RESGATE BÁSICO
Autor Líder Máster Avançado Dr. Leandro Dias Cezar Distrital de Desbravadores da ARJ no Distrito de Botafogo, Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO RIO DE JANEIRO – IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA
AGRADECIMENTOS
Nosso maior agradecimento é sempre a Deus que nos mantém vivos e firmes na fé, esperando e trabalhando pela Sua volta. Entretanto, também devo agradecimento a minha esposa, por ter me suportado até aqui e sempre me apoiado nas aventuras com os desbravadores. Nesta obra, em particular ao Anderson e ao Oseías, que ano após ano, dedicam seu tempo para o desenvolvimento dos desbravadores e clube de líderes e nos incentivaram na preparação desta apostila.
APRESENTAÇÃO
Nenhum manual ou curso de primeiros socorros ou resgate é, por si só, capaz de tornar alguém preparado para o atendimento de emergência. Somente o treinamento constante poderá tornar o desbravador pronto para este tipo de desafio. Portanto, escrevemos este manual apenas para orientar o desbravador no preparo no treinamento desta especialidade e auxiliar os líderes dos Clube de Líderes da ARJ nas atividades e cursos que serão realizados este ano.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS.............................................................................................................................. 2 APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 3 SUMÁRIO........................................................................................................................................... 4 1. SE TORNANDO UM SOCORRISTA........................................................................................................ 5 1.1.PRIMEIROS SOCORROS.................................................................................................................................. 5 1.2. O ABC DA VIDA...................................................................................................................................... 6
2. O RESGATE DE EMERGÊNCIA.......................................................................................................... 7 2.1 RESGATANDO UMA VÍTIMA............................................................................................................................. 7 2.1.1. Em Contato com Cabo Elétrico................................................................................................... 7 2.1.2. Em Ambiente com Fumaça ou Gás..............................................................................................7 2.1.3. Com as Roupas em Chamas........................................................................................................ 8 2.1.4. Que está se Afogando.................................................................................................................. 8 2.1.5. Em Acidente no Gelo................................................................................................................... 8 2.1.6. Que está Perdida ou Acidentada na Cidade............................................................................... 8 2.1.7 Que está Perdida ou Acidentada em Local Selvagem.................................................................. 8 2.1.8. Resgate Aéreo............................................................................................................................ 11 2.2. REMOVENDO UMA VÍTIMA........................................................................................................................... 11 2.2.1. Regras Básicas de Segurança na remoção de vítimas.............................................................. 11 2.2.2. Transportando a Vítima.............................................................................................................12 2.3. NÓS DE RESGATE..................................................................................................................................... 13 2.3.1. Nós para juntar cordas.............................................................................................................. 13 2.3.2. Nó para diminuir corda............................................................................................................. 13 2.3.3. Nó para usar ao redor de alguém num resgate......................................................................... 13 2.3.4. Nó para Ancoragem...................................................................................................................13 2.3.5. Enrolar e jogar uma corda........................................................................................................ 13
3 ESPECIALIDADE............................................................................................................................. 14 3.1 RESGATE BÁSICO...................................................................................................................................... 14
4 BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................... 15
1. SE TORNANDO UM SOCORRISTA
A primeira coisa para se tornar um socorrista é estar preparado. Para isso, o desbravador deve empreender esforço constante na busca de conhecimento e treinamento em primeiros socorros e resgate. Busquem pessoas experientes em atendimento de emergência e façam treinamentos regulares com seu clube. Só assim, terão a confiança e o discernimento para prestar um atendimento de primeiros socorros efetivo.
1.1.Primeiros Socorros Primeiros socorros é o atendimento inicial dado a uma vítima de acidente ou doença súbita, até que este possa ser atendido por um serviço médico. Entender essa definição é importante, pois muitos pensam que primeiros socorros é solucionar o problema da vítima e o fazer o mais rápido possível. Quando muitas vezes, o melhor é simplesmente aguardar o atendimento médico. Deixe-me dar alguns exemplos de situações comuns de acidentes e primeiros socorros dados por transeuntes.
1.
Você está caminhando pela rua e presencia um acidente de trânsito. Ao aproximar-se do acidente, vê a vítima deitada no chão, lúcida, conversando, respirando bem, mas incapaz de levantar-se. Qual é a sua primeira reação? Já vi muitos pegarem a vítima, colocarem no banco de traz de um táxi e levá-la ao hospital, pensando assim, estar auxiliando a vítima. Entretanto, quando recebemos a vítima evidenciamos uma fratura de coluna cervical e paraplegia, que talvez possa ter sido causada ou agravada pelo transporte inadequado da vítima. Para esta vítima, o melhor seria que nada tivesse sido feito. Seria melhor que ela permanecesse imóvel, esperando o atendimento adequado de uma ambulância de resgate.
2.
Você presencia outro acidente e vê a vítima toda ensangüentada, vomitando. Rapidamente você posiciona a vítima na posição de repouso para que não se engasgue com o próprio vômito e pressiona as mãos diretamente contra o ferimento para tentar estancar o sangramento. Aparentemente, tudo certo. Errado! Você não tinha nenhuma proteção e quando vê, está todo ensangüentado no rosto, nas mãos e nas roupas. Quando o paciente chega ao hospital, identificamos que ele era HIV positivo e ainda tinha hepatite C. E você, pode ter sido contaminado. Ao invés de uma vítima, agora poderemos ter duas.
No primeiro exemplo, vemos que estado da vítima pode ter sido agravado pelo socorrista. No segundo exemplo, vemos que o socorrista, se colocou em risco, podendo se tornar outra vítima. Isso nos leva à primeira regra de todo atendimento de primeiros socorros e resgate:
Nunca aumentar o dano. A primeira coisa que um socorrista deve fazer é certificar-se que o local está seguro. Se o seu colega caiu no meio de pedras em uma encosta, não adianta você, intempestivamente, tentar resgatá-lo e cair também. Simplesmente será outra vítima. Avalie o local. Tenha certeza de que está seguro antes de prestar o socorro. A segunda é certificar-se que o próprio socorrista está protegido. Já basta uma vítima. Ninguém quer outra vítima. Se possível, coloque luvas, óculos, máscara e todo o material de segurança necessário para o resgate. Caso não tenha nenhuma proteção individual, evite entrar em contato direto com secreções da vítima. Utilize panos, plástico ou o que estiver ao alcance para se proteger e lave as mãos assim que possível. A terceira, é avaliar corretamente a vítima e certificar-se que a vítima tem condições de ser removida. Não adianta prestar um ótimo atendimento de primeiros socorros e prejudicar a vítima no transporte.
1.2. O ABC da Vida Não é o objetivo desta especialidade discutir as técnicas de primeiros socorros. Entretanto, pela importância do ABC da Vida, vale a pena relembrar seu significado. Muitas vezes, pela complexidade de lesões que as vítimas apresentam, é difícil saber o que, ou quem atender primeiro. Por isso,o Colégio Americano de Cirurgiões elaborou o ABC do trauma. Que nada mais é que uma forma de hierarquizar o atendimento, para auxiliar o socorrista a identificar as prioridades do atendimento. Apesar de, na prática, executarmos o ABC praticamente simultaneamente, ele nos ajudará a identificar as primeiras ações que devemos tomar e quais as vítimas necessitam atendimento primeiro.1 A – Air way – Via aérea: primeiro chame a vítima e verifique se ela está consciente e se não existe nenhum corpo estranho ou lesão que impeça a respiração da vítima. B – Breathing – Respiração: Verifique se ela está respirando. Se não estiver, faça 3 respirações de resgate. Muitas vezes este estímulo é suficiente para que a vítima retorne a respirar. Se não houver resposta, inicie a respiração boca-a-boca (não esqueça de usar uma máscara com válvula unidirecional ou outra proteção que evite que você entre em contato com as secreções da vítima). C – Circulation – Circulação: Verifique o pulso (sempre em artérias centrais). Caso não haja pulso, inicie a massagem cardíaca. Após o ABC primário, examinamos a vítima em busca de localizar outras lesões, sangramentos, fraturas, etc.
1
Este texto é somente uma recordação do ABC da vida. Faça um curso de primeiros socorros ou recapitule o que já aprendeu nos cursos que fez, para que se sinta seguro ao atender uma vítima de trauma. 6
2. O RESGATE DE EMERGÊNCIA
O resgate de emergência é o resgate que não pode esperar. É realizado quando a integridade da pessoa está em perigo. Como situações que indicam necessidade de resgate imediato, podemos citar as que a vítima pode estar em risco iminente (enchente, desmoronamento, avalanche) ou as que ela já sofreu um acidente ou doença que podem levar a morte ou seqüela definitiva como trauma grave, queimadura grave, desidratação importante, hipotermia, entre outras.
2.1 Resgatando uma vítima 2.1.1. Em Contato com Cabo Elétrico Nunca toque na vítima ou no cabo elétrico enquanto ele estiver energizado, pois você poderá levar um choque elétrico também. Procure utilizar calçado seco com solado de borracha ou colocar uma madeira onde irá pisar para tentar se isolar do chão e assim, diminuir a possibilidade de sofrer um choque elétrico ao prestar socorro. Ao prestar o socorro, primeiramente, lembre-se de desligar todo aparelho energizado (ligado à rede elétrica) para interromper o choque elétrico na vítima e evitar que você se torne mais uma vítima. Se isso não for possível, use um cabo de vassoura ou outro material isolante, como plástico para afastar a vítima do fio elétrico (ou vice-eversa). Depois preste os primeiros socorros e transporte a vítima para atendimento médico. Lembre-se que o dano causado por choque elétrico vai desde pequenas queimaduras na pele, até a morte. Algumas complicações são tardias, devido à lesão da corrente elétrica nos neurônios da vítima. Por isso, sempre leve a vítima para atendimento médico, mesmo que ela pareça estar bem. 2.1.2. Em Ambiente com Fumaça ou Gás Embora os princípios de fuga e resgate em ambiente com fumaça ou com gás sejam muito parecidos, eles apresentam diferenças importantes. Enquanto o gás está associado a vazamento da rede ou botijão de gás, a fumaça, normalmente, está associada a fogo. A única coisa comum a ambos os resgates é que você deve andar o mais agachado possível, onde o ar é menos saturado com fumaça e gás (ambos tendem a subir) e resgatar a vítima o mais rápido possível. Mas as semelhanças terminam aqui. Quando entrar em um ambiente com gás, lembre-se de não acionar nenhum interruptor elétrico. A pequena fagulha produzida durante o contato deste interruptor pode ser a ignição para uma imensa explosão. Abra todas as janelas, para que o ar puro possa diluir o gás e diminuir o risco de intoxicação e explosão. Quando entrar em um ambiente com fumaça, lembre-se que “onde a fumaça, há fogo”. Não abra as janelas. O fogo se alimenta de oxigênio. Em um ambiente com muita fumaça, existe pouco oxigênio e o fogo demora mais para se alastrar. Abrindo as janelas, o fogo aumentará livremente, alimentado pelo ar externo, e pode acontecer que sua saída seja bloqueada pelo fogo. Uma coisa importante é molhar toda sua roupa antes de iniciar o resgate e cobrir-se com um cobertor encharcado de água. Isso te dará um pouco mais de tempo para o resgate, pois o calor terá primeiro de evaporar a água, para depois produzir queimaduras em você. Curiosidade: Quer comprovar a proteção que a água pode te dar? Faça duas canecas de papel e encha apenas uma com água. Suspenda ambas sobre o fogo. Você verá que a caneca vazia se queima rapidamente e que a cheia de água não. Você será capaz de ferver a água sem que a caneca de papel se queime (também é uma boa dica para sobrevivência).
2.1.3. Com as Roupas em Chamas Lembra-se do que falei sobre o fogo precisar de oxigênio? Isso também vale para uma pessoa em chamas. Precisamos abafar o ar para extinguir o fogo. Cubra a pessoa com um cobertor ou panos (de preferência molhados). Se o chão não tiver nada que possa queimar, deite a vítima e role-a para abafar o fogo. Nunca deixe a vítima correr, isso só alimentaria o fogo e o faria aumentar. 2.1.4. Que está se Afogando A maneira mais segura de salvar alguém que está se afogando é atirar para ela algo que flutue e que possa se segurar. Melhor ainda se puder amarrar uma corda neste objeto para puxar a vítima de volta a margem ou a embarcação. A não ser que tenha experiência e treinamento em resgate de afogados (especialidade de Salvamento de Afogados), nunca pule na água atrás da vítima. Essa é a atitude que mais frequentemente leva a aumentar o número de vítimas. 2.1.5. Em Acidente no Gelo Felizmente moramos em um país tropical e dificilmente enfrentaremos tal acidente por aqui. No entanto, vale lembrar que expedições em áreas geladas próxima aos pólos ou em alta montanha requerem uma preparação técnica, física e mental diferenciada. Nas emergências, lembrar que as causas mais freqüentes de morte em temperaturas abaixo de zero, são o choque e a hipotermia e antes de viajar para uma expedição em área gelada, tenha certeza de conhecer técnicas avançadas de primeiros socorros e resgate para poder prestar socorro e resgate adequados. 2.1.6. Que está Perdida ou Acidentada na Cidade Em uma situação de emergência em uma cidade, independente de ser uma emergência de saúde ou pessoa desaparecida, você deve primeiramente manter a calma e em seguida ligar para telefone de emergência de sua cidade, possuindo as seguintes informações: Seu nome, local de onde está ligando, situação de emergência (desaparecido ou emergência de saúde); no caso de desaparecido: o nome da pessoa desaparecida, sua descrição, o local e a hora que ela foi vista pela última vez. No caso de uma situação de emergência, o nome, idade e condição atual da vítima (e condições prévias de saúde, se souber) e o que está ocorrendo, o local que se encontra (endereço completo e ponto de referência). A partir daí a central de emergência o orientará na conduta e solicitará outras informações, se necessário. Exemplos: 1. Você foi visitar o zoológico com o clube de desbravadores e perdeu uma criança. Você procura o setor de segurança do local e informa: – Meu nome é João, estou visitando o parque com o Clube de desbravadores e perdemos um menino de 10 anos, seu nome é José, ele tem 1,30 m, está vestindo uma camiseta de uniforme do clube, lenço amarelo no pescoço, boné azul. A última vez que o vimos foi há 20 minutos em frente as jaulas dos felinos. 2. Você estava em casa e presenciou seu vizinho que caiu da laje. Você foi auxiliar. Enquanto o filho de seu vizinho, também desbravador, iniciou os primeiros socorros, você pegou o telefone e ligou para o telefone de emergência. – Alô, meu nome é João, estou assistindo uma vítima de queda de Laje, senhor José, 51 anos. Ele tem problema de coração. Está lúcido, porém com a fala confusa, respirando com dificuldade, referindo muita dor na perna e no braço esquerdos e com um corte na cabeça. Já imobilizamos sua coluna e comprimimos o local de sangramento. A central de emergência lhe pergunta o endereço. – Rua do Desbravador, 7, em frente a Praça do Aventureiro. Ficará um rapaz com uma camiseta amarela e boné azul em frente a nossa casa para auxiliar na chegada da ambulância. A central pergunta mais alguns dados sobre o estado do paciente e informa o tempo de chegada da ambulância. 2.1.7 Que está Perdida ou Acidentada em Local Selvagem Um plano de socorro e resgate deve ser traçado na fase de planejamento de qualquer expedição. Assim, cada membro da unidade saberá como agir em caso de estar perdido ou ferido, bem como o procedimento de busca e resgate a ser realizado pela equipe de resgate1. Este planejamento irá variar conforme a atividade que você está desenvolvendo. Se o planejamento foi feito adequadamente, o perdido estará se dirigindo pela rota de fuga em busca de um local seguro onde possa ser encontrado. As comunicações via rádio estarão orientando a equipe de resgate na busca, e 1
Leia mais no Manual de “Excurcionismo e Excurcionismo Pedestre com Mochila” e Manual de “Orientação”, ambos do mesmo autor. 8
a rotina de resgate estará sendo executada com precisão e rapidez. Vamos ilustrar melhor para facilitar o entendimento: Você está organizando uma expedição com seu clube. Digamos que seja a Travessia Petrópolis-Teresópolis. Você monta o planejamento da caminhada, define cada percurso, cada parada de descanso e decide que fará contato a cada hora cheia com a equipe de resgate, para informar suas coordenadas e o estado da equipe. Fica decidido que passando duas horas do último contato, a equipe de busca iniciará o resgate. Define, também, locais de refúgio para levar os feridos, até que o transporte definitivo pela equipe de resgate seja efetuado. Define também uma rota de fuga que leve os integrantes perdidos a locais seguros e de fácil localização. A seguir, exemplos de comunicação entre a unidade e a base. A. Contato realizado a cada hora pela unidade: Diálogo normal entre Equipe Expedicionária e Base Pedra do Sino
• o
Unidade Expedicionária chamando Base Pedra do Sino Base Pedra do Sino, unidade Expedicionária. Prossiga Unidade
Diálogo utilizando o Código Q (Código reconhecido pelo Ministério das Comunicações)
• o
Unidade Echo, Base Papa Sierra, QRV? Base Papa Sierra, Unidade Echo. QRV.
Expedicionária.
• o
Estamos nas coordenadas ___________, seguindo para o ponto _____________, entendido? Entendido, coordenadas ___________, seguindo para o ponto
•
QTH __________, QRD para __________. QSL?
o
QSL.
____________.
• o
Próximo contato as _____ horas? Próximo contato as _____ horas. Encerrar comunicação até
QTH
______________,
QRD
para
______________
• o
QRX às ____ ? QRX às ____. QRT. QSL?
próximo contato. Entendido?
•
Entendido. Unidade Expedicionária encerrando comunicações até próximo contato.
•
QSL. Unidade Echo em QRT.
B. Contato em caso de Emergência com Feridos •
Unidade Expedicionária chamando Base Pedra do Sino
o
Base Pedra do Sino, unidade Expedicionária. Prossiga unidade
• o
Unidade Echo, Base Papa Sierra, QRV? Base Papa Sierra, Unidade Echo. QRV.
Expedicionária.
• o
Estamos nas coordenadas __________, com uma vítima de queda de altura, estável, com possível fratura na perna direita. Necessário resgate. Entendido? Entendido, estão com uma vítima de queda de altura, estável,
• o
com possível fratura em perna direita. Favor dirigir-se ao refúgio 3, coordenadas ___________, Unidade de Resgate dirigindo-se para o refúgio 3, chegarão em 30 minutos. Entendido?
• o
Entendido. Iremos ao Refúgio 3, coordenadas ____________ e aguardaremos resgate. Unidade de Resgate dirigindo-se para o refúgio 3, chegarão em 30 minutos. Quando faremos o próximo contato? Próximo contato ao chegar ao Refúgio 3. Encerrar comunicação
Unidade Echo, QTH _______, QTD uno uno, QTW estável, com possível fratura em perna direita, necessário resgate. QSL? QSL. QTD uno uno, QTW estável, com possível fratura de perna direita, necessário resgate. Favor QRD para refúgio 3 QTH ________, Unidade Romeu em QTY em 30 minutos. QSL?
•
QSL. Unidade ECHO em QRD para refúgio 3 QTH ___________, Unidade Romeu em QTY em 30 minutos. QRX?
o
QRX no refúgio 3. Entrar em QRT. QSL?
•
QSL. QRX no refúgio 3. Unidade Echo em QRT.
•
Unidade Echo, Base Papa Sierra, QSL?
o
Base Papa Sierra, equipe Echo. QSL.
•
Unidade Echo, QTH _______, com um perdido. Último QTH do João ____________ QTN ______. QSL?
até próximo contato. Entendido?
•
Entendido. Próximo contato ao chegar no destino. Equipe Expedicionária encerrando comunicações até próximo contato.
C. Contato em caso de integrante perdido
• o
Equipe Expedicionária chamando Base Pedra do Sino Base Pedra do Sino, equipe Expedicionária. Prossiga equipe Expedicionária
•
Estamos nas coordenadas ___________, com um Perdido. Último local que João foi visto foi nas coordenadas _____________, às ______ horas. Entendido?
9
o
Entendido. Estão nas coordenadas ___________ com um
o
integrante perdido. Últimas coordenadas conhecida do João são ____________. Mantenha sua posição e envie 2 batedores até a última posição conhecida do perdido e aguardem a Unidade de Resgate. Entendido?
•
Entendido. Manteremos nossa posição, enviaremos 2 batedores para a última localização conhecida do perdido e aguardaremos a equipe de resgate. Quando faremos o próximo contato?
o
Próximo contato ____ horas. Encerrar comunicação até próximo
•
QSL. Unidade Echo, QTH _______, com um perdido. Último QTH do João ____________ QTN ______. Mantenha seu QTH e coloque 2 batedores em QRF para último QTH do João e aguardem a Unidade Romeu. QSL? QSL. Manteremos nosso QTH e colocaremos 2 batedores em QRF para último QTH do João e aguardaremos a Unidade Romeu. QRX?
o
QRX às ___ horas. Entrar em QRT. QSL?
•
QSL. QRX às ___ horas.. Unidade Echo em QRT.
contato. Entendido?
•
Entendido. Próximo contato às ___ horas. Equipe Expedicionária encerrando comunicações até próximo contato.
D. Sem contato. Nenhum contado da unidade expedicionária foi recebido nas últimas 2 horas pela Base de Apoio. A equipe de resgate é acionada e procede para a busca e resgate conforme o planejamento realizado. Sabe-se que a equipe está em algum lugar entre o local do último contato e 2 horas de caminhada a partir dele. A busca pode ser realizada priorizando a rota de escape, a partir da última localização conhecida, em leque, em círculos, nos locais de risco de acidentes ou outra forma previamente definida no planejamento. Várias formas de busca podem ser realizadas pela equipe de resgate, conforme topografia, disponibilidade de serviços de resgate e planejamento prévio, rota de escape, condições físicas, técnicas e de equipamentos da vítima ou perdido:
A.
Buscas terrestres: linear ao longo da rota esperada (rota de escape), por um curso de água, em leque;
B.
Buscas Aéreas: em linha quebrada, em paralelo, em quadrados, em espiral;
C.
Buscas Combinadas: por mar e ar.
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2.1.8. Resgate Aéreo Existem várias formas de comunicar-se com resgate aéreo. Sinais de fumaça, Heliógrafo, bastões de sinalização. Internacionalmente, qualquer seqüência de 3 sinais significa, emergência e necessidade de socorro e/ou resgate. Outros sinais são os códigos terra-ar e de sinais corporais. É aconselhável que cada símbolo usado tenha um tamanho de 10 m de comprimento por 3 m de largura e que tenham 3 m separando cada símbolo. Utilizam-se, também, faixas de 3 a 4 m de comprimento por 30 cm de largura em tecido fosforescente, para serem vistas a noite.
2.2. Removendo uma vítima 2.2.1. Regras Básicas de Segurança na remoção de vítimas Antes de iniciar qualquer atividade de resgate e remoção, o socorrista deve atentar para as três regras áureas listadas a seguir:
A.
Avaliar o local e ter certeza que está seguro para prestar o socorro. Muitas vezes, pela descarga de adrenalina desencadeada pelo acidente, o acampante sai em disparada para prestar auxílio, se colocando em risco e se tornando outra vítima e infringindo a primeira regra dos primeiros socorros que é nunca aumentar o dano.
B.
Não ter pressa. Pelo mesmo motivo apresentado na regra anterior, além de se colocar em risco, muitos tomam atitudes precipitadas e terminam por aumentar os problemas da vítima ao invés de auxiliá-la.
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C.
Só executar o que está treinado para fazer. Se não domina técnicas de primeiros socorros e resgate, procure aprender antes de empreender uma expedição em área selvagem. Caso possua treinamento nestas áreas, faça somente o que tiver certeza e segurança. Lembre que, dependendo do caso, um resgate mal realizado pode trazer mais prejuízo do que benefício. Seja honesto consigo mesmo e busque aprimorar seus conhecimentos.
Outras regras úteis a serem seguidas:
a.
Sempre que possível, tentar afastar o perigo da vítima sem removê-la. Assim, poderá fazer uma melhor avaliação das condições de remoção da vítima, evitando complicações futuras.
b.
Remover a vítima somente se tiver segurança para fazê-lo e, se o risco de permanecer no local for maior que o risco do transporte. A não ser que, permanecer no local do acidente aguardando o resgate possa trazer risco de vida para a vítima, esperar por uma equipe especializada em socorro e resgate, normalmente, é a melhor opção.
c. d.
Usar o método mais simples e seguro para transportar a vítima. Ter um planejamento adequado para emergências e segui-lo. Planeje antes de sair de casa, procedimentos de resgate, canais de contato das equipes de socorro, transporte de emergência, hospitais ou clínicas aptas para prestar atendimento de emergência, equipamentos, estojo de primeiros socorros.
2.2.2. Transportando a Vítima Existem inúmeras técnicas de transporte de vítimas: sozinho, com diversas pessoas, sem equipamento, com equipamento adaptado, com equipamento avançado de resgate. Procure se familiarizar com alguns destes métodos para efetuar um transporte mais adequado e eficiente. Abaixo, mostramos algumas ilustrações dos mais comuns e deixaremos as explicações destes e de outros métodos para as atividades práticas do curso.
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2.3. Nós de Resgate Geralmente os desbravadores são especialistas em nós. Por isso, só irei citar os nós que são mais seguros para serem utilizados em resgate. 2.3.1. Nós para juntar cordas Nó em Oito, Nó de Pescador Duplo e Nó de Fita
2.3.2. Nó para diminuir corda Nó de Catau
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2.3.3. Nó para usar ao redor de alguém num resgate Nó Lais de Guia
2.3.4. Nó para Ancoragem Nó Volta do Fiel
2.3.5. Enrolar e jogar uma corda Para arremessar uma corda, primeiramente passe a corda pelo ponto de ancoragem e divida-a em duas metades iguais. Tenha cuidado para fixar a corda adequadamente, para que ao ser lançada, ela não escape da ancoragem e se perca. Enrole a primeira metade a ser lançada em duas partes, em forma de borboleta. Lance primeiro a parte mais próxima da ancoragem, depois a parte restante. Repita o mesmo processo com a segunda metade. Esse metodo minimizará o risco de a corda ficar enrolada após o lançamento, mas, infelizmente, não impedira que isso eventualmente ocorra.
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3 ESPECIALIDADE
Agora mãos a obra. É sua vez de pesquisar e organizar sua expedição. Não esqueça de escrever seu relatório e responder as questões abaixo1. Boa sorte e que Deus esteja com vocês.
3.1 Resgate Básico 1.
Qual é a definição de um resgate de emergência?
2.
Demonstrar como resgatar, com segurança, uma pessoa nas seguintes situações: a. b. c. d. e.
em contato com cabo elétrico em ambiente cheio de fumaça ou gás com as roupas em chamas afogando-se, sem qualquer equipamento de resgate um acidente no gelo
3.
Demonstrar três maneiras de atrair e comunicar-se com o resgate aéreo. Obs. Os sinais deverão ter de 3 a 4 metros de comprimento por 30 cm de largura, no mínimo
4.
Conhecer seis atitudes indicadas em caso de necessidade de resgate imediato.
5.
Conhecer seis procedimentos a seguir antes de remover uma vítima de situação que apresenta risco de vida.
6.
Conhecer cinco princípios envolvidos na remoção de uma vítima de situação que apresenta risco de vida.
7.
Conhecer as maneiras apropriadas de ajudar uma vítima, em perigo, nas seguintes situações: a. b. c.
8.
puxar a vítima içar/levantar a vítima ajudar a vítima a caminhar
Conhecer a forma adequada de ajudar uma vítima, com ajuda de outros, nas seguintes situações: a. b. c. d. e. f. g.
Carregar uma pessoa sentada Carregar uma pessoa deitada Carregar com duas mãos, ou quatro mãos Carregar com cobertor Carregar, em três, vítimas em rede, nas posições supino e de bruços Carregar em três ou quatro pessoas Carregar em seis pessoas
9.
Saber como usar adequadamente uma maca e carregar uma vítima numa maca. Saber como fazer uma maca liteira improvisada.
10.
Saber como usar corretamente cordas e nós, como a seguir: a. b. c. d.
Nós para juntar cordas Nó para diminuir corda Nó para usar ao redor de alguém num resgate Enrolar e jogar - corretamente - uma corda leve e uma pesada, de 15 metros
11. Que passos devem ser dados antes de comunicar que alguém está desaparecido? Que informações serão necessárias ao informar à polícia o desaparecimento de alguém? Como devem ser conduzidas as buscas por alguém perdido numa área selvagem?
1
Nem todas as respostas às questões estão no manual. Se divirta enquanto pesquisa as respostas e aprimora o seu conhecimento. Se precisar, peça auxílio ao seu instrutor, ou me mande um e-mail: ldcezar@hotmail.com.
4 BIBLIOGRAFIA
First Aid Manual: The autorized Manual of St. John Ambulance, St. Andrew’s Ambulance Association, and the British Red Cross. Dorling Kindersley, London, 1999. GRAYDON, Don; HANSON, Kurt. Mountaineering: The Freedom of the Hills, 6th ed. The Mountaineers, Seatle, WA, USA, 1995. MCMANNERS, Hugh. Manual Completo de Supervivencia: Guía práctica para dominar las técnicas necesarias para sobrevivir en cualquier situación. Blume, Barcelona, 1994. TREVILATO, Gerson. Guia Prático de Primeiros Socorros: o que Fazer em Casos de Emergência. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, 2001. WISEMAN, John. Manual de Supervivencia: Cómo sobrevivir en el mar y la montaña, en la selva y el desierto, superar los desastres naturales y prestar las primeras ayudas. Acanto, Barcelona, 1986.