centro de acolhimento e cultura Ă mulher orientanda: fayne rafaela araĂşjo lopes | orientadora: andrĂŠa de oliveira tourinho
Para Maria Luíza e Ana Alícia
Ao meu ex-patrão, Mauro Mariano Marcondes, pelo apoio e suporte que sempre recebi durante os meus três anos e meio de trabalho ao seu lado.
OBRIGADA
Aos amigos, aqueles de fora da graduação que pacientemente estiveram ao meu lado, mesmo que não fisicamente, durante estes duros cinco anos e aqueles que a arquitetura e urbanismo me proporcionaram, amigos com quem sorri, que vivenciaram a graduação ao meu lado e com quem compartilhei aprendizados, saberes, carinho, tempo. Agradeço aos meus pais, Lúcia e Rivelino, por me incentivarem ao crescimento, pelo amor e carinho que sempre me proporcionaram, por estarem ao meu lado nos momentos mais difíceis, por sempre me darem o suporte necessário e por me proporcionarem a possibilidade de evoluir através da educação. Às minhas irmãs, Tayná e Ana Alícia, e minha sobrinha, Maria Luiza, por me inspirarem a desenvolver este tema, que nos cerca há tempo demais, neste trabalho. À minha orientadora, Andréa de Oliveira Tourinho, por abraçar a minha vontade de projetar algo para nós, mulheres, por me cativar desde o nosso primeiro encontro durante as aulas de Teoria e História do Urbanismo, pelas orientações, pelos conselhos, por me conduzir na aventura da modernidade.
Aos meus colegas de orientação, pela ajuda durante este ano intenso, pelos momentos de riso e por me apoiarem e me ajudarem a me reerguer todas as vezes em que achei que não conseguiria. Um obrigada especial aos amigos que cultivo desde o primeiro ano da graduação, Amanda Ferreira, Fernanda Galdino, Gyovanna Freire, Júlia Lumena, Letícia Souza, à minha dupla de projetos, Stephanie Cristina, com quem aprendi, projetei, ri, chorei, vivi. Ao Felipe Menezes, amigo que carrego no coração, com quem compartilho orientadora e, mais do que ninguém, me apoiou nos momentos difíceis deste ano. Por último, à toda mulher que, em algum momento de adversidade, levantou a cabeça e disse: Eu consigo!
Maria, Maria, É um dom, Uma certa magia Uma força que nos alerta Uma mulher que merece Viver e amar Como outra qualquer Do planeta Maria, Maria, É o som, é a cor, é o suor É a dose mais forte e lenta De uma gente que rí Quando deve chorar E não vive, apenas aguenta Mas é preciso ter força, É preciso ter raça É preciso ter gana sempre Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria Milton Nascimento
Maria, Maria, Mistura a dor e a alegria Mas é preciso ter manha, É preciso ter graça É preciso ter sonho sempre Quem traz na pele essa marca Possui a estranha mania De ter fé na vida...
SUMÁRIO
01 02 03 04
INTRODUÇÃO Problemática
11 13
LUGAR Expansão do bairro Legislação Plano Regional Morfologia Urbana
14 17 20 22 24
ÁREA DE INTERVENÇÃO Terreno Parque Linear da Integração Zilda Arns
34 35 38
TEMA Programas para mulheres Políticas Públicas Programa Mulheres Mil Casa da Mulher Brasileira Centros Temporários de Acolhimento Casa Abrigo Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher Centros de Referência à Mulheres em Situação de Violência Centros de Cidadania da Mulher
42 43 43 43 44 45 46 47 48 49
05 06
REFERÊNCIAS PROJETUAIS Centro de Oportunidades Para Mulheres Urban Womb
50 51 53
PROJETO Programa de necessidades Alojamento Atendimento Médico e Psicológico Ensino de Jovens e Adultas + Ensino Profissionalizante Partido Revitalização do Parque Linear Raciocínio estrutural Peças Gráficas
55 56 58 62 62 63 64 65 67
07
REFERÊNCIAS 88 Biliográficas 89 Iconográficas 91
1. INTRODUÇÃO
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introdução
A segregação socioespacial tão estudada pelo arquiteto Flávio Villaça (1998) continua presente. Além dos problemas de trabalho e deslocamento, pesquisas mostram, todos os anos, os números de violência à mulher crescendo, assim como a quantidade de mães solteiras, crianças sem o nome do pai na certidão de nascimento, mulheres desamparadas, vivendo à margem da sociedade, isoladas nos bairros periféricos, onde carecem políticas públicas eficientes.
1.
INTRODUÇÃO
Desde o início da expansão de São Paulo, quando a mancha da urbanização ocupou e ultrapassou as várzeas paulistanas, a área central da cidade concentra a maioria dos comércios, serviços, equipamentos culturais, assim como de empregos. No entanto, é preciso reconhecer que os processos da urbanização atual não nos permitem definir a cidade somente em termos de dualidade entre um centro bem servido e ampla massa da periferia. A cidade conta, também, em suas áreas mais periféricas, com subcentros, ou mesmo novas concentrações de serviço e comércio. Mesmo com a consolidação de grande parte da periferia nas últimas décadas, ainda há um grande deslocamento diário de pessoas que atravessam a cidade para trabalhar nas áreas centrais, muitas das vezes, são mulheres com dupla e até tripla jornada de trabalho.
Como lugar de estudo, o bairro de São Mateus, na periferia da Zona Leste de São Paulo, é o recorte espacial deste Trabalho Final de Graduação, em que se busca, a partir de um estudo do lugar - onde é possível evidenciar as carências do bairro -, propor a inserção, no tecido urbano existente, de um equipamento público voltado para as mulheres, aproximando-o do Parque Linear da Integração Zilda Arns, que passa pelo bairro. Este trabalho está dividido em seis partes, sendo elas: a) problemática, em que se expõe os motivos e inquietações que nos conduziram até aqui; b) lugar, em que se realiza um estudo do entorno da área de intervenção, assim como das legislações vigentes no território e da morfologia do lugar; c) área de intervenção, em que nos aproximamos do perímetro de inserção do projeto; d) tema, com a fundamentação teórica do trabalho; e) referências projetuais; e, f) projeto, em que se apresenta a proposta de Centro de Acolhimento e Cultura para Mulheres.
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introdução | problemática
PROBLEMÁTICA
A partir do levantamento destes dados, fica evidente como as mulheres - que constituem a maior parte da população brasileira - são as mais afetadas negativamente pela organização social. Surge, então, uma inquietação para que existam equipamentos que possam dar suporte médico e psicológico, cultural e educacional e acolhimento às mulheres de baixa renda, pautados em políticas públicas, podendo, assim, oferecer oportunidades de qualificação profissional e reinserção das mulheres na sociedade.
Entre 2005 e 2015, o número de famílias lideradas por mulheres solteiras aumentou em mais de um milhão, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou que mais de 5,5 milhões de crianças brasileiras não possuem o nome do pai na certidão de nascimento. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o Brasil está acima da média no índice referente à gravidez na adolescência na América Latina. Uma pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) aponta que o Brasil possui mais de 100 mil moradores de rua, 40,10% desta população se encontra em grandes metrópoles, sendo 24,29% na região sudeste brasileira. A prefeitura da cidade de São Paulo possui 19 Centros Temporários de Acolhimento (CTA) para pessoas que precisam de rápida acolhida, mas apenas 5 possuem vagas femininas e apenas 2 acolhem organizações familiares. A Zona Leste conta com 6 CTA e apenas 2 oferecem abrigo para mulheres. Uma situação alarmante no que se refere às mulheres. Em 2018 foram registrados 4.461 casos de assassinato a mulheres, um aumento em 34% em relação a 2016, quando o CNJ passou a acompanhar tais casos, após a criação da Lei do Feminicídio em 2015. Além disso, o número de casos registrados envolvendo violência contra a mulher cresceu em 13% durante os dois últimos anos, ultrapassando a marca de um milhão. Figura 1: Semana de Arquitetura e Urbanismo 2017 - Visita ao Coletivo São Mateus em Movimento por Gyovanna Freire; Colagem de manchete do jornal Folha de São Paulo (set 2019). Fonte: edição realizada pela autora.
A partir dessa inquietação, passamos a buscar um local para a implantação do referido equipamento na cidade de São Paulo. Sabendo-se que a maior concentração de mulheres que se encaixam nas estatísticas apontadas acima é nas regiões periféricas, o bairro de São Mateus foi escolhido para tal projeto. Localizado no extremo leste da cidade, o bairro tem grande potencial de desenvolvimento devido à implantação da futura estação de metrô da Linha 15 Prata, ou Monotrilho, mas ainda carece de equipamentos culturais que possam servir à comunidade. A problemática do presente trabalho fica, então, evidente: como construir um programa e um espaço arquitetônico para um equipamento público de cunho social que contribua para a diminuição dos problemas sociais que afetam a população feminina da região e que, ao mesmo tempo, contribua na requalificação e revitalização urbana de um tecido urbano desprovido de qualidade que não aproveita as oportunidades oferecidas pelos meios de transporte do seu entorno? A presença do Parque Linear da Integração Zilda Arns próximo à futura estação de metrô serve como estratégia para a requalificação da área, para proporcionar espaços públicos de qualidade ao projeto e articular a sua localização com os meios de transporte público.
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2. LUGAR
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2.
LUGAR
Na primeira metade do século XIX, a região que hoje é o bairro de São Mateus fazia parte de uma grande fazenda de propriedade de João Francisco Rocha, que foi adquirida por Antônio Cardoso de Siqueira, sendo posteriormente dividida em 5 glebas. Segundo Ponciano (2004), em 1946, o italiano Mateo Bei – que dá nome à principal avenida do bairro – adquiriu 50 alqueires de terra da fazenda acima citada. A família Bei loteou e, segundo Ponciano (2004), como incentivo, ofereceu a todos os novos moradores 500 telhas e 2.000 tijolos a fim de impulsionar a ocupação da área. Atualmente, o bairro faz parte do distrito homônimo, o 22º maior da cidade de São Paulo, e sua gestão é feita pela Prefeitura Regional de São Mateus, que também abriga os distritos do Parque São Rafael e Iguatemi. Segundo o Mapa de Índice Paulista de Vulnerabilidade Social no município de São Paulo, a região apresenta variações desde Vulnerabilidade Baixa à Vulnerabilidade Alta e Muito Alta.
Figura 2: Limite do munícipio de São Paulo (2018). Fonte: Elaborado pela autora com base em imagens de satélite do Google Earth. Figura 3: Limite do distrito de São Mateus (2018). Fonte: Elaborado pela autora com base em imagens de satélite do Google Earth.
lugar | expansão do bairro
EXPANSÃO DO BAIRRO O primeiro ponto comercial do bairro surgiu em 1948, o Empório do Eustáquio, seguido pelo Empório do Maninho em 1950. Neste mesmo ano começaram a circular no bairro dois ônibus com destino até a avenida João XXIII, na Vila Formosa, mas é somente em 1952 que surge a primeira linha de ônibus coletivo, que levava os passageiros até a avenida Sapopemba, através da empresa Cometa. É durante as décadas de 1970 e 1980 que mais empresas de transporte chegam ao bairro. Em 1955, a Secretaria Estadual da Educação e Cultura construiu a primeira escola de São Mateus, localizada à rua Ângelo de Cândia, onde hoje existe a Escola Estadual Professor Alfredo Machado Pedrosa. Anteriormente, a escola mais próxima ficava a 7 quilômetros do bairro. Em 1985, por meio da Lei nº 4.479/85, foi construída a primeira instituição de ensino médio, a Escola Estadual Olga Mil-Homens Macedo, onde hoje existe a Escola Estadual Professor João Camargo.
Figura 4: Mapa SARA Brasil (1930). Fonte: Geosampa. Figura 5: Mapa GEGRAN (1973). Fonte: Geosampa.
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lugar | legislação
LEGISLAÇÃO O texto do Plano Diretor Estratégico (PDE) (Lei nº 16.402/2016) é o instrumento que rege o planejamento da cidade de São Paulo bem como o seu desenvolvimento econômico, físico e social. A fim de ordenar parâmetros para o planejamento, o PDE divide a cidade em zonas que correspondem a “porções do território nas quais incidem parâmetros próprios de parcelamento, uso e ocupação do solo” (PMSP, s.d., s.p.). São Mateus se encontra em duas macrozonas, sendo sua maior parte na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana. As macroáreas “apresentam características e objetivos urbanos, ambientais, sociais e econômicos específicos” (PMSP, s.d, s.p.). Sendo elas:
a) Macroárea de preservação de ecossistemas naturais; b) Macroárea de contenção urbana e uso sustentável; c) Macroárea de recuperação urbana e ambiental; d) Macroárea de redução da vulnerabilidade urbana; e) Macroárea de qualificação urbana consolidada; f) Macroárea de estruturação metropolitana; Figura 6: Mapa de Índice Paulista de Vulnerabilidade Social no município de São Paulo (2010). Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo
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lugar | legislação
A maior porção do território de São Mateus se enquadra na Macroárea d, estando inserido também nas macroáreas a c e f. Segundo a Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP, s.d., s.p.):
A macroárea de redução da vulnerabilidade urbana tem como diretriz a melhoria dos espaços urbanos, a redução de déficits nas ofertas de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas, a inclusão social e territorial de assentamentos precários ocupados pela população de baixa renda.
O Mapa de Eixos da Estruturação Urbana previstos no Plano Diretor Estratégico classifica toda a extensão da Linha 15 Prata do metrô como Área de Influência de Trilhos, englobando o Terminal de Ônibus de São Mateus e a futura estação do monotrilho. Além disso, trechos da avenida Ragueb Chohfi e a Avenida Aricanduva são previstos como Área de Influência de Corredor de Ônibus, também englobando o entorno do bairro.
Figura 7: Zoneamento da Prefeitura Regional de São Mateus. Fonte: Elaborado pela autora com base no mapa do Plano Diretor Estratégico de 2016
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PLANO REGIONAL O Plano Regional é um instrumento elaborado pelas Prefeituras Regionais, pautado no texto do Plano Diretor, com diretrizes estratégicas da região em que se aplica. O texto estuda diversos fatores que influenciam o desenvolvimento da região, tais como demanda por equipamentos públicos de saúde e educação, o sistema viário dos três distritos que compõem a Prefeitura Regional, os índices de emprego formal por habitantes, bem como a renda salarial por domicílio. Levando em consideração estas variáveis foram definidas os seguintes objetivos (PMSP, 2016, p. 16):
- Qualificar e fortalecer as centralidades e incentivar a diversificação e ampliação de atividades geradoras de emprego; - Ampliar a oferta e acesso aos equipamentos públicos; - Qualificar o espaço público, favorecendo pedestres e transporte não motorizado e a permanência em locais dotados de mobiliário urbano de lazer e estar; - Prover habitação de interesse social para a população em situação de vulnerabilidade social de acordo com as diretrizes do Plano Municipal de Habitação - PMH; - Incentivar a regularização fundiária e urbanística com provisão de infraestrutura adequada;
Figura 8: Mapa de Eixos da Estruturação Urbana (2013). Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo
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O Plano Regional define 17 perímetros de ação a partir das diretrizes apontadas acima. Dentre eles, é importante analisar a Centralidade São Mateus. Com sua origem na Praça Felisberto Fernandes da Silva - o conhecido Largo São Mateus -, é de onde se distribuem quatro importantes avenidas: avenida Mateo Bei, avenida Ragueb Chohfi, avenida Sapopemba e avenida Adélia Chohfi. Neste perímetro situam-se o Terminal de Ônibus São Mateus, bem como a futura estação de metrô, equipamentos públicos como o Pronto Atendimento São Mateus, o EMEI Elis Regina, parte do Território CEU São Rafael e trecho do Parque Linear da Integração Zilda Arns.
lugar | plano regional
vos e deslocamentos não-motorizados; a integração dos modais de transporte (monotrilho, ônibus municipal e metropolitano, rede cicloviária, pedestres) e a qualificação das áreas públicas da centralidade; a implantação do Território CEU previsto; a ocupação de lotes residuais em faixa de servidão através de programas de agricultura urbana e agroecológica e áreas de lazer.
Esta centralidade é de grande importância para a região, concentra boa quantidade de serviços e atividades comerciais na avenida Mateo Bei, mas ainda carece de equipamentos públicos. Como é apontado no Plano Regional, existe a demanda por CEI (Centro Educacional Integrado), CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e, em certas centralidades, UBS (Unidade Básica de Saúde). Os objetivos do Perímetro de Ação pertinentes ao desenvolvimento do presente projeto são o atendimento da demanda de equipamentos e serviços públicos sociais; qualificar os espaços públicos vinculados ao transporte público; melhoria da acessibilidade e mobilidade de acordo com o Plano de Mobilidade de São Paulo (PLANMOB). Dentre as suas diretrizes, podemos considerar as seguintes para a implantação do projeto: incentivar os meios de transporte coleti-
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MORFOLOGIA URBANA Inserido em um núcleo urbano com potencial de desenvolvimento, o entorno da região possui certas características que o definem como objeto de interesse para este trabalho. O estudo da morfologia urbana do local, utilizando um raio de um quilômetro a partir da área de intervenção, serve de instrumento para a compreensão de diversas dinâmicas – urbana, social, econômica, de mobilidade, entre outras – que ali acontecem. O resultado deste estudo é uma série de diagnósticos que, aliados aos instrumentos legislativos de planejamento, auxiliam no esboço das primeiras diretrizes de implantação do Centro de Acolhimento e Cultura. Corredores: a análise de corredores, um conceito desenvolvido pelo arquiteto e professor Adilson Macedo, está relacionada a eixos de movimento: de pedestres, automóveis, fluídos, redes de energia, etc. Certos eixos podem determinar o uso e a ocupação do solo em sua extensão. Os corredores são classificados como os que atravessam e os que distribuem, sendo os primeiros aqueles que cortam grande porção do território, e normalmente têm uma maior concentração de movimentos, enquanto os corredores que distribuem são aqueles que nascem em um corredor que atravessa, normalmente se ligando a outro igual, e conduzem o fluxo ao interior da área.
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Figura 9: Avenida Mateo Bei (abr/2019). Fonte: acervo da autora Figura 10: Mapa de Corredores (2018). Fonte: Elaborado pela autora com base em imagens de satélite do Google Earth
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Mobilidade: a análise de elementos de mobilidade urbana levou em consideração redes cicloviárias, terminais de ônibus, faixas exclusivas de ônibus e as futuras estações da Linha 15 Prata do metrô. É possível perceber que todos estes elementos presentes na região são articulados a partir de um mesmo ponto, a Praça Felisberto Fernandes da Silva.
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Figura 11: Ciclofaixa do Parque Linear da Integração Zilda Arns (abr/2019). Fonte: acervo da autora Figura 12: Mapa de Mobilidade (2018). Fonte: Elaborado pela autora com base em imagens de satélite do Google Earth
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Fluxos de Automóveis: a análise de fluxos da região considera veículos individuais, mas principalmente, o transporte coletivo de ônibus, devido à proximidade do Terminal de Ônibus São Mateus. As avenidas com maior trânsito de ônibus são a Sapopemba e a Mateo Bei, além da avenida Adélia Chohfi e Avenida Satélite, as vias de fluxos moderado têm uma proporção de carros e ônibus parecida, enquanto as vias de fluxo leve apresentam uso residencial e têm um maior deslocamento de carros. Figura 13: Cruzamento das Avenidas Mateo Bei e Maria Cursi (abr/2019). Fonte: acervo da autora Figura 14: Mapa de Fluxos (2018). Fonte: Elaborado pela autora com base em imagens de satélite do Google Earth
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Vegetação: o levantamento de vegetação considerou dois pontos, as áreas verdes públicas e os maciços arbóreos. Além do Parque Linear da Integração Zilda Arns, a região carece de áreas públicas de lazer e, mesmo em lotes privados, as áreas permeáveis são poucas. Figura 15: Trecho do Parque Linear da Integração Zilda Arns (abr/2019). Fonte: acervo da autora Figura 16: Mapa de Vegetação (2018). Fonte: Elaborado pela autora com base em imagens de satélite do Google Earth
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Equipamentos: enquanto o entorno analisado é relativamente bem servido de escolas de ensino fundamental e médio, existem apenas duas creches e uma escola de ensino infantil no perímetro analisado. Além disso, existe apenas uma instituição de ensino técnico, a ETEC Sapopemba. É também perceptível o pequeno número de equipamentos de saúde, no raio de 1 quilômetro existe apenas um Posto de Pronto atendimento e duas clínicas da rede privada, o Hospital Sapopemba fica a 2 quilômetros do perímetro de intervenção e o Hospital Geral de São Mateus a 2,4 quilômetros.
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Figura 17: EMEI Elis Regina (abr/2019). Fonte: acervo da autora Figura 18: Mapa de Equipamentos (2018). Fonte: Elaborado pela autora com base em imagens de satélite do Google Earth
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3. ÁREA DE INTERVENÇÃO
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3.
área de intervenção | terreno
ÁREA DE INTERVENÇÃO
A área de intervenção para a inserção do projeto é dividida em duas partes. Um terreno com uso não adequado para o zoneamento que ali incide, que permite um aproveitamento bem maior que do que o atual, e um trecho do Parque Linear da Integração Zilda Arns que pode ser melhor aproveitado e articulado de modo a melhorar a qualidade urbana do entorno.
TERRENO O terreno selecionado para a área de intervenção se encontra próximo ao Largo São Mateus, na avenida Sapopemba, a maior avenida em extensão do município de São Paulo. Segundo a Lei de Zoneamento nº 16.402/16, atualmente em vigência, o terreno enquadra-se na categoria de ZEU, Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana, parte da Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana. A área do terreno é de 4.646m² e pertence a STS Empreendimentos e Participações LTDA. O uso atual é de um estacionamento que serve o lote ao lado, do mesmo proprietário, em que funciona um supermercado.
ZONEAMENTO SIGLA
DESCRIÇÃO
PERÍMETRO
LEGISLAÇÃO
ZEU
Zona Eixo da Estruturação da Transformação Urbana
0000
L 16.402/2016
PA
Perímetro de Qualificação Ambiental
0009
L 16.402/2016
MA
Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana MRVU
0003
L 15050/2014
PARÂMETROS DE OCUPAÇÃO - QUADRO 3 DA LEI 16.402/2016 DESCRIÇÃO
VALOR
Zona de Uso
ZEU
Coeficiente de Aproveitamento Mínimo
0,50
Coeficiente de Aproveitamento Básico
1,00
Coeficiente de Aproveitamento Máxim
4,00
Taxa de Ocupação
0,70
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Figura 19: Estado atual do terreno (abr/2019). Fonte: acervo da autora; Figura 20: Perímetro da área de intervenção (2018). Fonte: Elaborado pela autora com base em imagens de satélite do Google Earth;
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PARQUE LINEAR DA INTEGRAÇÃO ZILDA ARNS Constando no Plano Diretor como parque existente, o Parque Linear da Integração Zilda Arns se encontra no perímetro da Adutora Rio Claro da SABESP, possui 7,5 quilômetros de extensão e é dividido em duas partes, por conta de sua extensão, uma nos bairros Vila Ema e Vila Prudente e outra em São Mateus. Inaugurado em 2009, o parque homenageia a pediatra e sanitarista mundialmente premiada pela sua influência na saúde pública. Zilda Arns foi a fundadora da Pastoral da Criança e a da Pessoa Idosa. Faleceu no ano seguinte à abertura do parque, aos 75 anos de idade, no Haiti, durante o terremoto que atingiu a cidade de Porto Príncipe. (G1, 2010, s.p.) Em 2003, a Prefeitura de São Paulo criou os Conselhos Gestores dos Parques Municipais a fim de incluir a população no planejamento e gestão dos parques (PMSP, s.d., s.p.). O Conselho Gestor do Parque Linear da Integração Zilda Arns conta com cinco frequentadores, sendo dois suplentes, um trabalhador do parque e um representante de uma entidade social, a Associação Cultural em Prol da Criança e do Idoso de Vila Fátima – ASSOCRI. Com dez anos de existência, desde sua inauguração, alguns trechos do parque se encontram mal cuidados e subutilizados. Surge aí a possibilidade de integrar o parque ao projeto do equipamento público de maneira colaborativa entre a prefeitura e a comunidade da região, buscando a sua requalificação.
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Figura 21: Trecho do Parque Linear da Integração Zilda Arns (abr/2019). Fonte: acervo da autora Figura 22: Perímetro do Parque (2018). Fonte: Elaborado pela autora com base em imagens de satélite do Google Earth
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Figura 23: Avenida Sapopemba próximo a estação São Mateus da Linha 15 Prata do Metrô (nov/2019). Fonte: acervo da autora Figura 24: Avenida Sapopemba próximo a estação Fazenda da Juta da Linha 15 Prata do Metrô (nov/2019). Fonte: acervo da autora Figura 25: Avenida Claudio Augusto Fernandes (nov/2019). Fonte: acervo da autora
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4. TEMA
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tema | programas para mulheres
PROGRAMAS PARA MULHERES
PROGRAMA MULHERES MIL
Considerando a problemática deste projeto, é preciso um aprofundamento no entendimento dos programas de suporte às mulheres que existem no cenário contemporâneo. Compreender seus funcionamentos, como são geridos, as mulheres que são atendidas e qual o papel desses programas, públicos ou não, na reinserção destas mulheres na sociedade, no auxílio às vítimas de violência doméstica e em situações de vulnerabilidade social.
Instituído em 2009 pelo Ministério da Educação, o Mulheres Mil surgiu em 2007 como um projeto da Secretaria de Educação Profissional e Tecnologia. O foco principal é promover a formação profissional e tecnológica e o aumento de escolaridade entre mulheres em situação de vulnerabilidade social, que são privadas de seus direitos sociais, políticos e culturais, com ênfase nas regiões norte e nordeste do país:
POLÍTICAS PÚBLICAS Em 2003 foi criada a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SNPM) e, aliada a outros órgãos públicos como a Secretaria de Promoção de Igualdade Racial (SEPIR), a Secretaria Nacional da Juventude (SNJ) e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), tem como objetivo criar uma gestão transversal, ou seja, busca resolver problemas que não afetam apenas uma área das políticas públicas, como é o caso da desigualdade de gênero, um dos pontos de estudo deste projeto.
Estruturado em três eixos - educação, cidadania e desenvolvimento sustentável - o programa possibilitará a inclusão social, por meio da oferta de formação focada na autonomia e na criação de alternativas para a inserção no mundo do trabalho, para que essas mulheres consigam melhorar a qualidade de suas vidas e das de suas comunidades. (MEC, s.d., s.p.)
Os responsáveis pela execução do programa são, em sua maioria, instituições de ensino públicas, em nível municipal, estadual e federal. Em 2013 o programa passou a receber bolsas do Pronatec para o custeio de vagas. A fim de atender à demanda do Ministério da Saúde, o MEC oferece vagas na área. Além disso, em parceria com o Ministério da Justiça, oferta cursos de educação profissional e tecnologia em presídios femininos.
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tema | políticas públicas
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CASA DA MULHER BRASILEIRA Inaugurada em 2015, em Campo Grande (MS), a Casa da Mulher Brasileira é um centro de atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica. O seu programa conta com: juizado especial voltado para o atendimento à mulher; núcleo especializado da Promotoria; núcleo especializado da Defensoria Pública; delegacia especializada no atendimento à mulher; apoio psicossocial; e capacitação para a sua autonomia econômica. A ação faz parte do Programa Mulher, Viver sem Violência e foi desenvolvida pela Secretaria Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres, parte do Ministério dos Direitos Humanos. A sua gestão é feita pela União, o governo estadual e o municipal. Unidades no país: 1) Campo Grande (MS): Em funcionamento; 2) Curitiba (PR): Funciona sem a Delegacia da Mulher; 3) Brasília (DF): Interdidata por risco de desabamento; 4) São Luís (MA): Em funcionamento; 5) Boa Vista (RR): Pronta desde 2017, mas fechada; 6) Fortaleza (CE): Pronta desde 2016, mas fechada; 7) São Paulo (SP): Pronta desde 2016, mas fechada;
Figura 26: mapeamento das unidades da Casa da Mulher Brasileira no pais (2019). Fonte: Elaborado pela autora.
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CENTROS TEMPORÁRIOS DE ACOLHIDA Os Centros Temporários de Acolhimento são um serviço oferecido pela Prefeitura Municipal de São Paulo a pessoas que necessitam de rápida acolhida. Desde a sua inauguração em 2017, os CTAs criaram mais de quatro mil vagas de acolhimento que são distribuídas entre os bairros de acordo com a demanda do serviço. Os acolhidos participam do programa da prefeitura Trabalho Novo, que promove a inserção de pessoas em situação de rua no mercado de trabalho:
Os CTAs têm a finalidade de assegurar atendimento e atividades direcionadas para o desenvolvimento de sociabilidades, na perspectiva de fortalecimento de vínculos que oportunizem a construção de novos projetos de vida. (PMSP, s.d., s.p.)
Atualmente a cidade de São Paulo conta com 19 Centros Temporários de Acolhimento, sendo 6 deles na Zona Leste. Além disso, o CTA com maior capacidade está localizado na Mooca, com 440 vagas masculinas para pernoite e 50 vagas para atividades de convivência. Para ser encaminhado a um CTA, o morador precisa procurar um dos órgãos de assistência social do município, dentre eles o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) de seu bairro.
tema | políticas públicas
CENTROS TEMPORÁRIOS DE ACOLHIMENTO EM SÃO PAULO ZONA
CENTRO
NORTE SUL
LESTE
OESTE
NOME
VAGAS
Prates I - Bom Retiro
206 M
Prates II - Bom Retiro
116 M
Prates III - Bom Retiro
240 M
Anhagabaú
116 M
Família - Boa Vista
30 Casais e Filhos
Liberdade
190 M
Parque Novo Mundo
270 M
Santana
158 M
Vila Mariana
100 M; 20 F
Santo Amaro
170 M
Brás
102 M; 62 F
Raio de Luz - Mooca
150 M
Aricanduva
150 M; 88 F
Mooca I
440 M
São Mateus
182 M
Guaianases
120 M
Canindé
51 Famílias
Butantã
127 M; 61 F
Brigadeiro Galvão
240 M
Lapa
176 M; 74 F
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tema | políticas públicas
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CASA ABRIGO As Casas Abrigo são locais que acolhem mulheres vítimas de violência doméstica. As Casas oferecem residência por tempo determinado para mulheres e também seus filhos. Por dar suporte a pessoas em risco eminente de vida, os seus endereços são sigilosos a fim de proteger seus habitantes. As unidades oferecem assistência social, psicológica e jurídica.
A primeira Casa Abrigo foi fundada em 1986 em São Paulo. Em 1992 foram criadas mais duas casas no Rio Grande do Sul e no Ceará; em 1996 o Distrito Federal recebeu sua primeira unidade. Em 2011 existiam 72 casas abrigos no país, segundo dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres.
Segundo o CNJ, o tempo de abrigo é de, normalmente, 90 dias, podendo ser ampliado levando em consideração o tempo necessário para a reintegração das mulheres e seus filhos na sociedade. A sua criação é prevista na Lei Maria da Penha e além de prestar atendimento psicológico, social e jurídico, encaminhar as mulheres para atividades profissionalizantes e geradoras de renda, assim como acompanhamento pedagógico para crianças que deixam de frequentar as escolas por questões de segurança O estudo A importância e o significado da Casa Abrigo para mulheres em situação de violência conjugal conduzido por Cássia Maria Carloto e Vanusa Ferreira Calão (2006, p.2) aponta que:
(...) o atendimento deve-se orientar-se na reflexão referente às relações de gênero enquanto construção histórico-cultural que tem legitimado as desigualdades e a violência contra mulheres.
Figura 27: ranking de agressão a mulher (2019). Fonte: Cotidiano, jornal Folha de São Paulo.
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tema | políticas públicas
DELEGACIAS ESPECIALIZADAS DE ATENDIMENTO À MULHER As Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) são unidades da Polícia Civil que atendem mulheres vítimas de violência e segundo a sua Norma Técnica de Padronização elaborada pelo Ministério da Justiça (2010, p. 30) “as atividades das delegacias são de caráter preventivo e repressivo, realizando o enquadramento legal, pautadas nos direitos humanos e nos princípios do Estado Democrático de Direito”. Com a criação da Lei Maria da Penha as DEAMs passaram a desenvolver funções como a expedição de medidas protetivas de urgência. A DEAM apresenta, muitas vezes, a porta de entrada para uma rede de apoio para a saída dessas mulheres da situação de violência. Segundo dados da Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal, em 2015, 76 mil mulheres que sofreram agressão por parte de parceiros ou ex-parceiros procuraram ajuda nas DEAMs. São Paulo é o estado com o maior número de delegacia especializadas, contando com 132 unidades e em último lugar temos o estado do Acre, Roraima e o Distrito Federal com apenas uma unidade cada. No total, o Brasil conta com 461 DEAMs. (BERTHO, 2016)
Figura 28: relação do número de mulheres atendidas por delegacia em cada estado brasileiro (2019). Fonte: Elaborado pela autora.
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tema | políticas públicas
CENTROS DE REFERÊNCIA À MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA Os Centros de referência à mulheres em situação de violência (CRMs) fazem parte do programa da Prefeitura Municipal de São Paulo que oferece atendimento à vítimas de violência de gênero e doméstica. Entre as atividades desenvolvidas em cada uma das unidades estão: - Orientação por telefone para mulheres que precisem de apoio e agendamento de atendimento; - Prestação de serviço-referência para o acompanhamento da questão da violência de gênero e para a realização dos encaminhamentos necessários a cada problema; - Capacitação e formação de grupos de mulheres para o enfrentamento da violência sexual e doméstica; - Encaminhamento para hospitais da rede municipal para atendimento de violência sexual e doméstica, inclusive nos casos de necessidade de cirurgia plástica reparadora. (PMSP, s.d., s.p.) Figura 29: mapeamento dos CRMs e CCMs do município de São Paulo (2019). Fonte: Elaborado pela autora com base em dados da PMSP.
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tema | políticas públicas
CENTROS DE REFERÊNCIA À MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA ZONA SUL
CENTROS DE CIDADANIA DA MULHER
CRM Casa Eliande de Grammant CRM Maria de Lourdes Rodrigues
NORTE
Casa Brasilândia
Em 2005 a Prefeitura Municipal de São Paulo implantou Centros de Cidadania da Mulher (CCMs) pela cidade “com o objetivo de potencializar as ações em defesa dos direitos e pela igualdade de gênero” (PMSP, s.d., s.p.) apresentadas pela 2ª Conferência Municipal de Mulheres de São Paulo.
CENTRO
CRM 25 de Março
Os CCMs promovem a qualificação e formação em cidadania para mulheres além do incentivo a participação destas em projetos de implementação de políticas públicas.
ZONA
Junto aos os CRMs, os CCMs fazem parte da Rede de Assistência da Mulher em Situação de Violência da Cidade de São Paulo, supervisionada pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, que conta também com Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs), Casas de Passagem e Abrigos, Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), entre outros.
CENTROS DE CIDADANIA DA MULHER CCM CCM Parelheiros
SUL
CCM Capela do Socorro CCM Santo Amaro
NORTE
CCM Perus
LESTE
CCM Itaquera
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5. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
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referências projetuais | centro de oportunidades para mulheres
REFERÊNCIAS PROJETUAIS CENTRO DE OPORTUNIDADE PARA MULHERES EM RUANDA – SHARON DAVIS DESIGN A cidade Kayonza, a uma hora da capital de Ruanda, o país mais populoso da África, possui um ambiente semi-rural e as mulheres da região vivem de uma agricultura de subsistência. É neste cenário que se insere o Centro de Oportunidades para Mulheres com o objetivo de capacitar a população feminina desta comunidade e energizar a sua economia a partir do empoderamento feminino. Organizado de maneira que remete às aldeias ruandesas, o Centro possui 17 pavilhões em escala humana, a fim de produzir um clima de familiaridade e comunidade entre suas ocupantes. Os prédios se dispõem em torno de uma praça acessível ao público onde as mulheres podem vender alimentos, tecidos e produtos feitos no local. O projeto foi concebido em conjunto com a organização humanitária Women for Women International e leva em consideração a equidade social e capacita 300 mulheres por ano. Para a construção dos edifícios foram necessários 450 mil tijolos, estes foram produzidos no local por futuros usuários do centro utilizando materiais encontrados no local, um método vernacular duradouro e sustentável.
Figura 30: Horta do Centro de Oportunidade Para Mulheres (2013). Fonte: Elizabeth Felicella
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FICHA TÉCNICA Arquitetos: Sharon Davis Design Localização: Kayonza, Ruanda Área: 2.200m² Ano do projeto: 2013 Fase: Concluído
Figura 31: Centro de Oportunidades Para Mulheres (2013). Fonte: Elizabeth Felicella
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URBAN WOMB EM SEUL – ARCHITECTS FOR URBANITY Localizado em Seul, no bairro Daebang-dong, região onde o “Camp Grey” do exército estadunidense montou base durante 55 anos, até 2007, o Urban Womb é um complexo de uso misto para famílias e mulheres. Entre 1962 e 1998 funcionou no terreno adjacente o Abrigo de Mulheres de Seul, local que acomodava prostitutas, idosos que sofriam de demência e moradores de rua, e que depois foi convertido no Seul Women Plaza (Praça das Mulheres).
O objetivo do projeto é recuperar o espaço da praça, utilizando a nova edificação como ligação entre esta e a estação de trem próxima ao local. Essa ligação quebra o volume retangular do edifício e cria um térreo livre que pode abrigar eventos e atividades diversas.
Figura 32: Perspectiva Urban Womb (2016). Fonte: Architects for Urbanity
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referências projetuais | urban womb
FICHA TÉCNICA Arquitetos: Architects for Urbanity Localização: Seul, Coréia do Sul Área: 20.500m² Ano do projeto: 2016 Fase: Em construção
Figura 33: Perspectiva Urban Womb (2016). Fonte: Architects for Urbanity
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6. PROJETO
projeto | programa de necessidades
PROGRAMA DE NECESSIDADES Levando em consideração os aspectos acima estudados de demanda de um centro para mulheres, das referências projetuais, dos estudos analíticos da morfologia da região, foi definido o programa de necessidades de um Centro de Acolhimento e Cultura, que será o primeiro do seu tipo a ser implantado: Alojamento: ponto de maior enfoque do projeto, as unidades de alojamento distribuem-se em 4 tipos, podendo atender mulheres em situações distintas. Tendo como premissa de projeto a privacidade, todas as moradoras possuirão uma unidade habitacional própria. Atendimento Médico e Psicológico: a oferta desse serviço de saúde tem como objetivo atender não só as moradoras do alojamento como moradoras do bairro e de outras regiões da cidade, levando em consideração a facilidade de acesso que será criada pelos futuros elementos de mobilidade urbana. Ensino de Jovens e Adultas + Escola Profissionalizante: a fim de formar e qualificar as mulheres usuárias do Centro de Acolhimento e Cultura, o espaço conta com salas de aula, além de biblioteca pública, sala de informática, salas de oficinas e salas de uso espontâneos, promovendo a oportunidade de encontros entre as mulheres.
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Previsão de uma Creche: tendo em vista uma futura expansão do projeto, foi prevista a implantação de uma creche para as eventuais crianças que morem no alojamento com as mulheres e/ou também do entorno imediato do Centro. Sendo assim, a futura implantação terá as seguintes diretrizes definidas a partir do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE): Contará com salas de aula previstas para Creche I, II e III, fraldário, sala de repouso e brinquedoteca. Um bloco de serviço com áreas técnicas como cozinha, despensa, sala de lactário, triagem e lavagem, vestiários, lavanderia, etc. Um bloco administrativo com secretaria, almoxarifado, sala dos professores, diretoria.
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projeto | programa de necessidades
Figura 34: setorização do projeto (2019). Fonte: Elaborado pela autora.
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projeto | programa de necessidades
ALOJAMENTO Com o objetivo de atender a situações distintas e tendo a privacidade dos usuários como premissa principal de projeto, foram definidos 4 tipos de unidades habitacionais que abrigam: (1) uma mulher; (2) uma mulher + uma criança; (3) uma mulher + 2 crianças; (4) uma mulher portadora de necessidades especiais. Totalizando 72 unidades e 116 habitantes
U.H. 12,50m²: abriga uma mu-
lher.
POSSUI: banheiro individual, uma cama de solteiro, uma bancada de estudos com espaço para armazenamento, uma bancada de cozinha com uma pia, um frigobar e um fogão de duas bocas. Total: 40 unidades e 40 habitantes.
Figura 35: perspectiva isométrica da unidade habitacional de 12,50m² (2019). Fonte: Elaborado pela autora.
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projeto | programa de necessidades
U.H. 15m²: abriga uma mulher e uma criança.
POSSUI: banheiro individual, uma cama de solteiro, um berço, uma bancada de estudos com espaço para armazenamento, uma bancada de cozinha com uma pia, um frigobar e um fogão de duas bocas. Total: 12 unidades e 24 habitantes.
Figura 36: perspectiva isométrica da unidade habitacional de 15m² (2019). Fonte: Elaborado pela autora.
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projeto | programa de necessidades
U.H. 20m²: abriga uma mulher e
duas crianças.
POSSUI: banheiro individual, duas camas de solteiro, um berço, uma bancada de estudos com espaço para armazenamento, uma bancada de cozinha com uma pia, um frigobar e um fogão de duas bocas. Total: 16 unidades e 48 habitantes.
Figura 37: perspectiva isométrica da unidade habitacional de 20m² (2019). Fonte: Elaborado pela autora.
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projeto | programa de necessidades
U.H. PNE 20m²: abriga uma mu-
lher portadora de necessidades especiais. POSSUI: banheiro adaptado, uma cama de solteiro, bancada de estudos com espaço para armazenamento, uma bancada de cozinha com uma pia, um frigobar e um fogão de duas bocas. Total: 4 unidades e 4 habitantes.
Figura 38: perspectiva isométrica da unidade habitacional PNE de 20m² (2019). Fonte: Elaborado pela autora.
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projeto | programa de necessidades
ATENDIMENTO MÉDICO E PSICOLÓGICO Recepção (25m²) Sala de espera (47,50m²) 3 Salas de atendimento médico (11,90m² cada) 3 Salas de atendimento psicológico (12,55m² cada) 3 Salas de execução de exames (11,90m² cada) 1 Enfermaria com 3 leitos (24m²) Farmácia popular/ministração de medicamentos (12,55m²) 2 Sanitários públicos (35m²) 2 Vestiários para funcionários (20m²) Copa para funcionários (15,75m²) Sala de reuniões (24,25m²) Almoxarifado (6m²) Depósito de materiais de limpeza (3,25m²)
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ENSINO DE JOVENS E ADULTAS + ESCOLA PROFISSIONALIZANTE Administrativo Secretaria (40m²) Diretoria (26,50m²) Vice-diretora (17m²) Almoxarifado/Coordenação Pedagógica (26,50m²) Sala de professores + Copa (39m²) 2 Sanitários públicos (35m²) Pedagógico 4 Salas de aula (32m² cada) 2 Salas de oficinas (36m² cada) 1 Sala de informática (32m²) 2 Sanitários públicos (35m²) Cultural 2 Salas para encontros/reuniões (23,50m² cada) Biblioteca pública (73m²)
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projeto | partido arquitetônico
PARTIDO ARQUITETÔNICO A implantação do Centro de Acolhimento e Cultura surge a partir do desejo de vencer a diferença de nível entre o parque linear e a avenida Sapopemba. A partir desta premissa e utilizando os platôs naturais do terreno, os blocos construídos são distribuídos. As ligações entre os diferentes usos programáticos acontecem por meio de passarelas cobertas, rampas externas, que conectam o nível da avenida com o mais baixo do projeto e uma escadaria que além de vencer as diferenças de níveis, cria patamares que se ligam às passarelas e possibilidades de lugares de contemplação. O percurso das ligações externas entre os blocos conduz o usuário por um caminho que o apresenta perspectivas do parque e do projeto.
Figura 39: processo de implantação (2019). Fonte: Croqui elaborado pela autora.
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projeto | revitalização do parque linear
REVITALIZAÇÃO DO PARQUE LINEAR Uma das questões a serem respondidas com a implantação deste projeto é: Como um equipamento público pode se tornar um catalisador da requalificação de um espaço urbano? O Parque Linear da Integração Zilda Arns possui 7,5 quilômetros de extensão e o trecho próximo ao projeto é um dos menos utilizados pelos moradores do bairro. O local se encontra mal cuidado e serve, na maioria da vezes, apenas como um local de passagem para quem precisa acessar a avenida Sapopemba. A inserção do Centro de Acolhimento e Cultura viabiliza conexões entre o espaço construído e o parque. Com o objetivo de ativar o espaço público, foram definidas as seguintes diretrizes projetuais: - Estender a ciclofaixa existente até a Praça Felisberto Fernandes da Silva; - Reorganizar as quadras poliesportivas existentes; - Implantar mobiliários infantis ; - Arborizar locais em que a inclinação do terreno impossibilite o tráfego de pessoas;
Figura 40: processo de implantação da requalificação do parque linear (2019). Fonte: Croqui elaborado pela autora.
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projeto | raciocínio estrutural
RACIOCÍNIO ESTRUTURAL O sistema estrutural do projeto é composto por vigas e pilares de concreto e foi concebido levando em consideração o layout que os espaços receberam. Nos blocos de atendimento médico e escolar, o arranjo de pilares criou uma dimensão fixa de corredores, proporcionando uma continuidade dos espaços comuns dos pavimentos. Na fachada sul do bloco de alojamentos foram criados “rasgos” na laje, que vão do corredor até o limite da fachada, a fim de priorizar a iluminação natural da manhã, vinda do leste. Neste caso, foram posicionados pilares secundários que possuem vigas que descarregam em vigas do corredor. O último pavimento possui uma cobertura metálica feita de treliças espaciais e placas de policarbonato translúcido. As treliças vencem três vãos de 14 metros e possuem 1 metro de altura em cada módulo. Figura 41: diagrama estrutural (2019). Fonte: Croqui elaborado pela autora. Figura 42: implantação do projeto na escala da cidade (2019). Fonte: Elaborado pela autora.
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Área Construída Total: 4207,30m² CA: 0,90 TO: 0,27 (sem previsão de creche) 0,35 (com previsão de creche)
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7. REFERÊNCIAS
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referências
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referências
ICONOGRÁFICAS 1. Foto Gyovanna Freire, 2017. Manchete do caderno Cotidiano, jornal Folha de São Paulo, 2019. Edição realizada pela autora. 2. Imagem de satélite do Google Earth, 2018. Edição realizada pela autora. 3. Imagem de satélite do Google Earth, 2018. Edição realizada pela autora. 4. Disponível em: <http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx> Acesso em: mar/2019. 5. Disponível em: <http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx> Acesso em: mar/2019. 6. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/servicos/Mapa_IPVS_por_Prefeituras_Regionais.jpg> Acesso em: mar/2019. 7. Disponível em: <https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2016/03/S%C3%A3o-Mateus.pdf> Acesso em: mar/2019 8. Disponível em: <https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/pde_camara/separados/PDE_Mapa3_Eixos.pdf> Acesso em: mar/2019. 9. Foto do acervo da autora, abr/2019. 10. Imagem de satélite do Google Earth, 2018. Edição realizada pela autora. 11. Foto do acervo da autora, abr/2019. 12. Imagem de satélite do Google Earth, 2018. Edição realizada pela autora. 13. Foto do acervo da autora, abr/2019. 14. Imagem de satélite do Google Earth, 2018. Edição realizada pela autora. 15. Foto do acervo da autora, abr/2019.
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referências
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16. Imagem de satélite do Google Earth, 2018. Edição realizada pela autora. 17. Foto do acervo da autora, abr/2019. 18. Imagem de satélite do Google Earth, 2018. Edição realizada pela autora. 19. Foto do acervo da autora, abr/2019. 20. Imagem de satélite do Google Earth, 2018. Edição realizada pela autora. 21. Foto do acervo da autora, abr/2019. 22. Imagem de satélite do Google Earth, 2018. Edição realizada pela autora. 23. Foto do acervo da autora, nov/2019. 24. Foto do acervo da autora, nov/2019 25. Foto do acervo da autora, nov/2019 26. Mapa elaborado pela autora, 2019. 27. Manchete do caderno Cotidiano, jornal Folha de São Paulo, 2019. Edição realizada pela autora. 28. Mapa elaborado pela autora, 2019. 29. Mapa elaborado pela autora, 2019. 30. Foto Elizabeth Felicella, 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-158650/centro-de-oportunidade-para-mulheres-slash-sharon-davis-design/524af791e8e44e67bf000354-women-s-opportunity-center-sharon-davis-design-photo> Acesso em: mar/2019. 31. Foto Elizabeth Felicella, 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-158650/centro-de-oportunidade-para-mulheres-slash-sharon-davis-design/524af572e8e44eff020003a4-women-s-opportunity-center-sharon-davis-design-photo> Acesso em: mar/2019.
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referências
32. Architects for Urbanity, 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/793191/architects-for-urbanity-projeta-novo-equipamento-de-acolhimento-a-familias-e-mulheres-em-seul/5785da54e58ece38220000d2-architects-for-urbanitys-urban-womb-is-a-new-women-and-family-complex-facility-in-seoul-korea-image> Acesso em: mar/2019. 33. Architects for Urbanity, 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/793191/architects-for-urbanity-projeta-novo-equipamento-de-acolhimento-a-familias-e-mulheres-em-seul/5785d80be58ece38220000cc-architects-for-urbanitys-urban-womb-is-a-new-women-and-family-complex-facility-in-seoul-korea-image> Acesso em: mar/2019. 34. Perspectiva elaborada pela autora, 2019. 35. Perspectiva elaborada pela autora, 2019. 36. Perspectiva elaborada pela autora, 2019. 37. Perspectiva elaborada pela autora, 2019. 38. Perspectiva elaborada pela autora, 2019. 39. Croqui esquemático elaborado pela autora, 2019. 40. Croqui esquemático elaborado pela autora, 2019. 41. Croqui esquemático elaborado pela autora, 2019. 42. Mapa elaborado pela autora, 2019.
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C= 24 M=90 Y=69 K=18 C= 07 M=06 Y=05 K=00 C= 13 M=61 Y=85 K=03 C= 05 M=37 Y=35 K=00 C= 25 M=79 Y=83 K=20
trabalho final de graduação 2019 arquitetura e urbanismo | universidade são judas tadeu