Saúde Informa 0

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Boletim Informativo da Faculdade de Medicina da UFMG Nº 0 - Ano I - Belo Horizonte, Março de 2010

4 MILHÕES

Triagem neonatal alcança marca histórica

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REALIDADE VIRTUAL

Conheça novas formas de estudar o cérebro

NOVO CURSO

Faculdade recebe futuros tecnólogos

Há cem anos nascia... E

m meio a pelejas políticas e intelectuais a Faculdade de Medicina da UFMG nasceu e se firmou em Minas Gerais, vencendo desafios e provando que a sua implantação em Belo Horizonte sanou uma necessidade irrefutável do estado, ao contrário do que diziam algumas personalidades do início do século XX. Pelas salas de aula da instituição passaram e deixaram suas contribuições professores e estudantes engajados e que tiveram participações relevantes em fatos marcantes da história política e social brasileira. Fatos como a Primeira Grande Guerra, a luta contra o regime ditatorial e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). No ensino, a Faculdade também inovou e contribuiu para o avanço da formação e das práticas na área de saúde no Brasil. Destaca-se a formação do médico generalista, a criação e implantação do Internato Rural, o uso da

tecnologia na saúde e o desenvolvimento em pesquisas e estudos nos seus diversos campos, especialmente na saúde pública e coletiva. Por aqui também passaram personalidades que, além de médicos, enriqueceram a Literatura como João Guimarães Rosa e Pedro Nava. Outros se destacaram na política como Juscelino Kubitscheck, Clóvis Salgado e Célio de Castro. Para começar a contar toda a riqueza produzida e ensejada nestes cem anos de história, a primeira edição do boletim Saúde Informa traz os primeiros passos e revela algumas curiosidades que marcaram a fundação da Faculdade de Medicina da UFMG. Nas palavras de Silviano Brandão, “uma das maiores e mais justas aspirações do povo mineiro para emancipar-se intelectualmente”. Leia mais nas páginas 4 e 5. Fotomontagem: Ana Cláudia Ferreira

Quadro, fotos e documentos registram a fundação


Editorial

H

á algum tempo, percebo que nossa comunidade acadêmica sente falta de um boletim informativo que traga impressos fatos relevantes de nossa Faculdade. Surgiu, assim, a ideia de criarmos este novo meio de comunicação e lançá-lo como parte das comemorações de abertura de nosso centenário. E nada mais oportuno do que, em seu primeiro número, o Saúde Informa trazer uma série de matérias abordando a História de nossa instituição e também os preparativos para as comemorações deste momento de celebração. Mas além do centenário, o jornal também vai abordar outros temas como a pesquisa, projetos de extensão, enfim, questões de interesse de estudantes, funcionários e professores. Portanto, o Saúde Informa é um espaço da nossa comunidade e está aberto às sugestões e opiniões de todos. Participe e contribua na construção deste novo canal de informação, debate e diálogo de nossa comunidade.

História

Informação com a marca da evolução

V

ida, Medicina Informa, Boletim Informativo. Estas são algumas das publicações impressas, além das científicas, na história da Faculdade de Medicina para a comunidade acadêmica. O primeiro informativo que se tem registro no acervo da Assessoria de Comunicação Social da Faculdade data de 1973, grampeado e mimeografado. Em 1984, o Boletim era apresentado como do campus Saúde, editado pela Secretaria Geral e impresso na gráfica da Faculdade. De lá para cá muita coisa mudou na sociedade. E, consequentemente, na comunicação. Em 1991, a Unidade lançou o jornal Vida. Impresso em papel jornal, no formato standard e colorido. O veículo teve apenas um número neste formato e ressurge em 1993 como Informativo Vida, publicado em vários formatos e cores.

UFMG tem novo reitor O professor Clélio Campolina Diniz recebeu o cargo de reitor na última segundafeira, 22, do professor Ronaldo Pena. Na solenidade, no prédio da reitoria, a professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina, Rocksane de Carvalho Norton, assumiu como vice-reitora e toda a equipe foi apresentada à comunidade universitária. Foto: Foca Lisboa

Francisco Penna

Diretor Faculdade de Medicina

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A partir de junho de 1995, quando passou a ser impressa no formato A4, a publicação foi gradativamente modernizada. Por questões financeiras, sua última edição foi em maio de 2000, e trouxe na capa a comemoração dos 89 anos da Faculdade. No transcorrer dessa trajetória houve ainda o Medicina Informa, boletim voltado para o público interno, impresso e em duas cores, que mais tarde transformou-se em newsletter, informativo divulgado na forma de e-mail. Agora você recebe, em suas mãos, o Saúde Informa. Com projeto gráfico mais leve e editado em quatro cores, o jornal é uma nova opção para informar o público sobre os acontecimentos da Unidade. Quer dar sugestões e fazer comentários? Envie um e-mail para jornalismo@medicina.ufmg.br

O

selo em comemoração ao Centenário da Faculdade de Medicina, criado pelo Centro de Comunicação da UFMG (Cedecom), busca representar a história da instituição ao longo de seus 100 anos. Alguns ícones caros à sua comunidade foram selecionados. Entre estas imagens estão as personalidades que participaram da criação da Faculdade, simbolizados pelas assinaturas que forma o fundo do selo e que estão presentes na parede, à direita, do saguão de entrada do edifício da Medicina. Este que também está representando no selo, sobreposto pela imagem da primeira sede da Faculdade, construção inspirada na antiga Faculdade de Medicina de Paris e que foi demolida em 1956, sob protesto, para dar lugar ao prédio atual. Uma moldura verde compõe o selo, cor representativa da área da saúde. Ela também remete à arborização do campus Saúde. Já o dourado, que traça as linhas dos prédios fundidos, remete à sofisticação e tradição presentes na trajetória e nas transformações da Faculdade ao longo do tempo.

Diretoria da Medicina Os professores Francisco Penna e Tarcizo Afonso Nunes serão reempossados para os cargos de diretor e vice-diretor, respectivamente, no próximo dia 12 de abril

Março de 2010


Entrevista

Comemoração do Centenário vai até 2011

D

esde 2007, as comemorações do Centenário da Faculdade de Medicina têm mobilizado alguns setores e pessoas da instituição. No final de 2009, cinco comissões – Registros, Solenidades, Programação, Comunicação e Captação de Recursos – foram criadas. Para contar como estão os preparativos das comemorações, o Saúde Informa entrevistou o diretor da Faculdade de Medicina, professor Francisco Penna.

Foto: Bruna Carvalho

Saúde Informa (SI): Como a Faculdade de Medicina está se preparando para comemorar seus 100 anos de fundação? Francisco Penna (FP): O primeiro passo foi constituir as comissões e subcomissões responsáveis pelo planejamento das atividades, às quais as pessoas aderem de acordo com seu interesse. Cada uma elege um coordenador, que participa da Comissão Executiva. As reuniões iniciais de um evento dessa magnitude são para construir ideias que permitam fazer o melhor possível. Ainda há muito trabalho e desafios para realizarmos as festividades em alto nível. A comunidade acadêmica é convidada a participar das discussões. SI: Quando iniciam as comemorações? FP: A data do evento de abertura, mesma da primeira reunião da Congregação da Faculdade, em 1911, será dia 26 de março. Neste dia, no Salão Nobre, daremos início às comemorações com palestra do nosso professor emérito Nassim da Silveira Calixto, sobre a história da fundação da Faculdade. Haverá apresentação da Orquestra de Câmara da Polícia Militar. Ao longo de todo ano de 2010 e de 2011 haverá uma série de eventos comemorativos, que ainda serão definidos. SI: O que mais é possível adiantar da programação? FP: É preciso buscar recursos para estabelecermos uma programação completa, mas já estão programados os lançamentos de pelo menos três livros: um histórico, escrito pela professora Heloísa Starling, sobre a medicina na nossa Faculdade, outro científico, sobre as Sessões Anátomoclínicas, e o Centenário da Faculdade de Medicina, organizado

Março de 2010

por um grupo de professores, com a participação de servidores.Vamos apresentar projetos para buscarmos recursos a partir de leis de incentivo a projetos culturais, como a criação de um grupo musical. SI: Estão previstas homenagens? FP: Estamos criando uma medalha especial. Uma rara honraria, que será outorgada por uma comissão de alto nível àqueles que exercem ou exerceram ações de relevância para com esta Faculdade, com base na análise de rigorosos critérios técnicos. SI: As comissões estão programando atividades na área científica? FP: Estão previstos o 2º Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina e o 49° Congresso Brasileiro de Educação Médica, o Cobem, que será no segundo semestre de 2011 com apoio do Diretório Acadêmico Alfredo Balena, dos estudantes de medicina. Já o 2º Congresso terá como tema central “Políticas de Promoção da Saúde”, e discutirá o que governos, empresas e organizações andam fazendo para a promoção da saúde da sociedade e do indivíduo. SI: As obras de infraestrutura que vêm sendo realizadas também são parte das comemorações? FP: As obras não fazem parte do projeto do centenário, mas do projeto da Faculdade. Para citar algumas, já está em execução a recuperação das fachadas frontal e lateral da Unidade, a instalação de sonorização e equipamentos de projeção de imagens nas salas de aula. Também iniciaremos a construção de um espaço de convívio e uma cantina - reivindicações antigas. Faremos obras de modernização do Salão Nobre, laboratórios e salas, para os cursos de Medicina, Fonoaudiologia e de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Queremos construir, ainda, um espaço de avaliação de atividades práticas dos estudantes, dentre elas o Objective Strutured Clinical Exame (Osce), de avaliação de habilidades dos estudante, e um centro de treinamento de profissionais de saúde.

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Centenário

Q

Mais de um sécu

uem passa pela Avenida Professor Alfredo Balena diariamente não imagina que a história desta instituição começou há bem mais de um século. Segundo registros do Minas Gerais, Diário Oficial do Estado, em 1893, Silviano Brandão, secretário do governo de Afonso Pena, já defendia a criação de uma Faculdade de Medicina em Minas como uma “indeclinável necessidade”. Silviano Brandão justificava a importância da Faculdade como sendo “uma das maiores e mais justas aspirações do povo mineiro para emancipar-se intelectualmente”. No início do século XX, já havia em Minas Gerais, a Escola de Minas e Engenharia Civil, a Faculdade Livre de Direito e a Escola de Pharmacia. Ele afirmava também que, naquela época, muitas famílias mineiras perdiam seus filhos que iam estudar medicina no litoral e morriam vítimas de febre amarela. Os textos, reunidos na “Revista do Archivo Publico Mineiro, Fascículo II, de 1927, com direção e redação de Aurélio Pires”, mostram que houve inúmeras reuniões discutindo a criação da Faculdade, fato que só se concretizou em 1911. Fundada em 5 de março daquele ano, a “Faculdade de Medicina de Bello Horizonte”

Décadas

Os primeiros estatutos da escola trazem a assinatura dos seguintes médicos fundadores: Cícero Ferreira, Cornélio Vaz de Melo, Olyntho Meirelles, Zoroastro Alvarenga, Hugo Werneck, Antonio Aleixo, Eduardo Borges da Costa, Samuel Libanio, Alfredo Balena, Octavio Machado.

foi a quarta implantada no Brasil e teve como seu primeiro diretor Cícero Ferreira, acompanhado pelo vice Cornélio Vaz de Melo. A primeira sede era o antigo Palacete Thibau (foto), na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua Espírito Santo, no centro da capital mineira. O prédio atual encontra-se em uma área que pertencia ao Parque Municipal e foi cedida pela prefeitura na ocasião do lançamento da pedra fundamental do edifício da Faculdade, em 30 de julho de 1911. Em 1914, a escola passou a funcionar neste prédio que acabara de ser construído. A arquitetura foi inspirada na antiga Faculdade de Medicina de Paris. Em 1956 foi autorizada a demolição do prédio, a contragosto de alunos e funcionários, para dar lugar à sede atual.

Fot

Palacete Thibau, primeira sede da Facu

O papel de Aurélio Pires Durante os 10 anos que antecederam a fundação da Faculdade, diversos artigos publicados no Minas Gerais mostram que o farmacêutico teve papel fundamental na criação da Faculdade. Neste período, Aurélio Pires se tornou um dos grandes combatentes das idéias que rechaçavam qualquer movimento a favor do surgimento de uma escola de medicina no estado. Apesar de todo o esforço, Aurélio Pires não assinou o documento que consta nos primeiros estatutos da instituição como um de seus fundadores. Entretanto o professor Sylvio Miragiia, em artigo do Instituto Mineiro de História da Medicina, de agosto de 1992, revela que tal fato se explica por pura modéstia. “E se trata-

1910 1920 1930 1940 1950 Em 1911 é criada a Faculdade de Medicina Criação do Hospital São Geraldo e do Instituto do Rádio Em 1927 é criada a Universidade de Minas Gerais

Criação dos Departamentos de Anatomia, Fisiologia, Patologia, Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Pediatria, Oftalmo-otorrinolaringológico, Ginecológico-obstétrico, Dérmato-sifilográfico e Medicina Pública

Curso de Medicina Militar Federalização da Faculdade e demais unidades da Universidade

Criação de restaurante para os alunos e representação do DA na Congregação Demolição do primeiro prédio da Faculdade


éculo de história

ede da Faculdade, ainda existente.

va de modéstia vera, da encantadora modéstia dos homens ilustres de Minas de então”. Mas esse fato não retira seus méritos e contribuições em prol da Faculdade. Em 2006, quando a instituição completou 95 anos, o professor Ajax Pinto Ferreira, hoje coordenador do Centro de Memória da Medicina (Cememor), defendeu em reunião da Congregação o reconhecimento do professor Aurélio Pires como um dos fundadores da instituição e a inclusão de sua assinatura junto às outras no saguão do prédio principal. “O centenário da Faculdade vem para desmentir a ideia daqueles que foram rebatidos pelo professor Aurélio Pires e que, na época da fundação, consideravam que aqui em Minas não havia condições para criar uma Escola de Medicina”, comemora Ajax. Ele se orgulha ao relembrar os artigos escritos por Aurélio Pires e acrescenta: “Também estamos comemorando a vitória de uma ideia que veio atender a uma necessidade que se impunha no estado”. E, assim, como os argumentos que há cem anos foram combatidos por cariocas, mas se mostraram irrefutáveis aos responsáveis pela criação da Escola de Medicina, Ajax acredita que “a extensão de um curso superior

Primeiras cadeiras criadas na Faculdade Anatomia Medico-cirurgica; Operações e Apparelhos; Hygiene; Medicina Legal; Clinica Cirúrgica; Clinica Medica; Gynecologia e Obstetrícia; Clinica Pediátrica; Moléstias Nervosas; Clinica Dermatologica e Syphiligraphica; Microbiologia; Clinica de Olhos, Garganta, Nariz e Ouvidos; Pharmacologia.

marca a maioridade intelectual de uma terra”. A participação efetiva de professores da escola na evolução da saúde em Minas por meio de pesquisas científicas, iniciativas sociais na área de saúde pública, e até na construção dos primeiros hospitais de Belo Horizonte torna evidente essa maioridade intelectual. Na esfera política, a Faculdade de Medicina teve papel fundamental em Minas. Alguns anos após a sua fundação, durante a Primeira Grande Guerra, professores foram enviados a campo na missão brasileira, o que se repetiu durante a Segunda Grande Guerra. Em 1930, os alunos participaram da revolução que pôs fim a República Velha. Já nos anos 1950, o Brasil viu Juscelino Kubitschek, formado pela Faculdade de Medicina, assumir a Presidência da República e construir a nova capital. Mais uma vez, destacando seu preponderante papel político, a Faculdade foi palco, em 1968, de uma invasão pela polícia militar do governo ditatorial da época. Os alunos eram engajados no movimento estudantil, e muitos chegaram a ser presos e torturados. Na década de 1980, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), mais uma vez a Faculdade de Medicina se mostrou ativamente envolvida com as políticas públicas de saúde. Ano após ano, as ações da escola sempre foram marco histórico dos grandes acontecimentos do país. A história da Faculdade de Medicina está entrelaçada à história da capital mineira, do estado e do país, não só no momento de sua criação, mas em toda sua trajetória.

1960 1970 1980 1990 2000

Construção do prédio atual, invasão da Faculdade pela Polícia Militar e criação do primeiro Doutorado em Oftalmologia

Criação dos cursos de Fonoaudiologia e Tecnologia em Radiologia e Diagnóstico por Imagem.

Criação do Nescon Criação do Cememor e Internato Rural

Reforma da sede da Faculdade. Criação do Nupad, Cetes e Projeto Manuelzão

Fotos: Acervo Cememor / Faculdade de Medicina

Foto: Acervo Cememor / Faculdade de Medicina


H1N1

Teste do pezinho

Nescon ensina como lidar com a Influenza sem banalizar ou superestimar

C

oncebido nos mesmos moldes do kit dengue decifra-me ou devoro-te, o material didático produzido pelo Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFMG (Nescon) em parceria com Ministério da Saúde traz textos, referências, imagens, vídeos e apresenta os principais aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos da Síndrome Gripal e Influenza Pandêmica (H1N1) 2009. Direcionado a estudantes e profissionais da saúde, o kit aborda ainda as medidas de controle e imunização, além de delinear aspectos gerais da organização de serviços. Completando esse conjunto, há também uma avaliação formativa online com questões, extraídas de um banco de dados montando com 150 perguntas.

Triagem neonatal alcança marca de 4 milhões

M

ais de quatro milhões de crianças já realizaram o teste do pezinho em Minas desde o início da primeira fase, em 1993, do Programa Estadual de Triagem Neonatal de Minas Gerais (PETN-MG), configurando o estado como o terceiro maior programa de triagem neonatal do mundo, atrás apenas de dois estados americanos. Atualmente, mais de 3.700 pacientes são tratados e acompanhados pelo PETN-MG, dentro dos princípios da atenção integral à saúde. Com a experiência do controle das crianças, segundo o professor Marcos José Burle de Aguiar, vice-diretor do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad), é possível, além do conhecimento da incidência das doenças, acompanhar a evolução dos pacientes e a história da doença. “Não há no mundo esse seguimento controlado que temos no Programa”, destaca. Ele conta que mais de mil pessoas com hipotireoidismo congênito, que teriam retardo mental, são pessoas normais graças ao diagnóstico precoce e tratamento adequado. O Nupad atende todos os 853 municípios mineiros, e é o responsável pelo diagnóstico precoce e acompanhamento às crianças com alguma das quatro doenças pesquisadas - fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e fibrose cística -, prevenindo o surgimento de sequelas irreversíveis. Foto: Acervo Nupad / FM / UFMG

A estimativa é que se produza cerca de 600 mil exemplares do material, que será distribuído pelo Ministério da Saúde a médicos, enfermeiros, instituições de ensino e secretarias de saúde de todo o país. Brevemente o material também estará disponível para download. Ilustração: Marcelo Reggiani

Nupad é referência no teste 6

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Divulgação Científica

Realidade virtual garante novas formas de estudar o cérebro humano

“O

uso da realidade virtual e da estereoscopia é irreversível, inclusive na Medicina”, garante o neurocirurgião Mauro Augusto Tostes Ferreira, autor de tese aprovada na Faculdade de Medicina da UFMG. Ele defende as técnicas específicas de simulação de tridimensionalidade como eficazes ferramentas auxiliares na transmissão de conhecimento e aperfeiçoamento de habilidades. Modelos virtuais estereoscópicos - imagens tridimensionais - foram produzidos a partir de cerca de 7mil fotografias de partes cefálicas, feitas em parceria com a Universidade da Flórida, instituição americana mais conceituada na área da neuroanatomia. O objetivo é permitir que a “sensação de ‘estar lá dentro’ vivenciando a cena, que os filmes em 3D têm - como Avatar -, possam ser aplicados nas salas de anatomia e tornar as aulas ainda mais atraentes e eficazes”, considera. Os benefícios dessa “imersão” numa situação didaticamente proposta são a melhor compreensão e visualização de um fato ou circunstância real. A simulação permite a tentativa e erro e, consequentemente, maior segurança no exercício profissional. Parte dessa tecnologia já está disponível no Centro de Tecnologia em Saúde (Cetes) da Faculdade de Medicina. Cerca de cem profissionais inscritos no curso semestral “Anatomia do encéfalo em 3D” já estão se beneficiando do recurso. Coordenado pelo professor Sebastião Gusmão, o curso é oferecido por meio do Centro de Extensão da Unidade.

Fotomontagem: Leonardo Lopes Braga

Canto de bebê e o desenvolvimento cognitivo

A

s manifestações vocais na primeira infância podem revelar o desenvolvimento cognitivo da criança e contribuir para antecipar diagnósticos de problemas de cognição em crianças. Está é a proposta defendida pela professora da Escola de Música da UFMG, Maria Betânia Parizzi Fonseca, em sua tese de doutorado, defendida junto ao programa de pós-graduação em Ciências da Saúde, na área Saúde da Criança e do Adolescente da Faculdade de Medicina. Segundo o estudo, a música vocal cantada pela criança, espontaneamente, varia de acordo com a idade e evolui de forma previsível e conhecida pelos profissionais da música. Após avaliação de 40 cantos espontâneos de crianças entre 2 e 6 anos de idade, comparados entre si e com os balbucios de bebês com menos de um ano de idade, uma das principais conclusões é a de que esse tipo de expressão infantil pode ser usado cientificamente para avaliar o desenvolvimento da criança. A autora afirma que o trabalho abre caminho para que conhecimentos da música possam ser usados de forma efetiva na área da saúde. O próximo passo é produzir um protocolo que permita aos profissionais de saúde usar o canto espontâneo na avaliação de crianças.

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Institucional

Acontece

Medicina vai formar novo profissional de saúde

Publicações de docentes da Faculdade serão catalogadas A 2ª edição do catálogo “Obras Didáticas Editadas por Docentes da Área Médica da UFMG” será lançada em comemoração ao centenário da Faculdade, com a relação de dados de publicação/ edição de livros, textos e outras obras de professores da Unidade.

Iniciação científica

Alunos contam com suporte da Medicina e HC Foto: Acervo AC/HC

D

esde o início do mês de março, a Faculdade de Medicina recebe estudantes do novo curso Tecnologia em Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Esta é primeira graduação tecnológica da UFMG que busca a formação de profissionais com afinidades nas áreas de Informática e Saúde. O curso contempla, além do conhecimento técnico apurado, a formação humanista. Os estudantes contam com a infraestrutura da Faculdade de Medicina e do Hospital das Clínicas e já saem, ao fim de quatro anos, preparados para atuar no mercado de trabalho ou seguir carreira acadêmica. A graduação tecnológica atende a demandas específicas do mercado. Por isto, o aluno aprende a lidar com equipamentos sofisticados na área do diagnóstico por imagem, utilizados principalmente na Medicina. Na avaliação do coordenador do curso, professor Carlos Simal, a criação de um novo

curso na Faculdade é um momento histórico e de muita responsabilidade. “Nós estamos criando um novo curso, orgulhosos como pai diante de um nascimento de um filho, e também conscientes da responsabilidade que temos”, afirmou. “Professores e alunos têm um curso para tornar realidade, mantendo a tradição da UFMG. Temos que fazer o melhor curso tecnólogo possível”. Saiba mais / O curso é ofertado no período noturno / São 80 vagas, sendo 40 por semestre / O tecnólogo será capacitado para trabalhar com equipamentos nas áreas de radiologia convencional, tomografia computadorizada, ressonância magnética, radioterapia e medicina nuclear. / Mais informações no Departamento de Propedêutica Complementar: (31) 34099774.

A Pró-Reitoria de Pesquisa da UFMG recebe, até 4 de abril, inscrições para candidatos a orientadores de iniciação científica do Programa Institucional de Bolsas. Confira o edital na página www.medicina.ufmg. br/cpq.

E o Manuelzão continua... 2010 está aí, mas o trabalho de revitalização do Velhas não terminou. Ainda falta aumentar o tratamento de esgoto e garantir a continuidade das ações. Para saber mais escute o programa de rádio no blog do projeto: manuelzao. wordpress.com.

Expediente

IMPRESSO

Reitor: Clélio Campolina Diniz – Vice-Reitora: Rocksane de Carvalho Norton – Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – Diretor: Professor Francisco José Penna – Vice-Diretor: Professor Tarcizo Afonso Nunes – Coordenador da Assessoria de Comunicação Social: Gilberto Boaventura (Reg. Prof. MG 0496/JP) – Editora: Mariana Pires – Redação: Ennio Rodrigues, Estefânia Mesquita, Leandro Alexandre Perche, Maíra Lobato, Marcus Vinícius dos Santos, Zirlene Lemos – Projeto Gráfico e Diagramação: Ana Cláudia Ferreira de Oliveira e Leonardo Lopes Braga – Impressão: Imprensa Universitária – Tiragem: 2 mil exemplares – Circulação mensal – Endereço: Assessoria de Comunicação Social, Faculdade de Medicina, Av. Prof. Alfredo Balena, 190 / sala 5 - térreo, CEP 30.130-100, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Telefone: (31) 3409-9651 – Internet: http://www.medicina.ufmg.br e jornalismo@medicina.ufmg.br. É permitida a reprodução de textos, desde que seja citada a fonte.

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