2 minute read

magalhães jeferson santos thermae juliana alves dullius

thermae

Juliana Alves Dullius

Advertisement

Imagens fornecidas pela autora.

Termas é um termo que se refere aos locais de banhos públicos utilizados pelos romanos na Idade Clássica. A construção das termas clássicas foi ocasionada devido o desenvolvimento dos aquedutos em várias das cidades antes partes do Império Romano. O ato de se banhar diariamente é citável dentro do contexto clássico como derivado de cultos a divindades mitológicas como Hígia (Deusa da Saudade, da Limpeza e da Sanidade) e Panaceia (Deusa da Cura), ambas ditas filhas de Esculápio (Deus da Medicina). Contudo, com o crescimento do Cristianismo no Império Romano a associação entre os Banhos Públicos e o paganismo em sua origem ocasionaram proibições e seu declínio. Todavia algumas terapias relacionadas a prática da sauna conseguiram se restabelecer no Renascimento ao Norte da Europa e se mantiveram ao longo do tempo em Regiões da Ásia. Entretanto, somente na contemporaneidade o reassumir da água como um espaço de lazer é visto entre vários arquitetos. Os banhos públicos eram considerados comuns e cotidianos, hábitos praticados pelas mais diversas classes sociais e a partir de tal conceituação se iniciou e se estabeleceu esse projeto. O ritual de banhos tradicional foi identificado e revisto: a sequência iniciada no apodyterium (uma câmara para se despir/trocar), em seguida o frigidarium (camâra de água fria), para o tepidarium (câmara morna) e logo o caldarium (banho quente). Após tais processos se realizava o retorno ao tepidarium para massagem (óleos/mirra/ raspagem). E o relaxamento nas salas secas (laconium) para finalização da sudorese. E enfim o retorno ao frigidarium para o fechamento dos poros e saída. Thermae, o complexo de banhos desenvolvido situa-se em uma pedreira de mármore desativada na província de Massa-Carrara na Itália. Tal local é escolhido com a intenção de reinterpretação de seu passado. O projeto foi composto por meio de formas ortogonais e foi implantado de modo a explorar a geografia acidentada do local e, assim, oferecer aos visitantes e banhistas visuais privilegiadas e momentos de contemplação.

A arquitetura apresentada em Thermae visa trazer a essência dos rituais clássicos de banhos romanos para o contemporâneo e ao mesmo tempo, integrar-se a natureza que o circunda. Para tanto, definiu-se os pontos em que se minava água da pedreira como local para implantação das piscinas e a partir desses pontos estabeleceu-se a centralidade da forma. A conexão entre as piscinas se concebeu um circuito ritualístico e conexão entre as piscinas.

O desígnio do projeto não é somente o reinterpretar da água, mas sim incitar a regeneração do local apropriado em um ambiente comunitário. Assim sendo a concepção desse balneário público oferece uma opção para a higienização e hidroterapia, mas também se manifesta em um projeto utópico que dialoga com o sublime e a intimide humana.

Orientador: Eliel Américo

This article is from: