Boletim Informativo da Faculdade de Medicina da UFMG Nº 4 - Ano I - Belo Horizonte, agosto de 2010
Faculdade de Medicina dá boas vindas a 235 novos alunos N
a primeira semana de aula, os novos alunos dos três cursos da Faculdade de Medicina da UFMG participaram da Semana de Recepção dos Calouros e puderam conhecer um pouco mais sobre as profissões que escolheram. Foram diversas palestras ministradas por profissionais das áreas, visitas ao campus com os veteranos, apresentações dos planos de curso e muitas boas impressões. Páginas 4 e 5
PÓS-GRADUAÇÃO Exames de tireóide podem apresentar falso-negativo
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SAÚDE Dicas para melhor qualidade de vida no dia a dia
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PESQUISA Escassez de médicos em municípios é tema de estudo
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Ilustração: Ana Cláudia Ferreira
Editorial
Publicações
Mês de boas vindas
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edição de agosto do Saúde Informa traz como matéria de capa a experiência do primeiro dia de aula em uma Faculdade. Além da cobertura da recepção dos calouros, o boletim foi em busca dos relatos dos novos alunos de Medicina, Fonoaudiologia e Curso Superior de Tecnologia em Radiologia. Outro assunto desta edição é a pesquisa sobre a aplicação do exame citológico Paaf, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Medicina. O estudo alerta para a ineficiência do exame, que pode apontar a ausência de tumor em pacientes com câncer de tireóide. A carência de médicos nos municípios brasileiros também é tema este mês. Estudo desenvolvido pelo Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Faculdade (Nescon) revela um cenário positivo no país, e apresenta dados que possibilitam formulação de novas estratégias e políticas públicas. Show Medicina, eventos e lançamentos também são destacados no Saúde Informa de agosto. Tenha uma boa leitura!
O menino que jantava manga Dia 25 de agosto, às 18h30, no Salão Nobre da Faculdade de Medicina, será lançado o livro “O menino que jantava manga” do professor emérito da UFMG, Pedro Raso. A obra traz as memórias do professor e os fatos marcantes de sua vida. Retoma lembranças de infância, família, pais, amigos e trajetória profissional. “Esta é uma história verdadeira, igual a de muitos que não nasceram em berço de ouro, mas que tiveram infância, adolescência, mocidade e velhice, e conseguiram se firmar na vida”, define o autor. No livro, o autor faz uma homenagem “à centenária Faculdade de Medicina da UFMG (1911-2011), meu sonho de criança (1937) transformado em realidade de adulto (1949), onde ensaiei os primeiros passos na Medicina e os últimos também; onde estudei, ensinei, aprendi, conquistei láureas e inúmeros amigos, onde vivi os melhores momentos da minha vida, da juventude à maturidade”. Pedro Raso estudou na Faculdade de Medicina da UFMG, na turma de 1954. Especializou-se em Anatomia Patológica. É professor emérito da UMFG e da Faculdade de Medicina de Barbacena. É membro da Academia Mineira de Medicina e já recebeu vários prêmios e medalhas como reconhecimento de suas pesquisas. Ed. Letra por Letra.
Saúde do português
De encontro aos anseios
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m 1937, o professor Clóvis Salgado assumiu a cátedra de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG. Homem da política, ligado ao Partido Republicano Mineiro (PRM), sob o comando de Arthur Bernardes, logo a seguir vê sua carreira política deslanchar: vice-governador de Minas, ministro da Educação de JK. Nesse período sofreu muitas pressões. Algumas de dentro da própria Faculdade, no sentido de contratar esse ou aquele. E uma delas foi especial. Salgado recebe ofício de um correligionário solicitando a contratação de um “mestre” em Ginecologia e Obstetrícia. “Esse médico seria importante na construção de ambulatórios específicos para atendimento à mulher”, justificava o chefe do departamento. E finalizava com “chave de ouro”, utilizando a seguinte expressão: “Tal contratação vem de encontro aos anseios de nosso departamento, que se encontra empenhado ....” O professor Clóvis Salgado era ligado a outro partido e, em razão de disputas internas na Universidade, não perdeu a oportunidade e despachou no próprio ofício: “Estou de acordo com a opinião do chefe do departamento. Portanto, indefiro”. O solicitante, sem entender o que estava ocorrendo, disse enraivecido: “Ele está me gozando”! Após alguns esclarecimentos e consultas a outros professores que dominavam um pouco melhor a língua portuguesa, veio o esclarecimento: “de encontro a”, significa “contrário”, que se choca. O correto seria “ao encontro de”, que significa concordância, interesse mútuo. Expressões semelhantes na forma, mas diferentes na idéia que exprimem. O chefe escorregou na gramática e quem caiu foi o “mestre”. Washington Cançado de Amorim Professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia
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Internato Rural no Festival de Inverno em Diamantina
Foto: Antônio Moacir Lima
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erca de 250 moradores e visitantes de Diamantina participaram da IV Semana da Saúde durante a realização do Festival de Inverno da UFMG, em julho. Alunas do Internato em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFMG, Flávia Dantas e Letícia Drumond foram convidadas a ministrar palestras em escolas da cidade. As palestras tiveram como tema central “Hábitos de vida saudáveis”, e abordaram os desafios e benefícios de se levar uma vida saudável, hábitos alimentares, atividade física e relações interpessoais. Aferições de peso, altura, pressão arterial e glicemia capilar também foram realizadas, e os ouvintes receberam orientações das estudantes, enfermeiros e nutricionistas do Programa de Saúde da Família de Diamantina. 2
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Divulgação Científica
Metade dos resultados de exames de tireóide podem ser falso-negativos
O estudo Zocratto comparou, de várias formas, 74 exames realizados por dois especialistas. Um recém-formado, que realiza 40 exames por ano, e outro com 25 anos de profissão, que realiza cerca de 500 exames anuais. Os resultados do estudo mostraram que o índice de falso-negativo é alto: de 25% a 50% do total de exames realizados. De todas as amostras analisadas, 17 continham tumores malignos. Porém, apenas quatro a seis
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foram identificados pela Paaf, independentemente da experiência do examinador. Portanto, um número elevado de pacientes pode ter seu tumor não identificado e consequentemente não tratado. Método “Tivemos uma grande preocupação com o método. Precavemos todos os problemas imagináveis. Por exemplo, os patologistas não conheciam um ao outro e nem sabiam que analisariam o mesmo material seis meses depois”, esclarece o autor. Depois, os resultados foram comparados de variadas formas. As comparações permitiram evidenciar que, mesmo depois de seis meses, existe grande repetição dos resultados emitidos por um mesmo examinador. Quando houve discordância entre dois resultados do mesmo examinador a percentagem da variação foi insignificante. Por outro lado, além do alto número de diagnósticos equivocados, a comparação entre os resultados encontrados pelo profissional mais jovem e pelo mais experiente foi muito diferente. “Isso é grave, uma vez que estamos falando de um paciente que vai ou não ser operado a partir desse laudo”, destaca o cirurgião.
No esclarecimento do diagnóstico dos nódulos tireoidianos, o ideal é aliar:
Análise do Histórico Clínico
Exame Físico
Ultrasom
Ilustração: Leonardo Lopes Braga
ntre 4% e 7% das pessoas possui nódulos tireoidianos palpáveis e até 70% da população geral brasileira pode apresentar algum tipo de nódulo na glândula tireóide identificado no exame de ultrassom do pescoço. O problema é que o exame citológico de Punção Aspirativa com Agulha Fina (Paaf), não é tão eficiente como se pensa. O alerta foi feito pelo cirurgião de cabeça e pescoço Orlando Barreto Zocratto, em sua pesquisa de doutorado em Medicina na área de gastroenterologia, pela UFMG. Comumente indicado por endocrinologistas, o exame é aplicado para orientar a necessidade de enfrentar uma mesa cirúrgica por causa de problemas na glândula tireóide. O estudo comprovou que, independentemente da experiência profissional do examinador, os resultados apresentaram taxas elevadas de falso-negativos. Isto significa que o paciente tem o câncer de tireóide, mas o resultado da Paaf foi de ausência de tumor. “Além da história clínica, o exame físico e outros procedimentos complementares, tais como o ultrassom e exames de sangue, os médicos acreditam muito na Paaf ”, observa Zocratto. “Os examinadores parecem estar usando critérios subjetivos no ato da análise”.
Punção Aspirativa com Agulha Fina
Título “Estudo citológico da glândula tireóide: comparação (intra e interexaminador) dos resultados com o exame histológico das peças cirúrgicas“ Autor Orlando Barreto Zocratto Nível Doutorado Programa Pós-graduação em Medicina - Área de concentração em Gastroenterologia Orientador Professor Paulo Roberto Savassi Rocha Defesa Julho de 2010
Ilustração: Luiz Cláudio Lagares
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Pesquisa comprova que existem problemas na metodologia atualmente usada para identificar nódulos palpáveis na glândula tireóide.
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Calouros demonstram as expec N
a primeira semana de agosto, a Faculdade de Medicina da UFMG deu as boas vindas aos mais de 200 alunos que integram as turmas do segundo semestre de 2010. Palestras, passeios pelo campus Saúde e apresentação do curso e dos colegas marcaram a recepção dos novos alunos de Medicina, Fonoaudiologia e do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia. Medicina “Escolhi pela admiração que tenho pela profissão, pela vocação que acredito ter e, também, por curiosidade”. As razões que levaram Robson Iago a se inscrever no curso mais concorrido da Universidade também inspiraram vários outros estudantes a seguir o mesmo caminho. Depois do sucesso no vestibular, os 160 novos alunos de Medicina se uniram pela primeira vez na Semana de Recepção dos Calouros, que aconteceu entre os dias 2 a 6 de agosto, na Faculdade de Medicina da UFMG. Durante a recepção, os futuros médicos assistiram a palestras sobre a profissão que escolheram, apresentações de projetos e setores da Faculdade e participaram de um tour pelo campus Saúde. “A recepção acalma, porque explica bastante e tira as dúvidas que temos sobre o curso. Isto é importante, já que nós ficamos seis meses na espera. Além de tudo, nossos veteranos foram muito receptivos”, conta o calouro Pablo Torres, que sempre teve a Medicina como única opção profissional. Para Camila Conradi, aprovada no último vestibular, as expectativas aumentaram
diante de tantas novidades e possibilidades. “Depois de conhecer um pouco mais sobre o curso de Medicina, estou muito ansiosa para as aulas de Anatomia. Acredito que a disciplina será a mais próxima do restante do curso, já que o ciclo básico é mais teórico”, comenta. Já Verônica Botelho confessa que a animação não é relacionada apenas aos estudos. “Descobrir que havia sido aprovada foi a melhor sensação da minha vida. Desde então, estou cheia de expectativas, tanto em aprender como também em participar das confraternizações e formar amigos para a vida toda”, diverte-se Verônica. Para assegurar que os calouros não estarão sozinhos durante esta adaptação, os colegas do 2º período prepararam uma palestra diferente. A aluna Déborah Six falou aos novatos sobre alguns dos desafios que eles irão enfrentar no primeiro semestre e deu conselhos de como superá-los. “Pode ser que alguma matéria não agrade o aluno. O essencial é ter em mente que o curso é muito completo, que foi sonhado e escolhido por todos nós, e valorizar isto”, afirma Déborah, que garante que os veteranos estão disponíveis para orientar os calouros sobre trabalhos, oferecer xerox ou livros do semestre. Médico recém-formado, Gustavo Antônio Lima, de 25 anos, também falou de sua experiência na Faculdade e ressaltou que o aluno deve encontrar seu próprio caminho dentre as várias oportunidades oferecidas na graduação. “O desenvolvimento dentro do curso é individual e o estudante precisa buscar o que o motiva. A forma que você leva o curso resulta
“Fiquei muito interessad extensão da Faculdade. O pecial, chamou muito min
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“Escolhi o curso porque queria crianças, adultos, e idosos. As curso atenderam as minhas e
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Rafael Ferreira, calo Tecnologia
“Foi bom conhecer o que a Faculdade o ce para os alunos, assim é mais fácil de o que queremos fazer. Em particular, g muito das visitas aos centros de saúde.”
Flávia Duarte, caloura de Medicina
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“Achei muito legal o esforço da Diret professores e dos veteranos para semos bem recebidos. Também g conhecer os projetos de extensão, p mente o Frutos do Morro e o Abraça
Pedro Damião, calouro de Medi
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Raphaela Vila rior de Te
“Fiz dois anos de cursinho antes de se vado no vestibular. Estou ansioso po a primeira vez, desde então, que sei q aprender coisas novas”.
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Ensino
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interessada nos projetos de aculdade. O Abraçarte, em esu muito minha atenção”
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e Medicina
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antes de ser aproansioso porque é o, que sei que vou de Medicina
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em como você receberá sua vida profissional, no futuro”, aconselha. Os novos estudantes visitaram a sede do Diretório Acadêmico Alfredo Balena (DAAB), onde participaram de confraternizações e conheceram as atividades promovidas por outros alunos do curso. Segundo Brenda Costa, do DAAB, o diretório procurou receber os calouros da forma mais pessoal possível. “Tentamos fazer uma recepção que seja mais a cara do estudante, para mostrar pra ele que esse é o espaço dele e que ele deve usufruir do DAAB”, convida. Fonoaudiologia As calouras do curso de Fonoaudiologia foram recebidas na tarde do dia 4 de agosto e, após a apresentação no Salão Nobre, participaram de atividades de integração com o Diretório Acadêmico da Fonoaudiologia (DA Fono). As novas alunas aprovaram a programação e demonstraram estar animadas com o curso que escolheram. “O primeiro dia foi muito bom. Todo mundo conversou e se conheceu. Além disso, as palestras foram muito esclarecedoras, principalmente a proferida pela coordenadora de curso, professora Laélia Vicente”, contou Michelle Porto, que pesquisou muito antes de escolher o curso de graduação. A caloura Nayara Silva também afirma ter escolhido a Fonoaudiologia depois de muita reflexão. “Escolhi o curso porque queria trabalhar com crianças, adultos e idosos. Outra razão foi por já ter trabalhado com crianças especiais. As disciplinas do curso atenderam as minhas expectativas”, relembra. Divididas em pequenos grupos, as calouras tiveram a oportunidade de visitar o espaço físico da Faculdade e conversar com membros do DA Fono. De acordo com o representante do diretório, Renato Alves, o objetivo dos veteranos foi acolher as calouras e apresentar o espaço, que também será delas. “Procuramos receber as alunas como receberíamos uma visita em nossa casa, da melhor maneira possível. Além de serem nossas calouras, são, também, futuras colegas de profissão”, pondera o veterano. O aluno do 6º período de Fonoaudiologia, Otávio Marques, participou da recepção pela segunda vez e dividiu sua experiência com
as novas estudantes do curso. “Meu conselho para as calouras é descobrir se querem ficar aqui mesmo e, se quiserem, se esforçarem. Se a aluna se identificar com o curso, vai gostar ainda mais”, garante. Superior de Tecnologia em Radiologia Ainda no dia 4 de agosto, o curso mais recente da Faculdade recebeu sua segunda turma de alunos com diversas novidades em sua estrutura para melhor atender aos futuros profissionais. Além da mudança no nome da graduação, inicialmente denominada curso de Tecnologia em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, o quadro de professores também foi reforçado, com a admissão de seis novos docentes. Os alunos assistiram à palestra da coordenadora pro tempore do curso, professora Viviane Parisotto, que abordou as possibilidades profissionais da área e as particularidades do curso oferecido. Em seguida, o engenheiro Luís de Andrade Mendonça, gerente de produtos de ressonância magnética da GE Healthcare, falou de sua experiência própria no ramo. “As palestras foram muito esclarecedoras porque ajudaram a entender como as coisas funcionarão aqui dentro e, sobretudo, no mercado de trabalho”, disse o calouro Rafael Ferreira. Ele acredita que o curso está de acordo com suas aspirações profissionais, já que apresenta uma área de atuação muito ampla e grandes oportunidades de crescimento. A nova aluna, Raphaela Vila Real, concorda com o colega e ressalta que a palestra do engenheiro Mendonça confirmou suas impressões sobre a área. “Escolhi o curso por causa do campo de trabalho. A palestra do Luís abordou algumas das possibilidades da área”, opina. Os alunos do 2‘ período foram dispensados das atividades letivas nesse dia, para também participarem do evento. As veteranas Bruna Kellen e Esther Lorraine contam que aproveitaram a oportunidade para interagir com os calouros e reforçar a importância desta união. Esther explica que “é importante integrar os calouros e veteranos, já que as turmas iniciais têm um grande desafio pela frente”. “Só unidos poderemos alcançar os nossos objetivos dentro do curso”, completa Bruna. 5
Qualidade de vida
Saiba quais são as principais dicas dos especialistas para a sua saúde
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para uma postura correta
Dicas
Ilustração: Leonardo Lopes Braga
equenas dicas adotadas no cotidiano ajudam trabalhação é dar preferência a alimentos como pão integral, frutas dores e estudantes a cuidarem da saúde e terem mesecas, grãos, castanhas, e iogurte, além da ingestão regular lhor qualidade de vida de líquidos, principalmente a água. No mês de agosto, é comemorado o Dia Nacional Já o professor Jefferson Soares Leal, do Departada Saúde. Será que você cuida da sua todos os dias? O mento do Aparelho Locomotor, ressalta a importância da Saúde Informa buscou médicos e especialistas da Faculatividade física e da boa postura (ver quadro) para quem dade de Medicina da UFMG para saber quais recomenpermanece muito tempo sentado no trabalho. A recomendações seguir para manter uma boa saúde e alcançarmos dação é não permanecer mais de uma hora sentado sem cada vez mais qualidade de vida. intervalo. “Levante-se e ande um pouco, isso melhora a nutrição das articulações”, diz Jefferson. Você sabia que a infelicidade e a insatisfação no trabalho são as causas Com relação de muitas doenças? aos exercícios, a indiQuem afirma isso é cação é consultar um 4 o professor Marco fisioterapeuta para Antônio Parreiras de aprendê-los adequaCarvalho, do Depardamente. “Devemos tamento do Aparefazer exercícios para lho Locomotor. Ele fortalecer a musculaexplica que “quem tura estabilizadora da encara o trabalho coluna, caminhadas como uma missão e atividades aeróbi3 na vida e gosta do cas pelo menos três 1 que faz, tem amor vezes por semana. pela profissão e é O alongamento dos feliz. Essas pessoas músculos deve ser não adoecem”. praticado diariamente”, explica o profes2 Uma das lisor. nhas de pesquisa de Marco Antônio é O professobre fibromialgia. sor André Aguiar “A doença causa dor Oliveira, do DeA cadeira ideal deve ser regulável. Ao sentar, o ângulo muscular difusa aspartamento de Offormado pelos joelhos deve ser em torno de 90º (1) e os sociada à sensação talmologia e Otorripés devem ficar sempre apoiados no chão (2). de fadiga, cansaço, nolaringologia, alerta insônia. Acredita-se para os cuidados que O encosto deve ser regulado em um ângulo em torno que fatores comdevemos ter com os de 100º a 110º (3) já que a recomendação antiga de 90º portamentais como olhos. “Além de ócuaumenta a pressão no disco intervertebral. preocupações, perlos de proteção, que feccionismo, difiprevinem pequenos O encosto também deve apoiar a curva lombar, a curva culdades em pedir acidentes, ele dá a logo acima da cintura. Deve se evitar encostos longos, e dizer não e baixa dica para quem trapois estes não permitem o apoio lombar. Nos casos em autoestima, se relabalha com compuque a cadeira não proporcionar isso, o ideal é colocar uma almofada fina como apoio. cionem com a manitadores: “Quando festação da doença”. fixamos a vista para O apoio para os braços deve ser regulado na altura dos leitura ou na tela de A alimentacotovelos, de forma a prover um apoio para descanso computadores, pisção é outro ponto dos membros superiores. A altura da tela do computacamos menos, conchave para a saúde. dor deve estar levemente abaixo da linha dos olhos, em sequentemente a luA professora e nutorno de 10º abaixo (4). brificação do globo tróloga Maria Isabel ocular diminui e isso Toulson Correia, do pode provocar ardência ou sensação de areia nos olhos. Departamento de Cirurgia dá a dica: “Uma alimentação Pode-se usar uma lágrima artificial, um colírio lubrificante, saudável deve ser colorida”. Ela recomenda a ingestão de para evitar este ressecamento. Além disso, é indicado que três frutas diferentes por dia, verduras e folhas variadas, se faça uma pausa a cada hora ou hora e meia para descanleite e derivados, e os alimentos típicos do cardápio do sar os olhos”, sugere André. brasileiro: arroz, feijão e carnes. No trabalho, uma boa op-
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Estudo identifica municípios que sofrem com escassez de médicos
erca de doze mil médicos se formam a cada ano nas universidades brasileiras. À primeira vista, não é difícil imaginar que o ritmo de crescimento de profissionais garante maior acessibilidade ao atendimento médico. Nem sempre. Estudo desenvolvido por pesquisadores da Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado em Saúde do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFMG (Nescon) aponta para um cenário positivo, mas que demonstra existir ainda um razoável número de municípios que sofrem com a falta de médicos. Os resultados são da pesquisa Construção do índice de escassez de profissionais de saúde para apoio à Política Nacional de Promoção da Segurança Assistencial em Saúde, elaborada por equipe coordenada pelo pesquisador Sábado Nicolau Girardi, que objetiva identificar municípios carentes em assistência à saúde. Os resultados têm caráter preliminar. Foram aplicadas duas metodologias, mas o rigor científico pede que outras também sejam testadas. “Acreditamos que este estudo construirá uma base para se pensar a distribuição racional de recursos, estratégias e programas do SUS. Por isto, queremos cruzar resultados obtidos a partir de metodologias distintas, para que nenhum município carente deixe de ser considerado na elaboração de políticas. Todo cuidado é pouco”, explica Lucas Wan Der Maas, pesquisador que integrou a equipe. Os resultados preliminares apontaram números animadores: 4.103 (76,9%) municípios brasileiros não metropolitanos gozam de um serviço de saúde onde não há escassez de médicos. Por outro lado, preocupa a situação de 1.280 municípios identificados com escassez. 783 re-
gistram mais de três mil habitantes por médico ou não há nenhum médico. São sete os municípios em situação de escassez severa, sendo um em Minas Gerais e o restante na região Norte. Já os municípios com escassez alta somaram 88, a maioria localizado nas regiões Norte e Nordeste. Maior confiabilidade Hoje, o Brasil conta com cerca de 540 habitantes por médico, proporção que supera diversos países desenvolvidos. Preocupa, porém, a desigualdade na distribuição espacial da força de trabalho médica. Mas essa não foi a única preocupação do estudo. “Uma típica razão população-médico usa apenas três peças de informação: a área geográfica, o número de habitantes e o número de médicos. Este caminho desconsidera elementos importantes como a carga horária de trabalho, a produtividade, o trabalho não clínico, o efeito de variáveis sociodemográficas como idade e gênero dos profissionais, entre outros”, comenta Lucas, alertando que, sem estas variáveis, a razão pode dar uma ideia falsa do real serviço médico de uma região. Interiorização da saúde Os pesquisadores sinalizam que a situação tem melhorado bastante ao longo do tempo. Políticas e estratégias voltadas para a interiorização da medicina têm sido adotadas com sucesso, tais como o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (Piass), os internatos rurais nas graduações da área da saúde e a Estratégia de Saúde da Família. “Os dados que levantamos são úteis no estabelecimento de novas prioridades para enfrentar os problemas de assistência em saúde no âmbito do SUS no território nacional”, diz Lucas.
Foto: Léo Rodrigues
Brasil tem cerca de 540 habitantes por médico
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Memória
Acontece
Por trás das cortinas Senhoras e senhores, por favor, desliguem os celulares que o espetáculo vai começar!
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iadas de políticos, sátiras do cotidiano, caricaturas dos professores, causos de médicos, paródias feitas de improvisos e humor inteligente. Você consegue imaginar onde encontrar tudo isso? Criado em 1954, o Show Medicina se apresenta ano após ano, se superando nos quesitos originalidade e criatividade. O show interrompido entre 1978 e 1986, por causa da ditadura. Quem já assistiu ou participou dos espetáculos, provavelmente tem boas lembranças.
Foto: Bruna Carvalho
Naquela época “Quando eu participava do show, tinha a companhia de pessoas formidáveis: Jota Dângelo, Ângelo Machado e Carlo Americo Fattini. Eles eram brilhantes no teatro, tinham uma criatividade ímpar” lembra José Euclides Ribeiro, aluno da escola entre 1964 e 1968. “Em um espetáculo, um colega, o Rock, alto e engraçado, entrava no palco de cueca samba canção. Na frente do público ele vestia um smoking para apresentar o Show. O público ia ao delírio”, conta José Euclides, rindo. Quando o Show Medicina viajava para apresentações em outras cidades era, segundo José Euclides, uma “farra danada”. “Uma vez, em Londrina, andamos vestidos de padre pela cidade”, se diverte.
Ditadura Para José Euclides, alguns espetáculos entraram para a história. “Em 1966, alguém jogou um ácido na platéia e uma moça foi atingida, tendo queimaduras no rosto. Fomos levados para prestar esclarecimentos no Dops (Departamento de Ordem Política e Social). Depois descobrimos que era uma tentativa de acabar com o Show Medicina por parte de pessoas de direita que faziam parte do governo ditatorial da época”, conta. “Era um desafio. Tudo passava pela aprovação da censura. Tínhamos duas versões: uma para quando o censor ia ao espetáculo e outra para quando ele não aparecia”, explica José Euclides. 56 anos Ainda hoje, o Show é um grande espetáculo, com muito mais recursos tecnológicos. José Euclides assiste aos espetáculos todos os anos e sempre ajuda o grupo com patrocínios. “Atualmente as piadas são mais globalizadas, mas o objetivo continua o mesmo. É uma maneira leve de mostrar o que é e como é a Faculdade de Medicina. É o lado alegre da escola”, comenta.
Progressão docente Professores devem protocolar o pedido de progressão vertical à classe de Professor Associado até 30 de setembro, na Secretaria Geral da Faculdade de Medicina, sala 83, térreo da Unidade.
Projeto Horizonte Três trabalhos desenvolvidos pelo Projeto Horizonte, coordenado pelo professor Dirceu Grecco, foram apresentados na XVIII Conferência Bienal Internacional da Aids em Viena, Áustria, no mês de julho. O evento foi palco de discussões sobre prevenção, avanços nas terapias antiretrovirais e expansão de políticas e programas contra a doença.
Imagem da Semana Já está no ar a página eletrônica Imagem da Semana. O espaço divulga, semanalmente, imagens de casos clínicos. O internauta deve responder uma pergunta relacionada à imagem para ter acesso a mais informações sobre os casos. Acesse: medicina.ufmg.br/ imagemdasemana
Expediente
IMPRESSO
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – Diretor: Professor Francisco José Penna – Vice-Diretor: Professor Tarcizo Afonso Nunes – Coordenador da Assessoria de Comunicação Social: Gilberto Boaventura (Reg. Prof. MG 04961JP) – Editora: Mariana Pires – Redação: Jornalistas: Maíra Lobato e Zirlene Lemos – Estagiários: Ennio Rodrigues, Estefânia Mesquita, Léo Rodrigues e Renata Ferreira. Projeto Gráfico e Diagramação: Leonardo Lopes Braga - Estagiária: Ana Cláudia Ferreira de Oliveira - Atendimento Publicitário: Janaína Carvalho – Impressão: Imprensa Universitária – Tiragem: 2 mil exemplares – Circulação mensal – Endereço: Assessoria de Comunicação Social, Faculdade de Medicina, Av. Prof. Alfredo Balena, 190 / sala 5 - térreo, CEP 30.130-100, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Telefone: (31) 3409-9651 – Internet: www.medicina.ufmg.br; www.twitter.com/medicinaufmg e jornalismo@medicina.ufmg.br. É permitida a reprodução de textos, desde que seja citada a fonte.
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