha o motivo do abatimento, pós viagem, ela se surpreendeu com as histórias e contou que, antes de se mudar para Jacareí, morava em Taubaté e que os vizinhos de lá contavam essa mesma história que ela tinha acabado de ouvir. Pois, a partir desse momento, tudo se tornou uma euforia, foram várias ligações, envio de fotos, relatos e com grande alegria constatou-se que realmente a família de Taubaté eram os familiares da minha bisavó. No entanto, infelizmente, a irmã da minha bisavó já havia falecido há 3 anos, mas seus filhos, netos vieram até Belo Horizonte para conhecer minha bisavó, minha avó e todos os meus familiares. Na mala eles trouxeram muitas fotos e casos da irmã de minha bisavó, Dalila. Maria Eduarda Abrantes. 13


Clebio Beiby nasceu em 1979 no município de Nova Belém em Minas Gerais. Filho de Francisca Alves de Mello e José Pinto de Mello, é o mais velho dos irmãos, Elieny e Erica Beiby Merly. Desde os sete anos de idade trabalhava na venda do pai, aos dez passou a vender chup chup em um campinho perto de casa para ajudar a família. Dois anos mais tarde, mudou-se com sua família para a cidade de Belo Horizonte. Seu primeiro trabalho foi aos 13 anos quando passou a tocar bateria na banda de João Donato, onde foi integrante por três anos. Posteriormente, juntou-se, ainda como baterista, à banda do tio, Paulo Robson e Banda, tocando mais três anos. Graças à agenda de shows, teve o ensino comprometido, não completando o último ano do Ensino Médio. Em meados de 97, fundou sua própria banda, Galego e Banda, atuando como vocalista, tocando por três anos no Bailão Sertanejo, maior casa de show de musica sertaneja de MG, onde, outrora, conheceu Carla Regina Paixão, uma cidadã estadunidense com quem teve seu primeiro casamento, no ano de 2005. Em 2004, com 24 anos, entrou ilegalmente nos Estados Unidos, onde se apresentou em casas de shows sertanejos para brasileiros em uma turnê por 20 estados. Em 2005 passou a trabalhar com uma consultora de construção, fazendo e reformando casas. Em maio de 2006, nasceu sua primeira filha, Amanda Cecília Paixão Merly. No final do ano de 2008, houve o nascimento de sua segunda filha Isabella Paixão Merly, mesmo ano em que foi deportado. Ao voltar para o Brasil, deixou o ramo musical de lado, passando a trabalhar com auto peças, oficina e revenda de carros. Tempos mais tarde, em 2013, casou-se com Angélica Pinheiro Miranda Merly, com quem teve dois filhos, Luísa e José Neto Miranda Merly, em meados de 2016 e 17. E mais tardar, tornou-se sócio do restaurante Boi Bravo em Contagem, mas acabou por deixa-lo de lado, mudando-se para Jericoacoara em 2018, onde construiu sua primeira pousada ao lado da irmã, Erica. Agatha Letícia.

baterista 14


forças Márcio José, nascido em 05 de março de 1977, em Minas Gerais, filho de Maria Izabel Rocha de Paulo e de Lucas Rocha de Paulo, tem dois irmãos, Adriane Izabel Rocha de Paulo e Fabrício Henrique de Paulo Souza. Antes mesmo de sua vida começar já aconteceu uma tragédia, seu pai morreu quando ele ainda estava na barriga da mãe, no 6° mês de gestação. De qualquer forma, sua infância não foi triste. Ele fazia muitas bagunças pelo bairro, como por exemplo, prender alguém no poste, roubar galinha, etc. Anos depois, se casou com Darciene Rocha de Paulo e eles tiveram dois filhos Adriel Lucas Rocha de Paulo e Amanda Isabelle Rocha de Paulo. Após se casarem foram para Portugal e lá ficaram por um ano. Na Europa, ele trabalhou de açougueiro, mas quando souberam que Darciene estava grávida do primeiro filho, resolveram voltar pra trás, retornaram ao Brasil. Quando voltaram, trabalhou de eletricista, mas depois de algum tempo, decidiu se juntar ao seu tio e sua tia para formarem a MM embalagens. A empresa começou pequena e todos desacreditavam, para agravar a situação, Darciene engravidou de seu segundo bebê, Amanda Isabelle. Márcio teve que lutar com todas as suas forças para que seu negócio desse certo, porque além de um filho de quatro anos, tinha agora, uma bebezinha. Não foi fácil, eles passaram muitas dificuldades, havia dias que eles deixavam de comer ovo pra deixar seus filhos comerem, mas graças a Deus a situação melhorou. Com o passar dos anos, MM embalagens foi crescendo e as dificuldades foram passando, até que tiveram condições de comprar um carro melhor, um celular melhor e colocar comida boa dentro de casa. A empresa, de MM embalagens foi para M2B. Márcio, atualmente, está com 43 anos, ainda casado e seus filhos continuam bem.

Amanda Isabelle. 15


Tudo começou em janeiro de 2010, na cidade de Belo Horizonte, onde Hugo Thalles nasceu. A chegada dele aqui em casa foi só alegria e ciúmes, da minha parte e do meu outro irmão, Igor Charles. Eu tinha apenas 5 anos e achava que o Hugo, bebezinho, era uma das minhas bonecas. Eu estava acostumada a ficar brincando com elas no colo e, dessa maneira, queria segurar também meu irmão, neném. E é claro, minha mãe não deixava. Desde cedo, nossa mãe, Rosemeire, e nosso pai, Joel, incentivaram muito o Hugo para o aprendizado, desde os 6 anos de idade, ele já fazia aulas de dança, teatro e futsal, que é um esporte que ele gosta muito. A infância que ele está tendo é muito alegre! Agora, que estamos todos cumprindo o isolamento social, pelo Covid-19, 16

ele está estudando bastante e nas horas vagas grava vídeos para seu canal no youtube. Na maioria das vezes, o Hugo faz as coisas sem avisar a ninguém. Um dia, quando estávamos chegando de uma viagem, e ainda estávamos retirando as malas do carro, ele entrou em casa, subiu na laje e começou a tentar empinar o papagaio, andando para trás, sem olhar a distância que faltava para a beira da laje. Ai então, todos nós ouvimos um estrondo, era o Hugo que tinha caído de lá. Meus pais saíram desesperados e logo levaram ele ao hospital, seu queixo havia cortado, precisando de 7 pontos para fechar e cicatrizar. Tudo por causa de um papagaio. Até hoje não podemos empinar papagaios lá em casa! Luma Thais.


sete pontos para fechar e cicatrizar 17


não gosta muito de dançar, mas solta a voz

como ninguĂŠm 18


Os gostos voltados ao tricô, crochê, bordados, tranças e às receitas maravilhosas, têm se modernizado com a era digital. Não gosta muito de dançar, mas solta a voz como ninguém. Tem uma saúde impecável, uma alimentação balanceada, com muitos doces na lista, pratica sempre exercícios e está sempre em forma, já que nunca consegue ficar quieta e parada. Dando valor às pequenas coisas, sempre prestativa, disposta a ajudar, coloca todos de seu convívio em primeiro lugar. Mantém a felicidade estampada no rosto, para ela, nunca tem tempo ruim. Não tem o que declamar. Ela é só pensamentos positivos. Com seu jeito único e especial, Maria torna a vida de todos melhor, é pequena com um coração enorme. Ela é o orgulho da família, e tê-la entre nós no enche de gratidão. É nossa inspiração, por tudo que enfrentou e conquistou. Marcou a vida de todos nós, e pra sempre seremos gratos.

Maria da Penha, tem 67 anos, nasceu dia 06 de janeiro de 1953, na cidade Raul Soares. Filha do vigilante Vitório Soares da Silva e da dona de casa Raimunda Maria da Silva, Maria da Penha tem 5 irmãos. Sempre batalhadora, ela criou, junto com seu marido José Lucas dos Santos, suas duas filhas e seus dois netos. Sempre na simplicidade ela viveu grandes momentos durante a infância e a adolescência, ao lado dos irmãos. Guardando cada alegria e momento na memória e no coração. Com determinação estudou ao longo da vida em 5 escolas diferentes e conseguiu concluir o Ensino Fundamental e o Médio. Levou a vida o mais leve possível, com muita fé. Espalhando amor e carinho cuidou de crianças, transformando a vida de cada uma delas. Assim como, colecionou e coleciona, novas alegrias, cuidando de sua casa e família.

Ana Carolina Santos.

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Esta biografia, escrita por Christiane Couto Matos, mostra um pouco da história de Cleissiane Silva, uma mulher que vai atrás de seus sonhos, buscando alcançar seus objetivos. Dedica-se, com muito amor, à família, aos amigos e ao trabalho, é em sua profissão que encontra uma maneira de transformar a sociedade. Nascida em11 de março de 1980, Cleissiane, passou seus primeiros anos de vida no bairro Petrópolis, depois mudou-se com a família para outros bairros. No entanto, em 1991, retornou ao bairro Petrópolis onde reside até hoje. Apesar da família ter tido poucas condições financeiras, teve uma infância muito feliz, com seus pais e seus irmãos, Cleiton e Deivite.

Desse período, ela se recorda com muito carinho e alegria, principalmente, ao relatar as brincadeiras que vivenciou durante a infância, com seus dois irmãos e amigos. Uma das paixões que Cleissiane tem, desde quando era criança, é a paixão pelo futebol e por seu time do peito, o Cruzeiro Esporte Clube. Vinda de família humilde, estudou em escolas públicas, logo que formou no Ensino Médio, começou a trabalhar em um escritório de contabilidade, ajudando assim financeiramente sua família. Casou-se aos 24 anos, com Emerson Couto, e permanece casada até os dias atuais. Em 2005, o casal, teve a alegria do nascimento de sua única filha Christiane. Logo quando o bebê chegou, Cleissiane deixou sua profissão para dedicar-se integralmente com muito carinho a esse momento materno, retornou ao trabalho somente após sua filha completar três anos. Após cursar um curso que a habilitava lecionar na educação infantil, começou a trabalhar em uma creche e foi neste momento que descobriu o quanto amava atuar na área da educação. Ela, também, descobriu a importância de sua missão: transformar os alunos indivíduos críticos, capazes de transformar a sociedade. Por estes motivos, atualmente estuda pedagogia pela UEMG, para ela, uma professora deve estar em constante atualização. Cleissiane é reconhecida como uma pessoa alegre, positiva e que gosta de passar o tempo ao lado da família e amigos. Ela valoriza ao máximo cada um desses momentos. Christiane Couto .

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capazes de transformar a sociedade 21


voltar no tempo e fazer as coisas de novo

nĂŁo mudaria

nada

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Sergio Felix nasceu em 1971, em Minas Gerais. Filho da mineira Maria pereira e o falecido José Venâncio, tem 9 irmãos Mauricio, Mauro, Marcelo, Marlene, Marcos, Marcio, José, Célio, Rogério. Teve uma infância feliz e simples com os amigos e primos, sempre brincando de “polícia e ladrão” nas árvores. Estudou no SESI, sua matéria preferida era desenho técnico, fez o Ensino Médio completo, fez curso técnico de metalurgia, e sempre gostou de trabalhar nessa área. Ele formou no Vital Brasil e começou a trabalhar como metalúrgico na empresa Vallourec. Atualmente, é casado com Mônica e tem 3 filhos, Gabriel, Leonardo e Giovanna. Sérgio tem algumas memórias de seu pai, como o dia em que estavam jogando sinuca em Brumadinho e que comemoravam as bodas de ouro de seus pais. Junto com os dois, estava também um irmão, Mauro, que, assim como José, já está falecido. O que torna essa lembrança ainda mais especial! Sérgio tem como pontos fortes ser responsável, organizado e trabalhador. Os eventos mais importantes que ele já presenciou foi sua formatura, seu casamento, o nascimento dos seus filhos e sua aposentadoria. Se ele pudesse voltar no tempo e fazer as coisas de novo não mudaria nada, pois acredita que não seria quem é hoje. Giovanna Marques.

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No dia 20 de novembro de 1982, Cleusa deu à luz a sua filha mais velha Fernanda Irias. Agora, já aos 37 anos, ela é mãe, enfermeira e esposa. Com objetivos conquistados em sua vida profissional e pessoal, ela afirma ainda ter muito sonhos a se realizar. E metas a se estabelecer! Fernanda teve uma infância alegre, saudável, cheia de brincadeiras com as amigas e primas, e, por isso, preza pelas boas lembranças guardadas dessa época boa e pura. Segundo ela, sua perspectiva, em relação à vida e às pessoas ao seu redor, mudou muito depois que começou a trabalhar na área da saúde, a principal mudança foi tentar, sempre, dar o seu melhor no que estiver fazendo. Camile Fernada.

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dar o seu melhor no que estiver fazendo 25


vprimaveras inte 26


Em 29 de junho de 1957 nasce Welinton Pedro, filho de Ana de Souza Pires e Geraldo Pires de Miranda. Segundo ele, faz “dos fatos da vida um copo de cerveja bem gelado que transmite inspiração e felicidade”. Sempre preocupado com o seu futuro e o da sua família, trabalhava desde pequeno, o que não o impediu de estudar na escola do seu bairro, “Sesi Hamleto”. Durante sua infância, gostava de jogar bola com seus irmãos, isso, fazia dos seus dias a maior maravilha. Foi crescendo, e, com vinte primaveras, teve sua primeira filha, a sua querida Amanda. Porém por dificuldades financeiras, foi trabalhar nos Estados Unidos, onde morou 11 anos de sua vida. Lá teve vários empregos, estudou a língua inglesa, conheceu muita gente e aprendeu a valorizar ainda mais sua família. Ao voltar para o seu país, conheceu uma pessoa muito especial, uma mulher batalhadora e extremamente simpática: Marcione Raimunda. Eles se casaram e tiveram duas filhas, Maria Clara e Ana Júlia. Nessa época, logo que chegou do EUA, buscou incansavelmente por um trabalho, mas a dificuldade era grande. E, por isso, começou a trabalhar como revendedor, montou seu próprio negócio. Estava realizando um sonho que nutria em sua imaginação. Neste ano, esse sonho, que se tornou realidade, completa 28 anos de existência. Ana Júlia Gonçalves.

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Bernardo Silva, meu primo, nasceu em 2005, em Belo Horizonte, cidade em que mora, no bairro Vale do Jatobá. Filho de Jaqueline Araújo e José Mauricio, ele tem 2 irmãos, Edgar e Rebeca. Já estudou nas escolas Criarte, Pingo de Mel e Sesi Hamleto Magnavacca, onde estuda atualmente. Bernardo gosta muito de jogar basquete e jogos eletrônicos. Este ano, 2020, está sendo muito difícil, assim como para todos, por causa da pandemia do Covid-19 e de todas outras coisas que vêm acontecendo pelo mundo. Porém, apesar de tudo, ele ainda sonha e pretende fazer Design Gráfico quando for fazer na faculdade. Thalles Eduardo.

Daniela Eduarda é uma menina nascida no dia 13 de dezembro de 2005, em Belo Horizonte/MG. Mas cresceu em uma pequena cidade chamada Sarzedo, está cursando o 9° ano e ainda não sabe ao certo qual faculdade irá cursar. Ela tem grande interesse em Psicologia. Mora com seus pais, Eduardo e Marcela, tem dois cachorros, Bruttos e Luppy, sua comida preferida é Strogonoff. Ama escutar musica, e não tem um estilo especifico, depende do seu humor no dia. Adora conversar e gosta de fazer as pessoas à sua volta sorri. A maiores metas de Eduarda são conseguir viajar para o máximo de lugares diferentes e aproveitar a vida ao máximo também, deixando de lado os pequenos empecilhos que possam vir para atrapalhar. Daniela de Paula.

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Fernando de Souza, nasceu em Belo Horizonte, em 1975. Filho dos mineiros José Antônio Carlos Moreira, caminhoneiro, e Maria José Rodriguez de Souza, dona de casa. Ele tem dois irmãos, Gabriel e Lucas. Ele teve uma infância sofrida, começou a trabalhar muito cedo para ajudar a família, eram muito simples. E, por não ter uma vida financeira tranquila, estudou em uma escola pública, em Belo Horizonte. A escola, hoje, já não existe mais, o prédio foi comprado para se construir algo no lugar. Fernando já trabalhou em indústrias de automação e comércio internacional, para montar máquinas, porém, atualmente, está aposentado. Morou por um tempo no bairro Vale Jatobá, agora mora em Contagem, zona metropolitana da capital. Ele é escritor, já elaborou mais de 100 livros contando sua própria biografia, seus pensamentos, reflexões sobre a vida, entre outros assuntos. No entanto, o autor fala que seus textos são feitos, porque ele gosta de escrever e não para serem publicados ou lançados aos internautas. Miguel de Souza.


Batalhadora, conquistadora, essa é Wilsineia da Silva. Nasceu no dia 22 de maio de 1972, em Ibirité, Minas Gerais, filha de Alaíde, tem uma irmã, por parte de mãe. Wilsineia teve uma infância difícil, a mãe era alcoólatra, e por isso, ainda criança, foi morar com os avós, que tinham insuficiência auditiva. Apesar de ter se divertido muito nessa época, principalmente na companhia de seus primos, a família era pobre e, por isso, começou a trabalhar cedo para se auto sustentar. Mulher, guerreira, sempre foi atrás e conseguiu tudo o que queria! Desde cedo, aos 12 anos de idade, trabalhava no supermercado carregando produtos. Depois, um pouco mais velha, trabalhou em lojas de móveis como atendente, trabalhou na GE - General Eletric, uma empresa global de tecnologia e inovação, e além disso, ela chegou a trabalhar como dona e professora numa escola para crianças de até 5 anos. Depois de fechar a escola, trabalhou com limpeza em algumas casas, montou um bazar e, ao mesmo tempo, também cuida de sua casa. Tudo isso que ela fez e lutou foi sempre pensando em como ajudar todos a sua volta e, principalmente, sua família. Aos 33 anos, Wilsineia se casou com Geovane com quem segue casada atualmente. Eles têm dois filhos, um nasceu quando ela tinha 34 anos, Gabriel, que agora, tem 14. E o outro é uma menina, Sophia, 6 anos. Os quatro moram em Ibirité, hoje Wilsineia tem 48 anos e por boa parte desses anos morou junto com sua mãe, que em uma época, quando Gabriel era pequeno, sofreu e se curou de um câncer. Apesar de ter superado essa doença, no ano de 2018, infelizmente, Alaíde faleceu. Wilsineia ficou abalada, mas persistiu vivendo, e olha que, um pouco antes da morte da mãe, seu marido teve que fazer várias cirurgias no olho, o que o deixou quase sem enxergar. Porém, mais uma batalha foi vencida. As maiores realizações, segundo Wilsineia, foi ter criado uma família unida, ter feito tudo que os avós e sua mãe precisaram. Agora, ela só quer criar seus filhos bem, assim como sua mãe e seus avós a criou.

Gabriel do Nascimento.

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Christiane Andressa, filha dos mineiros José Duarte, representante, e Joana D’arc, costureira, nasceu em 1978, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Ela tem 4 irmãos: Ana Carolina e Luciana Flávia são irmãs por parte do Pai e da Mãe de Christiane, porém Pedro e Thais são filhos apenas por parte de pai, foram concebidos em relações extraconjugais. Quando criança tudo era divertimento e ela teve uma infância cheia de brincadeiras. No entanto, aos 15 anos começou a trabalhar em 02 empregos para contribuir com sua mãe nas despesas de casa, assim como, também, suas irmãs. Estar no mercado de trabalho tão cedo fez com que a escolaridade dela fosse prejudicada. Atualmente, Christiane trabalha como vendedora, em televendas, é casada, tem dois filhos, Lucas, 19 anos e Rafael, 14. Rafael Matos.

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Tereza Cristina Guimarães, nasceu no dia 22 de outubro de 1984, em Belo Horizonte, onde passou toda a sua infância. Foi criada de forma simples, sua família tinha baixa renda, estudou em escolas públicas e começou a trabalhar bem cedo. Por volta dos 16 anos entrou em uma empresa de menor aprendiz para ajudar aos seus pais, terminou o Ensino Médio e desde então não parou mais de trabalhar. Casou-se aos 18 anos, teve sua primeira filha aos 20 e se formou em pedagogia. Engravidou mais duas vezes, teve um menino e uma menina, e logo depois começou a pensar no que realmente gostava de fazer. Decidiu começar a treinar em academia, fez alguns esportes, fez aula de luta, crossfit e, também, fazia bastante caminhada. Hoje, essa mulher guerreira, já conseguiu superar seus medos, suas metas, não desistiu e conseguiu perder os quilos que ganhou na gestação. Determinada, participou de várias competições de corrida, já recebeu prêmios medalhas e troféus por ter chegado em primeiro lugar. Ela inspira, motiva e ajuda muitas pessoas que querem emagrecer e ter uma rotina saudável. Cresceu muito neste ramo e hoje é bastante reconhecida, tem uma conta no instagram onde compartilha sua rotina alimentar, seus treinos, desafios etc... Tereza já mudou a vida de muitas mulheres à sua volta, por meio de um grupo de apoio que decidiu fazer. Durante três anos, Cristina, emagreceu 23 quilos, buscando melhorar a sua saúde. Ela está na espera de uma cirurgia para retirada de pele, abdominoplastia, pelo fato ter perdido bastante peso. Pensa em ser Personal Trainer ou professora de Educação Física, sempre procurando proporcionar a saúde de todos, seu objetivo é trabalhar para si mesma e fazer o que realmente gosta. Larissa Guimarães.


Cristiane de Paiva Meireles Araujo nascida em 13 de março de 1979 na cidade de Ouro Preto morou durante 17 anos no interior da cidade de Piranga onde trabalhou, por um tempo, em plantações. Por escolha de seu pai, Zacarias (ou como era conhecido, Isaque), estudou até a 4° série. Aos 14 anos ela começou a namorar seu primo Ronaldo Meireles Araujo e após 2 anos de namoro, ou seja, quando ela tinha 16 anos, ele a pediu em casamento e assim 1 ano depois no dia 27 de Julho de 1996 eles se casaram e se mudaram pra Belo Horizonte. Para estudar um pouco mais ela fez supletivo de 5° ao 3°ano do ensino médio, mas não fez faculdade. Quando tinha 22 anos seu Pai Zacarias faleceu. Com 26, no dia 21 de setembro de 2005, ela teve sua filha Letícia E decidiu não trabalhar fora para cuidar dela. Mas, quando sua filha tinha três anos e ela 30 sua mãe Marieta faleceu. Sete anos depois de sua filha nascer, quando tinha 33 anos, Cristiane no dia 30 de novembro de 2012 teve seu segundo filho Samuel de Paiva Meireles Araujo. Atualmente ela tem 41 anos, sua filha tem 14 anos e seu filho 7, até hoje não trabalha fora, cuida dos filhos e de sua casa.

Letícia de Paiva.

Cláudia Sapavini nasceu em 1969, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Filha de Juraci Sapavini e Miguel José, tem apenas uma irmã, Márcia Cristina. Começou a estudar numa escola bem pequena, Jardim de Tia Elza, que funcionava no porão da casa de sua professora. A infância de Cláudia foi bastante alegre, morava com sua avó materna e seus tios. Às tardes, dançavam e faziam bolinhos de chuva com chá. Todas as férias eram no Espírito Santo, no sítio do seu avô paterno. Lá ela gostava de ler livros debaixo do pé de manga. Aos 17 anos, teve seu primeiro emprego, como telefonista, na mesma fábrica onde sua mãe trabalhava. Aos 18, mudou de empresa e este foi seu grande passo profissional. Trabalhou em quatro setores até chegar à secretária da presidência. Em 1994, formou-se em Secretariado Executivo Bilíngue na Faculdade Newton Paiva, foi um momento importante, mas ao mesmo tempo, alegre e triste, pois tinha perdido seu pai há pouco tempo antes do evento e ele não pôde ver essa realização. Em 1998, viajou pela primeira vez para fora do país, foi para a Espanha. E em 2002, conheceu o amor da sua vida, se casou. Quatro anos depois, realizou o maior e mais esperado sonho, o nascimento de sua filha. Atualmente, Cláudia é empreendedora de produtos pessoais, responsável por sua casa e nutre o sonho de ainda conhecer a Itália.

Sara Costa. 31


escrever

IMPORTA


biografia

PARA QUEM?


Júlia Gomes, filha de Ana Maria Gomes Oliveira dos Santos e Edvaldo Pedro dos Santos, nasceu no dia 07 de junho de 1990, na cidade de Pesqueira, em Pernambuco. Tem 3 irmãos: João Paulo, Ana Lívia e Ana Laura. Aos 2 anos, por conta do trabalho de seu pai, se mudou com sua família para Poços de Caldas, MG. A nova cidade seria o lugar onde viveriam a partir daquele momento, tinham uma casa humilde, mas que supria as necessidades da família. Aos 3 anos ingressou no “Colégio Souza Veras”, onde estudou até os 10 anos. Durante os anos de 1996 e 2000, fez natação, ganhou alguns torneios, medalhas, se destacando em alguns tipos de nado. No ano de 2000, fez um curso preparatório para entrar no “Colégio de Aplicação”, ficou muito feliz quando o resultado saiu, pois revelava seu nome como uma das candidatas selecionadas! No começo, Júlia se sentiu um pouco deslocada, meio isolada, pois não conhecia quase ninguém. O tempo foi passando e ela foi se habituando e conhecendo pessoas que, com a convivência, se tornaram amigos. Não sabia muito bem a carreira que queria seguir, a partir dali. Apenas desejava ser feliz naquilo que fizesse e que gostasse do trabalho que fosse realizar. Em 2003, em uma competição de natação, Júlia lesionou seu joelho e não conseguiu mais competir nas provas de natação, teve que ficar duas semanas sem ir a aula e, quando ela retorna, todos percebem o quanto ela está diferente. Ainda naquele ano, Júlia, percebe a depressão e com o acompanhamento psicológico e terapêutico ela consegue superar. No ano de 2005, ingressa na escola “Colégio Sagrado Coração de Maria”, em Ubá, forma-se no 9º ano e vai para o ensino médio. Oportunidade para conhecer outros vários amigos novos e por seus pais estarem com dificuldades financeiras ela começa a trabalhar em uma loja de bijuterias. Nessa mesma época conhece, na escola, Guilherme Rodrigo De Souza e começa a ter um interesse amoroso, porém a paquera não desenvolve. Três anos depois, forma-se no Ensino Médio, continua a trabalhar na loja e inicia um curso de marchetaria. Depois de um namoro de 2 anos, ela acaba se casando com Guilherme, em 2015, e juntos abrem um negócio de marcenaria. Este é o lugar onde Guilherme e Júlia, minha prima de 2º grau, se sustenta até os dias de hoje, inclusive, recentemente me contratou para trabalhar por lá também! Ray Costa.

desejava ser feliz 34


Eu, Márcio Garcia, nasci no dia 14 de março de 1972 na cidade de Barbacena, Estado de Minas Gerais. Fui alfabetizado por minha mãe que era professora e trabalhava em uma escola, o nome desta escola era “Escola Municipal D.M.P”. Quando passei para a 1ª série nos mudamos para Belo Horizonte, onde estudei em uma escola municipal juntamente com minhas duas primas, estudei nessa escola até a 4ª série, da 5ª até a 3ª série estudei em outra escola chamada “E.E. Domingas Maria de Almeida”. Nessa época fazíamos o 1º ano básico, e tínhamos que optar em fazer magistério, contabilidade ou científico, que eram os cursos que as escolas da época ofereciam. Eu fiz o magistério. Terminei o 3º ano em 1989 e em 1990 fiz o adicional. Em 1991 parei de estudar e fui trabalhar, não como professor, do jeito que eu desejava, mas sim de caixa em uma loja de confecções, trabalhei por 2 anos, mas como o salário era pouco saí e fui trabalhar com meu tio em uma distribuidora de bebidas como chefe de escritório, fazia toda a contabilidade da firma, mesmo sem ter o curso de contabilidade, “aprendi a fazer fazendo”. Nessa firma trabalhei 5 anos, daí resolvi voltar para Belo Horizonte, pois tinha meu irmão e meus pais que moravam aqui. Cheguei em Belo Horizonte novamente no ano de 1999 e poucos dias depois já comecei a trabalhar como auxiliar de escritório, eu morava no Bairro Mineirão, e perto de onde eu morava tinha uma escolinha chamada “Cônego Sequeira”, todos os dias eu passava lá e via as crianças brincando e dava vontade de ir lá perguntar se tinha vaga para professor, um dia conversando com uma amiga a qual o filho estudava lá, fiquei sabendo que estavam selecionando professores para preencher o quadro de funcionários, foi aí que tomei a iniciativa e fui falar com a diretora. Chegando lá fui entrevistado e falei que tinha feito o magistério e nunca tinha tido a chance de exercer essa profissão. A diretora pediu que eu começasse a trabalhar no dia seguinte, pois era mês de fevereiro e estava sendo feita a decoração de volta as aulas. Fiquei tão contente que no mesmo dia pedi demissão da firma em que trabalhava. Comecei a lecionar pela primeira vez em Fevereiro de 2005, nessa escola com uma sala de 1ª série de 25 alunos, foi um dia muito tenso. Já faziam anos que eu tinha terminado o magistério e estava muito desatualizado; daí comecei a participar de cursos e encontros e assim fui me atualizando e me aperfeiçoando na área de Educação. Hoje sou casado, tenho 1 filho e nós somos uma família muito feliz. Meu sonho de ter uma família já se realizou, agora eu só quero dar o meu melhor para garantir um bom estudo para que no futuro eles tenham uma profissão digna. Sou tio do aluno Samuel Garcia Trindade, que pediu que eu escrevesse essa autobiografia para lhe ajudar em um trabalho. Samuel Trindade. 35


tinham

sempre

um ao outro Bruno Otávio, 07 de maio de 2001, é um jovem brasileiro nascido em Minas Gerais, vitima de uma doença crônica que afeta milhares de pessoas chamada de bronquite asmática. Nascido no hospital Santa Rita, em Contagem, viveu uma pequena parte de sua infância no bairro Industrial, com seus pais Marilene Santos e Claudinei Santos. Desde bebê sofre com crises de bronquite, o barracão onde moravam não pegava muito sol, era empoeirado, e essa situação agravava sua saúde. Por isso, em 2003, Marilene e Claudinei resolveram se mudar para Sarzedo, onde moram desde então. Em 2004, com três anos de idade, Bruno sofreu a pior de suas crises, chegou a ser encaminhado para o CTI, mas não foi internado. Este foi o último quadro grave que ele enfrentou, desde então, cresceu uma criança esperta e brincalhona. Completou o Ensino Fundamental 1 na Escola Municipal Professora Efigênia Mendonça Pinheiro e Fundamental 2 no colégio São Paulo da Cruz, onde estudou durante 4 anos. Em 2018, formou-se em Técnico de Informática no CEFET de Minas gerais e, no mesmo ano, recebeu um prêmio de 3º lugar nas olimpíadas de química na UFMG. Ainda no Ensino Médio, iniciou seu primeiro trabalho como estagiário em uma empresa de tecnologia, e, atualmente, faz o curso de Sistemas de Informação, na faculdade PUC de Betim. Sua inspiração para trabalhar no meio tecnológico veio primeiramente de sua paixão por jogos eletrônicos, o que o incentivou para escolher o curso no CEFET e seguir carreira como Técnico de Informática e Desenvolvedor. Sua carreira profissional se iniciou como desenvolvedor na KUKAC, empresa de tecnologia, permanecendo até os dias atuais. Emilly Gabriele. 36


Em um certo lugar do mundo, mais precisamente em Caratinga, cidade do interior de Minas, uma mulher estava carregando em seu ventre outra mulher. Nove meses depois, no ano de 1941, uma linda menininha nasceu. Ela, posteriormente, ganhou o nome de Eny. Eny era a 4º criança a nascer na família, foi recebida com muito carinho, depois dela ainda nasceram mais sete irmãos: Ercy, Ercio, Helio, Eli, Hermes, Edson, Graci, Ademio, Ery e Fatinha. Ela era uma criança cheia de sonhos e apresentava muito interesse em estudar, mas conseguiu cursar somente o primeiro aninho do ensino fundamental, pois seus pais precisavam dela em casa para ajudar a cuidar de seus irmãos menores e para trabalhar, contribuindo com sustento da família. Eles eram muito simples, sofreram muito, passavam fome às vezes, mas o que não faltava era a companhia e o afeto entre eles. Sempre tinham um ao outro. Com 19 anos, Eny conheceu o amor da sua vida, oito meses depois, eles se casaram e formaram uma linda família de 10 filhos, todos não nasceram no mesmo lugar. Ao longo da construção de sua família, ela se mudou para Belo Horizonte, pois no interior estavam em situações precárias e vieram em busca de melhores condições de vida. Experimentou a dor de perder uma filha com 2 dias de vida. E, mais tarde, quando sua filha mais nova já tinha 30 anos, seu marido, Avelino, morreu, aos 64 anos. Ele sofreu um derrame que o deixou na cama por uns tempos e, por fim, teve um último infarto vindo a óbito em 2006, ano do nascimento de uma de suas netas. A “bagunceira que só”, dizia ela, “foi o motivo de alegria em meio a tanta tristeza naquele momento”. Hoje, aos 79 anos, Eny, que já passou por essas e outras tantas dificuldades, superou tudo, tornando-se uma mulher doce, gentil, guerreira e carinhosa. Ama sua família com todo seu coração. É uma mulher, mãe e avó incrível, linda por dentro e por fora. Uma mulher a ser conhecida a fundo!

Giovanna Bárbara.

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Marli Vieira, nasceu na cidade de Corinto, MG, em 1970. Filha de Diva Medeiros da Silva Soares e Elói Vieira Soares, mecânico da Fiat. Ela tem 4 irmãs e 1 irmão, sendo eles Jose Roni, Maria Márlucia, Rosangela, Rosimeire e Rosely. Estudou na escola estadual “Domingas Maria de Almeida”, Marli era extremamente esforçada, dedicada, e tinha muito foco em seus estudos, mas completou só o Ensino fundamental 2, até a 8° serie, pois teve que parar de estudar, para trabalhar. Infelizmente, por ter uma família grande, era muito difícil viver e ter uma vida digna, sem que todos trabalhassem. Marli, como era a mais velha, teve que amadurecer mais rápido e começar sua vida de ‘’adulto’’ logo na adolescência. Aos 15 anos, já trabalhava e cuidava de todos seus irmãos mais novos. Mesmo tendo essa vida dura e complicada, Marli nunca reclamou, sempre estava alegre, sempre foi obediente, sendo muito otimista, e nunca desrespeitando ninguém. Ela morou, quando era muito pequena, na roça, depois foi para cidade, morou em Sete Lagoas MG e a maior parte de sua vida, em BH, MG, onde mora até hoje. Marli, em novembro de 1991, aos 21 anos de idade, se casou com Marcio Monteiro da Silva. Alguns anos depois, com ele, teve dois filhos, Keslley Carolina Soares Silva e seu caçula Bruno Soares Silva. Um fato curioso da vida dela é que o parto de seu segundo filho, Bruno, foi muito complicado. Ela ficou horas no parto e quase faleceu, mas hoje em dia está tudo tranquilo, não tiveram nenhum dano e seguem sua vida normalmente. Marili uma mulher de muita fé, atualmente, trabalha com vendas e nunca deixa de frequentar a igreja! Bruno Soares.

V I D A DIGNA 38


uma diversidade

de novas coisas Marlene de Jesus nasceu no dia 26 de fevereiro de 1976, no município de Buenópolis em Minas Gerais. Nesta cidade viveu até os seus 18 anos. Filha de Felício da Anunciação da Silva e Maria do Amparo Antunes Silva, ambos lavradores, pais de mais quatorze crianças. Teve uma infância com muitas brincadeiras entre irmãos, mas com muita dificuldade, trabalhava ajudando na lavoura, cuidando de seus irmãos e da casa, porém no interior estudou somente até a quarta série. Infelizmente, era o que se conseguia na época, devido a distância e a falta de oportunidades. Em 1994 veio para Belo Horizonte com o intuito de começar a trabalhar, para mudar de vida, mas devido à falta de abertura, porque não tinha estudo, foi trabalhar como doméstica em casas de família. Após dois anos, começou a trabalhar na casa de uma senhora que se dispôs a lhe ajudar. A patroa matriculou Marlene para estudar no turno da noite no “Colégio Pio XII”, onde cursou da quinta a oitava série. Ainda assim, não conseguiu completar o ensino médio. Já em 1999 se casou, durante esse período não trabalhou, nesse casamento, ela teve duas filhas uma nascida em 2001 e a outra em 2005. E, quatro anos após o nascimento da segunda filha, se separou. Pouco antes da separação, voltou a trabalhar, como forma de se estabilizar, como auxiliar de serviços gerais pela Arquidiocese de Belo horizonte, neste emprego ela permanece até hoje. Após algum tempo esteve em um outro relacionamento, que também não perdurou, nele ela concebeu seu último filho. Depois que essa relação terminou, Marlene resolveu se dedicar a outras áreas da vida, estudando uma diversidade de novas coisas. Terminou o ensino médio pelo EJA, fez um curso de primeiros socorros, um de fotografia e um de teologia, que não terminou. Ela se decidiu dedicar-se aos estudos, aos filhos e ao trabalho por já ter vivido dois relacionamentos abusivos, e, por isso, percebeu que o melhor para si mesma era não se envolver em nenhum relacionamento, uma decisão que permanece até o momento atual. Ainda hoje vive em dificuldades morando de aluguel, ganhando um salário precário e lutando com vários problemas de saúde, mas também está focada em desenvolver serviços comunitários na igreja que frequenta. Ela continua estudando, mesmo que de casa, para tentar através do ENEM cursar faculdade de psicologia ou pedagogia, na esperança de mudar sua história. Iully Silva. 39


pega-pega

esconde-esconde

pique-esconde amarelinha queimada 40


Foi mãe cedo, logo aos 20 anos. Nasceu um menino, chamado Diogo, que lhe trouxe muita alegria, ela estava muito feliz por ser mãe ainda novinha. O pai de Diogo, Diego, não esteve muito presente nos 5 primeiros anos do filho, passado esse tempo Elislaine voltou a namorar com Diego, ficaram um tempo juntos, porém viram que realmente não dava certo, e se separaram. O Pai de Diogo não dava muita atenção, nem era presente, e por um tempo foi assim. Somente mais tarde, é que Diego percebeu que tinha errado muito e começou a ficar totalmente interessado na vida do filho, ligava, mandava mensagens e sempre pedia para ir buscá-lo para ir à sua casa. Elislaine permanece mãe solteira, atualmente, e nem pensa em namorar. Segundo ela, “está bastante feliz sozinha só com seu filho e seus pais”. Uma grande curiosidade é que ela já passou por vários empregos, cada um desempenhando uma função diferente e nunca de carteira assinada. Mas hoje em dia sim, ela trabalha de carteira assinada e faz faculdade. Ela também já ficou internada, várias vezes, no hospital, devido a um acidente de carro que sofreu. Nesse acontecimento ela machucou internamente seu corpo, principalmente na área do pulmão, comprometendo bastante sua capacidade de respirar.

Elislaine Messias nasceu em 30 de agosto de 1985, em Miguel Burnier, Minas Gerais. Passou muito pouco tempo da sua infância na cidade onde nasceu, logo aos 4 anos saiu da vida do interior e foi viver na cidade grande, Belo Horizonte, com sua mãe Maria do Carmo, seu pai Geraldo do Carmo e seus dois irmãos, Elizabete e Evandro Messias. Naquela época era muito mais fácil que hoje em dia, pois passava horas brincando na rua de pega-pega, esconde-esconde, pique-esconde, amarelinha, queimada, não tinha muito perigo de assalto, de sequestro. Diferente de hoje em dia que o mundo está muito perigoso!

Diogo Almeida. 41


Edvaldo Ferreira nasceu em Águas Quentes, no município de Águas Formosas, Minas Gerais, em 1966. Nesta cidade viveu, em média, por seis anos. Filho de Alírio Gonçalves e Joana Ferreira Gonçalves, teve 13 irmãos, sendo sete homens e seis mulheres. Edvaldo é o sétimo filho, e era gêmeo de Civaldo, porém seu irmão acabou falecendo aos dois anos de idade. Durante a sua vida no interior, o pai de Edvaldo teve que trabalhar na roça de outras pessoas, plantando e cuidando de animais. Como emprego era difícil, resolveu tentar a sorte na cidade grande. Saiu de Águas Quentes, deixando seus filhos e esposa, para conseguir uma condição de vida melhor para si próprio e sua família. Joana, mãe de Edvaldo, ficou sozinha com seis filhos. Para sustentá-los teve que trabalhar em casas de famílias, na roça plantando e cuidando de animais, para aumentar um pouco mais a renda, seus filhos mais velhos ajudavam-na. Depois de três anos, Alírio, depois de conseguir um lugar para morar com a família, voltou para buscá-los. Eles passaram a morar na margem do rio Arrudas, no bairro Gameleira, em Belo Horizonte. Quando chovia, alagava tudo que havia perto do rio, a sorte deles e que a água só chegava até a porta de casa e não entrava. Para ampliar, melhorar o fluxo de carros e canalização do rio Arrudas o governo construiu a Avenida Tereza Cristina e indenizou todos os moradores que moravam na região. Alirio e sua família, com o dinheiro da indenização, compraram um barracão na favela, no bairro Inconfidentes, em Contagem, no qual tiveram mais seis filhos, vivendo neste local durante 17 anos. Com ajuda dos filhos, conseguiram, por fim, comprar um lote na cidade de Betim, no bairro Bandeirinha. Com o passar do tempo construíram uma pequena casa, venderam o barraco e se mudaram para o novo lar, que foi sendo construído e arrumado aos poucos. Edvaldo, para ajudar a família, no decorrer dos anos, vendeu alimentos na rua, foi servente de pedreiro, na prefeitura, trabalhou como gari, varrendo e capinando a rua, e, também, como trocador de ônibus.

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No bairro Bandeirinha, seu irmão mais novo estava namorando com Cintia. Numa visita em sua casa, Cintia levou sua prima Cleide, que conheceu Edvaldo. Depois de algum tempo, surgiu interesses amorosos de Edvaldo por Cleide. Os dois namoraram por um ano, quando se casaram em 2001 e passaram a morar em Ibirité. Quatro anos depois nasceu o primeiro filho, João Pedro Assis Gonçalves, em 2005. Sete anos depois nasceu Gabriele Assis Gonçalves. Já com os seus 51 anos, trabalhando em seu emprego de motorista de ônibus, perto do shopping Itaú em Contagem/ Minas Gerais ele se distraiu com duas mulheres que estavam entrando no ônibus e não queria pagar a passagem. Acabou perdendo o controle do veículo e caiu na trincheira. Na hora do pânico, Edvaldo abraçou o volante do ônibus e começa a orar. A trincheira tinha em média 6 metros de altura, normalmente, debaixo do viaduto o trânsito de veículo é intenso, a qualquer hora do dia. Mas, naquele momento, milagrosamente, não tinha nem um veículo e nem pedestre passando por ali. Ninguém faleceu no acidente, os passageiros sofreram leves lesões nos braços e pernas e Edvaldo teve um corte profundo no rosto, mas todos estavam conscientes durante esse ato. Após alguns meses, Edvaldo acabou perdendo o emprego, e algumas pessoas entraram com processo na justiça contra o motorista, até hoje o processo ainda não foi resolvido. Ele, por isso, não consegue outro emprego de carteira assinada, porém não para. Atualmente faz decoração de festas, casamentos, servia como garçom e alugava mesas, cadeiras e brinquedos infantis, como cama elástica e piscina de bolinhas. Edvaldo trabalha também vestindo como mascote da ração Quatree, fazendo algodão doce e pipoca. No final do ano passado, em dezembro, começou a trabalhar como Uber e assim se mantém até hoje, mesmo em tempos de pandemia. João Pedro Assis .

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Geiziane Rodrigues, nasceu em Mendes Pimentel, MG, no dia 20 de março de 87. Morou com seus pais, Ailton Rodrigues de Oliveira e Maria Margarida de Oliveira, em São Félix de Minas, até seus 3 anos de idade, quando se mudou para o bairro Nova Cintra, em Belo Horizonte. Juntamente com sua família, composta também por duas irmãs mais velhas, Fabiana e Leidiani,. Quando completou 7 anos, os cinco se mudaram novamente, dessa vez, para o bairro Jatobá IV ainda, em BH. Lá foi onde Geiziane viveu mais tempo de sua vida e se desenvolveu. Logo após a última mudança, foi matriculada em sua primeira escola: Escola Estadual Aurino Morais, onde estudou grande parte de sua vida, o Fundamental inteiro! Na época era da 1ª à 8ª série. Nesse período tão importante na vida de um cidadão, a adolescência, fez diversas amizades, falsas e verdadeiras, algumas se mantiveram até hoje. Ela construiu um ótimo currículo acadêmico, quando a escola pública ainda tinha uma certa fama, e aquele “blá blá blá” de vida de adolescente: fofocas, namoradinhos e amiguinhas. Concluindo o Fundamental, foi fazer o Ensino Médio na Escola Rodrigues Campos. Desde o início no Ensino Médio, ficou 1 ano e meio estudando de manhã. Durante esse 1 ano e meio foi com um amigo a procura de “1ºs bicos”. CONSEGUIU! Seu 1º estágio foi em uma padaria, que por mais que fosse um trabalho simples, era o seu 1º, o que de certa forma o tornava especial, e, por não ter experiência, com certeza, lhe valeram algumas lições. Além disso, a própria Geize gostou tanto de trabalhar e da satisfação que o próprio esforço à trazia, que foi á procura de mais empregos. Trabalhou, durante o Ensino Médio, em muitos outros empregos. Mais de 8! Apesar de todos, diferentes e variados, estágios feitos ainda não tinha encontrado algo que realmente quisesse seguir. Dentre os estágios, os que mais gostou de trabalhar aconteceram em duas papelarias, Guerreiros do tempo foi seu 1º livro e o comprou com seu próprio dinheiro, recebido na 2ª papelaria em que trabalhou.

mudança 44


dá pra ver pelo histórico! Enquanto terminava o “3ºrão”, se aproximou mais de Leandro Alves, um colega de escola, e começaram a namorar (ui!). Veja bem, se Geize fez aquele tanto de estágios só durante o Ensino Médio, imagina depois dos 18?!. Ela fez sua carteira de trabalho e trabalhou muito, com ela sempre assinada, é claro. Adquiriu ainda mais experiência, com aquele monte de trabalhos. Adorava trabalhar, achava extremamente gratificante poder ter a própria renda e adquirir seus próprios bens. Para a surpresa de Geize, na virada do ano de 2007 para 2008, Leandro a pediu em casamento. Em novembro de 2008, se casou com o noivo e após o casamento, saiu da casa dos pais, para ir morar com o maridão. Ainda em 2008, arrumou um emprego na empresa Setsys e, lá descobriu o que tinha vontade de seguir. No período em que trabalhou neste emprego, engravidou. Mas, infelizmente, pelo estresse excessivo com seu chefe, sua bolsa estourou e sua filhota nasceu prematura. Esse período foi muito difícil, Luiza Vitória passou 127 dias encubada em uma UTI e, embora não pudesse dormir, nem se hospedar no hospital com sua filha pequenina. Geize ia, todos os dias, por mais complicado e difícil que fosse, por causa do transporte e do emprego, ela ia para o hospital para ficar admirando sua “lindona”. E elas venceram! Lulu saiu do hospital forte e saudável! Em 2019, sem esperar, Geiziane ficou grávida de outra menina, Isabela. E em outubro do mesmo ano, a outra filhota nasceu, dessa vez, 100% saudável e mais “tranquila”. Um tranquilo meio equivocado, porque a criança parece ser ligada na tomada 220V. Atualmente, Geizi, fica por conta das “bênçãos” e da casa, mas por escolha, porque se quisesse emprego era só piscar. Dá pra ver pelo histórico! Super feliz por ter uma família tão linda, com o sonho de ser mãe realizado, e com outro sonho para concretizar: cursar faculdade de Administração! Franklin de Souza. 45


Francisco Dos Santos, meu pai, é uma pessoa que não gosta de moleza. Ele não gosta de ficar parado e sempre está ajudando as pessoas. Militar, Sargento do Primeiro Batalhão de MG. E, por isso, várias pessoas associam ele a uma pessoa séria, brava. Mas ele não é assim, ele é bem tranquilo, com todo mundo. Nascido no dia 20 de abril de 1969, casou-se com Maria Das Dores Batista, minha querida mãe. Tiveram filhos, um deles está aqui escrevendo esse texto! Ele já passou por diversas situações complicadas em sua vida, mas manteve a postura, permanece bem de saúde, até os dias de hoje. O Francisco é um ótimo pai, uma ótima pessoa! Pedro Martins.

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Dulcilene Penha, senhora de tão bom coração, completará 60 anos de idade em dezembro, deste ano, dia 29. Essa mulher de tanta sabedoria, viveu uma vida cheia de conflitos, lutas e grandes mudanças. Nascida na incrível cidade de Colatina, no Espírito Santo, viveu por lá até seus 10 anos. Por si só, teve uma infância adorável e por mais que fosse pobre, isso não a atrapalhava. Porém, nessa mesma época, mudou-se para a terra do pão de queijo, grande Minas Gerais! Seu pai, José Maria da Silva, e sua mãe, Carmen Cardozo da Silva, ficaram em Belo Horizonte, onde tiveram grandes oportunidades de emprego. Dulcilene estudou em uma escola longe de sua casa até se formar no Segundo Grau, infelizmente, a vida tinha outros planos, para essa incrível mulher. Não fez faculdade, o que não a deixou menos sonhadora, tentou Psicologia e Pediatria até o momento em que encontrou o amor de sua vida, José Olávio Gomes. Os dois tiveram 3 lindos filhos, por causas naturais, acabaram perdendo duas gravidezes. Mesmo assim, seguiram em frente, nessa época, ela trabalhava de tesoureira em um supermercado, seu marido, por outro lado, trabalhava de taxista. Já com seus 40 anos de idade, se formou em esteticista e abriu, nos anos 2000, sua primeira clínica de estética especializada. Aos poucos foi conquistando uma clientela boa e se superando, a cada dia que passava, até criar sua própria marca registrada. Aos 44 anos pediu divórcio para seu marido e viveu, por 6 anos, solteira. Até que, então, conhece Rogério de Oliveira, a relação não foi “as mil maravilhas”, comparado ao seu antigo casamento durou menos, cerca de 9 anos. Hoje em dia, forte como nunca, vem aproveitando a vida de forma tranquila. É avó de 5 netos, um deles acabou de nascer, por causa da pandemia, Dulcilene mora juntamente com sua filha, cuidando do caçula e, também de si mesma, prevenindo-se do corona vírus.

as mil Pedro Guilherme.

maravilhas 48


anovos l çrumos a r Marlene Rodrigues nasceu em Governador Valadares, MG, em 30 de maio de 1961. Descendente de indígenas e italianos, começou sua vida muito nova, em 1969, mudou-se para a grande e sonhada Belo Horizonte, junto com sua família. Iniciou seus estudos na “Escola Municipal Arthur Guimarães” e concluiu até a 8ª série no Colégio Anchieta, ambos localizados na capital de Minas Gerais. Para ajudar sua família, aos 16 ingressou no trabalho como ascensorista no Edifício Tratex. Aos 18, para alçar novos rumos, começou a trabalhar no comércio de BH em uma loja de roupas. E, aos 24 anos conheceu seu futuro marido, Márcio Gonçalves Lima, dois anos depois se casaram. Assim, em 1986, a vida conjugal de Marlene começa. De acordo com ela, “me senti a mulher mais realizada do mundo, ao mesmo tempo a mulher mais triste, por deixar a casa dos meus pais”. O casal passou a lua de mel em Ouro Preto, MG, onde, segundo Marlene, foram os dias mais felizes de sua vida. Abriu mão de seu ofício aos 28 para criar seus filhos e se dedicar ao casamento. Marlene, teve sua primogênita, Priscilla Rossi de Lima, no dia 25 de fevereiro de 1988, seu segundo filho Márcio Gonçalves Lima Júnior, 28 de agosto de 1989 e sua última filha, Nathália Rodrigues de Lima em 15 de novembro de 1999. Em 2010, Marlene conquistou um grande sonho, se formar no ensino médio! Participou do EJA, Ensino para jovens e adultos, no mesmo ano, sua primogênita, Priscilla, se formava no ensino técnico superior em enfermagem “uma das maiores conquistas da minha vida”, disse. Em 2011, nasce a primeira e única neta, Maria Clara Rossi. conquistas de Marlene, não pararam por aí! Em 2017, seu filho, Márcio, conseguiu ingressar na faculdade com ajuda do governo e formou-se em Gestão de Marketing, agora está pós-graduando. Nathalia, sua filha mais nova, passou na prova SISU, Sistema de Seleção Unificada, para o curso de Pedagogia. Segundo Marlene, os estudos de seus filhos são conquistas sem igual para ela. Em 2020 Marlene iniciou o tratamento dentário que tanto almejava, assim, conseguindo conciliar estética e bem-estar. Nesse mesmo ano, ela reforma sua casa, o que irá contribuir para que ela e toda sua família se sintam, ainda mais, acolhidos no Lar. Lara Rodrigues.

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Heliane de Souza nasceu em 1970, na cidade de Pedra do Anta. Filha de Maria Feliz de Souza e Joaquim Nogueira, têm cinco irmãos, César, Eudes, Célio, Laurici e Valéria. Ela teve uma infância feliz, com muitos amigos e brincadeiras, sempre gostou de ler livros e tirar fotos. Estudou em uma escola na Cidade de Pedra do Anta, fez o Ensino Médio e Técnico em Patologia clínica. Ela sempre teve muitos amigos na escola, e eles, juntos, sempre colocavam músicas, nos intervalos. A disciplina preferida era o Português. Atualmente é casada com Edmar Duarte, tem dois filhos, Júlia e Kaio. Heliane trabalhou algumas vezes e em lugares distintos, porém o que mais marcou, foi lidar com Fotografia, trabalhou durante 5 anos nesse ramo. E, também, em Telemarketing, por 1 ano. Até os dias atuais, ela gosta muito de fotografia e acha muito interessante registrar os momentos. Tudo começou ao fotografar pessoas e paisagens, registrou ensaios, eventos e sempre gostou muito do que fazia. Inclusive, tinha apoio total de seus pais e formou muitos amigos nessa área, inspirando-se também por muitos outros fotógrafos, tudo isso, para agradar seus clientes. Em 2001 teve seu primeiro filho, Kaio, e por isso parou de fotografar, para cuidar do filho. Logo após, em 2005, teve sua filha Júlia, e depois voltou aos trabalhos em uma fábrica de roupas, em 2015, porém, por fim, decidiu parar de trabalhar fora. Heliane mora, atualmente, em Belo Horizonte, com sua família, e pretende trabalhar no futuro como Design de Sobrancelhas. A religião foi superimportante na vida dela, hoje compartilha muitos dos ensinamentos da igreja católica, já foi catequista, ela presa muito sua família e seus amigos. Júlia de Souza. 50

SEU SONHO ERA SER

AVIADORA Idelze Martins dos Santos Andrade Aguiar nasceu em 1977, na cidade de São José do Jacuri, MG. Filha de Geraldo Martins dos Santos, agricultor, e Maria Ferreira de Sousa, dona de casa. Ela tem 8 irmãos, em sua casa são 5 filhos homens e 4 filhas mulheres. Idelze viveu na zona rural até os 7 anos, aos 8, se mudou para a cidade de São José do Jacuri, onde cursou o Ensino Médio e depois se formou no Magistério. Ela estudou por 2 anos na Academia Superior de Armas, seu sonho era ser aviadora. Depois se graduou em Normal Superior e atualmente é professora na rede de Belo Horizonte e Ibirité. Gabriel Andrade.


Thalles Eduardo, nasceu em 2005, na cidade de Belo Horizonte. Filho de Ana Lúcia Reis Silva e de Alexandre Rodrigues Silva, já foi aluno da escola CDI-Santa Rita e, atualmente, estuda no Sesi Hamleto Magnavacca, no 9° ano do Ensino Fundamental 2. Thalles gosta de jogar jogos online e futebol, ele está passando por uma época muito difícil de sua vida, pela atual pandemia do Corona Vírus, mas também por diversos outros acontecimentos. Estamos em isolamento juntos, e nós temos uma ótima convivência, como bons primos. Ele gosta muito de comer arroz com feijão e três coxas de galinha, salada de tomate e banana na sobremesa. A matéria preferida dele é Literatura, por ser uma matéria bem tranquila e divertida. Ele tem o sonho de ser um técnico gamer na Universidade Federal de Minas Gerais e, também, de viver fora do país, de preferência nos EUA ou na Europa. Bernardo Araújo.

Márcio Elias Gonçalves nasceu em contagem, Minas Gerais, filho do José e da Maria. Nasceu em 1978, atualmente tem 41 anos e trabalha no setor financeiro da empresa Localiza. Desde os 10 anos de idade já era conhecido no seu bairro como uma “promessa” no futebol, destacando-se dos meninos da sua idade, começou a jogar com outros mais velhos, mesmo assim, permaneceu sendo um destaque no esporte. Até que um dos seus amigos e um dos 8 irmãos entrou em contato com o olheiro do time de futebol Atlético Mineiro, para que Márcio realizasse um teste. Acabou que o garoto foi feliz e passou na seleção, porém seu pai não tinha condição de pagar passagem para que o menino fosse treinar no clube. Márcio, então, começou a disputar campeonatos amadores e no interior ganhando até algum dinheiro nessas disputas. Levou essa vida até os 19 anos. Nessa idade conseguiu seu primeiro emprego, na Localiza, onde trabalha até os dias atuais. Hoje em dia, ele está formado e feliz. Esse é meu pai, eu tenho muito orgulho de ser filho dessa “baita” pessoa!

A R RO Z C O M F E I J Ã O,

Gabriel Elias.

T R Ê S C OX A S D E G A L I N H A , SALADA DE TOMATE E BA NA NA NA S O B R E M E S A 51


Daniel Fernandes nasceu no dia 31 de dezembro de 2008, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Filho de Luciana Kelly de Lima Cancio e de Vander Cancio Junior, Daniel sempre viveu na cidade onde nasceu, ele teve uma certa dificuldade para começar a falar, pois a sua irmã, Samyra Kelly Cancio, sempre falava em seu lugar, então, acabou que ele demorou a se expressar. Aos 3 anos de idade, Daniel falava, mas ainda com certa dificuldade para pronunciar certas palavras. Mesmo assim era uma criança muito saudável e bagunceira. Um dia, enquanto brincavam juntos, ele e a irmã, tiveram a brilhante ideia de cortar seu cabelo. O garoto ficou traumatizado, pois, é claro, o corte ficou horrível, além disso, Daniel também acabou caindo e se cortou na testa. Para resolver a situação, tiveram que dar pontos no ferimento, a cicatrização resultou um queloide. Quando Daniel fez 5 anos, seus pais decidiram colocá-lo na escola, lá ele arrumava muita briga e tinha um colega, o Luiz, que sempre provocava muito. Até que um dia os dois brigaram com tanta intensidade que foram parar na diretoria, onde fizeram as pazes, mas foram punidos em casa. Aos 8 anos, Daniel estudava na escola Duque de Caxias, onde permaneceu do primeiro ao quinto ano. Lá ele conheceu e conquistou várias amizades, uma professora, que ele amava muito, Meire, contava diversas histórias sobre seu filho aos alunos e Daniel sempre ficava encantado com elas. Foi nesse ano, também, que ele descobriu ter hiperatividade, iniciou um tratamento, ainda não finalizado, acompanhado por psicólogo. Esse processo possibilitou uma grande melhora e o desempenho nos estudos escolares só vêm crescendo e melhorando.

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Em seu último ano nesta escola, Duque de Caxias, resolveram realizar uma formatura para comemorar a passagem dos alunos ao sexto ano do Ensino Fundamental. Esse foi um momento especial muito especial na vida de Daniel, ele se divertiu bastante com seus amigos, comeu muita coisa que ele adora, jogou “bafão” e se emocionou no final, por ter que se separar de muitos dos seus amigos, professoras amadas e de um lugar especial, que ele irá levar para sempre no coração. Nas férias de 2019, Daniel e seus familiares foram para Arraial do Cabo, uma cidade localizada no Rio de Janeiro, onde tem várias praias. Entre elas, está a terceira praia mais bonita do mundo e o garoto teve a oportunidade de conhecê-la em um passeio de barco. Dias depois, na virada para o ano novo e, também, aniversário dele, depois da contagem regressiva e dos fogos de artifício, as comemorações pela vida se iniciaram, com um bolo que caiu na areia da praia! Mas a verdade, é que deu para salvar o bendito e cantar Parabéns, na volta para casa. Ele guardará para sempre os dias perfeitos que ele passou em Arraial do Cabo. Depois de alguns poucos meses, Daniel tem presenciado uma triste realidade, a chegada do Corona Vírus no Brasil. Aproximadamente no dia 13 de Março de 2020, o primeiro caso da doença foi confirmado no país e, desde então, fazem quatro meses que o garoto vem aguentando firme junto à sua família dentro de casa. Ele tem estudado bastante e brincando muito de lego, seu brinquedo preferido, pretende crescer e se tornar Engenheiro, já que ama matemática e construir várias engenhocas com seu lego. Samyra Kelly.

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Geraldo Márcio (1962) nasceu em São Pedro dos Ferros em Minas Gerais, filho de Maria Moreira Milagres, servidora pública, e Jose Hipólito Milagres, pedreiro, tem 8 irmãos, Maria das graças, Jose maria, Maria José, Antônio Ângelo, Maria do rosário, Ana Maria, Maria Aparecida e Eduardo luís. Apesar de ter nascido na roça, onde o trabalho de sua família era árduo e pesado, ele teve uma infância feliz. Com 06 meses de idade, sua família se mudou para capital, Geraldo se considera mais urbano que rural. O bairro, Cardoso onde cresceu e estudou, em Belo Horizonte, era repleto de casas, chácaras e havia muitos moradores. Geraldo começou a trabalhar com 14 anos de idade, foi engraxate, vendedor de laranja, vendeu chup chup, vendeu caco de vidro e vendeu latinha. Aos 16 anos, se tornou autônomo, prestando serviço para a comunidade local, era pedreiro junto com seu pai nas obras e construções. Aos 21 anos casou com Soraya Caetano Botelho e foi morar no Bairro Brasil Industrial, com dois anos de casado nasceu a primeira filha do casal, Dalete Misia, neste período eles tiveram que se mudar para uma casa maior, no mesmo bairro. Geraldo continuava como sempre trabalhando, agora, funcionário público e dois anos depois chegou a segunda filha, Thessalia Mitilene. Ele trabalhou depois em outras funções e profissões, na área hospitalar, ocupou cargo de auxiliar administrativo na Cemig e, atualmente, exerce Engenharia Civil. Formou-se pela Universidade Pitágoras. Atualmente, ele tem duas netas, Kaillayne Julie e Sophia Mileto, e por elas o maior orgulho! Quando ele era pequeno, não teve oportunidades de estudo, diante disso, busca sempre apoiá-las nos estudos e sonha em ver suas netas formadas e exercendo suas respectivas profissões. A grande inspiração de vida, para ele, é sua mãe. Ele guarda na memória quando chegaram em Belo Horizonte, e ela, com os 9 filhos, percebeu a necessidade de trabalhar e foi à luta: fundou uma escolinha, “Santo Antônio”, juntamente com 3 amigas. Ela dava aula, fazia a merenda, e com o passar dos anos, a Secretaria de Educação do Estado reconheceu a instituição e a nomeou como “Álvaro Lauriano Pimentel”, inclusive, encaminhando profissionais para trabalhar na instituição. Maria Moreira não tinha formação na área da educação, porém, mesmo assim, permaneceu na escola como cantineira. “Ela sempre fez de tudo pela família, tinha um grande coração e tamanha bondade pelo próximo, era humilde e alegre”, o mesmo exibi um brilho nos olhos e um imenso orgulho ao mencioná-la. Geraldo tem um hobby, estudar a bíblia sagrada e, atualmente, está cursando teologia na instituição RHEMA, pois acredita em Jesus Cristo e cita o mesmo, como um exemplo de vida e vitória. Em seu tempo livre, gosta, também, de reunir a família, os amigos e atualmente aguarda a aposentadoria. Kaillayne Julie. 55


Rafael Teixeira nasceu em 24 de maio de 1973. Morava com seus pais, Geraldo Teodoro de Miranda e Corina Miranda de Sant’ana, junto com seus oito irmãos, Ana, Aleci, Marli, Laerte, Paulo, Irani, Sueli e Celso. A família vivia no bairro São Sebastiao do Gil, onde tinha muitas chácaras com plantações de manga, laranja, etc. Ele juntava seus irmãos, amigos, e formava um grupo para pegar frutas. Quando o dono chegava, eles acabavam fugindo pulando as cercas de arame farpado, muitas vezes saiam cheios de machucado. Eles também jogavam futebol, bolinha de gude, entre outros. E, às vezes, até valendo algo! Como refrigerante, doces e etc. Passou maior parte da infância, assim, jogando futebol, bolinha de gude, batendo cartinhas, entre outras brincadeiras que ele e seu grupo criava. Outras vezes, jogava campeonato de futebol com crianças de outro bairro. Rafael estudou na Escola Estadual Carmo Giffoni, dos sete aos dez anos, depois se mudou para Jatobá, Ibirité. E por aí terminou o Ensino Fundamental, na Escola João Paulo primeiro, terminando o Ensino Médio na EJA (Ensino de Jovens e Adultos). Atualmente, é casado com Eliana Aparecida Passos de Miranda, tem dois filhos, Gabriel e Daniel. Trabalhou na TransAlex, Barreiro, durante quatro anos, dos 18 aos 22 anos e depois, foi trabalhar na Fiat Automóveis, em Betim, onde trabalha até hoje como motorista de teste. Gabriel Passos.

muitas chácaras com plantações de manga, laranja, etc 56


infância feliz e bem interiorana Renata Cristina nasceu no dia 07 de janeiro de 1982, em Contagem, Minas Gerais. Filha dos mineiros da Zona da Mata, Maria Liberacy e Sebastião Garcia, possui três irmãs, Maria Roseli, Rosimeria da Penha e Rosângela Aparecida. Teve uma infância feliz e bem interiorana, embora morasse na Zona Metropolitana de Belo Horizonte, todos nas ruas de seu bairro se conheciam e eram amigos, sempre brincando juntos. O bairro onde ela vivia, Novo Eldorado, já havia se tornado o maior polo comercial de sua cidade. Viveu alguns fatos inusitados em sua adolescência, um deles foi no dia em que foi ao show de sua banda predileta, o Skank e foi atingida na cabeça por uma pedra quando houve um tumulto em meio à multidão, outro também foi no dia em que saiu de casa na parte da manhã sem informar ninguém para onde ia e ao chegar em casa à noite ela havia feito uma tatuagem. Ela diz não se arrepender de nada do que viveu até hoje, e se tivesse a oportunidade de fazer tudo do mesmo jeito novamente ela faria. Mais tarde, Renata se formou na Escola Municipal Sócrates Mariani Bittencourt. E depois, tornou-se Bacharel em Ciências Contábeis pela faculdade Anhanguera. Casou-se com Glaydson Ricardo em 2011, os dois tiveram um filho, Henrique Garcia e duas filhas, Heloísa Garcia e Helena Garcia, sendo as meninas gêmeas. Ela considera ser mãe de gêmeas sua maior qualidade! Atualmente trabalha na Organização Contábil Félix Eireli, mas já trabalhou em diversos lugares, até mesmo cumprindo funções que não seguem sua profissão, um bom exemplo disso é o período em que foi atendente em um consultório odontológico. Eu, filho dela, a considero uma mulher batalhadora, na realidade, assim como todos a sua volta. Embora tenha sofrido bastante ao longo de sua vida, com perdas de vários familiares, minha mãe conseguiu superar tudo e com doçura formar uma linda família! Henrique Garcia.

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José Carlos é meu avô, nascido em Martinho Campos, MG, em 1928. Desde cedo ele já chamava a atenção dos outros por sua bondade e carisma. Frequentou a escola só por um ano, pois foi ajudar seu pai na roça já aos 8 anos de idade e mal sabia assinar o nome. Cuidou dos irmãos menores e só pôde se casar aos 33 anos, quando conheceu uma linda jovem chamada Rosa Maria. Na roça, com poucos recursos, perderam um filho, então resolveram se mudar para Belo Horizonte. Não tinham nada, mas José sempre foi batalhador. Tentou várias profissões, mas foi a primeira, uma fábrica de doces, que lhe deu o apelido eu ele levou para o resto da vida: Geraldo Doceiro. Teve bares, “sacola-cheia” e trailer de lanche. Não cozinhava muito bem, por isso sempre servia comida nos bares que teve. No fim da sua vida, não tinha nada a não ser sua linda família, que era o que ele mais amava! Tudo o que ele tinha, ele sempre dividia com quem não tinha nada, e morreu feliz com isso, aos 81 anos, no dia 5 de outubro de 2009. Caique Augusto.

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Victor Hugo é estudante, filho de Magda de Oliveira Lemos Guedes e Fábio Welington Guedes, nasceu no dia 4 de janeiro de 2002, na cidade de Mariana MG. Ele tem um irmão chamado João Miguel Lemos Guedes, em 2007 Victor com 5 anos entrou na “Escola Educar” e estudou lá até se formar no ensino Fundamental 1, durante esse período ele foi aluno destaque algumas vezes, após isso, Victor entrou para o “Colégio Previdência” e ficou lá até terminar o Ensino Fundamental 2. Atualmente Victor tem 18 anos, continua morando em Mariana, MG, e estuda no “Colégio Estadual de Mariana” e durante os turnos da noite faz cursos de idioma e treinamento para o Enem. Victor quer se formar em nutrição, trabalhar em áreas hospitalares ou ter seu próprio consultório trabalhando como nutricionista. Karine Maria.

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C O N TA D O R E S

DE HISTÓRIA


ESCRITORES

D E

V I D A


Guilherme Aparecido (10 de outubro de 1979 -) é um homem brasileiro morador do estado de Minas Gerais. Se tornou pai após seu casamento com Cristiane Alves Pereira Santos, em 2002, com quem teve três filhos: Diogo Vinícius dos Santos (2004), Eduardo Alves e Santos (2006) e Bernardo Alves dos Santos (2011). Nascido na cidade de Contagem/MG, viveu toda sua vida nesse estado, se mudando para a capital mineira, Belo Horizonte, quando tinha apenas dois anos. Sua trajetória empresarial é marcada principalmente pela criação de empresas voltadas para o ramo de Uniformes Profissionais. Em 2010, surgiu no Brasil uma grande crise econômica que abala o caixa de sua primeira empresa, a “Santos indústria de Uniformes Profissionais Ltda”, que se viu obrigada a encerrar suas atividades. Guilherme não desistiu e, no mesmo ano, fundou a “Alves & Santos Uniformes”, juntamente com sua esposa. A empresa cresceu rápido e se manteve no mercado até 2015, quando o país enfrentou mais uma crise, a conhecida como “Crise da Lava Jato”, que obrigou mais uma de suas empresas a fecharem as portas. Com a estabilização da crise, Guilherme viu mais uma oportunidade e, juntamente com seu irmão, fundou agora um grupo de empresas, a “Group Full Time”, que tinha ramos em gráficas, indústria de uniformes, design, etc. Atuou nessa empresa até 2019, quando começou a desenvolver-se como representante de empresa que cresceu no mercado financeiro. Como este novo ramo estava dando mais retorno, o empresário fechou parcialmente a “Group Full Time”, continuando apenas com a gráfica. Durante o ano que se passou, Guilherme se interessou pelo mercado financeiro e aprofundou seus conhecimentos. Hoje, atua como Trader Profissional, passando parte de seu dia operando na bolsa de valores e outra parte cuidando da “Full Time Copiadora e Gráfica Rápida”, codinome de sua gráfica. Guilherme vive feliz, muito orgulhoso da família que tem. Ama sua esposa e adora ver seus filhos se destacando na escola que ele mesmo sempre sonhou estudar: a Escola SESI Hamleto Magnavacca. Eduardo Alves. 62


na escola que ele mesmo sempre sonhou

ESTUDA R

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SEU

SONHO

É SER

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Arthur Henrique, nasceu na cidade de Contagem, MG, em 13 de julho de 2009. Filho único do casal Webert Luciney de Sousa Sinfrônio e Jeane Rodrigues Cardoso de Sousa, neto de Maria de Lourdes Souza Sinfrônio e Geraldo Antônio Coelho, por parte paterna e neto de Zenilde Cardoso de Sousa e Manuel Cardoso de Sousa. A vontade de ter conhecido seus avós maternos, às vezes, aperta seu coração pois ele nem sequer os viu ou os conheceu, pois os dois faleceram antes de seu nascimento. Nascido e criado em uma família simples, de pais Técnicos em Enfermagem, que trabalham em hospital e com muito “sangue, suor e lágrimas”, que não foram poucas, conseguiram se formar 26 anos depois de terem colado o segundo grau, Arthur passa a maior parte do seu tempo na casa da tia, Flávia Cristina de Souza Santos. Ele foi criado, basicamente por ela, pois a mãe precisava sair de madrugada, para trabalhar, e só voltava a tarde. Já o pai, trabalhava em dois hospitais, portanto não tinha tempo para ficar com seu filho. Então, o menino Arthur foi acostumado a receber mais carinho de sua tia, às vezes bate um sentimento de impotência e incapacidade que o consome por dentro, por causa dessa ausência, por precisão, dos pais. Mas, quando isso acontece, logo é consolado e encorajado por sua tia. Atualmente, Arthur possui 10 anos e vive no bairro Cardoso, em Belo Horizonte, onde passa sua infância. Ele é de religião Evangélica e congrega na Igreja Cristã Maranata, como sua mãe. Nesta igreja, ele toca o instrumento Cajon, por livre e espontânea vontade, com treinos de quatro vezes por semana para que as habilidades de coordenação motora, fundamentais para tocar o instrumento, sejam cada vez mais desenvolvidas.


No entanto, a ansiedade para tocar os hinos de sua igreja e o medo de errar, afligem seu coração sempre, o que o atrapalha de se concentrar e relaxar no momento da execução das músicas no instrumento. E, claro, se controla com uma respiração bem funda e um copo de água. Seu primeiro contato com a tecnologia foi em 2010, quando sua mãe comprou um celular, desde então, ele não consegue se ver sem a ajuda tecnológica. No ano de 2011, Arthur estava entrando no Instituto Educacional Colégio Promisses, em Belo Horizonte, para cursar os primeiros períodos. A adaptação, deste momento de transição infantil, com as outras crianças e com o ambiente diferente de sua casa, foi bem lenta e, precisou do constante apoio de sua família. Em 2013, ganhou seu primeiro videogame, o PlayStation 2. E, em 2016, ele entrou na Escola Municipal Ana Alves Teixeira, em Belo Horizonte, para cursar o segundo ano do Ensino Fundamental, onde estuda atualmente. Este ano foi muito difícil para Arthur, pois foi muito complexo, para ele, lhe dar com a mudança de escola e com a separação de seus antigos amigos. Porém com o tempo, ele foi se acostumando com o ambiente e fazendo novas amizades. E, mesmo assim, se sente sozinho quando ninguém aproxima dele. A insegurança em sua vida é recorrente e, muitas vezes, não é compreendida por seus pais, o que, resulta em um afastamento de seu relacionamento familiar. Arthur, sempre participou das olimpíadas de matemática e ciências em sua escola e desde então, se mostrou um garoto muito dotado de inteligência. Desde que percebeu sua capacidade intelectual, passou a investir mais nos estudos, para que pudesse atingir o seu objetivo de colecionar medalhas olímpicas. No ano de 2019, ele entrou para Escolinha de Futebol do América, pois seu sonho é ser goleiro, hoje, ele não faz parte mais do time de futebol, para não ficar sobrecarregado e poder se dedicar à sua vida estudantil. Ainda mais agora, que é um momento de transição de sua infância para a adolescência, onde muitas transformações, tanto fisiológicas, quanto psicológicas, irão acontecer de maneira muito rápida e intensa deixando a vida, em todos os sentidos, mais difícil de lhe dar. Porém, possivelmente no futuro, ele voltará praticar seu esporte favorito. Na verdade, ele não deixou de participar de campeonatos de futebol em sua escola e, geralmente, vence todos. Em 2019, Arthur também fez um cursinho de robótica, o que deixou ele fascinado e lhe despertou o interesse para seguir uma carreira profissional na área de tecnologia. Ele dedicou, no ano passado, seu tempo livre para estudar a lógica de programação dos jogos digitais. Atualmente, ele está diante de um futuro incerto, pois, em 2020, o mundo e o Brasil estão em um estado sanitário pandêmica, por causa do Corona vírus. O que levou vários países, estados e cidades ao isolamento social, as atividades escolares de Arthur estão paradas, restando à ele, os estudos autônomos em casa. Marcela Beatriz. 65


Solange Aparecida nasceu em 1977 na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Filha de Maria da Conceição da Mata de Oliveira e de Jose Libanio de oliveira, tem dois irmãos, Emerson da Mata de Oliveira e Flavia de Fatima da Mata de Oliveira. Teve uma infância tranquila. Morava no bairro Independência, local com poucas casas. Ela diz que, onde passava, todos os dias, para ir à escola “Domingas de Almeida”, ao lado de sua casa, atualmente, está muito diferente dessa época. Sem formação em Faculdade, Solange é casada com Paulo Sergio Gouveia e o casal tem uma filha, Jenifer. Solange sempre foi uma filha que ajudava muito em casa, de acordo com seu pai, aos 17 começou a trabalhar na lanchonete do pai, aos 18 anos em supermercado e, somente, aos 22 anos voltou a estudar. Porém, depois de 1 ano, voltou a trabalhar com seu pai. E aos 27, Jenifer, sua filha, estudava em uma escolinha, como sempre foi uma mãe muito coruja, Solange conseguiu emprego no lugar e começou a trabalhar lá, permanecendo 6 anos. Sua vida sempre foi muito divertida, brincava muito com seus irmãos na rua, junto com os vizinhos, de pega-pega, esconde-esconde, amarelinha, comidinha, boneca. Mas gostava, principalmente, de queimada, porque era muito boa. Segundo ela “as crianças de hoje em dia não vão saber o que era isso “. Durante sua infância sempre foi muito a igreja, participava do coral e cantava com o pai. Gostava muito de escrever poemas e versos, guardava tudo em uma agendinha, sempre foi muito romântica, escrevia várias cartinhas, principalmente, depois de conhecer seu marido. Alguns versinhos que ela fez por exemplo “com o olhar te conheci, com um beijo te amei, com um tchau te perdi, mas nunca te esquecerei “, “ não sou poeta, tão pouco uma flor, mas sou uma jovem que procura o amor”, ”se amar for pecado minha alma estava perdida, mas como você é pecador te amarei por toda vida”. Ao reler esses versinhos, Solange achou muita graça! Nos anos 2000 ela se casou, aos 22 anos, no dia 16 de setembro A cerimônia foi muito bonita, a lua de mel do casal foi em Porto Seguro, na Bahia. Junto ao seu marido viajou a vários lugares, viveu várias aventuras, no Rio de Janeiro (Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo), Espírito Santo (Vitória), além da Bahia (Porto Seguro). E depois de todas essas experiências, em 2005, engravidou de uma menina. Segundo sua filha, “acho sacanagem eles viajarem sem eu existir, eles já foram para vários lugares diferentes, e desde quando nasci, eles me levam para o mesmo lugar! “ Atualmente, Solange trabalha no comércio, na região do Barreiro, tem 20 anos de casa e sua filha 14 anos. Jenifer Cristine.

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a l g u n s ve r s i n h o s que ela fez 67


h á mu i t o

carinho, dedicação e amor

envolvido 68


O exemplo em nossa vida: a história de Adelaide Oliveira. Nascida em Itaguara, cidade localizada no interior de Minas Gerais, em 16 de maio de 1935, Adelaide Oliveira é um exemplo de mulher para todos nós. Numa emocionante história de sua vida, ela revela a superação e resistência em sua vida, “Minha mãe é o sentido da minha vida”, afirma seu filho, Wellington Oliveira. Com 7 irmãs, sendo a filha do meio, desde sempre precisou trabalhar para ajudar a família, pois perdeu sua mãe muito jovem. Num trabalho, sob o sol escaldante, na roça plantava, capinava e colhia para sustento. Sendo este, um dos motivos, que a fizeram sair da escola muito cedo, na quarta série. Mesmo assim aprendeu a ler, escrever e fazer as contas primordiais. Ela sempre aproveitou todas as oportunidades, mesmo poucas, que a vida a proporcionava. Aos 16 anos, casou-se com Anelito Braz, um pai de família muito bravo, o que era comum, na época. Ao todo, tiveram 9 filhos, sendo que dois morreram ainda pequenos, devido as condições daquele tempo. Adelaide ficou por muitos anos abatida e até hoje pensa sobre isso, porém, atualmente, o sentimento da perda ficou mais suave. “O tempo cura as feridas, superficialmente, pelo menos”, falou ela. Alguns anos se passaram, o marido morreu, deixando Adelaide viúva, aos 34 anos, com 7 filhos para cuidar, uma mulher e os outros homens. Ela levou uma vida dura, com muitos afazeres, pois lavava, passava, cozinhava, passava “horas em claro” a noite, tentando fazer todos os serviços... “Adelaide Oliveira criou os filhos com muita dificuldade, mas apesar de tudo isto, nos ensinou muito, ela é minha heroína” - diz seu filho Anilton Braz, nome em homenagem ao pai. Com o passar do tempo, seus filhos cresceram, casaram, saíram de casa e ela continuou morando no mesmo local. Hoje, sua filha mora ao seu lado, para lhe auxiliar no quê for necessário. “Minha mãe, sempre esteve e continua estando do meu lado. Eu a amo!”, falou sua filha Rosaina Oliveira. Mesmo com a sua idade, Adelaide, antes da pandemia, amava dançar em um forró, perto de sua casa em Ibirité. Foi lá onde conheceu seu namorado atual, Geraldo, 20 anos mais jovem. Ele mora na casa dela, eles saem para ir ao supermercado, algumas lojas, viajam juntos. E neste exemplo podemos comprovar: para o amor não há idade! Geraldo afirma que “foi amor à primeira vista, nunca senti algo semelhante por outra mulher”. Além da dança, Adelaide, possui outros passatempos prediletos como fazer biscoitos, bolos, panquecas. Outra paixão é sair para visitar seus parentes e amigas e tomar uma boa xícara de chá, colocando a conversa em dia, se divertindo muito. Ela é mãe, avó, bisavó, a inspiração para todos nós: “Há muito carinho, dedicação e amor envolvido”, Lívia Braz, sua neta. Lívia Braz.

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João de Almeida nasceu em 26 de Janeiro de 1930. A casa paterna de João fica em Santana do Pirapama, MG, onde morou com o seu pai Geraldo Gomes, agricultor, sua mãe Vitalina Rosa de Almeida, dona de casa, e com seus 9 irmãos. João passou ali, toda sua infância e parte da juventude, que foi muito divertida com direito a correr nos campos. Ele relata que desde pequeno tentava ver os lados ruins da vida como um grande e infinito aprendizado. Aos 12 anos, começou a plantar flores, para ajudar a família, principalmente margaridas e gipson dos campos. Ao completar 15 anos teve muito receio de ser convocado para a compor o exército brasileiro na Segunda Guerra Mundial, então o seu pai, durante um pequeno tempo, tentou esconder os filhos mais velhos. No entanto, João não gosta muito de relatar esses momentos. Durante uma parte de sua juventude, João era apaixonado por uma vizinha. Até que em 1956, finalmente, conquistou o coração de Odília e se casou. Pouco tempo depois o Sr. Geraldo, pai de João, faleceu, por causa de um infarto fulminante. Esse acontecimento marcou sua vida para sempre. Em busca de uma melhor condição de vida, decidiu mudar e vir morar em Belo Horizonte, MG, onde ficou muito conhecido na região do Barreiro por meio de sua profissão, barbeiro. Todos o chamam de ‘’Muranga’’, apelido que ele carrega no peito com muito orgulho. Depois de várias dificuldades, conquistou muitas coisas, na qual se orgulha muito, principalmente da compra de sua casa própria. Ver sua linda plantação de Cana cheia de brotos, aquece seu coração! É muito considerado por todos os seus 14 filhos, 31 netos, 30 bisnetos, sua única tataraneta e pelos seus gatinhos. Ele é uma pessoa muito romântica e que esbanja amor e muita alegria! Nicolle Isabelle.

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ele carrega

no peito

com muito ORGULHO

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constante c o n t a t o com

A R T E

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Cátia Regina, nasceu no dia 30 de março de 1972, em Belo Horizonte. Filha mais nova de dois filhos. A garota teve uma infância saudável e agradável. Teve um ótimo convívio com o irmão mais velho, Alex Fernandes do Nascimento, e com a mãe, Marília de Oliveira Nascimento, que sempre fez de tudo para ser extremamente presente na vida dos filhos. Seu pai, Fernando Vital do Nascimento, apesar de viajar muito a trabalho e passar muito tempo fora de casa, mantinha uma relação de amizade e companheirismo com a família. Cátia completou seu ensino médio na escola Celso Machado, e logo depois disso, começou seu trajeto em sua vida profissional. Trabalhou em uma loja de telefonia, mas saiu pouco tempo depois por problemas com o chefe. Chegou a tentar inclusive seguir carreira de produção de eventos, apesar de não ter sido bem sucedida, pois a empresa acabou por falir. De acordo que a própria biografada, não houveram muitos empregas em seu currículo, mas todos eles lhe proporcionaram algum aprendizado. No ano de 2003, começou a trabalhar no teatro SESIMINAS como assistente de produtor cultural. No ano seguinte, engatou um namoro o seu, atual marido, Walter Ferreira Brandão. Um ano depois, aos 33 anos, engravidou da primeira e única filha Maria Luisa Nascimento Brandão, se casando e saindo da casa dos pais. E em 2013 fez uma faculdade de processos gerenciais para avançar em sua área profissional, e algum tempo depois foi promovida à produtora cultural. Um trabalho que a mesma diz não ter sonhado para si mesmo, no entanto, apesar de não ser fácil, ama o fato de ter constante contato com arte. Maria Luisa Nascimento.

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Maria Floraci, minha avó, nasceu em 9 de abril de 1958, em Minas Gerais, na cidade de São João Evangelista. A sua infância era boa e divertida com as brincadeiras: pular-corda, maré, pega-pega, jogar peteca e esconde-esconde. Depois de brincar tomava conta de seus 4 irmãos menores. Aos 7 anos, começou a estudar. Porém, infelizmente, teve que sair da escola aos 10 anos para tomar conta de seus irmãos. Com 11 anos buscava feixes de lenha e barro para pintar a sua casa, mesmo assim, ela ainda tinha tempo para brincar. A sua juventude foi trabalhando em casas de família e na roça, ajudando seus avós. Ela se casou aos 19 anos, com Elton Flauzino da Silva, na cidade de Guanhães, em Minas Gerais. Maria teve sua primeira filha com 21 anos, Eliana Flauzino da Silva, depois a nasceu mais um filho, ela tinha 22 anos, e deu-lhe o nome de Edinilson Flauzino da Silva, meu pai. Por fim, Maria teve mais um filho, aos com 39 anos, Edmar Flauzino da Silva. Hoje, ela mora em Belo Horizonte no Bairro Tirol. A herança sentimental e simbólica que vovó gostaria de deixar ao nosso redor são as inúmeras possibilidades de sermos úteis ao próximo. Segundo ela, amizade não se explica. Amigos sempre sabem quando serão amigos, pois compartilham momentos juntos, dão forças; estão sempre lado a lado, nas conquistas e nas derrotas, nas horas boas e nas difíceis. Primeiro Depoimento: “Meu nome é Edinilson, filho de Maria. E com muito orgulho digo que tenho uma ótima mãe e que amo. Ela esta sempre do meu lado.” “Tenho também uma esposa que amo muito e me ajuda muito, com quem tive um filho maravilhoso que se chama Erick. Estou feliz por fazer parte desta história!” Segundo Depoimento: “Meu nome é Claudineia, nora da Maria. Ter Dona Maria como sogra e ter uma segunda mãe. Ela ajuda-me muito. Temos uma boa convivência e nossa família é pequena, mas somos muito felizes e abençoados por Deus.” Eu, Erick Flauzino de Oliveira, nasci em 10 de junho de 2005, e meu pai, Edinilson, é filho da mulher a quem dedico esse registro: minha avó. Escrevi esta biografia para imortalizar sua história e preservar a memória e a identidade da nossa família. Erick Flauzino.

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imortalizar sua

histĂłria

preservar a memĂłria e

a identidade de

nossa famĂ­lia

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Aurino Caboclo, 95 anos. Nasceu em 1925, no dia 5 de setembro, em Bom Jesus, Piauí, na fantástica era de 25, o povoado da areia. Até seus 18 anos sempre trabalhou com seu pai no campo, Norberto Caboclo, nesse período, Aurino, não teve oportunidade para frequentar escolas, mas isso não o impediu de aprender a ler, escrever e até calcular as quatro operações! Entretanto, ao completar a maioridade resolveu tomar o mundo, não imaginando que ia desfrutar tanto da vida: casou-se com Maria das Mercês com quem teve 9 filhos e mais uma filha do coração que com ele, seu pai, sempre morou. Construiu uma família grande que lhe tem dado neto e bisnetos, sem contar as grandes profissões que exerceu ao longo desses 90 anos: agricultor, pedreiro, flandeiro, açougueiro, couro, caixeiro-viajante, enfermeiro, delegado e músico, juntamente com seu irmão, Manoel Caboclo! Ele tinha e tem até hoje um valor nobre pela geração atual, com um ensinamento que guiou a família educadamente para o caminho certo: “Falar a verdade é preciso...”. Essa frase acompanha os seus filhos, netos e bisnetos, configurada em uma forte e significativa consigna de vida, servindo de conselho até nas mais difíceis situações que nós passávamos. Aurino era um homem honesto, humilde, rígido e muito trabalhador, preocupava-se sempre com a família e nunca deixava os filhos de lado. Também sofreu perdas enormes, como perdeu mãe, irmãos e filhos, mas assumiu a responsabilidade e continuou sendo o grande “Caboclo” responsável e sincero. Salvou muitas vidas das doenças e beira-de-morte, sendo um doutor sábio e perspicaz, já foi artesão que reutilizou latas e lixo para fazer obras de arte incríveis além de vendê-las como um caixeiro-viajante, sendo músico e cantor na juventude, cantando em festas de casamentos, trilhadas e festas de aniversário. Foi um importante delegado de polícia, que na época não servia só para pôr em ordem os “cafajestes” e bandidos, assim como ajudou diversas famílias e proporcionou a segurança, amor e carinho para a nossa família. Ele é meu bisavô, a pessoa que eu mais respeito na minha vida! Caio Eduardo.

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FALAR A

V E R DA D E É PRECISO

Aurino Caboclo, 95 anos. Créd.: Caio Eduardo, seu bisneto. 77



Sete Lagoas, MG.

Fazendinha Pai JosĂŠ, 2019.


9º Ano A

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AGATHA LETICIA ALVES DELGADO AMANDA ISABELLE ROCHA DE PAULO ANA CAROLINA SANTOS GOMES ARTHUR BRYAN LUIZ MOREIRA ARTHUR ROCHA CARVALHO CAMILE FERNANDA DE OLIVEIRA COSTA CHRISTIANE COUTO MATOS DANIELA EDUARDA DOS SANTOS DE PAULA DIOGO VINICIUS MESSIAS DE ALMEIDA EDER GLAUCO SOUZA PORTO EMILLY GABRIELE FERREIRA SANTOS FRANKLIN RODRIGUES DE SOUZA GABRIEL HENRIQUE BATISTA LEITE GABRIEL MASSENSINE DO NASCIMENTO GABRIEL PASSOS DE MIRANDA GIOVANNA BARBARA GONÇALVES DE FREITAS HENRIQUE GARCIA CAMPOS ILMA MARIA GUIMARÃES MACHADO JULIA EVELLYN SILVA LARA RODRIGUES LIMA FARIAS LIVIA LUZIA BRAZ MARCELA BEATRIZ DE SOUZA SANTOS MARIA LUISA NASCIMENTO BRANDÃO MARIA RITA REIS SILVA MIGUEL THALES MOREIRA DE SOUZA PEDRO GUILHERME SILVA GOMES RAYSSA MARTINS DA SILVA SAMYRA KELLY CANCIO THALLES EDUARDO REIS SILVA VICTORIA SANTANA BEMFICA BESSA VINICIUS SANTOS MACÁRIO VITOR EMANUEL MIRANDA DE OLIVEIRA


9º Ano B ANA JÚLIA GONÇALVES DE SOUZA BERNARDO ARAÚJO SILVA BRUNO HENRIQUE XAVIER FERREIRA BRUNO SOARES SILVA CAIO EDUARDO FONSECA ROVESSE CAIQUE AUGUSTO FERREIRA BRAZ CAUÃ PARREIRAS VIEIRA EDUARDO ALVES E SANTOS ERICK FLAUZINO DE OLIVEIRA GABRIEL ANDRADE MARTINS AGUIAR GABRIEL ELIAS VASCONCELOS GONÇALVES GABRIELLY VIVIAN GONÇALVES GIOVANNA MARQUES FELIX PEREIRA IULLY SILVA RODRIGUES JENIFER CRISTINE DE OLIVEIRA GOUVEIA JOÃO PEDRO ASSIS GONÇALVES JULIA DE SOUZA DUARTE KAILLAYNE JULIE MILAGRES DE OLIVEIRA KARINE MARIA GUEDES COSTA LARISSA CHRISTINE GUIMARÃES DA SILVA LAURA VASCONCELOS DUTRA RODRIGUES LETICIA DE PAIVA MEIRELES ARAUJO LUMA THAIS BARCELOS DA CONCEIÇÃO MARCOS FELIPE ESTEVAM MARINHO MARIA EDUARDA GOMES ABRANTES NICOLLE ISABELLE DE SOUZA MOREIRA PEDRO HENRIQUE MARTINS RAFAEL MATOS DE SOUZA RAY GOMES COSTA SAMUEL DE CASTRO SEZINI SAMUEL GARCIA TRINDADE SARA SAPAVINI COSTA SARAH LUIZA RATES DOS SANTOS THIAGO HENRIQUE DE OLIVEIRA CAMPOLINA. 81



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