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requalificar samambaia herivelton bispo

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requalificar samambaia

Herivelton Bispo L. Magalhães

Samambaia, localizada na parte sudeste do Distrito Federal, se desenvolveu com o avanço de ocupações unifamiliares e comércio local, que caracterizou sua malha urbana com um desenho fragmentado e espraiado, e ocasionou a formação de grandes áreas de vazios urbanos e lotes ociosos.

Sendo uma região central de conexão entre bairros adjacentes, Samambaia apresenta um potencial de crescimento que pode gerar novos núcleos de atividades e empregos, moradias e lazer. O projeto consiste na requalificação do centro urbano a partir da criação de novas conexões e novas volumetrias, visando sempre o conforto do pedestre e a qualidade das áreas públicas, defendendo a ideia de se manter a malha existente, o máximo possível, atuando somente nas áreas vazias e públicas.

Essa escolha é importante pois permite que o projeto possa ser aplicado com mais velocidade, por se tratar de áreas públicas, visando o desenvolvimento gradativo da demanda por comércio e serviço, ainda assim incentivando a criação de novas moradias, reforçando o papel social da cidade, com objetivo de suprir um déficit habitacional e a oportunidade de uma família poder estruturar toda a sua rotina e vida dentro da cidade.

Os pontos e intervenções do projeto giram em torno de 4 tópicos: Construção da via Transbrasília, Impedimento da expansão do metrô, manter o existente e priorizar o pedestre.

A via transbrasília consiste na criação de uma conexão entre centros urbanos, desde Samambaia até a Asa Sul, a partir do aterramento das linhas de transmissão de alta tensão. O uso das diretrizes e parâmetros estabelecidos em seu documento (DIUR 03/2018), para a proposta do novo loteamento e novas tipologias na região do centro urbano e para as demais áreas, tem o intuito de promover uma linguagem e uma identidade para a cidade. Hoje o metrô supri cerca de 8% da população de Samambaia como o meio principal para ir ao trabalho. A expansão de uma linha que é subutilizada até uma área de baixa densidade, sabendo do potencial de conexão que a construção da Transbrasília e uma melhoria no sistema de integração e mobilidade do transporte público pode oferecer, é mais eficaz que se use esse investimento para a melhoria das conexões da malha urbana já existente.

O objetivo de se manter o existente é construir as conexões e novas volumetrias considerando ao máximo a malha urbana existente. Mesmo nas grandes áreas residenciais unifamiliares é pensado na requalificação somente da área pública, principalmente pelo fato da criação de micronúcleos de comunidade que cada quadra desenvolve. A criação de áreas livres públicas acessíveis e seguras para o pedestre é pensada com estratégias como: dimensionamento correto das calçadas, criação de vias compartilhadas em áreas de menor fluxo de veículos, determinação de fachadas ativas em novas edificações e a possibilidade de readequação das edificações existentes e a criação de vias peatonais para melhorar a rede de mobilidade do pedestre e diminuir o tamanho das distâncias.

Orientadora: Gabriela Tenorio e Giselle

Chalub Banca:Maria Cláudia Candeia, Mônica Fiuza Gondim, Valério Augusto S. de Medeiros, Hiatiane Cunha de Lacerda

rodoferoviária - estação central brt

Intervenção sobre preexistência aliada à mobilidade urbana

Jeferson Santos

Quatro frentes compõem o projeto: rede de transportes do Distrito Federal; intervenção urbanística no contexto da Rodoferroviária, intervenções arquitetônicas na Estação Ferroviária de Brasília como terminal, e Shopping Popular de Brasília com nova ocupação de órgãos públicos atualmente na estação. A Rede de Transportes do Distrito Federal consiste na criação de linhas de BRT, transporte de massa de baixo custo relativo, que atendam todas as regiões administrativas, principalmente trajetos para o Plano Piloto. Ela se aproveita de estudos de expansão previstas, porém com adaptações e adições: 1. Expansão Metrô: Asa Norte e Samambaia; 2. VLT-Eixo Monumental, Aeroporto e W3: modal BRT; 3. BRT-Novas linhas entre Plano Piloto e Regiões Administrativas pelas principais rodovias, integração com Metrô, bicicletas compartilhadas, e linhas circulares.

A rede propõe 67 estações de metrô integradas com 413 estações de BRT, distribuídas por 428,4 km de vias adequadas a esse modal. A requalificação urbana adequa a região da Rodoferroviária às demais intervenções. Indicou-se a demolição do viaduto de acesso do Eixo Monumental à via EPIA sentido sul. Em seu lugar, mantendo o fluxo já consolidado, é indicada uma via rebaixada, o que melhora a paisagem de fechamento do Eixo Monumental. Foram pensadas também alças de acesso, também rebaixadas, para os veículos de BRT. Concebida seguindo os fluxos existentes entre o Cruzeiro e a estação, os pedestres ganham uma passagem rebaixada ampla e segura. A praça foi projetada partindo dos fluxos de pedestres predominantes, proporcionando um ambiente não engessado, de áreas mais e menos arborizadas e elementos em cobre patinado. A intervenção na Estação Ferroviária de Brasília visa o uso como Terminal Rodoferroviária da rede de transporte, dando ao edifício uso cotidiano intenso, auxiliando na preservação patrimonial e também retomando o caráter transporte. O subsolo é ampliado, com a criação de pátios entre o terminal e a plataforma, dando mais salubridade aos ambientes. Procurou-se manter, mesmo em parte, vegetação nesses novos espaços. O térreo chama quem chega ao edifício de BRT ou pela praça, com os painéis de azulejos de Athos Bulcão destacados, novos forros de madeira e áreas de estar. O pavimento superior apresenta usos lúdicos, como reativação do restaurante, criação de área de estudos, sala/auditório multiuso e Museu do Transporte de Brasília. A intervenção no Shopping Popular complementa o Terminal e se aproveita de um edifício polêmico em estética e importância no sítio, construído com recursos públicos. Esteticamente, ela busca amenizar o caráter destoante do contexto. Foram prensados brises em cobre patinado. O material, que mantém seu caráter natural de forma refinada, apesar de também chamar atenção, conversa com a praça, já tendo sido utilizado, e não tão agressivo como o policarbonato azul. O interior possui 4 blocos de salas entre áreas abertas, com luz natural e jardins, promovendo melhor estética e salubridade.

Orientadora: Cláudia Garcia

Banca:

Ana Elisabete Medeiros, Monica Fiuza Gondim

Imagens fornecidas pelo autor.

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