FINALISTAS ESCULTURA FBAUL 11'12

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Catálogo da exposição



Com o apoio

es

escola superior de danรงa INSTITUTO POLITร CNICO DE LISBOA



…Quando somos visitados, assim, por estes corpos que se estendem pela memória de outros espaços, que espreitam e se escondem, que criam tensões e prolongamentos, que se sobrepõem e se envolvem com outros corpos, projetando-se no tempo e no espaço. Quando acolhemos estes corpos, matéria explicativa de outras dimensões, matéria reveladora do vazio agora preenchido, Gostaríamos que não partissem e que constantemente se renovassem, Resta-nos aguardar, expectantes, que sejam impulsos para outras/nossas criações.

Fernando Crespo Diretor da Escola Superior de Dança

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Quer tenha sido pelo ensejo de sugerir a graça, na harmonia assimétrica do contraposto ou, de exprimir o equilíbrio dinâmico do movimento, como sucedeu no classicismo; ou, pelo fascínio da velocidade, abstraída na autonomização do médium como ocorreu no modernismo; ou, pelo desafio da instantaneidade, diante da fluidez dinâmica da presença mediatizada, como atualmente acontece; o interesse da escultura pelo movimento, em que a dança se revela como paradigma, tem sido uma constante, mantendo, apesar das variáveis, um eixo central, imutável, que é o da correspondência da escala antropométrica com o espaço. Se as aproximações entre a dança e a escultura podem ser perspetivadas tanto no âmbito estético como histórico, também é certo que a arquitetura constitui para ambas as expressões, um elo comum; se para a primeira implica, por exemplo, o limite do enquadramento topológico da ação performativa, para a segunda constitui uma constante na inter-dependência entre estrutura e forma e o desafio de superação da gravidade.

Em fevereiro (início do 2º semestre), face ao desejo demonstrado pelos alunos de Escultura VI em realizar uma exposição de finalistas num espaço alternativo ao da FBAUL, marcámos uma reunião na Escola Superior de Dança de Lisboa. Face ao acolhimento favorável da proposta, a turma foi fazer uma visita às instalações da ESD. O espaço arquitectónico disponível, constituído por uma nave industrial no piso zero (onde há alguns anos funcionou a fábrica COMETNA), entremeado de algumas criptas do antigo Jardim do Palácio do Marquês de Pombal e três sótãos situados no terceiro piso, pareceu-nos constituir um desafio interessante, embora nada fácil para a escultura.

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A escultura entre a dança e a arquitetura

É histórico o interesse que a dança tem suscitado na escultura. Sobretudo, por via do corpo, que sendo o médium da representação cénica ou coreográfica, também, é o principal referente da representação escultórica.


Tal como o programa previa1, durante um semestre, os alunos deslocaram-se, em pequenos grupos, do Chiado à Rua do Século. 1. ''A Unidade Curricular de Escultura VI focaliza-se, particularmente, na relação da Escultura com o espaço e o lugar, admitindo a possibilidade de integrar práticas transversais, híbridas, no âmbito da instalação, happening e performance, desde que, enquadradas no projeto artístico pessoal, (individualmente desenvolvidas ou, em grupo) e integradas no referido espaço arquitectónico.''

À medida que o prazo se extinguia, via-se a azáfama. E cresciam as dúvidas e as questões. Falta resolver isto e aquilo! Como superar todas as pequenas adversidades que sempre ocorrem em projetos deste género? Tanto ou mais importante que os conteúdos curriculares do percurso académico, é a experiência que se adquire em resultado do contacto direto com o trabalho. Para todos os envolvidos, esse compromisso constituiu, certamente, uma inolvidável oportunidade de aprendizagem. As propostas variadas, como convêm a um bom desempenho pedagógico, demonstram o empenhamento e a qualidade da reflexão teórica face ao contexto simbólico e uma prática contemporânea enquadrada em ambiente arquitectónico. As obras, como terão oportunidade de verificar, assumem no registo singular, práticas multidisciplinares, próprias da escultura atual cujo território híbrido se expande desde as construções arquiteturais, ao vídeo, performance, ou instalação. O que significa cada uma dessas propostas? Esse é o repto que lanço a quem as queira observar in situ. A terminar, cabe-me aqui expressar um sincero elogio ao laborioso empenhamento dos finalistas que souberam estar à altura do desafio. Bem-hajam e que esta experiência constitua o princípio do devir de novos projetos.

José Teixeira

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Contribuo para esta publicação dos trabalhos dos alunos finalistas da Licenciatura de Escultura da FBAUL (2011-2012) com imagens de esculturas minhas produzidas por volta do mesmo período que as deles, permitindo-me assim participar indiretamente neste projeto expositivo. Carlos Cardoso — Directo ao Assunto é uma homenagem ao valor e a inventividade do jornalista investigativo Moçambicano assassinado no ano 2000.

Ângela Ferreira

Ângela Ferreira, 2011 Vistas da exposição Carlos Cardoso — Directo ao Assunto, Stevenson Gallery Cidade do Cabo

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Alberto Luís André F. da Silva António A. de Abreu Cláudia Mourata Cremilde Bispo Enaiê Souza Fábio A. Ribeiro Frederico Elias Henrique Vaz Igor Jesus Inês N. de Sousa Jaime Ribeiro José Teixeira Lopes Juliane Fressynet Luís Raimundo Margarida Alves Maria Vieira Marisa Costa Reis Pedro Aurindo Pedro Rodrigues Vanda Muacho

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Curricula vitae

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Alberto Luís · Lisboa, 1964

Catarse Instalação vídeo, 6', loop

Sem título Instalação vídeo, 2'10'', loop

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Catarse…

Um local ao abandono que é escolhido como um abrigo para um sono, este ser humano escolhe fazê-lo por intuir que nas próximas décadas nada mudará no mundo. Este sono transmite por um lado plenitude, num aguardar e por outro lado inquietação porque embora dormindo, sente o passado. Sonhando, sentindo o seu passado, presente e futuro no mundo.

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André F. da Silva · Lisboa, 1988

Sem título Madeira, tijolo, circuitos elétricos, lâmpadas, dimensões variáveis

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Partindo de uma análise de aspetos que considero negativos e/ou, consequências de ações e decisões humanas, a prática começa por identificar as diversas possibilidades encontradas no ponto de referência escolhido, sendo essas possibilidades fundamentais para o desenvolvimento do trabalho. É também importante destacar a relação existente entre o espaço e os materiais escolhidos, tentando inclusivamente aproveitar o que existe no local. Assim, os materiais utilizados apresentam-se como uma das ligações mais visíveis e diretas com o existente. Ao abordar o atual espaço da Escola Superior de Dança foi-me difícil ficar alheio à sua história, às suas vivências e ainda às diversas apropriações e fragmentações que os seus espaços têm vindo a sofrer até hoje. O meu interesse por essas transformações induziu-me na procura da sua imprevisibilidade, agregada à fragilidade. Como demonstro no trabalho, o peso das diversas mutações verificadas, põe em causa a sua existência, sendo que os materiais mais frágeis se encontram na camada inferior da estrutura, e os materiais mais resistentes no topo. O Edifício, em análise, apresenta um registo notório das variadas funções que este acolheu: antigo Palácio do Marquês Pombal, antiga empresa metalúrgica, escola de dança, entre outras. Mantendo-se a matriz de base frágil e primária, as camadas vão-se preservando sempre que é alterada a sua função, sendo isso percetível na sua estrutura e no corpo integrante do edifício. Com o passar do tempo as diferentes técnicas utilizadas foram permanecendo, para assim contarem a história da sua construção. Essa necessidade da transformação espacial, na procura de uma nova organização, apresenta-se em todos os compartimentos, tome-se por exemplo, a parede divisória do sótão, onde é visível a elevação da cobertura para armazenamento de material da antiga fábrica, ou ainda, a demolição de paredes a fim de tornar determinados espaços mais amplos e fluídos. No meu entender, esta constante mutação do espaço coloca em risco a própria estrutura do edifício. Deste modo, um dos aspetos fundamentais presente neste trabalho é o extremo a que se chega, levado a um momento de colapso iminente, tal como é demonstrado.

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António A. de Abreu · Lisboa, 1983

Sem título Assemblage, madeira Dimensões variáveis

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Quando a matéria se desintegra é reaproveitada para a criação de novas formas. O espaço é dinâmico, molda-se com o peso da matéria.

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Ant贸nio A. de Abreu 路 Lisboa, 1983


Sem título Assemblage, madeira Dimensões variáveis

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Cláudia Mourata · Setúbal, 1991

Monta-cargas Ferro soldado, 508×186×150 cm

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Todo este excesso de informação, ruído, luz, cor e espetáculo que, é significativamente compreendido por muitos como autêntico e genuíno, origina um estado do real que ultrapassa a própria realidade. Numa sociedade que vive a um ritmo mais do que acelerado, um ritmo quase instantâneo, somos confrontados diariamente por esse hiper-realismo de uma forma intensa e sincrónica que torna difícil distinguir o real do irreal. A perceção dos objetos representados e a representação em si mesma não se altera, pondo em causa o que é ou não válido, como também, o caráter que distingue a profundidade do que seria uma experiência e a sua representação mimética. Não existe diferença entre a verdade em si e a sua cópia e, muitas vezes, a imitação cativa e apela mais ao espetador que a própria essência do objeto. A noção de realidade é constantemente distorcida através da construção de modelos mentais, apreendidos em sociedade, que conduzem e moldam os nossos comportamentos e reduzem a possibilidade de reflexão. Um presente em estado permanente que quase anula a memória e a capacidade de pensar e consequentemente a possibilidade de uma libertação e de um conhecimento de si e por si mesmo.

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Cremilde Bispo · Abrantes, 1990

Sem título (Série) Mogno, dimensões variáveis

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Este trabalho final tem como objeto de estudo a estrutura que suporta o telhado do sótão da ESD (Escola Superior de Dança) — a tesoura. A tesoura é uma viga formada por barras dispostas a tornar o sistema estrutural do telhado indeslocável. É uma estrutura plana vertical que recebe cargas paralelamente ao seu plano, transmitindo-as aos seus apoios. Para que tal condição seja possível, é necessário que esta esteja em equilíbrio. Ao estar em equilíbrio, a força resultante na estrutura é nula, isto é, existem forças aplicadas na mesma, mas a sua soma vetorial é igual a zero. Na tesoura encontram-se presentes três forças principais atuantes: a compressão, a tração e a tensão de cisalhamento. Observando a estrutura, sabe-se que esta se encontra em equilíbrio, mas não são percetíveis as forças atuantes na mesma. Este trabalho tem como objetivo último transformar essas forças atuantes numa série de objetos, de maneira a que estas se tornem percetíveis, através do manuseamento dos mesmos. Apesar da propriedade lúdica implícita, as peças adquirem um caráter escultórico através dos seus contornos minimalistas e aspeto enigmático.

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Enaiê Souza · Brasil, 1988

Reflexo Gesso cerâmico, sisal 190×90 cm

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electroespectromagnético... comprimento de onda visível 400nm a 750nm cores ... Olho, íris, pupila, retina... cérebro... Imagem invertida... Reflexão de onda... rebatimento... Imagem...! Interior... exterior...!

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Fábio A. Ribeiro · Coimbra, 1990

Untitled (Sem título) Ferro, rede metálica, cimento, betão armado, 200×100×350 cm

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"Foucault utiliza termos que sugerem deslocações, distâncias, posicionamentos, isto é, metáforas espaciais. A ideia de que a nossa experiência do mundo é em grande parte consequente da vivência de um espaço heterogéneo, composto por diferentes colocações configuradas pelo conjunto de relações que estabelecem entre si, pela posição que ocupam nesse mesmo espaço. Este conjunto de relações determina os nossos movimentos e deslocações que, por sua vez, influem sobre o pensamento e a ação."

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Frederico Elias · Lisboa, 1991

Movimento Madeira, 80×80×80 cm

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O Movimento da Estática Movimento, um conceito que a meu ver é importante no espetáculo da Dança, tal como no nosso dia a dia e, que nem sempre damos por ele uma vez que temos este conceito tão automatizado. Mas não podemos deixar de considerar que só existe o conceito de Movimento porque este coexiste com o seu oposto, a Estática, que é mais ou igualmente importante. Tal como John Cage desafia o mundo com a criação da composição musical 4’33”, onde a música é produzida através do silêncio, vou procurar realizar um trabalho onde represento o movimento com a ausência do mesmo. O trabalho é composto por uma construção em madeira, que poderemos chamar-lhe de palco, por uma performance e pelo resultado da mesma. O início da performance dá-se quando uma das performers se senta na construção e fica a observar o trabalho que está à sua volta; a segunda performer, que se encontra no meio do público, entra no espaço do trabalho onde um foco de luz projeta a sua sombra na parede. Ao ver a sombra projetada, vou atrás da mesma para fazer o seu registo a giz na parede, procurando fixar os movimentos das performers. Depois, a performer que está sentada levanta-se e dirige-se para o projetor, separando-o do tripé. Segurando o projetor e apontando-o para a outra performer, que poderá ou não mexer-se, procura criar movimento através da sombra projetada. Esta ação é alternada entre as duas performers e repete-se durante algum tempo, sempre com variações de movimento, desde o aproximar e afastar, deslocar para os lados, contornar ou até mesmo subir e descer o palco. Durante todo este tempo fui procurando registar as sombras tanto na parede como no chão. A última ação da performance acontece quando uma das performers sobe para o palco com o projetor na mão apontado para si mesma (de cima para baixo), na direção da parede. Nesta sequência, com uma aparafusadora fixo a performer à obra, através das calças, com o intuito de prendê-la e conseguir fazer um último registo da sua sombra na parede; assim que faço o registo, o projetor desliga-se. A performer permanece em cima do palco aparafusada, dando-se por concluída a performance quando a performer tira as calças para se libertar, saindo de cena. Esta encenação teve um carácter dinâmico e interativo com o público, pois o próprio espectador era convidado a interagir com a obra, pegando também ele no projetor e sendo alvo de alguns registos de sombra também. Como resultado da obra ficou o registo das sombras na parede e no chão, o palco, as calças e uma beata deixada pela performer em cima do palco.

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Henrique Vaz · Lisboa, 1988

Beyond Us (Para Além de Nós) Madeira, espelhos, luzes 226×156 cm

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A curiosidade humana é o desejo de ver ou conhecer algo desconhecido, é uma capacidade natural que faz parte do instinto humano, pois reflete uma exploração do universo em que o pretendido é uma adição a todas as informações que já se possuem. Quando a curiosidade e a vontade de conhecer algo ultrapassa um limite pré-estabelecido pela ética social, como neste caso, uma zona com acesso interdito, são levantadas questões sobre o espaço, sobre a sua constituição, sobre o seu conteúdo, de um modo geral, a ânsia de conhecer o desconhecido, a chamada curiosidade. Portanto, ao não existirem informações espaciais e materiais sobre dito espaço, e sendo o campo da curiosidade um imperativo na questão, um outro elemento afirmou-se: o campo da imaginação. Tomando a faculdade da imaginação como fruto do desconhecido e flor da curiosidade, foi posta em prática uma conceção totalmente nova do conceito espaço, em que a curiosidade do pré existente deixou de imperar e a ficção tomou o seu lugar.

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Igor Jesus 路 Lisboa, 1989

Por Defeito Stills do v铆deo

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Ação para um acontecimento prévio entre duas margens Uma das células, de um total de três, dos escritórios da administração da COMETNA de Palmela, anexado a uma construção nova. Dois sacos de aspiradores provenientes da primeira ação de limpeza das outras duas células de escritórios. Um elástico. Um envelope remetido para uma distancia de um total de 1789 Km, em outubro de 1982. Uma alcatifa encontrada no hangar da escola superior de dança com um total de 1343cm2. ¬ Agradecimento: Muito especialmente, desejo agradecer à minha namorada Rita Ferreira pela disponibilidade, atenção dispensada, paciência e dedicação. Sem ela não teria sido possível a realização do trabalho.

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Igor Jesus 路 Lisboa, 1989


Estrutura para um acontecimento prévio Madeira, alumínio, pladur 300×1000×1000 cm

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Inês N. de Sousa · Lisboa, 1991

Sobreposição s.f. Viga contínua, som (loop), caixas de luz Dimensões variáveis

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O espaço da ESD tendo sofrido mutações ao longo dos tempos, pela necessidade de se erguerem novas áreas (adaptadas a certas necessidades), parece reclamar a urgência de encontrar algum elemento que funcione como uma memória dos espaços sucessivos, um componente que fizesse parte dessa noção de construção arquitectónica, que estando presente e em destaque, se tornasse notório para desenvolver o trabalho. O elemento em destaque, após investigação no espaço e a observação de plantas do mesmo, foi escolhido. A viga em I, localizada no PISO 0, que é a única que se encontra em planta, tornou-se um elemento que contém características que tocam nos pontos de investigação: um componente que faz parte da estrutura que constrói o edifício sendo ao mesmo tempo um elemento que neste momento não suporta nada do edifício atual. Representa assim uma memória do que já fora erigido ali. Num noutro tempo fez parte de uma outra possibilidade. O elemento — viga em I — torna-se um elemento de investigação, quanto à forma em si e ainda ao modo em que ela se integra no espaço da Escola Superior de Dança, sem nunca desprezar a quantidade de sobreposições que o mesmo espaço tomou ao longo dos tempos. Com o processo de sobreposição (que de uma forma simples consiste em que algo se encontre em frente ou em cima de outro algo) demonstra-se que existe a alteração de algumas características do que é sobreposto por mais leves que sejam. Ao ocultar certas particularidades, ou parte delas, cria-se uma nova forma. Uma construção que se pode criar com o mesmo elemento mas que o que lhe confere a forma final é o próprio processo de sobreposição.

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Jaime Ribeiro · Oeiras, 1970

Percurso da escultura com paisagem MDF, ferro, plástico reciclado, acrílico, 100×100×100 cm

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Percurso da escultura com paisagem parte de uma unidade formal de base geométrica que se apresenta num cubo desarticulável, poliedro regular cuja construção permite integrar o movimento, incitando o sujeito observador a manuseá-lo e a percorrê-lo. O observador/espetador é assim integrado como sujeito ativo na interação e na reconfiguração física e espacial da obra, num processo de construção-desconstrução de caráter fenomenológico. Ao sujeito é assim atribuída a liberdade de modificar a forma e/ou o espaço envolvente, ou simplesmente observá-lo, num jogo infinito de composição em que este é estimulado a exercer uma performatividade artística. A representação fotográfica de parcelas do que outrora foi um jardim barroco integrada na peça, nos topos fechados interiores, não tendo sido premeditada, acabou por acontecer como uma sucessão lógica do trabalho dadas as características estéticas e históricas do contexto de localização deste Percurso da escultura com paisagem. Esta apresenta-se no que, noutro tempo, terá sido o reminiscente jardim cenográfico do Palácio do Marquês de Pombal. A fotografia do espaço — jardim aconteceu assim como solução de marcado interesse estético, por plasmar na escultura — forma significante — indícios de um passado devoluto relativamente ao conjunto do edificado e jardim como contínuo deste. O encontro do objeto escultórico com o espaço acontece também pela estrutura ortogonal que representa ou evoca uma estética de cariz urbano e mais uma vez inscreve naquele um novo significado que aponta para a modificação que o tempo introduz em toda a obra humana, em última análise, sobre o caráter transitório e efémero dos espaços e dos objetos. Esse encontro é reforçado pelos materiais industriais utilizados na construção de Percurso da escultura com paisagem: laminados de MDF e acrílico, tubos de ferro e plástico reciclado, produtos da indústria transformadora, atividade que igualmente caracterizou o espaço do hangar, se bem que na área da siderurgia, até meados dos anos 80. Este terá sido, na sua origem, uma dependência adjacente ao patamar principal do jardim do Palácio do Marquês de Pombal. A simbologia do cubo é muito rica. Associa-se à materialidade do mundo, à casa, continente (refúgio ou prisão), ao espaço estável e concluso. No entanto, por antinomia, aparece em Percurso da escultura com paisagem como uma estrutura permeável, de topos abertos, instável, obrigando o sujeito a oscilar entre o que está dentro e o que está fora. Esta ambivalência, acentuada pela performatividade dos eixos de domínio coreográfico, dá ao observador a impressão de que o que parece nem sempre é, extraindo da estaticidade a impermanência, da imobilidade, movimento.

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José Teixeira Lopes · Lisboa, 1950

Passarola Construção, madeira 80×55×55 cm

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Evocação do século XVIII e de Bartolomeu de Gusmão. Pertencia este palácio a Manuel de Carvalho e Ataíde e Tereza Luíza de Mendonça e Melo e nele nasceria a 13 de maio de 1699, aquele que viria a ser o Marquês de Pombal. Estamos no início do século XVIII, período revolucionário especialmente no capítulo das ciências e da técnica. É o século de Leibnitz (máquina multiplicadora); Newton (leis da gravitação). Em 1701, chega a Lisboa um menino que além de ter uma memória prodigiosa, inventou diversos engenhos, como a bomba que elevava a água a mais de cem metros de altura e que forneceu o Seminário onde estudou. As mulas carregadas de pipas, que até então faziam essa tarefa podiam agora ser utilizadas noutros trabalhos. Tinha também inventado uma outra bomba hidráulica, que graças ao movimento das ondas esgotava as naus mais permeáveis. Bartolomeu foi um estudioso, um inovador, não se circunscreveu ao seu mais polémico invento, estudou matemática, física, mecânica, astronomia, filologia e falava fluentemente latim, francês e italiano, entendia também o grego e o hebraico, era um orador notável, tendo sido publicados os seus sermões. Podemos mesmo olhá-lo como um precursor do Aufklärung de Kant. Mas o seu pensamento estava muito para além do seu tempo, a sua popularidade causou invejas, usaram contra ele a pior arma de todos os tempos — a calúnia. Os seus detratores acusaram-no de divulgar ideias judaizantes e de que teria feito um pacto com o diabo. Perseguido pela Inquisição, foi obrigado a fugir para fora do reino, morreu em Toledo aos 39 anos de idade. Interrogado pela Inquisição, o seu irmão Alexandre que o tinha acompanhado na fuga, acabou por confirmar todos os rumores que contra ele corriam. Durante muitos anos tornou-se mesmo (como diriamos hoje, politicamente incorreto) mencionar o seu nome. Estamos em 1708, o padre Bartolomeu regressa do Brasil e consegue que o rei João V patrocine a sua mais arrojada invenção. A nobreza quer saber mais, é convidado de todos, já viram no Paço algumas das suas experiências com modelos. Umas foram bem-sucedidas, outras nem tanto. Consigo imaginá-lo nesta pequena gruta, que ao tempo dava para os magníficos jardins do palácio, era um lugar onde recebiam convidados ilustres, ouço-o falar dos seus planos, das suas ideias, perante o olhar admirado dos donos da casa. Há no ar um brando ruído da água da fonte, entre os presentes está um menino de nove, dez anos, que o escuta atentamente, irá mais tarde tornar-se num déspota é certo, mas também num inovador...

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Juliane Fressynet · Lisboa, 1989

Sem título Faiança, modelação 100×30×30 cm

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As espirais estão presentes em toda a natureza sob muitas e diversas formas. São um símbolo de evolução e de movimento ascendente e progressivo, presentes na própria essência do universo. Nesta instalação cada escultura é composta por dois elementos, uma mola de aço helicoidal, que é o esqueleto onde se enrosca uma peça de faiança. As peças são fragmentos inspirados na espiral logarítmica que percorrem e acompanham simultaneamente o interior e exterior do espaço vazio existente nas espirais helicoidais. Está ainda subentendido nesta forma um movimento de constante projeção para o infinito. Os contornos exteriores dos fragmentos da peça são a manifestação do invisível que se completa através da memória individual de cada um, surgindo assim uma interpretação pessoal da obra. O espaço no qual as peças estão instaladas é marcado pela rigidez das estruturas de madeira do sótão e pelas suas formas retas que contrastam assim com as formas helicoidais das molas. As esculturas estão dispostas sobre o ponto de maior sustentabilidade das vigas para receber um objeto que vai exercer força e tensão. As peças não vão estar assentes no chão ou num plinto mas sim acima do olhar do observador, o que vem coincidir com a minha vontade de manter a verticalidade da escultura.

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Luís Raimundo · Lisboa, 1960

A Dança Madeira de casquinha 200×200×500 cm

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A obra é constituída por cinco aros quadrangulares construídos em madeira de casquinha maciça, cortados com tamanhos e espessuras diferentes e colocados verticalmente uns dentro dos outros de modo a que cada quadrado se divida em dois retângulos, com exceção do menor. É formada por duas peças, uma com três aros, cujas medidas de cada barra do aro maior são 200×10×10cm e a outra, mais pequena, com dois aros, cujas medidas da barra do aro menor são 142×4×4cm, projetando-se do aro maior ao aro menor ocupando uma área de cerca de 10m2 e formando uma espécie de ziguezagueado. Pretende-se que as duas peças estabeleçam um diálogo entre si, e que a perspetiva, o ritmo, a profundidade, a leveza, a transparência, elegância, estejam presentes, evocando, deste modo, algumas das características da Dança.

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Margarida Alves · Lisboa, 1983

Articulações Construção, aço, papel 280×70×20 cm

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Quando nos movemos mentalmente num espaço, movemo-nos igualmente no tempo, no passado e no futuro. — Wi-Fu-Tuan

O trabalho apresentado consiste num projeto de natureza escultórica que tem como ponto de partida a Escola Superior de Dança de Lisboa (ESDL). Foi estudada a arquitetura do espaço acima indicado e respetivo contexto histórico do edifício, salientando o facto do mesmo ter sido inicialmente um palácio, anos mais tarde uma empresa metalúrgica e atualmente a ESDL. De facto, o edifício teve diferentes utilizações; com o passar do tempo, sofreu processos de descontrução e construção, de presença e de ausência de partes da edificação e das pessoas que a habitavam. Tendo em conta o atual funcionamento do espaço, deu-se especial relevância à dança — Serpentine Dance, Louie Fuller — na qual é substituida a casualidade narrativa pelas articulações poéticas, ou seja, os elementos que compõem a atuação salientam a permanente construção e descontrução das formas e volumes. Os objetos escultóricos nascem neste contexto em que a forma se transforma continuamente, em que o corpo dá lugar ao múltiplo, ao resquício e ao rasto, à paisagem invisível como condição da paisagem visível.

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Maria Vieira · Almada, 1960

Dança mecânica Construção, madeira, ferro 250×250×250 cm

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Tempo, espaço, movimento, três factores que caracterizam a vida de um bailarino ou de um operário metalúrgico como atores de peças componentes de uma máquina feita para produzir… gestos repetidos ao longo da vida, a mesma que gira em torno de um eixo. No palco ou numa linha de montagem existe um paralelo entre ambos, um segredo, que não transparece ao espetador, a dor física e psicológica. O espetador só vê o produto final, com bom aspeto embora o preço a pagar seja elevado.

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Marisa Costa Reis · Lisboa, 1991

Assim se Aproxima MDF, 180×320×410 cm

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No sótão de madeira reina o cheiro do material, de um espaço pouco frequentado, em que cada viga conta anos e anos de extinção da sua espécie. Importante será salientar a beleza das suas linhas, o ritmo pausado que espelham umas nas outras, os ângulos que suportam toneladas de peso e que demonstram, ainda assim, elegância. As estruturas apesar de apresentarem o mesmo ritmo, a mesma função, da mesma força, são separadas, literalmente pela distância. Todas no mesmo espaço, mas quase com uma quebra de comunicação entre elas. O ritmo constante, esse é quebrado pelo silêncio. Porque não substituir esse silêncio por algum movimento? Porque não abstrair aquelas linhas da sua função de suportar e fazer delas um jogo? Algo que quebre aquele ritmo, algo que as aproxime? O jogo consistiria em desenhar as vigas com as respectivas aberturas e preenchê-las com uma continuidade dessa mesma linguagem, como se fossem nascendo umas através das outras. Esse conjunto de ângulos (tipo tesoura), ia crescendo… assim que era fechado um vértice, logo se desenvolvia outra tesoura. Um ponto desenvolveria outro e a escala ia-se moldando. Assim, este conjunto de fragmentos formaria um puzzle. Ao aproximarmos o mesmo, este encaixaria no negativo da respectiva estrutura. No final seria como um puzzle fora do seu habitat ganhando dimensão, a partir do momento em que se elevava. A proximidade seria criada através de uma construção de encaixes, que estaria exposta no chão, enquanto outra peça desse puzzle estaria instalada na viga seguinte, para demonstrar a sua origem. O facto de o material ser mais escuro, já cria, por si, uma ligação com as próprias vigas.

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Pedro Aurindo 路 Lisboa, 1990

Fragmento de Est煤dio 5: em redor do que quer que signifique vida

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Pedro Aurindo · Lisboa, 1990

You must be really scared — Rabi Ari Yeah, I’m going to die — Nate Yeah, me too — Rabi Ari Really? What do you have? — Nate A body — Rabi Ari (Série televisiva Six Feet Under, 2001-2005)

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Salgados 5 (série Salgados) Instalação vídeo, 1'28''

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Pedro Rodrigues · Setúbal, 1988

Tensão (Série) Madeira, elástico, dimensões variáveis

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O projeto Tensão surge em resposta à disciplina Escultura VI, cuja proposta consiste em fazer algo em função de um espaço cedido. O espaço em questão é a Escola Superior de Dança, mais precisamente o hangar desta. Inicialmente comecei por apenas visitar o local, tirando fotografias e fazendo registos à mão, vendo as possibilidades. Uma vez que a dança explora o corpo como meio de expressão, voltei-me para o corpo, a sua mobilidade e o espaço onde lhe é possível interagir. Durante as primeiras ideias trabalhei em torno do conceito de espaço, do qual me queria apropriar. Não sendo este um espaço total mas sim aquele que o corpo define durante um movimento. Ou seja, uma espécie de rasto. Guiei-me então pelas palavras-chave: Corpo — Movimento — Espaço As experiências resultantes desta ideia consistiam em estudos de linhas que eram definidas pelos limites do nosso corpo durante um movimento. O percurso do gesto físico do corpo pelo espaço e o eixo matemático pro­duzido pelo mesmo movimento. As linhas eram delineadas durante um movimento e acabavam por definir um espaço imaginário. Contudo aproveitando apenas a linha e o espaço continuei a fazer estudos. O projeto adquiriu um caráter experimental. Nesta nova fase optei por usar o elástico e a madeira, sendo a madeira um novo elemento adicionado por mim. Usar estes elementos de uma forma simples, coerente e direta testando os seus limites físicos foi o objetivo. Procurei ser simples e eficiente nos materiais que elegi. As minhas primeiras sugestões (maquetas/estudos) acabaram por se tornar um padrão para aquilo que iria trabalhar até ao final. A madeira e o elástico seriam os únicos materiais que melhor se enquadravam na linguagem que pretendia transmitir. Tirei o melhor partido do espaço baseando-me nas primeiras ma­quetas sugeridas nas avaliações periódicas. As palavras-chave nesta fase: Tensão — Elasticidade — Equilíbrio Centrei o meu objetivo em criar um conjunto de possibilidades e não uma única hipótese. Não chegar a um resultado específico em si mas a um conjunto indeterminável de possibilidades sintetizadas. As formas resultantes deste processo experimental tornaram-se por si só demonstrações de movimento, podendo-se associar mesmo a bailarinos/as. A captura deste mesmo movimento abstrato é transmitida da mesma forma que coloco em esforço os dois mesmos materiais usados testando a re­sistência de cada um. A dança requer também que o corpo seja levado ao seu limite. É necessária força, elasticidade, equilíbrio e mesmo tensão.

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Vanda Muacho · Portalegre, 1975

Sem título Ferro oco, arame, 300×150×20 cm

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O objeto escultórico pretende remeter o observador para a ideia de vida e reflexão sobre a mesma. Trata memórias e pensamentos que estabelecem ligações entre o interior do Homem, o uno, e a sua existência perante o que o rodeia, o múltiplo. É uma viagem a uma auto-consciência e a uma consciência coletiva que se encontra distante, ou até mesmo ausente, dos pensamentos quotidianos e de rotina a que somos submetidos. Existe um movimento espiral congelado, temporal e espacialmente, que nos é transmitido através das extensões retas e diretas dos fios que aprisionam a espiral em ferro. Esta estrutura em espiral representa um movimento de evolução e continuidade de uma vida ou de um ser que estagna em diversas passagens dessa viagem, condicionado por aquilo que, à sua volta, o transforma de forma positiva ou negativa. A luz que ilumina toda a superfície da escultura projeta os mesmos movimentos em espiral pretendendo a revelação de uma possibilidade de continuidade, como se trata de um reflexo do objeto sólido, mas o seu oposto, com muito mais força e vivacidade. Desta forma a escultura não vive sem a sombra pois o conceito e a ideia estão intrínsecos nos dois elementos da obra complementando-se.

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CURRICULA VITAE

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Alberto Luís

Cláudia Mourata

Lisboa, 1964. Reside em Lisboa e estuda em Lisboa. FORMAÇÃO: Conclui em 2012 a licenciatura de Artes Plásticas — Escultura da FBAUL. EXPOSIÇÕES:, Exposição coletiva no ARCO de Joalharia Contemporânea.

Setúbal, 1991. Frequentou a Escola Secundária Artística António Arroio onde se especializou em Audiovisuais — Fotografia. Concluiu a Licenciatura de Escultura da FBAUL em 2012. EXPOSIÇÕES COLETIVAS: Exposição de escultura, Museu Jorge Vieira, Beja, 2007; Exposição de fotografia, Quinta das Conchas, Lisboa, 2009; Exposição de Escultura, Casa do Brasil, Lisboa, 2011.

967347248 · albertoluis64@gmail.com

André Figueiredo da Silva Lisboa, 1988. Reside no concelho de Cascais. FORMAÇÃO: Concluiu em 2012 o curso de Escultura na FBAUL. Frequentou o secundário em Artes Plásticas e Multimédia. PROJETOS: No ano de 2011 fez parte do projeto Limites em regime de residência artística no Feital. Desenvolveu diversos projetos no decorrer da licenciatura. Teve experiências profissionais ao nível das artes gráficas e multimédia. Participou na criação de infraestruturas lúdicas para uma empresa nacional.

claudia.mourata@gmail.com

Cremilde Bispo Abrantes, 1990. FORMAÇÃO: Frequência do Curso de Fotografia do Ar.Co (Centro de Arte e Comunicação Visual); Finalista do curso de Escultura da FBAUL. PROJETOS: Desenvolveu a partir de 2009 diversos projetos no domínio da Fotografia, da Joalharia e Webdesign. cremildebispo@gmail.com

916045998 · marcosilvams@hotmail.com

António Aires de Abreu Lisboa, 1983. FORMAÇÃO: Concluiu em 2012 a licenciatura em Escultura da FBAUL; Frequentou o atelier/curso de Escultura na Da Vinci Escola d´Art, Barcelona, 2008/2009; Concluiu o Curso de Arte Gráfica, Escuela Joso, Barcelona, 2007. PERCURSO: Participação na residência artística Luzlinar, Feital, 2011; Exposição coletiva Centro Cultural de Odivelas, 2011; Exposição coletiva Percepção do Devir, Casa do Brasil, Lisboa, 2011; Participação no Simpósio de Escultura, Tejeda Gran Canária, 2010; Participação na Exposição coletiva, Da Vinci Escola d´Art, Barcelona, 2009; Ilustrador da curta-metragem, A Cachitos de Luis Cabezas, Barcelona. 918292878 · antonio.airesdeabreu@gmail.com

Enaiê Souza Porto Alegre, Brasil, 1988. Mudou-se para Almada em 2000 onde reside até hoje. Curso de Cerâmica Artística da Escola Secundária António Arroio. Licenciatura em Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa — Especialização no laboratório de pedra e gessos. Nunca participou em nenhuma exposição fora do âmbito escolar. 917400249 · enaie@hotmail.com

Fábio A. Ribeiro Coimbra, 1990. Reside e trabalha em Lisboa. FORMAÇÃO: Concluiu em 2012 o curso de Escultura da FBAUL. EXPOSIÇÕES COLETIVAS: Percepção do Devir — Complementos de um espaço, Casa do Brasil de Lisboa, 2011; Centro de Exposições de Odivelas, 2011. Em 2011 colaborou com o artista plástico Stephan Doitschinoff na performance Brilho do Sol. 239946334 · fabiopm.ribeiro@gmail.com

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Frederico Elias

Jaime Ribeiro

Lisboa, 1991. FORMAÇÃO: Frequentou curso de pintura no atelier arte mista, 2001 a 2008; Concluiu a licenciatura de Escultura na FBAUL, 2012; Frequentou, através do programa Erasmus, a Accademia di Belle Arti di Carrara (escultura), 2011/2012. EXPOSIÇÕES COLETIVAS: Omaggio a Federico Fellini e Sculture da Viaggio di Monica Michelotti, Palazo Ducale di Massa, Massa — Carrara, Itália, 2012; GAB-A, FBAUL, 2012. EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS: Scorticato, Galeria da FBAUL, 2012.

Oeiras, 1970. Reside no concelho de Cascais e estuda em Lisboa. Exerce a profissão de gráfico desde 1992, ano em que completou o curso de Artes gráficas na Escola Secundária António Arroio. É finalista do Curso de Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

916661143 / 966777243 · fredericoelias13@gmail.com

Lisboa, 1950. Reside e estuda no concelho de Lisboa. FORMAÇÃO: Concluiu em 2012 a licenciatura de Artes Plásticas — Escultura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. EXPOSIÇÕES COLETIVAS: 17ª Exposição de Artes Plásticas de Vendas Novas 2011; 4ª Vive-Arte-Exposicion Internacional de Arte Contemporâneo Villa Franca de Los Barros, Badajoz, 2012.

Henrique Vaz · Lisboa, 1988. 912746853 · henrique.vaz.costa@gmail.com

Igor Jesus Lisboa, 1989. Licenciado em Escultura pela FBAUL, participou em vários workshops no âmbito do desenho e da pintura. Participou na exposição coletiva Percepção do Devir — complementos de um espaço, Casa do Brasil de Lisboa, 2011 e na Exposição de Escultura, Centro de Exposições de Odivelas, 2011. Participou na exposição Logradouro, Espaço Avenida 211 e na Exposição Cimento, comissariada por Sara Antónia Matos, Sala do Veado, 2012. 918817076 · igor.ruben.jesus@gmail.com

Inês Nogueira de Sousa Lisboa, 1991. Reside no concelho de Oeiras e estuda em Lisboa. FORMAÇÃO: Concluiu em 2012 a licenciatura de Escultura da FBAUL. EXPOSIÇÕES: À procura… à procura, Anjos — Lisboa, 2011. Exposição de Escultura, Centro de Exposições de Odivelas, 2011. Percepção do Devir — Complementos de um espaço, Casa do Brasil de Lisboa, 2011. UNDERGARDEN, Espaço Cultural das Mercês, 2012.

916091117 / 967802806 · jaime.ribeirooo@gmail.com

José Teixeira Lopes

963535354 · zeu.live@gmail.com

Juliane Fressynet Lisboa, 1989. Desde 2011 é assistente de produção para a escultora Noémia Cruz. FORMAÇÃO: Concluiu em 2012 a licenciatura de Escultura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa; Ensino Especializado de Produção Artística — Cerâmica na Escola Artística António Arroio, 2009. EXPOSIÇÕES COLETIVAS: Bienal de Cerâmica Internacional de Aveiro, 2011; da forma da escrita à escrita da forma, Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa, 2011 e Galeria da Câmara Municipal de Almodôvar, 2009. 917404549 · juliane_fressynet@hotmail.com

913127570 · ines.sousaa@gmail.com

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Luís Raimundo "L.Rai"

Marisa Costa Reis

Lisboa, 1960. Licenciado em Ciências Históricas, 1984. É professor e reside em Elvas. Iniciou o Curso de Artes Plásticas 1982 na ESBAL, fundou em 1989 a Pintazulejo, Azulejo Artístico, Lda., tendo pintado desde então painéis de azulejos para Portugal e estrangeiro, assinando com a abreviatura “L.Rai''. Compositor e instrumentista concluiu em 2007 o 8º ano de Formação Musical do Conservatório Superior de Música. Em 2009 iniciou o Curso de Escultura na FBAUL e concluiu em 2012 a Licenciatura em Escultura.

Lisboa, 1991. Reside em Agualva e estuda em Lisboa. Concluiu em 2012 a licenciatura de Escultura da FBAUL. EXPOSIÇÕES COLETIVAS: Alunos da FBAUL, Centro de Exposições de Odivelas, 2011; Novas Atitudes na Medalha Contemporânea, Galeria da FBAUL, 2011; Medalha Contemporânea, Proença-a-Nova, 2011; Puros Sonhos, Sobral de Monte Agraço, 2012. INSTALAÇÕES URBANAS: Boca de Cena, 12ª Edição do Festival Anual de Teatro Amador de Lisboa, 2011; À Mesa com o FATAL, 13ª Edição do Festival Anual de Teatro Amador de Lisboa, 2012.

966327436 · luismanuelraimundo@gmail.com

962569873 · marisa_b4ever@hotmail.com

Margarida Alves Lisboa, 1983. FORMAÇÃO: Licenciatura Pré-Bolonha em Engenharia Civil, FCT/UNL, 2005; Licenciatura em Escultura, FBAUL, 2012. EXPOSIÇÔES COLETIVAS: New Ideas in Medallic Sculpture, Traveling Medallic Sculpture Exibition, 2010-2011; À procura… à procura, Anjos, Lisboa, 2011; Percepção do Devir — Complementos de um espaço, Casa do Brasil de Lisboa, 2011; ENCONTRARTE — Amares 2011; ART LAGUNA PRIZE 2012 — SCULPTURE FINALISTS, Itália, Arsenal de Veneza, 2012. PRÉMIOS: Vencedora do Concurso de Escultura ENCONTRARTE, Amares 2011; Finalista do Concurso de Escultura ART LAGUNA PRIZE, Itália, Veneza 2012.

Pedro Aurindo

margaryda@gmail.com

Vanda Muacho

Maria Vieira Almada, 1960. Reside e trabalha em Lisboa. Formação: Finalista do curso de Escultura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. 1º Prémio Troféu Gala de Desporto Universidade de Lisboa 2010/2011. Desenvolve alguns trabalhos particulares no âmbito das artes plásticas, na área de Escultura.

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Lisboa, 1990. Finalista do curso de Escultura da FBAUL, 2012. Participou nas seguintes exposições coletivas: Casa do Brasil de Lisboa, 2011; Centro de Exposições de Odivelas, 2011. 918571356 · pedroaurindo@gmail.com

Pedro Rodrigues Setúbal, 1988. Reside em Palmela. Em 2012 concluiu a licenciatura em Escultura da FBAUL. 917142005 · pedro_madness@live.co.uk

Portalegre, 1975. Reside e estuda em Lisboa. FORMAÇÃO: Concluiu em 2012 a licenciatura de Artes Plásticas — Escultura da FBAUL. EXPOSIÇÕES: Exposição coletiva no Centro de Exposições de Odivelas, 2011. Exposição coletiva Percepção do Devir — Complementos de um espaço na Casa do Brasil de Lisboa, 2011. 912941554 / 965477768 · vmariamuacho@gmail.com


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Organização e edição Faculdade de Belas-Artes Universidade de Lisboa Largo da Academia Nacional de Belas-Artes, 1249-058 Lisboa Tel. [+351] 213 252 108 grp@fba.ul.pt · www.fba.ul.pt Coordenação Prof. Auxiliar José Teixeira Prof. Assistente Ângela Ferreira

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Relações públicas Isabel Nunes Madalena Monteiro Design de comunicação Tomás Gouveia Impressão e acabamento Rabiscos de Luz Tiragem 300 exemplares ISBN 978-989-8300-39-3 Depósito legal 351148/12 Lisboa, outubro 2012

© FBAUL, 2012. © dos textos e das fotografias, os autores.

Finalistas escultura fbaul 11'12 25 OUT — 23 NOV Escola Superior de Dança Instituto Politécnico de Lisboa Lisboa, Portugal


Com o apoio

es

escola superior de danรงa INSTITUTO POLITร CNICO DE LISBOA


Finalistas Escultura Fbaul 11'12

Catálogo da exposição


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