Organizadores: Ana Cristina Côrtes Gama Érica Araújo Brandão Couto Vanessa de Oliveira Martins Reis Prograd/UFMG Programa de Inovação e Qualidade no Ensino de Graduação (PIQEG-28)
V.1, 2014
15 anos
2
Agradecemos a Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG pelo apoio na elaboração do livro, e principalmente pela atenção e disponibilidade.
3
Prefácio Registrar a História de pessoas e instituições é não só necessário como também algo muito importante para o aperfeiçoamento contínuo da ação humana. Por isso mesmo, contar a História dos 15 primeiros anos do Curso de Fonoaudiologia da UFMG dá a oportunidade de conhecer boa parte daquilo que nele se passou durante esse tempo e, sobretudo, traz contribuições relevantes para a melhoria constante do seu desempenho. O livro Fonoaudiologia UFMG – 15 anos, de autoria das professoras Ana Cristina Côrtes Gama, Érica Araújo Brandão Couto e Vanessa de Oliveira Martins Reis nos oferece um relato fiel, conciso e informativo sobre os acontecimentos que antecederam a criação do curso e os fatos mais importantes ocorridos desde o seu início, no primeiro semestre de 2000. O depoimento de tantas pessoas, em especial de alunos de todas as turmas já graduadas no curso, enriqueceu de forma notável a descrição desses 15 anos e permite que o leitor tenha uma compreensão bem abrangente desse período. Sua leitura é muito agradável e motivadora, pois, com linguagem clara e às vezes quase coloquial, nos brinda com informações de enorme interesse para a continuidade dessa iniciativa. Falar de História implica, sempre, identificar protagonistas. Aqui também a obra cumpre muito bem o seu papel. Ao lembrar os dirigentes da UFMG que na década de 1990 perceberam a necessidade e a pertinência de se criar um curso público de Fonoaudiologia em Minas Gerais, o livro registra, com a devida propriedade, o papel destacado de algumas pessoas. Fala-se especialmente do Prof. Celso Gonçalves Becker, um dos que atuaram na idealização do curso, na formulação da proposta pedagógica e como o seu primeiro coordenador, um de seus professores e o paraninfo da 1ª turma de formados. Registrar o papel destacado que o Prof. Celso Becker teve na criação e na implantação do curso é reconhecer o trabalho dedicado e meritório que ele teve durante vários anos. Coube à Profa. Ana Cristina Côrtes Gama dar continuidade ao trabalho iniciado pelo Prof. Celso Becker. Muito do que foi feito nos anos seguintes, porém, só foi conseguido com o envolvimento decidido das colegas que ingressaram como docentes do curso a partir do seu início. O papel desempenhado pelo conjunto delas e por muitas em particular está devidamente relatado no livro, que comprova, mais uma vez, que grandes empreitadas só têm sucesso quando assumidas e enfrentadas por muitas pessoas; nessa como em outras ações, o trabalho coletivo, sob liderança efetiva, é o principal garantidor do êxito esperado. Para completar, tantas realizações não seriam possíveis sem os alunos, que tão bem souberam ocupar o espaço e o papel que lhes cabem. Com vigilância cotidiana, cobrança construtiva e sugestões que fizeram desde o primeiro semestre do curso, tão bem relatados nos depoimentos de representantes de cada turma, os discentes deram notória contribuição para a melhoria constante e para o aperfeiçoamento do curso. O livro conta a trajetória do curso desde o seu início até a atualidade. Para orgulho de toda a nossa comunidade, relata as conquistas alcançadas nos exames nacionais em 2003 e 2004 (Provão e Enade), em que o curso alcançou a maior nota nacional, além de a maior nota individual nesses dois anos ter sido obtida por alunas do curso. Ao mesmo tempo, revela também as dificuldades naturais em uma atividade complexa dessa natureza e os ajustes e as adequações que surgiram em diferentes momentos da sua existência. Com um projeto acadêmico bem fundamentado e após a formatura da 1ª turma, quando se constatou que a implantação do curso tinha tomado o caminho certo, o passo seguinte foi a criação
4
do Departamento de Fonoaudiologia, logo aprovada pelas instâncias superiores da UFMG. Ao lado da continuidade de atividades variadas envolvendo a formação dos profissionais, como muitos cursos de curta duração, simpósios e jornadas (Fono em Foco, Cefono e outros), o Departamento não se descuidou de que seriam necessárias também outras iniciativas. Logo vieram a criação e a implantação da residência multiprofissional, do mestrado acadêmico e do curso de especialização em Fonoaudiologia. Ou seja, quase todo o espectro formativo na área está contemplado, faltando apenas o doutorado, que tenho certeza em breve será oferecido. Nos demais capítulos, tem-se a descrição objetiva dos demais componentes do trabalho realizado pelo grupo. Fala-se aqui das atividades de ensino (entre elas a vinculação do curso com a Saúde Coletiva, tão necessária aos profissionais da saúde, e a mudança curricular que se fez necessária e que está em fase final de implantação), assistenciais (de tamanha importância para a comunidade em geral, que em boa parte até desconhece o alcance e o papel da Fonoaudiologia para as pessoas), de extensão universitária e de investigação científica, campo este em que a Fonoaudiologia mineira tem grande papel a cumprir. Aliás, desde o seu início o curso preocupou-se com a formação científica dos seus alunos, mediante a inserção progressiva deles em projetos de iniciação científica. Em síntese, encontra-se no livro a revelação de um projeto acadêmico que, em apenas uma década e meia, foi implantado e gerou os frutos mais relevantes do trabalho universitário. O leitor da obra terá, certamente, uma visão clara e abrangente de um trabalho coletivo feito com muito cuidado, entusiasmo e dedicação e que poderá, até mesmo, servir de exemplo e de estímulo para iniciativas semelhantes: a História do curso de Fonoaudiologia da UFMG é exemplar! Como não poderia faltar, no último capítulo estão descritas as perspectivas e ações futuras, todas coerentes com o que já foi feito até o momento. Ou seja, completa-se uma ação acadêmica bem-sucedida que veio para ficar. Todos torcemos para que a continuidade de tudo isso traga mais bons frutos além dos já até então colhidos. Os primeiros 15 anos de existência do Curso de Fonoaudiologia da UFMG, bem vividos, estão contados nesta obra. Desejo que os próximos 15, e os outros muitos que virão, sirvam para dar continuidade a esse bem-sucedido e meritório projeto acadêmico. Não tenho dúvidas de afirmar que esse exemplo dignifica as pessoas envolvidas, a Faculdade de Medicina e a nossa gloriosa Universidade Federal de Minas Gerais, que tão bem vem cumprindo a missão acadêmica que a sociedade espera das boas instituições de ensino.
Geraldo Brasileiro Filho Professor de Patologia Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais
5
Sumário
Histórico.................................08 Ensino.....................................42 Pesquisa.................................50 Extensão.................................64 Administração........................84 Metas.....................................95
Histórico do Curso de Fonoaudiologia da UFMG Juliana Nunes Santos Ana Cristina Côrtes Gama
Apresentação
ico a pa do ug 20 ra 02 Ho ura do 9 ç s ce pi ão de t nt al d ju es o Sã A lh do o o m de G b cu u e 20 rso ra la ld tór 03 o io -H d Fo C eF rm /U o a 13 tu FM no r a de G aud da io fe lo ve pr gi im re a iro ei ra de tu 20 rm 04 a
A criação do curso de Fonoaudiologia da UFMG nasceu da proposta do Magnífico ex-Reitor Professor Tomaz Aroldo da Mota Santos em 1995. Ele solicitou ao Professor Edison José Corrêa, então diretor da Faculdade de Medicina da UFMG, que avaliasse com o Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia a possibilidade da concretização da proposta. Em 24 de março de 1998, o Magnífico ex-Reitor Professor Francisco César de Sá Barreto instituiu oficialmente a Comissão Especial encarregada da elaboração da proposta do curso de Graduação em Fonoaudiologia por meio da Portaria 01.167. A comissão era composta pelos professores Celso Gonçalves Becker, Tânia Mara Lima Assis e Joel Edmur Boteon, então chefe do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da UFMG. Naquela época, a comissão contou com o apoio e a orientação da Diretoria da Faculdade de Medicina, representada pelos professores Marcos Borato Viana e Geraldo Brasileiro Filho (Gama et. al., 2012). O Conselho Universitário instituiu o curso de Fonoaudiologia da UFMG em 1º de julho de 1999. O primeiro concurso vestibular foi realizado em dezembro de 1999. Assim nascia um curso flexível, envolvendo mais de 26 departamentos e dez unidades acadêmicas, além do Hospital das Clínicas. O curso tinha aproximadamente 3,8 mil horas-aula, das quais 1,02 mil era de estágio supervisionado. O professor Celso Gonçalves Becker foi o presidente da Comissão Especial encarregada da elaboração da proposta do curso. O professor Celso Becker também foi o primeiro coordenador do colegiado do curso de Fonoaudiologia, desde a abertura até o dia 25 de abril de 2004. Ele também foi o docente responsável pela abertura do Ambulatório de Fonoaudiologia do Hospital São Geraldo no complexo do Hospital das Clínicas da UFMG (HC/UFMG). A inauguração do ambulatório aconteceu no dia 9 de julho de 2003. O professor Celso foi patrono da primeira turma do curso, que se formou no dia 13 de fevereiro de 2004. Ele também foi o homenageado especial na formatura da segunda turma, no dia 6 de agosto de 2004. Em seus 15 anos de criação, o curso de Fonoaudiologia passou por momentos históricos marcantes, que serão apresentados no panorama a seguir:
ra
bl
ei 4
e
5
de
Pr im
ei
de
ro ei
fe v
er
ro
co nc
ur so
pú
im de
ld 21
de
fe v
er ei ro
gu ra au in la
20 00
a
99 19 Au
ze de
de
11
de
m
br
o
co ro ei Pr im
pr
sti ve nc ur so
99 19
de lh o ju
de 1°
In
r bu la
Fo no a de rso cu do o çã ria C
8
tu rm
a
ud io lo g
ia
Fig. 1 - Linha histórica dos 15 anos do curso de Fonoaudiologia da UFMG
A história do curso de Fonoaudiologia será contada a partir da perspectiva de seus maiores protagonistas - os alunos egressos e os atuais. Com a energia da juventude e a vontade de aprender, eles ajudaram a criar este percurso de 15 anos de sucesso.
Histórico As aulas do curso de Fonoaudiologia da UFMG foram iniciadas em 21 de fevereiro de 2000. Na aula inaugural, o cenário era um misto de alegria pela superação no concorrido vestibular (31,56 alunos por vaga), curiosidade pelo que seria o curso e satisfação por estar numa das melhores universidades do país. Esses sentimentos dos calouros eram fortalecidos pelo contato com os colegas de curso, que compartilhavam anseios e expectativas comuns. “Na aula inaugural, tivemos a presença de nomes importantes e dos idealizadores e apoiadores desse ambicioso projeto. Ouvimos relatos sobre o esforço que havia sido empreendido até que se chegasse àquele momento. E nos foi imbuída a missão de nos tornar os primeiros profissionais fonoaudiólogos formados pela UFMG. Num auditório repleto, mas, acima de tudo, de muita expectativa, marcávamos eternamente a história da Universidade e do curso.” Letícia Neiva de Menezes - Aluna da primeira turma
R (P eco or nh ta e ria cim 18 33 en de 01 to ou ) do tu br cu o rso de pe 20 lo 04 C M ria in çã ist 16 o ér d de io o da De no pa ve Ed m rta uc br aç m o e ão de nt o 2 Im de 00 pl Fo 6 a nt 01 no aç au de ão di m ol do ar og ço no ia vo de cu 20 rrí In 10 cu Ho ício lo sp da do ita R 1 de cu l d es rso as idê m ar n C de c ço lín ia Fo ica In de no s teg 20 au ra 10 di da C ol M og C riaç ul iê ã ia tip nc o 22 ia do ro de sF M fis sio on e m ai s na oa tra o ld ud do de o io A 20 ló c a g 1 In ica dê 2 Fo ício s mi no d co o a 4 em ud cu de io rso m lo ar gi de ço a Es de pe cia 20 liz 13 aç ão em
Figura 2: Aula inaugural da primeira turma do curso de Fonoaudiologia, com a presença do coordenador e do subcoordenador do Colegiado de Fonoaudiologia, Celso Gonçalves Becker e Tânia Mara Lima Assis
9
Figura 3: Matéria publicada no Informativo Vida da UFMG, com entrevista concedida pelo coordenador do Colegiado de Fonoaudiologia, professor Celso Gonçalves Becker
“De que curso vocês são? Fono o quê? O que é isso? Fonologia? Ensina as crianças a falar?...” Essas foram as questões mais ouvidas pelos alunos no início de suas jornadas acadêmicas. Nos corredores dos Institutos de Ciências Biológicas - ICB e de Ciências Exatas -Icex, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - Fafich e especialmente na Faculdade de Medicina, sede do novo curso, os alunos eram recebidos com espanto e inúmeros questionamentos.
Figura 4: Matéria do Jornal da Medicina, da Faculdade de Medicina/UFMG, sobre o início do curso de Fonoaudiologia
Nos primeiros períodos, nem os alunos do curso entendiam bem a profissão. Isso, sem falar nos professores de outras áreas, que explicitavam suas dificuldades de adaptar os conteúdos básicos para a Fonoaudiologia. Citologia e histologia, genética, embriologia, anatomia humana, patologia, neuroanatomia,... Como enxergar a fonoaudiologia no universo das ciências biológicas? Não foi tarefa fácil. Mas as dificuldades impulsionaram os alunos a buscar mais e mais sobre a profissão escolhida. Nos trabalhos apresentados em cada disciplina, a Fonoaudiologia saltava aos olhos e começava a mostrar sua cara.
10
Os períodos subsequentes, ou melhor, a maior parte do curso passou a ser no Campus Saúde. Assim os alunos da Fonoaudiologia tinham que reafirmar diariamente: “Não somos estudantes de Medicina; somos futuros fonoaudiólogos”. Apesar de serem apenas 25 alunos por turma, eles faziam barulho e mostravam que não estavam ali por acaso. No quarto período, os alunos organizaram o “I Fono em Foco”- evento de divulgação da atuação fonoaudiológica organizado pelos discentes (Figura 5) e aberto ao público. O objetivo era mostrar aos funcionários e a alunos da Faculdade de Medicina, a pais, amigos, familiares e demais profissionais que a fonoaudiologia é uma profissão de excelência e que sua atuação extrapola o tratamento dos problemas da fala e da audição. O evento contou com a presença de mais de cem pessoas (Figuras 6 e 7). O evento foi um sucesso e se tornou uma tradição do curso de Fonoaudiologia da UFMG.
Figura 5: Alunas organizadoras do I Fono em Foco, Faculdade de Medicina da UFMG, em 2001. Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Carolina, Camila, Michelle, Marlen, Andreza, Juliana Garcia e Doriana
Figuras 6 e 7: Participantes do I Fono em Foco, evento organizado pelos alunos da primeira turma do curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG em 2001
“Foi um grande desafio organizar o I Fono em Foco. Mas a resposta nos surpreendeu positivamente. Na preparação, fizemos muitos contatos e foi fundamental o apoio da Lúcia Pinheiro, secretária do curso, do Marcos da Assessoria de Comunicação (ACS) e dos professores. No dia houve muita tensão ao falar sobre a atuação fonoaudiológica na paralisia facial para um auditório lotado de familiares, autoridades e alunos. Enfim, passou... E o sentimento de realização e a alegria tomaram conta. Foi maravilhoso apresentar um pouquinho da fonoaudiologia a tantas pessoas.” Juliana Nunes Santos - Aluna da primeira turma
11
O quinto período chegou. As primeiras aulas práticas aconteceram no setor de audiologia do Hospital São Geraldo. O espaço físico era compartilhado por funcionários do hospital, professores e alunos do curso. Eram necessárias logísticas adequadas e a compreensão de todos. Pela primeira vez, os alunos eram “terapeutas” e recebiam “pacientes” para avaliação. Os estudos e os investimentos em tantas disciplinas começavam a fazer sentido para os que se preparavam para se tornar fonoaudiólogos. Mas as alegrias das conquistas não tiravam o ímpeto dos guerreiros e questionadores alunos das primeiras turmas, que saíam do colegiado fazendo suas reclamações e petições. Na época, Lúcia Pinheiro adotou os alunos e os recebia em sua sala todos os dias. Lúcia recebia os alunos para acalmálos das suas angústias e incentivá-los na busca por melhores condições. Mas não era somente ela quem sonhava com o curso. Os coordenadores Celso Gonçalves Becker e Ana Cristina Côrtes Gama e os professores fonoaudiólogos - dos quais, a maioria era composta por substitutos - também vestiam a camisa e batalhavam para que o curso de Fonoaudiologia acontecesse. O I Ciclo de Extensão em Fonoaudiologia (Cefono) também merece destaque na história do curso. Organizado pelos alunos das duas primeiras turmas, o evento foi aberto ao público e trouxe centenas de alunos e profissionais para a Faculdade de Medicina. Todos estavam ali para ouvir e aprender com os professores da UFMG. Os professores ministraram gratuitamente minicursos com oito horas de duração. Os minicursos abordavam temáticas inovadoras da Fonoaudiologia. A princípio, o evento visava à arrecadação de fundos para as comissões de formatura dos alunos. Mas o sucesso superou as expectativas e contribuiu, de forma significativa, para a divulgação do curso de Fonoaudiologia da UFMG. “Nós, alunos da primeira turma de Fonoaudiologia da UFMG, os nossos maravilhosos professores e o coordenador do curso, Celso Becker, sempre batalhamos para a melhoria e o crescimento do curso. Buscávamos um curso de qualidade para que pudéssemos atuar como profissionais competentes e éticos. Um dos eventos marcantes que ocorreram no sétimo período foi o I Cefono. O evento aconteceu entre os dias 24 e 27 de abril de 2003. Foram oferecidos sete cursos dirigidos a profissionais, estudantes de Fonoaudiologia e a outros interessados. O evento contou com a presença de 191 ouvintes. Foram abordados temas importantíssimos, como voz, reabilitação vestibular e linguagem. Participei do curso “Consciência Fonológica: Aplicação na terapia de fala, leitura e escrita”, que foi coordenado pela professora Andréa Motta. O curso aprimorou mais os meus conhecimentos na área que mais gosto e na qual mais atuo. Esse evento marcou o começo de uma série de cursos de aprimoramento e atualização, que enriquecem e contribuem para o crescimento do curso de Fonoaudiologia da UFMG, do qual me orgulho muito de ter feito.” Brígida Maris Franco Barbosa - Aluna da primeira turma Sem dúvida, a inauguração do Ambulatório de Fonoaudiologia representou uma grande conquista para o curso de Fonoaudiologia. Isso foi motivo de orgulho para discentes, docentes e gestores. O ambulatório tem 11 salas de atendimento, sendo seis delas equipadas com visor e sistema de rádio, sala de supervisão, sala de espera para pacientes e uma infraestrutura de última geração.
12
“Já estávamos quase iniciando o período do tão sonhado estágio clínico, e a clínica não estava finalizada. Lembro que íamos visitar cada etapa da obra e deixávamos os professores Ana Cristina e Celso inquietos. Ser da primeira turma gerava a dúvida: será que vai dar tempo? E deu. A inauguração do Ambulatório de Fonoaudiologia trouxe para mim a certeza de completar a minha formação com excelência. A princípio, a cozinha era um espaço vazio. E os recursos terapêuticos, que não eram muitos, onde ficariam? Depois de muita organização, o material foi deixado na secretaria para que pudéssemos pegá-lo antes de cada atendimento. Depois esse material foi distribuído nos consultórios. Nesse processo, contamos com a ajuda do secretário Sérgio. Pela generosidade e atenção, ele foi o funcionário homenageado na nossa formatura. Foi no ambulatório que eu me direcionei para o ensino. Atuei como monitora no I Programa de Iniciação à Docência do curso, sendo supervisionada pelas professoras Andréa e Laélia. Como voluntária, ajudei na ampliação dos serviços de Triagem Auditiva Neonatal Universal (Tanu) e no atendimento da UTI Neonatal do HC após a minha formatura. Nesse ambulatório, eu aprendi a gostar do ato de aprender ensinando. Hoje, eu sou professora do curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).” Andréa Alves Maia - Aluna da primeira turma
Figura 8: Alunos da primeira turma de Fonoaudiologia em dia de atendimento no Ambulatório do Hospital São Geraldo, em 2003
Os períodos finais do curso eram cada vez mais difíceis, embora fossem mais prazerosos, devido à proximidade com a profissão escolhida e sonhada. Mas a responsabilidade do atendimento era incalculável em todas as áreas. Um dos maiores desafios do pioneirismo é fazer acontecer sem ter um referencial. E as primeiras turmas se dedicavam com garra e entusiasmo. O apoio da professora fonoaudióloga Ana Cristina Côrtes Gama, presente desde a criação do projeto, e das professoras Amélia Augusta de Lima Friche, Ana Cristina de Oliveira Mares Guia, Andréa Rodrigues Motta, Cláudia Teixeira Gonçalves, Cynthya Almeida Coradi, Daniela Tavares de Freitas, Érica de Araújo Brandão Couto, Laélia Cristina Caseiro Vicente, Letícia Caldas, Letícia Pimenta Costa, Luciana Macedo de Rezende e Patrícia Cotta Mancini tornou possível a formação da primeira turma do curso de Fonoaudiologia da UFMG.
13
Figura 9: Alunos da primeira turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 13 de fevereiro de 2004
O somatório de múltiplos esforços foi reconhecido no final de 2003. Os alunos do curso de Fonoaudiologia da UFMG obtiveram a maior média nacional e a maior nota individual na avaliação das condições de ensino do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) do Ministério da Educação. Os alunos pioneiros estavam determinados a mostrar a Fonoaudiologia para o mundo. Com o apoio dos docentes, os alunos organizavam eventos e divulgavam as áreas de atuação do fonoaudiólogo. “No sétimo período surgiu a ideia de organizar o I Simpósio de Atualização em Audiologia da UFMG. A sugestão veio durante um estudo de caso na disciplina Audiologia II, com a professora Luciana Macedo. A proposta era desafiadora. Queríamos criar um evento que discutisse temas da área de Audiologia envolvendo estudantes, fonoaudiólogos, otorrinolaringologistas e que ocorresse de forma periódica na Universidade. Foi nesse período que a comissão de formatura da segunda turma assumiu a organização. Foram quase 200 inscrições durante dois dias de apresentações e discussões de casos clínicos. O sucesso do evento foi consolidado nas outras quatro edições, realizadas pela professora Luciana Macedo. E, para mim, foi uma experiência indescritível fazer parte da comissão organizadora do I Simpósio, realizado em 2003, e participar como palestrante do IV Simpósio, realizado em 2010.” Letícia Penna - Aluna da segunda turma
14
Figura 10: Alunos da segunda turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 6 de agosto de 2004, e no Ambulatório de Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas
15
“Fazer parte da história do curso de Fonoaudiologia da UFMG é um privilégio. Tenho muito orgulho da minha formação. Acompanhei a dedicação e o empenho dos professores e dos funcionários para fazerem um curso completo e de qualidade. Senti, e ainda sinto, não só o peso do nome UFMG, como o da excelência do curso no qual me graduei. Esse orgulho é fundado na percepção que tive de uma formação abrangente que me preparou para ajudar meus pacientes e para atuar com ética e contribuir com minha profissão na produção de conhecimento científico de qualidade. Durante o curso, tivemos apoio total dos professores e da Lúcia para desenvolver nossas ideias. Foi com a ajuda deles que organizamos o ciclo de palestras “Fono em Foco”, o curso de atualização “Fono Atual”, dentre outros eventos. Após a formatura, decidi me especializar na área de voz em São Paulo. Sei que, para conseguir a tão sonhada vaga de bolsista, o fato de ter o nome UFMG no meu currículo, de ter contado com professores altamente qualificados durante a graduação e de ter promovido cursos extracurriculares com a ajuda de colegas e professores fez toda a diferença. Atualmente administro uma clínica própria. O conhecimento adquirido durante os quatro anos de faculdade me deram base e segurança para desenvolver um trabalho muito gratificante, que melhora a qualidade de vida das pessoas.” Ana Cláudia Guerrieri - Aluna da segunda turma
Figura 11: Alunas da terceira turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 14 de janeiro de 2005
16
“A terceira turma de Fonoaudiologia da UFMG teve muitos momentos memoráveis. Vivemos experiências singulares e emoções, muitas vezes, indescritíveis. O sentimento de fazer parte de algo novo (afinal, o curso estava apenas começando) trouxe, por muitas vezes, sentimentos ambíguos, como a vontade de lutar por algo melhor e de saborear pequenas conquistas; o orgulho de fazer parte da história e, claro, as frustrações e os medos gerados pelos tropeços. Um momento marcante foi quando a turma se uniu, sob a coordenação da paraninfa, professora Érica Couto, para organizar o I Simpósio de Fonoaudiologia no Hospital da UFMG. Vivemos todos os momentos de uma organização de evento, desde a busca por patrocínio até o preparo do coffee break. Aprendemos, com acertos e erros, a arte de nos unir para superar pequenos problemas. E, pelo que ficou parecendo, gostamos. Afinal, pouco tempo depois, organizamos com a professora Cynthya Coradi o III Fono em Foco - ciclo de palestras sobre trabalhos desenvolvidos pelos alunos. Foram anos de muito aprendizado. E sempre que me perguntam onde e quando me graduei, penso (modéstia à parte) e digo com orgulho: “na terceira turma de Fonoaudiologia da UFMG!” Letícia Corrêa Celeste - Aluna da terceira turma
A interdisciplinaridade foi construída com o curso sendo beneficiado por professores de excelência em todas as áreas do conhecimento. Foi o caso dos professores Denise Utsch Gonçalves e Celso Gonçalves Becker (otorrinolaringologia); os professores César Reis, José Olímpio, Rui RotherNeves e Thaís Cristófaro Alves da Silva (linguística e fonética); os professores Humberto Corrêa da Silva Filho, Humberto José Alves, Marco Antônio Peliky Fontes, Antônio Francisco de Souza, Karin Bottger, Andréa Nascimento, Leonor Guerra e Andréa Siqueira Haibara (ciências biológicas); os professores Maurílio Nunes Vieira e Carlos Heitor D’Ávila Fonseca (física acústica); as professoras Mirela e Therezinha Vieira (psicologia); os professores Regina Amorim, Paulo Caramelli e Rogério Beato (neurologia); a professora Marcela Assis (terapia ocupacional); os professores Henrique Pretti, Patrícia Zarzar e Júnia Maria Cheib Serra-Negra (odontologia) e o professor Paulo Miranda (medicina preventiva e social), além de tantos professores que foram e continuam sendo importantes na trajetória do curso.
“Sempre gostei de participar de projetos de extensão e de iniciação científica. Quando eu estava no sétimo período, houve um processo de seleção aberto pela professora Andréa Rodrigues Motta. O processo era inovador. Um estudante de graduação em Fonoaudiologia passaria a fazer parte do Grupo de Biomecânica da UFMG. Fui a primeira aluna a representar a Fonoaudiologia da UFMG nessa nova área de conhecimento. Com o grupo, desenvolvi minha monografia e segui até me formar mestre e doutora em Engenharia Mecânica. Nessa área de atuação, tive a oportunidade de unir os meus conhecimentos fonoaudiológicos ao mundo da inovação tecnológica. Após meu ingresso, novos processos seletivos foram abertos, e a Fonoaudiologia passou a ocupar uma cadeira importante no grupo.” Tatiana Vargas de Castro Perilo - Aluna da quarta turma
17
A história só estava começando... A primeira turma se formou em 13 de fevereiro de 2004, e o curso de Fonoaudiologia da UFMG não parou de crescer. No mesmo ano, os alunos organizaram a I Jornada Acadêmica de Fonoaudiologia da UFMG. O evento ocorreu no período de 16 a 18 de junho. “Sempre gostei muito das disciplinas da área da saúde. E a minha paixão por crianças fez com que eu escolhesse a Fonoaudiologia como profissão, mesmo sem saber que se tratava de uma ciência tão ampla e com múltiplas possibilidades. Quando iniciei o ciclo profissional, por volta do quinto período, tive a certeza de que havia escolhido a profissão certa. Um fato marcante no meu percurso acadêmico foi a participação na organização da I Jornada Acadêmica do curso de Fonoaudiologia da UFMG. Buscamos a atualização em nossas áreas de atuação e uma forma de incentivar a pesquisa entre os discentes. Na ocasião, a pesquisa desenvolvida pela então graduanda e atual professora Tatiana Vargas de Castro Perilo foi premiada como o melhor trabalho na categoria Banner.” Camila Dantas Martins - Aluna da quarta turma
Figura 12: Alunos da quarta turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 20 de julho de 2005
18
Foi um ano de conquistas para o curso, que ganhou quatro professores-assistentes de uma vez: Érika Maria Parlato de Oliveira, na área de linguagem; Letícia Caldas, na de voz; Stela Maris Aguiar Lemos, na Fonoaudiologia Geral e Sirley Alves de Carvalho, na Audiologia. Essas inclusões representaram experiências somadas para o crescimento de um curso inovador e transformador. “Primeiro me encantei com a possibilidade de viver tantas disciplinas na mesma graduação. Foi um misto da precisão das exatas, do biológico do corpo e da sensibilidade das ciências humanas e sociais. Mas a experiência mais marcante foi a descoberta da atenção à saúde da população com abordagens coletivas. Atribuo a escolha desse caminho em minha carreira à chegada marcante da professora Stela Maris ao corpo docente. Enfim, descobri que o atendimento em grupo e o trabalho com profissionais experientes na saúde coletiva poderiam tornar a atuação fonoaudiológica mais importante do ponto de vista do sistema de saúde brasileiro e, principalmente, do ponto de vista social.” Fernanda Jorge Maciel - Aluna da quinta turma
Figura 13: Alunos da quinta turma do curso de Fonoaudiologia da UFMG
Em 2005, o curso de Fonoaudiologia da UFMG superou as expectativas mais uma vez. A aluna Laize Ferraz Dias Barcelos conquistou o primeiro lugar geral na avaliação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) pelo Inep/MEC. ”Sinto-me honrada por fazer parte da primeira turma do curso de Fonoaudiologia da UFMG. Além das amizades duradouras, eu tive uma trajetória acadêmica completamente inovadora, interdisciplinar, com grande flexibilidade curricular e permeada de atividades extracurriculares, como projetos de iniciação científica e de extensão comunitária. Essas experiências contribuíram imensamente para a minha formação profissional e me proporcionaram a conquista do primeiro lugar geral no Enade 2005 e a obtenção do título de Doutorado em Audiologia no exterior.” Laize Ferraz Dias Barcelos - Aluna da primeira turma
19
Em maio de 2006, os discentes organizaram o I Simpósio de Fonoaudiologia e Saúde Coletiva da UFMG. No evento, os participantes enfatizaram as possibilidades de atuação estudantil na saúde coletiva, entre outros temas. Além disso, a Fonoaudiologia apostou nos eventos e promoveu o I Curso de Atualização em Avaliação e Reabilitação Vestibular da UFMG, o I Simpósio de Fonoaudiologia Neonatal e Pediátrica e o I Seminário de Linguagem e Literatura Infantil. “Lembro-me, como se fosse ontem, quando eu, Vlad, Kléber e Samanta, encantados com o Projeto de Extensão Frutos do Morro, fomos buscar um professor de Fonoaudiologia para nos orientar (era uma das condições para entrarmos no projeto). A professora Stela Maris, que acabava de chegar ao curso, aceitou prontamente. Essa convivência rendeu longas histórias, vivências, trabalhos acadêmicos e oportunidades aos diferentes acadêmicos que passaram pelo projeto ao longo de quase cinco anos. Além disso, sem dúvida, eles deixaram sementes que germinam sempre na nossa prática pessoal e profissional. Deixo aqui meu carinho, meu respeito e minha amizade a todos os “FonoFrutos”. Lilian Nobre de Moura - Aluna da sexta turma
Figura 14: Alunas da sexta turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 21 de julho de 2006, e na festa de confraternização
20
“É impressionante como o tempo passa rápido. Já se vão sete anos de formada! Lembro-me do primeiro dia de aula... Quantas expectativas! Lembro ter pensado que, na verdade, não tinha a mínima noção de como era vasta a atuação fonoaudiológica. No ciclo básico, o horário era tão apertado que quase tínhamos que estar em dois lugares ao mesmo tempo. Ufa! Mas eram tempos bons: risos com as amigas nas esteirinhas, Icex, ICB, Letras, Música e contatos com tantas pessoas, que só hoje percebo como foi importante para a minha jornada. Enfim, Faculdade de Medicina... Aí, sim, “nossa casa”! Uma faculdade acolhedora que nos fazia sentir em casa. Isso me faz lembrar a sala da Lúcia! Ah se aquele sofá falasse... Era um lugar pra rir, receber conselhos, chorar “pitangas” e para ficar até a cólica passar. Ela, sempre com aquela voz marcante, era como uma mãe para cada uma de nós. Muitas saudades! A turma era um caso à parte: cada uma com seu jeito e suas características. Eram amizades que queríamos levar para a vida toda. Os funcionários da clínica eram ótimos! Entretanto, nenhuma lembrança da faculdade me traz mais orgulho do que a dos queridos professores. Nas aulas, via tanta paixão neles, que fazia me apaixonar e ter a convicção de que essa seria a minha profissão para a vida toda. Eram empolgantes a dedicação, a seriedade e o amor com que eles nos ensinavam. Sinto-me muito honrada de ter exemplos tão fortes de competência, profissionalismo e compaixão. Certamente foram aprendizados inestimáveis que transmito aos meus pacientes. Só tenho que agradecer porque a Fonoaudiologia mudou a minha vida. Parabéns ao curso de Fonoaudiologia da UFMG! Estou feliz por fazer parte dessa linda história! Que venham mais 15 anos de muitas conquistas e vitórias!” Cynthia Priscila Ferreira – Aluna da sexta turma “Em 2006, a realização do I Simpósio de Fonoaudiologia e Saúde Coletiva da UFMG representou uma importante iniciativa para inserir o curso de Fonoaudiologia no grande debate da saúde pública. Para nós, estudantes envolvidos com o movimento estudantil, foi uma bela oportunidade para partilhar com nossos pares, em uma discussão mais ampla, as questões que nos inquietavam e ainda nos inquietam como profissionais. Discutir temas, como a política de saúde, a formação em saúde e em Fonoaudiologia (em uma indissociável relação entre a política e a clínica), as implicações para a prática fonoaudiológica nos vários espaços de trabalho desse profissional e o incentivo à produção científica nessa área (fonoaudiologia e saúde coletiva) inspirou muitos estudantes em suas escolhas profissionais a trabalhar com amor e afinco no SUS. Temos colegas com variadas inserções no SUS, seja na assistência, na gestão, no ensino, seja no controle social. Digo com orgulho, pois, em larga medida, isso representa o nosso desejo de participar desse amplo movimento em favor da saúde pública universal e de qualidade. Passados alguns anos de realização do I Simpósio de Fonoaudiologia e Saúde Coletiva da UFMG, esperamos ansiosos pelos próximos... Até lá!” Kléber Rangel Silva - Aluno da quinta turma
21
Figura 15: Alunos da sétima turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 10 de janeiro de 2007
“Como representante da sétima turma de Fonoaudiologia da UFMG, posso dizer que tivemos grandes oportunidades e experiências durante a graduação. Foram momentos que muito enriqueceram nossa formação. Para isso, sempre houve muita dedicação por parte dos professores e dos coordenadores do curso que tem se destacado entre os cursos de Fonoaudiologia do Brasil. A sétima turma de Fonoaudiologia da UFMG foi responsável pela criação e organização de um importante evento - o I Simpósio de Fonoaudiologia Neonatal e Pediátrica - voltado para profissionais e alunos de Fonoaudiologia. O evento ocorreu nos dias 15 e 16 de setembro de 2006. O simpósio contou com importantes palestrantes da área e foi um grande aprendizado para nós, organizadores. Tenho certeza de que os alunos de Fonoaudiologia da UFMG sempre tiveram e terão grandes oportunidades de aprendizado nos projetos desenvolvidos pelos professores e por alunos. Isso enriquece muito suas histórias acadêmicas e os impulsiona para uma brilhante carreira.” Alessandra Terra Vasconcelos Rabelo - Aluna da sétima turma
22
Figura 16: Alunos da oitava turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 27 de julho de 2007
“Fui aluno da oitava turma de Fonoaudiologia da UFMG. Após meu primeiro vestibular, ingressei com muitas incertezas e poucas informações sobre a atuação fonoaudiológica. Realizei fonoterapia de voz quando era criança e, por esse motivo, escolhi o curso. Para minha grata surpresa, lembrei que a professora Letícia Caldas tinha sido a minha terapeuta e a fonte inspiradora para eu optar pela fonoaudiologia. Enfim, no terceiro período, durante as primeiras aulas de Audiologia I, fiquei fascinado com a empolgante e inspirada professora Patrícia Mancini. Logo decidi: quero trabalhar com audiologia. Nunca me esqueci da primeira vez em que visualizei um nistagmo horizontal evocado por movimentos giratórios sobre o próprio eixo em uma colega de turma, durante a aula. Um acontecimento relevante foi o I Curso de Atualização em Avaliação e Reabilitação Vestibular da UFMG, realizado nos dias 9 e 10 de junho de 2006. O evento ocorreu no sexto período da oitava turma e foi organizado pelos alunos da graduação e pelos professores. O curso contou com a participação dos profissionais de referência sobre o tema e permitiu construções importantes com consequentes mudanças sobre a nossa atuação. Sou feliz e grato por cada aprendizado propiciado pelo competente corpo docente da UFMG, que contribuiu muito para que eu pudesse viver da Fonoaudiologia. Tenho certeza de que fiz a escolha certa.” Tiago Ferreira Martins – Aluno da oitava turma Em 28 de outubro de 2006, foi realizado o I Simpósio de Voz da UFMG. O evento contou com a participação de vários profissionais de diversas instituições de ensino e foi promovido pela nona turma de Fonoaudiologia da UFMG.
23
“Eu me formei na nona turma de Fonoaudiologia da UFMG. As aulas iniciaram no primeiro semestre de 2004 com 25 alunos. Todos foram acolhidos pelos professores e veteranos com muita gentileza. No terceiro período do curso, já foram iniciadas as estratégias para arrecadação de fundos para a formatura. Mantendo a tradição, vendemos canetas, blocos, cartões de natal e docinhos. Os docinhos eram os mais rentáveis, pois éramos os maiores consumidores. Porém, as arrecadações estavam pequenas diante dos sonhos de um belo baile de formatura. E assim, durante uma conversa sobre as alternativas para aumentar a receita, surgiu a ideia da realização de um evento científico. Em conversas de corredor, a professora Ana Cristina Côrtes Gama sugeriu a elaboração do I Simpósio de Voz da UFMG. Parceria firmada, ela entrou como coordenadora do evento, e a nona turma, como responsável pela organização. Dividimos a turma em comissões, dentre elas, divulgação, patrocínio, inscrição e contato com palestrantes. Após três meses de muito trabalho e dedicação, o evento foi realizado no dia 28 de outubro de 2006. Foram vários convidados, dentre eles, fonoaudiólogos e médicos especialistas, que abordaram temas relevantes e atualizações da área. O simpósio foi um sucesso. Participantes e palestrantes teceram belos elogios ao evento. Acima de tudo, ficou a experiência, a oportunidade de aprendizagem da gestão de um evento e a preciosidade do conteúdo exposto ao longo do dia. Depois do I Simpósio de Voz da UFMG, fizemos outros eventos menores. Além disso, vendemos mais docinhos e mais brindes. Ao longo dos períodos, alguns alunos mudaram suas escolhas, mas outros foram incorporados à turma. Em uma noite chuvosa de janeiro de 2008, concluímos mais um ciclo de nossas vidas com um belo baile de formatura de 27 fonoaudiólogas.” Iara Barreto Bassi – Aluna da nona turma
Figura 17: Alunas da nona turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 25 de janeiro de 2008, e na festa de confraternização
Em 16 de novembro de 2006, a Faculdade de Medicina criou o Departamento de Fonoaudiologia, que se desmembrou do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia. As fonoaudiólogas Profa. Ana Cristina Côrtes Gama e Profa. Andréa Rodrigues Motta foram respectivamente as primeiras chefe e subchefe do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG. Mais uma vez, elas assumiram os desafios do ineditismo. O curso crescia em qualidade de ensino e assistência e em quantidade de projetos, pesquisas e extensão.
24
“O curso de Fonoaudiologia me proporcionou várias atividades extracurriculares que enriqueceram e possibilitaram a minha formação. Dentre elas, destaco o Ambulatório da Criança de Risco (Acriar), pois pude conhecer, na prática, o desenvolvimento da linguagem infantil. Além disso, pude participar do trabalho de uma equipe multidisciplinar no convívio com as crianças e seus familiares. Essa experiência foi fundamental para a minha participação no Projeto Criança de Ferro. Esse projeto foi de especial importância para mim, pois era o diferencial para que eu concluísse minha graduação. Essas atividades foram valiosas para que eu vivenciasse a importância da Fonoaudiologia para a sociedade.” Janaína Berto da Silva – Aluna da nona turma Em agosto de 2008, o curso de Fonoaudiologia promoveu um simpósio sobre equilíbrio de idosos. O evento foi realizado com o Hospital das Clínicas e o setor de Otoneurologia do Hospital São Geraldo. A 12ª turma do curso de Fonoaudiologia da UFMG promoveu também o I Simpósio de Motricidade Orofacial da Faculdade de Medicina da UFMG e o II Seminário de Linguagem e Literatura Infantil. Além disso, o curso foi classificado com quatro estrelas (equivalente a “muito bom”) pelo Guia do Estudante da Editora Abril. A editora publica o tradicional ranking das Melhores Universidades do Brasil. A revista propõe orientar os futuros estudantes universitários sobre a qualidade dos cursos do país. Os critérios adotados são bastante adequados às exigências que se fazem do ensino, segundo a professora e coordenadora do curso de Fonoaudiologia na época Ana Cristina Côrtes Gama. Mesmo com a notória qualidade do curso da UFMG, os alunos têm perspectivas e trajetórias diferentes e, portanto, necessidades e expectativas diferenciadas. “Durante a graduação em Fonoaudiologia na UFMG, passei grande parte da minha trajetória tentando me encontrar no curso. Mesmo tendo cursado inúmeras disciplinas teóricas e práticas, especialmente voltadas para a reabilitação dos transtornos da comunicação humana, senti que faltava algo. E hoje percebo a necessidade de um enfoque mais preventivo na saúde do trabalho no currículo do curso de Fonoaudiologia da UFMG. Sou uma pessoa muito prática. Em tudo que faço, necessito de resultados rápidos. Essa agilidade era algo que não era vislumbrado nas terapias de linguagem ou motricidade orofacial. No último período, assisti a uma palestra do fonoaudiólogo Odilon Saldanha sobre o Programa de Conservação Auditiva como uma forma de atuação na Audiologia Ocupacional. De certa forma, o que vi e ouvi mudou a minha ótica sobre a profissão e as minhas perspectivas. Então eu corri atrás de um estágio na área. Hoje eu trabalho em uma empresa da minha cidade natal e numa clínica de Medicina do Trabalho.” Luís Felipe Diógenes Cunha Menezes - Aluno da décima turma
25
Figura 18: Alunos da décima turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 1º de agosto de 2008
Figura 19: Alunas do curso de Fonoaudiologia na Terceira Olimpíada Universitária da UFMG, em 2008
Em meio a tantos eventos, como projetos de extensão e pesquisas científicas, o ensino no curso de Fonoaudiologia da UFMG sempre foi um ponto forte na formação dos acadêmicos, que se empenham e se dedicam aos estudos. Os estágios motivavam os alunos a buscar mais conhecimento, e o contato com os pacientes os recompensava por tanto esforço.
26
Figura 20: Alunos da 11ª turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 16 de janeiro de 2009, e na festa de confraternização
“Cheia de ilusões, ingressei no curso de Fonoaudiologia da UFMG, em 2005. Percorria o Campus Pampulha, da Letras à Educação Física, em busca do conhecimento de uma ciência tão diversa e desconhecida para muitos. Quando a grandiosidade e a incerteza do ciclo básico deram lugar ao ciclo profissional, a Faculdade de Medicina se tornou quase a minha casa. Percorrer os quatro anos de curso foi único devido às pessoas que passaram no meu caminho. Em silêncio e reflexão, ainda ouço os mestres e lembro os amigos de turma que fizeram comigo essa viagem. O curso de Fonoaudiologia da UFMG me ensinou sobre a comunicação do ser humano e me tornou fonoaudióloga.” Poliane Cristina de Lima Aarão – Aluna da 11ª turma
Figura 21: Alunos da 12ª turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 14 de agosto de 2009, e na missa de ação de graças
27
“Estudar sobre a voz humana sempre foi um grande sonho. Por isso, busquei a Fonoaudiologia. Eu não conhecia a fundo a amplitude dessa ciência e confesso que me surpreendi com a profundidade e a abrangência do curso. Antes de que me desse conta, já havia me apaixonado pelas demais áreas e percebi que uma complementa a outra, em maior ou em menor grau. A possibilidade de vivenciar e colocar em prática o que é visto em sala de aula é imprescindível. E nesse aspecto, o curso de Fonoaudiologia da UFMG certamente sobressai. O preparo e a experiência da equipe de professores e de monitores são indiscutíveis. O reflexo disso é a qualidade dos profissionais que se formam a cada semestre. Agradeço a equipe de professores e colaboradores do curso de Fonoaudiologia da UFMG por me permitir entrar no mercado de trabalho de forma tranquila, além de me oferecer uma visão holística da profissão.” Luiza Lara Marques Santos - Aluna da 12ª turma Em 2009, o curso de Fonoaudiologia se integrou ao Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde (PET-Saúde) da UFMG e da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de Belo Horizonte. A equipe constituiu dez grupos tutoriais que foram distribuídos em sete regionais de saúde do município de Belo Horizonte. O município tem nove regionais de saúde. Era uma experiência inédita para os alunos e os professores do curso de Fonoaudiologia da UFMG. Eles promoveram a produção acadêmica na atenção básica à saúde e fizeram um trabalho multiprofissional e interdisciplinar com ações de promoção da saúde e prevenção de agravos.
Figura 22: Alunas da 13ª turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 22 de janeiro de 2010, e no Ambulatório de Fonoaudiologia
“Fazer parte da 13ª turma do curso de Fonoaudiologia da UFMG foi um grande privilégio. A turma me proporcionou amizades verdadeiras e a oportunidade de convívio com professores que, com dedicação e empenho, me tornaram uma profissional competente. Isso permitiu a minha inserção no mercado de trabalho. Dois eventos marcaram muito a história da nossa turma. Fizemos uma apresentação musical no auditório. Esse evento ocorreu durante o quarto período para a disciplina de Educação Vocal. A turma inteira se mobilizou. Frequentávamos as aulas para os ensaios da apresentação, que foi um grande sucesso! O outro evento foi o I Simpósio de Motricidade Orofacial da Faculdade de Medicina. Nesse evento, a turma participou de todo o processo: planejamento, divulgação e organização. O evento
28
contou com a presença de profissionais e estudantes da UFMG e de outras instituições. Profissionais de referência ministraram várias palestras. Eles abordaram temas, como respirador oral, disfagia, fissura palatina, dentre outros. Participar desses e de tantos outros eventos, cursos e projetos de extensão oferecidos pelo curso de Fonoaudiologia contribuiu muito para o meu crescimento e o aprimoramento profissional. É por isso que me orgulho muito dessa formação.” Rafaella Cristina Oliveira - Aluna da 13ª turma
Figura 23: Alunos da 14ª turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 12 de agosto de 2010
“No sexto, sétimo e oitavo períodos do curso, tive a oportunidade de fazer parte do PET-Saúde. Era um projeto que dava aos estudantes de cursos da área da saúde a oportunidade de serem incluídos no ambiente da atenção básica à saúde com um trabalho multiprofissional e interdisciplinar. Nós, estudantes, e os profissionais inseridos na Unidade Básica de Saúde (UBS) fizemos um projeto de pesquisa. O objetivo do projeto era avaliar as linhas de cuidado integral da saúde da criança. Os estudantes de Fonoaudiologia ficaram responsáveis pela avaliação do desenvolvimento da linguagem. Além do projeto de pesquisa, tivemos a oportunidade de trocar experiências com os profissionais da rede básica de saúde e os estudantes de outras áreas da saúde. Tivemos a oportunidade também de vivenciar a rotina e a dinâmica de uma UBS. O PET-Saúde é um projeto que tem muito a acrescentar aos estudantes de Fonoaudiologia e de outras áreas. Esse projeto permite a inserção na atenção básica, a integração do ensino e do trabalho e a vivência multidisciplinar. Fico muito feliz de ter participado desse projeto de extensão. Tenho certeza de que essa vivência acrescentou muito ao meu currículo estudantil e à minha vida profissional.” Lidia Lourenço Cunha Bragança - Aluna da 14ª turma
29
Figura 24: Alunas da 15ª turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 21 de dezembro de 2010
“Quando optei pela Fonoaudiologia, a primeira palavra que vinha à minha cabeça era reabilitação. Mas eu me apaixonei pela Saúde Pública logo nos primeiros períodos do curso. Porém, mesmo participando do PET-Saúde, eu me questionava a todo momento: o que eu poderia fazer em um Posto de Saúde? Qual seria a minha função ali? Não havia muitas respostas evidentes. Mas, aí, a professora Juliana Nunes chegou e passou a ministrar a disciplina de Saúde Pública. E foi ali, em meio a discussões de leis e de artigos, aulas, apresentação de trabalhos e palestras, que o papel da Fonoaudiologia na Saúde Pública ficou tão claro. Como eu não havia percebido isso? Então a Fonoaudiologia surgiu para mim como forma de prevenção de saúde e de promoção de qualidade de vida. E me mostrou ser um campo em constante crescimento e com inúmeras possibilidades de atuação.” Ana Luiza Vilar Rodrigues - Aluna da 15ª turma
Figura 25: Alunos da 16ª turma do curso de Fonoaudiologia da UFMG durante a comemoração do Dia do Amigo na Faculdade de Medicina da UFMG
30
Figura 26: Alunas da 16ª turma de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau, no dia 12 de agosto de 2011
“O fato mais marcante da graduação ocorreu no quinto período. Foi o momento em que iniciávamos nossos primeiros atendimentos no Hospital São Geraldo – HC/UFMG. A sensação foi indescritível! O frio na barriga, o receio, a responsabilidade, a ansiedade,... Com o decorrer do período, a responsabilidade aumentava, assim como a vontade de fazer o melhor possível. E quão prazeroso foi ver que nossos esforços surtiram efeito! Lembro-me das palavras da professora Andréa Motta ao término do semestre. Ela dizia que aquele era o momento de escolhermos o caminho a seguir e de definirmos se realmente era essa profissão que queríamos. Naquele momento, não tivemos dúvida! Não me esqueço do sorriso de agradecimento dos nossos primeiros pacientes ao término daquele semestre. E quantos sorrisos como aqueles vieram depois! Só tenho a agradecer aos mestres do curso de Fonoaudiologia da UFMG que participaram desse percurso e nos ensinaram a ser fonoaudiólogos!” Andrezza Gonzalez Escarce – Aluna da 16ª Turma O curso de Fonoaudiologia da UFMG se politizava e aumentava sua inserção em instâncias de representação e controle social. A atuação do Diretório Acadêmico foi além dos limites da UFMG. O grupo participava de eventos em todo o Brasil, levando a voz dos estudantes mineiros que se preparavam para ser fonoaudiólogos. Em outubro de 2009, o Diretório Acadêmico do Curso de Fonoaudiologia da UFMG (DA-Fono) participou do Conselho Nacional de Entidades Estudantis de Fonoaudiologia (Conefon) em São Paulo capital. “O contato com representantes de diversos diretórios e centros acadêmicos de fonoaudiologia enalteceu o espírito de coletividade e união. Ao longo desse encontro, pude entender as dificuldades em comum que os estudantes enfrentavam. Além disso, pude ampliar minha reflexão sobre outros assuntos, como saúde, política, educação, ciências, movimentos sociais e sobre o quanto a entidade estudantil estava desagregada. Ao retornar à UFMG, partilhei com os meus colegas a significância de lutar por uma formação que agregasse principalmente responsabilidade social, cultural e profissional. E, como não poderia ser diferente, mobilizei alguns estudantes do curso para reascender o DA-Fono com a especial meta de ampliar a articulação entre os estudantes de Fonoaudiologia da UFMG.” Renato Oliveira Alves - Aluno da 17ª turma
31
Figura 27: Alunos da 17ª turma do curso de Fonoaudiologia da UFMG no dia de comemoração pela formatura ao lado dos professores homenageados e na cerimônia de colação de grau, no dia 19 de janeiro de 2012
Em 2010, o curso de Fonoaudiologia ampliou seu quadro de professores adjuntos. O curso recebeu Juliana Nunes Santos e Letícia Pimenta, como professoras de Fonoaudiologia Geral, e Vanessa de Oliveira Martins, como professora de Linguagem. “No oitavo período, eu e minha colega Cibele vivemos uma experiência ímpar ao atender e ter êxito na terapia de uma criança com gagueira, sem boas perspectivas. A terapia mudou completamente a vida dessa criança. Fizemos o atendimento no Ambulatório de gagueira, coordenado pela professora Vanessa Martins. O fato foi motivador e serviu para confirmar a importância da Fonoaudiologia e do curso da UFMG para a sociedade, prestando um serviço gratuito e de muita qualidade. Esse trabalho conta com professores qualificados e competentes. Desde então, o estudo da gagueira tem me impulsionado a ir além. Após a formatura, continuei a minha formação. Na própria UFMG, participei do Grupo de Estudo de Fluência da Fala (Geff), de projetos de extensão em escolas e de eventos relacionados com o Dia Internacional de Atenção à Gagueira (Diag).” Alice Amaral - Aluna da 14ª turma
Figura 28: Alunos da 18ª turma do curso de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau
32
“Enquanto discente do curso de Fonoaudiologia, uma das experiências mais marcantes foi a participação no projeto de extensão “Atendimento fonoaudiológico no leito”, sob a supervisão da professora Laélia Caseiro Vicente. O atendimento a pacientes acamados com disfagia, afasia e outras demandas ligadas à comunicação humana me despertaram para a Fonoaudiologia. Essas experiências causaram grandes mudanças nos meus planos para a vida profissional. Passei a ter a residência multiprofissional e a atuação hospitalar como visão.” Stephanie de Fátima Leandro - Aluna da 18ª turma O curso iniciou as atividades vinculadas ao Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde II (Pró-Saúde II) em 2005. O programa foi criado pelo Ministério da Saúde. O objetivo do Pró-Saúde II era favorecer a integração de ensino e serviço, visando à reorientação da formação profissional. Além disso, visava assegurar uma abordagem integral do processo saúde - doença com ênfase na Atenção Básica, promovendo transformações na prestação de serviços à população. O colegiado do curso propôs a criação de uma disciplina optativa, intitulada “Tópicos em Fonoaudiologia C: Pró-Saúde e Fonoaudiologia”. A disciplina teria 20 vagas para alunos do segundo ao sexto períodos de graduação. O colegiado propôs também a readequação do estágio externo do oitavo período, abrindo dez vagas para os alunos que estavam em fase final de formação. Após negociar e pactuar com a Secretaria Municipal de Saúde, as disciplinas foram iniciadas no segundo semestre de 2010. Essas medidas permitiram aos alunos uma experiência diferenciada de atuação no Sistema Único de Saúde.
Figura 29: Alunas da 19ª turma do curso de Fonoaudiologia da UFMG na cerimônia de colação de grau e na festa de confraternização
“No segundo ano da graduação, tive meu primeiro contato com a Atenção Básica à Saúde por meio de uma disciplina teórica e prática - Fonoaudiologia e Pró-Saúde. Ao iniciar a disciplina, percebi que à frente viria um grande desafio. Até então, havia realizado atendimentos apenas em ambiente hospitalar, mantendo meu foco na doença do paciente. Depois, minha prática seria em uma escola localizada em uma área de grande vulnerabilidade social e altos índices de violência. O objetivo era trabalhar a temática cultura da paz com um grupo de crianças e adolescentes. Mas qual a relação da Fonoaudiologia com a disseminação da cultura da paz? Esse era o nosso grande questionamento, que foi respondido ao construirmos e colocarmos em prática as “Oficinas de linguagem e construção da cultura da paz”. Essa experiência possibilitou a ampliação da minha visão em relação aos pacientes para muito além das patologias apresentadas por eles. Recebemos prêmios da Secretaria Municipal de Educação pela relevância do trabalho de promoção à saúde que nós desenvolvemos.” Josiane Mendes Ferreira, aluna da 19ª turma
33
Figura 30: Alunos do curso de Fonoaudiologia da UFMG e a professora Juliana Nunes em atividade do Programa Pró-Saúde
É importante destacar que os alunos do curso de Fonoaudiologia da UFMG sempre buscaram e batalharam por seus direitos. O Diretório Acadêmico é uma conquista e um espaço dos alunos.
Figura 31: Diretório Acadêmico de Fonoaudiologia - Gestão 2011-2012
34
“A participação no Diretório Acadêmico de Fonoaudiologia da UFMG representou um divisor de águas em minha vida acadêmica e na minha prática cidadã. Além de compreender um pouco da gestão da universidade, pude fazer diversos contatos com acadêmicos de várias áreas do saber e visualizar o cotidiano de cada curso. Houve momentos de confraternização no DA que possibilitaram aos acadêmicos travar amplos debates sobre a conjuntura pessoal, estudantil e profissional vivenciada na fonoaudiologia. Tivemos algumas conquistas na gestão do DA. A principal delas foi o novo espaço físico da sede do diretório construído e arquitetado pelos estudantes, pelos profissionais de arquitetura e pela diretoria da Faculdade de Medicina.” Samantha Pereira, aluna da 20ª turma
Figura 32: Alunas da 20ª turma do curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG na cerimônia de colação de grau e na festa de confraternização.
35
Desde 2010, quando iniciou suas atividades, a Residência Integrada Multiprofissional do Hospital das Clínicas tem o objetivo de integrar a assistência hospitalar e a rede básica de saúde. Essa integração visa fazer diagnósticos do estado de saúde e prescrever medidas preventivas, terapêuticas e de reabilitação. Desde a criação da residência, foram formados sete residentes em Fonoaudiologia e quatro estão em formação. “Eu estava no último período da graduação quando foi criada a Residência Multiprofissional do HC em 2010. Porém, só podiam participar da seleção aqueles que tinham registro profissional. Esse não era o meu caso. Como realmente havia me interessado pelo projeto, guardei a vontade que tinha e segui meu caminho. Eu me formei e fiquei como voluntária por um pequeno período no Complexo do HC. Quando consegui um emprego efetivo, acabei indo embora. Optei por trabalhar, pelo menos durante um ano, para ter a experiência profissional em meu currículo. Aproveitei para fazer uma especialização. Durante esse tempo, o sonho da residência ficou na gaveta esperando o momento certo para voltar à tona. Em 2011 resolvi que seria o ano de tentar a prova. Estava quase perdendo o caráter de recém-formada, que é mais bem pontuado na seleção. Estudei muito, muito mesmo. Eu senti que aquele era o momento certo de realizar o antigo sonho de ser residente e de voltar ao Complexo do HC UFMG para trabalhar e para aprender mais. Pelo esforço do estudo, consegui passar em primeiro lugar nesse ano. E, diga-se de passagem, foi um dos anos mais concorridos para a Fonoaudiologia. Porém, como estudar sempre vale a pena, passei também em um concurso público. Aí, veio a questão da escolha. Como se tratava de um concurso público, eu teria que abandonar a residência. Coloquei isso diante das minhas colegas e tutoras já no primeiro dia: se eu fosse nomeada, eu iria. Eu faria o meu melhor enquanto estivesse na residência, embora acreditasse que não chegaria a concluí-la. O trabalho começou e sempre foi muito intenso! Eram 60 horas semanais cumpridas plenamente. Fazia atendimentos, relatórios, planos terapêuticos, além de tudo que tínhamos que estudar para melhorar nossa prática, como as atividades das disciplinas teóricas e o TCC. O tempo era curto para fazer tudo. E a residência sempre nos exigiu dedicação. O cansaço era grande, mas a sensação de missão cumprida valia a pena a cada dia de trabalho. As amizades foram sendo criadas com os companheiros da Fonoaudiologia e os profissionais das outras áreas envolvidas: Saúde do Idoso e Cardiovascular, além daqueles que já trabalhavam nos cenários de prática. Aprendi com eles que ser ‘múlti’ é mais do que trabalhar junto. Passei por estágios no Hospital São Vicente e no Instituto Jenny de Andrade Faria, ambos do Complexo HC. Passei pelo Hospital Risoleta Neves e pela Atenção Primária em Saúde na Regional Venda Nova. Foi uma oportunidade incrível poder atuar como fonoaudióloga em cada um dos níveis de atenção à saúde. Isso foi possível graças à residência. Em cada lugar e com cada um dos pacientes atendidos, pude reafirmar, em minha cabeça e no meu coração, que trabalhar na área da saúde exige técnica, amor e entrega ao que se faz. Ao longo desses dois anos, a residência foi mais do que um trabalho: foi um porto seguro que me manteve focada e firme em meus ideais profissionais. Ao contrário das minhas apostas e das de muitos outros, o tempo passou, e o concurso ainda não me nomeou. Agora estou a um mês de concluir a residência. Etapa vencida, e sonho finalmente realizado! Coração alegre e grato àqueles que fizeram parte dessa etapa da minha formação profissional e pessoal. E agora, relembrando todo esse caminho percorrido, sei que era exatamente para tudo acontecer como aconteceu. E sei que todo o esforço valeu muito a pena!” Marina Garcia de Souza Borges, aluna da 13ª turma
36
Figura 33: Alunos da Residência Integrada Multiprofissional do Hospital das Clínicas, da área fonoaudiológica
Em 2011, outra boa notícia: o curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG ficou em terceiro lugar no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). O curso estava entre os 327 da área avaliados pelo MEC. Além disso, o curso obteve nota máxima na avaliação. Em 2012, após muito trabalho, pesquisas e projetos de extensão, veio o reconhecimento. O curso de Fonoaudiologia da UFMG foi coroado com oito prêmios no 20º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia. Esse número equivale a 25% das premiações do evento. Um dos trabalhos premiados foi o “Portfólio de uma aprendizagem direta em Fonoaudiologia”. O trabalho foi desenvolvido pela aluna Thalita Evaristo Couto, sob a orientação das professoras Letícia Caldas Teixeira e Stela Maris Aguiar Lemos.
Figura 34: Professora Letícia Caldas Teixeira e a aluna Thalita Evaristo Couto no 20º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, Brasília – DF
37
“A experiência de passar pelo meu primeiro congresso nacional com a chance de levar um trabalho para concorrer ao prêmio foi muito motivadora para uma aluna do quinto período. Naquele momento, os estágios não haviam começado. A expectativa do congresso e de suas possibilidades era enorme. O trabalho apresentado começou a ser elaborado no terceiro período, e sua abordagem estava focada nas possibilidades de movimentação de alunos ingressantes na faculdade. A menção honrosa veio trazer um incentivo a mais para os colegas e dizer que é possível pôr a “mão na massa” desde o início do curso.” Thalita Evaristo Couto – Aluna da 22ª turma Em setembro de 2012, aconteceu o primeiro concurso para professor titular do Departamento de Fonoaudiologia, evidenciando o crescimento do curso.
Figura 35: Professora Ana Cristina Côrtes Gama durante concurso em 2012
Figura 36: Banca examinadora do concurso para professor titular em 2012
O Mestrado Acadêmico em Ciências Fonoaudiológicas foi aprovado pela Capes em dezembro de 2012. O Mestrado Acadêmico era constituído por 11 docentes permanentes que participam ativamente das atividades de ensino e orientações. O corpo era formado por seis fonoaudiólogos, três pediatras e dois otorrinolaringologistas. A composição do corpo docente levou em consideração a expertise no campo fonoaudiológico ou em áreas estruturantes da Fonoaudiologia, a qualificação profissional e acadêmica e a produção científica na área. O curso de Mestrado em Ciências Fonoaudiológicas tem compromisso com a formação, a inovação técnico-científica, a construção de evidências científicas e a produção de conhecimento na área da saúde. A primeira turma iniciou o curso em fevereiro de 2013 e contou com 18 alunos. A segunda turma entrou em fevereiro de 2014, com 15 alunos.
38
Figura 37: Alunas da primeira turma do Mestrado Acadêmico em Ciências Fonoaudiológicas, em 2013
Figura 38: Alunas da segunda turma do Mestrado Acadêmico em Ciências Fonoaudiológicas, em 2014
“Quando me inscrevi para o curso de Fonoaudiologia, meu interesse e o conhecimento sobre a área de atuação desses profissionais era somente na fonoaudiologia hospitalar. Ao iniciar o curso na UFMG, os professores, com vasta experiência, mostraram como o profissional fonoaudiólogo pode atuar nas áreas de voz, audiologia, motricidade orofacial, disfagia, linguagem infantil e adulta e saúde pública. Eles fizeram me apaixonar com cada uma dessas áreas ao proporcionar conhecimento técnico incrível. Ofertados durante a graduação, os programas de extensão, monitoria e iniciação científica despertaram em mim o interesse pela pesquisa científica e pela docência. Então optei por dar continuidade à minha formação no Mestrado Acadêmico em Ciências Fonoaudiológicas da UFMG. A excelência da instituição e do corpo docente do programa me levaram a fazer essa escolha. Eu ingressei na primeira turma e estou, mais uma vez, muito surpresa e satisfeita com os profissionais. Eles são extremamente capacitados, habilidosos e estão sempre disponíveis e envolvidos com o programa.” Lorena de Almeida Ramos – 14ª turma de Fonoaudiologia UFMG
39
Em 2013, a professora Adriane de Medeiros iniciou suas atividades na Universidade. Ela foi aprovada no concurso de professor adjunto.
Figura 39: Alunas da 21ª turma do curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG
“Sou aluna da 21ª turma de Fonoaudiologia da UFMG. Em 2013, podemos destacar a admissão de mais uma docente para o quadro permanente de professores. Essa admissão está dentre as muitas conquistas realizadas, tanto pelo departamento quanto pelo colegiado. Além de demonstrar o crescimento e o reconhecimento da Fonoaudiologia na Universidade, a aquisição contribui para a melhor formação dos acadêmicos nas áreas de Voz e Motricidade orofacial. As aulas teóricas e práticas proporcionam mais experiência, que é somada e partilhada com os alunos.” Ainoã Athaide Macedo - Aluna da 21ª turma Em março de 2013, a Pró-reitoria de Pós-Graduação da UFMG aprovou o curso de Especialização do Departamento de Fonoaudiologia. O curso tem áreas de concentração em Audiologia, Linguagem, Motricidade Orofacial, Saúde Coletiva e Voz. O objetivo do curso é aprofundar, atualizar, incentivar o desenvolvimento de pesquisas e complementar a formação fonoaudiológica nas áreas específicas de Audição, Linguagem, Motricidade Orofacial, Saúde Coletiva e Voz. O curso visa formar um profissional atualizado e qualificado para executar procedimentos de maior complexidade e desenvolver pesquisas na busca da eficácia e da eficiência de suas ações e pronto para atender a uma demanda específica das necessidades sociais. Iniciada em agosto de 2013, a primeira turma foi composta por 17 alunos e conta com professores da Faculdade de Medicina (Fonoaudiologia, Otorrinolaringologia e Clínica Médica), da Faculdade de Letras e da Odontologia. A estrutura curricular do curso é composta por disciplinas teóricas e estágio supervisionado realizado em parceria com o Hospital das Clínicas da UFMG.
40
Figura 40: Alunos do Curso de Especialização iniciado em 2013
“Trabalhe com aquilo que gosta e não terá que trabalhar um dia sequer da sua vida.” “Em 2008 iniciei minha trajetória nessa profissão maravilhosa. Tenho certeza de que foi bem construída, graças à escolha que fiz quando decidi entrar para a UFMG. Nesse momento, iniciei um compromisso que firmo todos os dias em que exerço minha profissão de fonoaudióloga. Nos quatro anos de graduação, eu me envolvi intensamente com as várias possibilidades do curso e fui guiada por mestres e profissionais maravilhosos e competentes. Tive a oportunidade de manter contato com um rico material técnico-científico. E, a cada momento, sentia-me privilegiada por estar naquele lugar e compartilhar momentos de crescimento pessoal e profissional. Quando o final do curso se aproximava, sentia medo. Ao mesmo tempo, vinha a coragem, pois me sentia preparada e segura para atuar na profissão que amo e escolhi. Nesse período, recordava-me dos ensinamentos e das palavras de carinho e incentivo que foram ditas a todo momento durante a graduação. Porém, durante minha trajetória profissional, sentia falta de complementar meus conhecimentos e aprender outras possibilidades de atuação. Então, optei por retornar para esse local de intenso aprendizado e faço parte da primeira turma de Especialização em Fonoaudiologia da UFMG. Logo no retorno, fiz a seguinte pergunta: como consegui me afastar da vida acadêmica? Certos aspectos mudaram em comparação ao início da graduação. De maneira mais clara, consegui associar a prática à teoria pelo fato de recordar conceitos importantes e aprofundar naqueles que me despertavam maior interesse. A Especialização em Fonoaudiologia deixou bem claro o quanto essa profissão é ampla e solidária. A base para a nossa construção profissional é a realização da conexão entre a prática e a teoria presentes ao longo de todo o curso. O amadurecimento proporcionado pela troca de experiências constantes me prepara para continuar minha trajetória profissional. Assim, tenho certeza de que o conhecimento não é estático. Por isso, o meu desejo sempre será continuar no caminho do conhecimento.” Luiza do Carmo Costa – Aluna da 17ª turma O resultado desse percurso da Fonoaudiologia da UFMG é uma equação que envolve várias pessoas. De uma forma ou de outra, essas pessoas foram importantes para a construção desses 15 anos. É gratificante receber a contribuição de todos e isso aumenta o desejo de celebrar mais vitórias nos próximos anos.
41
O Ensino da Fonoaudiologia na UFMG Erica de Araujo Brandão Couto Luciana Macedo de Rezende Adriane Mesquita de Medeiros Stela Maris Aguiar Lemos Juliana Nunes Santos
Introdução Desde a sua criação, em 1999, o Curso de Fonoaudiologia da UFMG está alicerçado nos três pilares da educação para a graduação: o ensino, a pesquisa e a extensão. Na sua formulação, o curso foi estruturado dentro de uma perspectiva de flexibilização curricular. O curso foi concebido como um conjunto de atividades acadêmicas para possibilitar a formação de um profissional generalista, humanista, reflexivo e crítico. Em sua concepção, buscou-se a formação de um profissional tecnicamente competente e comprometido com sua realidade social. Mas esse profissional também precisava ser capaz de gerar conhecimento científico na solução dos problemas dos distúrbios da comunicação humana. Com esse objetivo, o curso foi se estruturando para possibilitar aos alunos o conhecimento técnico de qualidade nas áreas de atuação do fonoaudiólogo – audição, linguagem, motricidade orofacial, voz e saúde coletiva. Ao mesmo tempo, a estrutura estimulava a participação dos alunos em atividades de pesquisa, como os Trabalhos de Conclusão de Curso. Após dez anos de atividades, observou-se a necessidade de fazer uma reforma curricular. O objetivo era atender às demandas de aprendizagem dos alunos e possibilitar maior disponibilidade para o aluno participar de atividades de extensão, projetos acadêmicos e de pesquisa. Outro objetivo da reforma curricular do curso foi atender à política institucional da universidade que entende o aluno como um agente do próprio crescimento e da própria aprendizagem. Iniciada em 2010, a implantação da reforma curricular do curso de Fonoaudiologia está em fase conclusiva. A divisão das disciplinas atuais manteve o caráter de práticas e estágio com maior carga horária do que as disciplinas teóricas. O currículo integral do curso de Fonoaudiologia mantém essa característica. O curso ampliou também o número de semestres letivos. Essa ampliação na carga horária vai permitir a consolidação dos conhecimentos dos estudantes e a inserção do aluno nas atividades complementares e fundamentais para a sua formação acadêmica. A carga horária, o número de créditos e as ementas de várias disciplinas foram revistos e alterados para adequar o curso à formação do fonoaudiólogo. As disciplinas das áreas de atuação do fonoaudiólogo foram divididas, renomeadas e distribuídas nos últimos oito períodos do curso. Mas como tem se desenvolvido o ensino da Fonoaudiologia na UFMG? O ciclo básico é o alicerce sobre o qual se fundamenta o conhecimento das diversas disciplinas nas diferentes áreas da Fonoaudiologia. E esse cenário foi mantido após a reforma curricular. No ciclo básico, são contempladas disciplinas das ciências biológicas, da saúde e das ciências sociais e humanas. Pertencem a esse grupo as disciplinas teóricas e as teóricas e práticas do Instituto de Ciências Exatas (Icex), do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), da Faculdade de Odontologia, da Faculdade de Letras (Fale), da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), da Escola de Educação Física, da
42
Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Eeffto) e da Faculdade de Medicina da UFMG. No primeiro ano do curso, ocorrem também atividades e disciplinas do universo da Fonoaudiologia Geral. Nesse período inicial, o aluno recebe informações sobre conceitos básicos do campo fonoaudiológico. É importante ressaltar que muitas disciplinas do ciclo básico são pré-requisito para disciplinas do núcleo específico. Um caso que ilustra esse exemplo é a anatomia aplicada à fonoaudiologia como pré-requisito para as disciplinas do núcleo de motricidade orofacial e voz. O terceiro período do curso marca o início do grupo de atividades acadêmicas obrigatórias e optativas direcionadas para a formação do fonoaudiólogo. Nesse momento, cada área de conhecimento da Fonoaudiologia é desenvolvida pelas disciplinas do chamado núcleo específico de formação.
Linguagem A linguagem é um complexo sistema de símbolos dinâmicos e convencionais utilizado de vários modos para o pensamento e a comunicação (Asha, 1982). No campo fonoaudiológico, a linguagem está voltada para o estudo, a pesquisa, a promoção, a prevenção, a avaliação, o diagnóstico e o tratamento de transtornos a ela relacionados. O objetivo da linguagem é garantir e otimizar o uso das habilidades do indivíduo, visando à comunicação e garantindo o bem-estar e a inclusão social (CFFa, 2006). No currículo inicial da área de linguagem, os primeiros conhecimentos sobre o tema ocorreram em disciplinas básicas cursadas em outras unidades da universidade, como o ICB e a Fale. Disciplinas, como a Introdução à Linguística, iniciavam os alunos no conhecimento e na reflexão sobre a linguagem, sua ação e a interferência na vida do ser humano. No transcorrer do curso, foram concebidas duas disciplinas teóricas que totalizavam 180 horas-aula e duas disciplinas práticas com um total de 210 horas-aula. O objetivo das disciplinas teóricas era fornecer ao aluno um conhecimento detalhado da aquisição e do desenvolvimento da linguagem oral e escrita. O próximo passo seria introduzir nesse conhecimento as possíveis alterações por causas funcionais e orgânicas provocadas na população infantil e na adulta. As disciplinas práticas foram estruturadas para fornecer ao aluno uma formação em métodos de avaliação, diagnóstico e procedimentos terapêuticos nas diferentes fases da vida (da infância ao envelhecimento). É importante destacar também a Língua Brasileira de Sinais Libras, mesmo a disciplina não pertencendo ao núcleo da área de linguagem. Essa disciplina é ofertada aos alunos para promover conhecimentos básicos teóricos e práticos sobre essa forma de comunicação e de expressão da comunidade de pessoas surdas. Na reforma curricular, várias disciplinas foram mantidas, como a Introdução à Linguística e à Língua Brasileira de Sinais (Libras), e outras foram ampliadas, como as de conteúdo específico. O ensino da linguagem como domínio da Fonoaudiologia começa no terceiro período e obedece a uma distribuição comum às quatro áreas de conhecimento da Fonoaudiologia. Nesse processo, primeiramente o aluno estuda o desenvolvimento normal das quatro áreas de conhecimento. Em seguida, estuda a avaliação e o tratamento fonoaudiológico. Em seguida, estuda os distúrbios relacionados com a voz, audição, motricidade orofacial e linguagem. Por fim, seguem-se as atividades práticas. No início da prática, o aluno observa o atendimento de alunos que estão em períodos mais adiantados no curso e finaliza fazendo os estágios. Assim, no terceiro período, o aluno estuda o processo de aquisição e de desenvolvimento normal da linguagem na disciplina de Desenvolvimento da Linguagem. Em seguida, no quarto e no quinto períodos, o aluno estuda o conteúdo de avaliação e tratamento fonoaudiológico e distúrbios. Essas mudanças causaram um impacto significativo no ensino da área de conhecimento da linguagem. Foi possível ampliar o ensino dessa área, fornecendo, de maneira melhor e mais detalhada, conteúdos que não eram devidamente contemplados ou que estavam diluídos em disciplinas de
43
outras áreas. Esse foi o caso da criação das disciplinas Avaliação e Intervenção Fonoaudiológica nos Distúrbios da Linguagem Escrita e Avaliação e Intervenção Fonoaudiológica nos Distúrbios Fonológico e da Fluência. O conteúdo específico de Gagueira e Desvio Fonoaudiológico era oferecido pela área de Motricidade Orofacial. No sexto período, as disciplinas passam a abordar os distúrbios da linguagem oral. Nesse estudo, os alunos vão aprender a classificar e investigar as alterações da linguagem oral e suas diferentes etiologias. O novo currículo inovou mais uma vez: introduziu uma disciplina que aborda especificamente os fenômenos fonoaudiológicos que ocorrem no processo de envelhecimento. Esse é um tema bem atual na sociedade. E assim foi criada a disciplina Distúrbios da Linguagem: Envelhecimento. No currículo anterior, o aluno ingressava nas atividades práticas no Ambulatório. Ele fazia o atendimento clínico em pacientes sob a supervisão de um docente. No currículo atual, houve modificações, como a criação da disciplina Prática no sexto período. Nessa disciplina, o aluno passa pela experiência de observar os procedimentos, fazendo o seu primeiro contato com o atendimento clínico. O objetivo dessa disciplina é desenvolver no aluno uma atitude mais crítica em relação à atuação profissional durante os estágios, além de desenvolver as habilidades dele. A partir do sétimo período o aluno inicia o atendimento clínico sob a supervisão do docente na disciplina Estágio em linguagem: Distúrbios fonológico e da fluência. No 8º período ele segue seu aprendizado prático em três disciplinas. As disciplinas abordam a avaliação e a intervenção da linguagem oral e escrita na população infantil, adulta e idosa. A disciplina de Estágio em Linguagem Infantil I também é oferecida no oitavo período. Nessa disciplina, o aluno tem a oportunidade de intervir nos mais diferentes quadros de distúrbios da linguagem oral infantil, congênitos e adquiridos. Oferecida ao aluno do nono período, a disciplina de Estágio em Linguagem II: Leitura e Escrita, possibilita conhecer e intervir em distúrbios de uma população mais jovem e com alterações variadas. Na disciplina de Estágio em Linguagem III: Oral e Adulto, o aluno tem contato com os distúrbios de linguagem de origem neurológica, adquiridos e neurodegenerativos, na idade adulta e com os distúrbios de comunicação presentes no processo de envelhecimento. Essa disciplina é oferecida no décimo e último período curso.
Audiologia De acordo com Paulo Freire, “A educação é um ato de amor e, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate e a análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora sob pena de ser uma farsa”. A área de Audiologia foi concebida com duas disciplinas teóricas que totalizavam 180 horasaula e quatro disciplinas práticas com o total de 270 horas-aula no currículo inicial do curso de Fonoaudiologia. As disciplinas teóricas Audiologia Clínica e Protetização, Educação e Reabilitação do Deficiente Auditivo e as disciplinas práticas abrangiam praticamente todos os conteúdos relacionados com o diagnóstico e a reabilitação das alterações auditivas e vestibulares (do equilíbrio). A critério do curso, os docentes ofertavam disciplinas optativas complementares especialmente relacionadas com a prevenção dos problemas audiológicos e do processamento auditivo, além de temáticas e conteúdos não contemplados nas disciplinas obrigatórias. Com uma carga horária extensa, as duas disciplinas teóricas se dividiam basicamente em avaliação e tratamento. A Audiologia Clínica incorporava conteúdos do início da história da Audiologia, como campo do conhecimento científico, desenvolvimento da audição e técnicas e procedimentos de avaliação diagnóstica dos transtornos da audição e do equilíbrio. E a outra disciplina contemplava os conteúdos sobre a reabilitação, as filosofias de educação e
44
reabilitação da surdez e as tecnologias de amplificação sonora, como indicar e adaptar dispositivos de amplificação sonora nos indivíduos com deficiência auditiva de todas as idades. Nas disciplinas práticas, trabalhava-se com grau crescente de complexidade a interação com pacientes, os princípios básicos de realização de exames e avaliações clínicas e o conhecimento e o funcionamento de aparelhos, além de desenvolver as práticas supervisionadas. No entanto, alguns conteúdos não haviam sido incluídos nas disciplinas obrigatórias, como foi o caso da reabilitação vestibular e do processamento auditivo. Esses conteúdos eram ministrados nas disciplinas optativas com ampla participação dos acadêmicos. Em decorrência da reforma curricular, o currículo específico da Audiologia se inicia no quarto período letivo com as disciplinas Introdução à Audiologia e Avaliação Audiológica Básica. A disciplina Introdução à Audiologia abrange o desenvolvimento auditivo e os programas de prevenção de perdas auditivas na infância e em atividades laborais (perdas ocupacionais). E a disciplina Avaliação Audiológica Básica introduz o estudante nas técnicas de avaliação audiológica, basicamente a audiometria tonal liminar e a imitanciometria. A divisão de conteúdos foi uma alteração positiva com a reforma curricular, tanto para os estudantes quanto para os docentes. Na nova versão curricular, a Otoneurologia ganha espaço em disciplinas teóricas, práticas e estágios separados da Audiologia Clínica. A reabilitação vestibular, que não era ministrada como disciplina obrigatória, foi incorporada à grade. O conteúdo dedicado à área de equilíbrio começa a ser dado com a disciplina Avaliação Vestibular no quinto período. As disciplinas práticas e os estágios são introduzidos a partir do sexto período. Os conteúdos abrangem vestibulometria (provas de equilíbrio estático e dinâmico), pesquisa dos pares cranianos e vectoeletronistagmografia, além da reabilitação vestibular. Outra divisão contemplada na reforma curricular foi a dos conteúdos relacionados com reabilitação da deficiência auditiva. Foram criadas as disciplinas teóricas Audiologia Educacional e Processamento Auditivo e Aparelhos de Amplificação Sonora e Tecnologias Auxiliares da Audição. Os estágios também se diferenciam em Estágio em Habilitação e Reabilitação Auditiva e Estágio em Auxiliares da Audição. Dessa forma, as filosofias educacionais e as técnicas de terapia para a deficiência auditiva ficam separadas dos conteúdos de aparelhos de amplificação sonora, e o processamento auditivo é incorporado como disciplina obrigatória. As disciplinas Estágio em Avaliação Auditiva I, II, III e IV são ministradas do sexto ao décimo períodos e incorporam gradativamente as técnicas de avaliação audiológica. Inicialmente a avaliação audiológica básica (audiometria tonal liminar e imitanciometria) é o foco dessa fase do curso. Depois se expande para incluir as técnicas subjetivas de avaliação auditiva na infância (observação do comportamento auditivo, audiometria de reforço visual e audiometria condicionada), as técnicas objetivas fisiológicas e eletrofisiológicas (emissões otoacústicas evocadas e potenciais evocados auditivos) e a avaliação do processamento auditivo. Na área de Audiologia, um dos maiores desafios do docente é a sua relação com o aluno nas práticas e nos estágios. Com a divisão da Audiologia Clínica e da Otoneurologia, o professor consegue se concentrar melhor para o ensino das práticas e a supervisão dos estágios. Porém, essa relação ainda está longe de ser ideal e representa um dos maiores obstáculos da docência na Audiologia. Nesse contexto, a adesão dos alunos ao Programa de Monitoria da Graduação é fundamental. O curso oferece os recursos necessários para a boa formação. Durante os anos de funcionamento, foi criado o laboratório da graduação, que é imprescindível para as aulas da Audiologia. No laboratório, podem ser realizados os treinos de avaliação audiológica básica e processamento auditivo antes do estágio com pacientes, as simulações de regulagens de aparelhos auditivos, o treino e a confecção de materiais para terapia da audição, dentre outras opções. O laboratório é também um espaço para estudo do aluno e desenvolvimento de pesquisas. Os estágios das disciplinas relacionadas com a avaliação audiológica acontecem no Setor de Audiologia do Hospital São Geraldo. O espaço é equipado com a infraestrutura necessária para a propedêutica audiológica. Para acompanhar a evolução do ensino e do curso, o espaço precisa
45
ser ampliado e passar por uma melhoria qualitativa. Os estágios relacionados com a habilitação e a reabilitação auditiva acontecem no Ambulatório de Audiologia. Não é possível pensar o ensino da Audiologia apenas relacionado com disciplinas curriculares. As atividades de extensão realizadas pelos docentes e com participação numerosa dos alunos do curso de Fonoaudiologia são fundamentais no aprendizado de Audiologia. A pesquisa com a consolidação do conteúdo aliada à prática baseada em evidências também é de suma importância para o curso. Enfim, os desafios são inúmeros, como a formação humanizada e a atualização constante, a integração às demais disciplinas, principalmente as áreas parceiras na pesquisa (Otorrinolaringologia, Pediatria, Engenharia, entre outras) e, finalmente, a busca para melhores condições nos ambientes de ensino e estágio. Esses são apenas alguns desafios.
Motricidade Orofacial Dentro do contexto histórico da Fonoaudiologia do Brasil, a Motricidade Orofacial não era contemplada como uma grande área no período da consolidação do Curso de Fonoaudiologia da UFMG. As áreas específicas de conhecimento da Motricidade Orofacial eram integradas às disciplinas relacionadas com a fala. A disciplina Anatomia Aplicada à Fonoaudiologia II era pré-requisito para a disciplina do terceiro período, Patologia da Fala, que abordava as teorias da aquisição fonológica, das alterações fonéticas e fonológicas da fala e os métodos utilizados na avaliação e no tratamento. A Patologia da Fala era pré-requisito para as disciplinas Distúrbios da Fala, que possibilitava ao aluno o desenvolvimento de uma atitude crítica diante das diversas abordagens terapêuticas propostas para a avaliação e o tratamento dos distúrbios do sistema estomatognático e da fala. A Prática Clínica – Fala I, com carga horária de 120 horas-aula, para o quarto e o quinto períodos, era referente a aspectos teóricos e práticos das alterações da respiração, mastigação edeglutição, disfagia, fissura palatina e gagueira. Com a reforma curricular, os estudos sobre a gagueira passaram a ser feitos na área da Linguagem. No sexto e sétimo períodos, as disciplinas Odontologia Aplicada à Fonoaudiologia I e II, com carga horária de 60 horas-aula cada, complementavam a formação por meio da interdisciplinaridade. O último período era voltado para a prática supervisionada do aluno na disciplina Prática Clínica - Fala II, com carga horária de 90 horas-aula. O conteúdo teórico e prático sobre distúrbios neuromotores, incluindo o tratamento de bebê prematuro, era oferecido como disciplina optativa também no oitavo período. Após a reforma curricular, houve uma modificação importante na abordagem da Motricidade Orofacial. A mudança considerou necessidades verificadas no mercado de trabalho e adequou os conteúdos essenciais para a formação do fonoaudiólogo. As disciplinas Odontologia Aplicada à Fonoaudiologia I e II, com carga horária de 45 horasaula cada, foram antecipadas para o segundo e o terceiro períodos respectivamente. Essa medida foi adotada para que os conteúdos essenciais para a compreensão do desenvolvimento e as alterações do sistema estomatognático pudessem ser adquiridos oportunamente. A área da Motricidade Orofacial depende de conhecimentos prévios referentes à Odontologia. É relevante mencionar que as ementas das disciplinas ofertadas pela Faculdade de Odontologia também sofreram modificações no conteúdo programático, na carga horária e nos conteúdos teóricos e práticos. A carga horária das disciplinas teóricas ministradas no terceiro, quarto, quinto, oitavo e nono períodos foi reduzida devido ao desmembramento da grade curricular anterior. As disciplinas foram denominadas Desenvolvimento da Motricidade Orofacial, com carga horária de 15 horasaula, Avaliação e Intervenção Fonoaudiológica nos Distúrbios da Motricidade Orofacial, com carga horária de 60 horas-aula, Distúrbios da Motricidade Orofacial I: Fissura e Disfagia Orofaríngea, com carga horária de 30 horas-aula, Distúrbios da Motricidade Orofacial II: Disfagia Infantil e Disfunção Neuromotora, com carga horária de 45 horas-aula e Distúrbios da Motricidade Orofacial III, com
46
carga horária de 30 horas-aula. Como destaque, houve uma ampliação da carga horária de observações e estágios, que ocorrem do sexto ao décimo períodos, com carga horária total de 210 horas-aula. Essas atividades têm enfoque na avaliação e na reabilitação, na prevenção e no aperfeiçoamento dos distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais, da fissura labiopalatina, da disfunção velofaríngea e paralisia facial, da disfagia orofaríngea em adultos, das disfunções neuromotoras e da disfagia infantil.
Voz Voz é o campo da Fonoaudiologia voltado para o estudo e a pesquisa da voz, a promoção da saúde vocal, a avaliação e o aperfeiçoamento da voz e a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das alterações vocais nas modalidades da voz falada e da voz cantada (CFFa, 2006). Inicialmente, a área da voz do curso de Fonoaudiologia da UFMG era dividida em sete disciplinas obrigatórias. Três dessas disciplinas contemplavam a interdisciplinaridade, nas quais os alunos adquiriam conhecimentos nas áreas da Física Acústica e Biofísica, com carga horária de 60 horas-aula, Otorrinolaringologia II, com carga horária de 90 horas-aula, e Educação Vocal I, com carga horária de 45 horas-aula. A disciplina Educação Vocal I era oferecida na escola de Música e estava relacionada com o processo de formação da voz falada e cantada. Essas disciplinas eram ministradas entre o primeiro e o quarto períodos do curso, antes do início das disciplinas oferecidas pelo Departamento de Fonoaudiologia. A partir do quarto período, as disciplinas relacionadas com a fisiologia e o desenvolvimento da voz começavam a ser ministradas. Dentre essas disciplinas, a Patologia da Voz, com carga horária de 60 horas-aula, era pré-requisito para a disciplina teórica e prática Distúrbios da Voz, que tinha uma carga horária de 105 horas-aula. O enfoque dessa disciplina era a reabilitação do paciente disfônico. A Patologia da Voz abordava a voz clínica e profissional. As disciplinas Prática Clínica I e II, com carga horária de 120 horas-aula e 90 horas-aula, respectivamente, eram ministradas no sexto e no oitavo períodos. Essas disciplinas eram voltadas para as práticas clínicas, abordando a avaliação, a prevenção, a intervenção na área da voz, a análise acústica da voz e da fala e o câncer de cabeça e pescoço. Posteriormente, a disciplina Educação Vocal I foi excluída por não se tratar de conteúdo essencial na formação do fonoaudiólogo generalista. A disciplina Anatomia Aplicada à Fonoaudiologia II, ministrada no segundo período, passou a ser pré-requisito para a disciplina Desenvolvimento da voz, no terceiro período, com carga horária de 30 horas-aula. Depois da reforma curricular, foi possível aprofundar o conhecimento e promover uma dinâmica curricular que contemplasse a inserção profissional, considerando as mudanças do mercado de trabalho. Destaca-se que não houve mudança na carga horária total das disciplinas na área da voz, mas aumentou o número de disciplinas. O curso passou a oferecer 12 disciplinas. Ministrada no terceiro período, a disciplina de Física Acústica e Biofísica se tornou pré-requisito para Análise Acústica da Voz e da Fala do quarto período, que tem carga horária de 30 horas-aula. Voltada para a avaliação perceptivo-auditiva, a disciplina do quarto período Avaliação e Intervenção Fonoaudiológica nos Distúrbios da Voz, com carga horária de 45 horas-aula, tornou-se pré-requisito para a disciplina Avaliação e Tratamento no Câncer de Cabeça e Pescoço, com carga horária de 30 horas-aula, do oitavo período, e para o Estágio em Câncer de Cabeça e Pescoço, com carga horária de 30 horas-aula, do nono período. A teoria e a prática relacionadas com o câncer de cabeça e do pescoço faziam parte da mesma disciplina. Essa estrutura gerava uma insegurança inicial nos alunos por ocasião dos atendimentos. A disciplina Distúrbios da Voz, com carga horária de 45 horas-aula, foi mantida no quinto período e passou a ser pré-requisito dos Estágios em Voz I, II e III, que são oferecidos no sétimo, oitavo e décimo períodos, respectivamente. A carga horária dos Estágios em Voz I, II e III é de 30 horas-aula em cada semestre. O estágio vislumbra a avaliação, o tratamento e a orientação na voz clínica e
47
profissional. O objetivo é propiciar a aplicação de métodos terapêuticos em voz na prática clínica do último período. Destaca-se também a inclusão das disciplinas Prática de Voz com carga horária de 15 horasaula, e Voz Profissional, com carga horária de 30 horas-aula, ambas do sexto período. A Prática de Voz é a disciplina de observação da prática de avaliação e dos procedimentos terapêuticos com o paciente disfônico. A disciplina Voz Profissional, na abordagem de seu conteúdo, busca promover o conhecimento e o aperfeiçoamento de habilidades necessárias à atuação fonoaudiológica, como marketing e empreendedorismo.
Saúde Coletiva O processo de formação acadêmica dos profissionais de Fonoaudiologia assume uma função central na melhoria do sistema de saúde. Além disso, é influenciado por vários fatores externos às instituições de ensino, como mudanças de natureza social, econômica, cultural e tecnológica e modificações nas políticas de educação e de saúde. A criação do Sistema Único de Saúde aponta para a necessidade da reorientação das práticas de saúde e da formação de recursos humanos. Assim a reorganização das práticas e dos serviços de saúde passa pela necessidade de repensar a formação dos profissionais de saúde. Inicialmente foram inseridas três disciplinas de saúde coletiva no curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Minas Gerais, sendo uma obrigatória e duas optativas. A disciplina Política de Saúde e Planejamento era obrigatória e foi inserida no segundo período do curso. As disciplinas optativas eram Tópicos em Saúde Coletiva: Fonoaudiologia e Saúde Pública e Tópicos em Fonoaudiologia: Fonoaudiologia e Saúde Pública. Essas disciplinas foram inseridas no terceiro e no sétimo períodos, respectivamente. Após a reforma curricular, as disciplinas Política de Saúde e Planejamento, Fonoaudiologia e Saúde Coletiva e Estágio em Saúde Coletiva passaram a ter caráter obrigatório e foram distribuídas no primeiro, sétimo e décimo períodos respectivamente. Um importante marco para o ensino em saúde coletiva foi o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde II (Pró-Saúde II). Com início em maio de 2010, o programa foi lançado pela Portaria Interministerial nº 3.019, de 26 de novembro de 2007. Ao contemplar os objetivos do Pró-Saúde II, a instância colegiada do curso de Fonoaudiologia propôs a criação de uma disciplina optativa intitulada Tópicos em Fonoaudiologia C: Pró-Saúde e Fonoaudiologia. A disciplina disponibilizava 20 vagas para os alunos do segundo ao sexto períodos de graduação. O colegiado propôs também a readequação do estágio externo do oitavo período, com dez vagas para os alunos em fase final de formação. Após negociar e pactuar com a Secretaria Municipal de Saúde, as disciplinas se iniciaram no segundo semestre de 2010. Outras ações estão sendo desenvolvidas com ênfase na formação continuada do docente e na apropriação de novas metodologias de ensino e aprendizagem. É importante mostrar que, no eixo da integração ensino e serviço, está sendo desenvolvido um projeto de construção compartilhada de protocolização da avaliação fonoaudiológica e de atendimento em grupo na atenção primária. Esse projeto está sendo construído em parceria com as fonoaudiólogas do Distrito Norte. Outro dado relevante é a inserção de duas fonoaudiólogas no mestrado acadêmico em Ciências Fonoaudiológicas com projetos oriundos de saberes e práticas do território.
48
Conclusão Durante os 15 anos do curso de Fonoaudiologia, as mudanças realizadas, os avanços e as conquistas foram significativos. A nova composição curricular favorece o processo de ensino e de aprendizagem e uma prática generalista. Essa prática se concretiza na disciplina de “Discussão de Casos Clínicos”. A disciplina é obrigatória e foi criada na nova proposta curricular. O objetivo da adaptação no currículo do curso é promover a discussão de casos clínicos para levar o aluno ao raciocínio clínico sob uma ótica inter e multidisciplinar. Para o estudante, ter um tempo maior para sua formação permite aumentar a abrangência do conhecimento e consolidar os saberes. O currículo com disciplinas práticas e estágios favorece a participação ativa do aluno em sua formação. Não é possível pensar o ensino da Fonoaudiologia apenas relacionado com as disciplinas curriculares. As atividades de extensão coordenadas pelos docentes e com participação numerosa dos alunos são fundamentais para o aprendizado do aluno do curso de Fonoaudiologia da UFMG. Por sua vez, a pesquisa consolida o conteúdo e se alia à prática com base nas evidências. Por fim, os desafios são inúmeros. A formação humanizada, a atualização constante, a integração às outras disciplinas, principalmente às áreas parceiras na pesquisa - otorrinolaringologia, pediatria, engenharia, linguística, dentre outras - e, finalmente, a busca por melhores condições nos ambientes de ensino e de estágio figuram entre os principais desafios.
49
Práticas de pesquisa no curso de Fonoaudiologia da UFMG: potencialidades e desafios Andréa Rodrigues Motta Stela Maris Aguiar Lemos A produção de conhecimento pode e deve ser instrumento de transformação social, política, econômica e humana. Nessa medida, a universidade tem um papel preponderante na formação de cidadãos capazes de percorrer os campos profissional, da pesquisa e da formação continuada. Por isso, a pesquisa deve iniciar nos primeiros períodos da graduação para fomentar a atitude investigativa e consolidar habilidades e competências metodológicas no estudante. Considerar a iniciação científica um percurso obrigatório na passagem pela universidade é fundamental para os que desejam ampliar estratégias de ensino e de gestão do conhecimento. É importante destacar que a configuração da iniciação científica deve responder às demandas sociais e científicas contemporâneas e estar alinhada às premissas do projeto político-pedagógico do curso. É necessário mobilizar recursos e esforços para a formação do pensamento teórico-científico por meio da pesquisa. Assim, é de suma importância incluir a participação do estudante, desde a formulação de perguntas até o processo de divulgação dos resultados. Nesse caso, cada passo metodológico do planejamento e da análise crítico-reflexiva processual deve ser acompanhado. A pesquisa é um aporte importante no processo de aprendizagem do estudante e na vida profissional pós-universidade. Durante o processo de pesquisa, o estudante é exposto a planejamentos, construção de hipóteses, análises conceituais, processos de síntese, generalizações e avaliações. Esses procedimentos são fundamentais no processo de aprendizagem e de gestão do conhecimento. Ao pesquisar para aprender e ao aprender pesquisando, o estudante “cria” estratégias e atitudes que ultrapassam os limites da universidade e o acompanham na construção da identidade profissional. “Que o mundo da linguagem é complexo, provam-o as inúmeras teorias existentes e a infinidade de descrições. Lidar com a linguagem vai ser sempre um desafio. Mas desafio maior é tratar da linguagem quando algum tipo de desarranjo se manifesta. Ser fonoaudiólogo é, antes de tudo, um desafio. Por melhor que seja, a formação do fonoaudiólogo não vai fornecer todos os elementos para resolver muitos dos problemas com os quais o profissional vai se defrontar. Ao iniciar suas atividades profissionais, o fonoaudiólogo se vê na situação de se submeter a aplicar exercícios, testes e avaliações (muitas vezes, utilizando instrumentos importados e cujas bases teóricas ignora) ou ter que desenvolver o espírito científico, examinando cada problema à luz da teoria mais adequada. E isso vai ajudá-lo a descrever e explicar os seus dados. O pesquisador vai exercer com prazer o seu trabalho, pois é a clínica que o alimenta dos dados e das hipóteses indispensáveis ao desenvolvimento do trabalho de pesquisa.” Cesar Reis – Professor-Associado da Faculdade de Letras da UFMG
50
“O mundo vai consolidando a ideia de que os problemas não respeitam as fronteiras disciplinares criadas para enquadrar o conhecimento em compartimentos. Apesar das resistências dentro e fora da academia, é irreversível o movimento no sentido de romper barreiras que impedem o trânsito de ideias e de pessoas entre as áreas tradicionais de conhecimento. Dentro dessa perspectiva, o Grupo de Engenharia Biomecânica da UFMG comporta profissionais com distintas formações e especialidades em projetos multidisciplinares. A Fonoaudiologia traz seus problemas e suas perspectivas para tratar com os amplos recursos disponíveis nos muitos institutos da UFMG e nas instituições parceiras. Esses problemas são de relevância clínica e científica. Nos projetos atuais, contribuem engenheiros civis, mecânicos e eletricistas, fonoaudiólogos, dentistas e cientistas da computação de diversas instituições em busca de uma linguagem comum que possibilite integração e desenvolvimento científico e tecnológico.” Estevam Las Casas - Professor Titular no Departamento de Engenharia de Estruturas da UFMG Assim, a pesquisa pode ser considerada um processo ativo de aprendizagem, porque requer do estudante uma atitude proativa e o empoderamento de processos e técnicas. Mesmo com a indubitável relevância da pesquisa na vida acadêmica, é preciso reconhecer que há desafios a serem vencidos. Dentre eles, está a mobilização do interesse dos estudantes para a inserção no universo da iniciação científica. “A pesquisa não é meramente um complemento da formação universitária, mas uma atividade de produção e avaliação de conhecimentos que perpassa o ensino.” A citação é de Libâneo (2009) em suas discussões a respeito da união entre pesquisa e investigação. Com base nessas discussões, observa-se que é preciso atrair os estudantes interessados no campo da pesquisa para a prática investigativa e até os que declaram que não têm perfil de pesquisador. A pesquisa na graduação deve ser vista como prática fundamental para o desenvolvimento individual e coletivo. Cabe ao docente motivar e mobilizar os estudantes para o ingresso nesse universo. Para isso, o professor deve apresentar uma atitude investigativa e diferentes possibilidades de diálogo com os estudantes sobre o tema. Para inspirar e motivar os estudantes, manter-se ativo como pesquisador é condição indispensável. Outro desafio importante é a busca de fomento para a consolidação da pesquisa nos primeiros períodos. Muitas vezes, apenas o sistema de bolsas de iniciação científica não é suficiente para suprir recursos e insumos do cenário de pesquisa na graduação. A falta de financiamento pode ser um importante obstáculo para a consolidação da pesquisa. Essa falta de recursos pode acarretar a desmotivação e a desmobilização dos corpos docente e discente. Entretanto, a falta de fomento não deve configurar impedimento para a inserção de graduandos na produção de conhecimento. A universidade permite parcerias com diversos grupos de pesquisa. Assim, é possível inserir os alunos, bolsistas ou voluntários em inúmeros projetos, mostrando grandes perspectivas e oportunidades de aprendizado. Os docentes do Departamento de Fonoaudiologia estão vinculados ao grupo de pesquisa “Distúrbios da Comunicação Humana”. Entretanto, muitos professores estão inseridos em diversos grupos de pesquisa, permitindo essa rica interface. Os grupos são os seguintes:
51
1. Avaliação em saúde: planejamento e organização das redes de atenção em Minas Gerais – UFMG; 2. Biomecânica – UFMG; 3. Fonologia Cognitiva: Investigação de Padrões Sonoros Emergentes – UFMG; 4. Grupo de Estudos em Atenção Primária do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina – UFMG; 5. Grupo de Pesquisa em Neurofibromatose – UFMG; 6. Grupo de Pesquisa em Otorrinolaringologia – UFMG; 7. Grupo de Pesquisas em Epidemiologia - Observatório de Saúde Urbana – UFMG; 8. Multiprofissional e Interdisciplinar em Saúde – Unifesp; 9. Núcleo de Estudos e Pesquisa em Engenharia Biomédica (Nebep) – UFMG; 10. Grupo Brasileiro de Toxoplasmose Congênita – UFMG.
“Concluí a graduação em Fonoaudiologia na UFMG, em 2009. Em 2011, concluí o mestrado. Agora estou no doutorado! Tomei gosto pela pesquisa na graduação, quando fui bolsista de iniciação científica no grupo de pesquisas em Neurofibromatoses. Desde então, aprendi que a motivação para fazer uma pesquisa está na socialização do conhecimento. Não se trata daquela cultura de vários pesquisadores que acreditam que o importante seja “publicar”, “publicar” e “publicar” para atender aos padrões impostos pelos colegiados de pós-graduação e pelas agências de fomento. Ao longo desse período, aprendi que a carreira acadêmica é surpreendente! A academia permite um olhar mais crítico e reflexivo e uma constante inovação de conhecimentos, diálogos com diversos pesquisadores e uma discussão coletiva sobre as experiências e a realidade concreta.” Pollyanna Barros Batista - Doutoranda em Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto pela UFMG
“Comecei a fazer pesquisa científica durante a graduação em Fonoaudiologia como integrante do Grupo de Engenharia Biomecânica da UFMG. A atividade me tornou mais engajada e comprometida com os estudos, abriu um leque de oportunidades e exerceu importante influência na minha escolha pela carreira acadêmica. A minha participação em um grupo de pesquisa interdisciplinar me proporcionou o contato direto com diferentes áreas do conhecimento e me ajudou a desenvolver a habilidade de trabalhar em grupo. Cursei mestrado e, na sequência, o doutorado na área de Bioengenharia. Nessa fase, além de proporcionar a aquisição de conhecimentos, a pesquisa favoreceu o desenvolvimento das habilidades de observação, reflexão e análise crítica, e a afirmação da autonomia acadêmica.” Renata Furlan - Doutoranda em Engenharia Biomecânica pela UFMG
52
Ao discutir o processo de pesquisa, é importante destacar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na graduação. Esse trabalho se tornou obrigatório pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (Ministério da Saúde, 2004) e configura importante estratégia de inserção do estudante no processo científico. De certo modo, o cumprimento da obrigatoriedade da entrega do Trabalho de Conclusão de Curso garante a todos os estudantes o acesso ao processo de pesquisa. Assim o TCC contribui para a democratização da pesquisa no ambiente da graduação. Além disso, o TCC pode pautar curso e docentes no processo de motivação e mobilização do estudante. Contudo, apenas a obrigatoriedade não garante a vivência plena do processo investigativo na graduação. Em 2013, o Departamento de Fonoaudiologia iniciou as atividades do mestrado em Ciências Fonoaudiológicas. Embora esse seja um espaço consolidado de produção de conhecimento, é necessário manter a pesquisa como um dos eixos estruturantes e uma potencialidade a ser fomentada no contexto da formação básica. Deve-se também alinhavar o processo investigativo ao ensino e à extensão como parte do processo de ensino-aprendizagem na universidade.
“O objetivo dos cursos de pós-graduação Stricto Sensu é a formação de recursos humanos altamente qualificados, visando ao ensino, à pesquisa e ao desenvolvimento científico e tecnológico. Com o sistema de avaliação continuamente aperfeiçoado, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, seleciona os cursos de pós-graduação que atendem aos requisitos necessários para expedirem diplomas de mestrado e de doutorado com validade nacional. São selecionados os cursos que primam pela produção de conhecimento. O curso de pós-graduação em Ciências Fonoaudiológicas da UFMG se destaca no cenário nacional por estar entre os dez cursos Stricto Sensu da área de Fonoaudiologia selecionados pela Capes. A academia reconhece a importância dessa conquista feita por um curso tão jovem como o de Fonoaudiologia da UFMG. Parabéns a todos que contribuíram para transformar a formação do fonoaudiólogo da UFMG em referência para o Brasil.” Denise Utsch Gonçalves - Professora-Associada do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da UFMG
53
Publicada pela Unesco em 2005, a Declaração sobre a Ciência e a Utilização do Conhecimento Científico se destaca pela importância das suas premissas. Dentre outras temáticas, o documento revela o seguinte: “as universidades devem assegurar que seus programas, em todos os campos da ciência, enfoquem tanto a educação e a pesquisa quanto as sinergias existentes entre elas e introduzam a pesquisa como parte da educação em ciência”. Embora possa ser considerado recente, o curso de Fonoaudiologia da UFMG vem cumprindo o papel de estimular a pesquisa na graduação. A apresentação de trabalhos em congressos da área é sempre expressiva. O curso foi até premiado por alguns trabalhos apresentados. Outro importante indicador de desempenho é a opção que diversos egressos do curso fazem de seguir a carreira docente.
“As oportunidades oferecidas pelo curso e a influência dos professores foram os elementos propulsores para a produção do conhecimento na minha formação e no desenvolvimento da profissão. O interesse pela pesquisa foi plantado a cada aula em que a curiosidade era despertada, regado na participação em projetos de iniciação científica e frutificou no processo de mestrado e doutoramento. O curso de Fonoaudiologia da UFMG formou em mim uma visão multidisciplinar da ciência que me permitiu caminhar pelo Grupo de Engenharia Biomecânica da UFMG e pelo Departamento de Farmacologia Bioquímica e Molecular conectando conhecimentos. A docência foi a possibilidade de espalhar novas sementes, tendo como modelo perseguir o zelo com o qual meus tutores me ensinaram.” Monalise Costa Batista Berber – Professora da Universidade Luterana do Brasil “Durante a graduação, tive a oportunidade de participar de projetos de pesquisa e extensão voltados para o desenvolvimento infantil, a promoção da saúde e a prevenção da violência. Com a realização do trabalho de conclusão de curso, foi possível buscar articulação de saberes entre a Fonoaudiologia, a Educação e a Saúde Coletiva. O caráter interdisciplinar desses projetos foi disparador de questionamentos e reflexões que se tornaram alvos das minhas pesquisas em nível de pós-graduação. Um dos papéis da universidade é a formação de profissionais críticos e comprometidos com a produção científica voltada para o desenvolvimento e a transformação social. Por entender que, nesse processo, o professor tem também papel protagonista, concretizou-se a minha escolha pela carreira docente de uma universidade pública.” Júlia Escalda Mendonça – Professora-Assistente da Universidade do Estado da Bahia
54
“Na carreira docente, é indispensável que ocorra uma formação específica que forneça mecanismos teórico-práticos para o exercício profissional, com competência técnica, política e social. Nesse contexto, a pesquisa necessita de alguns elementos importantes, como a inovação, a criatividade, o questionamento e a descoberta. Tanto na graduação quanto na pós-graduação, minha formação na UFMG tornou esses elementos e a pesquisa ética e de qualidade mais acessíveis, rotineiros e próximos do meu dia a dia e da rotina dos meus alunos. E assim a pesquisa contribuiu de forma substancial para a reafirmação de minha escolha profissional e para a socialização do conhecimento.” Vanessa Mariz – Professora do Centro Universitário Izabela Hendrix “Entendo que é papel da universidade produzir conhecimento científico voltado para a transformação das desigualdades no Brasil. Assim, ao me aproximar da Saúde Coletiva na graduação, participei de projetos de pesquisa que foram da Promoção da Saúde e Prevenção da Violência até a relação da Fonoaudiologia com o SUS. Essas experiências permitiram o conhecimento de diferentes métodos e técnicas de pesquisa, sobretudo qualitativas, bem como o desenvolvimento do senso crítico, fundamental para a Pesquisa Social. Essa trajetória foi determinante para a decisão de tornar-me docente e pesquisador de uma universidade pública, onde sigo construindo projetos em defesa da Saúde Pública e da universidade brasileira.” Vladimir Andrei Rodrigues Arce – Professor-Assistente do Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Bahia Outro parâmetro extremamente importante e capaz de espelhar a qualidade da produção científica dos graduandos é a quantidade de artigos publicados em periódicos indexados. O Curso de Fonoaudiologia da UFMG publicou 78 artigos. Isso reflete a alta qualidade dos TCCs e das iniciações científicas. Listamos as produções científicas publicadas no período de 2004 a 2013. 1. AARÃO, P. C. L.; PEREIRA, F. C. B.; SEIXAS, K. L.; SILVA, H. G.; TAVARES, A. P. N.; CAMPOS, F. R.; GAMA, A. C. C.; LEMOS, S. M. A. História da Fonoaudiologia: relato de alguns estados brasileiros. Revista Médica de Minas Gerais (Belo Horizonte), v. 21, p. 238-244, 2011. 2. ALMEIDA, L.; COUTO, E.; ROTHE-NEVES, R. Brazilian portuguese phonotactic rules in phonemic paraphasias: report on three cases. Procedia: Social and Behavioral Sciences, v. 23, p. 146-147, 2011. 3. ALMEIDA, L. D.; FURLAN, R. M. M. M.; CASAS, E. B. L.; MOTTA, A. R. Influência de altura, peso e índice de massa corporal na força axial da língua. Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 24, p. 381-385, 2012. 4. ALMEIDA, L. D.; SANTOS, L. R.; BASSI, I. B.; TEIXEIRA, L. C.; GAMA, A. C. C. Relationship between adherence to speech therapy in patients with dysphonia and quality of life. Journal of Voice, v. 27, p. 617-621, 2013. 5. AMARAL, J. H. L.; FERREIRA, E. F. E.; CÂMARA, A. M. C. S.; PEIXOTO, O. M. C.; ALVES, M. A.; LEMOS, S. M. A.; CORADI, C. A. Fnepas: A Experiência de Minas Gerais. Caderno Fnepas, v. 3, p. 3544, 2012. 6. AZEVEDO, G. P. G. C.; FRICHE, A. A. L.; LEMOS, S. M. A. Autopercepção de saúde e qualidade de vida de usuários de um Ambulatório de Fonoaudiologia. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 17, p. 119-127, 2012. 7. BASSI, I. B.; FRANCO, L. P.; MOTTA, A. R. Eficácia do emprego do espelho de Glatzel na avaliação da permeabilidade nasal. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 14, p. 367371, 2009.
55
8. BICALHO, G. P.; MOTTA, A. R.; VICENTE, L. C. C. Avaliação da deglutição em crianças respiradoras orais. Revista CEFAC, v. 8, p. 234-239, 2006. 9. BRAGANÇA, L. L. C.; ALVES, C. R. L.; LEMOS, S. M. A. Caracterização da fala de crianças de 4 a 6 anos de creches públicas. Revista CEFAC (Impresso), v. 13, p. 986-992, 2011. 10. CAMPOS, F. R.; SALLES, P. V.; MOTTA, A. R. O efeito do reset no sistema estomatognático de portadores de disfunção temporomandibular. Distúrbios da Comunicação, v. 20, p. 365-375, 2008. 11. CARDOSO, A. F. R.; BOMMARITO, S.; CHIARI, B. M.; MOTTA, A. R. A confiabilidade da informação fornecida pelo indivíduo a respeito de seu posicionamento habitual de língua. Revista CEFAC (Impresso), v. 13, p. 236-244, 2011. 12. CARVALHO, F. F.; SANTOS, J. N.; SOUZA, L. M.; SOUZA, N. R. M. Análise da percepção do estado de saúde dos idosos da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia (UnATI. Impresso), v. 15, p. 285-293, 2012. 13. CELÍN, S. H.; GOBBI, F. H. A.; LEMOS, S. M. A. Fonoaudiologia e humanização: percepção de fonoaudiólogas de um hospital público. Revista CEFAC (Online), v. 14, p. 516-527, 2012. 14. CERCEAU, J. S. B.; ALVES, C. F. T.; GAMA, A. C. C. Análise acústica da voz de mulheres idosas. Revista CEFAC (Impresso), v. 11, p. 142-149, 2009. 15. CÔRTES, M. G.; GAMA, A. C. C. Análise visual de parâmetros espectrográficos pré e pósfonoterapia para disfonias. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (Impresso), v. 15, p. 243249, 2010. 16. COSTA, J. O.; GAMA, A. C. C.; OLIVEIRA, J. B.; REZENDE NETO, A. L. Avaliação acústica e perceptivo-auditiva da voz nos momentos pré e pós-operatório da cirurgia de implante de pré-fáscia do músculo temporal. Revista CEFAC (Impresso), v. 10, p. 76-83, 2008. 17. COUTRIN, G. C.; GUEDES, L. U.; MOTTA, A. R. Treinamento muscular na face: a prática dos fonoaudiólogos de Belo Horizonte. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 13, p. 127135, 2008. 18. DRUMOND, L. B.; GAMA, A. C. C. Correlação entre dados espectrográficos e perceptivoauditivos de vozes disfônicas. Fono Atual (São Paulo), v. 35, p. 49-58, 2006. 19. ESCARCE, A. G.; CAMARGOS, T. V.; SOUZA, V. C.; MOURÃO, M. P.; LEMOS, S. M. A. Escolaridade materna e desenvolvimento da linguagem em crianças de 2 meses a 2 anos. Revista CEFAC (Impresso), v. 14, p. 1139-1145, 2012. 20. EUGÊNIO, M. L.; ESCALDA, J.; LEMOS, S. M. A. Desenvolvimento cognitivo, auditivo e linguístico em crianças expostas à música: produção de conhecimento nacional e internacional. Revista CEFAC (Online), v. 14, p. 992-1003, 2012. 21. FARIA, B. S.; OLIVEIRA, K. V.; SILVA, J. P. G.; REIS, C. A. C.; GHIO A.; GAMA, A. C. C. Medidas eletroglotográficas em falantes do português brasileiro por meio do Método Multiparamétrico de Avaliação Vocal Objetiva Assistida (EVA). Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (Impresso), v. 78, p. 29-34, 2012. 22. FARIA, B. S.; SILVA, N. C. V.; GAMA, A. C. C.; TEIXEIRA, L. C. Rádio e Fonoaudiologia. Rádio em Revista (UFMG), v. 6, p. 15-17, 2010. 23. FERREIRA, C.; GAMA, A. C. C.; CUNHA, C.; SANTOS, M. A. R. Disfonia e bulimia: avaliação dos sintomas e sinais vocais e laríngeos. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (Impresso), v. 14, p. 177-185, 2009. 24. FERREIRA, C. L.; SILVA, F. R.; MARTINS-REIS, V. O.; FRICHE, A. A. L.; SANTOS, J. N. Distribuição dos fonoaudiólogos na atenção à saúde no estado de Minas Gerais entre 2005 e 2010. Revista CEFAC (On-line), v. 15, p. 672-680, 2013. 25. FERREIRA, C. P.; GAMA, A. C. C.; SANTOS M. A. R.; MAIA, M. O. Avaliação laríngea e vocal de pacientes com bulimia. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (Impresso), v. 76, p. 469-477, 2010. 26. FERREIRA, J. M.; CAMPOS, N. F; BASSI, I. B.; SANTOS M.A.R.; TEIXEIRA, L. C.; GAMA, A. C. C. Analysis of aspects of quality of life in teachers’ voice after discharged: longitudinal study. CoDAS, v. 25,
56
p. 486-491, 2013 27. FERREIRA, J. S.; BASSI, I. B.; OLIVEIRA, S. I.; CARVALHO, S.; REZENDE, L. M. Timpanometria com sonda de 226 e 1000 hertz em bebês. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (Impresso), v. 78, p. 95-102, 2012. 28. FERREIRA, M. C.; CASTRO, L. A.; MACIEL, F. J.; LEMOS, S. M. A. Estudo das relações comunicativas no processo de gestão de uma instituição de saúde. Revista CEFAC (Impresso), ahead of print, 2013. 29. FURLAN, R. M. M. M.; MOTTA, A. R.; VALENTIM, A. F.; BARROSO, M. F. S.; COSTA, C. G.; CASAS, E. B. L. Protrusive tongue strength in people with severely weak tongues. International Journal of Speech-Language Pathology (Print), p. 1-8 (ahead of print), 2013. 30. GAMA, A. C. C.; ALVES, C. F. T.; CERCEAU, J. S. B.; TEIXEIRA, L. C. Correlação entre dados perceptivo-auditivos e qualidade de vida em voz de idosas. Pró-Fono (Impresso), v. 21, p. 125-130, 2009. 31. GAMA, A. C. C.; BICALHO, V. S.; VALENTIM, A. F.; BASSI, I. B.; TEIXEIRA, L. C.; ASSUNÇÃO, A. A. Adesão a orientações fonoaudiológicas após a alta do tratamento vocal em docentes: estudo prospectivo. Revista CEFAC (Online), v. 14, p. 714-720, 2012. 32. GAMA, A. C. C.; BICALHO, V. S.; VALENTIM, A. F.; BASSI, I. B.; ASSUNÇÃO, A. A. Sintomas relacionados com a voz e sua produção e autopercepção vocal após alta do tratamento fonoaudiológico: estudo prospectivo. Distúrbios da Comunicação, v. 22, p. 201-211, 2010. 33. GAMA, A. C. C.; FARIA, A. P.; BASSI, I. B.; DINIZ, S. S. Alteração de mobilidade de prega vocal unilateral: avaliação subjetiva e objetiva da voz nos momentos pré e pós-fonoterapia. Revista CEFAC (Online), v. 13, p. 710-718, 2011. 34. GAMA, A. C. C.; MENEZES, L. N.; MAIA, A. A.; REZENDE NETO, A L.; OLIVEIRA, J. B. Voice related quality of life after botulinum toxin injection for spasmodic dysphonia. Revue de Laryngologie, d’Otologie et de Rhinologie (1919), v. 131, p. 39-44, 2010. 35. GAMA, A. C. C.; MESQUITA, G. M.; REIS, C. A. C.; BASSI, I. B. Análises perceptivo-auditivas e acústica da voz nos momentos pré e pós-fonoterapia de pacientes com falsete mutacional. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 17, p. 225-229, 2012. 36. GAMA, A. C. C.; RAMOS, L. A.; VIEIRA, A. B. C.; BASSI, I. B.; MAIA, A. A.; NETO, A. L. R.; OLIVEIRA, J. B.; MENEZES, L. N.; ROEL, M. Análise vocal em pacientes com disfonia espasmódica nos momentos pré e pós-tratamento com toxina botulínica A. Revista CEFAC (Online), v. 14, p. 883-891, 2012. 37. GAMA, A. C. C.; SANTOS, L. L. M.; SANCHES, N. A.; CÔRTES, M. G.; BASSI, I. B. Estudo do efeito do apoio visual do traçado espectrográfico na confiabilidade da análise perceptivo-auditiva. Revista CEFAC (Impresso), v. 13, p. 314-321, 2011. 38. GRAÇAS, R. R.; GAMA, A. C. C.; CARDOSO, F. E.; LOPES, B. P.; BASSI, I. B. Objective and subjective analysis of women’s voice with idiopathic Parkinson’s disease. Arquivos de Neuropsiquiatria (Impresso), v. 70, p. 492-496, 2012. 39. LIMA, C. S.; MOTTA, A. R.; FREITAS, D. T. Habilidades fonológicas em respiradores orais. Fono Atual (São Paulo), v. 36, p. 23-34, 2006. 40. LOPES, B. P.; GRAÇAS, R. R.; BASSI, I. B.; NETO, A. L. R.; OLIVEIRA, J. B.; CARDOSO, F. E.; GAMA, A. C. C. Qualidade de Vida em Voz: estudo na doença de Parkinson idiopática e na disfonia espasmódica adutora. Revista CEFAC (Online), v. 15, p. 427-435, 2013. 41. LOPES, S. R.; FRICHE, A. A. L.; MOTTA, A. R. Adesão à terapia em motricidade orofacial no Ambulatório de Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 15, p. 54-62, 2010. 42. MAIA, A. A.; GAMA, A. C. C.; MICHAELICK, M. F. Relação entre transtorno do déficit de atenção/hiperatividade, dinâmica familiar, disfonia e nódulo vocal em crianças. Revista de Ciências Médicas (PUCCAMP), v. 15, p. 379-387, 2006.
57
43. MAIA, A. A.; GONÇALVES, D.; MENEZES, L. N.; BARBOSA, B. M. F.; ALMEIDA, P. S.; RESENDE, L. M. Análise do perfil audiológico dos músicos da orquestra sinfônica de Minas Gerais. Per Musi (UFMG), v. 15, p. 67-71, 2007. 44. MARCELINO, S. S.; LEMOS, S. M. A. Aspectos temporais auditivos em adolescentes do sexto ano do Ensino Fundamental. Revista CEFAC (Impresso), v. 15, p. 271-286, 2013. 45. MELGAÇO, C. A.; GAMA, A. C. C.; SERAIDARIAN, P. I. Doença do Refluxo Gastroesofagiano (DRGE): manifestações orais. Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, v. 4, p. 272-275, 2003. 46. MENDONÇA, J. E.; LEMOS, S. M. A. Promoção da saúde e ações fonoaudiológicas em educação infantil. Revista CEFAC (Impresso), v. 13, p. 1017-1030, 2011. 47. MENEZES, L. N.; VICENTE, L. C. C. Envelhecimento Vocal em Idosos Institucionalizados. Revista CEFAC, v. 9, p. 90-98, 2007. 48. MOURÃO, A. M.; BASSI, I. B.; GAMA, A. C. C. Avaliação eletroglotográfica de mulheres disfônicas com lesão de massa. Revista CEFAC (Online), v. 13, p. 1073-1080, 2011. 49. MOURÃO, A. M.; ESTEVES, C. C.; LABANCA, L.; LEMOS, S. M. A. Desempenho de crianças e adolescentes em tarefas envolvendo ordenação temporal simples. Revista CEFAC (Impresso), v. 14, p. 659-668, 2012. 50. NASCIMENTO, I.; TEIXEIRA, L. C.; ZARZAR, P. Bioética: esclarecimento e Fonoaudiologia. Revista CEFAC, v. 11, p. 158-165, 2009. 51. NASCIMENTO, L. S.; LEMOS, S. M. A. A influência do ruído ambiental no desempenho de escolares nos testes de padrão tonal de frequência e padrão tonal de duração. Revista CEFAC (Online), v. 14, p. 390-402, 2012. 52. NASSIF, M. T.; GAMA, A. C. C.; FERREIRA, C.; DOLABELA, J. L. Análise Acústica das Vogais: estudo comparativo de F1 e F2 em indivíduos glossectomizados parciais e no grupo controle. Arquivos de Ciências da Saúde (Famerp), v. 16, p. 26-30, 2009. 53. OLIVEIRA, K. V.; FARIA, B. S.; SILVA, J. P. G.; REIS, C. A. C.; GHIO, A.; GAMA, A. C. C. Análise das medidas aerodinâmicas no português brasileiro por meio do método multiparamétrico de avaliação vocal objetiva assistida (EVA). Revista CEFAC (Online), v. 15, p. 119-127, 2013. 54. OLIVEIRA, R. C.; TEIXEIRA, L. C.; GAMA, A. C. C.; MEDEIROS, A. M. Análise perceptivoauditiva, acústica e autopercepção vocal em crianças. Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 23, p. 158-163, 2011. 55. PARLATO-OLIVEIRA, E.; MOURA, L. N.; LÚCIO, F. G.; PAULA, J. P.; ZINATO, C. X. A utilização de livros como recurso terapêutico. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 14, p. 91-92, 2005. 56. PEREIRA, F. C. B.; AARÃO, P. C. L.; SEIXAS, K. L.; SILVA, H. G.; TAVARES, A. P. N.; CAMPOS, F. R.; LEMOS, S. M. A.; GAMA, A. C. C.; LEMOS, S. M. A. Histórico da Fonoaudiologia em Minas Gerais: impressão dos protagonistas. Revista CEFAC (Impresso), v. 14, p. 313-326, 2012. 57. PEREIRA, N. A. V.; VICENTE, L. C. C.; MOTTA, A. R. Reflexo da deglutição: análise sobre eficiência de diferentes estímulos em jovens sadios. Pró-Fono, v. 20, p. 159-164, 2008. 58. PERILO, T. V. C.; MOTTA, A. R.; CASAS, E. B. L.; SAFFAR, J. M. E.; COSTA, C. G. Avaliação objetiva das forças axiais produzidas pela língua de crianças respiradoras orais. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (Impresso), v. 12, p. 184-190, 2007. 59. RIBEIRO, M. B.; GAMA, A. C. C.; BASSI, I. B.; TEIXEIRA, L C. Parâmetros vocais, laríngeos e de autopercepção de professoras disfônicas: análise após tratamento fonoaudiológico. Revista CEFAC (Online), v. 15, p. 616-641, 2013. 60. RIBEIRO, P. S.; TORRES, T. L.; STARLING, A. L. P.; IÓRIO, M. C. M.; MANCINI, P. C. Crianças com fenilcetonúria: avaliação audiológica básica e supressão das otoemissões. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 17, p. 248-253, 2012. 61. SANTOS, J. N.; BARCELOS, L. F. D.; DINIZ, J. F. G.; MELO, V. L. C.; MACEDO, P. H.; REZENDE, L. M.; GONÇALVES, D. U. Avaliação do perfil audiológico dos policiais da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, v. 6, p. 20-25, 2006. 62. SANTOS, J. N.; GOMES, L. B. P.; SOUZA, N. R. M.; SOUZA, L. M. Aspectos da assistência
58
fonoaudiológica, segundo a Pesquisa por Amostra de Domicílios de Minas Gerais. Revista CEFAC (Impresso), v. 15, p. 366-373, 2013. 63. SANTOS, J. N.; LEMOS, S. M. A.; VIEIRA, T.; LAMOUNIER, J. A. Fatores favoráveis à recuperação do quadro clínico de crianças anêmicas: um estudo exploratório. Revista CEFAC (Online), v. 13, p. 617-627, 2011. 64. SANTOS, J. N.; MACHADO, N. A.; SOUZA, L. M.; SOUZA, N. R. M. Fatores associados à procura por serviços de saúde de crianças mineiras menores de 8 anos de idade. Revista Médica de Minas Gerais (Belo Horizonte), v. 22, p. 39-47, 2012. 65. SANTOS, J. N.; MACIEL, F. J.; MARTINS, V. O.; RODRIGUES, A. L. V.; GONZAGA, A. F.; SILVA, L. F. Inserção dos fonoaudiólogos no SUS e sua distribuição no território do estado de Minas Gerais. Revista CEFAC (Impresso), v. 14, p. 196-205, 2012. 66. SANTOS, J. N.; RODRIGUES, A. L. V.; GONZAGA, A. F.; MATOS, E. F.; JERÔNIMO, N. S.; TEIXEIRA, L. C. Perception of community health workers regarding risks for hearing and communication disorders. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (Impresso), v. 17, p. 333-339, 2012. 67. SANTOS, L. G.; LEMOS, S. M. A. Construção do conceito de promoção da saúde: comparação entre estudantes ingressantes e concluintes de Fonoaudiologia. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (Impresso), v. 16, p. 245-251, 2011. 68. SANTOS, L. L. M.; REIS, L. O.; BASSI, I. B.; GUZELLA, C.; CARDOSO, F. E.; REIS, C. A. C.; GAMA, A. C. C. Acoustic and hearing-perceptual voice analysis in individuals with idiopathic Parkinson’s disease in ‘on’ and ‘off’ stages. Arquivos de Neuropsiquiatria (Impresso), v. 68, p. 706-711, 2010. 69. SANTOS, L. M.; FRICHE, A. A. L.; LEMOS, S. M. A. Conhecimento e instrumentalização de professores sobre desenvolvimento de fala: ações de promoção da saúde. Revista CEFAC (Impresso), (Online), v. 13, p. 645-656, 2011. 70. SANTOS, L. R.; ALMEIDA, L. D.; GAMA, A. C. C.; BASSI, I. B.; TEIXEIRA, L. C.; ASSUNÇÃO, A. A. Adesão das professoras disfônicas ao tratamento fonoterápico. CoDAS, v. 25, p. 134-139, 2013. 71. SCOPEL, R. R.; SOUZA, V. C.; LEMOS, S. M. A. A influência do ambiente familiar e escolar na aquisição e no desenvolvimento da linguagem: revisão de literatura. Revista CEFAC (Impresso), v. 14, p. 732-741, 2012. 72. SILVA, D. R. C.; SANTOS, L. M.; LEMOS, S. M. A.; CARVALHO, S. A. S.; PERIN, R. M. Conhecimentos e práticas de professores de educação infantil sobre crianças com alterações auditivas. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (Impresso), v. 15, p. 197-205, 2010. 73. SILVA, K. R.; FERREIRA, M. C.; GUIA, A. C. O. M.; OLIVEIRA NETO, R.; LEMOS, S. M. A. Produção científica em saúde auditiva no Brasil: análise do período de 2000 a 2010. Revista CEFAC (Online), v. 15, p. 215-227, 2013. 74. SILVA, L. F.; GAMA, A. C. C.; CARDOSO, F. E.; REIS, C. A. C.; BASSI, I. B. Idiopathic Parkinson’s disease: vocal and quality of life analysis. Arquivos de Neuropsiquiatria (Impresso), v. 70, p. 674-679, 2012. 75. SOUZA, B. R. M.; GAMA, A. C. C.; BISTENE, P. M.; CARDOSO, F. E.; BASSI, I. B. Diadococinesia labial em indivíduos adultos portadores e não portadores de doença de Parkinson idiopática. Distúrbios da Comunicação, v. 24, p. 21-27, 2012. 76. TEIXEIRA, L. C.; RODRIGUES, A. L. V.; SILVA, A. F. G.; AZEVEDO, R.; GAMA, A. C. C.; BEHLAU, M. Escala URICA-VOZ para identificação de estágios de adesão ao tratamento de voz. CoDAS, v. 25, p. 8-15, 2013. 77. TERTO, S. S. M.; LEMOS, S. M. A. Aspectos temporais auditivos: produção de conhecimento em quatro periódicos nacionais. Revista CEFAC (Online), v. 13, p. 926-936, 2011. 78. VALENTIM, A. F.; CÔRTES, M. G.; GAMA, A. C. C. Análise espectrográfica da voz: efeito do treinamento visual na confiabilidade da avaliação. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (Impresso), v. 15, p. 335-342, 2010.
59
Na Figura 1, é possível observar a distribuição das publicações ao longo dos anos. A pesquisa foi consolidada de acordo com a evolução do tempo. Isso demonstra a maturidade alcançada pelo Curso de Fonoaudiologia da UFMG.
23 14 1
0
1
5
2003 2004 2005 2006 2007
6
4
2 2008
2009
2010
Figura 1: Distribuição do número de publicações ao longo dos anos
60
13
9
2011
2012
2013
Segundo a temática ciclos de vida (Figuras 2 e 3), ao tomar como referência as produções científicas oriundas dos TCCs no período de 2004 a 2012, é possível observar um equilíbrio entre o número de trabalhos desenvolvidos com crianças e adultos e a raridade de registros de pesquisas conduzidas somente com adolescentes. O número de trabalhos abordando mais de um ciclo de vida (interciclos) é outro ponto relevante observado nas publicações. A maioria desses casos registra estudos com adultos e idosos.
Figura 2: Distribuição dos TCCs apresentados no período de 2004 a 2012, tendo como referência a temática ciclos de vida
61
Figura 3: Número de trabalhos, por ciclos de vida, escolhidos para os TCCs desenvolvidos entre os anos de 2004 e 2012 no Curso de Fonoaudiologia da UFMG
A compreensão rápida dos principais eixos temáticos dos artigos publicados pode ser obtida por meio da nuvem de textos gerados com base nos títulos dos artigos publicados (Figura 4). A nuvem de textos é uma forma de visualização de dados linguísticos que mostra a frequência com que as palavras aparecem em determinado texto. As palavras apresentam tamanhos variados e diretamente proporcionais ao número de vezes que aparecem no texto. Assim os títulos dos artigos revelam:
62
Figura 4: Nuvem de texto gerada com base nos títulos dos artigos publicados
A análise crítica das atividades de pesquisa do curso de Fonoaudiologia da UFMG revela que se trata de uma área promissora para a construção do conhecimento compartilhado e do perfil do profissional egresso. É importante destacar também a articulação das pesquisas com diversas áreas de atenção à saúde, processos diagnósticos, epidemiologia, ações clínicas e gestão em saúde. A variedade de eixos temáticos e de argumentos científicos demonstrados nas pesquisas contribui para a consolidação do curso na pesquisa nacional. A premissa de que a formação do processo investigativo não é tarefa simples parece estar refletida na compilação dos produtos de pesquisa do curso. Mas essa formação deve ser oportunizada desde a graduação. Com o decorrer do tempo, as publicações foram ampliadas e se tornaram mais robustas (a maioria está no estrato B1), incluindo produções internacionais. Assim o caminho da internacionalização das produções é um projeto em construção e uma possibilidade de expansão. A produção de conhecimento em uma universidade pública deve ser entendida como um compromisso social e ético consolidado na rotina do encontro entre docente e discente. Na área da saúde, esse compromisso assume também a dimensão da defesa da vida, pois o encontro é mediado pelo paciente e por suas necessidades. Assim, buscar produzir conhecimento respaldado pelo cuidado integral, justo e interprofissional deve ser o principal desafio a ser garantido no espaço de ensino e aprendizagem.
63
Projetos de Extensão do Curso de Fonoaudiologia Leticia Caldas Teixeira Letícia Pimenta Costa Guarisco Patrícia Cotta Mancini
Introdução A extensão universitária é caracterizada pela integração entre a instituição de ensino e a comunidade. É um processo interdisciplinar educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora da universidade com outros setores da sociedade. Por meio da extensão universitária, vários setores da sociedade estabelecem uma troca com a universidade. Esse pilar da educação superior é uma forma de aprendizagem dinâmica e prática para os alunos e uma das dimensões essenciais da atividade acadêmica do curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG. O processo dialético entre teoria e prática faz com que o conhecimento ultrapasse as salas de aula e possibilite a interferência e a mudança social na vida da comunidade. A extensão universitária é geradora de políticas públicas e deve servir como instrumento de inserção social, aproximando a academia da comunidade. As atividades de extensão do curso de Fonoaudiologia estão sob a responsabilidade do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina. As atividades de extensão acontecem em forma de projetos, cursos e eventos da área de Fonoaudiologia e de áreas afins. A Fonoaudiologia já realizou 51 ações de extensão desde o ano de 2000. Dentre as atividades, 26 foram coordenadas por professores do curso de Fonoaudiologia da UFMG. A relação a seguir contém a descrição das ações de extensão citadas:
Audiologia Título: Triagem Auditiva Neonatal Universal (Tanu) Data de início: 10/10/2012 Previsão de término: 15/12/2014 Local: Ambulatório de Fonoaudiologia (HC/UFMG) Coordenadora: Luciana Macedo de Resende Cocoordenadora: Sirley Alves da Silva Carvalho Bolsistas: 2 Participantes: 4 Título: Comunica Data de início: 19/10/2009 Previsão de término: 31/12/2016 Local: Ambulatório de Fonoaudiologia (HC/UFMG) Comunidade Surda de Minas Gerais Escola Estadual Francisco Sales Coordenadora: Sirley Alves da Silva Carvalho Cocoordenadoras: Leonor Bezerra Guerra, Patrícia Sutic S. Paes de Vasconcellos e Gabriella Oliveira Lima Bolsista: 1 Participantes: 19
64
Título: Intervenção Fonoaudiológica na Criança, no Adulto e no Idoso com Perda Auditiva Data de início: 1º/3/2010 Previsão de término: 10/12/2014 Local: Hospital das Clínicas (HC/UFMG) Coordenadora: Letícia Pimenta Costa Guarisco Cocoordenadora: Sirley Alves da Silva Carvalho Bolsistas: 2 Participante: 1 Título: Avaliação e Terapia dos Transtornos do Processamento Auditivo (TPA) Data de início: 13/6/2011 Previsão de término: 15/12/2014 Local: Faculdade de Medicina da UFMG e Hospital das Clínicas (HC/UFMG) Coordenadora: Luciana Macedo de Resende Cocoordenadora: Patrícia Cotta Mancini Participantes: 2 Título: Comunica e Aprendizagem Data de início: 1º/01/2011 Data do término: 31/12/2013 Local: Comunidade Surda de Minas Gerais Coordenadora: Sirley Alves da Silva Carvalho Cocoordenadora: Leonor Bezerra Guerra Bolsista: 1 Participantes: 10 Título: Avaliação Audiológica no Idoso Data de início: 10/3/2011 Data do término: 10/12/2012 Local: Hospital das Clínicas (HC/UFMG) Coordenadora: Letícia Pimenta Costa Guarisco Participante: 1 Título: Reabilitação Vestibular em Idosos Data de início: 23/3/2011 Previsão de término: 31/12/2014 Local: Ambulatório de Fonoaudiologia do Hospital São Geraldo (HC/UFMG) Coordenadora: Patrícia Cotta Mancini Cocoordenadora: Erica de Araujo Brandão Couto Bolsista: 1 Participantes: 2
65
Saúde Coletiva Título: Atendimento em Grupo a Crianças e Adolescentes - 5935 Data de início: 1º/02/2008 Previsão de término: 30/12/2014 Local: Ambulatório de Fonoaudiologia (HC/UFMG) Coordenadora: Stela Maris Aguiar Lemos Bolsista: 1 Participantes: 5 Título: Fonoaudiologia e Comunidade: Vivências em Saúde Coletiva Data de início: 1º/3/2010 Data do término: 30/12/2010 Local: Município de Belo Horizonte Coordenadora: Amélia Augusta de Lima Friche Cocoordenadora: Stela Maris Aguiar Lemos Bolsistas: 2 Participantes: 11
Voz Título: Projeto de Saúde Vocal do Corista do Núcleo de Música Coral da UFMG Data de início: 10/3/2009 Previsão do término: 31/12/2014 Local: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Coordenadora: Leticia Caldas Teixeira Cocoordenadora: Ana Cristina Côrtes Gama Bolsista: 1 Participantes: 2 Título: Promoção da Saúde Vocal Data de início: 11/3/2011 Previsão de término: 11/12/2014 Local: Belo Horizonte / UFMG Coordenadora: Leticia Caldas Teixeira Cocoordenadoras: Adriane Mesquita de Medeiros e Ana Cristina Côrtes Gama Bolsistas: 4 Participantes: 40 Título: Atendimento Fonoaudiológico em Voz Profissional para Estudantes-Repórteres da TV UFMG Data de início: 4/4/2011 Data do término: 15/12/2011 Local: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Coordenadora: Leticia Caldas Teixeira Título: Treinamento em Competência Comunicativa para Estudantes da UFMG Data de início: 1º/3/2011 Data do término: 1º/12/2011 Local: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Campus Pampulha Coordenadora: Leticia Caldas Teixeira Cocoordenadora: Ana Cristina Côrtes Gama
66
Linguagem Título: Grupo de Convivência Formado por Indívíduos Portadores de Afasia Egressos do Ambulatório de Fonoaudiologia do Hospital São Geraldo Data de início: 13/10/2009 Previsão de término: 15/12/2014 Local: Ambulatório de Fonoaudiologia do Hospital São Geraldo (HC/UFMG) Ambulatório de Fonoaudiologia do HC/UFMG Faculdade de Medicina da UFMG Coordenadora: Erica de Araujo Brandão Couto Bolsista: 1 Título: Distúrbios da Comunicação na Escola Data de início: 1º/02/2011 Data do término: 31/12/2013 Local: Escolas da rede pública de ensino de Minas Gerais Coordenadora: Vanessa de Oliveira Martins Reis Cocoordenadora: Juliana Nunes Santos Título: Saúde Escolar no Âmbito da Atenção Básica Data de início: 1º/10/2011 Data do término: 30/12/2013 Local: Escola Municipal Secretário Humberto Abreu Território de Saúde do Centro de Saúde da Rodovia MG-20 Coordenadora: Juliana Nunes Santos Cocoordenadores: Vanessa de Oliveira Martins Reis, Maria Aparecida Nunes, Moisés Gonçalves Oliveira, Natália Lisce Fioravante Diniz e Sheila Castro Bolsista: 1 Participantes: 10 Título: Implementação do Ambulatório de Fonoaudiologia Gerontológica no Centro de Referência do Idoso Jenny Faria do HC/UFMG Data de início: 10/3/2010 Data do término: 10/12/2010 Local: Instituto Jenny Faria de Atenção ao Idoso Hospital Bias Fortes Coordenadora: Erica de Araujo Brandão Couto Bolsistas: 2 Participantes: 3
Título: Intervenção Fonoaudiológica em Crianças com Visão Subnormal Data de início: 1º/3/2010 Data do término: 20/12/2013 Local: Hospital das Clínicas (HC/UFMG) Coordenadora: Erika Maria Parlato de Oliveira Cocoordenadores: Sirley Alves da Silva Carvalho e Galton Carvalho Vasconcelos Participantes: 5
67
Título: Gagueira e Outros Distúrbios da Fluência Data de início: 14/3/2011 Data do término: 20/12/2011 Local: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Faculdade FEAD Coordenadora: Vanessa de Oliveira Martins Reis Cocoordenadores: Letícia Corrêa Celeste, César Augusto da Conceição Reis e Márcia Emília Elói Participantes: 5
Motricidade Orofacial Título: Orientações Fonoaudiológicas às Gestantes e Nutrizes Data de início: 1º/3/2012 Data do término: 9/12/2013 Local: Hospital das Clínicas (HC/UFMG) Coordenadora: Andréa Rodrigues Motta Cocoordenadora: Amélia Augusta de Lima Friche Participantes: 10
Cursos de Extensão Título: “Preaut: Sinais de Risco de Autismo na Primeira Infância” Data de início: 21/11/2012 Data do término: 12/12/2012 Local: Faculdade de Medicina (UFMG) Coordenadora: Erika Maria Parlato de Oliveira Título: Método Lógico para Redação Científica Data de início: 17/11/2011 Data do término: 18/11/2011 Local: Conservatório da UFMG Coordenadora: Andréa Rodrigues Motta Cocoordenadoras: Laélia Cristina Caseiro Vicente e Leticia Caldas Teixeira
Eventos Título: I Congresso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG Data de início: 22/5/2014 Previsão de término: 24/5/2014 Local: Faculdade de Medicina (UFMG) Coordenadora: Andréa Rodrigues Motta Cocoordenadoras: Leticia Caldas Teixeira, Letícia Pimenta Costa Guarisco, Adriane Mesquita de Medeiros, Laélia Cristina Caseiro Vicente e Juliana Nunes Santos Título: A Comunicação da Criança com Autismo: Um Olhar da Fonoaudiologia, da Medicina e da Psicanálise Data de início: 10/11/2012 Data do término: 15/12/2012 Local: Belo Horizonte Coordenadora: Vanessa de Oliveira Martins Reis
68
Título: Atualização em Distúrbios de Leitura e Escrita Data de início: 14/4/2010 Data do término: 17/6/2010 Local: Faculdade de Medicina (UFMG) Coordenadora: Vanessa de Oliveira Martins Reis Título: IV Simpósio de Atualização em Audiologia da UFMG Data de início: 11/6/2010 Data do término: 13/6/2010 Local: Faculdade de Medicina (UFMG) Coordenadora: Luciana Macedo de Resende Cocoordenadoras: Sirley Alves da Silva Carvalho e Patrícia Cotta Mancini Título: I Curso de Atualização em Avaliação e Reabilitação Vestibular da UFMG Data de início: 9/6/2006 Data do término: 10/6/2006 Local: Faculdade de Medicina (UFMG) Coordenadora: Patrícia Cotta Mancini Durante entrevistas, os professores e coordenadores dos projetos retrataram a satisfação de participar da trajetória do curso de Fonoaudiologia da UFMG. Em depoimentos, eles descrevem de que forma cada um contribuiu para a construção destes 15 anos de história.
69
Projeto
Resultados para o Ensino e a Comunidade
Promoção da saúde vocal (2010 - atual) Com a palavra... “O projeto Promoção da Saúde Vocal é realizado desde 2010. O trabalho voltado para a promoção da saúde vocal tem a duração de oito meses e envolve alunos do terceiro ao sexto períodos da graduação de Fonoaudiologia. O projeto está sob a minha coordenação e conta com a participação da professora Ana Cristina Côrtes Gama. Em 2013, o trabalho passou a contar também com a participação da professora Adriane Mesquita. O projeto surgiu do apoio à Campanha de Voz promovida pelo Departamento da Voz da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa). Desde então, o projeto vem crescendo e se consolidando. Os alunos promovem ações de promoção da saúde vocal para a comunidade. Eles divulgam a fonoaudiologia, auxiliam a comunidade no bem-estar vocal e desenvolvem a criatividade, a proatividade e o trabalho em equipe. Além disso, eles exercitam a comunicação para falar em público. Estima-se que 10 mil pessoas por ano sejam beneficiadas por essa ação. O projeto gerou uma repercussão em nível nacional. As edições 2012 e 2013 ficaram no segundo lugar nacional como melhor campanha de voz do Brasil. A premiação foi promovida pelo Departamento de Voz da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (DepVoz/SBFa).” Professora Leticia Teixeira
70
Projeto
Resultados para o Ensino e a Comunidade
Orientações fonoaudiológicas às gestantes e nutrizes (2004 – atual)
Com a palavra... “Realizado desde 2004, o projeto Orientações Fonoaudiológicas às Gestantes e Nutrizes apresenta uma proposta de orientações sistemáticas sobre a importância do aleitamento materno e de condutas nas áreas de Motricidade Orofacial, Linguagem e Audição. O projeto atende tanto as gestantes quanto as nutrizes do Hospital das Clínicas da UFMG. A equipe fonoaudiológica é integrada por graduandos do quarto, quinto, sexto e sétimo períodos do curso de Fonoaudiologia da UFMG. Eles são coordenados por mim e pela professora Amélia Augusta de Lima Friche. A proposta de intervenção que caracteriza o projeto ocorre de duas maneiras. Em uma delas, as gestantes são abordadas por dois acadêmicos de Fonoaudiologia do quarto período e um monitor dos demais períodos na recepção do Instituto Jenny de Andrade Faria. Essa abordagem é feita quinzenalmente, de segunda a sexta-feira, nos períodos das 7h às 7h20 e das 12h30 às 12h50. Na outra, as nutrizes do alojamento conjunto do Hospital São Vicente de Paulo são orientadas por acadêmicos do quinto, sexto e sétimo períodos. As nutrizes recebem essas orientações em escalas pré-reduzidas, de segunda a sexta-feira, após as 13h. As mães recebem informações baseadas na Iniciativa Hospital Amigo da Criança (Ihac), em grupo ou individualmente, de acordo com as necessidades específicas. Muitas vezes ocorrem intervenções durante o período de amamentação do alojamento conjunto. O objetivo é corrigir abordagens incorretas ou inseguras por parte da nutriz, promovendo uma mamada eficaz, segura e adequada para a criança. O material utilizado no projeto são cartazes, fotos ilustrativas, bonecos, entre outros. As gestantes e as nutrizes também recebem um material para a prática de amamentação. A ação é feita especificamente no alojamento conjunto. Estimase que 1,1 mil pessoas sejam beneficiadas com esse projeto anualmente.” Professoras Andréa Rodrigues Motta e Amélia Augusta de Lima Friche
71
Projeto Ambulatório do respirador oral (2002 – 2009)
Resultados para o Ensino e a Comunidade “O projeto Ambulatório do Respirador Oral é desenvolvido no Hospital das Clínicas (HC/UFMG) desde dezembro de 2002. Trata-se de uma proposta de atendimento multiprofissional a crianças respiradoras orais de 2 a 12 anos de idade. A equipe envolvida no projeto é integrada por otorrinolaringologistas, alergologistas, ortodontistas e fonoaudiólogos, além da participação de acadêmicos dos cursos de Medicina e de Fonoaudiologia da UFMG. O atendimento do Ambulatório do Respirador Oral é feito no Ambulatório de Otorrinolaringologia do HC/UFMG. A cada semestre, são selecionados quatro alunos da graduação em Fonoaudiologia para integrar o projeto. No ambulatório, às quintas-feiras, os alunos fazem as avaliações miofuncionais orofaciais e cervicais e acompanham os atendimentos feitos por outras especialidades. Outros dias da semana são dedicados a terapias fonoaudiológicas para grupos de três pacientes com idades semelhantes. Cada acadêmico fica responsável por um grupo. Eu faço a supervisão desses atendimentos com os quatro alunos para que as experiências sejam compartilhadas. Além disso, indico que eles façam leituras complementares para discussão. Por ano, atendemos a aproximadamente 80 novos casos e 120 retornos no mesmo período. Em 2009, a participação dos graduandos no projeto foi interrompida por incompatibilidade da carga horária da grade curricular. O Hospital das Clínicas contratou uma fonoaudióloga para assumir as avaliações. A fonoterapia está sendo conduzida pelos graduandos dentro da disciplina obrigatória Estágio em Motricidade Orofacial.” Professora Andréa Rodrigues Motta
72
Projeto
Resultados para o Ensino e a Comunidade
TANU – Triagem Auditiva Neonatal Universal (2002 – Atual)
Com a palavra... “A Triagem Auditiva Neonatal Universal (Tanu) acontece desde 2002. O projeto foi criado com a primeira turma de graduação do curso de Fonoaudiologia, sob a minha coordenação e a da professora Sirley Alves. O projeto é direcionado principalmente para os alunos da graduação em Fonoaudiologia. Os alunos fazem estágio nas atividades do Programa Estadual de Tanu, com duração de um ou dois semestres. Alunos de todos os períodos da graduação podem participar do projeto. Além do estágio na assistência, a coordenação faz reuniões mensais para discutir temas em audiologia infantil e apresentar casos clínicos. Vários materiais e produtos foram elaborados nessa atividade de extensão, como fôlderes de divulgação do projeto, campanha de esclarecimento e redução das taxas de evasão, blog com informações da Tanu e informativos impressos para os profissionais envolvidos no projeto Tanu (os impressos são distribuídos na maternidade, na UTI e no ambulatório).” Professoras Luciana Macedo de Resende e Sirley Alves da Silva Carvalho
73
Projeto Avaliação e terapia dos transtornos do processamento auditivo (2009 – atual)
Resultados para o Ensino e a Comunidade “O projeto Avaliação e Terapia dos Transtornos do Processamento Auditivo é realizado desde 2007. O projeto é voltado principalmente para os alunos da graduação em Fonoaudiologia, mas com inserção de alunos da pósgraduação. Os alunos fazem estágio no ambulatório de avaliação e terapia do Processamento auditivo (Proc auditivo). Podem participar desse projeto alunos de todos os períodos. Além do estágio na assistência, os alunos formam grupos de estudos, elaboram material de treino auditivo para os pacientes atendidos no ambulatório e aprendem as etapas do diagnóstico e da reabilitação dos transtornos de processamento auditivo (TPA), como avaliação comportamental, eletrofisiológica e terapia específica. Esse projeto está vinculado à pesquisa. Todos os anos, são apresentados trabalhos desse projeto na semana de extensão. As atividades do projeto permitem ao aluno o aprofundamento e a capacitação para o trabalho nessa área. Em Minas Gerais, esse projeto é o único serviço público que presta assistência na área de transtornos de processamento auditivo. Eu e a professora Patrícia Mancini somos as coordenadoras desse projeto.” Professoras Luciana Macedo de Resende e Patrícia Cotta Mancini
74
Projeto Musicalização e Surdez (2007)
Resultados para o Ensino e a Comunidade “O projeto Musicalização e Surdez foi realizado em 2007. O objetivo era oferecer atividades de musicalização para os pacientes com perda auditiva (principalmente crianças atendidas no ambulatório de audiologia educacional da professora Sirley). Eu fui a coordenadora do projeto. Durante todo o ano, a equipe envolvida produziu material gráfico e auditivo para a realização das Oficinas Musicais. O projeto contou com a parceria do músico Werner Silveira. Werner é percussionista da Orquestra Filarmônica e educador no Centro de Formação Artística (Cefar) do Palácio das Artes. As estagiárias da graduação assistiram às aulas de percussão e, a partir de suas observações, criaram as atividades das oficinas. Os resultados foram muito positivos. Os pais dos pacientes relataram melhoras da atenção e da audição das crianças. No ambulatório, a professora Sirley observou maior envolvimento das famílias e dos pacientes no atendimento e no processo terapêutico.” Professora Luciana Macedo de Resende
75
Projeto
Resultados para o Ensino e a Comunidade
Simpósio de Atualização O Simpósio de Atualização em Audiologia acontece em Audiologia desde 2003. O projeto é voltado para a atualização e (I, II, III e IV) a divulgação de trabalhos da área de Audiologia. O simpósio é direcionado a estudantes de graduação e pós(2003, 2005, 2007 e 2010) graduação em Fonoaudiologia e da Medicina, a profissionais fonoaudiólogos, a otorrinolaringologistas (ORL) e a outros profissionais que atuam na saúde auditiva. Nas edições passadas, o simpósio ocorreu durante dois dias. Os alunos da graduação cuidaram da organização e da divulgação do projeto nas edições passadas. O evento contou com a participação de aproximadamente cem pessoas em cada edição. As edições do Simpósio de Atualização em Audiologia foram coordenadas por mim e pela professora Sirley Alves da Silva Carvalho, com a participação da professora Patrícia Mancini. Os objetivos do Simpósio são promover a atualização científica e profissional na área da audiologia, divulgar os estudos e as pesquisas da área e fazer intercâmbio com diferentes setores de atuação dessa área profissional. O intercâmbio tem ênfase nas temáticas de sistemas de amplificação sonora individual, eletrofisiologia da audição, audiologia educacional e processamento auditivo. Nas quatro edições do Simpósio houve palestras com profissionais reconhecidos da área de audiologia e apresentação de trabalhos científicos. Os trabalhos eram apresentados em pôsteres, com temas livres orais. Na quarta edição do Simpósio, além da programação, houve dois minicursos.” Professora Luciana Macedo de Resende
76
Projeto Intervenção Fonoaudiológica na Criança, no Adulto e no Idoso com Perda Auditiva
Resultados para o Ensino e a Comunidade Com a palavra...
(2009 - atual) “O projeto Intervenção Fonoaudiológica na Criança, no Adulto e no Idoso com Perda Auditiva começou em 2009. O objetivo é atender à demanda de adultos e idosos deficientes auditivos usuários de amplificadores sonoros. Os trabalhos são desenvolvidos com ações em grupo de promoção da saúde vinculadas ao Serviço de Atenção à Saúde Auditiva do HC/UFMG. A dinâmica do grupo visa promover a interação dos usuários de amplificadores sonoros com seus familiares para informar sobre a fisiologia da audição, esclarecer dúvidas, passar orientações sobre o uso dos Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (Aasi), facilitar a comunicação em ambientes ruidosos, estimular as habilidades auditivas e abordar a importância da leitura orofacial. O objetivo das ações é promover uma comunicação sadia e eficaz visando à reinserção familiar e social dos pacientes. As atividades ocorrem semanalmente e com apenas quatro encontros. Os idosos e seus familiares participam de atividades dinâmicas e interativas com o acompanhamento de alunos do curso de Fonoaudiologia. Além de participar de eventos científicos, o projeto recebeu o prêmio de melhor ação de extensão da Faculdade de Medicina da UFMG em 2011. Desde 2012, o projeto expandiu suas ações para o atendimento à criança e ao adolescente, com possibilidade de ações individuais ou coletivas. Os trabalhos envolvem alunos do sexto ao décimo períodos da graduação de Fonoaudiologia. Eu e a professora Sirley Alves da Silva Carvalho somos as coordenadoras do projeto, que também conta com a colaboração de alunos bolsistas, voluntários e fonoaudiólogos da equipe de Atenção à Saúde Auditiva do HC/UFMG.” Professora Letícia Pimenta Costa Guarisco
77
Projeto
Resultados para o Ensino e a Comunidade
Reabilitação Vestibular em Idosos (2011 - atual)
Com a palavra... “O objetivo do projeto é atender à demanda de idosos com tontura crônica encaminhados para a Reabilitação Vestibular por diversas especialidades da área de saúde. Os atendimentos acontecem no Ambulatório de Fonoaudiologia do Hospital São Geraldo – Hospital das Clínicas da UFMG. As ações também são desenvolvidas em instituições de longa permanência da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Reabilitação Vestibular pode ser feita individualmente ou em grupo. O tratamento envolve um programa de exercícios físicos repetitivos e ativos de olhos, cabeça e corpo. O procedimento inclui manobras físicas feitas pelo fonoaudiólogo ou pelo próprio paciente em casa. O principal objetivo da Reabilitação Vestibular no idoso é evitar que os pacientes não sofram quedas para diminuir o risco de fraturas e de restrições em suas tarefas diárias. Os atendimentos são feitos pelos alunos sob a minha supervisão. Cerca de 160 idosos são atendidos por ano. Além desse atendimento, as equipes fazem visitas a instituições de longa permanência para implantar a Reabilitação Vestibular em grupo nesses locais, instruir os profissionais (enfermeiros, técnicos de enfermagem e cuidadores) sobre a Reabilitação Vestibular e apresentar os benefícios do tratamento no equilíbrio corporal de idosos. O projeto proporciona uma capacitação mais ampla do graduando em Fonoaudiologia e o prepara de maneira diferenciada para sua inserção no mercado de trabalho. A atividade proporciona maior conhecimento ao futuro profissional sobre a Reabilitação Vestibular e o sensibiliza em relação à atenção à saúde do idoso. Para os idosos, o atendimento em grupo proporciona uma rica troca de experiências e se torna mais uma opção de convívio social. A atividade terapêutica diminui a tontura dos pacientes e melhora a autoestima e a qualidade de vida dos idosos. A professora Érica de Araújo Brandão Couto é cocoordenadora do projeto. Ela também conta com a colaboração de alunos bolsistas e voluntários.”
Professora Patrícia Cotta Mancini
78
Durante esses 15 anos, o curso de Fonoaudiologia desenvolveu ações de extensão nas áreas da audição, voz, linguagem, motricidade orofacial e saúde coletiva, promovendo a articulação sadia entre a universidade e a comunidade e preparando seus alunos para o serviço comunitário de forma sensível e eficaz. Os trabalhos são desenvolvidos em variados ambientes sociais, como UBSs, hospitais, creches e escolas da rede pública e inclui atendimento à comunidade externa nos diferentes ciclos de vida. Desenvolvidas com excelência, os projetos de extensão contribuíram para o engrandecimento acadêmico e social da Fonoaudiologia. As fotos ilustram algumas atividades da extensão.
Alunos em ação de extensão na Campanha da Voz da UFMG
79
Alunas em ação na Campanha da Voz
Distribuição de Material Educativo sobre a Saúde Vocal
80
Alunas com material educativo na Campanha da Voz
Brindes da Campanha da Voz
81
Banner do 1º Simpósio de Voz da UFMG
Folder do I Curso de Atualização em Avaliação e Reabilitação Vestibular da UFMG
82
Atendimento no projeto de extensão Reabilitação Vestibular em Idosos
Alunos da Fonoaudiologia e a Profa. Juliana Nunes, em ação de promoção de saúde, na Comunidade Monte Azul, no Pró-Saúde
83
O Curso de Fonoaudiologia e a interface com os setores administrativos da Faculdade de Medicina da UFMG O Curso e o Colegiado de Fonoaudiologia Laélia Cristina C. Vicente Em 1995, o Departamento de Oftalmologia e de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da UFMG recebeu a solicitação para criar o curso de Fonoaudiologia. A criação do curso foi uma proposta sugerida pelo ex-Reitor Professor Tomaz Aroldo da Mota Santos. A análise da proposta do curso de Fonoaudiologia ficou sob a responsabilidade do professor Celso Gonçalves Becker, otorrinolaringologista e então subchefe do departamento. Para desenvolver a grade curricular do curso, o professor Celso Becker se baseou nos cursos de Fonoaudiologia existentes naquela época e nas grades curriculares e nas ementas dos cursos de graduação da UFMG, principalmente os da área de saúde. A partir daí, o professor agregou disciplinas de várias unidades envolvidas e fez uma adequação na estrutura curricular do curso. O primeiro vestibular foi realizado em 1999. Em 2000, a primeira turma do curso de Fonoaudiologia iniciou suas atividades com o ingresso de 25 alunos. No início, o professor Celso Becker foi o coordenador pró-tempore do curso. Ele ficou até o dia 24 de abril de 2000. Nessa data, ele foi conduzido a coordenador durante a primeira reunião feita com o objetivo de instalar o Colegiado do Curso de Graduação em Fonoaudiologia. O professor Marcos Borato Viana, então diretor da Faculdade de Medicina, instalou o colegiado. O objetivo do professor Marcos Borato Viana era fazer o curso atingir a excelência no cenário nacional e produzir e transmitir conhecimento. Participaram da reunião as docentes Tânia Mara Lima Gonçalves, do Departamento de Otorrinolaringologia, Valéria R. de Souza, do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e Júnia Maria Cheib Serra-Negra, do Departamento de Odontopediatria, além das acadêmicas Juliana Nunes Santos - atual docente do Departamento de Fonoaudiologia da UFMG - e Bárbara Francisquini Mateus. O Colegiado de Fonoaudiologia é composto por nove membros-professores, sendo um coordenador, um subcoordenador, dois professores do Departamento de Fonoaudiologia um representante do Hospital das Clínicas, um representante do ICB, um representante das outras unidades com disciplinas obrigatórias e dois representantes discentes. Antes da criação do Departamento de Fonoaudiologia, os representantes eram do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e
84
Fonoaudiologia. Os coordenadores e os subcoordenadores do Colegiado de Fonoaudiologia têm mandato de dois anos, desde a criação do curso:
Período de Gestão
ProfessorCoordenador
ProfessorSubcoordenador
2000-2002
Celso Gonçalves Becker
Tânia Mara Lima Gonçalves
2002-2004
Celso Gonçalves Becker
Ana Cristina Côrtes Gama
2004-2005
Ana Cristina Côrtes Gama
Luciana Macedo de Resende
2005-2007
Stela Maris Aguiar Lemos
Leticia Caldas Teixeira
2007-2009
Leticia Caldas Teixeira
Laélia Cristina C. Vicente
2009-2010
Leticia Caldas Teixeira
Erica de Araujo Brandão Couto
2010-2012
Laélia Cristina C. Vicente
Erica de Araujo Brandão Couto
2012-2014
Erica de Araujo Brandão Couto
Vanessa Oliveira Martins Reis
Foram vários os desafios com a criação do curso: criação do currículo, contratação de professores fonoaudiólogos, aquisição de equipamentos, construção do Ambulatório de Fonoaudiologia, criação do Diretório Acadêmico do Curso de Fonoaudiologia e regulamentação das resoluções do curso, dentre outros. No dia 18 de outubro de 2004, o curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina foi reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da portaria 3301. Até então, o curso era o único ofertado em instituição pública no estado de Minas Gerais. Os desafios foram vencidos, e os resultados começaram a frutificar com o esforço do colegiado, dos docentes, dos discentes, da diretoria e da congregação. E o curso obteve excelentes resultados no Provão, em 2003, e no primeiro Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), em 2005. Esse desempenho ilustra o esforço para a condução do curso. Em tão pouco tempo, o curso de Fonoaudiologia atingiu a média máxima - cinco - nos dois exames. É importante destacar também os
85
resultados das alunas que se destacaram ao obter o melhor desempenho geral no Enade e a melhor pontuação no Provão dentre os graduandos dos cursos de Fonoaudiologia de todo o Brasil. Esses resultados indicavam que o curso percorria o caminho correto. Contudo, uma comissão constituída por docentes e discentes passou a discutir o currículo do curso. Em 2007, a reformulação do currículo foi discutida para o cumprimento de determinações das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Fonoaudiologia (Resolução CNE/CES 5, de 19 de fevereiro de 2002), das Diretrizes da Flexibilização Curricular (Resolução Cepe/UFMG de 19 de abril de 2001) e para a busca de adequações na própria dinâmica curricular. Em 2008, a proposta foi encaminhada à Pró-Reitoria de Graduação. A proposta foi aprovada no dia 16 de abril de 2009. As principais alterações apresentadas na proposta estão no quadro a seguir:
1º Currículo 2º Currículo (versão dos ingressos (versão dos ingressos até 2009) a partir de 2010)
86
Carga Horária total
3.810 horas
3.750 horas
Número de créditos
254
250
Integralização
8 a 12 semestres
10 a 15 semestres
Trabalho de Conclusão de Curso
Optativo
Obrigatório
Disciplinas relacionadas à área da Saúde Coletiva
Optativo
Obrigatório
Disciplina: Estágio
Alunos ingressavam diretamente nos estágios
Criada as disciplinas de observação – precedem os estágios
Organograma das disciplinas
Ciclos básico e específico, ordenados minimamente
As disciplinas foram reorganizadas de modo que os conteúdos tivessem seguimento
O ano de 2010 marca o ingresso da primeira turma no currículo novo. Esse período foi crucial para o colegiado e para os docentes do curso. Até o primeiro semestre de 2013, o curso funcionou com as duas versões curriculares em paralelo. Nesse período, vários ajustes de conteúdos didáticos, desmembramentos de disciplinas e novas resoluções foram necessários. Até 2007, o colegiado de Fonoaudiologia tinha uma secretaria própria. A partir desse ano, a Diretoria da Faculdade de Medicina, sob a gestão do professor Geraldo Brasileiro Filho, criou o Centro de Graduação (Cegrad). O Cegrad é responsável pela coordenação dos cursos de Medicina, Fonoaudiologia e Tecnologia em Radiologia e pelo atendimento aos estudantes, oferecendo informações e prestando serviços acadêmicos. Nesses 15 anos, é importante ressaltar também que o curso participou e continua participando de programas e atividades de ensino em âmbitos institucional, nacional e internacional. O curso é representado pelos docentes e pelos discentes nesses programas e nessas atividades de ensino. A universidade oferece os programas de monitoria, aprimoramento acadêmico, inovação e qualidade no ensino de graduação, além de eventos, como a Semana do Conhecimento e a Mostra das Profissões da UFMG. Essas atividades são de grande relevância e contam com a participação da comunidade acadêmica do curso de Fonoaudiologia. No âmbito nacional, destacam-se os programas Pró-Saúde, PET-Saúde e Mobilidade Acadêmica; no internacional, a Revalidação do Diploma Estrangeiro em Fonoaudiologia e os intercâmbios estudantis, como o Ciência sem fronteiras e o Minas Mundi. Os programas de intercâmbio enviam e recebem alunos, integralizando os créditos das disciplinas cursadas no exterior pelos discentes do curso.
O Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG Sirley Alves da Silva Carvalho
No ano 2000, a UFMG criou o Curso de Fonoaudiologia. Os professores contratados foram lotados no então denominado Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia. No dia 16 de março de 2005, o professor Geraldo Brasileiro Filho encaminhou a proposta de desmembramento do Departamento do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia à Diretoria da Faculdade de Medicina da UFMG. Esse desmembramento foi solicitado pelos professores do Curso de Fonoaudiologia devido às especificidades do curso, à identidade e às práticas clínicas diferentes das subespecialidades das áreas da Medicina. No dia 5 de dezembro de 2006, o Conselho Universitário aprovou a criação do Departamento de Fonoaudiologia (Depfono) por meio da Resolução nº 16/2006, de 16 de novembro de 2006. Na ocasião, o Conselho Universitário era presidido pelo Magnífico Reitor da universidade professor Ronaldo Tadeu Pena. No dia 16 de março de 2007, os membros do Depfono foram oficialmente instalados com a criação da Assembleia Departamental. A professora Ana Cristina Côrtes Gama foi eleita Chefe do Depfono, e a professora Andréa Rodrigues Motta, Subchefe, ambas por unanimidade. E as docentes assumiram a gestão do novo departamento. Os dois primeiros anos de existência do Depfono foram marcados pela sua estruturação. No início dos trabalhos, as gestoras elaboraram propostas alinhadas aos interesses da universidade, contemplando administração, ensino, pesquisa e extensão. Na época de sua criação, o Depfono era constituído por 11 professores efetivos. A maioria desses professores eram mestres, agrupados nas respectivas áreas de especialidade.
87
Área Audiologia
Linguagem
Motricidade Orofacial
Professor
Titulação
Luciana Macedo de Resende
Mestre
Patrícia Cotta Mancini
Mestre
Sirley Alves da Silva Carvalho
Doutora
Erica de Araujo Brandão Couto
Mestre
Erika Maria Parlato de Oliveira
Doutora
Andréa Rodrigues Motta
Mestre
Laélia Cristina Caseiro Vicente
Mestre
Amélia Augusta de Lima Friche
Mestre
Stela Maris Aguiar Lemos
Mestre
Ana Cristina Côrtes Gama
Doutora
Leticia Caldas Teixeira
Mestre
Saúde Coletiva
Voz
No primeiro ano de existência do Depfono, as gestoras elaboraram um plano de qualificação do departamento. O objetivo era promover a qualificação do corpo docente em nível de doutorado. Além da mudança significativa no perfil do corpo docente, o Depfono foi contemplado com quatro vagas: três em 2009 e uma em 2012. Uma vaga foi obtida por meio do planejamento estratégico. As três vagas restantes, para expansão. O corpo docente passou a se configurar da seguinte forma:
88
Área
Professor
Titulação
Audiologia
Luciana Macedo de Resende
Doutora
Audiologia
Patrícia Cotta Mancini
Doutora
Audiologia
Sirley Alves da Silva Carvalho
Doutora
Audiologia e Saúde Coletiva
Juliana Nunes Santos
Doutora
Saúde Coletiva
Stela Maris Aguiar Lemos
Doutora
Linguagem e Saúde Coletiva
Letícia Pimenta Costa Guarisco
Doutora
Linguagem
Erica de Araujo Brandão Couto
Doutora
Linguagem
Erika Maria Parlato de Oliveira
Doutora
Linguagem
Vanessa de Oliveira Martins
Doutora
Motricidade Orofacial
Andréa Rodrigues Motta
Doutora
Motricidade Orofacial e Voz
Laélia Cristina Caseiro Vicente
Doutora
Motricidade Orofacial
Amélia Augusta de Lima Friche
Doutora
Motricidade Orofacial e Voz
Adriane Mesquita de Medeiros
Doutora
Voz
Ana Cristina Côrtes Gama
Doutora
Voz
Leticia Caldas Teixeira
Doutora
Posteriormente, o Depfono elaborou um plano de qualificação docente para pósdoutorado. O objetivo era ampliar a integração dos docentes com centros de pesquisa nacionais e internacionais, elevar o patamar das publicações e, consequentemente, qualificar o ensino de graduação e de pós-graduação em Fonoaudiologia na UFMG. O primeiro plano de qualificação docente para pós-doutorado começou em 2012 e previa a qualificação de quatro docentes até 2015. Com o crescimento do Depfono, o corpo docente se expandiu quantitativa e qualitativamente. A equipe de professores passou a ter 15 doutores, sendo um professor titular, dois associados e 12 adjuntos. A mudança no perfil do Depfono viabilizou a criação de cursos de pós-graduação Lato sensu com especialização e Stricto sensu com um curso de Mestrado Acadêmico em Fonoaudiologia. Iniciados em 2013, os cursos vieram suprir uma demanda do mercado. Além disso, esses cursos contribuíram para a qualificação clínica e acadêmica dos fonoaudiólogos da região, impactando de forma positiva no cuidado à saúde no cenário nacional. É importante ressaltar que o curso de Mestrado em Ciências Fonoaudiológicas é pioneiro em Minas Gerais. Desde a sua criação, o Depfono incentiva a realização de eventos técnico-científicos para promover a divulgação científica no estado de Minas Gerais. Dentre esses eventos, destaca-se o 1º Congresso de Fonoaudiologia da UFMG, que ocorreu no período de 22 a 24 de maio de 2014 na Faculdade de Medicina da UFMG. Finalmente, o Depfono visa um ensino de excelência em graduação e pós-graduação, contribuindo para o desenvolvimento de recursos humanos na área e a consolidação da produção e do conhecimento técnico-científico em níveis regional e nacional.
89
O Serviço de Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas (HC/UFMG) Amélia Augusta de Lima Friche e Patrícia Marques de Oliveira Desde a criação das disciplinas práticas e dos estágios curriculares da primeira turma do curso, o Serviço de Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas (HC/UFMG) é o principal cenário para a formação dos alunos do curso de Fonoaudiologia. É nesse serviço que se desenvolvem as atividades práticas, os estágios e as atividades de pesquisa e extensão dos alunos de graduação. Recentemente os alunos de pós-graduação também passaram a contar com a estrutura de fonoaudiologia do HC/ UFMG. Dentre os diversos setores do HC/UFMG, destaca-se o Ambulatório de Fonoaudiologia. Localizado no terceiro andar do Hospital São Geraldo, no complexo do HC/UFMG, o Ambulatório de Fonoaudiologia foi construído especialmente para as atividades profissionais do curso de graduação em Fonoaudiologia. O ambulatório foi construído com verba do Ministério da Educação e inaugurado em 2003 pela ex-Reitora Professora Ana Lúcia Almeida Gazzola. O uso do ambulatório é prioritariamente voltado para as atividades de ensino, assistência, pesquisa e extensão nas áreas de audição, linguagem, motricidade orofacial, voz e saúde coletiva. O espaço é utilizado pelo corpo docente e pelos alunos do Departamento de Fonoaudiologia. O ambulatório tem uma secretaria, uma sala destinada à supervisão dos alunos e 11 salas para atendimentos fonoaudiológicos. São seis dessas salas dotadas de antessala com espelhos de visão unidirecional. Os espelhos possibilitam a observação e o acompanhamento das atividades práticas desenvolvidas pelos alunos, além de possibilitar a supervisão dos docentes nos atendimentos, respeitando o caráter privativo da assistência terapêutica. Além da infraestrutura física, os alunos e os professores do curso contam com modernos equipamentos para desempenhar suas atividades. O espaço conta com computadores e softwares para análise acústica, audiômetros, imitanciômetros, aparelhos de emissões otoacústicas, vetoeletronistagmógrafo, eletromiógrafo, otoscópios, estetoscópios, câmeras fotográficas, filmadoras, cronômetros e softwares para apoio à terapia fonoaudiológica, dentre outros. Ao longo dos 15 anos do curso, vários profissionais contribuíram para o Ambulatório de Fonoaudiologia se tornar o principal centro de referência em Fonoaudiologia de Minas Gerais. Destaca-se a importante participação dos professores Celso Gonçalves Becker e Ana Cristina Côrtes Gama na criação do curso e na construção e na organização do ambulatório. As fonoaudiólogas do Hospital das Clínicas – Adriane Assis, Lilia Pereira Corrêa, Vanessa Giovannini Gomes Cunha e Patrícia Marques de Oliveira – deram grande contribuição para a criação do curso e a supervisão de alunos em estágios nos setores de Audiologia e no ambulatório de cirurgia de cabeça e pescoço. As fonoaudiólogas foram efetivadas após aprovação no único concurso público realizado pelo HC/UFMG em 1994. Gradativamente, a inserção de docentes, fonoaudiólogos e alunos se expandiu para outros setores do HC/UFMG. Em relação à gestão dessa estrutura, o ambulatório é coordenado por um docente do curso de Fonoaudiologia, com vice-coordenação de um fonoaudiólogo do HC/UFMG, ambos escolhidos por processo eleitoral. Entre 2002 e 2006, o processo de reorganização administrativo-gerencial do HC/UFMG culminou com a implantação das Unidades Funcionais. Em 2004, foi criada a Unidade Funcional Multiprofissional de Atenção à Saúde (MPAS) para prestar os serviços de Fonoaudiologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Psicologia e Assistência Social. Assim a coordenação do Ambulatório de Fonoaudiologia assumiu a coordenação do Serviço de Fonoaudiologia. Os fonoaudiólogos atuantes nos diversos setores do HC/UFMG foram vinculados a esse serviço. E a coordenação do Serviço de Fonoaudiologia passou a ter assento no colegiado da Unidade Funcional Multiprofissional de Atenção à Saúde.
90
Os coordenadores, os vice-coordenadores e os respectivos períodos de gestão do Serviço de Fonoaudiologia são mostrados na figura 1.
Período de Gestão
Coordenador / Vice-coordenador
2003-2006
Andréa Rodrigues Motta / Adriane Assis
2006-2008
Erika Maria Parlato de Oliveira / Adriane Assis
2008-2010
Erika Maria Parlato de Oliveira / Patrícia Marques de Oliveira
2010-2012
Stela Maris Aguiar Lemos / Patrícia Marques de Oliveira
2012-atual
Amélia Augusta de Lima Friche / Patrícia Marques de Oliveira
Fig. 1 - Gestão, coordenadores, vice-coordenadores do Serviço de Fonoaudiologia do HC/UFMG
Desde a sua criação, o Serviço de Fonoaudiologia teve uma expressiva expansão no número de profissionais – docentes e fonoaudiólogos – e na inserção em setores de outras Unidades Funcionais. Atualmente o Serviço de Fonoaudiologia conta com a atuação de 15 docentes do curso de Fonoaudiologia, com as quatro fonoaudiólogas efetivas da UFMG e 30 fonoaudiólogas vinculadas pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) ou por vinculação temporária feita com profissionais autônomos (RPA). No nível ambulatorial, esses fonoaudiólogos exercem atividades de assistência, ensino, pesquisa e extensão em diversos setores do complexo do HC/UFMG, como nos ambulatórios Jenny de Andrade Faria e Bias Fortes. A atuação deles é multiprofissional e transdisciplinar, que favorece a atenção integral aos usuários. Assim torna-se possível a participação dos alunos em programas credenciados pelo Ministério da Saúde (MS), como o Mais Vida, e em ambulatórios especializados, como o Ambulatório do Respirador Oral, o Ambulatório de Acompanhamento do recém-nascido de Risco (Acriar) e o Ambulatório de Baixa Visão. Destaca-se também a atuação no setor de Audiologia e no Serviço de Atenção à Saúde Auditiva, com participação de alunos dos cursos de graduação e de pós-graduação. No nível hospitalar, os fonoaudiólogos atuam em diversos setores das unidades de internação, como Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de adultos, UTI pediátrica, Unidade Neonatal de Cuidados Progressivos, enfermarias de adultos e pediátricas, dentre outros. Ressalta-se também a inserção em programas do Ministério da Saúde, como a Linha de Cuidados em Acidente Vascular Cerebral (AVC) e a Rede Cegonha. Os profissionais do Serviço de Fonoaudiologia são responsáveis por cerca de 3 mil atendimentos mensais. Os docentes e os alunos do curso de Fonoaudiologia participam de diversos projetos de pesquisa, produzindo conhecimento e informação científica de qualidade e projetos de extensão. Esses projetos favorecem a atuação dos alunos e dos docentes em atividades educativas, preventivas e terapêuticas direcionadas à comunidade.
91
Assim o Serviço de Fonoaudiologia do HC/UFMG dá expressiva contribuição na formação dos alunos de graduação e de pós-graduação em Fonoaudiologia – residentes, alunos em especialização, mestrandos e doutorandos. Além disso, o serviço contribui para a consolidação da Fonoaudiologia como importante ciência da área da saúde.
Diretoria da Faculdade de Medicina Francisco José Penna Embora seja muito novo, o curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG se destaca como um dos melhores do Brasil desde as primeiras avaliações institucionais. Já se formaram 22 turmas de graduação. Seus egressos se destacam com as melhores classificações nos concursos dos quais participam. A Fonoaudiologia é um orgulho para a UFMG. Composto por 15 professores, o corpo docente do curso é extremamente dedicado e competente. Todos eles, com sacrifício pessoal, obtiveram o título de doutor. A maioria participou do programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Dentro das possibilidades, a diretoria procura apoiar e atender às demandas do curso. Dentre as ações tomadas pela diretoria estão algumas a seguir: • Criação do Departamento de Fonoaudiologia desmembrado da Oftalmologia e Otorrinolaringologia; • Disponibilização de salas para os docentes com infraestrutura mínima necessária, a despeito dos espaços exíguos da faculdade; • Criação de dois laboratórios, um vinculado às atividades da graduação e outro para pesquisa, principalmente para a pós-graduação; • Aquisição de equipamentos para Audiologia; • Aquisição da bibliografia demandada. A dedicação do corpo docente permitiu a criação do Curso de Especialização e do Mestrado Acadêmico em um tempo que surpreendeu a própria diretoria. E é certo que a Pós-Graduação vai caminhar a passos largos para ter reconhecimento excepcional pelos órgãos avaliadores, como aconteceu com a graduação. O departamento necessita da ampliação de suas instalações e de seu corpo docente, que é excelente, porém numericamente está insuficiente. Dentro das possibilidades, a diretoria vai se dedicar ao máximo para que o curso certamente continue caminhando com eficiência. A diretoria parabeniza os docentes da Fonoaudiologia pela brilhante atuação e pelas realizações ao longo dos 15 anos de existência do curso. Esse desempenho contribui, de maneira inequívoca, para o engrandecimento e o maior reconhecimento da centenária Faculdade de Medicina.
92
Secretária da Fonoaudiologia Lúcia Helena Pinheiro Parece que foi ontem. Mas já se foram 15 anos. Não deu nem para perceber o tempo passar. Tudo começou em 2000. Eu trabalhava na Fundação Mendes Pimentel (Fump) havia quase 25 anos, quando a direção da UFMG solicitou que os funcionários efetivos daquela instituição fossem para as outras unidades. Havia muito tempo que não aconteciam concursos. A universidade estava carente de pessoal. Até então, eu nunca tinha trabalhado em unidade acadêmica. Na Fump, eu conhecia um público especial: o aluno carente da UFMG. E pesava o fato de eu ter sido assistida pela Fump no período em que era graduanda do curso de matemática. Confesso: eu, que sou meio avessa à mudança, resisti enquanto pude. Enfim, capitulei, mas com a condição de que eu pudesse trabalhar em alguma unidade central. Então fui trabalhar na Faculdade de Medicina para cuidar do curso de Fonoaudiologia, que havia começado em março daquele ano. Eu assumi a função de secretária do colegiado do curso. Eu não sabia a função de um colegiado, mas aprendi bem depressa. Além de cuidar do curso, eu acolhia os alunos. Ah, o acolhimento! Lembrei-me de quando eu estava estudando no Icex, ainda no prédio antigo, e cursava uma disciplina optativa muito difícil. Por mais que eu me esforçasse, não estava conseguindo acompanhar a turma. E eu me distanciava cada vez mais dos colegas e do professor. Eu me sentia a pior das alunas. Cansada e desmotivada, saí da sala chorando e sem rumo. Procurei um lugar e uma pessoa que pudesse me ouvir, mas não encontrei. No corredor havia um professor experiente. Com olhar bondoso, ele me perguntou: - Por que você está chorando, minha filha? E ao ouvir meu relato, ele me olhou profundamente e disse: - Você precisa cursar essa disciplina? Respondi: - Não, ela é optativa. Posso fazer outra. E, ele me disse: - Então não volte mais lá. Abandone essa disciplina e seja feliz. Eu nunca me esqueci dessas palavras nem da falta que faz um espaço para acolher o aluno. Então pensei: é isso que eu vou fazer. Na medida do possível, vou ajudar a acolher e a orientar os alunos do novo curso. Havia muito a fazer. Afinal, o começo de um curso representa uma árdua tarefa. O colegiado de Fonoaudiologia funcionava dentro do colegiado do curso de Medicina, coordenado pelo otorrinolaringologista Dr. Celso Becker. Os representantes discentes estavam no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e eram convocados por correspondência. Os professores estavam sendo contratados. Os alunos do curso, que eram 50 no total, disputaram a vaga com mais de 30 candidatos. Eram especiais e participavam de todo o processo de construção do curso. Um curso novo na Faculdade de Medicina era, no mínimo, uma mudança de conceitos e gerava situações constrangedoras. Quando os alunos, a maioria mulheres, diziam que eram do curso de Fonoaudiologia, ouviam incrédulos: “Fono o quê? E para que serve?” Dificuldades à parte, caminhamos juntos. No início de 2004, a primeira turma concluiu o curso. E foi um percurso lindo, com excelentes alunos brilhando na avaliação do MEC. O curso obteve nota máxima. O quadro de docentes, com 11 professoras fonoaudiólogas, formava uma equipe coesa e comprometida com um ensino de qualidade. Na cerimônia de colação de grau, fui surpreendida com uma inesquecível homenagem. Dois alunos, o Vinícius e a Carolina, cantaram uma música para mim. Emocionada, chorei agradecida. A décima turma pediu que eu escrevesse uma mensagem no convite. Escrevi: Esta turma é 10! Explico. Essa turma é a décima turma da Fono. A responsabilidade é enorme, mas, nesse caso, é ainda maior. É um marco.
93
Afinal, o número DEZ significa perfeição. Na Matemática, é um número completo: todos os números correm em ciclos de dez. Gosto muito do número dez! Não por acaso, esse número tem o sentido claro da responsabilidade humana. Por exemplo, são DEZ os mandamentos que representam o dever para com Deus e para com o homem. São DEZ os Atributos Divinos: Sabedoria, Entendimento, Conhecimento, Bondade, Severidade, Harmonia, Perseverança, Esplendor, Apego e Realeza. Com uma fórmula bem-balanceada, contendo um pouquinho de cada um desses atributos, com certeza, vocês chegarão muito perto de Deus. Estou certa de que vocês, meus queridos, estão na profissão certa. Obrigada por me dar a oportunidade do convívio nesses quatro anos. Pude ouvi-los, além de compartilhar a lágrima que insistia em rolar do canto dos olhos, os momentos de raiva e de tristeza e presenciar a alegria das conquistas. Sejam felizes! Estarei sempre torcendo por vocês! Os ciclos foram se completando, e 22 turmas já passaram pelo curso. A maioria dos fonoaudiólogos já está inserida no mercado de trabalho em Minas Gerais, em outros estados e até fora do país. Continuo muito ligada a eles pelas redes sociais. Criei um grupo de ex-alunos, com o objetivo de criar um espaço para divulgar notícias, oportunidades de trabalho e de capacitação profissional e informações do interesse dos alunos que se formaram na UFMG. Além disso, não vou negar: criei o grupo com a intenção de manter um elo com essas pessoas que moram no meu coração. Em 2007, foi criado o Departamento de Fonoaudiologia. E eu fui secretariar o mais novo departamento da Faculdade de Medicina. Eram novos desafios. Tinha muito a aprender e a construir. E nós começamos mais essa tarefa, além da equipe de professores sob a maestria da professora Ana Cristina Côrtes Gama. E conseguimos! O quadro tem 15 docentes, e já estamos preparando o concurso para inclusão do 16º docente. Fomos agraciados com uma vaga de professor para ministrar a disciplina Língua Brasileira de Sinais. Em 2012, foi aprovado o Programa de Pós-graduação em Ciências Fonoaudiológicas. A primeira turma de mestrado começou o curso em 2013. Também foi iniciado o curso de especialização em fonoaudiologia. Eu poderia ter me aposentado há quatro anos, mas penso que ainda não consegui terminar a minha missão. Acho que posso passar o bastão quando a primeira tese de doutorado for defendida. Nesses 15 anos, temos muito a comemorar e a agradecer. Muitos estiveram conosco nessa jornada e só conseguimos o que temos porque trabalhamos com amor, dedicação e envolvimento. Parabéns para nós! Lúcia Helena Pinheiro (mas podem me chamar de “Lúcia da Fono”. É assim que me chamam).
94
Metas “A dream you dream alone is only a dream. A dream you dream together is reality.” - John Lennon Ana Cristina Côrtes Gama Érica de Araújo Brandão Couto Desde a sua criação, o curso de Fonoaudiologia da UFMG se sustenta nos três pilares da educação: o ensino, a pesquisa e a extensão. Assim o curso consolida sua presença no espaço acadêmico da UFMG e na sociedade brasileira. A trajetória do curso de Fonoaudiologia é o resultado de muito trabalho de professores, alunos e funcionários. Com determinação e empenho, eles conseguiram coroar esses 15 anos com conquistas, sucessos e vitórias. Em relação ao ensino, o curso se compromete com a formação de um profissional generalista, humanista, reflexivo e crítico. Além disso, o curso forma profissionais capacitados para atuar com competência técnica e pautados por princípios éticos, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania. Como meta para o ensino, destaca-se a maior utilização de novas tecnologias nas práticas pedagógicas. Essa ação vai favorecer a interação da educação com as tecnologias digitais. O avanço tecnológico associado a novos valores organizacionais, de economia e de comunicação global, está desenhando um novo formato da transmissão do conhecimento. Nesse cenário, o curso de Fonoaudiologia da UFMG está incluindo a tecnologia na educação para colaborar no desenvolvimento do processo de aprendizagem. Outro aspecto importante é a constante inserção do curso em atividades vinculadas ao Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde). Nessas atividades, o curso visa à reorientação da formação profissional para favorecer uma geração de perfis profissionais mais ajustados às perspectivas da atenção básica e promover a integração do ensino com o serviço. No âmbito da pós-graduação, o curso de mestrado em Ciências Fonoaudiológicas tem compromisso com a formação, a inovação técnico-científica, a construção de evidências científicas e a produção de conhecimentos na área da saúde. A expansão ao nível do doutorado é uma das metas da pós-graduação do Departamento de Fonoaudiologia da UFMG. Assim o curso se consolida como referência da fonoaudiologia nacional. Em relação à pesquisa, o curso se compromete a estimular o aluno a gerar conhecimento científico voltado para a pesquisa dos problemas e das soluções dos distúrbios de comunicação humana e do aperfeiçoamento dos padrões da fala e da voz. Na pesquisa, um dos desafios do curso é criar espaços de pesquisa com equipamentos de alta tecnologia, como o Laboratório de Pesquisa em Fonoaudiologia. Com a característica de espaço multiusuário, o laboratório vai se tornar um ambiente de realização de pesquisas na área da saúde da Comunicação Humana para produzir o desenvolvimento de evidências científicas da atuação fonoaudiológica. Dessa forma, a configuração de pesquisas com o uso de alta tecnologia pode consubstanciar novos rumos e avanços para a produção e a divulgação do conhecimento na área fonoaudiológica.
95
Na extensão, o curso de Fonoaudiologia se compromete a propiciar um processo educativo, cultural e científico. Esse processo articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a universidade e a sociedade. Na prática, essa articulação acontece por meio de programas, projetos, cursos e eventos promovidos pela comunidade acadêmica. Assim a universidade cumpre a sua missão de promover a interação com a comunidade em que está inserida, ligando a instituição aos diversos setores da sociedade. A meta das atividades de extensão é trabalhar na criação do Observatório de Saúde em Fonoaudiologia. O objetivo é criar um ambiente de reflexão sobre os cuidados da saúde da Comunicação Humana e acompanhar as evidências científicas da atuação fonoaudiológica. O curso de Fonoaudiologia vai reunir, organizar e oferecer à sociedade referências concretas da avaliação, da administração e do uso dos cuidados da saúde ligados ao saber fonoaudiológico. Com a criação do observatório, a ideia é reunir e organizar dados para estudos e pesquisas nas cinco áreas de conhecimento fonoaudiológico - Voz, Linguagem, Audição, Motricidade Orofacial e Saúde Coletiva - e nos diferentes ciclos de vida. O observatório também vai apoiar os espaços institucionais de articulação entre os diferentes atores responsáveis pela pactuação, pelo funcionamento e pelo aprimoramento contínuo da gestão da saúde e da pesquisa nas três esferas de governo (Friche et. al., 2011). Os desafios são inúmeros. Ao longo desses anos, as metas e os projetos foram traçados sempre visando à excelência no ensino, na pesquisa e na extensão. A formação humanizada, a atualização constante e a busca por melhores condições nos ambientes de ensino estão entre os principais desafios. O principal objetivo é manter o curso de Fonoaudiologia em um patamar elevado e atualizado com as demandas inter e multidisciplinares de sociedades complexas e desenvolvidas, como a em que a UFMG está inserida.
96
Bibliografia GAMA A.C.C., BECKER C.G., SANTOS J.N. Departamento de Fonoaudiologia. In: PEDROSO E.R.P. Centenário da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG 1911-2011. Belo Horizonte: Folium; 2012. p. 193-97. ASHA, AMERICAN SPEECH LANGUAGE HEARING ASSOCIATION Language [relevant paper]. (1982). http://www.asha.org/docs/html/RP1982 00125.html> RESOLUÇÃO CFF, NÚMERO 320, DE 17/02/2006. http://www.fonoaudiologia.org.br/legislacaoPDF/ Res%20320-06%20-%20Especialidades.pdf. BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) Anísio Teixeira. Manual do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - Enade - 2004. Brasília: Inep, 2004. LIBÂNEO, J. C. Conteúdos, formação de competências cognitivas e ensino com pesquisa: unindo ensino e modos de investigação. Cadernos de Pedagogia Universitária, São Paulo, Edusp, 11. (2009) http://www.prg.usp.br/wp-content/uploads/caderno11.pdf Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. A ciência para o século XXI: uma nova visão e uma base de ação. Brasília: Unesco Abipti, 2003. 72p. Livro de Atas do Colegiado de Fonoaudiologia da UFMG. BECKER, C.G. Fonoaudiologia UFMG – primeiro curso público mineiro. In: GAMA, A.C.C., LEMOS, S.M.A.L. Histórico da Fonoaudiologia em Minas Gerais. Belo Horizonte, Folium, 2010. COSTA M.A., MOTA, J.A.C., FIGUEIREDO, R.C.P. A nova dinâmica institucional do Hospital das Clínicas da UFMG: o projeto de unidades funcionais e a contratualização com o SUS/BH. Rev. Med. Minas Gerais, 2009; 19(3): 269-275. FRICHE, A. A. L.; GAMA A. C. C.; SANTOS, J. N.; MANCINI, P. C.; CARVALHO, S. A. S.; MARTINS, V. O. M. Planejamento estratégico do Departamento de Fonoaudiologia (2012-2014). Universidade Federal de Minas Gerais, 2011.
97
Assessoria de Comunicação Social Coordenação: Gilberto Boaventura Atendimento Publicitário: Desirée Suzuki Projeto Gráfico e Diagramação: Bruno Dayrell
Revisão ortográfica e gramatical: Versão Final
99
ISSN: 2358-0534 FONOAUDIOLOGIA 1999 - 2014
Anos