Saúde Informa nº 11

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Boletim Informativo da Faculdade de Medicina da UFMG Nº 11 - Ano II - Belo Horizonte, junho de 2011

Esquizofrenia: realidade versus imaginação D

iscernir o real do imaginário não é um desafio exclusivo dos doentes. A sociedade precisa desmistificar o transtorno para que seja capaz de promover a inclusão das pessoas que convivem com ele. Páginas 4 e 5

PESQUISA Fumantes passivos na infância podem desenvolver asma

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MEMÓRIA Monumentos da Medicina contam história do Centenário

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Ilustração: Ana Cláudia Ferreira

CONGRESSO Mudança de perspectiva, da doença para a saúde

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Editorial

Publicações

Pensar a esquizofrenia Recentemente, casos de violência que tiveram grande repercussão foram associados à esquizofrenia. Em defesa de seus clientes, advogados alegam que crimes foram cometidos em razão da incapacidade dos acusados de discernir realidade e imaginação. O Saúde Informa buscou entender a esquizofrenia do ponto de vista do especialista e do paciente, e assim responder algumas questões: a agressividade é um sintoma típico da esquizofrenia? É possível ter uma vida normal, estudar, trabalhar, com o uso de medicamentos e outras terapias? Esta edição também entra no clima do outono-inverno, época do ano em que as preocupações aumentam com as doenças respiratórias, como a asma. A pesquisa apresentada na seção de Divulgação Científica revela que, além da baixa umidade do ar, há outro fator, atemporal, que pode agravar o problema: o tabagismo. A partir deste número, você vai conhecer cada um dos eixos temáticos do 2º Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG, que será realizado entre os dias 2 e 5 de novembro, no Minascentro. Confira também as dicas para manter a pele bonita, mesmo em tempos de frio, e fatos do dia a dia de nossa instituição. Boa leitura! 2

Saúde do português

SIC

Estatística na área da saúde: conceitos, metodologia, aplicações e prática computacional Pensar os estudos na área da saúde por meio de métodos estatísticos é a proposta do livro de autoria da professora da pós-graduação da Faculdade de Medicina da UFMG, Arminda Lúcia Siqueira, e de Jacqueline Domingues Tibúrcio, especialista em estatística. Na obra, de 520 páginas, as autoras defendem que os dados estatísticos devem ser incorporados à prática, pois são ferramentas úteis para a tomada de decisões. Além da lista com quase 300 referências bibliográficas, há índice remissivo, lista de tabelas, figuras, abreviaturas e siglas, além da inclusão de exercícios para facilitar a fixação dos conceitos apresentados. Ed. Coopmed.

Antropologia da Alegoria da Calúnia A obra aborda a ação de caluniar a partir do universo simbólico do quadro “Alegoria da Calúnia”, da pintora mineira Irma Renault Coelho Lessa, filha de Agostinho Lessa, professor da Medicina da UFMG no início dos anos 20. A calúnia, associada a atitudes destrutivas, como atingir, prejudicar e denegrir imagens, é apresentada como “um instrumento de violência que visa excluir um indivíduo ou um grupo de convívio social”. Os estudos são organizados pelo médico e antropólogo Ely Bonini Garcia. Os co-autores Márcio Sampaio, Nello Rangel e Jane Amélia analisam o tema sob o ponto de vista das Artes Plásticas, da Psicologia e da Psicoterapia. Ed. Artear.

A palavra sic, advérbio latino, que significa “assim”, é usada com muita frequência antes, no meio, ou depois de uma citação, para indicar que houve fiel reprodução do original, com as mesmas palavras que foram escritas (geralmente para eximir quem cita da responsabilidade atinente a algum erro de grafia ou de sintaxe). Indica que um trecho transcrito não foi alterado, mas se apresenta textualmente, ainda que com ele não concorde o transcritor. Por se tratar de palavra pertencente a outro idioma, há de vir entre aspas, em negrito, itálico, sublinhada ou com grifo equivalente. Pode ser também substituída por in verbis. Alguns exemplos: dor como se tivesse infincado uma faca (sic), dói uma dor doída no pé da barriga (sic), “Qualquer mudança no ambulatório Jenny Faria deve vigir (sic) apenas a partir de 2012”, Os meninos leram os livro (sic). O professor Fernando Reis, coordenador do Colegiado de Graduação da Faculdade de Medicina, relata seu grande incômodo quando depara com essa palavra, nas papeletas, sendo usada como sigla (sic = segundo informação do cliente). “Além de ser mais uma sigla de uso restrito, sem correspondente internacional, creio que sua invenção derivou do uso incorreto do termo latino” (sic). Caso seja aplicada como sigla, uso corrente no jargão médico, pode dar vez a interpretações errôneas do termo latino sic, ou mesmo como indicação dispensável em relatos de anamnese, uma vez que nessa parte da avaliação clínica constam, obviamente, informações colhidas do paciente ou dos acompanhantes. Assim, recomendase evitar a interpretação de sic como sigla. Washington Cançado de Amorim Professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia

Contribua para a ‘Saúde do Português’. Envie sua sugestão ou opinião para wamorim@medicina.ufmg.br.


Divulgação Científica

Fumantes passivos na infância têm chance maior de desenvolver asma Entre crianças avaliadas com “chiado” no peito após os três anos de idade, 60% estavam expostas à fumaça do cigarro

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Victor Rodrigues

Foto: Bruna Carvalho

s males que o cigarro causa à saúde, mesmo para os chamados “fumantes passivos”, já são bastante conhecidos. Mas uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina da UFMG traz uma novidade: o tabagismo passivo também está relacionado com o risco de desenvolvimento da asma. A pneumologista pediátrica Rosiléa Alves da Silva analisou 374 pacientes do programa de controle da asma “Respira Legal”, da Prefeitura de Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, entre janeiro de 2009 e agosto de 2010. Ela procurou avaliar a prevalência da sibilância recorrente - quando a criança apresenta “chiado” no peito em pelo menos três ocasiões ao longo de um ano. O problema ocorre principalmente devido ao estreitamento das vias aéreas, como os brônquios e bronquíolos, nos pulmões. É relativamente comum em crianças mais novas, por causa do tamanho reduzido dessas vias. Certas crianças sibilam apenas até os três anos, por isso são chamadas de sibilantes transitórias. De acordo com a pesquisa, o tabagismo passivo é fator de risco para esses pacientes, podendo levar ao agravamento da condição. A influência do fumo passivo foi significativa quando a criança passou a apresentar sibilância recorrente após os três anos: 60% das crianças avaliadas estavam expostas à fumaça do cigarro. Se a mãe também for fumante, particularmente durante a gravidez, aumentam as chances de os sintomas persistirem após os seis anos. A explicação para isso, segundo a professora Laura Lasmar, orientadora do trabalho, é a fragilidade do sistema respiratório das crianças. “O pulmão se desenvolve até os sete, oito anos de idade. A exposição ao tabagismo até essa idade pode levar à perda da função pulmonar, que pode ser uma perda para a vida inteira”, alerta. Para a autora do estudo, Rosiléa Silva, a elevada prevalência de tabagismo passivo entre grupos de pacientes as-

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máticos revela uma falha dos serviços de saúde. “É preciso que as políticas públicas para redução do tabagismo sejam implementadas também nos programas de asma”, afirma. Nem sempre sibilância é asma Apesar de ser o sintoma mais característico da asma, nem sempre a sibilância recorrente é associada à doença. A asma é uma condição mais complexa, associada também a sintomas alérgicos. Se não for tratada corretamente na infância, pode evoluir para casos graves, levando até mesmo à morte. No entanto, se controlada corretamente, a pessoa pode conviver apenas com os sintomas alérgicos. Uma das constatações do estudo foi o número expressivo de pacientes acompanhados pelo programa que não apresentavam quadro asmático. Dezessete por cento dos pacientes poderiam ser considerados sibilantes transitórios, o que não significa, necessariamente, que tinham asma. “A sibilância pode ocorrer também devido a infecções das vias respiratórias, comuns até os três anos. Nos casos em que o paciente não é asmático, ele acaba recebendo o tratamento equivocado”, explica Rosiléa. Por isso, as autoras defendem uma mudança nos programas de controle da asma, de maneira que a avaliação dos pacientes seja otimizada e, assim, os recursos despendidos pelo sistema de saúde sejam melhor aplicados. Elas sugerem também o acompanhamento por mais tempo desses pacientes. Segundo as pesquisadoras, alguns têm alta e ficam recebendo assistência em pronto-socorros durante as crises, sem o acompanhamento adequado. Rosiléa Silva e Laura Lasmar ressaltam também a importância do controle das condições ambientais. Além do cigarro, deve-se evitar aqueles fatores que desencadeiam as alergias apresentadas pelos asmáticos, como ácaros e mofo. Cerca de 80% dos pacientes da pesquisa que continuaram sibilando após os seis anos apresentavam rinite alérgica, uma demonstração da relação direta entre alergia e asma.

Rosiléa Silva e Laura Lasmar defendem acompanhamento prolongado dos pacientes, para que cada caso receba o tratamento adequado

Título: Prevalência e fatores associados aos fenótipos de sibilância recorrente do programa de asma de Nova Lima Autora: Rosiléa Alves da Silva Nível: Mestrado Programa: Saúde da Criança e do Adolescente Orientadora: Profª. Laura Maria de Lima Belizário Facury Lasmar Defesa: 28/04/ 2011

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Saúde Pública

Realidade e imaginação

Muitas vezes associada erroneamente à agressividade, ess entre o real e o imaginário. Mas também é possível que seja

Larissa Nunes

“Coroai-me de rosas, coroai-me em verdade de rosas. Poesia e esferográfica. Pode algum filho de Deus ser alijado da poesia que está em todos os lugares, em todas as expressões faciais, naquela pequena folha trazida pelo vento, dentro das palavras e gestos cotidianamente ditos por todos? Esquizofrenia. Esse é o cara.”

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e homens na mesma proporção e em q quer parte do planeta. “Há relatos bíb de pessoas com sintomas de esquizofr Não é uma doença da modernidade o gada a um grupo, a uma raça”, expli psiquiatra e professor do Departament Saúde Mental da Faculdade de Medicin UFMG, Rodrigo Nicolato. Rosemara recebeu o diagnós quando, durante uma fase de depressão, sou a se desfazer dos próprios objetos. ocupados, familiares a tiraram da casa o morava sozinha e a enc nharam aos méd Seguindo à ris tratamento cado, que in remédios consultas gulares,

Ilustração: Ana Cláudia Ferreira

m dos sintomas mais comuns da esquizofrenia é a indiferença emocional, uma certa apatia em relação a sentimentos alheios. No livro

Coroai-me de rosas, a escritora Rosemara de Mont’Alverne, 43, formada em Direito e Letras pela UFMG e com diagnóstico de esquizofrenia há 12 anos, mostra que, definitivamente, esse não é o seu caso. Em sua obra, o que não falta é sensibilidade. A esquizofrenia é uma das psicoses mais comuns da sociedade, que acomete cerca de 1% da população. Trata-se de um transtorno complexo, com sintomas e gravidade variáveis, que pode atingir mulheres

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ão sobre a esquizofrenia

dade, essa doença mental pode, na verdade, gerar confusão que seja controlada, sem necessidade do isolamento social

ção e em qualrelatos bíblicos esquizofrenia. ernidade ou liaça”, explica o partamento de de Medicina da

o diagnóstico depressão, pasos objetos. Prem da casa onde ha e a encamiaos médicos. indo à risca o atamento indicado, que inclui remédios e consultas regulares, hoje

ela mora novamente sozinha – “apenas com minha cachorrinha”- trabalha e, assim, tenta levar uma vida normal. No outro extremo, estão esquizofrênicos que apresentam comportamentos estranhos, perdem a capacidade de diferenciar realidade e imaginação, sofrem alucinações auditivas e, mais raramente, visuais. Acham que estão sendo perseguidos, alteram seus comportamentos e têm alterações de julgamento. Isolamento social, falta de vontade ou de iniciativa também são comuns entre os pacientes. “Temos hoje medicamentos muito eficazes. Há pessoas que fazem diagnóstico precocemente, respondem bem ao tratamento e até se casam, trabalham e estudam. Mas muitas têm alterações de juízo. Têm aquelas que ficam muito infantilizadas”, alerta Rodrigo Nicolato. Os quadros de violência, segundo o médico, são exceções. “Esses casos de agressividade, e que ganham destaque na mídia, não acontecem mais com os esquizofrênicos do que com qualquer pessoa da sociedade”. Segundo o médico, nessas situações, o paciente deve passar para uma análise rigorosa para “provar” sua incapacidade de responder por seus atos.

Foto: Bruna Carvalho

“Esses casos de agressividade, e que ganham destaque na mídia, não acontecem mais com os esquizofrênicos do que com qualquer pessoa da sociedade”.

Antipsicóticos e até antidepressivos são indicados para o tratamento e ajudam a reduzir as crises. A terapia por eletrochoque também é empregada em alguns casos. O transtorno tem origem genética e, sendo assim, não é raro que se manifeste entre membros da mesma família. “Entre gêmeos idênticos, se um irmão apresenta a doença, a chance de que o outro também tenha o transtorno é de 50%”, ressalta o psiquiatra, mostrando que, mesmo em casos de indivíduos com o mesmo material genético, os fatores ambientais também são decisivos para o início do problema. O diagnóstico de esquizofrenia é feito por médicos, por meio de exames psiquiátricos. “Até fazemos exames bioquímicos ou tomografia, mas é para descartar outras doenças que possam causar os mesmos sintomas do transtorno, como tumores no cérebro ou neurossífilis, por exemplo”, completa Rodrigo Nicolato. Preconceito Rosemara de Mont’Alverne conta o que a levou a escrever um livro de contos sobre esquizofrenia. “Foi uma coisa que eu precisava fazer, sem pensar que era proibido ou não aceito socialmente. Estava morando com minha irmã e queria sair de casa também. Foi um grito de socorro”, diz. Mesmo sem querer levantar bandeira para a causa, ela lamenta o preconceito sofrido por pessoas com esquizofrenia. “É só aprender a conviver com o diferente”, afirma. Foto: Ana Paula de Oliveira

Rodrigo Nicolato

Origem e tratamento Alterações neuroquímicas aliadas a fatores externos podem ajudar a explicar as causas da esquizofrenia. Os primeiros sintomas costumam aparecer na adolescência ou no início da fase adulta, entre 16 e 25 anos, mas há relatos de casos em crianças de 5 anos e depois dos 45 anos de vida, principalmente em mulheres. O quadro completo pode levar anos para se instalar. “O indivíduo já tem uma vulnerabilidade. Algumas situações, como uma demissão, o fim conturbado de relacionamento, um traumatismo e uso de drogas podem fazer com que a doença se manifeste”, explica Rodrigo Nicolato. Como as causas para as alterações neuroquímicas ainda são desconhecidas, até agora, a ciência não conseguiu chegar a uma cura definitiva para a esquizofrenia.

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A esquizofrenia não impediu Rosemara de Mont’Alverne de escrever um livro e voltar a morar sozinha

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Estudantis

Pessoas

Alunos criam DA de Tecnologia em Radiologia

Afamed incentiva inclusão digital

Fernando Maximiano

m ano e meio após o início do curso superior em Tecnologia em Radiologia, os alunos criaram seu próprio diretório acadêmico. A chapa, formada no último 10 de maio, teve a candidatura confirmada dois dias após sua criação. O objetivo do DA é se transformar numa voz única e organizada, com maior potencial de ser ouvida, além de ser uma ponte entre o curso, a Faculdade de Medicina e as demais instituições acadêmicas. O diretório ainda não tem uma sede definida e as reuniões dos integrantes ocorrem em um dos corredores do sexto andar. A presidente Josiane Cardoso, do terceiro período, ressalta algumas dificuldades enfrentadas nesse primeiro momento. “O maior problema para nós é convencer os colegas de que o curso fica sem articulação e os alunos perdem voz ativa sem essa representação”, afirma. Mas parte dos alunos já reconhece a representatividade do diretório. “O DA irá trazer melhorias para o nosso curso, sem dúvida. Agora, seremos ouvidos por todos”, diz Henrique Torquato. Para Talita Amélia Gonçalves, o grupo promoverá também o entrosamento dos estudantes. “O DA servirá para discutir ideias e para diminuir o estresse. Além disso, não ficaremos mais escondidos na Medicina. Temos que aparecer”, afirma. Uma das suplentes, Karine Cardoso de Lima, explica que o DA não pretende ser apenas uma instituição burocrática. Para ela, a motivação de todos integrantes é voltada para o fortalecimento do curso. “A nossa intenção é aumentar também a visibilidade para toda a sociedade”, afirma. Homenagem O coordenador do curso Superior de Tecnologia em Radiologia, professor Marcelo Henrique Mamede Lewer, cujo nome foi escolhido para batizar o DA, concorda que o diretório pode promover o reconhecimento do curso. “Esperamos que tudo dê certo. Quando os alunos me procuraram, achei interessante a iniciativa”, conta. O DA de Tecnologia em Radiologia é a mais nova representação estudantil da Faculdade de Medicina. Em 2001, surgiu o DAFono, um ano depois da criação do curso de Fonoaudiologia. Já o Diretório Acadêmico Alfredo Balena (DAAB), que representa os alunos do curso de Medicina, existe, oficialmente, desde 1958.

Foto: Bruna Carvalho

Diretório Acadêmico Dr. Marcelo Mamede

Por enquanto, reuniões do DA ocorrem num corredor do 6º andar da Faculdade

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Presidente: Josiane A. Narciso Vice-Presidente: Gustavo Fernando Diretora de Comunicação: Fátima G. O. Vasquez Secretária Geral: Danúbia Maria Silva Tesoureiro Geral: Jonathan B. A. Assunção Suplente: Karine C. Lima Suplente: Larissa Bragal Suplente: Ederson Henrique Alves

Foto: Bruna Carvalho

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Edith, Anna Maria e Maria das Graças: o pré-requisito é querer aprender

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Associação dos Técnicos e Administrativos Aposentados do Campus Saúde (Afamed) está envolvida em um projeto de inclusão digital para os associados. Em junho, está previsto para começar o novo curso de Informática Sênior, com a proposta de apresentar o mundo virtual aos aposentados que ainda não estão familiarizados com o computador e a internet. Diante da dificuldade de muitos para acompanhar o surgimento das novas tecnologias de informação, a associada Anna Maria do Nascimento diz que o curso será o começo de uma nova vida. “Vamos aprender a enviar e-mails, navegar na internet e muitas outras coisas. Não ficaremos mais dependentes dos nossos familiares”, diz. “A ideia é maravilhosa”, comemora a presidente da Afamed, Edith Mathias Siqueira. “Todos os setores estão nos ajudando”, conta. Um dos colaboradores é o funcionário do Centro de Computação da UFMG (Cecom), Eugênio Pacelli de Souza, que aceitou ser o professor da primeira turma. “Na hora eu topei. Não poderia deixar de compartilhar o que sei com quem quer aprender”, ressalta. O valor do curso é de R$ 80, dinheiro que será usado para cobrir as despesas de elaboração do material didático, composto por uma apostila e vários exercícios que serão repassados por e-mail ou através do pen drive. Aliás, essa será uma das ferramentas que os alunos vão aprender a manusear.

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Centenário

Indivíduo sadio é foco de Congresso A partir desta edição, o Saúde Informa apresenta os temas que serão abordados nos sete eixos do 2º Congresso Nacional de Saúde Léo Rodrigues

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comum que as pessoas associem medicina a doenças e hospitais. Mas a Faculdade de Medicina da UFMG propõe uma abordagem diferenciada, ao promover o 2º Congresso Nacional de Saúde. Com o tema “Políticas de Promoção da Saúde”, o objetivo é discutir ações voltadas para o indivíduo sadio, e não para o doente. “Nossa tradição médica é pautada na cura. Nos últimos anos, cresceu o trabalho de prevenção. Mas precisamos ir além. Promover saúde é pensar, de modo global, como tornar as pessoas, a sociedade e as instituições mais saudáveis”, explica o professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social, César Vieira, coordenador do Eixo 1: Políticas Públicas de Promoção de Saúde. Campanhas de conscientização, criação de áreas para esporte e lazer, ampliação do acesso à educação e cultura, e abertura de espaço na mídia para discutir hábitos saudáveis são exemplos de políticas públicas que os governos podem implementar para promover a saúde. “A violência, o câncer, as complicações cardiovasculares e respiratórias e outras doenças crônicas estão matando mais que as doenças transmissíveis. Diante dessa situação, cabe ao setor público estimular novas condutas e contribuir para uma sociedade mais pacífica e saudável”, completa César Vieira. Já a proposta do Eixo 2: Políticas de Promoção de Saúde nas Organizações é discutir a importância de práticas que promovam o bem-estar dos trabalhadores e das pessoas ao redor das organizações. “A adoção de uma postura

em prol da saúde de seus trabalhadores contribui para que a organização se posicione de forma competitiva no mercado e garanta sua sobrevivência a longo prazo”, defende Elaine Emar Ribeiro César, professora da Faculdade de Farmácia da UFMG e coordenadora do Eixo 2. Segundo Elaine, a promoção de saúde tem que ser encarada como investimento e não como despesa. “A principal matéria-prima do trabalho é o capital intelectual. Pessoas satisfeitas no ambiente de trabalho exercitam mais a criatividade e são mais produtivas”, diz a professora. Ela cita o estímulo aos cuidados com a alimentação e a postura, o respeito aos momentos de descanso, a criação de um ambiente propício ao diálogo e à valorização das diferenças, o desenvolvimento de atividades de convívio e lazer, entre as ações que podem ser adotadas pelas organizações a favor da saúde.

O evento será realizado entre os dias 2 e 5 de novembro, no Minascentro. As pré-inscrições para apresentação de trabalhos já estão abertas, pelo endereço www.medicina.ufmg.br/congressosaude. Paralelamente, será realizada a 10ª Conferência Internacional de Saúde Urbana (ICUH-2011), que recebe inscrições de trabalhos até 30 de junho, pelo site www.icuh2011.com.

Qualidade de vida

Frio exige cuidados especiais com a pele Fernanda Campos

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asta a temperatura cair para que a pele, maior órgão do corpo humano, precise de cuidados especiais. Baixa umidade, vento e mudanças de hábitos exigem atenção redobrada com a hidratação. O dermatologista Claudemir Aguilar, professor do Departamento de Clínica Médica, explica que, durante o inverno, a baixa umidade relativa do ar provoca evaporação de água das camadas mais superficiais da pele, o que causa ressecamento. As regiões mais expostas, como membros e extremidades, são também as mais afetadas. “Para manter a pele saudável, é aconselhável a aplicação de hidratante logo após o banho, para ajudar a reter nas camadas superficiais o conteúdo hídrico absorvido na imersão. O uso adequado de roupas e agasalhos também é importante”, recomenda o especialista.

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Lábios A boca é uma região sensível às temperaturas baixas e, quando ressecada, pode apresentar rachaduras e até sangramento. O médico afirma que existem bons produtos no mercado com função hidratante e que os questionados protetores labiais à base de manteiga de cacau realmente são eficazes. “Funciona, mas se houver alergia, deve ser imediatamente suspenso”, orienta. Banho No frio, é comum que os banhos sejam demorados e muito quentes. Segundo o dermatologista, o uso de sabonetes muito abrasivos é outro fator que aumenta o ressecamento da pele. Já o uso de buchas prejudica o manto lipídico da pele, protetor natural contra a perda de água. 7


Memória

Acontece

Bustos e estátuas imortalizam personagens do Centenário

Concurso literário

Lucianna Furtado

Os cem anos da Faculdade de Medicina podem ser bem contados pela história de seus monumentos. No jardim de entrada do prédio, o busto de Cícero Ferreira, fundador e primeiro diretor da unidade, ganhou destaque no ano do Centenário. Poucos meses atrás, o jardim era dividido com a estátua de Hipócrates, considerado o pai da Medicina. Mas o busto do filósofo e médico grego foi retirado do local e será reinstalado em frente à biblioteca J. Baeta Viana. Hipócrates ficará perto da estátua que retrata um médico caminhando, e simboliza o esforço e a importância dos profissionais mineiros no cuidado com a população. O professor Eduardo Borges da Costa, co-fundador da Faculdade de Medicina, que assumiu a direção da unidade após o falecimento de Cícero Ferreira, foi mais um imortalizado. A Faculdade também homenageou personalidades da política, como o ex-presidente da República, Artur Bernardes, e o presidente do Estado de Minas Gerais (atual cargo de governador), Fernando de Melo Viana, que autorizou a criação de uma universidade em Belo Horizonte. Outro presidente do Estado que ganhou uma estátua foi Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, o responsável pela união das faculdades de Medicina e Direito, e das escolas de Engenharia, Odontologia e Farmácia, sob o título de “Universidade de Minas Gerais”, em 1927. Algumas dessas esculturas ficam no corredor do Centro de Memória, no andar térreo da Faculdade. “Os bustos estão ali para honrar as figuras importantes que se empenharam na construção e no desenvolvimento

Foto: Bruna Carvalho

Até 30 de junho, universitários, alunos do ensino médio e escritores em geral podem inscrever contos e poemas, com o tema “Guimarães Rosa: vida e obra”, no concurso promovido pela Sociedade Brasileira de Médicos Escritores. A iniciativa tem o apoio da Faculdade de Medicina da UFMG. Informações: www.sobramesmg.org.br.

Simpósio O 12º Simpósio do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia e o 1º Encontro de ex-residentes e ex-alunos de pós-graduação do GOB serão realizados entre os dias 24 e 26 de agosto, no Salão Nobre da Faculdade de Medicina. As inscrições serão abertas em breve. Informações: 3409-9764.

Novo site

Cícero Ferreira fundou e foi o primeiro diretor da Faculdade de Medicina

da Faculdade. Conservar essas homenagens é uma forma de reconhecer o grande trabalho dessas pessoas e dar o devido valor à grande causa que elas defenderam”, afirma o coordenador do Cememor, professor Ajax Pinto Ferreira.

A página virtual da Biblioteca J. Baeta Viana passou por reformulação, com mudanças na disposição das informações, cores mais leves, entre outros recursos para facilitar a navegação. Além disso, o site passou a ser interligado com as outras bibliotecas da UFMG. Confira no www.medicina.ufmg.br/biblio.

Expediente

IMPRESSO

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – Diretor: Professor Francisco José Penna – Vice-Diretor: Professor Tarcizo Afonso Nunes – Coordenador da Assessoria de Comunicação Social: Gilberto Boaventura – Editora: Alessandra Ribeiro (Reg. Prof. 9945/JP) – Redação: Jornalistas: Larissa Nunes, Léo Rodrigues e Marcus Vinicius dos Santos – Estagiários: Amanda Jurno (voluntária), Fernanda Campos, Fernando Maximiano, Lucianna Furtado, Victor Rodrigues. Projeto Gráfico: Ana Cláudia Ferreira de Oliveira e Leonardo Lopes Braga. Diagramação: Ana Cláudia Ferreira de Oliveira - Atendimento Publicitário: Desirée Suzuki – Impressão: Imprensa Universitária – Tiragem: 2.000 exemplares – Circulação mensal – Endereço: Assessoria de Comunicação Social, Faculdade de Medicina da UFMG, Av. Prof. Alfredo Balena, 190 / sala 5 - térreo, CEP 30.130-100, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Telefone: (31) 3409-9651 – Internet: www.medicina.ufmg.br; www.twitter.com/medicinaufmg e jornalismo@medicina.ufmg.br. É permitida a reprodução de textos, desde que seja citada a fonte.

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