Centro de Saúde da Família: Promoção, Prevenção e Recuperação

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CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA



CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA


INTRODUÇÃO

6

CAPITULO 1: SAÚDE, CULTURA E SOCIEDADE 1.1 Saúde: Entre a Ciência e a Utopia

8

1.2 Promoção e a Busca pela Garantia à Saúde

10

CAPITULO 2: REGIÃO NOROESTE, DE PERIFERIA À NOVA CENTRALIDADE 2.1 A Região Noroeste

18

2.2 Avenida Mangalô

24

2.3 A Saúde da Família na Região Noroeste

28

2.4 Terreno e Analíses do Entorno

36

CAPITULO 3: CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA E A COMUNIDADE 3.1 Programa Padrão do CSF

48

3.2 Possível Novo Programa: Um Híbrido entre Centro de Saúde e Centro Comunitário

50

3.3 Equipe Saúde da Família

52

3.4 RDC 50 de 2002: Instruções Gerais para Instalações de Saúde

58

CAPITULO 4: ESTUDOS DE CASO 4.1 Centro de Arquitetura da Terra

66

4.2 Clinica Cirurgica e Centro de Saúde

70

4.3 Centro Comunitário Vistas de Cerro Grande

74

4.4 Quadra San Cristóbal e Fonte dos Amantes

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CAPITULO 5: PARTIDO E SUAS CONDICIONANTES 5.1 A Linha Tênue entre Público e Privado

84

5.2 Ver, Sentir, Pertencer: A Conexão entre o Público e o Privado

87

5.3 Experimentações Projetuais

89

CAPITULO 6: ANTEPROJETO 6.1 Implantação

95

6.2 Topografia

97

6.3 Setorização

99

6.4 Estrutura

101

6.5 Layout

103

6.6 Bloco 1: Práticas Educativas

105

6.7 Bloco 2: Atendimentos Gerais

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6.8 Soleira

109

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

131





O Centro de Saúde da Família (CSF) surgiu a partir da criação do Programa Saúde da Família (PSF), pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS). É uma unidade básica que veio com a proposta de acompanhar e desenvolver um trabalho preventivo junto à população. Propósito que pressupõem o reconhecimento da diversidade cultural e de sua importância para o desenvolvimento e implementação da promoção e prevenção da saúde pública nas mais diversas comunidades. . Nesse sentido, Campos (2011) pondera que para se construir um modelo de atenção à saúde a partir da real necessidade da população, é necessário que se leve em consideração tanto os atributos técnicos dos profissionais, quanto, aspectos e condições culturais inerentes aos usuários. Contudo, a visão ainda sedimentada no sistema biomédico, focado em práticas de cunho generalista e curativista, faz com que os CSF não alcancem, de fato, seu objetivo. Quando observamos a realidade dos atuais CSF encontrados em Goiânia, outro fato chama a atenção: a precariedade de suas instalações. São, ao todo, 62 unidades existentes na cidade. Na maioria das vezes funcionam em casas alugadas e adaptadas. A falta de pregnância, que vai da forma da edificação à sua implantação, parece diminuir a representatividade comprometendo, talvez, o vínculo com a comunidade. Essa precariedade e invisibilidade física vista nas unidades do CSF de Goiânia, frente ao seu potencial como agente de prevenção e promoção da saúde coletiva, foi o que motivou esse trabalho. Condição que a recente pandemia do COVID 19 deixou, também, como legado: a necessidade de se conhecer as condições de saúde específicas da população, bem como, estruturar canais de diálogo que possibilite o acesso à informação sobre saúde pública, pontos focais do Programa de Saúde da Família. Diante disto, pretende-se reconhecer posicionamentos e definições sobre saúde por diferentes abordagens para, a partir delas, pensar espaços que reflitam os ideais previstos pelo Programa de Saúde da Família. Pensar um lugar que expresse sua vocação, estimulando o vínculo entre pessoas, comunidades e o sistema de saúde público, utilizando-se da arquitetura como um dos agentes. Um CSF que não seja apenas uma casa adaptada, mas sim um espaço que desde suas etapas iniciais se fundamente nas condições locais; um espaço que além de abrigar os cuidados com a saúde considere outros impactos positivos que a arquitetura pode proporcionar.



SAÚDE: ENTRE A CIÊNCIA E A UTOPIA O que é saúde? Seria somente a ausência ou o tratamento de doenças que nos acometem? Ao se pensar a elaboração de quaisquer edifícios voltados à saúde é necessário, primeiramente, entender o significado daquele termo, cerne da área médica, mas que perpassa, também, áreas como a filosofia e a sociologia. Inicialmente creditado apenas como “ausência de doenças” o conceito de saúde passou por diversas transformações. A racionalidade extremada herdada do Iluminismo estruturou o modelo biomédico, que encarava o corpo humano “como uma máquina e as doenças como defeitos nas peças que compunham nossos corpos”, como descreve Albuquerque e Oliveira: Os princípios teóricos do modelo biomédico atual baseiam-se na orientação científica do séc. XVII, consistindo numa visão mecanicista e reducionista do Homem e da Natureza que surgiu quando filósofos como Galileu, Descartes, Newton, Bacon e outros conceberam a realidade do mundo como uma máquina. Esta concepção do mundo físico foi generalizada aos seres vivos. Assim, tal como se faz com as máquinas, estudam-se os seres vivos desarticulando as suas partes constituintes (os órgãos). E cada parte é estudada separadamente. Cada uma destas partes desempenha uma determinada função observável. O conjunto, que representa o organismo, é explicado pela soma das partes ou das propriedades. Nesta perspectiva, Descartes concebeu também o corpo humano como uma máquina, comparando um homem doente a um relógio avariado e um saudável a um relógio com bom funcionamento. (ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 1980, p. 3)

Com o passar dos tempos, epidemias e doenças que não tinham origem em organismos patogênicos chamaram atenção para a importância dos modos de vida e do ambiente em que se vive. Fatos que abriram questionamentos a partir do momento em que se percebeu que a saúde não estava ligada apenas ao bem-estar físico. Observações e pesquisas acerca desses fatores desencadearam revisões na maneira de se entender o que é ser saudável. Revisão feita também pela Organização Mundial da Saúde que definiu como: um bem-estar físico, mental e social. Entretanto, apesar ter se tornado mais amplo e válido, desde sua formulação o conceito da OMS recebe críticas e reflexões de muitos profissionais, que o consideram pouco específico e pouco operacional (NARVAI, 2008).


Novas revisões buscaram torna-lo mais compatível com a realidade. Assim, o conceito de saúde passou a abranger, para além do bem-estar pessoal, a instância social como determinante e condicionante. Questões como o acesso a alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, etc., passaram a ser consideradas, subsidiando programas e ações de prevenção e promoção da saúde. Os preceitos da prevenção e da promoção de saúde estão diretamente interligados com o que entendemos como cultura. Para Campos (2001), quando falamos seja de cultura, seja de saúde, estamos falando de atributos humanos. Eles determinam nossa existência, a forma de sermos e o modo como vivemos: ...a saúde, é um traço cultural, os valores, as concepções que nós temos sobre saúde são sempre uma particularidade cultural, ligadas a essas duas perspectivas... Tanto na medicina e na saúde pública, os pensamentos sobre saúde se voltam a perspectiva da sobrevivência, dos anos de vida ganhos, e da defesa da vida. Já do ponto de vista cultural, a vida é também ligada ao prazer e à qualidade de vida... A cultura é um conjunto de valores que produz uma série de contextos e instituições para garantir sua reprodução a sociedade futura. Já a saúde, produz instituições que interferem nos valores culturais tradicionais em nome da defesa da vida. (CAMPOS, 2001, p. 109-110)

Logo, para que seja possível orientar a população quanto às noções básicas de prevenção de doenças é necessário entender as particularidades culturais de uma comunidade. Hábitos alimentares, tipos de atividades físicas e laborais, condições de moradia, crenças e modos de se relacionarem com o mundo; tudo isso influência na compreensão, nas ações e nas práticas relacionadas a uma vida saudável. Através de estímulos e programas voltados aos problemas presentes numa determinada população ela torna-se capaz de entender e se preocupar com seus futuros anos de vida, evidenciando a promoção uma possível chave para a garantia e o alcance do direito à saúde da população.


PROMOÇÃO E A BUSCA PELA GARANTIA À SAÚDE Promover a saúde equivale a criar uma noção sanitária associada aos hábitos culturais e à condição de renda das famílias. Busca algo além de um simples cuidado com a saúde física, mas dar às pessoas um entendimento de seus direitos mais básicos. Trata-se de tornar compreensível à população que, mesmo que ela não necessite de hospitais, os determinantes sociais (água e ar puro, educação, informação, alimentação, etc.) influenciam diretamente em seu bem-estar. Ao reconhecermos que a relação saúde-doença está associada a determinantes e condicionantes mais amplos, impossíveis de serem modificados somente pelo aparato biomédico, é necessária a conscientização de escolhas saudáveis possíveis, por parte dos sujeitos e da coletividade, nos diferentes lugares onde vivem e trabalham (BEZERRA; SORPRESO, 2016). Ou seja, a promoção da saúde deve impactar favoravelmente a qualidade de vida da população, indo além dos cuidados médicos. A orientação, a educação e o conhecimento tornam-se, então, mecanismos básicos para manutenção de uma vida saudável. Entretanto existe um importante aspecto a se considerar: a condição econômica. Fator que dificulta o acesso a uma rotina saudável por parte da grande maioria da população: Vivemos em uma época em que ideais de direitos humanos se deslocaram do centro da cena tanto política como eticamente. Uma considerável energia é gasta na promoção do seu significado para a construção de um mundo melhor, contudo, os direitos de propriedade privada e a taxa de lucro se sobrepõe a todas as outras noções de direito. (HARVEY, 2008, p.73)

Quando falamos de promoção de saúde podemos defini-la como uma maneira ampla de prevenção à males ou doenças. Ela fundamenta-se por ações de consciência sanitária, onde direitos e deveres da cidadania, educação para a saúde, estilos de vida e aspectos comportamentais são trabalhados juntos à população visando a melhoria de suas condições de saúde. (BUSS,2010)



O sucateamento da saúde gera uma situação de exclusão, visto que somente uma pequena parcela da sociedade possui condições financeiras, via planos de saúde, de utilizar os serviços privados. Bairros pobres, periféricos e sem investimento em infraestrutura, não recebem equipamentos e serviços de atenção à saúde pública. Ainda que sejam implantados os equipamentos, acabam lotados ou sucateados desenvolvendo apenas ações de recuperação de doenças e agravos mais recorrentes. As ações de promoção e cuidado com a população são sobrepostas pela grande demanda de problemas da comunidade: A qualidade de vida urbana tornou-se uma mercadoria, assim como a própria cidade, num mundo onde o consumismo, o turismo e a indústria da cultura e do conhecimento se tornaram os principais aspectos da economia política urbana. A tendência pós-moderna encoraja a formação de nichos de mercado mostrando que a experiencia urbana só possui liberdade de escolha, quando se tem dinheiro. (HARVEY, 2008, p.81)

A realidade atual dos CSF de Goiânia reflete o descaso do poder público. A grande maioria funciona em imóveis alugados e adaptados. Condição que torna invisível, aos olhos da população, o potencial do programa. Acredita-se que ao usar a arquitetura e o espaço como agente que propicie vínculos entre a saúde e a comunidade, seja possível alcançar uma melhoria de vida para a população ali existente. A prevenção e a promoção da saúde preconizadas pelos Centro de Saúde da Família pretende minimizar a dependência por postos de saúde e hospitais. Nesse sentido, acredita-se que, com o planejamento adequado, possa se estimular a relação entre comunidades e os serviços oferecidos pelos CSF, além de reivindicar o compromisso do estado com a saúde pública. Na figura 1.1 ao lado, mostra o exemplo de uma ação de prevenção à saúde feita pela secretaria de saúde no munícipio de Marechal Deodoro em Alagoas onde a mesma em parceria com estudantes de medicina realizam ações de combate a hipertensão nas Unidades de Saúde locais.







O Centro de Saúde da Família possui uma proposta única de contato e integração com comunidades carentes das cidades. A ligação, o acompanhamento e a integralidade das ações de promoção e prevenção da saúde são extremamente importantes para que sejam alcançados os objetivos do CSF. Pensando nisso buscou-se observar as áreas de Goiânia em que se concentram: parcelas carentes da população, falta de infraestrutura e de serviços básicos. Após algumas análises chegou-se à região noroeste de Goiânia. Além de bairros adensados a região possui infraestrutura básica deficiente, principalmente no que diz respeito à equipamentos de saúde, que na maioria das vezes são improvisados e mal aproveitados, como menciona Gilmar Pereira: ... A maioria dessa população muito pobre se concentra na região Noroeste de Goiânia, em bairros como Vitória, Floresta e São Carlos, que por sua vez são vizinhos de outros bairros pobres como o Jardim Curitiba e o Jardim Nova Esperança. A região Noroeste é estigmatizada. Em muitos casos são áreas de risco, extremamente precárias, com uma população pobre, analfabeta e sem qualificação profissional. O mercado não se interessa por aquela região e o poder público pouco lança projetos de inclusão da população de lá. Uma das razões do estigma ainda é o fato de ter sido área de ocupação. Desde a década de 1970, as pessoas vêm se amontoando ali na esperança de conseguir um lote para construir sua casa própria. Não é que a pobreza se concentra apenas ali, “Mas é ali que os problemas acumulam mais.” (PEREIRA, sem data)

Moysés (2004) apud Silva (2010, p.29) também reconhece que a ocupação da região Noroeste foi marcada pela irregularidade e pode ser caracterizada por dois momentos específicos: o primeiro onde uma forte repressão militar proibia a ocupação das terras e o segundo onde se notou que a região poderia ser uma solução para a população que se deslocou para a capital goiana. A história da região começa com a ocupação do Jardim Nova Esperança, que assim como diz o nome, era a esperança de diversas famílias em ter realizado o sonho da casa própria.




FIGURA 2.2 AÇÕES DE PREVENÇÃO REALIZADAS NA UBS DENISSON AMORIM, EM MARECHAL DEODORO, ALAGOAS. FOTO: STHEFANE FERREIRA, 2019.


A história da região começa com a ocupação do Jardim Nova Esperança, que assim como diz o nome, era a esperança de diversas famílias em ter realizado o sonho da casa própria. Após anos de lutas e repressão policial a população finalmente viu-se no direito de chamar o local onde se estabeleceram de bairro residencial. Contudo, mesmo com a construção de alguma infraestrutura básica por parte do governo a população ainda sofria preconceito. A região por muito tempo foi chamada de “reduto de marginais”. (CRUZ, 2015, p.66) Com o desenvolvimento de bairros vizinhos a distância em relação ao centro goianiense tornou-se cada vez mais nítida. Apesar disso, a distância em quilômetros mostrava-se apenas como mais uma caracterizadora da intenção de segregação e fragmentação social da região. A ausência de serviços básicos e a falta de conexão entre os bairros impedia a população de usar os poucos serviços que a região disponibilizava forçando-os a ir para outras regiões para a ter acesso a escolas e hospitais. (CRUZ, 2015) Ao final da década de 1970, após anos de reinvindicações, o governo municipal finalmente voltou-se ao Jardim Nova Esperança. O bairro recebeu pavimentação asfáltica nas ruas e avenidas, além da construção de galerias de captação do esgoto pluvial, entre outros. Como Silva (2014, p.98) pontua, “...essas melhorias foram recebidas como uma possibilidade de mudança de vida e momento de vislumbrar possibilidades antes não enxergadas ou almejadas por aquela antiga população de ocupantes ilegais”. A partir dos anos 90, a região começou a intensificar sua ocupação. Atualmente, conta com 28 bairros. Dentre eles, (MOYSÉS, 2004, p. 226-227) apud. Cruz (2015, p. 79) destaca o que chamou de “núcleo duro da segregação”, os bairros mais pobres da região: Vila Finsocial, Vila Mutirão, Jardim Curitiba, Fazenda São Domingos, Conjunto Jardim Primavera, Estrela Dalva, Parque Tremendão e Morada do Sol, entre outros. A grande maioria dos bairros demoraram a ser regularizados e, mesmo após sua regularização, infraestruturas básicas como água tratada, esgoto e coleta de lixo ainda eram escassos. Talvez a distância do centro da cidade e os poucos recursos da população, tenham influenciado no modo de vida, na dependência das famílias entre si e do que o lugar oferecia. Condição que Cruz (2015) aponta como fatores que acabaram por transformar a região em um local pouco dependente dos centros formais, com o estabelecimento de comércios e serviços locais, constituindo uma centralidade própria.



A Avenida Mangalô que interliga os bairros ao prolongamento da Avenida Goiás, tornou-se uma grande centralidade através dos comércios e equipamentos que se instalaram em sua extensão, reforçada pela construção do terminal de integração do transporte coletivo, o Terminal Recanto do Bosque: “O novo terminal não apenas diminuiu os transtornos com o transporte coletivo, mas também reafirmou uma tendência muito comum na região: a valorização dos imóveis com uma pequena injeção de capital de qualquer natureza.” (CRUZ, 2015, p. 81) Com a valorização da região da Avenida Mangalô diversos serviços foram atraídos para região: supermercados, faculdades, uma galeria comercial denominada Shopping Mangalô, uma sede da agencia do Vapt Vupt e agências bancárias. Independentemente de ser considerada uma nova centralidade, a região noroeste está longe de ser uma região livre de problemas. Assim como expõe Junior (2005, p. 61) apud Cruz (2015, p.91), a região foi "um dos primeiros bolsões de miséria da metrópole". Com o crescente aumento populacional e a expansão desenfreada dos bairros, a região possuí uma população com uma das menores rendas per capita da cidade, além de uma alta concentração de migrantes inter-regionais.



O terminal recanto do bosque é o alimentador da região noroeste e tem localização próxima a bairros populosos como Recanto do Bosque, Finsocial, Balneário Meia Ponte e Jardim Curitiba. (RMTC) Em 2012 o terminal passou por uma reforma para melhorias e readequeações de sua estrutura. Possui uma área construída de 960,72m², com 14 linhas, 8 baias de embarque e uma plataforma.

013 146 170 305 718 933 937 143 168 180 305 933 936

Centro T. Pe. Pelágio Centro / Praça Cívica Campinas / T. Praça A Brisas da Mata Campus Samambaia - UFG T. Pe. Pelágio Av. do Povo / T. Pe. Pelágio Campinas / Centro Universitário - Via Rodoviária T. Praça A T. Pe. Pelágio T. Pe. Pelágio



Somente a partir da década de 1990, equipamentos de saúde passaram a fazer parte da região Noroeste. Ao todo foram implantadas 22 unidades de saúde, sendo três CAIS, um CAPS, um CEO, uma maternidade e 16 CSFs espalhadas pela região. Embora pareça muito, a grande maioria, principalmente as CSF, não obedecem às exigências mínimas de construção exigidas pelo Ministério da Saúde, assim como expõe Silva: As duas unidades de saúde de emergência, Cais Curitiba e Finsocial, que atendem à população podem ser consideradas mais um centro de doenças do que de saúde, pois suas instalações são precárias. Os trabalhadores que atuam na unidade de saúde avaliam e fazem críticas aos seus espaços e suas condições de trabalho: faltam iluminação e ventilação, os corredores são estreitos, além de outros tantos problemas. (SILVA, 2010, p. 29)

De acordo com a Secretária de Planejamento Urbano e Habitação (SEPLANH), na região noroeste existe uma população estimada de aproximadamente 190 mil habitantes. Deles, 5 mil pessoas estão sem assistência de saúde básica na família. De acordo com a reportagem do jornal O Hoje, a região noroeste, que é considerada a quinta região mais populosa do município, possui apenas 30% das equipes de saúde da família atuantes no município. Diretrizes do Ministério da Saúde estabelecem que, na cobertura ideal do PSF - 100% de cobertura - cada equipe deve atender em média 3,5 mil pessoas. Pela quantidade de equipes de saúde de família que a Prefeitura de Goiânia alega atuar na região Noroeste, o programa deveria atender 90% da população. (O HOJE, 2020) Os espaços destinados à saúde da família normalmente são improvisados e mal planejados. A grande maioria é sediada em pequenas casas alugadas pela prefeitura que não possuem sequer os ambientes necessários para desenvolvimento das ações de saúde por meio das equipes do PSF.



Unidade de Basica de Saúde que atende pessoas numa área definida com intuito de acompanhar os moradores e desenvolver um trabalho preventivo de saúde junto à comunidade. Dentre as atividades desenvolvidas pode se destacar a assistência as famílias; procedimentos de enfermagem de baixa complexidade; vacinas e acompanhamentos multidisciplinares.

Também conhecido como Posto de saúde. Tem por finalidade o desenvolvimento de ações de saúde coletivas e individuais que englobam os serviços médicos, sanitários e odontológicos em nivel ambulatorial. Dentre as atividades desenvolvidas pode se destacar consultas; aplicações de remédios; ações de vigilância sanitária; e exames de apoio ao diagnóstico.

Unidades de Saúde que possuem atendimento ambulatorial com hora marcada, além de receberem pacientes em estado de urgência e emergência. Normalmente possuem fármacias e aplicam vacinas.

As UPAs são Unidades de Saúde que funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana. Normalmente elas prestam atendimento resolutivo aos pacientes acometidos por quadros agudos, primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica e de trauma, estabilizando os pacientes e realizando a investigação diagnóstica inicial, de modo a definir a conduta necessária para cada caso, bem como garantir o referenciamento dos pacientes que necessitarem de atendimento.

Unidades de Saúde mistas que possuem equipes medicas distintas de diferentes complexidades. Realizam exames de médio e baixo custo; Vacinação; e possuem atendimentos de acompanhamento especificos.

Unidades de Saúde que possui atendimento especializado a gestantes Normalmente atendimentos de ginecologia e obstetrícia ambulatorial, pré-natal, acompanhamento de recém-nascido de alto risco e realização de exames complementares.

Unidades de Saúde de alta e média complexidade em urgência e emergência. Oferece atendimentos de Clínica Médica, Ortopedia, Neurologia, Terapia Intensiva, Cardiologia, Geriatria e Cirurgias Geral e do Trauma. Além de ser, um hospital de assistência ao ensino, pesquisa e extensão universitária.


Ao se mapear todos os CSF da região é possivel perceber que existem muitos em funcionamento, entretando é a penas no que diz respeito a aparência. Grande parte dos CSF’s funcionam com poucos atendimentos desempenhando apenas o papel de centro de saúde sem quaisquer promoção à saúde com a população, além disso muitos deles estão até mesmo fora de funcionamento.

LEGENDA


EM MARÇO DE 2019, O CSF DO PARQUE TREMENDÃO FECHOU SUAS PORTAS DEVIDO À FALTA DE PAGAMENTO DO ALUGUEL, POR PARTE DA PREFEITURA, DA CASA EM QUE ESTAVA INSTALADO.


TERRENO

FIGURA 2.17 TERRENO ESCOLHIDO PARA A IMPLANTAÇÃO DO NOVO CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA. FÁTIMA MATOZINHO, 2020.



ESCOLA

ESCOLA

ESCOLA

FIGURAS 2.18 TERRENO DE IMPLANTAÇÃO DO CSF E EQUIPAMENTOS PUBLICOS DO ENTORNO. GOOGLE EARTH, 2020.


N




O terreno possui dois eixos principais que auxiliaram em sua escolha. Um lado possui proximidade e forte ligação com a parte residencial do setor e a outra por se encontrar em plena Av. Mangalô possui uma ligação com a área de comercio e serviços ali existentes. Essa dualidade possibilita uma série de intervenções, sejam elas mais intimas com a população ou de grande visibilidade e alcance por estar num ponto de conexão da região noroeste. Outro ponto positivo da região é a quantidade de serviços e comercios oferecidos na extensão da av. mangalô. Alguns locais são referência na região e recebem grande fluxo de pessoas todos os dias. Como exemplo temos, o supermercado bretas, a loterica, o shopping mangalô com vapt vupt e o cartório, as praças, os bancos, os laboratórios , as clinicas, entre outros tornam a região sempre muito movimentada à qualquer hora do dia.


A Av. mangalô por ser uma centralidade importante na região noroeste recebe diariamente diversas pessoas em busca de seus serviços e comercios. Altamente visitada a região torna-se perfeita para a locação de um CSF, facilitando o acesso por parte da população e possibilitando ações de promoção mais visivel para a comunidade uma vez que grande parte das CSF existentes, na região, são em pequenas ruas, normalmente de dificil acesso e pouca movimentação. Ademais a proximidade do terminal recanto do bosque e de setores muito populosos como PQ. Tremendão e Vila Finsocial tornam a região um ponto estratétgico para promover a saúde publica na região.

798 A= 5000m² 797 100m

0,0 -3,0


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5KM

10KM


O setor Morada do Sol, assim como grande parte da região noroeste , tem como uso predominante o residencial. Alguns dos bairros da região como Jardim Curitiba, Vila Finsocial, Parque Tremendão e o próprio Setor Morada do Sol são considerados alguns dos bairros mais populosos de Goiânia. Juntos esses bairros abrigam mais de 57mil pessoas segundo dados disponibilizados pelo senso 2010 do IBGE. . A forma de ocupação ocorrida nesses locais gerou uma conformação espacial bastante singular. As quadras e lotes não possuem padrões e normalmente apresentam as mais diversas formas e tamanhos. Além disso, por serem bairros extremamente adensados poucos lotes se encontram vazios. No entorno do lote escolhido para a implantação do projeto, observou-se pouquissimos lotes vagos. (MAPA 2.24) . Apesar da grande maioria dos usos do setor serem residenciais, na extensão da Av. Mangalô pode-se observar a presença de diversos comercios e serviços o que acaba transformando-a numa centralidade da região. O mesmo acontece com a Rua da Divisa, que assim como a Av. Mangalô também possui conexão direta com o Terminal Recanto Bosque, concentrando assim uma significativa quantidade de comercios, mesmo que menos quando comparado a Av. Mangalô. . Nessa região podemos salientar a presença de praças, de um grande supermercado, laboratórios, clinicas odontologicas, cartório, vapt vupt, lotericas, faculdades e diversos outros serviços muito importantes para a região. .


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5KM

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1 PAV.

2 PAV.

3 PAV.

4 PAV.





Pensar o programa para um Centro de Saúde da Família traz consigo algumas indicações, tanto por ser fazer parte do SUS, quanto pelas especificações legais que regem as edificações voltadas para atividades de atendimento da saúde e hospitalares. Contudo, ao serem analisados, percebe-se que os programas pouco se diferenciam. Uma vez que o objetivo do CSF prevê o envolvimento e a interação com a comunidade local, um das questões que envolve seu projeto de arquitetura é a reflexão sobre as atividades que serão abrigadas e o diálogo que a edificação estabelecerá com o lugar.

O Programa Saúde da Família (PSF), responsável pelo desenvolvimento do Centro de Saúde da Família, foi desenvolvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e visa a reversão do modelo assistencial biológico, ele busca manter a comunidade como principal objeto de atenção. Onde além de uma delimitação geográfica procura-se construir relações com as famílias ali atendidas propiciando uma compreensão ampliada do processo saúde/doença daquela comunidade. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1997). As ações do PSF são realizadas nos Centro de Saúde da Família (CSF) que buscam abrigar equipes multidisciplinares (médicos, enfermeiros, dentistas, psicólogos, assistentes sociais, etc.) e espaços que possibilitem a promoção da saúde a população. Assim como citado pelo ministério da saúde, As equipes de saúde da família devem estabelecer um vínculo com a população, possibilitando o compromisso e a corresponsabilidade dos profissionais com os usuários e a comunidade, com o desafio de ampliar as fronteiras de atuação e resolubilidade da atenção. Além disso, tem como estratégia de trabalho: conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, por meio de cadastramento e diagnóstico de suas características sociais, demográficas e epidemiológicas; identificar os principais problemas de saúde e situações de risco às quais a população que ela atende está exposta; e prestar assistência integral, organizando o fluxo de encaminhamento para os demais níveis de atendimento, quando se fizer necessário e praticar ações de Promoção da Saúde (Educação em Saúde). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1997, FIOCRUZ – SAÚDE DA FAMÍLIA)


Das indicações de programas feitos pelo Ministério da saúde, podemos salientar os propostos na cartilha denominada “Manual de Estrutura Física das Unidades Básicas de Saúde da Família” do Ministério da Saúde, de 2006. Na cartilha existe uma separação do programa em três principais âmbitos: o administrativo, o atendimento clinico e odontológico e o apoio:

Percebe-se que os ambientes e a forma que são indicados privilegiam o atendimento curativo que muito se assemelha ao de demais Unidades Básicas de Saúde. A dimensão social e comunitária que se relaciona com a promoção da saúde e a prevenção de doenças se resume à salas multiusos, como a “Sala de Utilidades”. Ademais, a unificação do programa proposto na cartilha exclui as características e necessidades especificas das comunidades nas quais a CSF vai atuar. Assim, para que seja possível a adequação dos programas de promoção à saúde do CSF é necessária a existência de espaços pensados para o desenvolvimento dessas atividades. Aspecto que aproxima o CSF da ideia de um centro comunitário.


Um centro comunitário possui como princípio essencial a organização de respostas às necessidades de uma determinada comunidade. De caráter preventivo e minimizador dos efeitos da exclusão social (BONFIM, 2000, p. 5) o centro comunitário assume um papel de dinamizador da comunidade atuando sobre o desenvolvimento social, físico e psicológico daquela região. Por ser um edifício voltado ao âmbito social, o centro comunitário deve se adequar ao conjunto de peculiaridades e adversidades do local onde será implantado. Assim como exemplifica Bonfim (2000, p. 8) “a escolha das modalidades de intervenção decorre necessariamente do conhecimento prévio da realidade em que se pretende intervir”. Este conhecimento acaba por se traduzir em atividades e soluções a serem concebidas sendo possível traçar apenas indicações gerais de ambientes flexíveis que consigam abranger diferentes usos, baseando-se no perfil da população. Os Centros de Saúde da Família têm como proposta o estabelecimento de uma relação íntima com a comunidade na qual ela é implantada. A promoção e prevenção da saúde na região é principal objetivo da CSF segundo seus norteadores teóricos. Entretanto, ao analisarmos os CSF existentes e os indicadores que orientam sua construção, percebe-se alguns distanciamentos ao se aplicar o entendimento das atividades e das ações de promoção e prevenção a um espaço físico adequado. Os programas pouco flexíveis voltados apenas para uma descrição de ambientes obrigatórios em muito dificulta a adequação e a conexão com a comunidade, uma vez que por ser genérico, acaba por ignorar as peculiaridades daquela população. De fato, os ambientes para desenvolvimento de procedimentos médicos são necessários, uma vez que se trata de um edifício de saúde. No entanto ao assumir apenas esse tipo de espaços, a promoção de saúde é, na maioria das vezes, deixada de lado. Dito isso, é necessária uma readequação do programa do CSF guiado pelas demandas de conexão e integração com a população. Ao considerarmos alguns dos conceitos por trás do centro comunitário torna-se possível ampliar a relação entre as atividades do CSF e sua interação com a comunidade. Através de espaços dedicados exclusivamente para desenvolver atividades em conjunto com a população parece ser possível aproximar o CSF de realizar seu objetivo de garantir a promoção a saúde.


FIGURA 3.2 EQUIPE SAÚDE DA FAMÍLIA PRESTANDO ASSISTÊNCIA DOMICILIAR À UMA IDOSA EM CURITIBA. FOTO: EVERSON BRESSAN, 2016.


EQUIPE SAÚDE DA FAMÍLIA As equipes de saúde da família normalmente são compostas pelos seguintes profissionais: 1. Médico, clinico geral ou especialista em saúde da família; 2. Enfermeiro, geral ou especialista em saúde da família; 3. Auxiliar ou Técnico de Enfermagem; 4. Agentes comunitários de Saúde; 5. Cirurgião-Dentista; 6. Auxiliar de Saúde Bucal; O porte do CSF é definido pelo número da população residente, o que determina a área a ser construída (ou utilizada) com base na quantidade de equipes. O ministério da Saúde recomenda que trabalhem até quatro equipes, para evitar problemas na organização e nos fluxos operacionais. Entretanto é necessário analisar as condições da região em que será inserida podendo variar conforme a capacidade da estrutura física do CSF. Atualmente eles se classificam em 4 portes:

PORTE

POPULAÇÃO

QNTD. EQUIPES SAÚDE DA FAMÍLIA

I

ATÉ 4MIL PESSOAS

1 EQUIPE

II

ATÉ 8MIL PESSOAS

2 EQUIPES

III

ATÉ 12MIL PESSOAS

3 EQUIPES

IV

ATÉ 16MIL PESSOAS

4 EQUIPES

FIGURA 3.3 TABELA COM OS PORTES DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE. FONTE: MANUAL DE ESTRUTURA FÍSICA DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA E CADERNO DE REQUISITOS E CRITÉRIOS DE DESEMPENHO PARA UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE - UBS, AJUSTADO PELA AUTORA, 2020. Levando-se em conta o âmbito da saúde, o social/comunitário e as necessidades das equipes atuantes no CSF, resta-nos caracterizar a realidade do local em que o edifício será implantado.


PERFIL DA POPULAÇÃO De acordo com o censo populacional disponibilizado pela prefeitura de Goiânia (2010), a região noroeste conta com 164.283 habitantes, desses sendo a grande maioria de baixa renda, onde pouco mais da metade é mulher, e cerca de 70% dessa população se encontra entre os 10-49 anos, ou seja, uma população jovem. No setor em que se localiza o terreno escolhido, o Setor Morada do Sol conta com uma população de aproximadamente 11.246 pessoas, sendo um dos bairros mais populosos da região.

FIGURA 3.4. E 3.5 GRÁFICOS SOBRE GÊNERO PREDOMINANTE E NÚMERO DE HABITANTES DA REGIÃO NOROESTE. SEPLAM, 2013.


CSF MORADA DO SOL Médicos - 2 Enfermeiros - 2 Auxíliares de Enfermagem - 3 Agentes Comunitários - 9

Atendimentos gerais, acompanhamento pré-natal; Faz curativos, não possuí dentistas nem farmácia. Não há vacinas

950M DE DISTÂNCIA

CSF RECANTO DO BOSQUE

Médicos - 7 Enfermeiros - 3 Auxíliares de Enfermagem - 2 Técnico em Enfermagem - 3 Agentes Comunitários - 19 Auxiliar/Técnico em Fármacia - 1

Atendimentos gerais. Há Fármacia. Telefones não atendem.

2,2KM DE DISTÂNCIA

CSF VILA MUTIRÃO Médicos - 6 Enfermeiros - 3 Auxíliares de Enfermagem - 2 Técnico em Enfermagem - 2 Agentes Comunitários - 28 Auxiliar de Saúde Bucal - 5 Cirurgião-Denstista - 4 Farmacéutico - 1

É um dos maiores CSF da região, e diferentemente da maioria das CSF não está instalado apenas em uma casa adaptada.

3,6KM DE DISTÂNCIA

CSF ESTRELA DALVA

Médicos - 4 Enfermeiros - 3 Auxíliares de Enfermagem - 3 Técnico em Enfermagem - 2 Agentes Comunitários - 14 Técnico em Saúde Bucal - 1

2,2KM DE DISTÂNCIA

CSF BRISAS DA MATA Médicos - 4 Enfermeiros - 3 Auxíliares de Enfermagem- 4 Técnico em Enfermagem - 2 Agentes Comunitários - 13

3,6KM DE DISTÂNCIA

O QUE É UM AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE? Profissional responsável por realizar atividades que previnam doenças e promovam a saúde das pessoas. Suas ações são realizadas com base em estratégias de educação popular, feitas em domicilio ou comunidades, conforme as diretrizes do SUS. O agente de saúde tem entre suas funções o acompanhamento do estado de saúde de grávidas, lactantes, idosos, crianças e adolescentes, pessoas em sofrimento psíquico, dependência química e demais grupos de vulnerabilidade.

CSF DO ENTORNO Foi constatada a existência de alguns centros de saúde da família nas proximidades, com os problemas já antes destacados e que apresentam em sua maioria duas a três equipes de saúde da família cadastradas. Para que se fosse possível a readequação do programa de necessidades analisou-se os serviços já ofertados por esses CSF existentes, bem como, suas deficiências e seus pontos positivos, através de ligações e da analise nos bancos de dados do CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde).


REVISÃO D

UM NOVO PROGRAMA A partir das analíses realizadas e com base nos CSF existentes, ou seja em seus serviços ofertados, nas demandas da população e nas principais caracteristicas da região escolhida para implantar o projeto foi possível traçar alguns importantes aspectos a serem levados em conta ao consolidar o programa de necessidades. Além disso, buscou pautar-se nas dificuldades encontradas pelas equipes de Saúde da Família ao desenvolver as ações de promoção e prevenção dentro dos CSF. O novo programa proposto então, considera a capacidade para abrigar entre 3 à 4 equipes de saúde da família já que apenas no setor Morada do Sol já é possivel observar uma população que ultrapassa os 10mil habitantes. Os demais setores da redondeza, também muito populosos e com poucos serviços de saúde ofertados, podem ser contemplados pela proximidade ou mesmo pela facilidade de acesso por se localizar na Av. Mangalô.

PROMOÇÃO

SOCIAL

- Práticas Educativas > Oficina > Mini-a > Palestr > Ativida Monito - Mini-auditório; - Horta; - Espaço para Feiras e Evento

APOIO SERVIÇOS - Sanitários; - Vestiários; - Copa/Cozinha; - Área de Serviço; - DML; - Depósito


O PROGRAMA PARA CSF

PREVENÇÃO

RECUPERAÇÃO

ATENDIMENTO

as; aulas e Cursos; ras ades Físicas oradas

os;

- Consultórios > Med. Saúde da Família > Med. Clinico Geral > Psicologo > Fisioterapeuta > Nutricionista - Acompanhamentos de Enfermagem > Curativos > Aferir pressão > Nebulização > Vacinas

ADMINISTRATIVO

APOIO HOSPITALAR

- Recepção; - Espera; - Sala de Prontuários; - Administração; - Reuniões; - Sala de Agentes da Saúde; - Almoxarifado;

- Central de Esterilização; - Lavagem e Descontaminação; - Estocagem; - Expurgo;

CAPITULO 3: CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA E A COMUNIDADE 56


RDC 50 DE 2002: INSTRUÇÕES GERAIS PARA INSTALAÇÕES DE SAÚDE Para a construção de uma edificação assistencial de saúde, independente de qual será sua função, é obrigatório por lei o seguimento de critérios específicos para o correto dimensionamento dos ambientes da edificação. No centro de saúde da Família, apesar de seu caráter se voltar para a promoção e prevenção da saúde da comunidade, em suas atividades desenvolvidas encontram-se funções que necessitam de ambientes específicos e dimensionados de forma a adequar-se as leis existentes. A norma RDC 50 de fevereiro de 2002 é a responsável por amparar as normas referentes ao dimensionamento e características dos ambientes existentes nas edificações assistenciais de saúde. Por isso, durante a construção do partido deste projeto é extremamente necessário o entendimento da norma para garantir que o caráter assistencial do CSF realize suas funções da melhor forma possível. ao se elaborar o programa arquitetônico de uma EAS (Estabelecimento

Assistencial de Saúde) qualquer é necessário antes descrever quais atividades serão realizadas e assim identificar quais os ambientes necessários para a realização dessas atividades. (RDC 50, 2002, p. 25)

Para que seja possível o correto dimensionamento de um edifício é necessário primeiro compreender quais atividades serão desenvolvidas nele. Através da proposição de um novo programa com base nas carências e necessidades da região, alguns usos mostraram-se cruciais para o correto desenvolvimento das ações de promoção e prevenção de saúde que ali serão desenvolvidas. Esses usos, no programa, se caracterizam como atendimentos básicos e pequenos atendimentos de enfermagem. Caracterizadas as atividades distintas do CSF, buscou-se encaixa-las em alguns dos seguimentos normativos da RDC 50, e este foi a: Atribuição 1: Prestação de atendimento eletivo de promoção e assistência à saúde em regime ambulatorial e de hospital – dia, que nada mais é que uma série de normas dedicadas diretamente para centros de saúde da família e/ou unidades básicas de saúde que desenvolvem ações coletivas de promoção, prevenção e recuperação da saúde; vigilância epidemiológica, educação para a saúde e outras atividades já anteriormente citadas neste trabalho. Com base nisso, foi possível traçar o correto dimensionamento dos ambientes de atendimento da edificação.

CAPITULO 3: CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA E A COMUNIDADE | 57


Além de guiar quanto aos ambientes, alguns outros aspectos mais específicos são abordados pela RDC 50 de 2002 que também são de importância para o desenvolvimento do partido arquitetônico. Dentre eles vale salientar os descritos abaixo: Estacionamento: (De acordo com o Código de Obras de cada cidade) Goiânia: Se encaixa como atividade de atenção ambulatorial e odontológicas; Número de vagas por m²: até 5000m² ou mais > 1 vaga para cada 60m², onde 30% do total devem estar no lote externamente a edificação. Além disso, até 100 vagas, 2 devem ser reservadas à PCD; Se ultrapassar as 100 vagas 1% do total deve ser destinado à PCD. Circulações Verticais e Horizontais Construções com até 2 pavimentos é dispensado o uso de elevador ou rampa, pode-se apenas adequar à escada com plataformas elevatórias. (RDC 50, 2002, pag. 65) Construções com mais de 2 pavimentos é obrigatório o uso de elevador e rampa. As rampas não podem ser utilizadas como único meio de circulação vertical em edificações com mais de 2 pavimentos e elas precisam ter largura mínima de 1,50m, com no máximo 8,33% de inclinação. Quanto as escadas precisam ter largura mínima de 1,50m; espalho máximo de 0,185cm e profundidade mínima de 0,26cm para cada degrau. É proibido o uso de degraus em leque. Materiais de Acabamento de Paredes, Pisos, Tetos e Bancadas: Os materiais de revestimento de paredes, pisos, tetos e de ambientes de áreas criticas e semi-criticas devem ser resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes. Além disso, é importante priorizar nas áreas criticas acabamentos que tornem as superfícies monolíticas com o menos número possível de ranhuras ou frestas. (RDC 50, 2002, p. 78) Revestimento cerâmico para áreas criticas apenas se possuir absorção de água superior à 4%, e tintas devem ser resistentes a lavagens e ao uso de desinfetantes. Deve haver rodapé em toda a extensão do piso de forma que permita a limpeza completa dos cantos.



Cozinha Depósito Oficinas Yoga/Dança Cinema Lanchonete Sanitários Práticas Sala Multiuso Educativas Depósito Administração Arquivos Recepção Terapia Individual Terapia em Grupo Informática Brinquedoteca Almoxarifado Sala de Agentes de Saúde Apoio Reunião Direção Copa Vestiários Esterilização Arquivos Administração Atendimentos Recepção de Enfermagem Procedimentos Nebulização Vacinas Curativos Sanitários Consultórios Atendimentos DML

1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 2 4 1

22m² 7,5m² 23,5m² 23,5m² 23,5m² 10,4m² 33m² 44,35m² 6,15m² 16m² 5m² 9,8m² 11,40m² 23,40m² 23,40m² 23,40m² 4,85m² 11,5m² 9m² 7,5m² 13,5m² 10m² 6,3m² 3,5m² 7,7m² 9m² 8,15m² 8,15m² 7,7m² 8,6m² 22,40m² 10,55m² 2,80m²

332m²

65,55m²

65,25m²

67,4m²

TOTAL ÁREA CONSTRUÍDA: 1,308,65m²





Neste projeto é fundamental que a arquitetura seja capaz de trazer a projeção das necessidades do Centro de Saúde da Família. Que seja possível através dela sanar alguns dos muitos problemas presentes nesse tipo de edificação assistencial. Não só esteticamente, mas pragmaticamente as conformações de espaço trazem ao usuário uma oportunidade de vivenciar os sentimentos que guiaram aquele projeto. Contudo, traduzir condicionantes na arquitetura não é algo facilmente alcançado. Apenas através de um entendimento claro de conceitos e exemplos é possível traçar um bom plano de desenvolvimento para o projeto. Dessa forma, a análise de exemplos em busca de entender formalmente como todos esses conceitos se estabelecem é de suma importância. Para dar continuidade ao processo de construção de um partido foram selecionados três estudos de caso onde as relações de implantação, os usos e as técnicas construtivas, se adequam bem ao contexto, como o que se busca trabalhar na construção do novo Centro de Saúde da Família.



² O edifício do Centro de Arquitetura da Terra é a sede da fundação Aga Khan na cidade de Mopti. Ele abriga funções administrativas da cidade, além de servir como um espaço cultural aberto a toda a comunidade local. O terreno de implantação do projeto se encontra às margens de um dos lagos que conformam as características físicas da cidade de Mopti. Dado este fato, o edifício foi construído de forma a se integrar as pré-existências da área, sem contudo, comprometer as vistas das edificações e paisagens pré-existentes. Quanto à sua forma no espaço, o centro de arquitetura da terra, foi dividido em três volumes independentes conectados por uma cobertura metálica inclinada. Suas paredes foram construídas em BTC (blocos de terra compactada), uma técnica construtiva adaptada as condições climáticas de Mali, melhorando o conforto térmico da edificação. O projeto conta com algumas lajes abobadadas também feitas neste material. Além disso, a cobertura metálica se projeta para fora do edifício garantindo uma proteção à água da chuva e principalmente à incidência direta dos raios e sol. Já as aberturas foram definidas para favorecer e promover a ventilação natural permanente dos espaços interiores, dispensando o uso de sistemas mecânicos de condicionamento de ar. Somando-se a estas estratégias, um projeto paisagístico foi implantado na parte posterior do edifício, incluindo amplos espaços públicos e uma área de passeio conformando-se como uma praça que pode ser utilizada pela população residente. (KERÉ ARCHITECTURE, Site Archdaily, 2020)





² A clínica cirúrgica e centro de saúde é um edifício que foi construído como apoio para o hospital local. Como forma de aliviar a alta demanda do hospital existente, buscou-se construir um novo edifício que pudesse desenvolver atendimentos e serviços mais específicos a população local. Nele operam um centro cirúrgico, uma enfermaria com internação e uma maternidade. Durante sua concepção, os arquitetos responsáveis, buscaram criar uma atmosfera inclusiva fugindo da rigidez intimidante que muitas vezes caracterizam a arquitetura das instituições de saúde. Sua volumetria é composta por 10 unidades modulares dispostas livremente umas à outras dando forma à espaços dinâmicos entre si. Alguns desses espaços se conformam em praças que são comumente utilizadas pela população local. Além disso, por ser modular houve uma diminuição de custos e aceleração do processo de construção. Quanto à sua materialidade, a clínica cirúrgica e centro de saúde foram construídas em blocos BTC e sua cobertura feita através de grandes telhados metálicos sobrepostos que são responsáveis por proteger as paredes da chuva e da grande incidência solar da região. Além do mais, os telhados também são responsáveis por capturar a água da chuva característica muito conveniente para a região que pouco chove. (KERÉ ARCHTECTURE, 2014)





² O centro comunitário Vistas de Cerro grande foi um edifício construído pelo governo da cidade de Chihuahua como forma de apoio à Vistas del Cerro Grande, um assentamento irregular localizado na periferia da cidade, caracterizada pela falta de serviços, infraestrutura urbana, insegurança generalizada e a escassez de espaços públicos, sendo considerada uma área problemática e perigosa. O projeto visou o desenvolvimento da área, além da promoção da segurança e do bem estar dos habitantes locais. A região de Vistas del Cerro Grande é rodeada por montanhas, dada essa proximidade aos elementos naturais buscou-se trabalhar no projeto do centro comunitário uma relação visual com a paisagem, levando os edifícios construídos à simularem as montanhas através de sua materialidade. Ademais, para garantir uma integração ao caráter periférico e das habitações precárias que prevalecem no meio urbano, decidiu-se usar materiais tradicionais, de simplicidade construtiva: as paredes de pedra, um sistema tradicional da região. O edifício então se tornou parte da paisagem sem, contudo, ofuscar a realidade das edificações já existentes. Sua implantação é o ponto forte do projeto, ela foi definida através de uma série de exercícios conceituais pautados em informações físicas do local. Isso gerou um programa arquitetônico fragmentado, onde a distribuição de vazios constitui rotas visuais e pedonais para a população se apropriar. Ao se manter a edificação fragmentada evitou-se uma construção maciça e destoante do contexto local, onde existe uma escala claramente pequena e horizontalizada. (ARQUITETURA EN PROCESSO, SITE ARCHDAILY, 2017)





A Quadra San Cristóbal e a Fonte dos Amantes são partes de um conjunto de intervenções feitas por Barragán para uma comunidade de cavaleiros no México. Com um jogo de cores fortes e vibrantes, Barragán ressalta a geometria abstrata dos muros e dos demais elementos compositivos transformando-os em quase que um cenário. Todo o conjunto desses elementos são dotados de um mesmo caráter expressivo que os torna mais que simples ambientes, esses detalhes geram toda uma experiência ao se percorrer e se vivenciar aquele espaço. Este por sua vez, deixa de ser apenas um lugar e torna-se poesia, assim como a maioria das obras de Barrágan. Seus espaços atemporais, em repouso, criam um ambiente recluso e intimo, onde pode ser ao mesmo tempo um ponto de encontro como um ambiente para reflexão solitária, sempre aberto ao céu, sempre expressivo e acolhedor. Barragán torna seus espaços públicos em espaços intimos para reflexão. Suas formas de habitar transgridem os ambitos publicos e privados e a forma de habitar mesmo um espaço público pode ser intima e pessoal. (HOLANDA, M., SITE ARCHDAILY, 2012)







Através da análise dos condicionantes teóricos, regionais e programáticos estabelecidos na construção de um centro de saúde da família, é possível dar início ao processo de adequação dos dados coletados à um espaço arquitetônico e, para que isso seja possível, primeiramente deve-se estabelecer um partido. De acordo com Biselli (2011) apud Bastos (2016), o partido arquitetônico pode ser considerado como a discussão e a predefinição dos aspectos que irão nortear a implantação, distribuição de um programa, estrutura e relações de espaço de um projeto arquitetônico. Seguindo a mesma linha, Lemos (2003) apud. Bastos (2016), diz que o partido também pode ser entendido como uma consequência formal dos condicionantes arquitetônicos estudados previamente, ou seja, as técnicas construtivas, o clima, a topografia, o programa, o lugar, entre outros, são alguns exemplos de fatores que influenciam diretamente como se conformará o processo de projeto.

Ao se estabelecer condicionantes específicos para o projeto de um Centro de Saúde da Família é preciso antes compreender como a relação entre público e privado se estabelece na arquitetura. Hertzberger (2002) define como público, uma área acessível a todos a qualquer momento cuja a responsabilidade por sua manutenção é assumida coletivamente. Já o privado é uma área cujo acesso é determinado por um pequeno grupo ou por uma pessoa, que tem a responsabilidade de mantê-la. (HERTZBERGER, 2002, p. 12) Para que seja possível criar um Centro de Saúde da Família que propicie a interação com a comunidade é preciso equacionar a relação entre espaços públicos e espaços privados buscando-se uma interlocução entre esses dois mundos. Hertzenberg (2002) chama esse tipo de espaço como “o intervalo” numa associação entre a rua, a casa e a soleira: A soleira fornece a chave para a transição e a conexão entre áreas com demarcações territoriais divergentes e, na qualidade de um lugar por direito próprio, constitui essencialmente, a condição espacial para o encontro e o diálogo entre áreas de ordens diferentes. O valor deste conceito é mais explícito na soleira par excellence, a entrada de uma casa. Estamos lidando aqui com o encontro e a reconciliação entre a rua, de um lado, e o domínio privado, de outro. (HERTZBERGER, 2002, p.32)



A soleira como espaço de interlocução surge como um meio termo entre o público e o privado ali existente. Se apresenta como um local acessível e próximo aos dois polos, onde você precisa passar para transitar de um mundo ao outro: a concretização da soleira como intervalo significa, em primeiro lugar e acima de tudo, criar um espaço para as boas-vindas e as despedidas, e, portanto, é a tradução em termos arquitetônicos da hospitalidade. Além disso a soleira é tão importante para o contato social quanto as paredes grossas para a privacidade. Condições para a privacidade e condições para manter os contatos sociais com os outros igualmente necessárias. Entradas, alpendres e muitas outras formas de espaços de intervalo fornecem uma oportunidade

para

a

“acomodação”

entre

mundos

contíguos.

(HERTZBERGER, 2002, p. 35)

Pensar o Centro de Saúde da Família e seu apelo comunitário é observar que um dos principais pontos seria a criação desse espaço interlocutor entre a rua e o edifício, permitindo assim que as pessoas se sintam convidadas a entrar. Para esse espaço é primordial considerar sua qualidade. Formulas, ações e pequenas mudanças que diminuam a discrepância entre um mundo e outro. Mudanças pontuais como bancos, muretas, plantas e espaços sombreados são exemplos de modificações que causam nas pessoas, durante sua transição, uma sensação de conforto e acolhimento, tornando-se um literalmente um convite para entrar, como se o espaço se expressasse com palavras: “ei, você pode entrar, aqui você é bem-vindo.” Hertzberger (2002, p. 79) pontua, também, que a forma construída deve oferecer o máximo de acesso à rua sendo necessária a permeabilidade clara para que as pessoas possam deslocar-se de tal modo que, não só as fronteiras entre o exterior e o interior se tornem menos explicitas, como também se atenue a rígida divisão entre o domínio privado e o público, fortalecendo a relação de boas-vindas tão necessárias nessa proposta. Através da modificação e do correto planejamento do espaço, a arquitetura é capaz de construir além de edifícios, sensações e significados: a arquitetura, graças as qualidades evocativas de todas as imagens explicitamente espaciais, formas e materiais, possui a capacidade de estimular determinado tipo de uso. Ao selecionar os meios arquitetônicos adequados, o domínio privado pode se tornar menos parecido com uma fortaleza e ficar mais acessível, ao passo que, por sua vez, o domínio público, desde que se torne mais sensível as responsabilidades individuais e a proteção pessoal daqueles que estão diretamente envolvidos, pode se tornar mais intensamente usado e portanto mais rico. (HERTZBERGER, 2002, p. 86)


A partir de toda a trajetória percorrida para o entendimento de como deveria ser um Centro de Saúde da Família alguns aspectos tornaram-se relevantes para a concepção da proposta de projeto: a visibilidade; a interação com a comunidade; o pertencimento; a ponte para o meio acadêmico; e a interação entre a arquitetura e o entorno. Esses foram os pontos chaves para dar início ao desenvolvimento formal do projeto deste CSF. • Visibilidade: Para que um edifício seja utilizado é necessário que ele seja visto, reconhecido e apropriado pela comunidade. A grande maioria das CSF existentes na região Noroeste se camuflam como casas, com apenas pequenas placas advertindo-nos de sua função. A ausência de pregnância formal pode ser um dos fatores que minimiza seu potencial de interação comunitária. • Interação e Integração com a Comunidade: Para que haja uma comunicação entre o edifício e a população local é importante que o CSF se mantenha aberto, ou seja, que ele atue convidando a comunidade a adentrar seu espaço e conhecer suas atividades. As CSF existentes em Goiânia, e principalmente na região Noroeste, normalmente são casas com grandes muros e portões fechados, o que torna a permeabilidade quase inexistente. A falta de contato entre edifício e rua torna-o pouco acessível e convidativo. Retira-o do uso público e o coloca numa posição de uso restrito e privado, limitando o diálogo entre a edificação e o lugar. É importante que a comunidade se sinta motivada a utilizar o espaço. Assim seria possível levar as ações de promoção e prevenção desenvolvidas na CSF até a comunidade local. • Pertencimento: Além de se mostrar permeável, é importante que o espaço se traduza como um lugar acolhedor destinado a cuidar das pessoas. Mais do que apenas um ambiente que você procura quando está doente, um CSF busca promover um novo estilo de vida, seja no âmbito físico, mental ou social e para que isso seja possível é crucial que a comunidade se sinta bem-vinda naquele espaço. A escala humana, íntima e acolhedora leva naturalmente as pessoas a fazerem uso do espaço.


• Ponte para o meio Acadêmico: O CSF tem potencial para se tornar uma ponte de integração entre a comunidade científica e a população. Ao se pensar espaços destinados a ações extensionistas de diferentes áreas é possível elevar ao máximo a capacidade de promoção de saúde e qualidade de vida. O vínculo entre a área acadêmica pode possibilitar uma transição entre múltiplos profissionais que desempenham diferentes ações contribuindo para a melhoria dos mais diversos âmbitos da vida daquela comunidade. • Interação entre a Arquitetura e o Entorno: A postura arquitetônica responsável por dar forma ao CSF necessita interagir com as pessoas e com sua cultura. É essencial que o CSF atue positivamente na região em que será implantado, tornando-se, assim, parte da experiencia de vida daquela comunidade. A arquitetura pode se tronar protagonista de um novo momento para o bairro de modo a levar melhoria para o espaço urbano, assumindo um papel ativo na configuração espacial preexistente. A linguagem arquitetônica deve ser pensada para estabelecer esse diálogo. Muito do que vemos, da espetacularização como um traço da produção arquitetônica recente e suas extravagâncias, tendem em grande parte falar mais de si mesmas do que para seus usuários, o que pode causar um distanciamento e fazer com que as pessoas não se sintam pertencentes a elas. São intervenções que ignoram o contexto e as existências adjacentes. Além disso, considerando que as unidades do CSF estão presentes em várias regiões da cidade – construção em série – e que são custeadas pelo poder público, a racionalidade e o custo são premissas que certamente devem nortear o projeto. • Tecnologia construtiva acessível e adaptável: A tecnologia construtiva a ser utilizada para a construção do CSF é uma decisão importante a ser considerada pois suas características influenciam os rumos formais nos quais o projeto deve se ater. Questões como custo, disponibilidade de mão de obra e dificuldade de execução são tópicos importantes a serem considerados. Visto isso, optou-se por utilizar o sistema construtivo de alvenaria de vedação, pois é além de ser um dos sistemas mais utilizados no Brasil – e por isso é vastamente conhecidos pela população – possui um baixo custo, grande disponibilidade de matéria prima, fácil acesso à mão de obra e por possuir o sistema de laje-viga-pilar dispor uma planta flexível facilitando possíveis reformas e alterações dos ambientes.


CAPITULO 5: PARTIDO E SUAS CONDICIONANTES 1


0

2KM

4KM

0

2KM

4KM

0

2KM

4KM



0

0,75KM

1,5KM




ACESSO

N

RUA DO SERENO

ESTACIONAMENTO

2m 0m

8m 4m

12m


ACESSO AV. MANGALÔ

ACESSO

Para garantir a permeabilidade do espaço e instigar a população a fazer uso do terreno buscou-se trabalhar com diversos acessos em diferentes pontos do terreno. Seja qual for a rua, pode-se facilmente acessar o terreno.

ACESSO ACESSO


Para possibilitar a criação de diversos acessos no terreno a solução topografica trabalhada foi de suma importância para reforçar a permeabilidade do projeto. A fim de possibilitar o fácil acesso aos espaços públicos, semi-públicos e privados do Centro de Saúde da Família optou-se por estabelecer um grande pátio interno que em toda sua extensão. Este pátio por sua vez encontra-se em um mesmo nivel em toda sua extensão.

CORTE LONGITUDINAL BLOCO 1

2m 0m

8m 4m

12m

Além disso, os dois blocos do Centro de Saúde da Família também estão posicionados nesse mesmo nivel o que facilita o percurso e o acesso entre eles. Com a finalidade de tornar possível a criação deste grande pátio optou-se por posciona-lo no nivel em que estava grande parte do terreno se encontra, e os acessos feitos foram feitos através de escadas e rampas externos à ele.


AV. MANGALÔ

TERRENO ORIGINAL COM CAIMENTO DE APROXIMADAMENTE 3.0M

A MAIOR PARTE DO TERRENO SE ENCONTRA À -1.0M EM RELAÇÃO À CALÇADA, ENTÃO O PLATÔ FOI POSICIONADO NESTE NIVEL EVITANDO GRANDES MOVIMENTAÇÕES DE TERRA


RUA DO SERENO

N

PRÁTICAS EDUCATIVAS OFICINAS - AULAS - PALESTRAS E ATIVIDADES VOLTADAS À COMUNIDADE.

LANCHONETE

ESTACIONAMENTO

2m 0m

8m 4m

12m

APOIO

ENFERMA

APOIO AOS FUNCIONÁRIOS E FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

CURATIVOS NEBULI


SOLEIRA TRANSIÇÃO ENTRE PÚBLICO E PRIVADO

O programa do Centro de Saúde da Família divide-se em duas principais funções às de promoção a saúde (Práticas Educativas) e as de prevenção e recuperação da saúde (Atendimentos Gerais). Dada essa dualidade optou-se por trabalhar com dois blocos distintos, visto que as atividades desenvolvidas possuem diferentes caracteristicas e requerem niveis soluções específicas. O Bloco 1, de Práticas Educativas, possui uma maior conexão com a comunidade portanto decidiu-se localiza-lo próximo a rua, uma vez que o nivel de privacidade exigido é menor. Já o Bloco 2, de Atendimentos Gerais, por tratar e receber pacientes e pessoas muitas vezes em estado de vulnerabilidade requer um nivel de privacidade maior. As atividades ali desenvolvidas muitas vezes precisam de um ambiente calmo e tranquilo para que a experiência do usuário seja a melhor possível. Visto isso foi necessário distancia-las das demais atividades.

GEM VACINAS ZAÇÃO

ATENDIMENTOS CONSULTÓRIOS - ASSISTÊNCIA SOCIAL ETC.


N

LEGENDA BLOCO 1: PRÁTICAS EDUCATIVAS BLOCO 2: ATENDIMENTOS GERAIS POSSIBILIDADE DE EXPANSÃO DA EDIFICAÇÃO; 2m 0m

8m 4m

12m


Por ser um projeto de cunho social, o Centro de Saúde da Família deve ser costruído de forma rápida, barata e que permita uma certa flexibilidade quanto ao programa e seu layout. Em razão disso, optou-se por utilizar um sistema comum de pilares, vigas e lajes de concreto com vedação de blocos cerâmicos. Quanto à disposição da estrutura, foram estabelecidos dois eixos diferentes para cada bloco visto que as atividades desenvovidas neles são distintas e requerem espaços especificos para que melhor sejam exercidas.


RUA DO SERENO

RUA MARINHO PARAGUASSÚ LEMOS

HORTA/POMAR

2m 0m

8m 4m

12m


Os dois blocos foram organizados de forma a melhor se adequarem aos seus usos. Os fluxos são canalizados na soleira, tornando-a o principal ponto de encontro do projeto.

N


Por se localizar em um bairro bastante horizontalizado, buscou-se manter o Centro de Saúde da Família como uma construção térrea. Apesar disso, explorou-se diferentes alturas na busca por uma variedade visual quebrando assim a monotonia e é claro, possibilitanto um maior conforto aos ambientes que necessitam alturas específicas.

CORTE TRANSVERSAL BLOCOS 1 E 2

2m 0m

8m 4m

12m

CORTE LONGITUDINAL BLOCO 2

2m 0m

8m 4m

12m

OS BLOCOS POSSUEM LAJE, VISTO ISSO, OPTOU-SE POR USAR PONTALETES COMO SOLUÇÃO PARA ESTRUTURAR O TELHADO VISTO QUE É UMA FORMA MAIS ECONOMICA E QUE GERA MAIOR PRATICIDADE DURANTE A OBRA.


Além da vedação de blocos cerâmicos, alguns espaços receberam a vedação de cobogós, possibilitando iluminação e ventilação naturais, além de uma experiencia sensitiva em seus espaços dada as formas que a luz adentra a edificação. Foram utilizados dois modelos de cobogó populares facilmente encontrados no mercado. Ambos de concreto podendo receber ou não pinturas.

TIPO 1 Cobogó tipo Composé

TIPO 2 Cobogó tipo Triangular


PAUTADO NO DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE PROMOÇÃO DE SAÚDE JUNTO A COMUNIDADE O BLOCO 1: PRÁTICAS EDUCATIVAS CONTA COM SALAS MULTIUSOS QUE POSSIBILITAM A INTERAÇÃO E EXTENSÃO DOS PROGRAMAS ALI DESENVOLVIDOS PARA AS FAMÍLIAS DA REGIÃO. O EDIFICIO CONTA COM SALAS PARA OFICINAS, DANÇAS, CINEMA, BRINQUEDOTECA, TERAPIA EM GRUPO E INDIVIDUAL, COZINHA E UMA LANCHONETE.




BASEANDO-SE NAS AÇÕES DE PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE, O BLOCO 2: ATENDIMENTOS GERAIS, ENGLOBA AS ATIVIDADES ESPECIFICAS DESENVOLVIDAS EM UM CENTRO DE SAÚDE, TAIS COMO CONSULTAS, ATENDIMENTOS, VACINAS, CURATIVOS, ETC. ALÉM DESSAS ATIVIDADES DE ATENDIMENTO EM GERAL, OPTOU-SE POR COLOCAR NO BLOCO 2 OS AMBIENTES DE APOIO AOS FUNCIONÁRIOS UMA VEZ QUE AS ATIVIDADES NELE DESENVOLVIDAS REQUEREM UMA MAIOR PERMANÊNCIA DOS PROFISSIONAIS NAS INSTALAÇÕES.


NO BLOCO 1 LOCALIZA-SE UMA LANCHONETE. É UM ESPAÇO DEDICADO AOS USUÁRIOS DO CENTRO DE SAÚDE E À POPULAÇÃO EM GERAL, PERMITINDO ASSIM UMA MAIOR CONEXÃO COM A COMUNIDADE. ALÉM DISSO O CANTEIRO AO LADO PODE SER UTILIZADO COMO HORTA OU POMAR TORNANDO AINDA MAIOR AS POSSIBILIDADES DE INTERAÇÃO ENTRE O CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA E A COMUNIDADE LOCAL.



O SETOR MORADA DO SOL É REPLETO DE DIVERSIDADE QUANDO SE DIZ RESPEITO AOS MATERIAIS UTILIZADOS NO ACABAMENTO DAS CASAS ALI EXISTENTES, DITO ISSO, O CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA BUSCOU TRAZER ESSA REPRESENTATIVIDADE EM SUA MATERIALIDADE. O JOGO DE CORES E A MISTURA DE CONCRETO E TIJOLO CERÂMICO ALÉM DE SE ASSEMELHAR A DIVERSIDADE EXISTENTE NO BAIRRO, TRÁS CONSIGO A SENSAÇÃO DE ACONCHEGO E PERTENCIMENTO POR SER ALGO COMUM NA VIDA DAS PESSOAS.



PARA QUE FOSSE POSSIVEL A VENTILAÇÃO E ILUMINAÇÃO NATURAL DE TODAS AS SALAS DE AMBOS OS BLOCOS, OPTOU-SE POR CRIAR PEQUENOS JARDINS INTERNOS. ALEM DA ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO NATURAL OS JARDINS PROMOVEM UMA MAIOR PRIVACIDADE ENTRE A SALA E MELHORAM A QUALIDADE DO ESPAÇO PARA SEUS USUÁRIOS. ALÉM DISSO ALGUMAS FORAM UTILIZADOS COBOGÓS QUE PERMITEM UMA MELHOR CIRCULAÇÃO DE AR E ENTRADA DE LUZ.




A MATERIALIDADE NO INTERIOR DE AMBOS OS BLOCOS É FEITA ATRAVÉS DE PINTURAS NAS PAREDES (BRANCA EM SUA MAIORIA, APENAS A PAREDE DA RECEPÇÃO ACOMPANHA O ROSA DO PÓRTICO DA SOLEIRA) E COM PISO VINILICO PROPRIO PARA INSTALAÇÕES HOSPITALARES E DE ALTO FLUXO DE PESSOAS.



A SOLEIRA É UM ESPAÇO DE INTERLOCUÇÃO ENTRE DOIS MUNDOS. A CONEXÃO ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO SE FAZ ATRAVÉS DELA. CONSIDERADA COMO UM ESPAÇO SEMI-PÚBLICO ONDE A PROTEÇÃO E ACONHEGO DO ESPAÇO PRIVADO SE FAZ PRESENTE, SEM QUE A SENSAÇÃO DE AVENTURA DOS ESPAÇOS PÚBLICOS TENHA IDO COMPLETAMENTE EMBORA.




A SOLEIRA NÃO É UM ESPAÇO COM UMA FUNÇAÕ ESPECÍFICA, ELA É APENAS UM ESPAÇO SIMBÓLICO, UM LUGAR ONDE AS PESSOAS SE SENTIRÃO CONECTADAS À ELE. UM ESPAÇO ONDE TRANSIÇÃO ENTRE OS DOIS MUNDOS E PERMITE UMA SENSAÇÃO DE PERTENCIMENTO E REFLEXÃO.




“A SOLEIRA NÃO EXISTE ENQUANTO FUNÇÃO, ELA EXISTE ENQUANTO POESIA"




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FIGURAS Figura 1.1 FERREIRA, S. Secretaria de Saúde realiza ações de combate a hipertensão nas Unidades de Saúde do município. Site Prefeitura de Marechal Deodoro, 2019. Disponível em: <http://www.marechaldeodoro.al.gov.br/2019/04/secretaria-de-saude-realiza-aco es-de-combate-hipertensao-nas-unidades-de-saude-do-municipio/> Figura 3.2 PREFEITURA DE CURITIBA. Saúde da Família leva atenção para perto do paciente e reduz filas em outros serviços. Site Prefeitura de Curitiba, 2016. Disponível em: <https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/saude-da-familia-leva-atencao-para-pert o-do-paciente-e-reduz-filas-em-outros-servicos/39911> Figuras 4.9 e 4.10 KERE ARCHITECTURE. Surgical Clinic in Léo. Site Archilovers, 2014. Disponível em: <https://www.archilovers.com/projects/127540/surgical-clinic-in-leo.html> Figuras 4.17 à 4.20 ARCHDAILY. Clássicos da arquitetura: quadra san cristóbal e fonte dos amantes / Luis Barragán. Site ArchDaily Brasil, 2012. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-68137/classicos-da-arquitetura-quadra-sancristobal-e-fonte-dos-amantes-luis-barragan>

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CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA


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