Saude Informa 26

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Boletim Informativo da Faculdade de Medicina da UFMG Nº 26 - Ano IV - Belo Horizonte, março de 2013

Hormônios em baixa E

stima-se que até metade das mulheres pode ser acometida por problemas como falta de desejo ou interesse sexual e incapacidade de atingir o orgasmo. As causas vão além dos já conhecidos fatores psicológicos e de relacionamento. Em estudo realizado com 60 pacientes que sofriam de alguma disfunção sexual, 75% eram afetadas pela insuficiência hormonal. Página 3

INFÂNCIA Reconhecer o próprio nome, uma porta para o mundo

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SAÚDE Apenas 30% se exercitam regularmente em BH

Ilustração: Luiz Lagares

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MENTE Os extremos do transtorno bipolar

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Editorial

Bom retorno Após três meses de férias, o Saúde Informa volta a circular, repleto de notícias sobre pesquisas científicas. No mês do Dia Internacional da Mulher, destacamos um estudo que aborda a sexualidade feminina sob um viés diferenciado. Em vez dos já conhecidos fatores psicológicos e sociais que afetam a vida sexual das mulheres, o foco são as explicações biológicas para o problema – a exemplo do desequilíbrio hormonal. Confira também pesquisa sobre os medicamentos usados no tratamento do transtorno bipolar e um levantamento sobre a prática de atividades físicas entre os belo-horizontinos. Na área de fonoaudiologia, testes mostram a importância da descoberta do próprio nome para o desenvolvimento infantil. Falando em saúde da criança, saiba mais sobre a toxoplasmose, doença que pode ter sérias implicações quando a contaminação ocorre durante a gestação. Para encerrar, o Saúde Informa explica a informatização dos formulários do Centro de Graduação da Faculdade de Medicina. E aproveita para dar boas-vindas a calouros e veteranos. Boa leitura!

Publicações

AGENDA

Olhares sobre a Saúde marcam eixos do Congresso

Pediatria Ambulatorial 5ª edição Essencial para a prática médica, o já consagrado livro Pediatria Ambulatorial chega à sua 5ª edição, contando, agora, com mais um editor - o professor Marcos Carvalho de Vasconcellos. Referência para pediatras e estudantes de medicina, a obra ganhou repercussão mundial desde a primeira edição, publicada em 1983, principalmente pela capacidade dos autores em repassar o conteúdo de forma didática, por meio de linguagem descomplicada e clara. A publicação também é assinada pelos professores Ennio Leão, Edison José Corrêa, Joaquim Antônio César Mota e Marcos Borato Vianna, todos do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG. Editora Coopmed.

Abordagem Ecossistêmica da Saúde A publicação introduz a relação de interdependência entre os fatores bióticos, abióticos e antrópicos no debate da política ambiental e de saúde. Os organizadores adotam a visão ecossistêmica, que redescobre os seres humanos como parte da natureza e defende que as doenças podem ser evitadas pela revitalização e preservação dos recursos naturais. A obra é de autoria dos professores Marcus Polignano, Eugênio Goulart, Antônio Thomaz Matta e Apolo Heringer Lisboa, todos coordenadores do Projeto Manuelzão da UFMG. Instituto Guaicuy.

Os oito eixos temáticos do 3º Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG já foram definidos, em torno do tema central “Cenários da Saúde na Contemporaneidade”. O evento será realizado entre 9 e 11 de outubro de 2013, na própria Unidade. Dentre os objetivos dos eixos estão compreender melhor a atual configuração da sociedade, discutir os papéis da saúde pública e da saúde complementar, apresentar experiências bem e mal-sucedidas do setor saúde e identificar possibilidades, formas, modelos e procedimentos inovadores de atuação.

Conheça os eixos e os coordenadores Desafios na Gestão das Instituições de Saúde

Antônio Leite Alves Radicchi (chefe do Departamento de Medicina Preventiva e Social)

Alcino Lázaro Silva Formação de Médicos e (professor Emérito da Mercado de Trabalho UFMG) Ensino, Pesquisa e Extensão na Faculdade de Medicina da UFMG

Maria Isabel Toulson Davisson Correia (coordenadora do Centro de Extensão)

Multifaces da Violência: Realidade e Enfrentamento

Cristiane de Freitas Cunha (Departamento de Pediatria) e Elza Machado de Melo (coordenadora do Núcleo Saúde e Paz)

Responsabilidade Civil do Setor Saúde e Bioética

Cláudio de Souza (coordenador do Centro de Tecnologia em Saúde) e José Agostinho Lopes (Departamento de Clínica Médica)

Zilma Silveira Nogueira Tecnologia e Inovação a Reis (coordenadora do Serviço da Saúde Centro de Informática em Saúde) Doenças Emergentes, Reemergentes, Degenerativas e Promoção da Saúde

João Gabriel Marques da Fonseca (Departamento de Clínica Médica)

Atenção Primária, Secundária e Terciária na Saúde

Cristina Alvim (Departamento de Pediatria)

Expediente Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – Diretor: Professor Francisco José Penna – Vice-Diretor: Professor Tarcizo Afonso Nunes – Coordenador da Assessoria de Comunicação Social: Gilberto Boaventura – Editora: Alessandra Ribeiro ( Reg. Prof. 9945MG) – Redação: Jornalistas: Larissa Rodrigues, Fernanda Campos e Mariana Pires – Estagiários: Lucas Garabini, Luísa Gomes, Jordânia Souza e Victor Rodrigues. Projeto Gráfico: Ana Cláudia Ferreira de Oliveira e Leonardo Lopes Braga. Diagramação: Luiz Lagares - Atendimento Publicitário: Desirée Suzuki – Impressão: Imprensa Universitária – Tiragem: 2.000 exemplares – Circulação mensal – Endereço: Assessoria de Comunicação Social, Faculdade de Medicina da UFMG, Av. Prof. Alfredo Balena, 190 / sala 5 térreo, CEP 30.130-100, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Telefone: (31) 3409-9651 – Internet: www.medicina.ufmg.br; facebook.com/medicinaufmgoficial; www.twitter.com/medicinaufmg e jornalismo@medicina.ufmg.br. É permitida a reprodução de textos, desde que seja citada a fonte.

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Saúde Informa - Março de 2013


DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA Blaptinumundi

Editorial

Hormônios em baixa afetam sexualidade feminina Entre 60 mulheres com disfunção sexual atendidas no Hospital das Clínicas da UFMG, três em cada quatro apresentaram insuficiência de testosterona. Victor Rodrigues

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sexualidade é um dos pilares da qualidade de vida do ser humano. Porém, parcela significativa da população não consegue se realizar plenamente nesse quesito. Estudos diversos apontam que de 20% a 50% das mulheres, por exemplo, sofrem com algum tipo de disfunção sexual. Os dados são apresentados pela ginecologista Fabiene Bernardes Castro Vale, autora de dissertação de mestrado defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Saúde da Mulher da Faculdade de Medicina da UFMG. No estudo, a pesquisadora investigou a frequência de alterações hormonais em 60 mulheres de 18 a 44 anos, com alguma disfunção sexual, atendidas no Ambulatório de Sexologia Ginecológica do Hospital das Clínicas da UFMG. A avaliação hormonal destas mulheres revelou que cerca de 75% apresentavam síndrome de insuficiência androgênica feminina, caracterizada por níveis reduzidos de testosterona. “A testosterona tem ação direta em receptores específicos relacionados ao prazer e à resposta sexual feminina”, explica a médica. Dessa forma, são necessários níveis mínimos deste hormônio para que exista a ativação do centro cerebral do prazer. A queda em seus níveis, como acontece em algumas mulheres ao final dos 20 anos, tem sido demonstrada como causa da baixa de libido. “Os mecanismos responsáveis pela resposta sexual feminina são complexos, dinâmicos e ainda não totalmente esclarecidos”, afirma Fabiene. “O que se conhece, porém, é que alterações anatômicas, desequilíbrios neuroendócrinos ou a diminuição dos hormônios sexuais podem levar à disfunção sexual”, acrescenta. Para a ginecologista, o alto índice de mulheres afetadas por essas condições mostra que essa é uma questão que já deve ser tratada como um problema de saúde pública. “A Organização Mundial de Saúde já reconhece a sexualidade como um aspecto central nas nossas vidas, e a saúde sexual como um direito garantido a todos. Mas o assunto ainda não é visto com a importância devida”, critica. Avanços e perspectivas Apesar do preconceito, a medicina sexual teve um importante avanço nos últimos anos, principalmente no que se refere à saúde sexual feminina. Um dos exemplos foi o Consenso de Paris, realizado em 2002, com o intuito de debater as questões de saúde sexual contemporâneas. Entre os resultados desse encontro está a definição do que seria a disfunção sexual feminina, apontada como “desordem persistente e recorrente do desejo ou interesse sexual, da excitação subjetiva e genital, no orgasmo e dor ou dificuldade para permitir ou completar a relação sexual”.

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Visão ampliada Fabiene ressalta que fatores biológicos, como as alterações hormonais, são apenas uma parte do problema, que envolve também fatores psicológicos e sociais. Atualmente, o modelo mais aceito para explicar a resposta sexual nas mulheres enfatiza a importância da intimidade emocional com o parceiro e a satisfação da própria percepção de desejo e necessidade sexual. Com o objetivo de ampliar essa concepção, o estudo foi realizado com pacientes que não apresentavam problemas psicológicos, sociais ou no relacionamento. “Queríamos isolar estes fatores, para termos apenas a dimensão da influência das alterações hormonais”, explica Fabiene. Para a pesquisadora, o próximo passo é tentar quantificar essas mudanças. “Sabemos apenas que as alterações hormonais, principalmente a diminuição da testosterona livre, são frequentes nessas mulheres”, diz. “Com esse novo dado em mãos será possível prepararmos uma melhor abordagem no tratamento”, prevê.

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Disfunções sexuais femininas Disfunção da dor sexual:

caracteriza-se por desconfortos que atrapalham ou impedem o ato sexual. Inclui a dispareunia, ou presença de dor durante a penetração, e o vaginismo, contração dolorosa e involuntária da parede muscular da vagina quando da tentativa de penetração vaginal.

Disfunção da excitação:

incapacidade de atingir ou manter excitação sexual adequada. É classificada em diferentes subtipos, que vão desde a ausência de lubrificação genital até a ocorrência espontânea e indesejável de excitação sexual.

Disfunção do orgasmo:

dificuldade em atingir o orgasmo, seja por atraso ou ausência deste, após suficiente estimulação sexual e excitação. A principal disfunção deste tipo é a anorgasmia, incapacidade de obter um orgasmo.

Disfunção do desejo:

corresponde ao distúrbio do desejo sexual hipoativo e à aversão sexual. O primeiro refere-se à falta de interesse ou à indiferença ao estímulo sexual não justificada por outra condição médica, psicológica ou relacionada a uso de medicação. Já a aversão sexual é condição persistente de fobia e repulsa de qualquer tentativa de contato sexual, causando sofrimento pessoal. Título: Avaliação da frequência de alterações hormonais em mulheres no menacme com disfunção sexual. Nível: Mestrado Programa: Saúde da Mulher Autora: Fabiene Bernardes Castro Vale Orientador: Selmo Geber Defesa: 27/11/2012

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DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

Reconhecer o nome para conhecer o mundo Ao identificar o som de seus nomes, bebês estabelecem vínculos com o ambiente, aprendem outras palavras e iniciam-se no processo de elaboração de linguagem. Lucas Garabini

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Detecção precoce studo com 36 bebês de seis e sete meses de idade reveEm alguns casos, quando a resposta ao estímulo la que, por meio da resposta ao chamado do próprio sonoro é negativa ou insuficiente, de acordo com fatores nome, é possível obter indicativos importantes ligados à como tempo de permanência em atenção, angulação do acuidade auditiva, ao estágio do processo de aquisição da pescoço e inclinação do corpo na busca pela fonte sonora, linguagem e à presença de transtornos do desenvolvimené possível detectar precocemente indícios de transtornos to, entre eles, o autismo. Elaborado a partir do cadastro de de ordem psíquica, muito particularmente o autismo. crianças que participaram da Triagem Auditiva Neonatal “A importância deste tipo experimento está ligada à Universal do Hospital da Clínicas da UFMG, popularmenclínica médica, visto que a partir de seus resultados temte conhecida como “teste da orelhinha”, o estudo propõe se mais informações para avaliar a condição da criança, questões importantes para as pesquisas que investigam a antecipando uma tendência capacidade auditiva dos bebês, ao autismo ou outro tipo de parâmetro adotado mundial“ É reconhecendo o próprio déficit ligado ao aprendizado”, mente como referência em nome que a criança começa completou Aline. avaliações do desenvolvimento infantil. Ainda no campo do dea compreender e conhecer senvolvimento infantil, a adoDe acordo com a autora outros sons, outros nomes, ção mais sistemática deste tipo da pesquisa, a fonoaudióloga outras palavras e todo o de avaliação pode contribuir Aline Moreira Lucena, um aspara estabelecer protocolos tepecto importante deste tipo de mundo à sua volta ” rapêuticos, condutas adequadas experimento está na detecção precoce de problemas que interfiram no processo de for- no tratamento de crianças com atraso na linguagem e camação da linguagem pelos bebês. “Através de um estu- pacitação dos profissionais em atenção primária à saúde. do controlado e de acordo com a resposta da criança, é “Em um atendimento médico, detalhes como chamar o possível estabelecer bebê pelo nome podem fazer a diferença no diagnóstico”, Ilustração: Carina Cardoso parâmetros que indi- concluiu Aline. quem alguma alteração, pois se sabe que aos seis meses os bebês já são capazes de identificar palavras familiares”, diz. Da mesma forma, Aline Lucena argumenta que os testes colaboram para obter marcos que afiram o nível do processo de recepção e formação da linguagem por parte dos bebês, uma vez que é atraRealização da etapa de avaliação da vés do reconhecimento do som do nome próprio e sua linguagem dos bebês diferenciação com as demais sonoridades que se dá a absorção e conhecimento de outras palavras. “A criança usa Foto: Arquivo pessoal/Aline Lucena o som do seu nome como uma baliza, de maneira que, à medida que se familiariza com esta sonoridade, é capaz Título: Reconhecimento do próprio nome em crianças de seis e de assimilar, pela distinção, o som de novas palavras, torsete meses de idade nando-as assim parte do seu repertório de sentidos”, diz. Nível: Mestrado Trocando em miúdos, é reconhecendo o próprio nome Programa: Ciências da Saúde – Saúde da criança e do adolescente que a criança começa a compreender e conhecer outros Autora: Aline Moreira Lucena sons, outros nomes, outras palavras e todo o mundo à sua Orientador: Erika Maria Parlato Oliveira volta”, explicou. Defesa: 25/01/2013 4

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Capa

Apenas 30% se exercitam regularmente em BH Pessoas que fazem exercícios regulares são também as mais preocupadas com hábitos saudáveis: ingerem mais frutas, verduras e legumes e menos açúcar e refrigerantes. Larissa Rodrigues

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atividade física de lazer, aquela praticada durante o tempo livre, é extremamente importante para a saúde das pessoas. Entretanto, grande parcela da população não atinge a recomendação de pelo menos 150 minutos de atividade física por semana, tempo mínimo para que alguém seja considerado ativo e tenha benefícios à saúde pelo exercício praticado. Seria o equivalente a exercitar-se em média 30 minutos por dia, pelo menos cinco vezes pela semana. Tese de doutorado defendida na Faculdade de Medicina da UFMG descreve a atividade física de lazer e os hábitos saudáveis de adultos que vivem no ambiente urbano. “Foi preciso avaliar hábitos, o estilo de vida e o comportamento da população para fazer um recorte do nível de atividade física das pessoas,” explica a nutricionista Janaina Lavalli Goston, autora da pesquisa. Foram analisadas 3.815 pessoas, maiores de 18 anos, residentes nas regiões Oeste e Barreiro, em Belo Horizonte, para conhecer a prevalência e o perfil dos adultos ativos no lazer. Os dados são provenientes do estudo Saúde em Beagá (SBH), coordenado pela professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social e representante do Observatório de Saúde Urbana da Faculdade de Medicina da UFMG, Waleska Caiaffa. Nesta pesquisa, a prevalência de pessoas que realizam 150 minutos ou mais de atividade física por semana foi considerada baixa, apenas 30,2%. O percentual é similar ao estimado no país. Perfil

Os ativos, em sua maioria, são homens, com alta participação em atividades sociais – frequentam bares, boates, festas populares, clubes, cinema, teatro, shoppings, parques e praças. Eles também relataram receber alto suporte social para prática de atividade física, ou seja, têm incentivo ou comprometimento de algum amigo ou familiar. Entretanto, um ponto negativo nesse grupo é que, por serem mais sociáveis, esses homens acabam ingerindo mais bebidas alcoólicas. Isso porque, por gastarem mais energia, acabam se permitindo a beber, pois sabem que vão queimar essas calorias. Por outro lado, o perfil de ativos no Fotos: Banco de Imagens (sxc)

Até companhia de cachorro pode transformar sedentários em ativos.

lazer também foi caracterizado por indivíduos que nunca fumaram ou são ex-fumantes, relataram consumir frutas, verduras e legumes pelo menos cinco dias da semana e que não costumam consumir refrigerantes e adoçar bebidas. Praça JK, em Belo Horizonte: espaço físico é fator importante de estímulo para a prática de exercícios.

Foto: Arquivo ACS

Incentivo O contexto social se faz presente nas pessoas consideradas ativas. Na avaliação de Janaina Goston, o incentivo familiar ou de um amigo faz com que as pessoas tenham mais chance de atingir o nível de 150 minutos de atividade física por semana. “A pessoa sabe dos benefícios de um exercício físico, porém relata não ter tempo, ou falta motivação. O convite ou comprometimento do amigo ou familiar pode ser um estímulo à pratica, de modo que a pessoa tenha os benefícios à sua saúde ao se manter ativa em companhia. Ao convidar alguém para a prática, a atividade pode ser uma maneira para se alcançar a regularidade,” comenta. O espaço físico também é um fator importante de estímulo. A Academia da Cidade, por exemplo, é um espaço popular destinado à atividade física coletiva, na qual a prática em grupo permite a interação social que pode contribuir de alguma maneira para manutenção da regularidade, em especial entre os idosos. Além de não ter custo, um idoso pode sair de casa e se encontrar com outras pessoas que se comprometem a também realizar atividades. “Hoje em dia tudo pode ser um fator para tornar uma pessoa sedentária em ativa: ambientes agradáveis para a prática, música para correr e até companhia de um cachorro podem ajudar”, afirma Janaina Goston. Título: Atividade física de lazer e hábitos saudáveis de adultos vivendo em um ambiente urbano. Nível: Doutorado Programa: Saúde Pública Autora: Janaina Lavalli Goston Orientador: Waleska Teixeira Caiaffa Defesa: 03/12/2012

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SAÚDE DA CRIANÇA

Pré-natal para prevenir a toxoplasmose congênita Mariana Pires

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Previna-se

Ilustração: Mateus Vita

esde o inicio de 2013, as gestantes de Minas Gerais já podem fazer, gratuitamente, os testes para a detecção precoce da toxoplasmose congênita. O Programa de Controle da Toxoplasmose, parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e o Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad), tem o objetivo de reduzir a prevalência da doença e o prejuízo que ela acarreta à saúde da criança. A toxoplasmose, também conhecida como “doença do gato”, é uma infecção causada por um parasita que contamina mamíferos e aves, comumente encontrado no intestino dos felinos, seu principal hospedeiro. A infecção pode ser adquirida, principalmente, pela ingestão de alimentos e água contaminados pelas fezes dos animais infectados, além de carnes cruas ou mal cozidas, ovos crus ou com a gema mole, também de animais infectados. Quando o bebê é infectado durante a gravidez, a doença é chamada de toxoplasmose congênita. Neste caso, problemas na visão, audição e até retardo mental podem ser consequências para a criança após o nascimento. Os riscos são pequenos para a saúde da mãe, e os adultos saudáveis geralmente não apresentam sintomas. Por isso, é fundamental que a gestante não interrompa o acompanhamento pré-natal. O exame é simples e rápido, e deve ser realizado no início da gravidez, nas mais de quatro mil unidades básicas de saúde (UBSs) do Estado.

Coma carnes bem cozidas ou bem passadas Lave as mãos e a tábua de carne após o uso Não tenha contato com carne crua sem luvas Lave os vegetais e frutas em água corrente e limpa Só beba água tratada ou fervida Ferva sempre o leite não pasteurizado por pelo menos 10 minutos * Proteja os alimentos de moscas e baratas * Evite o contato com fezes de gatos e use luvas para higienização do local * Use luvas para mexer em terra ou areia (cuidar de jardim ou horta, por exemplo)

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Blaptinumundi

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SAÚDE MENTAL

Transtorno bipolar: muito além das mudanças de humor Problema é mais comum entre jovens de 19 a 24 anos e pode estar relacionado a transtornos alimentares e de personalidade Jordânia Souza

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uem nunca acordou de mau humor ou ficou muito ladas de humor provocam uma sobrecarga nas atividades feliz graças a uma notícia boa? Alternâncias entre cerebrais, o que pode causar uma espécie de inflamação tristeza e alegria são comuns, mas há um tipo de mudança e, consequentemente, a perda de conexões neuronais. no estado emocional da pessoa que pode caracterizar um “É possível que essas alterações levem a uma redução da problema psiquiátrico, o transtorno bipolar. Segundo es- quantidade de comunicação entre os neurônios, ou seja, a timativas da Associação Brasileira de Psiquiatria, a doença quantidade de sinapses. Então é como se provocasse uma atinge cerca de 4,2 milhões de brasileiros e tem o descon- atrofia do neurônio e de algumas regiões do cérebro”, cotrole de humor como um de seus principais sintomas. “No menta o psiquiatra Fernando Neves. transtorno bipolar existe uma discrepância. A tristeza e a euforia ocorrem independentes do que está acontecendo Tratamento no ambiente”, explica o psiquiatra Fernando Neves, proOutro problema relacionado às alterações neurofessor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade nais provocadas pelo transtorno é a dificuldade que alde Medicina da UFMG. guns pacientes encontram para Além da alternância entre retomar suas atividades diárias. um estado emocional eufóriÉ por isso que o trataco e depressivo, o diagmento deve ir além da nóstico do transtorno administração de medibipolar também comcamentos. “O que temos preende outros sinais, proposto no Hospital das como a dificuldade de Clínicas da UFMG é a concentração, o penreabilitação cognitiva, samento acelerado e que é fazer com que alterações do sono o paciente volte a e apetite. Segundo ter sua vida normal, Fernando Neves, esprincipalmente as suas ses sintomas também atividades laborativas”, variam de acordo com explica o professor níveis de bipolaridade. Fernando Neves, que “As alterações precisam também é coordenaser constantes, contando dor do Serviço de Psia partir de três dias para quiatria do HC. o paciente bipolar tipo II O médico acrescenta e uma semana para o tipo I, que o paciente bipolar corre mais Ilustração: Carina Cardoso que é quando a pessoa também risco de desenvolver doenças cardiopode apresentar episódios psicóticos, sendo um grau vasculares e pulmonares e sua expectativa de vida dimimais grave do problema”, detalha. nui 15 anos, em média. Além disso, o problema pode estar Mas os problemas emocionais causados pelo trans- associado a outros transtornos, como os alimentares e de torno são apenas uma das preocupações quanto à gra- comportamento. “É por isso que o médico, ao atender o vidade da doença. Artigos publicados recentemente por paciente bipolar, deve ter uma visão mais global sobre a um grupo de professores da Universidade Federal do doença”, afirma o psiquiatra. Rio Grande do Sul indicam que as alterações descontro-

Estudo investiga atuação de medicamentos

Victor Rodrigues

Estabilizadores do humor são os medicamentos mais utilizados para tratar pacientes com transtorno bipolar, mas seus mecanismos de atuação ainda são pouco conhecidos. Em tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da UFMG, o pesquisador Luiz Alexandre Magno investigou esses processos. O estudo enfocou a relação da proteína NCS-1 com o efeito dos medicamentos utilizados no tratamento do transtorno bipolar. De acordo com Luiz Alexandre, compreender a relação da NCS-1 com o transtorno é importante devido às funções que ela executa. “Esta

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proteína é chave para a manutenção do equilíbrio da comunicação entre certos tipos de neurônios e, possivelmente, de processos mentais regulados pela transmissão de dopamina, como a regulação do humor”, esclarece. Ao tratar cobaias que simulavam os efeitos do distúrbio com dois dos estabilizadores de humor mais utilizados, valproato e lítio, os níveis de NCS-1 no cérebro foram normalizados, e o comportamento das cobaias voltou ao normal. Resultados similares foram encontrados também em testes realizados com células de neurônios humanos , validando ainda mais os achados do estudo.

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GRADUAÇÃO

Acontece Será que é gastrite?

Formulários para graduação disponíveis online Luísa Gomes

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om o objetivo de acelerar processos, além de reduzir a burocracia e os gastos da Unidade com um número excessivo de papéis, os formulários acadêmicos dos cursos de graduação em Fonoaudiologia, Medicina e Tecnologia em Radiologia foram disponibilizados online. De acordo com o coordenador do Centro de Graduação da Faculdade de Medicina da UFMG, o professor Marcelo Mamede, este é o último semestre em que os procedimentos podem ser feitos pelo método antigo, preenchendo formulário físico no Cegrad. A partir

do segundo semestre não haverá mais o antigo método, apenas o virtual. “É importante que os calouros do primeiro semestre de 2013 não usem o antigo método, para já se acostumarem ao recurso da Intranet”, afirma o professor Mamede. Ele conta que o sistema foi desenvolvido pensando em aperfeiçoar o atendimento e melhorar o fluxo de atividades. “Esperamos que alunos de todos os cursos de graduação da Unidade tenham acesso e estejam familiarizados com o sistema até o meio do ano”, explica o professor.

Formulários em 4 passos 1o Passo:

2o Passo:

Acesse o site da Faculdade de Medicina da UFMG (www.medicina.ufmg.br) e clique na aba da Intranet.

Acesse a Intranet com o login MinhaUFMG.

A primeira edição de 2013 do projeto Quarta da Saúde, no dia 20 de março, abordará a dor de estômago, com a participação da gastroenterologista Luciana Dias Moretzsohn, professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG. Ela vai falar sobre o assunto e, em seguida, responder dúvidas da plateia. A palestra, gratuita e aberta ao público, será às 12h30, na sala 150 da Unidade.

Novas parcerias O Saúde com Ciência, programa de rádio da Faculdade de Medicina da UFMG, expandiu a parceria com o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais e passou a ser veiculado na comunidade virtual Qvida!, disponível nas 351 zonas eleitorais do TRE-MG. Outras duas novas emissoras também passaram a veicular o Saúde com Ciência, aumentando para 26 o número de rádios parceiras do programa.

Estacionamento

3o Passo:

4o Passo:

Acesse a aba “Incluir Solicitação” e escolha o formulário desejado.

Preencha o formulário e acompanhe o andamento da aprovação.

Conheça o Centro de Graduação OCegradéumórgãoadministrativodaFaculdadedeMedicinada UFMG,compostopeloscolegiadosdostrêscursosdaUnidadeepela Escuta Acadêmica.

IMPRESSO

AEscutaAcadêmicaédirecionadaaosestudantesdurantetodoseu percursonaFaculdade,comoobjetivodefazerumaintermediação entreinstituiçãoealuno,colocando-seàdisposiçãoparasugestõesde melhoria nos cursos.

OColegiadodecadacursoéoórgãoqueexecutaasfunçõesburocráticasepedagógicasdaInstituiçãoparaosalunosdegraduação, comotrancamentoeacertodematrícula,dispensas,solicitaçõesde estágiosnacionaiseinternacionais,divulgaçõesdeavisos,flexibilização curricular, entre outros.

Termina no dia 28 de março o cadastramento dos usuários do estacionamento do Campus Saúde para o ano de 2013. É preciso apresentar cópia da CNH, CRLV e comprovante de pagamento da GRU a favor da Faculdade de Medicina. Os novos usuários devem apresentar também duas fotos 3x4. A partir do dia 1º de abril, não será permitido acessar as vagas sem o selo atualizado. Informações: 3409-9954

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