Boletim Informativo da Faculdade de Medicina da UFMG Nº 1 - Ano I - Belo Horizonte, abril de 2010
Insegurança alimentar regional é desconsiderada PESQUISA
Medicamento pode ser eficaz no controle de hemorragias
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PRÓ-SAÚDE
Estudantes acompanham atendimento às gestantes
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s resultados de pesquisas nacionais precisam levar em conta as diferenças regionais e os estratos sociais das comunidades estudadas. Tese de doutorado da área de Saúde da Criança e do Adolescente chama a atenção para a necessidade de ser observada a realidade de cada lugar, principalmente, quando o objetivo é compreender fenômenos sociais. Página 3
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CAPACITAÇÃO
Projeto Angola prepara profissionais de saúde do país africano
8 Fotomontagem: Leonardo Lopes Braga
O custo dos alimentos mais saudáveis é um agravante no acesso das famílias pobres à segurança alimentar
Editorial
Saúde do português
Medicina esclarece e tira dúvidas sobre H1N1
Pesquisas e memórias
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Boa Leitura.
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Foto: Bruna Carvalho
Foto: Bruna Carvalho
rofessores e especialistas da área de saúde apresentaram e debateram, no dia 20 de abril, o tema “Influenza A H1N1: riscos de uma nova onda”. O objetivo da mesa-redonda, aberta ao público, foi conscientizar profissionais de saúde e toda a comunidade acadêmica de que eles são o foco de difusão do conhecimento sobre a gripe, sem banalizar ou superestimar.
Foto: Estefânia Mesquita
Saúde Informa deste mês traz, na capa, a tese de doutorado do nutricionista Élido Bonomo, sobre Segurança Alimentar. O estudo, defendido em abril na Faculdade de Medicina, afirma a necessidade de observar diferenças regionais ao analisar estudos de abrangência nacional. Outra matéria de divulgação científica aponta o uso de Desmopressima como tratamento de hemorragias após traumatismos. No intuito de resgatar a memória da Faculdade em seu Centenário, o boletim destaca a história contada pelo livro de cadáveres a partir do artigo da equipe do Cememor. Também relembra a invasão da Faculdade por militares em 1968, contada pelos professores Marcos Borato e Ajax Ferreira, estudantes à época. Além dessas, o Saúde Informa traz matérias sobre o conceito de promoção da Saúde e informações de atividades e setores da Faculdade. Vale lembrar que você pode participar das próximas edições do Saúde Informa. Envie um e-mail para o endereço eletrônico acs@medicina.ufmg. br com sua sugestão.
“A união de esforços da área acadêmica da Medicina com os serviços públicos de saúde é fundamental. É necessário compartilhar conhecimentos para haver uma abordagem adequada dessa pandemia da H1N1” Leandro Ramires, estudante do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Mulher da Faculdade de Medicina da UFMG. “Eu estou na Unidade Básica de Saúde e gostaria de conhecer um pouco mais sobre a vacina que estamos aplicando. E a abordagem destes profissionais é muito interessante” Thaís Rocha, estudante do curso de Enfermagem da UFMG. “Estávamos muito inseguros com a gripe A. Ainda não havíamos tido nenhuma aula específica, tratando do diagnóstico, da nova epidemiologia. Essas palestras foram esclarecedoras”, Raissa Said, estudante do curso de Medicina da UFMG.
No dia a dia, regras básicas da língua portuguesa, antigas ou recentes, vêm sendo desconsideradas e até esquecidas. Cuidadoso com a língua falada, o professor associado Washington Cançado de Amorim, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, foi convidado para manter esta coluna no Saúde Informa. O objetivo é chamar atenção para alguns cuidados com a língua, a partir de exemplos usuais na área da saúde. Com bom humor e sagacidade, contribuir na redução dos males entendidos e até no aprimoramento da relação interpessoal. Acompanhe e participe.
Operar Um verbo cujo uso incorreto muito me incomoda é o operar. No ambulatório, há pouco tempo, um aluno me disse: “Professor, esta paciente operou da vesícula”. A paciente operou? Nesse momento, levantei-me e disse: “Isso é caso de denúncia no CRM. Chame a polícia. Exercício ilegal da Medicina... E ela é advogada, sabe que não pode operar ninguém”. O moço, entre ressabiado, chateado e intimidado pela minha - na visão dele – exagerada reação, explicou. “A paciente foi operada. Foi submetida à cirurgia da vesícula, há cinco anos”. Mas o complemento foi ainda pior. “Dá prá entender”. Ora, pode até ser compreensível, em alguns casos. Alguém, porém, me diga: qual é o problema de se falar corretamente? E, nos casos que faz enorme diferença? Isso a gente vai ver na próxima coluna, no mês que vem. Não perca. Contribua para a ‘Saúde do Português’. Envie sua sugestão ou opinião para jornalismo@medicina.ufmg.br.
Erramos
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iferentemente do dado divulgado na edição anterior do Saúde Informa, o Palacete Thibau (foto), primeira sede da Faculdade de Medicina da UFMG, não existe mais.
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Divulgação Científica
Generalizar índices pode mascarar insegurança alimentar Os resultados de pesquisas de abrangência nacional precisam ser analisados levando-se em conta as diferenças regionais e estratos sociais das comunidades estudadas.
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sta é uma das principais conclusões a que chega o nutricionista Élido Bonomo, em sua tese de doutorado defendida na Faculdade de Medicina da UFMG, junto à área de Saúde da Criança e do Adolescente. O estudo chama a atenção para a necessidade de ser considerada a realidade de cada lugar, especificamente, quando se busca compreender fenômenos sociais. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. “As desigualdades regionais são determinantes do perfil de segurança alimentar”, esclarece. Ele lembra que o termo técnico se refere a uma medida subjetiva do sentimento que o cidadão tem de sua realidade. Os principais obstáculos a uma boa condição alimentar são pobreza, desigualdade social e baixa escolaridade, o que pode levar à fome e à desnutrição. A pesquisa Entre 2007 e 2008 foi aplicado questionário semiestruturado com 15 questões. Para a classificação em graus de insegurança alimentar (leve, moderada e grave) foi utilizada a Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA), que foi adaptada e validada para o Brasil. Considerando os contrastes regionais confirmados na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), realizada pelo Ministério da Saúde (MS) em 2006, sobre
segurança alimentar nos domicílios brasileiros, Bonomo analisou as cidades de Novo Cruzeiro e Francisco Badaró, localizadas no semiárido de Minas Gerais e com baixo desenvolvimento socioeconômico. Segundo o Ministério, a partir do PNDS, em média 62,5% da população nacional está em situação de segurança alimentar. “No entanto, essas médias escondem as grandes diferenças”, adverte o autor. No caso de Novo Cruzeiro, onde foram entrevistadas 337 famílias, a prevalência de insegurança alimentar é de 87,2%. Em Francisco Badaró, dentre as 362 famílias ouvidas, o mesmo índice ficou em 74,9%, sendo mais grave no meio rural. Classe social mais baixa e o número maior de moradores na mesma casa são fatores comuns aos dois municipios. “De acordo com cada localidade, os fatores associados à insegurança alimentar mudam e demonstram a necessidade de tipos específicos de ação”, afirma o pesquisador. Título: Fatores associados à (in)segurança alimentar e ao perfil de consumo alimentar e antropométrico de escolares de dois municípios do semiárido de Minas Gerais: contribuição à política local de segurança alimentar e nutricional Autor: Élido Bonomo Nível: Doutorado Programa: Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Criança e do Adolescente Orientador: Professor Joel Alves Lamounier Data da defesa: 20 de abril de 2010
Segurança alimentar nos municípios estudados
Urbano* Segurança alimentar Insegurança leve Insegurança moderada Insegurança grave
40 54 17 5
Rural * 51 136 48 11
Novo Cruzeiro - 337 famílias
Urbano * 14 29 16 14
Rural * 29 131 65 39
Infográfico: Leonardo Lopes Braga
Francisco Badaró - 362 famílias
*Número de famílias
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Divulgação Científica
Medicamento pode reduzir mortes por hemorragia
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Pesquisa experimental desenvolvida na Medicina propõe forma mais eficaz para controlar perda grave de sangue em vítimas de acidentes.
egundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% das mortes ocorridas em centros cirúrgicos em vítimas de traumatismos são devidas a hemorragias. Pior: grande parte delas poderia ser evitada se a coagulação do sangue dos pacientes fosse melhorada. Mas um estudo experimental desenvolvido na Faculdade de Medicina pelos professores João Baptista de Rezende Neto, Marcus Vinicius Melo de Andrade e José Renan da Cunha Melo, do Departamento de Cirurgia, já apresenta resultados positivos no sentido de contribuir na redução dessas mortes, evitáveis. A equipe propõe o uso inovador de duas táticas que têm se mostrado mais eficazes do que os métodos convencionais na formação de coágulos suficientemente fortes para interromper hemorragias. Inovação A grande novidade proposta pelos pesquisadores é o uso da Desmopressina na urgência como forma de reduzir hemorragias após traumatismos. O medicamento - já usado há mais de 30 anos no tratamento de pacientes hemofílicos - mostrou ser eficaz na formação de coágulos mais fortes do que os alcançados pelos vários métodos convencionais utilizados. A outra tática usada no estudo financiado pela Capes, para reduzir o sangramento, consiste em manter
a pressão arterial mais baixa do que o normal (hipotensão permissiva), por meio da administração de menor volume de soro ao paciente. Segundo Rezende Neto, ela já é usada na urgência, mas, até este estudo, ainda havia dúvidas quanto à sua ação sobre a coagulação do sangue. A aplicação das duas táticas associadas resultou na formação de coágulos mais fortes, comprovados por exames laboratoriais e por microscopia eletrônica - realizada no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. Trauma 2010 O estudo, por enquanto realizado apenas em coelhos, foi publicado em janeiro deste ano na The Journal of Trauma, revista norte-americana, a mais importante da área. Em maio, novos dados serão apresentados no “Trauma 2010”, encontro da Associação de Trauma do Canadá. O pesquisador, que no congresso também apresenta dois pôsteres sobre estudos realizados no Hospital Risoleta Tolentino Neves, afirma que o uso da Desmopressina é comprovadamente seguro em seres humanos. “Por isso, o nosso próximo passo é apresentar um projeto ao Conselho de Ética em Pesquisa (Coep) para aplicação dessas técnicas em vítimas de trauma com hemorragias graves”, antecipa.
Infográfico: Ana Cláudia Ferreira
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Memória
História
Uma história contada pela morte
E estava escrito no portão...
O 14º Seminário sobre a Economia Mineira é promovido pelo Centro de Estudos do Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG (Face)
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Foto: Acervo Cememor
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equipe do Centro de Memória da Faculdade de Medicina (Cememor) vai apresentar o artigo “O livro dos cadáveres: aqui a morte se alegra de socorrer a vida” no 14º Seminário sobre a Economia Mineira que acontece em Diamantina, entre os dias 25 e 27 de maio. O artigo foi produzido a partir do livro de registro de cadáveres que faz parte do acervo do Cememor. “Destacamos o período entre 1913 e 1930. São 1.903 registros, que consideramos uma boa amostragem”, explica Ethel Mizrahy, historiadora do Centro de Memória. Maria do Carmo Martins, pesquisadora e historiadora do Cememor, foi a responsável por elaborar tabelas e repassar para a equipe as noções de história qualitativa, fundamentais para o trabalho. O livro contém dados sobre os cadáveres que chegavam à Faculdade de Medicina, como nome, causa da morte, nacionalidade, cor, profissão e outros. O dado que norteou a compilação privilegiou a causa da morte como base para a análise. “Nos preocupamos em relacionar as causas de morte encontradas nos registros com a fama que Belo Horizonte tinha naquela época, que era a de um lugar onde as pessoas vinham para tratar tuberculose, e com a profissão de cada um”, conta Ethel. O artigo levou a conclusões interessantes e inesperadas, segundo a historiadora. “Percebemos que os cadáveres encaminhados não eram de indigentes: tinham nome, sobrenome e profissão. Eram pessoas pobres, que provavelmente não tinham família na cidade, mas tinham registro civil”, afirma. A compilação dos dados permitiu afirmar que a maioria dos cadáveres do sexo feminino eram de domésticas e entre os homens, a profissão que mais aparece é lavrador. Já entre as causas de morte, a maior ocorrência foi de tuberculose pulmonar. Em segundo lugar, mortes neonatais, e na terceira e quarta posição, doenças do sistema cardiovascular e doenças do sistema psicológico, respectivamente. “Há vários termos curiosos em relação às causas de morte, como por exemplo, morte por Lipemania, que hoje é denominado como depressão, e nas causas de mortes neonatais, encontramos o termo feto macerado, que não identificamos ao certo o que é”, conta a historiadora. Ela explica que foi importante analisar o quanto o vocabulário e a terminologia médica mudaram ao longo dos anos, e como a noção de doenças também se alterou. “Não encontramos registro de diabetes como causa de morte, mas encontramos termos como gangrena nas extremidades, o que concluímos ser consequência da incidência de diabetes, tratada com outro olhar”, esclarece.
Manifestação de estudantes
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á 42 anos, em maio de 1968, a Faculdade de Medicina foi palco do ápice da batalha travada entre o movimento estudantil e o governo ditatorial da época. Foram manifestações como assembléias, pichações em ônibus e muros, cartazes, janelas e portas quebradas. O saldo, 154 estudantes presos. A fim de ajudar os alunos detidos na época, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) pediu às diretorias de unidades da UFMG que interviessem pelos presos. Ao contrário das escolas de Engenharia, Direito e Odontologia, a Faculdade de Medicina não tomou partido dos alunos. De acordo com o professor Ajax Pinto Ferreira, do Departamento de Cirurgia, quando a diretoria se fechou para o diálogo, os alunos ocuparam o prédio. “Fizemos barricadas e acumulamos telhas para nossa defesa, no caso da polícia chegar. E de fato chegou, levando muitos presos, inclusive eu”, conta. O professor Marcos Borato Viana, do Departamento de Pediatria, também foi preso. Ele lembra que passava pelo saguão quando viu uma assembléia de estudantes. “Parei para assistir. De repente, o diretor mandou fechar as portas. Haviam chamado a polícia e eu nem sabia o que estava acontecendo”, relata. Ele conta que, entre bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia e telhas atiradas pelos estudantes, um grupo de aproximadamente 40 pessoas conseguiu se proteger, escondido na sala de Bioquímica, no quarto andar do prédio. “Bloqueamos a porta e passamos a noite ali. Não nos encontraram. Mas, no outro dia, saímos e fomos conduzidos ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), quando todos foram fichados. E eu, ainda sem entender bem o que era tudo aquilo”, lembra, rindo. 5
Bem-estar
Você cuida da sua saúde?
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ara a grande maioria das pessoas, ter saúde significa estar livre de doenças. “Esta definição é insuficiente para um conceito tão vasto”, afirma o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, João Gabriel Marques Fonseca. “Prevenir ou tratar doenças e fazer diagnósticos precoces não é promover a saúde. Isto é uma pequena parte de um estado muito mais amplo, determinado por variáveis biológicas, sociais, comportamentais e culturais”, explica o professor. Ele orienta que cuidar da saúde não é papel somente de médicos e profissionais da área. “Qualquer pessoa pode promover a saúde. Cabe a cada um investir na melhora do modo de viver cotidiano, em todas as esferas”, esclarece.
Mantendo-se saudável “Mesmo que inconscientemente, a pessoa é quem ‘escolhe’ o estresse. E o estresse sempre escolhe a doença”, conclui o professor João Gabriel, considerando que se manter saudável é uma responsabilidade individual. Ele explica que é necessário criar uma reserva de adaptabilidades. “Independente de apresentar sintomas ou se sentir mal, todos devem se cuidar, sempre, cultivando estímulos favoráveis. Assim se atinge a plena saúde”, recomenda.
Promovendo a saúde De acordo com a avaliação do professor João Gabriel, as pessoas devem desenvolver habilidades físicas e psíquicas que permitam lidar com estímulos desfavoráveis do meio em que estão inseridas. “Os estímulos adversos podem ser, basicamente, agressões, que são de natureza física, e ameaças, que são questões de ordem psicológica. O ‘estar saudável’ significa sempre estar em ‘equilíbrio adaptativo’”, alerta. Para desenvolver a adaptabilidade necessária à saúde, o professor sugere atenção a quatro pilares básicos. “As pessoas devem desenvolver o autocuidado: ter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas, e ter cuidados diretos com o corpo. A qualidade das relações interpessoais também aumenta os estímulos favoráveis à saúde”, ensina João Gabriel. “Outro fator importante é a organização do trabalho. Hierarquizar as tarefas pode ser uma forma de otimizar o tempo disponível e desenvolver o trabalho de maneira eficiente. A informação também é primordial. O acesso à educação e a cultura representam uma melhora efetiva nas condições socioambientais”, pondera.
Infográfico: Ana Cláudia Ferreira
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ObservaPED
Saúde da Mulher
Pró-Saúde integra atenção primária da mulher em BH
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studantes do 8° período do curso de Medicina da UFMG já podem acompanhar o tratamento de gestantes e realizar o atendimento pré-natal nos centros de saúde São Marcos e Cachoeirinha, unidades da rede municipal de Belo Horizonte. O atendimento, direcionado à atenção à saúde da mulher, foi disponibilizado por meio do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade (GOB). A escolha dos centros levou em consideração a avaliação da estrutura do local e o espaço de integração com outras áreas. Para isto foram realizadas visitas em diversos centros de saúde da rede municipal. O serviço é realizado por meio da disciplina Semiologia Obstétrica, coordenada pela professora Zilma Reis e tem a parceria da Secretaria Municipal de Saúde com recursos do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde). Projeto Piloto A professora explica que o atendimento integra um projeto piloto que acolhe às exigências da reforma curricular e prepara os alunos para atender a paciente gestante, em parceria com outros profissionais da atenção primária à saúde, tendo uma visão geral da disciplina, voltada para a gestação de baixo risco. Para o Departamento, o contato com a realidade da gestante e o ambiente onde ela está inserida aproxima o aluno da vivência da atenção primária à saúde, da qual a mulher também faz parte. De acordo com a professora Zilma Reis, o atendimento integrado com vários professores e o trabalho em equipe é o maior ganho que os alunos têm com o projeto.
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Primeiro fórum online discutirá Influenza A
á está no ar o primeiro fórum eletrônico de discussão sobre a saúde da criança e do adolescente na página da Faculdade de Medicina. O tema que inaugura o espaço de debates é o vírus H1N1 e sua vacina. O espaço, iniciativa do Observatório de Saúde da Criança e do Adolescente (ObservaPED), tem livre acesso. Para se inscrever, basta informar o e-mail na seção de registro do fórum. Os usuários podem fazer perguntas, trocar idéias e expor experiências. Segundo a professora Maria Aparecida Martins, coordenadora do Observatório, a ferramenta auxilia o projeto a exercera função de divulgar e discutir atualidades sobre a área.“O objetivo do fórum é promover a interação entre o observatório e a comunidade, envolvendo-os nesse debate”, explica. O tema foi escolhido por causa da campanha de vacinação do Ministério da Saúde e pelo fato de crianças com até dois anos fazerem parte do grupo de risco. A professora Regina Lunardi, do Departamentode Pediatria, é infectologista pediátrica e participará das discussões. Ela diz que o fórum será útil para esclarecer às pessoas sobre falsos boatos a respeito da vacinação. “É importante que todos tomem conhecimento dos efeitos e da eficácia da vacina”, afirma. A previsão é que o tema do fórum seja trocado a cada dois meses, prazo que pode ser prolongado de acordo com o andamento do debate. Entre os temas sugeridos para os próximos fóruns estão a Caderneta de Saúde da Criança e o papel da mídia na saúde da criança. O ObservaPED é parte do Departamento de Pediatria em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde e visa analisar, divulgar e discutir assuntos relacionados à saúde da criança e do adolescente, integrando setores e disciplinas das várias áreas de pediatria. Acesse o fórum pelo endereço www.medicina.ufmg.br/observaped/
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Projeto Angola
Acontece
Solidariedade sem fronteiras
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ma nação devastada por guerras. Esta foi a situação em que Alberto Macaia (foto), médico e diretor dos Serviços de Saúde do Estado Melhor General das Forças Armadas de Angola (FAA), viu seu país nos últimos anos. Ele participa, hoje, do Projeto Angola (Proangola) da UFMG, com expectativas de ser parte da reversão desta condição. Macaia explica que, depois da independência, entre 1975 e 1980, o país teve grande parte do seu território ocupada pelo Exército Regular da África do Sul e dezenas de cidades foram destruídas. “Em seguida, houve a guerra civil, que só terminou em 2002”, relembra o médico. Infográfico: Ana Cláudia Ferreira
Foto: Maíra Lobato
Ele conta que, apesar do esforço do Governo Nacional para manter o Sistema de Saúde em um movimento de reconstrução do país, há poucas estruturas capacitadas para atender à população. “Há dificuldade de acesso em muitas áreas e um déficit relevante nos quadros de profissionais”, afirma Macaia. De acordo com o médico, a participação no Proangola UFMG vai possibilitar aos técnicos adquirir experiências em serviços ainda não implantados em Angola. “Vejo muitas coisas no Brasil que podemos aproveitar em relação à saúde pública. Lá, as políticas priorizam a construção de hospitais e dão pouca importância à prevenção de doenças”, analisa. “A nossa tarefa é convencer a classe política da necessidade de mudanças”, reflete Macaia. Para ele, a cooperação entre nações é muito importante. “Não é justa a desigualdade entre os povos. Nós precisamos muito desta experiência, e só temos a agradecer por sermos tão bem recebidos”, conclui.
Projeto Angola Coordenado pelo professor Francisco Rubió, do Departamento de Medicina Preventiva e Social, o projeto foi idealizado em 2006, quando definiu-se uma agenda de cooperação entre Brasil e Angola na área da saúde. Em 2009, a UFMG recebeu 31 profissionais angolanos para o projeto. São, no total, 20 meses em que os profissionais aperfeiçoam suas habilidades médicas e desenvolvem capacidades pedagógicas. De volta ao seu país, eles irão reproduzir os conhecimentos em centros de ensino para outros profissionais. A intenção, de acordo com Rubió, é dar continuidade ao projeto. Após o fim dos estágios, serão implantados núcleos de telessaúde, com comunicação de vídeo e áudio em tempo real.
Memória Exemplar do livro Noticia Histórica da Santa Casa de Sabará (1787 - 1928), escrito por Zoroastro Vianna Passos, um dos fundadores da Faculdade, passou a integrar o acervo do Centro de Memória. O livro, uma raridade, foi doado por José Euclides Franco Ribeiro.
Intramed Entre 15 e 30 de maio o Conclave Médico Desportivo promove o Intramed, competição entre os alunos do curso de Medicina da UFMG. Serão mais de 15 modalidades esportivas. Mais informações na página eletrônica do Conclave: www.conclave. med.br.
III Encontro Em junho acontecerá a terceira edição do Encontro Institucional da Faculdade de Medicina, no Museu de História Natural da UFMG. O evento terá como tema “Ética e ambiente organizacional”. Mais informações na Seção de Recursos Humanos, pelo telefone 3409-9651.
Expediente
IMPRESSO
Reitor: Clélio Campolina Diniz – Vice-Reitora: Rocksane de Carvalho Norton – Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – Diretor: Professor Francisco José Penna – Vice-Diretor: Professor Tarcizo Afonso Nunes – Coordenador da Assessoria de Comunicação Social: Gilberto Boaventura (Reg. Prof. MG 04961JP) – Editora: Mariana Pires – Redação: Jornalistas: Maíra Lobato e Marcus Vinínius dos Santos – Estagiários: Ennio Rodrigues, Estefânia Mesquita, Michelle Lessa e Renata Ferreira. Projeto Gráfico e Diagramação: Ana Cláudia Ferreira de Oliveira e Leonardo Lopes Braga - Atendimento Publicitário: Janaína Carvalho – Impressão: Imprensa Universitária – Tiragem: 2 mil exemplares – Circulação mensal – Endereço: Assessoria de Comunicação Social, Faculdade de Medicina, Av. Prof. Alfredo Balena, 190 / sala 5 - térreo, CEP 30.130-100, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Telefone: (31) 3409-9651 – Internet: www.twitter.com/ medicinaufmg; www.medicina.ufmg.br e jornalismo@medicina.ufmg.br. É permitida a reprodução de textos, desde que seja citada a fonte.
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