Leste
o jornal da sua região
Ribeirão Preto | nov-dez 2012 ano 1 | nº 1 | distribuição gratuita
Área de lazer no Parque dos Servidores é mantida por morador
Motorista comprou brinquedos em ferro-velho e montou parquinho; espaço tem até mesa de ping-pong P.6
Panorama: dilemas do Aumentam acidentes crescimento da região com escorpiões
Saiba onde e quanto custa comer nos bairros
FANNY VICTÓRIA/JORNAL LESTE
FABIANO CRUZ/JORNAL LESTE
FABIANO CRUZ/JORNAL LESTE
Expansão urbana conflita com questões ambientais presentes em diversos bairros da zona leste. P.10
Tempo quente e chuvoso atrai esses animais para dentro de casa; veja o que fazer. P.8
Padaria, restaurante e pizzaria são opções de locais para fazer as refeições do dia a dia. P.15
+ editorial: jornalismo comunitário Projeto 2 - Jornal da Zona Leste.indd 1
+ entrevista | agenda cultural | beleza | receita 14/11/2012 10:19:26
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2 editorial
Questões ambientais...
Divulgar, discutir e contextualizar A região leste de Ribeirão Preto cresce e se valoriza dia após dia. Em dez anos, segundo dados do IBGE, a população dessa parte da cidade praticamente dobrou e o número de domicílios aumentou 140%. Paralelamente a esse crescimento, avolumam-se também os problemas recorrentes a uma expansão sem estudos e sem o devido cuidado por parte dos órgãos responsáveis pelo planejamento urbano do município. Problemas ambientais são os mais flagrantes e visíveis, mas há também os que calam fundo no cotidiano da população como a falta de unidades de saúde, falta de uma estrutura de educação primária que atenda à demanda da região, sem falar na insegurança. Mas não só problemas vislumbra-se em um passeio pelos bairros da região mais verde da cidade. Exemplos de consciência ambiental podem ser observados pelos canteiros das avenidas, onde crescem plantas cultivadas por moradores e
exemplos de consciência cívica são apresentados pelas associações de bairros, que promovem a integração entre a população. Este jornal Leste nasce na esteira dessas questões. Gestada durante meses em um projeto de conclusão de curso de dois graduandos em comunicação social, a proposta deste impresso é cultivar em suas páginas os principais conceitos de um jornalismo comunitário e cívico, vocacionado a divulgar, discutir e contextualizar os principais assuntos pertinentes à população de bairros da região. Por meio de uma abertura editorial deste projeto, você, leitor, não é apenas o público-alvo, mas também a fonte e o agente ativo na definição das questões a serem divulgadas, quando quiser. Por isso, ajude no esforço de transformação da nossa comunidade, por meio de uma ferramenta eficaz na construção do discernimento do indivíduo, que é a imprensa comunitária séria e forte. Boa leitura!
Onde está o jornal Leste? Chácaras Hípica Ângelo Jurca Jd. Genésio Massaro Pq. dos Flamboyants Candido Portinari Recreio Itanhangá Jd. Juliana Palmeiras I
participe
Palmeiras II Pq. dos Servidores Pq. dos Lagos Jd. Helena Recreio Internacional Portal dos Ipês Campos do Jordão
Você pode colaborar com o jornal Leste enviando para o e-mail jornalzonaleste@gmail.com: Imagens do seu bairro
Sugestões de matérias
Reclamações do seu bairro
Pq. São Sebastião Jd. do Trevo Vila Abranches Jd. Interlagos Jd. José Figueira Villa D’Itália Portal dos Pinheiros Jd. das Mansões
expediente Fabiano Cruz Jornalista responsável (MTB 60.794), reportagens, fotos, foto de capa, charge, quadrinhos e ilustrações.
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Fanny Victória Projeto gráfico e diagramação Reportagens e fotos.
Contato (16) 8830-1684 (16) 8838-8090
Impressão Gráfica Spaço - RP Rua Santa Rosa, 574
Tiragem 500 exemplares
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Opinião e literatura
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Rotina reciclada Por Iara Romeiro Silva Santiago* Nós, donas de casa, temos um segredo bem escondido de nossos maridos e de nós mesmas, às vezes. Qual? A vontade de sermos capazes de sair e conhecer novos lugares e gente, sozinhas, por nossa própria conta. É claro que sempre “amarelamos” na hora de escolher e saiamos de férias em família, só do papai e da mamãe, com o grupo de amigos, vizinhos etc. E depois ficamos felizes por voltar para nossa rotina, que nos abraça com um colo de mãe. Mas essa rotina aos poucos nos satura e volta-nos o desejo de sairmos “por aí”. Bem, num dia desses eu estourei: comprei passagens para um lugar distante e ensolarado, praiano, lindíssimo! Cheguei, após uma boa viagem em que procurei não me estressar com nada. No hotel, fui atendida por uma garota que perdeu logo logo a simpa-
tia, quando me disse que não haviam confirmado minhas reservas e que não tinham lugar para mim. Estarrecida, saí andando. Mente em rebuliço, fazendo contas, choro preso, medo do desconhecido crescendo. Tentei perguntar alguma coisa a algumas pessoas e não me responderam, nem me deram atenção. Fui empurrada para dar passagem, alguém xingou a minha mala. Saí daquele centro o mais depressa possível, tentando me acalmar e pensar. Foi aí que a vi, no meio de uma pracinha: uma velha mangueira, matrona, cheia de mangas maduras. Foi como reencontrar uma velha amiga de infância. Sentei-me à sua sombra, inspirei aquele perfume doce e cremoso. Aos poucos, atrevi-me até a chupar uma manguinha, como faziam alguns
garotos adiante. Dali a pouco, estava calma. Pensei: um lugar que protegia uma árvore daquela, onde as crianças não precisavam apedrejar os frutos, só colhê-los, devia ser um bom lugar! Olhei e vi uma pousada simples, bem ali perto. Fui até lá e os gerentes eram gentis, o banheiro limpo e a cama cheirosa e fofa. Passei ali os meus tão sonhados cinco dias de férias sozinha. Reciclei-me, fiz amigos, comi muita comida diferente, mas sempre bem perto daquela mangueira, como de uma antiga amiga de infância, que me pareceu transplantada ali para me proteger. Voltei para casa feliz, ansiosa por minha velha rotina, um pouco modificada agora; plantei mais mangueiras para servirem de “ponto protetor de rotina” para outras gerações.
Mas essa realidade está mudando. Hoje Ribeirão Preto enfrenta problemas de abastecimento de água e, principalmente, paga mais caro para captar o produto no aquífero, cujo nível está cada vez mais baixo. Esse fato está relacionado ao uso irracional da água. Calcula-se que a captação esteja num nível 17 vezes maior do que a reposição, pelas chuvas. Além disso, a zona leste vem sendo impermeabilizada pelo avanço imobiliário, com a anuência do poder público. Perfurações de poços clandestinos
são outro problema na região, pelo risco de contaminação que oferecem. Nesse sentido, fiscalizar e proteger a zona leste são ações fundamentais para garantir que o abastecimento de água não se degrade ainda mais em Ribeirão Preto. Esse papel, infelizmente, tem sido feito somente pelo Ministério Público, estadual e federal. O poder público precisa engajar nessa tarefa, principalmente conscientizando os cidadãos da cidade sobre a importância da zona leste para a qualidade de vida de todos.
*Mestre em letras
Tesouro ameaçado Por José Antonio Bonato* Ribeirão Preto está sobre um tesouro de valor incalculável cujo valor aumenta à medida que a escassez de água avança. Trata-se do Aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios de água doce do mundo, para o qual a zona leste da cidade tem um papel fundamental, pois é por aqui que esse oceano subterrâneo é abastecido pela chuva. O solo arenoso nessa região da cidade permite uma rápida absorção da água. Por muitos anos, o abastecimento das casas da cidade sempre foi garantido e a baixo custo.
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*Jornalista, professor universitário e morador da zona leste
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Insegurança
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Levantamento aponta roubos e furtos como maiores problemas de vários bairros da zona leste Até setembro, região teve mais de 340 ocorrências de assaltos, além de dois casos de homicídios
“O pior de tudo não é ficar sem a coisa material, mas a invasão da sua privacidade.” diz Motorista, morador do Parque dos Flamboyants
A insegurança é o problema mais apontado por um grupo de 150 pessoas de 12 bairros da zona leste de Ribeirão Preto entrevistadas pelo jornal Leste. Perguntados quais os assuntos mais importantes que a imprensa deveria acompanhar em seus bairros, 10,7% dos entrevistados responderam que roubos e a falta de policiamento são questões de primeira importância nas localidades. A pesquisa ainda aponta que
a falta de opções de lazer e a sujeira na zona urbana também são problemas importantes, levantados por 8,98% e 7,98% das pessoas, respectivamente. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o 8º Distrito Policial de Ribeirão, responsável pela maior parte dos bairros da região, registrou de janeiro a setembro deste ano dois casos de homicídio doloso (quando há intenção de matar), duas
tentativas de homicídio e 343 casos de roubo, incluindo 80 casos de roubo de veículo. Já o número de veículos furtados chega a 282. Outros tipos de furto somam 970 casos. Moradores dos conjuntos Palmeiras I e II, Parque dos Servidores, Jardins Juliana, Helena e José Figueira reclamam da falta de uma base da Polícia Militar que atenda a esses bairros. Uma moradora do Parque
dos Servidores, de 26 anos, diz que falta policiamento na região incomoda há anos. “A polícia só vem aqui quando acontece algo, ou quando vem prender alguém”, afirma “Passei alguns dias viajando e fiquei muita preocupada, porque a gente não pode sair de casa, muitos vizinhos já foram furtados”, disse a mulher, que não quis ser identificada. Ela disse ainda que os crimes geralmente acontecem de dia.
Base da PM mais próxima fica na Lagoinha
FABIANO CRUZ/JORNAL LESTE
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A base comunitária da PM (Polícia Militar) mais próxima a esse conjunto é a do bairro Lagoinha, do outro lado da rodovia Anhanguera. Uma outra moradora do mesmo bairro afirma que já foi furtada uma vez. Enquanto ela e o marido trabalhavam, o ladrão entrou na casa e levou um DVD. Anteriormente, o casal sofreu uma tentativa de furto, mas o ladrão não conseguiu arrombar as portas. “Fico muito preocupada quando saio. Meu marido quer colocar uma cerca elétrica”, afirma a mulher, que é diarista e mora no Servidores há 13 anos. Um motorista autônomo, de 39 anos, morador do bairro Parque dos Flamboyants, teve a casa furtada em uma segunda-feira de manhã, no início de outubro. Entre outras coisas levaram da casa
dois televisores, um notebook, um videogame e uma câmera fotográfica. “Os ladrões entraram pelo portão da frente da casa. Retiraram o miolo da fechadura”, disse o morador. Um pequeno relógio caiu da estante enquanto os objetos eram carregados pelos ladrões. A pilha saiu e a hora exata da ação dos bandidos ficou registrada: 9h15. “Só percebi o furto quando cheguei em casa pela tarde”, disse. O motorista trocou a porta da residência e reforçou as janelas dias depois do furto. Ele diz: “A casa agora é uma cadeia particular. O pior de tudo não é ficar sem a coisa material, mas a invasão da sua privacidade. Essa sensação é muito ruim”. Perguntado sobre como o problema da insegurança poderia ser resolvido o morador fala: “uma associação
de moradores forte poderia criar atividades para ocupar o tempo desses jovens que ficam nas esquinas. Atividades educativas para o pessoal. Penso, também, que não só a Polícia Militar deveria ser mais presente no bairro, mas também a Guarda Civil Municipal deveria dar essa atenção. Deveria ser criada uma comissão de segurança na comunidade, aí aquelas pessoas que pensam em fazer alguma coisa errada poderia perceber que não seria tão fácil, alguém estaria de olho”. O jornal Leste entrou em contado por e-mail com o setor de comunicação do comando da Polícia Militar em Ribeirão Preto para obter uma posição sobre a possibilidade de abertura de novas bases comunitárias na zona leste. Porém, até o fechamento da edição as mensagens não foram respondidas.
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cOM ANTONIO CARLOS MORANDINI
Na sua opinião, qual o futuro do rádio? Não há nada que se compare ao rádio. Dizem que vão transformar as rádios AMs em FMs, mas com as caracte-
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Da importândia do jornalismo no rádio ao enterro impedido na Vila Abranches
Antonio Carlos Morandini está prestes a entrar para o Guinness Book, o livro dos recordes. Seu programa jornalístico de rádio e TV, Larga Brasa, está no ar há 46 anos, fato que chamou a atenção dos editores do famoso livro que registra recordes mundiais anualmente. Representantes da entidade que publica o livro já recolheram os documentos necessários e o apresentador está confiante. Morandini já ocupou vários cargos políticos em Ribeirão Preto. Já foi vereador, secretário e vice-prefeito, chegando a assumir a prefeitura do município no início da década de 1970. Atualmente ele se dedica apenas ao jornalismo. Confira abaixo o batepapo que o jornal Leste teve com o apresentador.
Leste - Morandini, qual é a melhor experiência em se fazer jornalismo no rádio? Morandini - O jornalismo no rádio é mais ágil. Você fala e obtém a resposta imediatamente. Jornalismo no rádio é um serviço de utilidade pública. Em grandes catástrofes, por exemplo, você obtém o efeito da comunicação multiplicado. Quando nós tivemos em Ribeirão Preto um vendaval, que derrubou muitas casas, pelo rádio nós conseguimos orientar a população sobre aonde recorrer, aonde procurar atenção da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros etc. Nessa hora você se sente útil e sente que o seu jornalismo não é abstrato, ele é concreto. Esse é um dos aspectos mais importantes. No rádio você é alguém que faz alguma coisa para ajudar a comunidade e tem a resposta imediata.
Entrevista
rísticas particulares das AMs, ou seja, com programação de notícias, informações, de atendimento ao ouvinte, dos seus anseios e reivindicações. A FM hoje está estratificada a ponto de muitas emissoras locais, quase a maioria, chegarem na sexta-feira à noite e fazer uso de programas de computador que dão a hora certa, solta música, registra a propaganda, faz tudo o que precisa ser feito sem nenhum funcionário, sem nenhum jornalista, sem nada. Nessa situação, a quem você tem de recorrer na hora de necessidade? Às emissoras AMs. Tanto no rádio quanto na TV você divulga notícias e dá opinião sobre elas. Isso faz falta no jornalismo de hoje? Sim. Mas, em primeiro lugar, é preciso formar jornalistas investigativos ou jornalistas que tenham condições de comentar. Para alguém ter uma opinião a respeito de alguma coisa e que possa ser creditada e acreditada é preciso que a pessoa leia muito, esteja por dentro dos fatos, pegue o jornal e sinta a notícia atrás das
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“Jornalismo no rádio é um serviço de utilidade pública”
letras. Aí essa pessoa terá a visão do fato e poderá comentar. Caso contrário, aconselho que não se aventure a isso porque ela será processada e pode ser penalizada por perdas e danos morais, por exemplo. É necessária muita cautela hoje porque o jornalista fica vulnerável diante dessa situação legal. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a qualquer pessoa. Por que você largou a carreira política? Porque eu preferi o jornalismo, eu acho mais útil e mais verdadeiro. Não que não existam políticos verdadeiros, eles existem, mas no jornalismo eu me sinto mais à vontade e
sem peias, ou seja, sem freios, a não ser os legais. Qual sua visão sobre a política em Ribeirão atualmente? Hoje está difícil. Mas eu disse e repito: nós temos pessoas com boas intenções. Mas de boas intenções o inferno está cheio (risos). Como era a região leste de Ribeirão na época em que você administrou a cidade? Só havia a Vila Abranches, mais nada. Foi o Paulo Abranches de Faria que fez o loteamento. Fez uma pracinha e colocou um templo, que foi motivo até de disputa entre religiões. É uma história in-
teressante: certa feita houve o enterro de um rapaz cuja família pertencia à Igreja Católica Apostólica Brasileira, mas ele era da Igreja Católica Apostólica Romana. Na hora em que o enterro estava indo para uma igreja católica romana, o bispo da igreja brasileira, Dom Luigi Máscolo, segurou o caixão na praça e impediu que ele fosse levado dali. Virou o maior bafafá (risos). O bispo-chefe da igreja discutiu com o povo, dizendo que a outra instituição era macumbeira e coisa e tal. Já as freiras da igreja romana tentavam puxar o enterro para o outro lado. Foi um fato que marcou época na Vila Abranches.
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História boa Morador constrói e mantém parquinho
FABIANO CRUZ/JORNAL LESTE
Motorista autônomo tomou iniciativa e transformou matagal em espaço para as crianças no Parque dos Servidores
Meninos brincam em frente à área cuidada pelo morador
“Eu comecei capinando. Quando tinha queimada, o fogo chegava até a calçada”
FANNY VICTÓRIA/JORNAL LESTE
diz José Mário Tonelli, 50 (foto)
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Parece conto de fadas, coisa da imaginação, mas o motorista José Mário Tonelli, de 50 anos, é o herói dessa história. Ele construiu e mantém, sozinho, um parquinho de diversão que mais parece um playground para a garotada no Parque dos Servidores. Pai de três filhos já adultos, Tonelli mora com eles e a esposa no bairro há oito anos. Desde então, passou a dedicar parte de seu tempo a colocar de pé um parque com campinho de futebol, quadra de vôlei de areia, pista para andar de bicicleta, balanço, escorregador, mesa de pingue-pongue, entre outros brinquedos. Ele afirma que o local era tomado pelo mato alto, o que incomodava os moradores. “Eu comecei capinando. Quando tinha queimada, o fogo chegava até a calçada, além do problema de animais peçonhentos que viviam no matagal”, disse. O segundo passo, segundo o motorista, foi comprar brinquedos no ferro-velho. Ele mesmo os reformou, pintou e colocou no parque, que foi instalado em uma espécie de caixa de areia. “A primeira coisa que faço todos os dias é limpar a areia do parquinho”, afirmou.
Diversão em família O casal Cátia Corrêa, 38, e Wellington Francisco Paiva, 36, aprova a iniciativa do motorista. Eles afirmam que não deixam de levar os filhos Cauã,
de 4 anos, e Káryla, que tem apenas cinco meses de vida. “Todo fim de semana ou feriado, quando não estamos trabalhando, trazemos os dois”, falou Paiva. Cátia afirma que Tonelli se tornou um exemplo para as crianças do bairro. “Ele cuida e todo mundo tem consciência. A própria criançada, o vendo cuidar, vai tomando zelo pelo parque também”, disse.
Sombra e água fresca Essa conversa ocorreu debaixo da boa sombra de uma árvore. O motorista afirmou ter plantado 150 mudas de árvores no local. Segundo Tonelli, a prefeitura se nega a colocar água e luz no parquinho criado por ele. “Nós já pedimos ajuda, mas não conseguimos. A prefeitura considera o local como uma área verde”, disse. Tudo o que fez até hoje foi com dinheiro próprio. O motorista afirma ainda que o custo é baixo, porque o investimento é feito aos poucos. O que ele quer agora é ajuda para colocar areia branca no parquinho, tela na quadra de vôlei e fazer outras melhorias no espaço de lazer. Apesar de não ter água encanada no parque, o motorista não deixa as crianças brincarem com sede. Sempre que pode, Tonelli enche um galão de 50 litros de água e deixa à disposição dos visitantes, na sombra.
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Esporte e lazer
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Partidas de futebol reúnem moradores aos domingos Associações promovem “rachões” em campos nos bairros Jardim Juliana e no Jardim Interlagos o corte da grama, comprar cal para as marcações, comprar coletes e bolas”, diz seu Aparecido. A Aveju não recebe nenhum tipo de apoio de órgãos públicos ou de empresas para organizar os jogos. Futebol e meio ambiente No Jardim Interlagos, as partidas aos domingos são promovidas pela associação Adeaji e reúnem cerca de 80 pessoas, entre jogadores e espectadores. O “rachão” no bairro acontece há 26 anos, segundo o presidente Marcos Domingos. O campo onde acontecem os jogos da Adeaji fica às margens da rodovia Anhanguera, próximo ao viaduto da avenida Henri Nestlé. O local fica na zona de recarga do aquífero Guarani, e esse fato justifica também o caráter ecológico da associação de bairro: “nós zelamos pelo campo, cuidamos do solo, o que contribui para a preservação do aqüífero, além de preservar o coleguismo entre os moradores do bairro”, diz o presidente da associação. A Adeaji mantém o campo
Jogos da Aveju chegam a reunir cerca de 40 pessoas
do Jardim Interlagos também por meio de uma mensalidade dos associados, no valor de R$ 10. A Adeaji e a Aveju não promovem campeonatos entre si, nem participam do circuito de futebol amador do município.
Os “rachões” são uma oportunidade de, pelo menos uma vez na semana, reunir os moradores desses bairros em torno de uma atividade de recreação, em uma região onde opções do tipo ainda são escassas.
FOTOS: FANNY VICTÓRIA/JORNAL LESTE
Aos domingos pela manhã dois eventos esportivos agitam a zona leste de Ribeirão: os “rachões” promovidos no Jardim Juliana pela Aveju (Associação dos Veteranos do Jardim Juliana) e no Jardim Interlagos pela Adeaji (Associação Desportiva e Ecológica Amigos do Jardim Interlagos). Os jogos de futebol acontecem em campos públicos zelados pelas associações, com gramado, traves de gol, redes e espaço para o público. Os jogos da Aveju, no Jardim Juliana, reúnem em torno de 40 pessoas e acontecem há cerca de um ano, todos os domingos. Segundo o aposentado Aparecido Esteves dos Santos, presidente da associação, os jogos são voltados para pessoas com mais de 30 anos. “Às vezes selecionamos rapazes mais novos para completar os times, mas a prioridade é dos mais velhos”, diz. Ainda segundo ele, cada membro da associação, que reúne 30 moradores, contribui com R$ 10 mensalmente. “O dinheiro é usado para a manutenção do campo, para pagar
R$ 10 É a mensalidade para jogar o mês inteiro.
Colegas jogam em um domingo de manhã no campo do Jardim Juliana
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Saúde em pauta
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Lixo e entulho em terrenos causam proliferação de ratos e escorpiões
Telefones e endereços úteis
Problema é apontado no bairro Jardim Helena; Veja dicas para combater a invasão desses animais em casa O descarte irregular de lixo e de entulho colabora com a proliferação de animais peçonhentos e de outros que podem causar doenças. Moradores do Jardim Helena reclamam da quantidade de escorpiões e ratos que aparecem nas casas. Apesar de “aparecerem” com maior frequência em determinada época do ano, como afirma a dona de casa Maria Célia da Silva, é preciso prevenir sempre. “Quando eu esquecia roupa no varal, eles passavam pelo fio e depois ficavam as marcas das patinhas”, disse. Algumas medidas evitam que esses roedores entrem em casa (veja no quadro). Entre as doenças causadas pelos ratos está a leptospirose, transmitida pela urina, e a hantavirose, transmitida pelo ar. A primeira pode causar dor de barriga, fraqueza e dores musculares, principalmente no abdome e nas pernas.
FABIANO CRUZ/JORNAL LESTE
Os sintomas da segunda são febre, dor de cabeça, náuseas, vômito, diarreia, cansaço, dor muscular e falta de ar. Escorpiões De acordo com a Divisão de Controle de Vetores e Animais Peçonhentos, os acidentes com escorpiões ocorrem mais em meses quentes e chuvosos (entre outubro e março). Neste ano, a zona leste de Ribeirão Preto registrou, até outubro, 29 casos de acidentes com escorpiões. O número é maior do que o total de ocorrências em 2011, quando foram registrados 21 acidentes na região. Entre os ambientes favoráveis para esses animais estão pedras, pilhas de tijolos e frestas de parede. Os mais perigosos geralmente são amarelados ou marrom-avermelhados. A faxineira Raimunda Alves, de 50 anos, afirma que a filha, de 22, quase foi picada por um
UPA Av. 13 de Maio, 353 Atendimento 24 horas Tel.: 3972-2868 ou 3632-3067
Os mais perigosos geralmente são amarelados ou marromavermelhados
dentro de casa. “Escorpião é demais aqui, mais frequente do que rato”, falou a moradora. Em 2011, foram registrados 109 acidentes com escorpiões em Ribeirão Preto, segundo dados da Secretaria da Saúde. Em qualquer acidente, o recomendado é ir à unidade de saúde mais próxima.
Serviço O Centro de Controle de Zoonoses atende pelos telefones 3628-2015 ou 3628-2778. Na região leste, a unidade que representa o órgão fica na rua Sebastiana Monteiro Faciolli, 30, no bairro Jardim Anhanguera. O órgão público atende pelo telefone 3624-7754.
Veja quais são as medidas para evitar esses animais Nunca jogar lixo a céu aberto ou em terrenos baldios
Ratos
Dispor o lixo na rua próximo ao horário do caminhão do lixo
Uso de ralos e telas metálicas vedando locais de acesso dos roedores
Telar aberturas dos ralos, pias ou tanques
Colocar lixo em sacos plásticos e lixeiras com tampas
Manter limpos comedouros/ bebedouros de animais domésticos
Evitar formação de frestas em paredes, muros ou tetos
Remover sempre materiais de construção acumulados
Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha
Sempre examinar calçados antes de colocá-los
Verificar roupas úmidas, como toalhas, antes de usá-las
Não deixar cama ou berço próximo de paredes
Reparar rodapés soltos e colocar telas em janelas
Manter quintais e jardins sem folhas secas e lixo domiciliar
Eliminar animais como baratas, aranhas e grilos
Escorpiões
UBDS Castelo Branco Rua Dom Luis do A. Mousinho, 3.300 Atendimento das 7h às 22h Tel.: 3627-8488 UBS Vila Abranches Rua Maria Abranches de Faria, 550 Atendimento das 7h às 21h Tel.: 3965-2655
UBS Jardim Juliana Av. Dr. Marco Antônio Macário dos Santos, 602 Atendimento das 7h às 17h Tel.: 3965-6141 Distrito de Vigilância em Saúde Rua Sebastiana Monteiro Facciolli, 30, Jd. Anhanguera Atendimento das 7h às 17h Tel.: 3624-7754 ou 3624-7234
Urgências e emergências Polícia Militar – 190 Corpo de Bombeiros – 193 Samu – 192 Animais em via pública 0800-7721-789 Atendimento 24 hs Recolhimento de animais soltos em vias públicas (não inclui recolhimento de cães e gatos) 8° Distrito Policial Rua João Nutti, 1.135, Jd. Paulistano Tel.: (16) 3627 6007
Fonte: Divisão de Controle de Vetores e Animais Peçonhentos
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ATENÇÃO
PAC 2
Curtas ELEIÇÕES
Receita Federal alerta sobre e-mail falsos
Novos poços com verbas federais
Eleitor pode justificar até 27 de dezembro
A Receita Federal divulgou um alerta sobre falsas mensagens eletrônicas atribuídas ao órgão que têm circulado pela internet. No comunicado, o Fisco ressalta que não se comunica com os contribuintes por e-mail e diz que qualquer mensagem deve ser desconsiderada. Segundo a Receita, diversas pessoas têm recebido e-mails que alegam supostas divergências na declaração do Imposto de Renda Pessoa Física deste ano. A mensagem orienta o cidadão a abrir arquivos e links para uma pretensa regularização. Ao clicar nos links, o usuário tem o computador infectado por vírus e programas que repassam informações confidenciais para criminosos. O órgão orienta que o usuário exclua imediatamente a mensagem.
A Prefeitura de Ribeirão Preto anunciou que vai abrir, ainda este ano, uma licitação para a construção de cinco novos poços artesianos nos bairros Jardim Heitor Rigon, José Sampaio, Nova Ribeirânia, Ribeirânia e Antonio Palocci. A informação foi divulgada no site oficial da prefeitura. A administração municipal divulgou ainda que depois da construção desses cinco poços, oito reservatórios serão licitados em vários bairros do município, inclusive no Parque dos Lagos, na nossa região. Os recursos para as obras virão do PAC-2 (Programa e Aceleração do Crescimento) do governo federal.
O eleitor que não votou no segundo turno das eleições por estar fora de seu domicílio eleitoral e não justificou a ausência tem até o dia 27 de dezembro para regularizar sua situação. Quem faltou ao primeiro turno do pleito deve regularizar a situação até o dia 6 do mesmo mês. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a justificativa deve ser apresentada em qualquer cartório eleitoral do país. O eleitor deve preencher o Requerimento de Justificativa Eleitoral, disponível gratuitamente nos cartórios eleitorais e nos postos de atendimento ao eleitor. O documento também pode ser baixado no site do TSE (http://www. tse.jus.br/eleitor/justificativa-eleitoral/justificativa-eleitoral). (AB)
DOENÇA
Diabetes mata mais do que o trânsito Dados do Ministério da Saúde divulgados no dia 13 de novembro indicam que 54 mil brasileiros morreram em 2010 por causa do diabetes. Isso significa que a doença matou quatro vezes mais do que a aids (12 mil óbitos) e superou o total de vítimas de trânsito (42 mil) no país. O número é ainda maior quando se considera que a doença age como fator de risco para outras enfermidades, como câncer e doenças cardiovasculares. Em 2010, o diabetes esteve associado a 68,5 mil mortes, o que totaliza cerca de 123 mil mortes direta e indiretamente. De 2000 a 2010, a doença foi responsável por mais de 470 mil mortes em todo o Brasil, enquanto a taxa de mortalidade avançou de 20,8 para 28,8 casos para cada 100 mil habitantes. (AB)
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BRASILEIROS
Negros são 51% da classe média Dos 36 milhões de brasileiros que ingressaram na classe média durante os últimos dez anos, 75% eram negros, aponta um estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) divulgado no início de novembro, mês da Consciência Negra. Com isso, a participação dos negros na classe média subiu de 38% em 2002 para 51% neste ano. “O ideal é que, se os negros são 50% da população brasileira, eles sejam 50% da classe média. Se no Nordeste eu tenho 34% da população brasileira, o ideal é que eu tenha 34% na classe média”, disse Ricardo Paes de Barros, secretário de Ações Estratégicas da SAE. Segundo ele, “a nossa classe média passou a ser muito mais heterogênea, um retrato do Brasil”. A classe média brasileira tem renda per capita familiar entre R$ 291 e R$ 1.019. (AB)
IMPOSTO
Lei obriga empresas a divulgar tributos A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 13 de novembro, um projeto de lei que obriga a divulgação do percentual de impostos e contribuições embutidos nos preços de mercadorias e serviços. A lei agora vai para a sanção presidencial.
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Feira livre no gos Jardim Interla
ano, o bairro Desde agosto deste recebe uma Jardim Interlagos mercialização feira livre. A co as, pastéis e de frutas, verdur é organizada outras mercadorias omínio Villa próxima ao cond iras, à noite. D’Itália, às sextas-fe
Direitos do consumidor
de defesa do O Procon, órgão beirão Preto, consumidor, em Ri ue de Caxias, atende na rua Duq lefone de lá é 1.181, Centro. O te atendimeno 0800 7729198. O nda a sextato é feito de segu 16h. -feira, das 8h30 às
Missas para os católicos
rtinari são às As celebrações no Po escola Paulo 8h30 (domingos), na na rua MarMonte Serrat Filho, ana, 54. Já no garida de Souza Sant h e 19h (doFlamboyants, às 10 (segundas-feimingos), às 19h30 -feiras), na rua ras) e às 20h (terças Parreira, 3.415 Joaquim Fernandes
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Destaque da edição
Zona leste vive expansão urbana e dilemas ambientais Construção de viaduto na avenida Henri Nestlé é um dos reflexos do aumento da população da região A “nova Ribeirão”, como tem sido chamada a zona leste da cidade, vive um processo de crescente urbanização e tem enfrentado diversos dilemas ambientais. O jornal Leste abrange duas regiões que compreendem os bairros Parque São Sebastião, Jardim do Trevo, Vila Abranches, Jardim Interlagos, Jardim José Figueira, Jardim das Mansões, Ângelo Jurca, Jardim Genésio Massaro, Parque dos Flamboyans, Candido Portinari, Jardim Juliana, Conjunto Palmeiras I e II, Parque dos Servidores, Parque dos Lagos, Jardim Helena. Também fazem parte os condomínios Villa D’Itália, Portal dos Pinheiros, Chácaras Hípica, Itanhangá, Ouro Verde, Recreio Internacional, Portal dos Ipês, Chácaras Internacional, Residencial Campos do Jordão e Recreio Itanhangá. Nos bairros citados, o crescimento, segundo os Censos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2000 e 2010, foi de 92% no número de habitantes e de 140,6% no total de domicílios. Em 2010, essa região tinha 35.877 moradores. Esse número representava 6% do total da população de Ribeirão Preto na época (veja no infográfico). Dez anos antes, os moradores dessa região eram 4% do total das pessoas da cidade. Quem passa por esses bairros logo percebe a quantidade de obras em andamento. Próximo ao Parque dos Flamboyants, por exemplo, o conjunto habitacional Ângelo Jurca, está em processo de venda das glebas e já até possui moradores.
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FOTOS: FANNY VICTÓRIA/JORNAL LESTE
O local atrai pessoas que já têm casa própria e investem no segundo imóvel, como fonte de renda. O motorista autônomo Aleandro Gonçalves, de 36 anos, é exemplo disso. Ele mora no Candido Portinari e comprou um terreno no novo bairro para construir uma área de lazer. Segundo ele, a intenção é alugar o espaço para festas. “Vi que fizeram o loteamento aqui e tinha o pagamento parcelado, financiado”, fala sobre a facilidade em comprar. O motorista, que economiza também na mão de obra e constrói ele próprio, vai pagar R$ 470 durante 360 parcelas mensais.
“Vi que fizeram o loteamento aqui e que tinha pagamento parcelado” diz Aleandro Gonçalves, 36 Migração O metalúrgico Cristiano Amaral dos Santos, de 27 anos, também constrói uma nova casa nesse loteamento. Segundo ele, o local tem um “padrão melhor” do que aquele que vê no bairro Campos Elíseos, onde mora por enquanto. A intenção de Santos é alugar a casa antiga e se mudar para a zona leste. Um dos motivos para a mudança, segundo ele, é a forte presença do tráfico de drogas na região em que mora. “Lá os casqueiros parecem procissão, mas daqui a alguns anos eles chegam aqui também”, afirma.
CONSTRUÇÕES Casas estão em processo acelerado de construção no loteamento Ângelo Jurca.
* Números referentes aos bairros citados na matéria.
em 2000 18.681
5.078
em 2010
35.877
12.221
Em 10 anos, aumento foi de 92% no número de habitantes e 140,6% no total de domicílios.
Em 2000, população da região era 4% do total da cidade. Em 2010, subiu para 6%
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
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Destaque da edição
Ribeirão Preto tem 444 mil veículos 1,39 habitante para cada um
AQUÍFERO GUARANI Moradores do entorno da lagoa do Saibro, no Interlagos, pedem revitalização.
Aquífero Guarani Segundo o Plano Diretor de Ribeirão Preto, essa região é considerada uma ZUR (Zona de Urbanização Restrita). Isso quer dizer que ela é formada por espaços frágeis e vulneráveis à ocupação intensa, o que corresponde ao entorno da área de afloramento do aquífero Guarani. A recarga é feita por meio da lagoa do Saibro, que fica no Jardim Interlagos. Por isso, o Plano Diretor e o Código do Meio Ambiente determinam que haja baixas densidades demográficas nesses bairros. Há anos as pessoas que vivem próximas ao local pedem a revitalização da lagoa. Segundo o presidente da associação de moradores do bairro, Ricardo de Almeida, em 2010, a prefeitura assinou
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um convênio com uma construtora para iniciar as obras. Ele afirma que, por causa da não autorização para fazer um aterramento no local, a construtora parou de fazer o calçamento. “Nós reclamamos e a Secretaria do Meio Ambiente apresentou um projeto lindo, maravilhoso, com ponte e passarela sobre a lagoa, mas até agora, nada foi feito”, disse. O aquífero Guarani é o maior manancial de água doce subterrânea do mundo. Ele está localizado na região centro-leste da América do Sul, estendendo-se pelo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Dois terços de sua área estão em território brasileiro, abrangendo os Estados de Goiás, Mato Grosso do
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Maior fluxo de veículos cria necessidade de viaduto A expansão urbana da região leste de Ribeirão Preto fez com que fosse necessária a construção de um viaduto que passasse sobre a rodovia Anhanguera, ligando a avenida Guadalajara, no bairro Lagoinha, com a avenida Henri Nestlé, no Parque dos Lagos. A obra, que começou em janeiro deste ano, está em processo de conclusão e a previsão de entrega, segunda a prefeitura, é para janeiro de 2013. O viaduto fica no quilômetro 309 da rodovia e a estimativa é de que 10 mil veículos utilizem a nova via de acesso por dia, segundo a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo). Segundo dados do Denatran (Departamento Nacio-
nal de Trânsito), até setembro deste ano, Ribeirão Preto tinha 444.077 veículos. A média é de 1,39 habitante por veículo, levando-se em conta a última estimativa populacional feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – de 619.746 habitantes. Foram investidos R$ 23 milhões pelo governo do Estado de São Paulo. Além do viaduto, foi preciso melhorar a estrutura da rotatória Winston Churchill, na avenida Guadalajara. O projeto prevê uma terceira faixa na via, para facilitar o fluxo de veículos. O viaduto tem 203 metros de comprimento e, segundo a prefeitura, deve beneficiar mais moradores de 17 bairros.
Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Outro lado Questionada sobre a revitalização da lagoa, a prefeitura afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “a planta urbanística do projeto de execução do Parque na Lagoa do Saibro está em análise técnica por uma equipe multidisciplinar”. As dúvidas com relação à data em que as obras de revitalização começariam e por que o aterramento não foi autorizado não foram respondidas no e-mail enviado pela assessoria de imprensa. O motorista Aleandro Gonçalves (foto) constrói ele próprio a área de lazer que vai alugar
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Pela rua
Animal de estimação?
FABIANO CRUZ/JORNAL LESTE
Morador do Jardim Helena cria galinha-d’angola como cachorro; o Tico lhe faz companhia em casa e pelas ruas do bairro Em frente à sua casa, um morador do bairro Jardim Helena desperta nossa curiosidade. O “seo Lota”, como é conhecido, chama uma galinha-d’angola pelo nome, como se fosse cachorro. O bicho obedece e logo segue o dono portão à dentro. O baiano pintor de paredes Cleomarques Rodrigues Dias, de 48 anos, cria aves para comer e vender. Porém, entre cerca de 60 cabeças que tem no
“Esse eu não vendo, porque é o xodozinho” diz Lota, 48 anos
quintal, uma delas é especial. É o Tico, uma galinha-d’angola de estimação. “Ele está há um ano e pouco comigo. Esse eu não vendo, porque é o xodozinho”, afirma. Morando só com a mãe, o pintor tem a companhia do bicho até para assistir à televisão. O Tico entrou na vida de Dias depois que um galo, que também acompanhava o dono em passeios pelas ruas do bairro, morreu de velho.
O pintor Cleomarques Rodrigues Dias segura Tico, sua galinha-d’angola de estimação
Calor transforma lagoa do Saibro em área de lazer Em dias muito quentes, crianças aproveitam para se refrescar nas águas de recarga do aquífero Guarani FANNY VICTÓRIA/JORNAL LESTE
Meninos tiram a tarde de um domingo para nadar na lagoa
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Ribeirão Preto chegou a registrar 43,6°C em outubro deste ano, um número recorde dentro das medições feitas nos últimos cinco anos pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). O calor e a baixa umidade fazem com que as pessoas procurem medidas para se refrescar. Foi o que fizeram esses meninos que aparecem na foto na tarde de um domingo desse mesmo mês. Eles se reúnem em grupos e vão até o local a pé ou de bicicleta. A lagoa do Saibro, como é conhecida, fica no Jardim Interlagos. Ela é uma das áreas de recarga do aquífero Guarani, que é o maior manancial de água doce subterrânea do mundo. É importante lembrar que o local não é próprio para nadar e pode oferecer riscos.
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Feminina
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Francesinha colorida continua em alta
Alerta:
Misturar cores no corpo e na ponta da unha recicla a tradição dos tons claros
Produtos incorretos geram problemas à saúde
Sucesso permanente, a unha “francesinha”, que tradicionalmente é feita com tons claros de esmaltes, puxados ao branco, inspirou a criação das “francesinhas coloridas”. Nessa nova modalidade, o corpo da unha é pintado de uma cor e a pontinha, de outra. A novidade tem feito sucesso nos salões de beleza. As cores são combinadas de acordo com a vontade de quem vai embelezar as unhas. Azul escuro com azul claro, vermelho e laranja, roxo e dourado. Vale o que a imaginação permitir. O estilo também é conhecido como “inglesinha”.
FOTO: FABIANO CRUZ/JORNAL LESTE
Dona de salão no Juliana mostra as francesinhas em branco e preto.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o uso do formol acima das concentrações permitidas pela lei em cosméticos pode causar riscos à saúde. O produto tem uso permitido em cosméticos nas funções de conservante (máximo de 0,2% permitido) e como agente endurecedor (máximo de 5%). O formol é considerado cancerígeno pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Quando absorvido pelo organismo por inalação ou exposição prolongada há risco de aparecimento de câncer.
Esmalte vermelho fortalece a unha?
As cores previstas para o verão 2013
Verdade ou mito? Muita gente acredita que os esmaltes vermelhos têm o poder de fortalecer a unha. Na verdade, o efeito pode ser o contrário, segundo a manicure Talita
O verão 2013 promete trazer à tona os esmaltes em tons metálicos que fizeram sucesso no inverno. Dourado, prateado e bronze são algumas das cores cotadas. Além
Santos, que trabalha no Jardim Juliana. Ela afirma que a quantidade de removedor usado na hora de retirar o esmalte vermelho é maior e, por isso, as unhas podem ficar mais frágeis.
delas, cores fortes e fluorescentes, como azul, laranja e verde estarão em alta. Os tons claros e pastéis também voltam. Rosa bebê, azul claro e nude, por exemplo.
Ações simples ajudam a manter a dengue longe da sua casa, do seu bairro e até da sua cidade. Fique atento e evite que locais e utensílios acumulem água e sirvam como focos do mosquito transmissor.
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Os Saltimbancos, no Teatro do Sesi
Agenda Cultural TEATRO
Quinteto Machado | dia 20/11, às 11h. Grátis. No Sesc. (Livre).
In Conserto Sesc | dia 21/11, às 19h30. Grátis. No Sesc. (Livre).
Sobrado 112 | dia 22/11, às 20h30. Ingresso: de R$ 2,5 a R$ 10. No Sesc. (16 anos).
Palhaçaria, Música e Improviso
Bueno | dia 23/11, às 20h30. Ingresso: de R$ 2,5 a R$ 10. No Sesc. (10 anos).
Cabaré de Palhaço | dia 24/11, às 21h. Ingresso: de R$ 5 a R$ 20. No Teatro Santarosa. (14 anos).
Miltinho Edilberto | dia 24/11, às 16h30. Grátis. No Sesc. (Livre). Srta Zirma | dia 25/11, às 11h. Grátis. No Sesc. (Livre). Mogiana Jazz Band | dia 28/11, às 20h30. Ingresso: de R$ 2,5 a R$ 10. No Sesc. (10 anos). Cantora Céu | dia 29/1, às 20h30. Ingresso: de R$ 2,5 a R$ 10. No Sesc. (16 anos). Ribeirão Country Fest | dia 15/12, às 20h. Ingresso: de R$ 25 a R$ 240. No Parque Permanente de Exposições. (Classificação não informada).
| dia 22/11, às 19h30. Grátis. No Sesc. (Livre).
Do Improviso ao Riso | dia 24/11, às 21h. Ingresso: de R$ 15 a R$ 30. No Teatro Municipal. (14 anos). A Incrível História de Benedito Fausto e de Seu Irmão Persivaldo, o Sonhador
| dia 25/11, às 20h. Ingresso: de R$ 10 a R$ 20. No Teatro Santarosa. (12 anos). Brasil em Letra, Música e Dança | dia 29/11, às 20h. Ingresso: de R$ 20 a R$ 40. No Teatro Municipal. (Livre). Musical Beatles Forever | dia 30/11, às 21h. Ingresso: de R$ 30 a R$ 60. No Theatro Pedro II. (12 anos).
Os Saltimbancos | dias 25/11, às 16h, e 26/11, às 10h. Grátis. No Teatro do Sesi. (Livre).
FOTO: DIVULGAÇÃO
MÚSICA
25 e 26/11
Amor Cigano (Ballet) | dia 30/1, às 20h30. Ingresso: de R$ 15 a R$ 30. No Teatro Municipal. (Classificação não informada).
LOCAIS
Parque Permanente de Exposições (av. Lopes de Camargo, s/n, Jóquei Clube) Sesc Ribeirão (rua Tibiriçá, 50 - Centro). Tel.: 3977-4477. Teatro do Sesi (rua João Ignacchitti, Castelo Branco). Tel.: 3603-7300. Teatro Municipal (Alto do Morro de São Bento, s/n). Tel.: 3442-8742. Teatro Santarosa (praça Rotary Club, 325 - City Ribeirão). Tel.: 3916-1350. Theatro Pedro II (rua Álvares Cabral, 370, Centro). Tel.: 3977-8111.
Pertinho de casa O espetáculo “Os Saltimbancos” será apresentado no Teatro do Sesi nos dias 25 e 26 de novembro. É a oportunidade de levar as crianças para se divertirem e passearem pela região. A entrada é gratuita. O espetáculo, um clássico infantil, conta a história de quatro animais: um jumento, um cachorro, uma galinha e uma gata. Desiludidos com o tratamento dado por seus patrões, eles tentar se libertar. O teatro do Sesi fica na rua João Ignacchitti, no bairro Castelo Branco. Mais informações pelo telefone 36037300 ou pelo site www.sesisp.org.br/Cultura.
Seleção de espetáculos A Fundação Pedro II abriu inscrições para o projeto “Amigos da Casa”. Grupos profissionais ou amadores, com sede em Ribeirão Preto, podem inscrever espetáculos até dia 17 de dezembro. O cadastro pode ser feito de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, na rua Álvares Cabral, 370. Serão selecionados de 30 a 33 espetáculos ou artistas para se apresentarem no Theatro Pedro II de março a dezembro de 2013, conforme calendário elaborado pela fundação. Mais informações pelo telefone 3977-8111.
Piada da hora Um dia, uma menina estava sentada observando sua mãe lavar os pratos na cozinha. De repente, percebeu que sua mãe tinha vários cabelos brancos que sobressaíam entre a sua cabeleira escura. Olhou para a mãe e lhe perguntou: “Por que você tem tantos cabelos brancos, mamãe?” A mãe respondeu: “Bom, cada vez que você faz algo de ruim e me faz chorar ou me faz triste, um de meus cabelos fica branco.” A menina digeriu esta revelação por alguns instantes e logo disse: “Mãe, então por que TODOS os cabelos de minha avó estão brancos?”
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Comida
Veja onde e quanto custa comer nos bairros da região
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A receita que todo mundo aprovou
FOTO: FABIANO CRUZ/JORNAL LESTE
A moradora do Parque dos Flamboyans, Maria das Graças Souza, de 51 anos, revela a receita de um pão caseiro recheado com presunto, queijo e tomate. Primeiro ela aprendeu a fazer a massa, depois inventou o recheio e todo mundo aprovou.
Café da manhã Quem quiser saborear um misto de presunto e queijo e um copo de suco de laranja no café da manhã vai encontrar esses produtos por R$ 3,80 e R$ 2,80, respectivamente, na padaria Florenza, que fica na avenida Henri Nestlé, 900, no Parque dos Lagos. O local fica aberto de segunda-feira a sábado das 6h às 21h. Aos domingos, o horário é das 7h às 21h. Informações: 3965-1258.
Almoço Para quem estiver fora de casa ou não quiser enfrentar a cozinha, a dica é saborear um almoço no restaurante Segredo do Paladar. O self-service custa R$ 12 (preço promocional em novembro). O restaurante fica na rua Jorge Golveia, 82, Jardim Interlagos. O local fica aberto de segunda-feira a sábado, das 10h às 14h e faz entregas. Mais informações: 3617-1382. FOTO: DIVULGAÇÃO
Jantar Para o jantar, a sugestão é comer uma pizza no Cascata Pizzas, que fica na rua Zequinha de Abreu, 712, na Lagoinha. O local tem mesas para consumo no próprio ambiente, mas também são feitas entregas. Para pedir sua pizza, o telefone é 3617-0022. São mais de 90 sabores. Mais informações pelos números 3617-0180 ou ainda 3617-6040.
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FOTOS: FABIANO CRUZ/JORNAL LESTE
FOTO: FABIANO CRUZ/JORNAL LESTE
Pão recheado com presunto e queijo Ingredientes: Massa
50 gramas de fermento biológico 4 ovos inteiros 1 copo de água morna 2 copos de leite morno 1 colher de sopa rasa de sal 1 xícara de chá de açúcar 1 copo cheio de óleo 2 kg de farinha
Recheio
400 gramas de presunto 400 gramas de mozarela Tomate, orégano e cebola a gosto.
Depois de fazer a massa, deixe-a crescer. Unte a mesa com farinha e abra a massa para enrolar os pães. Coloque o recheio. Levo-os ao forno (temperatura média de 160°C) por cerca de 30 minutos.
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Imagens da região
FOTOS: FANNY VICTÓRIA/JORNAL LESTE
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1) Bezerro atravessa a frente de motociclista no Jardim José Figueira. 2) Área repleta de entulho em uma rua do Jardim Juliana. 3) Vazamento de esgoto próximo às obras do viaduto, na Henri Nestlé. 4) Sofá abandonado no Parque dos Servidores divide paisagem com o pasto.
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