Boletim Informativo da Faculdade de Medicina da UFMG Nº 10 - Ano II - Belo Horizonte, maio de 2011
Uma doença que precisamos conhecer A
doença falciforme é caracterizada por uma anomalia nos glóbulos vermelhos, que adquirem a forma de uma foice. Isso dificulta a circulação sanguínea e leva à anemia crônica, acompanhada de crises de dor. Em Minas, doentes contam com tratamento gratuito, avaliações especializadas e acompanhamento por toda vida.
Ilustração: Arquivo Nupad
Páginas 4 e 5
ENSINO Pesquisa revela o desafio dos professores na hora de avaliar os futuros médicos
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ECONOMIA Estudo compara medicamentos contra a hepatite B usados pelo SUS
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CENTENÁRIO Medicina organiza eventos científicos que vão movimentar BH em novembro
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Editorial
Revendo conceitos A reportagem principal desta edição, sobre a anemia falciforme, foi pensada inicialmente como um modo de chamar a atenção para um problema de saúde que atinge sobretudo a população negra, no mês em que se comemora a abolição da escravatura no Brasil. Mas um olhar mais profundo sobre o assunto revelou que não se trata de uma doença racial, e sim geográfica, que surgiu na África e acabou se disseminando em outros países, como o Brasil, pela miscigenação. A doença falciforme castiga justamente quem já vive à margem da sociedade e tem mais dificuldade para ter o direito à saúde garantido. Esta edição traz ainda uma pesquisa sobre o ensino da Medicina que propõe modificações para a formação de médicos mais autônomos. A tese reafirma a tradição da escola que foi pioneira na mudança curricular da década de 1970 e se prepara para adotar um novo currículo a partir do segundo semestre de 2011. Neste mesmo ano, em que se comemora o seu Centenário, a instituição organiza eventos científicos que vão trazer para Belo Horizonte médicos, profissionais e gestores da saúde de várias partes do Brasil e do mundo: o 2º Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG e a 10ª Conferência Internacional de Saúde Urbana (ICUH 2011), realizada pela primeira vez na América Latina. 2
Boa leitura!
Publicações
As mulheres médicas nas entrelinhas do Centenário da Faculdade de Medicina da UFMG Escrito pelas professoras Anayansi Correa Brenes, do Núcleo de Estudos Mulher e Saúde e Ismênia de Lima Martins, da Universidade Federal Fluminense (UFF), o livro revela como se deu a inserção feminina nas instituições médicas mineiras. Destaque para a história de Alzira Reis, primeira mulher graduada na Faculdade de Medicina de Bello Horizonte, que viria a ser a Faculdade de Medicina da UFMG. O leitor poderá conhecer ainda a trajetória da primeira professora da instituição, Iracema Baccarine. Ao longo das 76 páginas, as autoras também apresentam estatísticas da atual participação das mulheres no corpo docente e discente da Faculdade. Ed. UFF.
Bogliolo Patologia A obra, lançada há 40 anos pelo renomado médico e cientista Luigi Bogliolo, chega à oitava edição, mantendo a proposta de fornecer aos leitores, sobretudo estudantes de Medicina, todo o conteúdo de Patologia Geral e de Patologia Humana, de forma abrangente e atualizada. O organizador é o professor titular de Patologia da Faculdade de Medicina da UFMG, Geraldo Brasileiro Filho, que atua há 35 anos como docente da área. Dezenas de pesquisadores, de várias partes do Brasil, colaboraram para a nova edição do livro, que disponibiliza como material suplementar ilustrações em formato de apresentação para docentes previamente cadastrados. Ed. Guanabara.
Saúde do português
Declaração de Óbito A morte não é a falência da Medicina ou dos médicos. Ela é apenas parte do ciclo da vida. Nesse cenário, uma das principais vítimas é a própria documentação da morte, a Declaração de Óbito, como diria o expresidente do Conselho Federal de Medicina, Edson Andrade. As causas a serem anotadas na DO são todas as doenças ou as lesões que produziram a morte ou para ela contribuíram. Além das circunstâncias do acidente ou da violência que produziram essas lesões. Erro crasso, portanto, seria declarar a parada cardíaca de outrem como causa básica de sua morte. Nós médicos somos treinados para evitar anotações de diagnósticos imprecisos que não esclareçam a principal causa da morte. Coisa, assim, como parada cardíaca, parada respiratória ou parada cardiorrespiratória. Todas filhas da mesma visão. Aliás, sinais e modos de morrer. E não “causas básicas de óbito”, como orienta o Ministério da Saúde. Dia desses soube do professor Cid Veloso, cardiologista, ex-diretor de nossa unidade e ex-reitor da UFMG, que o mesmo quase foi levado ao serviço coronariano de urgência após leitura de jornal local dando conta de que seu amigo Célio de Castro havia falecido de “parada cardíaca”. Recentemente, mais uma dor no peito: outro jornal noticiou que um operário caiu do 8º andar do prédio e morreu de parada cardíaca! O orador da turma que completa 50 anos de formatura encaminha esta colaboração à coluna enfatizando: “é óbvio que ninguém morre com os órgãos funcionando”. É. Faz sentido! Washington Cançado de Amorim Professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia
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Ensino
Avaliação dos estudantes de Medicina deve ter objetivos mais claros Pesquisa aponta necessidade de um padrão de correção mais eficaz e de instrumentos complementares, como capacitação para a docência
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Amanda Jurno
valiar um estudante é uma ação solitária e angustiante Clinical Examination), adotado nos internatos desde 2008 na para muitos professores, pois não há como pedir ajuda UFMG. “Trata-se de um instrumento que leva em conta a a profissionais alheios ao processo. Além disso, a convivên- mobilização de conhecimentos, habilidades clínicas e atitucia diária com os alunos cria laços e relações que podem des na resolução de um problema apresentado. O fato de interferir na avaliação. Com o objetivo de compreender me- haver um padrão de respostas e a devolutiva das questões lhor esse processo e buscar alternativas para aprimorar o aos alunos torna o Osce um ótimo instrumento avaliativo, ensino-aprendizagem, o médico Luiz Megale, professor do principalmente diante do nosso grande número de alunos”, Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da afirma Eliane Gontijo. UFMG, defendeu tese na qual conclui que há necessidade de preparo pedagógico específico e da adoção de critérios Resultados pré-definidos para reduzir a influência de fatores subjetivos Porém, o desempenho no OSCE esteve abaixo do na avaliação. esperado pelos próprios alunos: 4,23, em média. “Faltou Surpreendentemente, um dos fatores que pode difi- autonomia aos jovens e essa é uma característica do curso cultar a avaliação é a inserção precoce dos alunos no aten- de medicina, não só no Brasil”, explica Megale. “A autonodimento de pacientes, a partir do mia vem com a prática. E a prática quinto período, que é justamente da medicina no período estudantil um dos diferenciais do curso de exige a supervisão de um profissioResponderam ao questionário: Medicina da UFMG. A chamada nal experiente, pois envolve a vida 64 professores da Pediatria “avaliação em serviço”, por meio alheia”, pondera o professor. da observação diária do desem30 médicos pediatras Para Eliane Gontijo, os dopenho, das atitudes e habilidades 428 estudantes do último ano do curso centes ajudam a desenvolver capaclínicas do aluno pelo professor, cidade crítica, criatividade e autoexige o constante aperfeiçoamento Competências médicas avaliadas: nomia de seus alunos. Segundo ela, docente. “O sentimento de grande - Respeito às normas de o professor não deve dar respostas parte dos professores é de que há rápidas, mas estimular o raciocínio biossegurança necessidade de cursos especializaclínico - o aluno deve ser sujeito do - Adequação no trato com paciente dos para ajudar a aprimorar os propróprio aprendizado. - Realização de exame físico cedimentos em sala de aula”, obserAs normas acadêmicas da - Orientação do paciente va Luiz Megale. UFMG estabelecem que o profesNeste caso, a coorientadora sor aprove o aluno com no mínimo da pesquisa, Eliane Gontijo, sugere 60% dos pontos distribuídos no semestre. Para a professoa melhoria dos cursos e a extensão dos já existentes para os ra, isso é um equívoco. “Ou ele está apto a exercer a profisantigos professores. “Hoje existem cursos para os novos são, ou não está. Por isso, é necessário haver mudanças nos docentes. Mas falta um maior enfoque no processo avaliati- critérios de avaliação dos estudantes de medicina”, defende. vo. E quem, como eu, está na faculdade há vários anos, não No OSCE, o aproveitafoi capacitado para o exercício da docência”, exemplifica. mento médio dos 476 alunos foi Segundo ela, a elaboração de uma “matriz de competênTítulo: Processos avaliati81,7%, um pouco abaixo da procias” essenciais ao exercício profissional favoreceria docenvos no curso de Medites e alunos. “Esse seria o primeiro passo, ao lado de outros va escrita e da avaliação em ser- cina: desempenho dos viço, que foi de 86%. Problemas instrumentos de avaliação adequados”, destaca. estudantes em relação às com memorização, nervosismo e competências em pediatria ansiedade influenciam o deseme sua significação pelo Método penho dos estudantes. Alguns A pesquisa foi baseada em respostas de professores, comportamentos, como o maior docente alunos e profissionais a um questionário sobre as compe- interesse pela nota do que com Autor: Prof. Luiz Megale tências médicas, elaborado junto com a Comissão Perma- o aprendizado, preocuparam os Nível: Doutorado nente de Avaliação da Faculdade de Medicina da UFMG. pesquisadores. Para Megale, isso Programa: Saúde da CrianNuma escala em que 5 significa “saber fazer sozinho sem a reforça a necessidade de serem ça e do Adolescente supervisão de um professor” e 4 com supervisão, os alunos avaliadas as habilidades técnicas, Orientador: Prof. Joaquim obtiveram média de 4,65. emocionais, morais e intelectuais Antônio César Mota Defesa: 21/03/ 2011 O estudo também valida o OSCE (Objective Structured dos futuros médicos.
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Saúde Pública
Doença Falciforme: uma a grave e pouco conhe
Falta de reconhecimento expõe mais um fator de exclusão dos afrodescendentes, principa de diferentes cores e raças podem estar sujeitos à doença, em decorrência d
Larissa Nunes
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té o século 19, não era possível entender porque uma parte da população africana era imune à malária, doença que até hoje provoca 2 milhões de mortes no continente. A explicação veio em 1910, com a descoberta feita pelo médico norte-americano James B. Herrick: não ter malária, significa, muitas vezes, ser portador de um outro mal, que causa crises intensas de dor, úlceras e morte prematura – a doença falciforme. A enfermidade, que atualmente pode ser tratada, ainda é um grave problema de saúde pública e reflete a situação de vulnerabilidade social da população afrodescendente no Brasil. Doença falciforme é o termo genérico para uma série de desordens genéticas caracterizadas pela presença de uma hemoglobina anômala nas hemácias, os glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte do oxigênio ao corpo inteiro. Essas células acabam adquirindo a forma de foice - daí o nome falciforme - o que dificulta a circulação sanguínea e provoca anemia crônica. Por ser genética, essa mutação é também hereditária, e, como teve origem provável na África, tornou-se predominante na população negra. O que não quer dizer que a doença seja “racial”. “Não existe qualquer relação entre cor e doença falciforme. Ela poderia ter afetado mais os brancos”, enfatiza o professor José Nélio Januário, diretor-geral do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), órgão complementar da Faculdade de Medicina da UFMG. Brasil
Por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 300 mil bebês nascem com o problema no planeta. No Bra4
sil, são 3,5 mil crianças, de acordo com o Ministério da Saúde. O tráfico de escravos nos primeiros séculos de colonização motivou um alto índice de portadores da doença falciforme no país. A miscinegação contribuiu para que a enfermidade atingisse também pessoas de cor branca, mas ainda assim, segundo a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), 80% dos doentes brasileiros são afrodescendentes e 93% pertencem à população de baixa renda. “A grande maioria recebe Bolsa Família do Governo Federal”, diz Maria Zenó Soares da Silva, presidente da Associação de Pessoas com Doença Falciforme e Talassemia de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Dreminas). Para ela, como a pobreza está associada à falta de escolaridade e acesso à informação, os doentes costumam receber o diagnóstico tardiamente. Muitas vezes, sofrem com os sintomas por anos, sem saber a quem recorrer. “Em casos mais sérios, podemos entrar na Justiça para garantir o direito ao benefício de um salário mínimo. E muita gente nem sabe disso”, afirma a presidente da Dreminas. A associação dispõe de dois advogados para dar suporte nas ações judiciais. O subemprego também é uma constante na vida dos portadores dessa anomalidade genética. “Nós passamos por várias internações, estamos sempre com atestados médicos. Somos demitidos e, claro, nunca falam que é por esse motivo”, lamenta Zenó, que luta para que a falciforme possa, um dia, ser considerada uma doença de alta complexidade pelo Ministério da Saúde. A mudança em MG Uma proposta de 1998 da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais mudou drasticamente a situação dos doentes falciformes no Estado. A parceria entre o Nupad e a Fundação Hemominas permitiu que praticamente todos os nascidos em Minas passassem pela triagem neonatal - o teste do pezinho, para de-
tecção dessa e de outras doenças gené Aqueles com diagnóstico positivo pass a ser encaminhados para a Hemominas ponsável pelo tratamento. “Mais de 4 milhões de crianças ram o teste do pezinho. Sabendo que ela a doença, a primeira consulta é marcad ela não aparece, entramos em contato, remos atrás”, informa Nélio Januário. intermédio do Centro de Educação e A para Hemoglobinopatias (Cehmob-MG crianças, acompanhadas de seus famil recebem atenção integral por toda a vida “Os recém-nascidos tomam ant óticos até cinco anos de vida. Também zemos o Doppler Transcraniano para e acidente vascular cerebral, além de pre complicações oftalmológicas e cardio cas”, diz a médica da Hemominas, Ana rine Vieira. Segundo ela, a Hemominas também de adultos diagnosticados ta mente. Para as crises de dores, os pacie recebem orientações sobre a importânc hidratação, o risco de exposição ao frio uso de analgésicos.
Esperança Desde a conquista do diagnóstico coce e do tratamento ambulatorial na dação Hemominas, a luta dos portado parentes dos doentes falciformes é para atendimento de urgência e emergência precisamos de um atendimento rápido, sabemos aonde ir. Muitas vezes, méd plantonistas não conhecem a doença” menta Maria Zenó. A esperança de cura para a doenç ciforme pode estar no transplante de me óssea, procedimento em caráter experim tal. “Ainda está começando. É difícil po precisamos de doador compatível. E m vezes, os doentes são da mesma fam afirma Maria Zenó. O Sistema Único de de (SUS) não reconhece a anemia falcifo no rol das doenças transplantáveis.
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Vida
ma anomalia hecida
Oncologia e Hematologia são temas de simpósio Lucianna Furtado
s, principais afetados. Mas brasileiros rrência da miscigenação
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ombate ao tabagismo, doenças hematológicas e tratamento do câncer serão alguns dos temas abordados no I Simpósio de Oncologia e Hematologia da UFMG, entre os dias 31 de maio e 2 de junho, no Salão Nobre da Faculdade de Medicina da UFMG. O evento, incluído na programação das comemorações do Centenário da Faculdade de Medicina, é uma realização da Liga Acadêmica de Oncologia e Hematologia (LAOH). O grupo de estudantes promove reuniões científicas, palestras e discussões de casos médicos, além de atender pacientes no Ambulatório de Oncologia do Hospital das Clínicas da UFMG, sob supervisão de especialistas. O simpósio foi organizado com a proposta de promover a formação qualificada dos profissionais da saúde, além de estimular e divulgar trabalhos científicos da área, por meio da exposição de pôsteres. Com início no Dia Mundial sem Tabaco, o simpósio chamará atenção para os malefícios do cigarro, paralelamente às discussões sobre o câncer de pulmão. Outro assunto a ser discutido é a importância do Registro Hospitalar de Câncer, banco de dados do Ministério da Saúde que permite uma visão geral das estatísticas relativas à doença e possibilita o planejamento de ações de tratamento, prevenção e controle dos fatores de risco.
enças genéticas. sitivo passaram emominas, res-
e crianças fizendo que ela tem a é marcada. Se m contato, coro Januário. Por ucação e Apoio hmob-MG), as seus familiares, toda a vida. omam antiobia. Também faano para evitar ém de prevenir e cardiológiminas, Ana Kaemominas trata sticados tardiaes, os pacientes importância da ção ao frio e o
ra a doença falante de medula áter experimenÉ difícil porque atível. E muitas mesma família”, a Único de Saúemia falciforme áveis.
Ilustração: Ana Cláudia Ferreira
diagnóstico preatorial na Funos portadores e mes é para um mergência. “Se nto rápido, não vezes, médicos a doença”, la-
Para atendimento e dúvidas sobre a doença falciforme: Cehmob-MG - 0800 722 65 00 (24 horas) Fundação Hemominas - (31) 3280-7440 e 3280-7455 Nupad - (31)3409 8900.
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Câncer de próstata Os tipos de câncer com alta incidência na população terão destaque nos debates, a exemplo do câncer de próstata, o segundo mais fatal entre os homens, que será abordado pelo subcoordenador da LAOH, professor Munir Murad Junior, oncologista do Hospital das Clínicas da UFMG. “É uma doença relacionada à idade e ao envelhecimento da população e estima-se um aumento na sua incidência”, afirma o médico. Segundo ele, no Brasil são aproximadamente 52 mil novos casos por ano, dos quais 5 mil ocorrem Minas Gerais. “Na palestra, serão discutidas melhores estratégias para o diagnóstico precoce e novas abordagens terapêuticas”, acrescenta. Também haverá discussões sobre o processo cirúrgico e a quimioterapia usados no tratamento oncológico; câncer pediátrico; tumores do sistema nervoso central; transplante de medula óssea; doenças hematológicas, dentre outros assuntos. O número de vagas para o Simpósio é limitado. Mais informações: laoh2011@hotmail.com.
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Qualidade de vida
Campanha incentiva separação correta do lixo Fernanda Campos
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Além de prejudicar o aspecto visual destes ambientes, pode ser extremamente perigoso, porque cria condições para o desenvolvimento de larvas do mosquito da dengue”, alerta. Outra preocupação é com o destino do lixo tóxico, especialmente de materiais aparentemente inofensivos, como pilhas e baterias. A Faculdade conta com lixeiras próprias para descarte desses objetos, que são encaminhados a aterros especiais. Já os resíduos químicos e hospitalares são acondicionados em recipientes próprios e posteriormente incinerados, em cumprimento à legislação nacional vigente.
Ilustração: Ana Cláudia Ferreira
Faculdade de Medicina, por iniciativa da Seção de Infraestrutura Operacional, quer conscientizar todos sobre a importância da separação do lixo reciclável. Com esse objetivo, deu início à pesagem dos resíduos produzidos nos prédios da Faculdade, do Nupad, do DAAB e da Biblioteca. Além de quantificar o lixo, a intenção é analisar o tipo de resíduo produzido. O próximo passo será uma campanha educativa, prevista para começar na segunda quinzena de maio. Quem lida diariamente com os resíduos produzidos no campus percebe que as orientações de descarte seletivo geralmente são desrespeitadas. A faxineira Neuza Moura conta que as pessoas costumam misturar sobras descartáveis e não descartáveis. “Elas jogam restos orgânicos, luvas plásticas e todo o tipo de resíduo não reciclável nas lixeiras dos banheiros, embora existam lixeiras específicas para cada tipo de material. A dificuldade é grande para separarmos e muito tempo é despendido nesta tarefa”, diz. O chefe da Seção de Infraestrutura, Sérgio Eduardo Rocha Correa, ressalta que isso também afeta o meio ambiente e a saúde de quem trabalha ou estuda no campus. “É comum encontrarmos copos com resto de água nos jardins.
Administrativas
“Celebrar e construir um encontro novo” Fernando Maximiano
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os dias 16 e 23 de maio, os funcionários da Faculdade de Medicina sairão da rotina para participar do IV Encontro Institucional, promovido pela Seção de Recursos Humanos. Com o tema “Celebrar e construir um encontro novo”, a proposta é incentivar a interação entre funcionários, docentes e estagiários, e construir um ambiente de trabalho cada vez melhor. A equipe de RH, em parceria com consultoras contratadas, promete desenvolver dinâmicas inéditas e guarda em segredo outras novidades que só serão reveladas nas datas marcadas. Durante o encontro, haverá expediente normal na Faculdade de Medicina. Segundo a organização, ficará a critério dos coordenadores de cada setor dividir suas equipes, definindo os dias em que cada grupo irá participar. 6
No ano passado, o encontro reuniu mais de 120 funcionários, para uma reflexão sobre os valores e objetivos de vida. Dentro do tema: “De bem comigo, de bem com a vida, de bem com o trabalho”, foram propostas atividades para se conhecer melhor a instituição e reforçar a motivação e o comprometimento entre os grupos. A chefe da Seção de Recursos Humanos, Cleuza Maria dos Santos, atribui algumas conquistas dos últimos anos ao Encontro Institucional. “A campanha para uso obrigatório do crachá teve início na segunda edição. O aumento das bolsas para participar de atividades físicas no Laboratório do Movimento também foi resultado do encontro”, conta. “A aquisição de equipamentos de audiovisual para as salas foi outra conquista obtida por meio dos encontros”, relembra Cleuza.
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Divulgação Científica
Pesquisa indica melhor alternativa de medicamento contra Hepatite B para o SUS Três drogas foram analisadas: lamivudina, interferon e interferon peguilado, também conhecido como peginterferon Victor Rodrigues
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hepatite crônica B é uma das doenças infecciosas mais Brasil, ele mostrou ser a alternativa com a melhor relação frequentes no mundo e gera altos gastos para o Sis- custo-efetividade. Ou seja, os efeitos alcançados justificam tema Único de Saúde brasileiro. Assim, a determinação de o valor gasto com o medicamento. quais medicamentos serão oferecidos para o tratamento A lamivudina, por sua vez, é bem tolerada, de adpelo SUS é fundamental. A comparação entre os medi- ministração oral (comprimido), não apresenta efeitos cocamentos utilizados no tratamento da hepatite crônica B laterais importantes e tem baixo custo. Mas seu uso em foi o foco da tese de doutorado defendida junto ao Pro- longo prazo é restrito pelo desenvolvimento de resistência, grama de Pós-Graduação em superior a 70% dos casos após 5 Saúde Pública da Faculdade de 350 milhões anos de tratamento. Medicina da UFMG, por AlesO peginterferon, no ende pessoas têm hepatite B no sandra Maciel Almeida. Foram tanto, apesar de apresentar vanmundo, segundo a OMS analisados dados relativos à tagens quando comparado aos lamivudina, ao interferon e ao outros, não teve eficácia suficieninterferon peguilado (ou peginterferon), uma forma potemente superior que justificasse sua inclusão no Prototencializada do interferon. colo Clínico do SUS. O lado econômico pesou, e o maior A lamivudina e o interferon já estavam no protoco- custo levou o medicamento a ultrapassar o limite aceitável lo de tratamento para hepatites do SUS desde 2002, sen- para gastos com drogas de alto custo no sistema público. do os mais utilizados atualmente. O interferon peguilado era uma alternativa a ser considerada na nova versão do Título: :Alternativas de protocolo, de 2009, mas acabou sendo descartada. “Apesar Medicamento Preço Médio* tratamento para hepatite disso, é importante sua comparação com os outros reméviral crônica B: análise de dios”, afirma Alessandra Almeida. “É uma forma de ofecusto-efetividade Interferon R$ 137,07 (2 vezes por semana) recer argumentos numa futura decisão sobre a inclusão do Autora: Alessandra Maciel interferon peguilado no sistema de saúde do Brasil”, diz a Almeida pesquisadora. Nível: Doutorado Interferon Peguilado
Comparação Cada medicamento apresenta pontos positivos e negativos: os interferons (convencional e peguilado), aplicados com injeção, têm como vantagem o período determinado de tratamento, a resposta duradoura nos pacientes e a ausência de resistência. Contudo, os custos são elevados, os efeitos adversos são muitos e sua utilização é limitada em pacientes com doenças hepática avançada ou descompensada. No aspecto econômico, o interferon convencional se destacou. Utilizando os parâmetros adotados no
(1 vez por semana)
Lamivudina (diária)
R$ 902,75
R$ 2,17
Programa: Saúde Pública Orientador: Francisco de Assis Acúrcio Defesa: 17/02/2011
* O preço adotado na análise foi baseado na tabela de preços de medicamentos da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) em 13/11/2009. Utilizou-se a média do preço de fábrica (PF), com ICMS de 0% e foi aplicado o Coeficiente de Adequação de Preços (CAP) de 24,92%, que é um desconto mínimo obrigatório incidente sobre o PF de alguns medicamentos nas compras realizadas pelos órgãos públicos.
Total de pacientes avaliados: 1570
O orientador Francisco Acúrcio e a pesquisadora Alessandra Almeida
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Foto: Marcus Vinicius dos Santos | Ilustração: Ana Cláudia Ferreira
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Centenário
Acontece
Medicina realiza congresso de saúde e conferência internacional Eventos fazem parte das comemorações pelos cem anos da Faculdade Larissa Nunes
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elo Horizonte receberá estudantes, profissionais e gestores da saúde de várias partes do mundo, no próximo mês de novembro. A Faculdade de Medicina da UFMG promove o 2º Congresso Nacional de Saúde, com o tema “Políticas de Promoção da Saúde”. Dentro de um dos eixos do congresso, “Políticas Urbanas de Promoção da Saúde”, será realizada a 10ª Conferência Internacional de Saúde Urbana (ICUH 2011), sediada pela primeira vez na América Latina. Os dois eventos, simultâneos, serão no Minascentro. Por meio de palestras, workshops e até atividades culturais, além de discussões sobre mídia, o 2º Congresso Nacional de Saúde tem a proposta de promover um debate amplo sobre a humanização. “Os médicos atualmente já nem dizem bom dia, boa tarde, vão examinando os pacientes. Precisamos entender que, antes de tudo, estamos lidando com gente, e não com doenças”, defende a professora Maria Isabel Correia, coordenadora executiva Congresso. Seguindo a mesma lógica da busca de bem-estar e qualidade de vida, e não o mero tratamento para as doenças, a ICUH terá como tema “Ações da saúde urbana direcionadas à equidade”. Segundo a professora Waleska Caiaffa, presidente da ICUH 2011, a proposta é abordar a chamada “desigualdade injusta”. “No mesmo lugar em Belo Horizonte, temos, por exemplo, espaços parecidos com a Suécia e Bangladesh. São essas diferenças que precisam ser minimizadas”, afirma. Os participan-
tes terão a oportunidade de conhecer de perto algumas das ações que ajudam a reduzir essas iniquidades na capital mineira, como a sede do programa Vila Viva, no Aglomerado da Serra. Nos próximos meses, os interessados em apresentar trabalhos poderão submeter os resumos pela internet. As inscrições para participar do Congresso e da Conferência também serão feitas eletronicamente. Nos sites, estão ainda os preços das inscrições, orientações sobre hospedagem, alimentação e pontos turísticos de Belo Horizonte. Os eventos comuns entre o Congresso de Saúde e a ICUH estão discriminados na programação online. 2º Congresso Nacional de Saúde 2 a 5 de novembro Tema: “Políticas de Promoção da Saúde” Local: Minascentro Inscrição para participar e submissão de trabalhos: www.medicina.ufmg.br/congressosaude
10ª Conferência Internacional de Saúde Urbana 1 a 5 de novembro Tema: “Ações da saúde urbana direcionadas à equidade”. Local: Minascentro Inscrição para participar e submissão de trabalhos: www. icuh2011.org
Festivelhas O projeto Manuelzão apresenta nos dias 4 e 5 de junho, no campus Pampulha da UFMG, o FestiVelhas Manuelzão 2011 – Arte e Transformação, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Um dos objetivos é propor a reflexão sobre o papel de cada um no planeta.
Vinhos e Saúde O médico e enólogo Júlio Anselmo de Sousa Neto ministrará curso na Faculdade de Medicina sobre história, princípios básicos de degustação e benefícios do vinho para a saúde. As aulas serão de 29 de junho a 1º de julho. Inscrições até 20 de junho pelo www. medicina.ufmg.br/cenex. Informações: (31) 3409-9644.
Festival Cultural O DAAB anunciou o adiamento do Festival Cultural, que estava agendado para o dia 14 de maio. A nova data do evento está prevista para o segundo semestre e ainda não foi definida.
Expediente
IMPRESSO
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – Diretor: Professor Francisco José Penna – Vice-Diretor: Professor Tarcizo Afonso Nunes – Coordenador da Assessoria de Comunicação Social: Gilberto Boaventura – Editora: Alessandra Ribeiro (Reg. Prof. 9945/JP) – Redação: Jornalistas: Larissa Nunes, Léo Rodrigues e Marcus Vinicius dos Santos – Estagiários: Amanda Jurno, Fernanda Campos, Fernando Maximiano, Lucianna Furtado, Victor Rodrigues. Projeto Gráfico: Ana Cláudia Ferreira de Oliveira e Leonardo Lopes Braga. Diagramação: Ana Cláudia Ferreira de Oliveira - Atendimento Publicitário: Janaina Carvalho – Impressão: Imprensa Universitária – Tiragem: 1.500 exemplares – Circulação mensal – Endereço: Assessoria de Comunicação Social, Faculdade de Medicina da UFMG, Av. Prof. Alfredo Balena, 190 / sala 5 - térreo, CEP 30.130-100, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Telefone: (31) 3409-9651 – Internet: www.medicina. ufmg.br; www.twitter.com/medicinaufmg e jornalismo@medicina.ufmg.br. É permitida a reprodução de textos, desde que seja citada a fonte.
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