Fala Roça - Edição 5

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foto Michel Silva.

Ano 2 | Rio de Janeiro - Fevereiro de 2015 | Edição 5

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Você conhece?

Da Rocinha para o rap, a vida de MC Oz MC Oz organiza batalhas de hip hop na quadra da Roupa Suja

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Lixo acumulado a céu aberto pode causar doenças aos moradores

Baião de dois

Jornalistas comunitários do Rio e de Nova York participam de intercâmbio promovido pelo governo norte-americano

06 Delícia

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Casos mais comuns registrados são infecções de pele e hepatite A

​ orador da Rocinha conquista clientes com a venda de M tapiocas na entrada da favela


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Editorial

​Ano 2 | Rio de Janeiro - Fevereiro de 2015 | Edição 5

Adeus ano velho! O Fala Roça inicia mais um ano de vida com muitas histórias para contar por Redação

Muitas emoções foram vividas pela nossa comunidade em 2014, e vão ficar na nossa história para sempre. Episódios tristes e dolorosos - que não iremos relembrar aqui mancharam mais uma vez as nossas recordações. Mesmo

sendo um clichê, o que podemos esperar de 2015, se não um ano melhor? Muita coisa mudou, e ao mesmo tempo, não mudou nada! Mas, ainda assim, podemos dizer que foi um ano de evolução. Muitas coisas influenciaram nisso, mas ressaltamos aqui o massivo uso da internet e das redes sociais como ferramenta de protesto e expressão. E nosso jornal, que já nasceu com a morte decretada, cresceu também. O Fala Roça está se firmando

na comunidade como uma fonte confiável e respeitada. Devemos isso a vocês, nossos leitores, colaboradores e parceiros. Cada linha escrita aqui é para vocês. É uma honra poder resgatar a raiz nordestina da nossa querida Rocinha. O design do jornal mudou. Com base nos comentários dos moradores, acrescentamos mais cores, inserimos empregos, abrimos espaço para outros assuntos,mas sem esquecer do Nordeste. Nesta edição, vocês irão conhecer a

história do rapper MC Oz, do Ari das especiarias e do Lula da tapioca. A repórter Beatriz Calado preparou uma matéria sobre os males que as lixeiras espalhadas na Rocinha provocam na saúde dos moradores. Para os foliões, dedicamos um espaço para listarmos os blocos de rua que irão desfilar na Rocinha, Gávea e São Conrado no carnaval de 2015. Destaque para o bloco Chifroroso que completa 30 anos em 2015. Sem esquecermos da moradora Rafaella Lemes,

22 anos, que conquistou um título importante na Cidade Maravilhosa. O nosso repórter Michel Silva viveu uma experiência inédita durante um intercâmbio de jornalismo comunitário entre Rio-NY e virou o entrevistado da vez, em uma matéria sobre os desafios de trabalhar com jornalismo nas favelas do Rio. Você pode enviar sugestão de pauta, fotos e informações para nosso e-mail: faleconosco@falaroca.com. Tenham uma boa leitura!

Mostra Nordeste

foto Fabrício Souza

Você sabia? Ari vende diversas especiarias em sua barraca

Um em um milhão A história do senhor que construiu sua vida vendendo especiarias típicas do Nordeste por Fabrício Souza

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ntre becos e vielas, encontramos o morador Ari da Silva, 40 anos, com as suas gomas de tapioca, queijos coalho, feijões brancos e vermelhos, rapaduras e outras especiarias típicas do Nordeste. Quem conhece o dono da barraca, que fica no Largo do Boiadeiro, nem imagina o que ele já teve que passar para conseguir chegar até aqui. O primeiro emprego foi como boia-fria, em Pernambuco. Ele ficava longe da família metade do ano, por causa da produção da cana-dewww.falaroca.com

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-açúcar. Nos outros seis meses, ele voltava para a casa, em Campina Grande, na Paraíba. Apesar de trabalhar muito, o salário não era satisfatório. “Passei seis longos anos da minha vida trabalhando muito e ganhando pouco, em média 10 reais por dia”, desabafa. Cansado da jornada desgastante e do baixo salário, Seu Ari decidiu se mudar para o Rio de Janeiro em busca de uma vida melhor. A adaptação em um novo local foi difícil, mas com a ajuda de uma tia, que morava na Rocinha, ele começou a

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trabalhar no comércio da família: uma barraca de especiarias. O negócio se tornou o sustento e a herança dele depois que a tia morreu. Hoje, 12 anos depois, a barraca de especiarias continua prosperando, trazendo para os moradores da Rocinha um pouco do Nordeste. Entre um e um milhão, Ari conquistou seu espaço e sua clientela com toda sua humildade e simpatia. Com a venda dos produtos nordestinos, o comerciante conquistou a tão sonhada casa própria e consegue sustentar a esposa e as duas filhas.

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o início da Rocinha, na época da fazenda Quebra-Cangalhas, toda a região onde respectivamente se situa o Largo do Boiadeiro pertenceu a um só dono, conhecido como Sr José Boiadeiro. Como o nome já diz, o ‘dono das terras’ criava muito gado na região, andava a cavalo, e corria atrás de seus bois com o laço na mão, daí a originalidade do apelido. A região, que na escritura pertencia oficialmente a família Castro Guidão, era uma grande chácara com muitas plantações, pés de frutas, criações de animais, e tinha até um córrego de água doce. Nos tempos de hoje, no Caminho do Boiadeiro, es-

tão alojados três grandes bancos, o Itaú (antigo Banerj), a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Até alguns anos atrás, dona Terezinha, viúva de Zé Boiadeiro, tocava sozinha um enorme armazém no coração do Largo do Boiadeiro, hoje, um conhecido centro comercial dos moradores da Rocinha. Aos domingos, uma grande feira com produtos nordestinos é montada no local. Ela é considerada a segunda maior do Rio e só perde para a Feira de São Cristóvão. A feira aos domingos é também um grande ponto de encontro das pessoas que moram nos sub-bairros da favela, animados pelo som de violeiros e repentistas.


Você conhece?

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fotos Arquivo pessoal

Da Rocinha para o rap, a vida de MC Oz MC Oz organiza batalhas de hip hop na quadra da Roupa Suja por Michel Silva

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izer o que tem que ser dito através da música. É assim que podemos definir Luiz Rodrigues da Silva, 26 anos, mais conhecido como MC Oz. Filho de paraibanos e cria da favela, MC Oz conheceu o rap quando ainda era pequeno, por meio da televisão. Fã de Gabriel O Pensador, 2Pac, Racionais e Sabota, ele não tinha noção do espaço que o rap iria ter na sua vida.

“Eu nasci pobre, por isso minha palavra vale minha vida” Em curto tempo, o rapper fez parceria em dois grupos – ALIADOS e PensAtivus – mas por problemas internos, os grupos chegaram ao fim. Em um deles, chegou a abrir um show de Marcelo D2 na Rocinha, para um público de aproximadamente 15 mil pessoas. “Foi emocionante ver tanta gente reunida e cantando o refrão da música do meu antigo grupo”, lembra ele. Sem grupo, Oz decidiu seguir carrei-

ra solo e lançou seu primeiro álbum, intitulado “Prus Verdadeiros” com participações especiais de amigos. O cantor decidiu ir além das rimas e formou uma banda de rock, a Transporte Coletivo, que unia o peso das rimas com a letra agressiva dos reefs do hardcore. O projeto durou cerca de dois anos. Neste meio tempo, fundou com amigos do hip hop, o C.A.S (Coletivo Arsenal Sonoro) na luta pelo fortalecimento dos artistas. Atuando na área social, criou a oficina Cultura Pincelando Rimas, inspirado pelo projeto ‘’Troque uma arma por um pincel’’, do Tio Lino, que ​morreu em maio do ano passado. A oficina era voltada para ensinar crianças da favela os princípios do hip hop, com o uso de acontecimentos históricos e do cotidiano. Por meio da leitura, Oz muitas vezes exercia um papel de educador. O fim do trabalho com as crianças na ONG do Tio Lino não afastou Oz da área social. Ele é um dos fundadores do Encontro de Ideias e Rimas, criado em parceria

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com o rapper M. Souza e a TV Tagarela. Um encontro de artistas para improvisos, em um evento sociocultural e realizado todo mês de graça na Roupa Suja. O evento atrai muitos jovens – não só da Rocinha – e já recebeu atrações como Crente Crew, RAPadura, Filipe Ret e MC Marechal, mas também abre oportunidades para artistas com menor expressão no meio. Além do rap, são realizadas batalhas de MCs, B-boys, discotecagem e grafite. O rap é uma paixão incondicional na vida de Oz. Ele já trabalha em uma nova mixtape chamada “V.I.D.A” (Voluntária e Integral Dedicacação a Arte) com participação de grandes nomes do rap brasileiro como Nocivo Shamon, RAPadura, Shawlin e o angolano Kid Mc. O futuro de Oz é promissor, suas letras chamam a atenção de quem ouve. O lema escolhido por ele, “Eu nasci pobre, por isso minha palavra vale minha vida”, é o eixo central da vida no rap. www.falaroca.com

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Baião de dois

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foto Arquivo pessoal/Michel Silva

Um Silva em Nova York Jornalistas comunitários do Rio e de Nova York participam de intercâmbio promovido pelo governo norte-americano por Redação

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Michel e Daiene em visita a redação do jornal New York Times

Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro promoveu no ano passado a segunda edição do Programa Vozes Urbanas: um intercâmbio. RioNova York em jornalismo comunitário. O programa foi criado com o objetivo de promover uma troca de experiências entre jovens jornalistas comunitários dos dois países e visa fortalecer os laços entre pessoas no Brasil e nos EUA e tem forte componente cultural. Um dos principais objetivos é dar aos jovens a oportunidade de visitar e conhecer comunidades de baixa renda em outro país e fazer reportagens através de mídias sociais e eletrônicas. Ano passado, os cariocas escolhidos foram Michel Silva, integrante do Jornal Fala Roça e Daiene Santos, do coletivo Alemão em Cena do Complexo do Alemão, zona norte do Rio. Eles receberam no Rio os jovens Veralyn Williams, 28, e Frank Lopez, 30, ambos jornalistas comunitários das periferias de Nova York, EUA. Em terra estrangeira, os jovens cariocas foram recebidos pelo coordenador

Moradores podem ler o jornal na internet A versão web está disponível no site do projeto por Redação

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ocê gosta de ler o Fala Roça? Além do papel, nós também estamos na internet, no site www.falaroca.com. No site, é possível ler as outras edições do jornal, conhecer a equipe, o que sai na mídia sobre o Fala Roça, um mídia kit para os anunciantes www.falaroca.com

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e as formas de contato que os moradores podem ter com o projeto. Isso tudo em apenas um site. Além disso, os leitores podem interagir com o projeto nas redes sociais, como facebook e twitter. “Esse recurso é importante porque o Fala Roça poderá alcançar públicos em esfera

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global, tornando os problemas e boas iniciativas da Rocinha conhecidos por diferentes públicos, sobre tudo jovens conectados e os parentes nordestinos do seu público alvo, que moram longe e não têm acesso ao conteúdo impresso.”, conta Petter Oliveira, gestor de mídias sociais.

do projeto Brotherhood Sister Sol, Jason Warin. “A Irmandade foi criada em 1994 por Jason e seu amigo Khary Lazarre-White para oferecer programas de apoio para jovens negros e latinos em comunidades carentes em Nova York”, conta Michel. Os jovens ficaram hospedados durante uma semana em uma casa no Harlem, em Manhattan, e tiveram a ajuda de dois tradutores para se comunicar.

Para os jovens, a viagem serviu de aprendizado no jornalismo. Além de visitas em museus, como o Museu da Cidade de Nova York e o Museu do Brooklyn, os jovens visitaram a sede da TV pública MNN El Barrio no Harlem; o jornal Amsterdam News que é dedicado a cultura afro-americana; Youth Communications e o musical STOMP!, na Broadway. Eles também tiveram a oportunidade de conhecer a Universidade de Columbia, os estúdios da Time Warner e a Wall Street - o coração comercial de NY; as redações dos jornais New

York Times; a TV Globo Internacional e a Academia de Cinema de Nova York. Para os jovens, a viagem serviu de aprendizado no jornalismo. “Nunca pensei que fosse conhecer a CNN, o The New York Times, e outros lugares e pessoas tão legais e experientes, profissionais que servem de inspiração para eu crescer na profissão que escolhi seguir.”, conta Daiene. Para Michel, a viagem ajudou a pensar nos futuros planos que pretende realizar. “Tudo que aprendi durante a viagem foi importante para aumentar minha experiência sobre o jornalismo comunitário. Espero aplicar algo que vi em Nova York aqui no Rio de Janeiro, mas precisamos de políticas públicas para a comunicação comunitária no Brasil”, exalta Michel. Em 2013, o programa Vozes Urbanas levou Rene Silva e Daiene Mendes, ambos do Jornal Voz das Comunidades e moradores do Complexo do Alemão, para os Estados Unidos. E trouxe para o Rio, Marsha Jean-Charles e Nicholas Peart, que são ligados à ONG Brotherhood/Sister Sol.


Reportagem Ímpar

05 foto Michel Silva.

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Lixo espalhado pelas ruas da Rocinha pode gerar doenças em moradores

Moradora caminha perto de uma lixeira, na entrada da Rua 1

Casos mais comuns registrados são infecções de pele e hepatite A

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erca de 36 mil toneladas. Essa foi a quantidade de lixo retirada da Rocinha em 2013 pela COMLURB (Companhia Municipal de Limpeza Urbana). Apesar de a coleta ser regular, o volume de resíduos sólidos que estão espalhados por toda a comunidade assusta os moradores. Todo esse lixo, que não é retirado, pode ser o ponto de partida para algumas doenças, como infecções de pele, hepatite A, leptospirose e dengue. A médica Cássia Kirsch

Lanes, de 33 anos, que trabalha na Clínica da Família Maria do Socorro há três anos, afirma que as doenças mais comuns atendidas na unidade são as de infecção de pele e de hepatite A. ‘’O lixo muitas vezes acaba atraindo animais, como gatos e ratos. E isso gera uma contaminação do local onde estão esses resíduos. Às vezes, uma pessoa machuca uma unha e acaba encravando, ai temos que fazer drenagem, para tirar o líquido que fica. Também temos muitos casos de pa-

cientes contaminados por hepatite A, que é transmitida pela contaminação da água pelo lixo ou pelo esgoto’’, explica. A médica também destaca que atende, com frequência, a casos de mordidas de rato. Para evitar o problema, Cássia ​f az um alerta para que as pessoas não coloquem ração para gatos perto de casa, pois isso pode atrair ratos. Para diminuir as doenças, a médica aposta em um esforço coletivo de toda a comunidade.

“ É preciso educar a população para não jogar lixo nas ruas, colocar mais caçambas em pontos da comunidade e também melhorar a coleta de lixo’’, aconselha. Em nota, a assessoria da COMLURB informa que para garantir a limpeza e a coleta de lixo na Rocinha disponibiliza 91 garis e um agente de limpeza urbana. Ao todo, são cinco contêineres para depósito de lixo. Ainda segundo o comunicado, a empresa reconhece a necessidade de aumentar os pontos de coleta de lixo e informa

É preciso educar a população para não jogar lixo nas ruas Cássia Kirsch Lanes

por Beatriz Calado

que em breve esse número será aumentado. Já a Secretaria Municipal de Saúde informa que não há consolidação dos dados de hepatite A na Rocinha e que não existem estatísticas de pessoas com infecções de pele. Em 2013, a Rocinha teve um caso de leptospirose confirmado, segundo dados da Secretaria.

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Delícia

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Exploração de Sabores com Lula da Tapioca

As pessoas acham minhas tapiocas saborosas, tanto que compram e voltam.

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por Raquel Magalhães

foto Raquel Magalhães

e você já passou pela Via Apia à noite, perto do Hortifruti, com certeza você já viu o Adailton da Silva, mais conhecido como “Lula da Tapioca”, trabalhando em seu carrinho. O comerciante é de Acari, cidade do interior de Natal, no Rio Grande do Norte. Ele veio para o Rio para trabalhar como cozinheiro, mas logo decidiu largar a profissão e montar um negócio próprio. Na barraca, ele oferece diversos sabores para preparar a tapioca. Tem leite condensado, cheddar, carne seca, manteiga da terra e etc. Mas a tapioca que mais vende é a de peito de frango desfiado com queijo mussarela e linguiça calabresa. Para alguns moradores, a barraca é parada obrigatória para quem passa pelo local à noite.

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Descubra abaixo o passo a passo para preparar essa delícia. RECEITA Ingredientes ● 400g de goma de tapioca pronta ● 150g de peito de frango desfiado

● 150g de queijo mussarela ralado ● 150g de linguiça calabresa ● 50 ml de manteiga de garrafa

Em uma panela coloque a manteiga e o tablete de caldo knor junto com o peito de frango e deixo-o cozinhar por alguns minutos. Depois de cozido, separe o frango em uma vasilha e doure a linguiça calabresa. Peneire a goma de tapioca até ela ficar fina e solta. Adicione sal a gosto. Em uma frigideira, coloque um pouco da goma de tapioca e a espalhe com uma colher até obter uma superfície fina e uniforme. Deixe a goma assar por um minuto ou dois, virando os dois lados da tapioca. O próximo passo é colocar o frango desfiado, o queijo mussarela já ralado e a linguiça calabresa para rechear a tapioca. Feche a tapioca, doure os dois lados e sirva ainda quente. www.falaroca.com

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● Um tablete de caldo knor de frango ● Sal a gosto


​Diversão & arte

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Blocos de rua prometem agitar o carnaval na Rocinha Pragradar e Chifroroso são alguns dos blocos que vão desfilar esse ano

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tradicional carnaval carioca com os desfiles de blocos de rua e das escolas de samba na Marquês de Sapucaí prometem agitar a cidade. E na Rocinha não poderia ser diferente. Os blocos, que atingem todas as idades, prometem encher as ruas da comunidade e a orla de São Conrado. O Pragradar da Rocinha, que completa 15 anos esse ano, é um dos blocos mais antigos da comunidade. ​Com cerca de 80 ritmistas, os foliões vão poder curtir os desfiles em dois dias, no domingo e na terça-feira de carnaval. A folia desse ano também será de comemorações para o bloco Chifroroso, que completa 30 anos. No

início, os instrumentos eram feitos de latas e panelas velhas, hoje, o desfile é equipado com carro de som, puxador de samba, rainha de bateria, mestre-sala e porta-bandeira. A diversão fica por conta dos 100 ritmistas que compõem a bateria. Um dos fundadores do Chifroroso Jorge Ricardo Souza dos Santos lembra a origem do nome do bloco. “O Chifroroso foi fundado por um grupo de amigos do Pocinho da Roupa Suja em uma reunião de bar. Todos os bêbados paravam nesse bar para zoar os chifrudos e horrorosos daquela época. Fizemos a mistura e daí surgiu o nome”, explica ele.

​ oradora da Rocinha é M eleita rainha do Rio450 A carioca da Rocinha é a nova rainha do RIO450. Rafaella Lemes, 22 anos, foi eleita na noite de sábado (17/01), a musa oficial das comemorações do aniversário de 450 anos da cidade do Rio de Janeiro, que acontece em março de 2015. A partir de agora, Rafaella ocupará o trono de rainha pelos próximos

50 anos. O último concurso aconteceu em 1965, no quarto centenário do Rio e foi vencido por Solange Dutra Novelli, de Botafogo. “É um sonho pegar esse legado de rainha, representando o Rio, representando a Rocinha, onde eu nasci e sempre morei.”, conta ela. Parabéns Rafaella!

A Acadêmicos da Rocinha, que foi rebaixada para a série B ano passado, será a penúltima escola a desfilar na terça feira de carnaval, dia 17/02, na Estrada Intendente Magalhães, em Campinho. O enredo “Borboletando nos destinos da vida! O que te desafia, te transforma” vai falar sobre as transformações da humanidade ao longo dos anos. Nas fantasias, animais como corujas e joaninhas ganharão vida durante o desfile. ​Confira abaixo a lista completa dos blocos que vão desfilar na Rocinha, em São Conrado e na Gávea.

foto ​​Divulgação/Rio450

foto ​Ocimar Santos

por Beatriz Calado e Michel Silva

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Da minha janela posso ver...

​Ano 2 | Rio de Janeiro - Fevereiro de 2015 | Edição 5

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eservamos um espaço para você, morador, mostrar, em forma de fotografia, o que vê pela janela da sua casa, seja uma vista para o mar, a janela do vizinho, o Cristo Redentor, um beco, um valão, etc. O objetivo desta coluna é permitir que você expresse seus sentimentos através da fotografia - sejam eles bons ou ruins. Envie sua foto com nome, local onde mora e uma breve legenda para o email​ michel@falaroca.com. Preencha o campo assunto com a frase da minha janela posso ver. Confira as imagens escolhidas para esta seção.

Deocleciano Alves Da minha janela posso ver entre duas casas apertadas um pedaço do céu

Nikole Anchieta

mora na Rua 2

Da minha janela posso ver as casas dos meus vizinhos e parte da pedra que divide a Rocinha e o Vidigal

mora na Vila Verde

mora na Rua 4

Rodrigo Freitas

Da minha janela posso ver uma lixeira que recebe toneladas de lixo e gera um odor desagradável

​Oportunidades & empregos ​ Favela Jobs é uma plataforma virtual de informação que pretende divulgar vagas de empregos, cursos profissionalizanO tes e outras oportunidades. Visite www.favelajobs.com

​ urso de extensão pela C PUC-Rio: Cinema, Criação e Pensamento. ​ nviar nome completo, telefone e E endereço do candidato para o e-mail: comcom@puc-rio.br até o dia 02 de março.

​ urso de Montagem e C Manutenção de computadores na Fábrica Verde da Rocinha. ​ estinado para pessoas com idade entre D 15 anos e 35 anos. Os interessados devem preencher um formulário na internet disponível no link: http://goo.gl/TjWXlk

​​ Aulas de Inglês na Rocinha Surf Escola ​ s aulas acontecem de segunda a quinta, das A 14h às 15h, na sede do projeto. Local: Complexo Esportivo da Rocinha Falar com Ricardo Ramos - 98317-8783

Expediente Repórteres Michele Silva Michel Silva Beatriz Calado

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Editor Felipe Machado Contato faleconosco@falaroca.com

Design e Diagramação Anderson da Silva


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