Voz Esperança
Director P.e Avelino Marques Amorim Ano XVIII - 4ª Série Nº 22 Bimestral 1,00 € Mai - Jun 2011
EDITORIAL
Ao encontro do Ressuscitado A reflexão sobre as vocações de especial consagração tem ocupado lugar de destaque na vida eclesial, sobretudo a partir do número de candidatos que nas últimas décadas têm decrescido acentuadamente. Contudo, a questão não se reduz a estatísticas, embora elas se possam tornar a face mais visível. O rosto vocacional da Igreja nasce de um outro prisma: proporcionar encontro com o Ressuscitado, a partir de Quem cada crente é convidado a conformar o sentido da própria existência. Na mensagem para a 48ª Jornada de Oração, Bento XVI convida-nos a tornar mais evangélicas as nossas inquietações. “A vocação dos discípulos nasce no diálogo íntimo com o Pai”, e é pela oração confiante que nas Suas mãos colocamos o futuro, sabendo que o “Mestre do impossível” jamais deixará de providenciar ao Seu Povo as vocações consagradas que necessita. O Seu Espírito continua a suscitar sinais de esperança. Em cada criança, em cada jovem e em cada adulto, o Espírito de Deus continua a pairar e a propor caminhos inquietantes e novos na vida de cada pessoa. Porém, não basta esperar; é preciso escutar, propor, acompanhar e orar sem cessar! A oração pelas vocações esteve sempre muito presente na vida das comunidades cristãs. A procura de caminhos renovados não pode esquecer que a oração continua sendo o primeiro, principal e insubstituível serviço à causa das vocações. A solicitude e atenção das Igrejas locais à pastoral vocacional encontra aqui um termómetro fidedigno: “a capacidade de cultivar as vocações é sinal característico da vitalidade de uma Igreja”, que assume a missão de acompanhar as jovens gerações na resposta livre e responsável ao chamamento de Deus para a vida consagrada.
Lança-te daqui abaixo
Alegria da Missão
“Quando se arrisca a vida em nome de Deus tudo ganha um novo sentido”
“Muitas pessoas diziam que a sua conversão se devia ao testemunho dos missionários”
Pe. João Alberto
Paula Clara
p. 2 - 3
p. 9
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VISÃO
“Lança-te daqui abaixo” (Mt 4, 6) P. João Alberto Sousa Correia
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Não é possível entender as tentações de Jesus (Mt 4, 1-11) à margem do relato do seu baptismo (Mt 3, 13-17). É tal e tão íntima a relação entre eles que, “se o baptismo constituía a investidura messiânica de Cristo na perspectiva do servo sofredor, o relato da tentação documenta a sua resposta de obediência. Tentado, não se deixa vencer, mas faz a vontade do Pai até ao fim” . No sentido de ajudar os primeiros cristãos a superar a prova a que as circunstâncias difíceis os submetiam, os evangelistas elaboraram um relato sintético e tipificado das tentações de Jesus. Com ele, não apenas introduzem o seu ministério, como sugerem aos crentes o caminho para vencer as tentações com que se deparam. É, de facto, na atitude de Jesus que os cristãos de todos os tempos encontram inspiração e força para vencer idênticas tentações. As anteriores explicações deste relato, do seu contexto histórico e literário e do respectivo alcance teológico, dispensam-me de o voltar a fazer. Pretendo apenas e só reflectir na segunda tentação: “Se Tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo” (Mt 4, 6). E faço-o em dois momentos: a tentação de Jesus e a nossa tentação, lidas à luz da questão “arriscar a vida para quê e em nome de Quem?” . Então, não será difícil responder ao “para quê”. Arrisca-se a vida para servir: servir o autor do dom da vida, em atitude de gratidão; servir aqueles que connosco partilham o mesmo dom; servir particularmente aqueles cujo dom da vida, por circunstâncias diversas, se encontra ofuscado. A preocupação é uma só: ser fiel à própria identidade no exercício e cumprimento fiel da respectiva missão.
1. A tentação de Jesus É certo e sabido que Jesus foi submetido a diversas provas e tentações, ao longo de toda a sua vida (Mt 12, 38; 16, 1). As
adulações do poder, do triunfo e da glória acompanharam-no de perto, num contexto em que se esperava a vinda de um Messias que liderasse o exército de Israel na luta contra a opressão romana e que recuperasse para Israel o esplendor dos tempos davídico-salomónicos. Ao assumir-se como Messias num outro registo, o do servo sofredor, Jesus desiludiu as esperanças do povo, mas reconduziu a questão à sua essência: a da obediência e do serviço. Face à tentação “lança-te daqui abaixo”, Jesus não cede porque é em nome do Pai e do seu projecto para a humanidade que está disposto a arriscar a vida, na fidelidade à sua missão. Deixa de lado a tentação da espectacularidade e entrega-se à humildade e serviço. Não se lança daí abaixo para dar nas vistas, mas abaixa-se para servir. O objectivo é apenas ser fiel à própria identidade no exercício e cumprimento fiel da respectiva missão. No silêncio e recato de quem serve, não apenas cumpre a sua missão como sugere o caminho àqueles que aceitam ser seus discípulos. Se a tentação havia começado com “se és Filho de Deus”, o relato termina com a indicação “o diabo deixou-o e chegaram os anjos e serviram-no” (v. 11). Eis um sinal de que Ele é o Filho de Deus: a sua condição de servo a quem os anjos servem.
2. A nossa tentação Mudaram as circunstâncias históricas, sociais, políticas e religiosas, mas as tentações de hoje são as mesmas. Tal como Jesus, também nós estamos sujeitos a muitas provas. A propósito do “lança-te daqui abaixo”, destaco apenas a da espectacularidade, no duplo registo da idolatria (culto de algo ou alguém exterior a nós, em que projectamos os nossos anseios mais íntimos) e egolatria (culto de nós próprios em que nos elevamos à condição de ídolos). Apesar de parecerem
muito diferentes, são muito próximas, pairam nos nossos horizontes e seduzem-nos ardilosamente. Um olhar discreto e imparcial sobre nós mesmos não deixará de descobrir a tentação do êxito, do reconhecimento e do aplauso, embrulhadas, por vezes, num profissionalismo ou suposta exigência de consciência nem sempre movidos pelas melhores intenções. E, se isso acontece nos mais diversos âmbitos da sociedade e da vida, não deixa de se fazer notar na vivência cristã, aos mais diversos níveis. Gostamos que reparem em nós e nos felicitem. O nosso ego cresce e convence-se de que é importante e, porventura, imprescindível. Porém, a experiência diz-nos que uma vida assim orientada perde sentido e valor à medida que, com o tempo, vê esfumar-se o êxito, o reconhecimento e o aplauso. Esconde-se por trás disto a questão fundamental acerca do valor da vida como dom e, por isso mesmo, do sentido da nossa existência. Afinal, de onde nos vem a consistência? Em quem pomos a nossa confiança? Para onde e para quem nos atiramos? Em nome de quem se orienta a nossa vida? Quando se arrisca a vida em nome de Deus, da sua Palavra e do seu projecto, tudo ganha um novo sentido, mais íntimo e profundo. Deixa-se de lado a tentação da espectacularidade e promove-se a atitude da humildade e do serviço. Mais próximos de Deus e dos outros, compreenderemos melhor o mistério da nossa existência.
1 - G. BARBAGLIO, “O Evangelho de Mateus”, in G. BARBAGLIO – R. FABRIS – B. MAGGIONI, Os Evangelhos, I, ed. Loyola, São Paulo 1990, p. 97. 2 - Convenhamos que não é possível reponder à primeira parte da questão sem que antes se responda à segunda. É o “em nome de Quem?” que sugere e fundamenta o “para quê?”.
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ARTE E CULTURA Luís Silva Pereira
Tentações V O desenho e pintura que hoje se apresentam cortam, em certos aspectos, com a iconografia tradicional das tentações. O desenho é de Leonaert Bramer; a pintura, de Ticiano. Leonaert Bramer foi um abundante pintor e desenhador holandês (15961674), tido como um dos prováveis mestres de Johannes Vermeer. Por seu lado, Ticiano Vecellio(1473/90 – 1576) é considerado o maior pintor renascentista da escola de Veneza, caracterizada essencialmente pela procura da luz e da cor. Na iconografia tradicional das tentações, a figura do demónio é apresentada animalescamente feia, contrastando fortemente com a serena beleza e majestade de Jesus Cristo. Agora, o demónio perde essa natureza disforme e aparece como um ser humano normal. No desenho de Bramer, é um vendedor de pão, comerciante abastado, talvez mesmo arrogante, o que se deduz da sua estatura, do facto de se manter de pé e da maneira como traja: ricamente calçado, vestindo calção ajustado no joelho, jaqueta abotoada com vistosos botões, espampanante gola à volta do pescoço, chapéu alto na cabeça ornamentado com duas penas. O tabuleiro cheio de pão significa abundância e saciedade. É um comerciante rico e prestigiado. Por seu lado, Jesus Cristo é representado de uma maneira extremamente simples; dir-
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se-ia mesmo que pobre: sentado numa pedra, indiciando cansaço e debilidade resultantes do prolongado jejum, descalço, envergando uma túnica, em cabelo, mal penteado. Repare-se que nem sequer apresenta nimbo, pormenor que já vinha, pelo menos, da escola flamenga, onde os santos, a Virgem e o próprio Jesus Cristo eram frequentemente representados sem esse atributo, precisamente numa tentativa de aproximar as figuras sagradas do comum dos mortais. O quadro de Ticiano talvez seja
ainda mais expressivo. O demónio, que segurando uma grande pedra com as duas mãos, é um jovem (uma jovem?) extremamente bonito e delicado. Jesus Cristo olha-o de lado, serenamente, com ar de quem sabe perfeitamente quem é que tem a seu lado. Repare-se que, em nenhum dos casos, Jesus Cristo apresenta a Sagrada Escritura, como acontecia na iconografia medieval. E já agora, observe-se que em nenhuma das tentações analisadas, o demónio toca jamais em Jesus Cristo. O filho
de Deus foi tentado, mas não tocado pelo demónio. A ideia mais importante que se depreende destas duas representações é que a tentação se mostra tanto mais aliciante quanto sedutoramente disfarçada. A hipótese que sugeri de o tentador do quadro de Ticiano ser uma jovem foi suscitada pela encenação que Carlos Avilez apresentou, aqui em Braga, há já uns anos, no teatro Circo, do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente. Muito originalmente, o papel de demónio era desempenhado por uma actriz.
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SEMINÁRIO MAIOR Dayakar Reddy Thumma, 6º ano
Pais e filhos
à procura do tesouro que trouxe de novo à vida das nossas famílias ter um filho no Seminário?”.
Convivial Enriquecido o espírito pelo diálogo e a reflexão, foi a vez das famílias fortalecerem as forças físicas. E, nessa medida passaram a conviver um pouco e a conversar umas com as outras. É sempre um desafio consolador aprender a ouvir os filhos e os formadores. Um dos objectivos destes encontros é, precisamente, que as famílias se conheçam, partilhem alegrias, inquietações, dificuldades e criem laços de fraternidade.
Celebrativo «A vida espiritual não é uma questão de portas, mas de janelas» [Paul Claudel]. De facto, não se trata de sair do que sou ou de buscar na exterioridade a solução, mas de abrir as janelas e deixar o ar de Deus entrar, deixar circular o vento do Espírito, escreve Tolentino Mendonça. Nesta procura de janelas na nossa vida, os seminaristas do Seminário Maior estiveram em recolecção espiritual no fim-de-semana de 25 a 27 de Março. Na tarde do dia 27 de Março, também os nossos pais usufruíram de uma recolecção espiritual, no Seminário. A tarde foi marcada por três grandes momentos.
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Reflexivo O programa começou por um tempo de meditação espiritual, centrado na temática da Quaresma que estamos a viver. ¬Numa breve síntese, foi apresentado aos pais o significado da Quaresma, em função do que a Igreja convida cada cristão a viver: a escuta da Palavra de Deus, a oração, o jejum, a esmola e a reconciliação. Para melhor enquadramento foi exibido um flash das mensagens do Santo Padre Bento XVI e do Senhor Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga. Houve ainda tempo para um breve diálogo do director espiritual do Seminário, P. Manuel Afonso, com as nossas famílias sobre a temática: “O
Em seguida, na presença do Santíssimo Sacramento exposto sobre o Altar, as famílias tiveram um momento de oração individual e, para quem quis, a possibilidade de celebrar o Sacramento do Perdão ou da Reconciliação. Por fim, a recolecção terminou com o canto das Vésperas Solenes, e com a celebração da Eucaristia. Na homilia, o presidente da celebração convidou os presentes a irem ao poço, a acolherem “o Dom de Deus”, como a Samaritana. Esta mulher da Samaria, depois de ter feito a experiência de Deus na sua vida, através do longo diálogo com Jesus, foi testemunhá-la aos irmãos: «Ele disse-me tudo o que eu fiz» [Jo 4,29].
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48ª Semana das Vocações
AGENDA | Arciprestado Guimarães/Vizela Dia 07 de Maio – Vizela Lordelo Moreira Cónegos Infias Nespereira Tagilde São Paio São João São Miguel Conde São Martinho Dia 08 de Maio – Taipas Prazins Santo Tirso Corvite Prazins Santa Eufêmea Tabuadelo Polvoreira Aldão Mesão Frio
Dia 14 de Maio Pevidém e Ronfe Pevidém Selho São Cristóvão Candoso São Martinho Silvares Gandarela Serzedelo Gondar Guardizela Ronfe Brito Vila Nova Sande Sande São Clemente Figueiredo São Martinho Leitões Airão São João Airão Santa Maria
Vermil Oleiros Dia 15 de Maio Cidade II Gonça Atães São Cosme São Torcato Infantas São Faustino Abação Pinheiro São Cristóvão
48ª SEMANA DAS VOCAÇÕES
O Departamento para a Pastoral das Vocações, numa colaboração estreita com os Seminários Arquidiocesanos, privilegiará a presença no arciprestado de Guimarães/ Vizela durante a 48 ª Semana de Oração pelas Vocações. Nos dias 07 e 14 de Maio orientaremos caminhadas vocacionais para os adolescentes e jovens das zonas pastorais de Vizela, Ronfe e Pevidém. Nos domingos 08 e 15 de Maio estaremos em diversas comunidades paroquiais, participando nas celebrações da eucaristia. Dois momentos especiais serão a Vigília de Oração pelas Vocações no dia 13 de Maio, às 21 horas e na igreja paroquial de Gandarela; e a Ordenação de Diáconos no dia 15 de Maio, às 15.30 horas e na capela do Seminário de Nossa Senhora da Conceição.
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48ª Semana das Vocações Ir. Cristina, Ordem Sta. Clara
Chamados
a espalhar a Palavra
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Primeiro sinto que se vai notando que o jeito de trabalhar com os jovens, é o mesmo jeito que se trabalhava há cinco, dez ou quinze anos atrás, isso não pode ter interpelação porque para o nosso tempo é muito pobre na sua criatividade. É preciso cativar
actuámos com simplicidade mas procuramos dar profundidade com a nossa presença. Depois do nosso testemunho o pároco disse-nos: Se eu soubesse que existia tanta riqueza para comunicar, tinha-vos solicitado para as outras paróquias.
com novidade, aqueles que Jesus já tenha rezado ao Pai para fazer seus discípulos. Aqui posso dar o testemunho de uma caminhada que fiz. Lembro-me que fui a uma paróquia,
Isto chamou-nos à realidade da necessidade da criatividade, com esta experiencia aprendi que não nos devemos apresentar de qualquer maneira para evangelizar em termos vocacionais. Neste ponto posso dar um testemunho,
ao levarmos a Palavra, levamos uma peça mímica na linha da exigência e encanto e com humildade o digo; sentimos que toda a vida paroquial recebe a conversão que no fundo queremos “provocar”…. Só “provocando” conversão a semente consegue cair no terreno já preparado pela oração de Jesus ao Pai. Este mosteiro tem tido a “graça” de criar letra e musica adequada à interpelação vocacional e sinto que isso ajuda. Também penso que é importante não fazer da multidão o chamado do Pai, mas é importante estar atento, chamar à parte, “Pedro, Tiago e João”…. E juntos subirmos ao monte para a Transfiguração. Vejo com alguma tristeza jovens que pertencem “eternamente”a grupo paroquias, estagnarem… Jovens fortes, audazes com garras de um trato cheio de amizade para com Cristo, que não podem saciar a Sede que tem, porque a Fonte tem que ser Outra… Como sabe tenho 34 anos e tenho procurado viver com qualidade a água que o Pai vai partilhando comigo, sou Clarissa, e dentro de mim emerge o agradecimento pelo dom da Vocação, dia-a-dia brota do meu coração qual outra Clara: Louvado sejais Senhor porque me chamaste.
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48ª Semana das Vocações Paula Clara Carvalho
Alegria da missão
O Senhor, no início da sua vida pública, chamou alguns pescadores, que estavam a trabalhar nas margens do lago da Galileia: «Vinde e segui-Me, e farei de vós pescadores de homens» (Mt 4, 19). Mostrou-lhes a sua missão messiânica com numerosos «sinais», que indicavam o seu amor pelos homens e o dom da misericórdia do Pai;.… antes de subir ao Céu, enviou-os por todo o mundo com este mandato: «Ide, pois, fazer discípulos de todas as nações» (Mt 28, 19). Este parágrafo da mensagem do Papa para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações diz-me muito. O pedido de Jesus, «Vinde e segui-Me, e farei de vós pescadores de homens», o senti dirigido também a mim e, por isso, hoje sou Missionária Secular Combo-
niana. Jesus foi-me mostrando através de numerosos sinais, o Seu Projecto de Amor, por mim e por toda a humanidade. Frequentei desde adolescente as convivências que organizavam as Missionárias Seculares Combonianas. Sempre me cativou a alegria e boa disposição com que as missionárias nos falavam e participavam nos nossos jogos. Elas exalavam vida e entusiasmo. Depois de uns tempos de reflexão e de ir conhecendo melhor São Daniel Comboni, atraiu-me a sua personalidade e o seu empenho em dar a conhecer Jesus Cristo aos africanos. Comboni dizia que ele e os seus missionários tinham que estar ao serviço dos mais pobres e abandonados. Ele
sempre lutou para que todo homem e mulher fossem tratados com a dignidade de filhos de Deus. Como a mim sempre me afectou o sofrimento dos outros e sempre desejei fazer algo para os ajudar, senti que ser missionária Comboniana e viver inserida no meio do mundo me realizava e me dava a oportunidade de levar aos outros a alegria e o amor de Deus. Partir para a missão foi para mim uma grande alegria. Partilhei a minha fé com o povo de Colômbia e de Costa Rica e aprendi muito com eles. Nas situações difíceis e de sofrimento que muitas vezes lhes toca viver é em Deus e na Virgem Maria que põem a sua confiança e, sempre agradeciam aos missionários terem ido partilhar com eles a Palavra de Deus e o Seu Amor de Pai. Na convivência diária com aquele povo muitas pessoas me diziam que a sua conversão e adesão ao cristianismo se devia ao testemunho de vida dos missionários. Tinham ficado impressionados com a forma incansável como os missionários trabalhavam pelo Reino e se dedicavam ao serviço do povo. Na hora de regressar muitos cristãos me perguntavam: “E agora, quem vai continuar a fazer o teu trabalho? Vão mandar alguém para te substituir?” E eu dizia-lhes que não havia ninguém para enviar, teriam de ser eles a assumir as actividades que juntos tínhamos começado, que era preciso aumentar os trabalhadores da messe.
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48ª Semana das Vocações Pe. Avelino Amorim
Vocações e Igreja local
A comunidade eclesial é entendida, na maior parte das vezes, apenas como o lugar natural de recrutamento de novos candidatos às vocações consagradas. No entanto, o Concílio Vaticano II aponta um horizonte mais vasto, quando afirma que ela é também espaço fundamental no despertar, crescimento, acompanhamento e amadurecimento das vocações sacerdotais e religiosas, partilhando a responsabilidade formativa com os seminários e noviciados. No contexto desta Semana de Oração pelas Vocações convém sublinhar que a solicitude pelas vocações, na pastoral ordinária de uma comunidade, não pode limitar-se a
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algumas iniciativas isoladas, embora estas sejam oportunas. É necessário reconhecer que “toda a acção vocacional é a categoria unificadora da pastoral em geral” (BPV 36). É na comunidade paroquial que, normalmente, se desenvolve a formação e vida de fé das crianças, adolescentes e jovens. Para que a paróquia se torne mediadora de vocações há um aspecto fundamental: que seja uma comunidade “ministerial”, onde a diversidade de vocações e serviços se manifestem e actuem em comunhão, como variedade de dons que o Espírito concede à Igreja pela participação do único Corpo de Cristo, e para edificação de todos os crentes. Na actividade e testemu-
nho pessoal dos diversos membros da comunidade, as crianças, adolescentes e jovens encontram a melhor catequese vocacional, que lhes permite ir descobrindo e identificando a sua própria vocação. A comunidade crente dispõe do ambiente favorável e dos meios pastorais para a manifestação e o desenvolvimento das vocações consagradas. De entre eles destacam-se: a liturgia e o ritmo litúrgico do ano enquanto escola de fé, a oração, a formação catequética, a celebração dos sacramentos, a escuta e o anúncio da Palavra de Deus, o testemunho da comunhão, o exercício da caridade e do serviço. Tal como na família o testemunho de vida dos pais, e o seu grau de participação na vida social e eclesial, desperta os filhos para a dimensão vocacional da existência, assim também a comunidade crente, que vive verdadeiramente a sua “ministerialidade” e nela incorpora as gerações mais jovens. “Urge passar a verdadeiros caminhos pastorais, enxertados no tecido das comunidades cristãs, valorizando o que já é vocacionalmente eloquente”(NVNE 29). O melhor contributo que uma comunidade pode oferecer à pastoral vocacional e aos mais jovens que se preparam para decidir o seu projecto de vida é a promoção, formação e acompanhamento dos diferentes serviços e ministérios paroquiais.
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SEMINÁRIO MAIOR Vitor Emanuel - 1º ano de Teologia
Comunidade Shalom:
Votos Perpétuos Apesar de vivermos numa sociedade de valores efémeros e rápidas transformações (o que hoje é importante, amanhã deixa de o ser), existem valores que permanecem, nomeadamente os conselhos
profissão dos Votos Perpétuos da Isabel e da Benivalda, da Comunidade Católica Shalom, presente no Seminário Conciliar. Este foi, sem dúvida, um dia muito especial para o Seminário, vivido
evangélicos na vida religiosa consagrada. Não é todos os dias que temos oportunidade de participar num “sim” definitivo, e sempre renovado a Deus e ao próximo. Como tal, no passado mês de Fevereiro, os nossos seminários viveram com júbilo a
em alegria e gratidão, onde marcou presença o Senhor Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, e o representante internacional do moderador geral da comunidade Shalom, P.e João Wilkes. A eucaristia de profissão dos Votos Perpétuos iniciou com a bênção das velas e contou com uma boa
assembleia, que se quis associar a este momento alto da vida das duas consagradas, que professaram os seus votos de celibato consagrado, obediência e pobreza. Esta atitude de compromisso traduz-se em grande orgulho para todos nós, mas também deve ser tida como referência e exemplo, na medida em que ninguém deve ter medo de se entregar, de dizer o seu “sim” a Deus. Outro exemplo notável que devemos ter em conta é o facto destas duas fiéis consagradas terem mostrado que é possível servir a Deus em qualquer lugar, mostrando o seu espírito missionário. Por fim, houve tempo para um pequeno espaço de partilha, onde a comunidade Shalom, muito feliz pelo compromisso que se tivera sucedido, mostrou a todos os presentes um vídeo que retratava alguns dos bons momentos vividos nestes gratificantes anos em que estão em Portugal, na cidade de Braga. Perante o sucedido, só temos que agradecer a Deus o facto de ter colocado no nosso Seminário pessoas como a Isabel, a Benivalda e restante comunidade, que buscam a cada dia, de forma incessante, realizar a vontade de Deus, que chama a renúncia própria, a pegar na cruz e segui-Lo, pelo simples facto de partilhar a alegria de viver em intimidade com Deus, no serviço aos seus irmãos.
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SEMINÁRIO MENOR André Campos, 12º ano
Retiro,
um excesso de Dom!
“Cheio do Espírito Santo, Jesus retirou-se do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto” (Lc 4, 1- 2). Em plena quarta-feira de cinzas, os seminaristas do Seminário Nossa Senhora da Conceição iniciaram, no Seminário da Silva (Barcelos), o seu retiro anual. Sim, de facto, introduzidos pela beleza interior do tempo quaresmal, vivemos irrepetivelmente este tempo de discernimento e crescimento vocacional. Conduzidos ao deserto do
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tempo e do espaço, do recolhimento e da sobriedade, foi-nos proposta a gramática de oração como tema de reflexão a aprofundar. Um tempo de meditação pessoal onde, à semelhança do próprio Jesus, nos deixamos conduzir pela Palavra de Deus. A oração não é uma tarefa fácil! Requer predisposição, presença, sentimento, razão, escuta e persistência. Orar é entrar na intimidade de Deus com tudo o que somos; é dar voz à interioridade de modo que a Palavra
originante nos surpreenda de forma inédita e nos transfigure. Mas de nada valerá a nossa súplica se cedermos ao egoísmo e ao individualismo. A oração, se for autêntica, terá de nos levar à presença do outro, à responsabilidade fraterna pelo próximo, nosso irmão. A capacidade de orar é um excesso de dom, de absoluta confiança em Deus, que nos ama e quer o nosso bem. É nesse sentido que somos desafiados a estender as mãos e a pedir ao ‘Senhor, que nos ensine a rezar’ (Lc 11,1). Sem perdão não há oração verdadeira e sem oração o perdão é desprovido de amor e de gratuidade. Rezar é acreditar que os nossos pecados têm o seu lugar no caminho para Deus. Talvez, por isso, precisemos de orar pedindo e reconhecendo sempre: “Meu Deus tende piedade de mim, porque sou pecador.” (Lc18, 9-14). E fazer retiro é entrar nesta intimidade profunda com Deus, abrindo-Lhe espaço na nossa vida pela via orante. Mais do que recordar o passado ou analisar as situações da vida, fazer retiro é chegar à presença e à amizade com Deus. Uma amizade que se fortalece com o mistério da Eucaristia e pelo sacramento da reconciliação onde pessoal e comunitariamente assumimos a nossa condição de peregrinos e de irmãos. É uma viagem ao deserto interior que pede que lá regressemos o mais rapidamente possível! Mas primeiro deixemos que as sementes lançadas dêem os seus frutos. Tudo a seu tempo!
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SEMINÁRIO MENOR Carlos Araújo, 12º Ano
À procura
de Cristo
Em tempo de reconciliação e preparação para a Páscoa, a comunidade do Seminário Menor realizou, no dia 7 de Abril, uma celebração penitencial. Iniciamos a celebração no jardim, no meio da escuridão da noite, simbolizando a oração solitária de Jesus no jardim das oliveiras. Atempadamente acendemos uma pequena fogueira para produzir as cinzas que seriam colocadas nas nossas mãos, relembrando a nossa condição terrena. Em procissão e em silêncio, caminhamos para a capela, prosseguindo com a liturgia da Palavra. Após uma breve meditação, foi tempo para cadaum fazer o seu exame de consciência, que consistia em três pontos essenciais: “À Procura de Cristo: Luz do Mundo”; “À Procura de Cristo: Fonte de Água Viva”; “À procura de Cristo: O Verdadeiro Caminho”. De seguida, celebramos o sacramento da reconciliação pelo qual experimentamos a beleza do perdão e do amor de Deus. Após a confissão, cada penitente foi convidado a aproximar-se da cruz, a colocar um pouco de incenso no turíbulo,sinal daprofunda reconciliou com Deus e com os irmão e a rezar a oração do incenso de rito copta. No final da celebração todos foram convidados para a liturgia convivial, partilhando, na sobriedade e na simplicidade, o pão que alimenta o corpo e o espírito.
Acampamento…. Ao concluir o 2º período, nos dias 8, 9 e 10 de Abril, o agrupamento
421 – Seminário organizou uma actividade que envolveu todos os seminaristas. Apesar de nem todos serem escuteiros, esta aventura não podia deixar ninguém de fora! O local escolhido foi Caires-Amares, terra
foi dedicado à formação escutista, que incluiu um raide à capela de S.Pedro de Fins, e à preparação da liturgia dominical. No último dia, domingo, tivemos a alegria de receber os nossos pais
do Leonel, seminarista do Seminário Maior de Braga. Ao fim da tarde do dia 8 de Abril,dirigimonos para o local do acampamento. Ambientados e plasmados pela beleza natural do local, começamos a montar as tendas. Dividiram-se as tarefas por grupos e começamos a tratar do jantar. O dia terminou com um belíssimo sarau cultural previamente preparado pela equipa responsável. O sábado, dia 9,
no acampamento. Participamos todos na Eucaristia dominical da paróquia de Caires, presidida pelo pároco Paulo César. Para reforçar o almoço os pais trouxeram de casa o almoço para ser partilhado entre todos. Terminado o acampamento, dirigimo-nos para o Seminário, a fim de participarmos na ordenação de D. Pio Alves, nomeado bispo auxiliar do Porto.
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PASTORAL UNIVERSITÁRIA Ana Silva - Aluna do 3º ano de Direito na UM
Semana Santa na Universidade A Semana Santa é talvez de todas as semanas que o ano nos oferece aquela em que mais espontânea e profundamente meditamos a Paixão de Jesus Cristo. Não porque nas outras nos esquecemos, apenas porque nesta cada canto nos relembra a maior demonstração de amor que alguém nos deu. É simultaneamente doloroso e maravilhoso pensar nos últimos dias de Jesus. Tentar pensar os Seus sentimentos, as Suas angústias, os Seus medos e as Suas dúvidas, leva-nos a pensar a Sua humanidade que tanto nos aproxima. Pensar na história dos Seus últimos dias, é pensar a vida de um homem que sabendo o seu destino decide começar por se reunir em festa com os seus melhores amigos para com eles poder partilhar uma ultima refeição, para poder agradecer-lhes as alegrias que lhe deram e para garantir que mesmo depois de partir não seria esquecido e que mesmo sem ele esses mesmos amigos saberiam encontrar a força para continuar. Um homem que profundamente amargurado se retira para orar e no desespero pede para que tudo passe, pede para não ter que enfrentar o terrível destino. Alguém que se vê traído por um amigo pelo pior e mais nojento dos motivos: por dinheiro. Traído por um amigo, preso por algo que não fez, condenado injustamente. Publicamente humilhado e rejeitado até pelo seu melhor amigo que na vergonha e no medo nega conhecê-lo. Restando-lhe a tristeza da solidão e do abandono, tem agora o pesado fardo da cruz para carregar enquanto uma coroa de espinhos lhe rasga a testa e o corpo ainda treme com
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as marcas dos açoites. Percorre um caminho que sabe ser o que o levará à morte, e o desespero também o consome. Cai três vezes. Recebe ajuda de alguém que o não queria ajudar. Vê a sua mãe em total desespero a chorar por si. A multidão eufórica está aos berros mas consegue encontrar rostos de tristeza. E inundado por toda esta tragédia encontra em si a certeza de que tem que continuar, de que o seu destino, a sua razão de ser é mais importante que a sua própria vida. É aqui que toda a história deixa de ser simplesmente comovente para ter algo de belo. O que poderia ser mais importante que a sua vida? A vida de muitos. Cristo aceita a realidade que Lhe é apresentada porque vê no Seu sacrifício a porta para a salvação de todos aqueles que assim acreditariam. Porque vê na Sua entrega a prova do verdadeiro amor. Vê na Sua morte o último mas também o mais belo dos ensinamen-
tos que tinha para oferecer: o amor verdadeiro, a entrega total. É impossível ficar indiferente. Seja maior ou menor a fé que possuímos a verdade é que esta é a história de alguém que apesar da sua condição divina, viveu e sofreu como muitos de nós jamais teríamos coragem de viver e sofrer, e que o fez não para proveito próprio, mas em prol dos outros. É e sempre será uma lição de vida, uma lição de amor. Compete a cada um de nós viver segunda esta lição, aprender com tremenda narrativa de amor. Na Pastoral Universitária tentamos passo a passo levar um pouco desta mensagem a cada estudante universitário, dar-lhe o espaço para a sua própria meditação e unir toda a comunidade neste sentimento de amor ao próximo que Jesus nos ensinou. Como actividade pascal, está neste momento a ser realizada uma peregrinação a S. Tiago de Compostela onde as dores e o cansaço não podem mais do que o desejo de continuar e o sentimento de partilha e união. Para que a mensagem não se perca e porque o ano ainda não acabou, recomeçando as aulas recomeçarão também as nossas actividades de voluntariado onde procuramos levar a terceiros a comunhão que trabalhamos todos os dias em cada um de nós. Não temos a pretensão de conseguir tocar todos os estudantes, apenas de tocar profundamente cada um dos que participe nas nossas actividades porque acreditamos que a melhor forma de honrar a corajosa história de Jesus é mostrando aos outros a força que uma sociedade unida no amor pode ter.
Voz de Esperança | Mai - Jun 2011
PASTORAL DE JOVENS Alberto Gonçalves
Braga e Clermont-Ferrand Uma caminhada comum!
As Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) em Madrid a realizar entre os dias 16 e 21 de Agosto de 2011 aproximamse rapidamente, pelo que os seus preparativos seguem a bom ritmo. Assim, para além de todo o trabalho já iniciado de divulgação, promoção e logística das JMJ, o Departamento de Pastoral de Jovens de Braga prepara-se para acolher, no âmbito das pré-jornadas, cerca de 200 jovens vindos de Clermont-Ferrand, cidade francesa germinada com a cidade de Braga. Neste sentido, para além de todos os contactos estabelecidos com a equipa
de Pastoral Juvenil de Clermont-Ferrand, desde Agosto de 2010, recebemos na nossa diocese alguns dos elementos que compõem essa mesma equipa, nomeadamente Paul Destable (Vigário Geral), Marie Quioc (Responsável da Pastoral de Jovens) e José Cabeças (jovem luso descendente com raízes na paróquia de Adaúfe). Esta visita decorreu entre os dias 10 e 15 de Março e teve como principal objectivo a definição do programa de pré-jornadas, tendo por base as propostas apresentadas e o conhecimento da nossa diocese num percurso pelos vários arciprestados.
No decorrer das visitas realizadas e dos momentos de diálogo e cooperação, encontramo-nos já com um programa de acolhimento definido em traços gerais, podendo já avançar com algumas das actividades pensadas: visita a museus e locais emblemáticos da cidade de Braga, visita ao Santuário de S. Bento da Porta Aberta, do Bom-Jesus e do Sameiro, visita à cidade de Guimarães, incluindo passagem pelo Santuário de Nossa Senhora da Penha. Na passagem por estes locais estão previstos momentos de oração e contacto com os jovens dos arciprestados visitados. Este trabalho colaborativo marcado pelo forte diálogo torna-se fundamental para a construção de uma caminhada que se quer partilhada, demonstrando assim, o verdadeiro espírito das Jornadas Mundiais da Juventude onde jovens oriundos de diferentes países rezam em conjunto e partilham entre si os mesmos objectivos: afirmar a sua fé e ser portadores da Boa Nova de Jesus Cristo. Contamos com toda a comunidade cristã diocesana para bem acolher estes jovens que nos visitam e que connosco querem caminhar até Madrid, esperando que após as JMJ possamos continuar a trabalhar e promover actividades em parceria entre os jovens!
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Retiro
Vocacional MUITO IMPORTANTE! Nas últimas edições os CTT devolveram-nos um número considerável de exemplares por endereço insuficiente, desconhecido e/ou ausente. Os motivos de maior incidência devemse ao facto de algumas direcções não possuírem os três últimos dígitos, e outras ainda que têm a morada desactualizada e/ou com ausência do número de porta. Para continuarmos a chegar até todos vós, evitando também custos desnecessários, pedimos que confiram a vossa morada e nos comuniquem qualquer alteração. Caso nos sejam devolvidos mais exemplares seremos forçados a cancelar essas assinaturas… Agradecemos, uma vez mais os donativos que alguns assinantes nos fazem chegar. Não sendo de pagamento obrigatório, o Jornal só é viável com as vossas ajudas de custo! As ofertas deste bimestre totalizam 650,00€. Podem enviar o vosso donativo para o endereço abaixo descrito, ou então directamente no NIB: 0007 0602 00472310008 15 Que o Senhor vos conceda o Seu Amor e Graça.
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