TESES MESTRADO PINTURA 10'12

Page 1

Teses Mestrado Pintura

MA Painting Theses

1


2


3

p. 7 ∙

Índice

INDEX

APRESENTAÇÃO

Pedrinhas e migalhas (no caminho): A propósito dos novos trabalhos do mestrado em Pintura Little stones and crumbs (on the way): Regarding the new work of MA Painting

p. 04

7 ∙ p. 42

Isabel Sabino

— Teses de Mestrado

Ana Martinez Anabela Becho Anni Katajamaki Catarina Aleluia Catarina Domingues Eduardo Fonseca Joana Motta Guedes Joana T. Silva Mariana Filippe Mariana Senra Pedro Almeida Priscila Amoni Sara Pereira Antunes Sofia Arez Susana Rocha

p. 08 ∙ p. 46 p. 10 ∙ p. 46 p. 12 ∙ p. 46 p. 14 ∙ p. 47 p. 16 ∙ p. 47 p. 18 ∙ p. 47 p. 20 ∙ p. 48 p. 22 ∙ p. 48 p. 24 ∙ p. 48 p. 26 ∙ p. 49 p. 28 ∙ p. 49 p. 30 ∙ p. 49 p. 32 ∙ p. 50 p. 34 ∙ p. 50 p. 36 ∙ p. 50

— Curricula Vitae

Mestrado em Pintura: unidades curriculares, tópicos e docentes MA PAINTING: CURRICULAR UNITS, TOPICS AND TEACHERS

p. 38 ∙ p. 52 p. 7 ∙ P. 40

p. 7 ∙ p. 54


04

PEDRINHAS E MIGALHAS (NO CAMINHO): A PROPÓSITO DOS NOVOS TRABALHOS DO MESTRADO EM PINTURA

coisa dando origem à outra, em extensão ou aprofundamento, ou em paralelismo, complementaridade, inter-tecelagem de conceitos operativos, conteúdos, referências. Métodos e critérios exigem, por outro lado, a máxima clareza. E, muitas vezes, há afinidades que permitem, na realidade, compreender melhor as diferenças.

Todos os anos o grupo é diferente: formações, currículos, idades, expectativas e graus de maturação e empenhamento, tanto pessoal como cultural e artístico, acentuam diversidades. Aumenta gradualmente, mas de forma nítida, o número de não portugueses. Perante assimétricos níveis de consciência do processo criativo, propensão especulativa, métodos de trabalho e capacidades de investigação, neste nível que forçosamente se espera avançado (e, por isso, baseado num percurso anterior), uma das tarefas que nos move é apurar o que é mais interessante em cada caso e apoiar uma diferenciação para um projeto mais afirmativo, partindo de características artísticas e discursivas passíveis de identificar e clarificar em cada estudante. Numa exposição final, nem sempre os resultados evidenciam o trajeto total, e a exposição sequencial das “teses” não é suficiente para se perceber tudo. O que se dá a ver destaca o trabalho artístico, inevitavelmente alvo de seleção por razões principalmente de espaço (manifestamente escasso) e coerência conceptual e formal. Para um entendimento do que é, realmente, o ponto de chegada de cada estudante — uma dissertação realizada no segundo ano do curso, na maioria dos casos com uma componente “artística” e uma parte “teórica” ou escrita — há que ter em conta esse “díptico” em que uma componente é, de certo modo, invisível na exposição, ficando contudo nas bibliotecas com documentação da parte “visível”. O todo implica aqui (exceto nos que escolhem apenas escrever) essas duas partes, cuja articulação assume diversos formatos: a estrutura e a relação de causa-efeito podem ser complexas, mutáveis e flexíveis, uma

É assim que, neste grupo, várias dissertações incidem na questão do retrato, nuns casos mais centrado na identidade em si, noutros resvalando para algo que persiste numa memória ou imanência do lugar: Com trabalho fotográfico desde a sua licenciatura, Ana Carina Martinez mostra figuras femininas em ambientes naturais quase sempre aprazíveis. A preto e branco e a cores, a atitude serena dessas figuras, a sua escala na paisagem, a relação com a horizontalidade, desloca-nos para um ambiente de devaneio fortemente onírico ou, pelo contrário, de suspensão e ameaça latente sob o espectro de Ofélia ou de outras figuras do romantismo. Nas aguarelas de Joana Silva, o aparente vazio do papel circunda amplamente as imagens pintadas, acentuando o seu pequeno formato e o caráter de aparição, que a cor desmaiada, por sua vez, confirma. Discretas e despretensiosas memórias de famílias, pessoais ou anónimas, sugerem na sua delicadeza possíveis narrativas subtilmente inventadas, segredos intimistas e mudanças de enredo e personagens, como em ecos sucessivos de histórias transmitidas oralmente. É frequente a figuração de Eduardo Fonseca ocupar todo o espaço do quadro, cujo espaço plano surge despojado de hierarquia, quase all-over. As referências assumidas da arte pop e, em particular, da colagem, prolongam-se nas cores solares, fortemente saturadas, acentuando algum caráter festivo e até de carinhosa paródia que as figuras e os signos exprimem: imagens do cotidiano, cenas banais, pequenas alusões políticas. A câmara de Priscila Amoni capta e elabora objetos e sinais deixados numa casa semi-abandonada, um lugar específico em Lisboa, revelando a presença ida de uma antiga habitante de identidade pouco comum. Entretanto, um


05

recém-chegado vem habitar ali e, gradualmente sensível à influência do lugar, age de modo inesperado, dando lugar a cenas de poética interação naquele espaço. Do retrato ao lugar e vice-versa, o genius loci manifesta-se.

Um outro grupo abrange reflexões sobre o espaço que nos envolve, tanto entendido de modo literal como pretexto para um diálogo mais profundo com a própria existência. Mariana Senra interpreta a geometria de arquiteturas modernistas para transpor as suas estruturas rítmicas para o plano da pintura, explorando inúmeras variações de grande depuração. E, por vezes, surgem da superfície e dos processos operativos usados soluções em que a profundidade e o espaço real parecem constituir-se como desafio e, simultaneamente, regresso. Também a partir de lugares determinados, Sara Antunes cria situações pictóricas sob materialidades diversas que, de certo modo, constituem “impressões” locais. É como se, em extractos sucessivos, adicionasse películas de pintura aos sítios, sendo possível, posteriormente, autonomiza-los e transportá-los, subvertendo a sua categoria inicial como fragmento da instalação site-specific e tornando-os objetos pictóricos — da situação ao objeto, portanto. De modo diverso, o lugar como tema é, para Catarina Aleluia, uma possibilidade ou, mais do que isso, uma hipótese para repensar a noção de especificidade com base numa recolha histórica que integra também ações participativas desde os anos 60. Articulada com essa reflexão, apresenta um projeto pessoal no âmbito da arte pública urbana, proposto numa materialidade típica — o mosaico — com propósitos de permanência e durabilidade no diálogo. Joana Motta Guedes, na sequência de projetos que tem visto concretizados no espaço público em vários locais do país, elege também este tema como interesse de pesquisa. Centrando-se nalguns exemplos contemporâneos, com destaque para casos no contexto português, analisa características de cada um, desde a sua concepção ao uso que possibilitam. Anni Katajamäki reflete, em parte, sobre a condição (inevitável?) de nomadismo a que

a vida contemporânea parece destinar um número cada vez mais significativo de pessoas. Por um lado, os seus objetos estão associados a necessidades vitais, mas por outro instauram-se também como referências de passagem, vestígios da efemeridade de tudo. Assim, umas vezes envolvendo a crítica e a ironia como dispositivos de distanciamento, sob o olhar do estrangeiro, questiona a possibilidade do lugar e da pertença e ainda a deslocação destes, a sua reconversão como acontecimento no tempo. E Sofia Arez, num percurso singular marcado por um currículo artístico significativo (em cujas fases anteriores a pintura sobre tela era protagonista principal, nela explorando figurações que remetiam para emoções muito interiorizadas e, mais recentemente, paisagens do vazio), apresenta agora fotografias. Aparentemente distintas da obra anterior, depressa se reconhece nestas, todavia, uma coerência profunda, ao contextualizá-las num dispositivo de instalação que cruza o sentimento de ascese de um certo misticismo com o despojamento da abstração motivada pelo sublime.

Mas, por outro lado, o regresso à matéria e ao corpo, ao próprio “toque”, a preto e branco ou a cores estridentes, não impede também aí o movimento para o invisível e para um sentido existencial da abstração sob a condição do gesto efémero, seja ela aparente ou menos aparente. Revelar ou não, iludir na penumbra densa ou desvendar na sombra do fogo, dar livre curso à turbulência dos sentidos ou ao magma interior que irrompe, da mente ou não? Sob a terra ou sob a pele — no corpo em qualquer caso — quente por baixo da superfície, é como se, nos seus papéis pintados, Anabela Becho nos falasse de fenómenos da natureza, daqueles que as ciências naturais tratam, e não de outra coisa, e não de pintura. Catarina Domingues, nos seus desenhos de grande formato, em que o branco do papel é marcado por gestos repetidos e ritmos orgânicos, faz alusão a paisagens de movimentos, tensões, ou possíveis texturas corporais. A sua abstração relativa, onde parecem ecoar sugestões sonoras, articula-se com uma estratégia de


06

aproximação — ou diríamos sedução? — em que o apelo a um Outro, um encontro desejado, assumida como central. Nas suas pinturas, cujo cromatismo intenso tem sido uma declaração de vida e energia, Susana Rocha revela em anteriores representações de cor laboriosamente plana a suspensão post mortem de animais dissecados e elementos florais, num evidente alinhamento com a tradição das vanitas. As atuais ‘quase abstrações’ resultam, agora, de gestos mais amplos, numa libertação da técnica pictórica que a envolve mais intimamente sob o ponto de vista físico. Torna-se visível uma abertura ao nível simbólico, tanto nessas pinturas como nas peças em que recorre a processos objectuais. E Pedro Almeida mostrou antes pinturas em abundantes papéis e telas onde as embalagens de produtos farmacêuticos oriundas do seu quotidiano originavam abstrações de cor e ambiente neo-geo. Agora, transpõe o uso de matérias

Novembro 2012

químicas terapêuticas (como tinturas) para a cor pintada, com previsível transitoriedade acelerada, associando figuras da banda desenhada e animação cuja iconografia se baseia também no poder transformador de substâncias desse tipo. Mas, quando as efémeras tintas experimentais desmaiarem rapidamente, como prevê e já constata, o que restará dos seus cartoons, dos seus super-heróis?

São estes, assim, os casos deste curso de mestrado, os “heróis” do ano que (por vezes sabe-se lá em que condições de vida pessoal) conseguem agora chegar ao fim desta etapa e mostrar o seu trabalho, colocando-o sob escrutínio. Sem mapa à vista, como pequenos sinais num caminho, pedras ou migalhas de pão, a sua presença irá ter, certamente, ter diferentes graus de visibilidades e permanência. Para já, aqui ficam.

Isabel Sabino (Professora Catedrática, Coordenadora do Mestrado em Pintura)


TESES DE MESTRADO


Ana Carina Martinez

Ofélia como ficção do autorretrato

Orientador Prof. Cat. Maria João Gamito

Partindo de um núcleo de fotografias da minha autoria, subordinadas ao tema Ofélia, este trabalho centra-se na questão do autorretrato a partir desta figura. Deste modo, e na sequência das experiências anteriores no domínio da fotografia, este projecto consiste no esclarecimento e sistematização dos conceitos abordados e especificamente do autorretrato fotográfico. Esta tese pretende aprofundar e relacionar, circunscrevendo o trabalho prático, os seguintes conceitos: a relação entre a natureza e o feminino; o corpo horizontal como lugar do sono e de morte e a sua relação com a horizontalidade da terra; a figura de Ofélia e a contemplação da beleza da morte; o sono do corpo afogado: da relação do feminino e da água à morte do corpo afogado; a representação da morte: da pintura e da fotografia post-mortem; a simulação da própria morte ou o autorretrato como ficção da morte e a figura de Ofélia como ficção de um autorretrato.

Sinopse

08


1–3

09

Ofélia I, II e III, fotografia digital, 2012.


Anabela Becho

Demasiada luz fere. A Pintura, um lugar do Sublime

Orientador Prof. Aux. Tomás Maia

Sinopse O que é pintar? Partindo de uma evidência e de uma perplexidade que se apresenta ao pintor, esta investigação pretende refletir sobre a essência da pintura em torno das questões da luz e da sombra. Num jogo de dar a ver, de revelar, e de ocultar ou mascarar, a pintura torna-se num lugar do imperceptível e é aí que reside o seu poder de fascinação. Procurou-se indagar qual a relação deste jogo — de revelação e de ocultação — com o conceito de Sublime, que é abordado não num contexto histórico ou historicista, mas antes como uma realidade intrínseca à condição humana e, consequentemente, à realidade do artista. A primeira parte da dissertação tem como base os textos La Peinture, Masque et Miroir e Le Lisible et le Visible de Jean-Marie Pontévia; a segunda parte convoca a obra de Mark Rohtko, partindo da cor enquanto elemento primordial na abordagem ao conceito de Sublime. A série de trabalhos que acompanha a investigação teórica intitula-se Entre o Sangue e o Fogo e é composta por 21 pinturas sobre papel.

10


1–3

11

Entre o Sangue e o Fogo, pintura s/ papel Fabriano (350gr), técnica mista, 70 × 100 cm, 2012.


Anni Katajamäki

Desterritorialização e Trajeto: estratégias para a permanência entre lugares

Orientador Prof. Aux. Carlos Vidal

Sinopse A presente dissertação tem como objeto de estudo a problemática da pertença a um determinado lugar. É igualmente abordada a questão de direito de existir num lugar sem que a ele se pertença. O motivo para a investigação surge da aspiração de entender as funções de um lugar «entre» — um espaço intermédio mental, resultado de situações socioculturais relacionadas com as movimentações geográficas ocorridas no planeta e com as suas implicações psicológicas — criado pelos indivíduos que se deslocam das suas origens culturais e étnicas, vivendo em espaços abstratos «entre», em situações que envolvem conceitos como desterritorialização, nomadismo, migração existencial ou exílio. Como diz Edward Said, somos exilados em qualquer lugar em que estejamos. Para aprofundamento destes conceitos são consideradas as ideias de espaços intersticiais, lugares e não-lugares, a posse de um terreno e a ocupação de um território. O projeto plástico funciona como uma reformulação individual, propondo e apresentando modos alternativos de processamento para estas situações, através da criação de uma série de «estratégias de subsistência» na mencionada permanência entre lugares.

12


1–2

13

Failed strategies nº1, técnica mista, 2012.

3

Failed strategies nº2, técnica mista, livro e texto, 2012.


Catarina Aleluia

A Poética do Espaço: De Bachelard às Artes Visuais

Orientador Prof. Aux. Carlos Vidal

Sinopse Nesta Dissertação de Mestrado em Pintura propõe-se a reflexão e investigação teórico-prática no âmbito da arte contemporânea sobre a ideia de arte de intervenção no lugar público. Com o tema A Poética do Espaço: De Bachelard às Artes Visuais, procura-se uma abordagem geral e pessoal sobre o tema do site specific que terá como base a obra A Poética do Espaço de Gaston Bachelard, e que dialogará com propostas teórico-práticas de artistas nacionais e internacionais, desde os anos 60 até à atualidade bem como alguns ensaios reflexivos sobre o assunto. O tema propõe uma recolha de acontecimentos, ações coletivas e diversas resoluções plásticas no âmbito das artes visuais e de intervenção, organizadas cronologicamente pela história da arte mundial. A investigação acresce à concretização de um trabalho prático e plástico de intervenção pública, com igual importância à reflexão teórica, de um modo complementar e conclusivo. A construção desta peça (que nasce da mistura da pintura, mosaico e escultura) propõe dois planos de ação: apela ao princípio do «objeto-pintura» instalado num lugar público, e propõe um diálogo imediato e multidisciplinar com o espectador.

14


1

Lugar do Mosaico (desenho), tinta da China e marcador s/ papel; 29.7 x 21 cm, 2011.

3

Lugar do Mosaico (caráter lúdico participativo — proposta de instalação num espaço público de circulação livre / Paredão do Concelho de Cascais), mosaico cerâmico s/ MDF, 90 × 100 × 200 cm (maqueta 1/5), 2011-2012.

15

2

Lugar do Mosaico (caráter contemplativo — proposta de instalação numa sala de exposição / Casa das Histórias Paula Rego), mosaico cerâmico s/ MDF, 90 × 100 × 200 cm, 2011-2012.


Catarina Domingues

O Encontro. A obra de arte e a noção de encontro

Orientador Prof. Aux. Tomás Maia

O meu trabalho centra-se na noção de encontro de Paul Celan, que aborda a existência de um Outro. Mas este “Outro” não é aquele que, convencionalmente, poderíamos chamar “exterior”. O encontro do eu — de que Celan nos fala — é o encontro com o Outro de si mesmo. Quando Paul Celan evoca o Outro não se refere portanto a uma presença mas, antes, ao interior mais íntimo que a própria vivência social e afectiva do ser. Ao Outro não é conferida uma identidade, muito pelo contrário: ele é um desconhecido. O ser que transporta em si mesmo um Outro de si, um outro criador e em movimento que dá origem à poesia, compreendida não no seu sentido estrito mas abarcando todas as áreas da criação.

Sinopse

16


1–3

17

Sem título, tinta da China s/ papel, 160 × 180 cm, 2012.


EDUARDO FONSECA

Colagem em território expandido

Orientador Prof. Assoc. Hugo Ferrão

A pesquisa que originou o trabalho teórico prático, desenvolvida ao longo do período do Mestrado em Pintura, partiu do pressuposto que o termo “colagem” poderia ser aplicado para além da técnica e construir novas interpretações de acordo com seu contexto. Não foi por acaso que a Colagem apareceu na leitura dos trabalhos. Desde as pinturas mais antigas do artista nota-se uma constante de elementos que se aglomeram e constroem a imagem pretendida, mesmo que elas não sejam um tipo de figuração apenas transpostas para o campo pictórico, são realidades possivelmente verosímeis. As referências do universo Pop, político e económico, contemporâneas ditam os temas experimentados para esses trabalhos. Há uma análise crítica e coerente com assuntos que permeiam o nosso cotidiano representados na maior parte das vezes através do óleo, dando ênfase à continuação da pesquisa experimental das cores aplicadas sobre os tons de pele sugerindo uma paleta bem particular.

Sinopse

18


1

O Alquimista, recorte, folha de ouro e óleo s/ tela, 238 × 84 cm, 2012.

3

American Dream, óleo s/ tela, 144 × 94 cm, 2012.

19

2

Os Inocentes, óleo s/ tela, 120 × 90 cm, 2012.


Joana Motta Guedes

Em Torno da Conceção e da Receção da Arte Pública: A Representação no Lugar

Orientador Prof. Aux. José Quaresma

Sinopse Neste trabalho fazemos uma aproximação ao tema da arte pública do ponto de vista da prática artística e suas especificidades, articulando-a com a reflexão teórica. Abordamos o “espaço público” como meio privilegiado para as relações interpessoais e que acolhe a arte pública. Revemos algumas definições de arte pública e falamos da dificuldade de delimitação deste campo artístico, que na contemporaneidade tem um caráter híbrido, integrando múltiplos discursos e práticas, diversos fundamentos e motivações. Desenvolvemos uma análise crítica dos trabalhos de arte pública de Eduardo Nery e Maria Keil em Portugal, assim como de Daniel Buren e Olafur Eliasson no exterior. Expomos e caraterizamos as preocupações, fases de conceção e execução de um trabalho plástico de intervenção no espaço urbano da nossa autoria, realizado entre 2010 e 2012. Para cada autor analisamos métodos de trabalho, processos criativos, motivações, discursos, elementos formais e expressivos, conceitos e ideias, interpretações e sentidos possíveis. Indagamos a arte no espaço público enquanto prática criativa relacionada com fatores como a especificidade dos espaços da sua instalação e a multiplicidade dos seus públicos. As propostas artísticas analisadas comprometem-se e procuram ligar as pessoas aos lugares, através da arte, desafiando o artista e os fruidores, originando fruições e leituras diversas.

20


1

Intervenção plástica na Estação de Agualva-Cacém realizada entre 2010 e 2012, painel de 3,30 × 6,60 m na fachada principal (outubro de 2012).

3

Intervenção plástica na Estação de Agualva-Cacém realizada entre 2010 e 2012, painel de 3,30 × 6,60 m na Passagem dos Bons Amigos no túnel sob a linha férrea (outubro de 2012).

21

2

Intervenção plástica na Estação de Agualva-Cacém realizada entre 2010 e 2012, painel de 1,236 × 4,326 m no átrio norte da estação (outubro de 2012).


Joana T. Silva

O Faz de Conta: Imagens à procura de histórias

Orientador Prof. Aux. Manuel Botelho

Sinopse As minhas pinturas são imagens à procura de histórias. Imagens sem legenda, cenas comuns, geradas por uma pincelada diluída que se parece encontrar no limite do desaparecimento, que convidam à viagem, à viagem pela memória individual e coletiva. O meu trabalho centra-se no diálogo entre a fotografia de família e a pintura. A pintura nasce do olhar sobre imagens de memórias de outros colecionadas por mim. As imagens, sejam fotografias ou pinturas, são, a meu ver, histórias congeladas à espera de serem decifradas por um leitor. É através da imaginação que a fotografia se torna potenciadora de histórias, e, assim como nas minhas pinturas, é-nos possível inventar, relacionar, ficcionar mundos e viajar neles. Assim, através da pintura, dou uma nova vida a uma imagem fotográfica esquecida, perdida, quase invisível. Essa outra vida da imagem fotográfica, o faz de conta, torna-a numa janela aberta à imaginação.

22


1-3

23

Sem tĂ­tulo, aguarela s/ papel impresso, 2012.


Mariana Filippe

Contemplando a Figura na Pintura: A Posição do Observador

Orientador Prof. Aux. Carlos Vidal

Acredito que a Pintura acontece exactamente naquele espaço físico entre o observador e a imagem suspensa numa parede. A figura do observador é algo que está inerente à Pintura, mas para alguns artistas e mesmo algumas épocas históricas, essa figura ganha um carácter central na obra sendo mesmo o ponto ou o pretexto principal do qual toda a obra se constrói. Através da obra de Jean-Baptiste-Siméon Chardin, Caspar David Friedrich, Édouard Manet, Thomas Struth e Michaël Borremans podemos explorar uma relação muito concreta entre as figuras representadas nas suas obras e o observador que as contempla. A presença de uma figura humana na compilação de uma pintura tem sempre um impacto muito grande no espectador e estes artistas exploraram este impacto de uma forma muito subtil. Esta relação interessa-me muito e procuro explorá-la no meu projecto pessoal. Concretamente quando a figura na pintura é representada num estado de absorção, e podemos ver isso na obra destes cinco artistas, é dada uma sugestão ao espectador do que acontece na pintura sem deixar de manter um certo mistério e interrogação sobre a imagem. É no visível que vemos o mais invisível.

Sinopse

24


The little screen, óleo s/ tela, 80 × 100, 2012.

25


Mariana SENRA

A Arquitetura Como Pintura

Orientador Prof. Aux. Manuel Botelho

Sinopse A Arquitetura Como Pintura tem como ponto de partida e tema principal o elemento a grelha. Nesta dissertação exploram-se, também, outras questões, tais como a forma, o equilíbrio, a composição e a proporção, que derivam do mesmo elemento e que se relacionam, diretamente, com o trabalho prático realizado nesta temática (ou neste contexto). A partir da reflexão acerca do elemento grelha procede-se ao estudo da sua aplicação em duas áreas distintas da pintura: o abstracionismo — que incide, particularmente, no Neoplasticismo — e a arquitetura moderna — cuja análise se centra, principalmente, nas teorias de Le Corbusier e na utilização da “grelha de proporções” na Unidade de Marselha. Tendo em conta, o facto de que a arquitetura é considerada, essencialmente, como um objeto palpável e funcional, tal não significa que não possa ser entendida enquanto obra abstrata e puramente visual. Um dos propósitos deste estudo prende-se com a possibilidade de se interpretar o objeto arquitetónico através de um novo paradigma, numa visão que se aproxima da pintura pela sua natureza sensível e plástica.

26


1

Sem título, acrílico s/ 6 telas, 60 × 60 cm, 2012.

3

Sem título, 4 painéis tinta de esmalte s/ MDF, 2 × 55 × 65 cm, 2012.

27

2

Sem título, livros com gravuras, técnica de goufrado, 1ºvol. 188 p.; 2ºvol. 200 p.; 14.5 × 14.5 × 8 cm (×6), 2011.


Pedro Almeida

Pharmacon: A cor e a figura

Orientador Prof. Catedrática Isabel Sabino

Sinopse O meu trabalho parte da utilização de produtos/substâncias farmacêuticas, com fins terapêuticos, para a produção de cor na pintura. Para diferentes terapêuticas existem medicamentos diversos que atuam sobre o corpo (físico), por exemplo sobre a pele, ou sobre o espírito, quer manifestando consequências visíveis, quer apenas permitindo aceder a descrições acerca das alterações que provocam, ou ainda só passíveis de ser demonstrados num outro plano, no plano da imaginação. Pinto o espaço entre a realidade e a ficção, a cor do visível e a cor imaginada (não-visível). Num caso, uso tinturas produzidas em farmácia, com a tintura de iodo, noutros recorro a figuras da banda-desenhada e do cinema de animação cuja história se associa à utilização ou consumo de substâncias cujas consequências são decisivas no seu comportamento e, inclusive, na sua aparência cromática. Fixo o momento e pinto o efeito transformador da cor sentida pelos bonecos animados. Os bonecos animados/ícones da BD, que são sempre retratados como personagens saudáveis e fortes, tornam-se frágeis e tornam-se mortais ao utilizar como matéria-prima, no meu trabalho plástico, produtos químicos voláteis e instáveis. Interessa-me assim o efémero e a poética na pintura.

28


1

Fátima, técnica mista s/ tela, 43 × 69 cm, 2012.

3

Fátima a saborear, técnica mista sobre papel, 113 × 152 cm, 2012.

29

2

Bobi?, técnica mista s/ papel, 152 × 172 cm, 2012.


Priscila Amoni

Madame Olga: movimento numa casa

Orientador Prof. Catedrática Isabel Sabino

O trabalho artístico consiste na realização do filme “Madame Olga”, uma longa-metragem de uma hora, gravado em digital. Trata da ocupação e vivência de uma casa abandonada em Lisboa e da escavação das camadas de histórias inscritas naquele espaço. Há três personagens a interagir nesse espaço encontrado: Nicca, um visitante que chega; a presença não corpórea de Madame Olga, uma antiga moradora da casa; e a própria casa. Os três compartilham essa vivência e chegam a confundir-se. A parte teórica analisa todo o processo do filme e reflete sobre o lugar, o retrato e a perturbação da sua mútua contaminação e dinâmicas.

Sinopse

30


1-3

31

Frame extraído do filme Madame Olga, de Priscila Amoni, DVD, 55’, cor.


Sara Pereira Antunes

Pintura e Revisitação — a representação da coisa intermédia

Orientador Prof. Aux. Ilídio Salteiro

Esta dissertação teórico-prática enquadra-se no âmbito da Pintura como instalação em site-specific, sob o signo da dimensão metafórica que a Pintura contemporânea pretende ainda nos dias de hoje materializar ou subscrever. De forma concreta também pretende fazer uma análise descritiva e compreensível do trabalho prático realizado sobre este assunto e em paralelo com a mesma investigação. Com ela procura-se a representação de um corpo formal e intermediário, flexível e independente. Toda a investigação anda em torno dos conceitos de corpo pictórico essencial e da sua aparição no espaço.

Sinopse

32


1

Espaço transportado, site-specific no WC da residência na Associação Poço de Ideias, técnica mista de acrílico s/ óleo, 39 × 47 cm, 2012.

3

Transitando para o santo 2012, técnica mista de acrílico s/ óleo, 2012.

33

2

Lembrança do lar belga, site-specific na residência pessoal em Waasmunster, Bélgica, técnica mista de acrílico s/ óleo, 115 × 78 cm, 2012.


Sofia Arez

Da Ascese na Arte: a Estética de S. Bernardo e a Poética de Newman

Orientador Prof. Auxiliar Tomás Maia Co-orientador Paulo Pires do Vale

Sinopse O presente trabalho pretende identificar as principais características do pensamento estético de São Bernardo de Claraval. Esta identificação foi elaborada a partir da análise da Apologia para Guilherme abade, com o objetivo de situar cronologicamente o seu pensamento, identificar os respetivos princípios teóricos e filosóficos, e verificar se estes têm pontos de contacto com a austeridade no pensamento e na prática artística. Num segundo momento, procura-se detetar a ressonância desses princípios na realização plástica de uma obra concreta: The Stations of the Cross: Lema Sabachthani, de Barnett Newman. Na análise desta concretização avalia-se a obra para além da observância estrita de cada uma das premissas identificadas anteriormente, permitindo ainda obter um conhecimento mais profundo das questões relacionadas com a ascese na arte. Por fim, consideram-se os mesmos conceitos na elaboração e realização de uma intervenção plástica para o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. A proposta para Alcobaça é elaborada de forma a não alterar nem perpetuar nenhuma imagem no Mosteiro, indo, assim, ao encontro do despojamento estético preconizado por São Bernardo e sugerido pela referida obra de Barnett Newman.

34


1-3

35

Abandono, 1’05’’/1’35’’/4’20’’, fotografia, dimensões variáveis, 2012.


Susana Rocha

Pulsões de Morte na Arte Contemporânea: Notas sobre universos relevantes

Orientador Prof. Aux. Manuel Botelho

Sinopse A dissertação denominada Pulsões de Morte na Arte Contemporânea: Notas sobre universos relevantes, pretende sustentar uma reflexão teórica sobre a importância da morte nas criações plásticas contemporâneas, com significado na minha prática artística. São para esse fim analisados alguns pólos centrais de manifestações sintomáticas da infiltração da morte na arte, anteriores à arte contemporânea, (intitulados Estilo e Transgressão, Desconstrução do Corpo Humano e O Poder do Riso) para que de seguida se torne possível abordar núcleos que defino como relevantes, para o estudo desta questão na arte de hoje. Os principais centros de estudo e análise das pulsões de morte na arte contemporânea que escolhi tratar são o Fracasso, a Ironia, os Memorias, a Infância, o Desaparecimento, os Arquivos, os Ritos de Passagem, Mortes Coletivas, Morte Individual, e um Pressentimento de Morte na Pintura Contemporânea que não posso deixar de referir pela sua estreita ligação com o meu projeto. Este corpo teórico pretende participar de uma reflexão e aprofundamento desse mesmo projeto artístico que denomino Um Embate de Pulsões, onde apresento os resultados da minha prática e os fundamentos e conceitos que me guiam e que a sustentam, dos quais destaco o confronto entre pulsões de vida e morte.

36


1

Dead inside OUT, facas e balões, dimensões variáveis, 2012.

3

Paisagens Atemporais #2, acrílico s/ tela, 20 × 20 cm (×12), 2012.

37

2

Paisagens Atemporais #4, acrílico s/ tela, 60 × 50 cm, 2012.


38

CURRICULA VITAE

Ana Carina Martinez

Lisboa, 1988. Licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa em 2010. Erasmus 2009/10 na Facultat de Belles Arts da Universitat de Barcelona. Laboratorio de Som II — Arte Sonora da AR.CO ‘11. Exposições: AEFBAUL ‘09. VII Bienal da Vidigueira ‘10. Aveiro Jovem Criador ‘10 e ‘11. Galerias do Palácio Galveias ‘10. Jornadas Europeias do Património — Academia Nacional de Belas-Artes: Reviver/Repensar o Chiado ‘11. AAA organizada por Castelo d’If ‘11 e ’12. G.A.B-A ‘12. anacarinamartinez.blogspot.com

Anabela Becho

Coimbra, 1967. Vive e trabalha em Lisboa como artista plástica, investigadora, curadora e crítica de moda. Estudou Pintura na FBAUL (Lisboa) e na Middlesex University (Londres), e Design de Moda no CIVEC (Lisboa). Actualmente, é Conservadora e Curadora de Moda no MUDE (Lisboa). O seu trabalho artístico foi mostrado em diversas exposições colectivas, das quais se destaca: Exhibition Room, Who Galeria (Lisboa, 2011/2012); 1ª Bienal de Jovens Criadores de Países Lusófonos (Cabo Verde, 1998); Bienal de Jovens Criadores (Guarda, 1997); MULTIPLURIMINIBIDIMINIMIMIMI, Litografia de Portugal (Lisboa, 1997); Exposição de Finalistas da Middlesex University, Quicksilver Gallery (Londres, 1996); To Nip The Bud, CAPC (Coimbra, 1993). Contribuiu com textos e ensaios sobre arte e moda para diversos catálogos e publicações, incluindo ARTECAPITAL, BLITZ, Elle, Vogue e Relance. Em 2011, foi-lhe atribuído o prémio de Melhor Comunicação Imprensa dos Fashion Awards Portugal, promovidos pela Fashion TV. Anni Katajamäki

Sodankylä, Finlândia, 1977. Vive e trabalha entre Tomar e Lisboa. Mestrado em Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2012); Licenciatura em Artes Plásticas — Pintura e Intermédia no Instituto Politécnico de Tomar (2010); Degree programme in Environmental Arts em Tampere University of Applied Sciences (TAMK), 2002-2004, em Tampere, Finlândia (2002-2004). Bolseira de Erasmus na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa (2004). Exposições colectivas: Straight ahead and then turn, Espaço Avenida, Lisboa, 2011; O Movimento

das Coisas/Coisas em Movimento, Museu M.I.M.O., Leiria, 2011; O Chiado, a Baixa e a Esfera Pública, Arte Pública, Museu Arqueológico do Carmo, Lisboa, 2011; A Meio Caminho, exposição de finalistas no Centro de Artes, Vila Nova de Barquinha, 2010; Maen Paalla, espaço Rumpu, Tampereen Taiteen já Viestinnan Oppilaitos, Finlândia, 2003; Mediasirkus, performance colectivo, Tampere Keskustori, Finlândia, 2003. Outras exposições: Estratégia ou o dom de ubiquidade com Michael de Brito, Galeria Graça Brandão, Lisboa, 2011; Hemppa 1-vuotta com Tiago Cacheiro, Galeria do CAI, Tomar, 2009. Catarina Aleluia

Lisboa, 1985. Vive e trabalha no Concelho de Cascais. É licenciada em Pintura pela FBAUL (2008), desde 2005 (até à data) participa em exposições de Artes Plásticas (Portugal e Espanha), e em 2009 é premiada com uma Menção Honrosa pelo Museu Jorge Vieira. O seu trabalho contempla pintura, mosaico e construção de livros de artista (vertente pedagógica e/ou objetos de autor). Aborda também propostas de instalação a partir do desenho, projeção e peças de mosaico. A par do percurso artístico, participa em projetos pedagógicos com museus nacionais e outras instituições (MNAC/Museu do Chiado, Casa das Histórias Paula Rego e Departamento de Educação SCMC), no âmbito da mediação cultural e educação pela arte para públicos diversificados. A sua experiência estende-se à conceção e orientação de ateliês teórico-práticos, formações sobre acessibilidade, construção de objetos pedagógicos (públicos indiferenciados e NEE’s), visitas orientadas, e workshops de artes plásticas. Catarina Domingues

Lisboa, 1987. Formação: Mestrado de Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa sob a orientação do professor Tomás Maia; Licenciatura em Artes Plásticas na Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha, 2010. Exposições Colectivas: Nada em Comum, Antigo Edifício do Banco de Portugal, Leiria, 2010; Exposição de Finalistas do Curso de Artes Plásticas, ESAD, Caldas da Rainha, 2009; Exposição Colectiva de alunos da ESAD, Hotel GolfMar, Vimeiro, 2009. Exposições Individuais: Encontro, Sede do a9)))), Leiria, 2011.

Eduardo Fonseca

Ponte Nova, Minas Gerais, Brasil, 1984. Formação: 2010/12 Mestrado em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2012); Graduação em Pintura, Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil (2006/2009). Exposições Coletivas: Parte, Feira de Arte Contemporânea, São Paulo, Brasil (2012); É Estranho, ISEG, Universidade Técnica de Lisboa (2012); 4 anos da Mini Galeria, Mini Galeria, Belo Horizonte, Brasil (2011); Coletiva de Verão, Paula Cabral Gallery, Lisboa (2011); Situações, Fábrica Braço de Prata, Lisboa (2010); Galeria Arte Periférica, Centro Cultural de Belém, Lisboa (2010); Galeria da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil (2009); Atelier coletivo Sala Sete, Centro Cultura UFMG, Belo Horizonte, Brasil (2009); Rhys Mendes Gallery, MG, Brasil (2009); Mostra de trabalhos de alunos da EBA/UFMG, Galeria da EBA, Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais (2008); A ética da convivência, Museu AfroBrasil, Parque Ibirapuera, São Paulo, Brasil (2007); Coexistence, Centro da Cultura Judaica, Casa de Cultura de Israel, São Paulo, Brasil (2007). Joana Motta Guedes

Lisboa, 1983. Vive e trabalha em Lisboa. Licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa em 2008, frequenta atualmente aí o Mestrado em Pintura e está a fazer a dissertação no tema da arte pública. A partir de 2008 obteve encomendas constantes para a conceção de painéis de enormes dimensões para várias estações ferroviárias de Portugal, a convite das empresas REFER EPE e ALELUIA Cerâmicas S.A., onde se destacam os painéis executados na Estação de Cacém, na linha de Sintra, assim como nas estações de Setúbal, Barreiro, Lavradio, Baixa da Banheira, Alhos Vedros, Moita e Penteado, na linha do Alentejo. Participou com relevo em várias exposições coletivas, onde se destacam as realizadas no Espaço de Exposições da Marina de Cascais em 2011, no Palácio Galveias em 2009, na Galeria ACTO no Porto, no mesmo ano, e a exposição Quintanistas — Ponto Final, na Galeria de Arte do Casino do Estoril em 2008.


39

Joana T. Silva

Lisboa, 1987. Formação: 2012/14 Frequenta o Mestrado em Ensino das Artes Visuais do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa em parceria com a Faculdade de Belas-Artes; 2010/12 Mestrado de Pintura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, sob a orientação do professor Manuel Botelho; 2010/06 Licenciatura em Pintura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Exposições Colectivas: Nada Em Comum, curadoria de Tiago Baptista e organizada pela Associação Célula e Membrana, Banco de Portugal, Leiria, 2011; Finalistas de Pintura da Fbaul 09 10, Palácio Galveias, Lisboa, 2011; Maratona de Pintura da Associação Célula e Membrana, Sede do A9 )))), Leiria, 2010. +351 963 175 597 · silva.joana@live.com.pt

Menção honrosa de Pintura, Salão de Artes Plásticas de Coruche, 2004. Coordenação/Produção: Galeria Graça Brandão, Lançamento da edição / revista MARS # 4 — Criação Artística desde o espaço até à intervenção; Livro de Artista, O livro das Cem Sem elefantes, Colecção da Biblioteca da FBAUL. Residências artísticas: Projecto de Residências Coop. Exposição, lugar (in)comum, Galerias Garret; Projecto residência artística, Bolsa da Câmara Municipal Lisboa através da Budapest Art Gallery (2001). Exposições 2011: Iniciativa X, Galeria Arte Contempo; O Chiado, e a Esfera Pública, Arte Pública; XXVII Premio Internacional Eugénio Hermoso; Fátima Shop, Loja do Lopes, Pavilhão 28; Pinturas Mortas, Galeria Magnética, Pavilhão 28; Finalistas de Pintura da FBAUL, Palácio das Galveias; entre pólos, Desenho, P28.

joanatsilva.blogspot.com

Priscila Amoni Mariana Filippe

Oeiras, 1988. Cresceu nos E.U.A. Reside actualmente em Dublin, Irlanda, onde desenvolve o seu projecto artístico. É licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Exposições Individuais: À Espreita, Galeria Novo Século, Lisboa, 2011. Exposições Colectivas: O Mar e Motivos Maritimos, Museu de Marinha, Lisboa — Menção Honrosa, 2012; O Chiado, a Baixa e a Esfera Pública, Chiado na Moda, Lisboa, 2011. Mariana Senra

(1987). Reside e trabalha em Lisboa. Formação: Concluiu em 2005 o Curso Geral de Artes da Escola António Arroio; em 2010 concluiu a Licenciatura de Pintura da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Exposições colectivas: O Chiado, a Baixa e a Esfera publica, 2011 (projecto integrado no evento Chiado na Moda); Exposição de Finalistas de Pintura 09’10 (Galeria Palácio Galveias) 2011; Jornadas do Património Europeu, 2011. +351 963 996 202 · mariana.m.senra@gmail.com

Pedro Almeida República do Congo, 1966. Formação Académica: Mestrado em Pintura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa; Licenciatura em Pintura, Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, 2009; Licenciatura em Ciências Farmacêuticas da Universidade Clássica de Lisboa, 1994. Prémios: Menção honrosa de Pintura, Concurso de Artes, Inatel, 2010;

Belo Horizonte, Brasil, 1985. Formou-se em Design Gráfico pela Universidade Estadual de Minas Gerais (2003-2007, UEMG), onde iniciou seu trabalho com vídeo e cinema, trabalhando como assistente do vídeo-artista Éder Santos, fazendo a Direção de Arte da longa metragem Mulher à Tarde, de Affonso Uchoa, e co-dirigiu uma curta metragem chamada Ou a Noite Incompleta, entre outros trabalhos mais comerciais. Seu contacto com a pintura deu-se no curso Belas Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais (2007-2010,UFMG), interrompido pelo programa de Erasmus na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), onde decidiu ficar para o Mestrado em Pintura. Em Lisboa participou de três exposições de pintura e está a finalizar a sua primeira longa-metragem, intitulada Madame Olga (2012). Sara Pereira Antunes

Lisboa, 1981. Actualmente reside em Waasmunster na Bélgica. Em 2006 licencia-se em Artes Plásticas, Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, regressando a esta instituição para realizar mestrado em Pintura, em 2011. Profissionalmente é artista independente activa com empresa aberta, na Bélgica, trabalhando em várias áreas como ilustração, pintura e escultura no âmbito da cenografia, cinema, parques temáticos, eventos, etc. Em paralelo mantém a sua actividade como artista plástica polivalente sendo os seus projectos mais recentes:

participação na residência artística espaço para o Espaço, sede da Associação Poço de Ideias, Lisboa, Janeiro/Fevereiro 2012; realiza residência artística de desenho e instalação, Associação Liberdade Provisória, Av. da Liberdade, 22, Lisboa, 2011; participa com ilustração na composição do albúm dos Cosie Cherie The book of Music, com mais artistas, 2011. Sofia Arez

LIsboa, 1972. Formação Académica: Mestranda em Pintura, FBAUL, 2011/12; Curso Avançado de Arte, Studio Art Centers International, Florença, 1992; Curso Intensivo Pintura, Ar.Co, Lx, 1989/91. Seleção de Exposições Individuais: In-Finito, Sala do Veado, Lx, 2011; Galeria Fábulas, Lx, 2008; Lugar do Observador, Casa das Artes, Vila Nova de Famalicão, 2004; Lugar do Observador, CNC, Lx, 2003; Lugar do Ser, Palácio da Independência, Lx, 1998; Ritos de Passagem, Casa Corpo Santo, Setúbal, 1996. Seleção de Exposições Coletivas: Salão de Outono, Fundação Oriente, Macau, 2012; O Chiado, a Baixa e a Esfera Pública, Museu Arqueológico Carmo, Lx, 2011; espaço_arte@ulis 2011, Reitoria Universidade Lisboa, 2011; Arte e Espiritualidade, Cordoaria Nacional, Lx, 2005; Cristo: Palavra e Imagem, SNBA, Lx, 2005; Home Is Where the Heart Is, Jersey Museum, 2003; Prémio CELPA/Vieira da Silva, Museu da Fundação Arpad Szènes — Vieira da Silva, Lx, 2003; 2º Grande Prémio BANIF de Pintura, Centro Nacional de Cultura, Lx, 2003; Visões do Corpo, Museus Municipais de Setúbal, Setúbal, 2002; You Are Here You Are There, London Art Biennale, Londres, 2002; Arte Contemporânea I, Museu Michel Giacometti, Setúbal, 1998. www.sofiaarez.com

Susana Rocha

Braga, 1988. Licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2010). Exposições Colectivas (selecção): Mostra Jovens Criadores 2012; Nada em Comum, 2011; Exposição Finalistas de Pintura, 2011; O Chiado, a Baixa e a Esfera Pública, 2011; Oriente/Ocidente Miscigenações, 2010. Prémios: Jovens Criadores 2012 — Artes Plásticas (vencedora) Clube Português de Artes e Ideias; Oriente/ Ocidente Miscigenações (menção honrosa), FBAUL/CIEBA. Exposições Futuras: Et in Arcadia Ego (exposição individual), Fevereiro 2013.


40

Mestrado em Pintura: unidades curriculares, tópicos e docentes

Pintura e projeto

Disciplina repartida entre dois semestres, formando uma unidade global com a disciplina seguinte (Pintura). Ambas constituem o eixo central do curso, proporcionando apoio ao desenvolvimento de um projeto artístico pessoal de nível pós-graduado. Inicialmente em regime de seminário de apresentação e discussão colectiva, transita depois para um acompanhamento fortemente individualizado que visa apurar os conceitos operativos fundamentais em cada projeto e monitorizar a sua evolução processual, técnica, referencial e reflexiva. Obrigatória · TP · 1º semestre · 6H · 9 ECTS Docentes — Prof. Aux. Manuel Botelho

especificidades e complexidades da pintura dos últimos 50 anos, incluindo as suas práticas expandidas e conceitos. Obrigatória · T · 2º semestre · 2H · 6 ECTS Docente — Prof. Cat. Isabel Sabino

— Optativa · TP · 1º semestre · 4H · 6 ECTS Docentes — Prof. Aux. Ilídio Salteiro, convidados

Metodologia da investigação

Disciplina para a orientação nas metodologias específicas das ciências humanas e outras complementares, com vista à elaboração da dissertação (escolha do tema, organização da pesquisa e da escrita, fichas, citações e notas, bibliografias, elementos visuais, etc.).

/ Prof. Cat. Isabel Sabino Obrigatória · T · 1º semestre · 1.5H · 3 ECTS

Novas tecnologias artísticas

Da noção de novo em tecnologias artísticas a casos concretos de modos de fazer contemporâneos — processos artesanais e industriais no atelier e no espaço público. As tecnologias digitais — formação complementar.

Docente — Assist. Conv. Ana Mata

Novas tecnologias e hipermédia

Em articulação com Novas Tecnologias Artísticas, do semestre anterior, parte da noção de hipertexto e da sua relação com as tecnologias digitais para um desenvolvimento operativo nestas, na perspectiva da sociedade em rede.

(Reg. Prof. M. Botelho) Optativa · TP · 2º semestre · 4H · 6 ECTS

Pintura

Em sequência coerente com a anterior (Pintura e Projeto), processa-se de modo mais individualizado (regime tutorial) e visa o desenvolvimento do trabalho antes estruturado, numa perspectiva maleável do projeto e do gradual aumento do entrosamento das vertentes prática e teórica do mesmo. Podem ser incluídas visitas de outros docentes e artistas convidados, bem como a frequência de seminários e/ ou workshops. Obrigatória · TP · 2º semestre · 6H · 12 ECTS Docentes — Prof. Cat. Isabel Sabino / Prof. Aux. Manuel Botelho, convidados

— Teorias da pintura

Abordagem de teorias artísticas e da obra pictórica a partir de textos de autor, com destaque para os escritos e o pensamento de artistas até meados do séc. XIX. Obrigatória · T · 1º semestre · 2H · 6 ECTS Docente — Prof. Assoc. António Baptista Pereira

— Teorias da pintura contemporânea

Na sequência de Teorias da Pintura do semestre anterior, incide sobre o período moderno e contemporâneo (séc. XX e XXI) e, mais em particular, sobre as

Docente — Prof. Assoc. Hugo Ferrão

— Temas de arte contemporânea

Pretende-se uma articulação entre pensamento crítico, estético, sociológico, filosófico e a cultura contemporânea: artes plásticas, ópera, teatro, cinema, literatura. Sob abordagem e metodologia não cronológicas, indagam-se temas que formam a contemporaneidade: alguns pensadores determinantes para a produção estética (Derrida, Badiou, Said); o conceito de vanguarda; as novas geografias artísticas e o multiculturalismo; instalação e «arte total»; «sociedade do espetáculo» e indústria cultural; novos meios e a noção de «progresso em arte»: equívocos e problemas. Optativa · T · 1º semestre · 2H · 6 ECTS Docente — Prof. Aux. Carlos Vidal

Transtextualidades

A criação artística e a obra pictórica inseridas numa noção geral de texto. A obra total. Essencialidade e contaminações. Relações da imagem, da obra plástica ou da pintura com outras linguagens ou universos expressivos — literatura, música, dança, cinema, fotografia, etc.

Projetos de arte pública

O espaço público. Noções de arte pública, do monumento ao efémero. Casos. Projeto e integração da obra plástica. Optativa · TP · 2º semestre · 4H · 6 ECTS Docente — Prof. Aux. José Quaresma

Pensamento e obra

Qual a ideia de obra (artística) que tem predominado no Ocidente? E o que é que procuramos na obra de arte que não é possível encontrar num ser vivo? Para responder a esta (dupla) questão, Pensamento e Obra parte de uma hipótese geral: entre a obra e a experiência amorosa existe uma relação essencial. Optativa · TP · 2º semestre · 4H · 6 ECTS Docente — Prof. Aux. Tomás Maia

— Mais informações: mestradopintura.blogspot.com www.fba.ul.pt

Legenda Optativa · T · 1º semestre · 2H · 6 ECTS

TP

Disciplina Teórico-Prática

Docente — Prof. Cat. Isabel Sabino

T

Disciplina Teórica


41

MA PAINTING THESES


42

Little stones and crumbs (on the way): Regarding the new work of MA Painting

another in extension or deepening, or in parallel, complementary, inter-weaving of operational concepts, content, references. Methods and criteria require, on the other hand, the maximum clarity. And often, there are affinities actually better allowing the understanding of differences.

Each year the group is different: training, curricula, ages, expectations and degrees of maturity and commitment, both personal as cultural and artistic, emphasize diversity. Gradually, but clearly, the number of non-Portuguese students increases. Before asymmetrical levels of awareness of the creative process, speculative propensity, working methods and research skills, at this level forcefully expected as advanced (and therefore based on a previous experience), one of the tasks that drive us is to determine what is most interesting in each case and to support a more assertive project, from artistic and discursive characteristics likely to be identified and clarified in each student.

In a final exhibition, results do not always show the full journey, and the sequential exposure of “thesis” is not enough to perceive everything. What is given to see highlights the artwork, inevitably subject of selection mainly for reasons of space (obviously scarce) and formal and conceptual coherence. For an understanding of what is really the point of arrival of each student — a dissertation conducted in the second year of the course, in most cases with an “artistic” component and a “theoretical” or written part — it is necessary to consider this “diptych”, in which a component is, in a sense, invisible in the exhibition, nevertheless being in the libraries with documentation of the “visible” part. Here, the whole implies (except in those who simply chose writing) these two parts, whose articulation takes many forms: the structure and relationship of cause and effect can be complex, changeable and flexible, one thing leading to

So, in this group, several works focus on the question of the portrait, in some cases more centred on identity itself, in others slipping into something that persists in the memory or in the immanence of place: With photographic work since her degree, Ana Carina Martinez shows feminine figures in almost always pleasant natural environments. Either black and white or colour, the serene attitude of these figures, their scale in the landscape, their relationship with horizontality, displace us onto a climate of strongly dreamlike reverie or, on the contrary, of suspension and latent threat under the spectre of Ophelia or other figures of Romanticism. In Joana Silva’s watercolours, the apparent blank paper widely surrounds the painted images, emphasizing their small format and character of appearance, which the fainted colour, in turn, confirms. Discrete and unpretentious family memories, personal or anonymous, suggest in their gentleness possible narratives subtly invented, intimate secrets and plot and character twists, as in successive echoes of oral stories. Often the figuration of Eduardo Fonseca takes up the entire space of painting, whose surface appears deprived of hierarchy, almost allover. Assumed references to pop art and, in particular, collage, are extended in the solar colours, heavily saturated, emphasizing some festive character and even tender parody expressed by of the figures and signs: images of the everyday, banal scenes, small political allusions. Priscilla Amoni’s camera captured and elaborated objects and signs left in a semi-abandoned house, a specific site in Lisbon, revealing the gone presence of an ancient inhabitant of uncommon identity. Meanwhile, a newcomer is dwelling there and, gradually sensitive to the influence of the place, acts unexpectedly, leading


43

to scenes of poetic interaction in that space. From the portrait to the place and vice versa, the genius loci manifests itself.

Another group includes reflections on the space that surrounds us, both literally understood or as pretext to a deeper dialogue with existence itself. Mariana Senra interprets the geometry of modernist architectures to transpose their rhythmic structures towards the picture plane, exploring numerous variations of great clearance. And at times, on the surface and through the used operating procedures, solutions emerge where depth and real space appear as a challenge and simultaneously return. Also working from determined places, Sara Antunes creates pictorial situations under various materialities, which somehow constitute local “printouts”. It is as if, in successive layers, she would add films of paint to these sites, later being possible to free them and take them away, subverting their initial category as fragment of the site-specific installation, and making them pictorial objects — from situation to object, thus. Otherwise, place as subject is, for Catarina Aleluia, a possibility or more than that, a chance to rethink the notion of specificity based on a historical collection that also includes participatory activities since the 60s. Combined with such reflection, she displays a personal project within urban public art, proposed in a typical materiality — mosaic — for purposes of permanence and durability in dialogue. Joana Motta Guedes, following projects of her own she has been able to achieve in the public space in various locations around the country, also elects this topic as research interest. Focusing some contemporary examples and highlighting cases in the Portuguese context, she analyses characteristics of each of them, from their conception to the use they turn possible. Anni Katajamäki reflects, in part, on the (inevitable?) condition of nomadism that contemporary life seems to devote an increasingly significant number of people. On one hand, her objects are associated to vital needs, but they also establish themselves as passing references, traces

of the ephemeral nature of everything. This way, sometimes involving criticism and irony as distance devices, under the foreigner look, she questions the possibility of place and belonging and also their shift, their conversion as event in time. And Sofia Arez, in a singular path marked by a significant arts curriculum (which previous phases had painting on canvas as the leading player, showing figurations exploring deep inner emotions and, more recently, empty landscapes), now presents photographs. Apparently distinct from her previous work, one quickly recognizes however their profound coherence, by contextualizing them in an installation device that crosses the sense of asceticism of a certain mysticism with the divestiture of abstraction motivated by the sublime.

But, on the other hand, the return to matter and body, to the actual “touch”, in black and white or blaring colour, does not also prevent the movement to the invisible and to an existential sense of abstraction under the condition of ephemeral gesture, either apparent or less apparent. To reveal or not, to delude or to unveil in the dense gloom or in the shadow of the fire, to give free rein to the turmoil of senses or to the inner magma that erupts, from the mind or not? Under the earth or under the skin — in the body anyway — hot beneath the surface, it is as if, in her painted papers, Anabela Becho spoke us about phenomena of nature, those treated by natural sciences, and not something else, and not painting. Catarina Domingues, in her large drawings, whose white the paper is marked by repeated gestures and organic rhythms, alludes to landscapes of movements, tensions, or possible bodily textures. Their relative abstraction, where sound suggestions seem to echo, is articulated with an assumed strategy of approach — or we should say seduction? — An appeal to an Other, a desired meeting. In her paintings, whose intense chromatic option has been a declaration of life and energy, Susana Rocha previously shows laborious flat colour representations with post mortem suspension of dissected animals and floral elements, in a clear alignment with the tradition of vanitas.


44

The current “almost abstractions’ come, now, both of gestures wider liberation of a painting technique that involves more closely from the point of view of physicality. The present “almost abstractions’ result now from wider gestures, in a liberation of the painting technique which involves her more closely physicaly. An opening becomes visible at the symbolic level, both in these paintings as in the pieces on which she makes use of objectual processes. And Pedro Almeida showed before paintings on abundant papers and canvas where packages of pharmaceutical products derived from his daily life originated abstractions of colour and neo-geo mood. Now, he carries the use of chemical therapeutic materials (such as dyes) to the painted colour, with predictable accelerated transience, associating

November 2012

cartoons whose iconography is also based in the transformative power of such substances. But, when the experimental ephemeral dyes quickly faint as expected and already noted, what will remain of his cartoons, his superheroes?

Thus, these are the cases of this MA course, the “heroes” of the year who (sometimes who knows in which personal living conditions) are now able to reach the end of this stage and show their work, placing it under scrutiny. Without map in sight, like small signals in a pathway, stones or breadcrumbs, their presence will certainly have different degrees of visibility and permanence. For now, here they are.

Isabel Sabino (Full Professor, Director of MA Painting)


45

MASTER THESES


MA PAINTING MASTER THESES

46

Ana Carina Martinez

Ophelia as fiction of the self-portrait

Dissertation supervised by: Full Professor Maria João Gamito Abstract From a set of photographs of my own, on the theme Ophelia, this work focuses on the issue of self-portrait from this figure. Thus, and as a result of previous experience in the field of photography, this project is the systematization and clarification of concepts and specifically the photographic self-portrait. This thesis aims to deepen and relate, circumscribing the practical work, the following concepts: The relationship between Nature and the Feminine; Horizontal Body as a place of sleep and death and its relation to Horizontality of Earth; The figure of Ophelia and the contemplation of the beauty of death; Sleep drowned body: the relation between female and water to the death of a drowned body; The representation of death: from painting and photography postmortem; the simulation of own death or the selfportrait as fiction and Ophelia figure as fiction of the self-portrait.

Anabela Becho

Too much light hurts. Painting, a place of the Sublime

Dissertation supervised by: Assistant Professor Tomás Maia

What is painting? Based on evidence and perplexity that is presented to the painter, this

Abstract

research aims to reflect on the essence of painting around the subject of light and shadow. In a game to see, to reveal and to hide or mask, painting becomes the place of imperceptible and therein lies its power of fascination. We tried to reflect on what is the relation of this play — revelation and concealment — with the concept of the Sublime, which is not approached by an historical or historicist context, but as an intrinsic reality to the human condition and therefore the reality of the artist. The first part of the dissertation is based on the texts La Peinture, Masque et Miroir e Le Lisible et le Visible by Jean-Marie Pontévia; the second part invokes Mark Rohtko’s work, studying the color as an essential approach to the concept of Sublime. The theoretical research is accompanied by a series of 21 paintings on paper entitled Entre o Sangue e o Fogo (Between Blood and Fire).

Anni Katajamäki

Deterritorialization and Trajectory: strategies for residing between places

Dissertation supervised by: Assistant Professor Carlos Vidal

The object of study of the present dissertation is the question of belonging to a particular place. The problem of the right of existing in one place without belonging to it will also be approached. The motive for this research rises from the urge to understand the functionalities of an in-between place — a mental space produced by certain social-cultural situations related to geographical movements of people on the planet as well as its psychological implications — created by individuals on dislocation from their cultural backgrounds, living in these abstract in-between spaces, in situations involving concepts as deterritorialization, nomadism, existential migration or exile. As Edward Said affirms, we are always exiled, no matter on which location we reside. For

Abstract


47

furthering the study, the ideas of interstitial places, places and no-places have been considered, as well as possession of land and occupation of a territory. The practical part of the project functions as an individual reformulation, as a proposal and presentation of alternative suggestions for these situations, by creating a series of «strategies of subsistence» in the mentioned «residency between the places».

Catarina Domingues

The meeting. The artwork and the meeting notion

Catarina Aleluia

The Poetics of Space: Bachelard the Visual Arts

Dissertation supervised by: Assistant Professor Carlos Vidal Abstract This dissertation in Painting proposes to reflection and research theory and practice in the context of contemporary art, about the idea of ​​intervention in the public place. With the subject The Poetics of Space: Bachelard the Visual Arts, looking up and a general approach on the subject of personal site specific which is based on the book The Poetics of Space by Gaston Bachelard with theoretical and practical proposals for national and international artists from the 60s to the present day as well as some reflective essays on the subject. The theme offers a collection of events, class actions and various resolutions under the plastic and visual arts intervention, organized chronologically through the history of world art. The research adds to the realization of a practical intervention and plastic, with equal emphasis on theoretical reflection, in a complementary way and conclusive. The construction of this piece (that is born of the mixture of painting, sculpture and mosaic) proposes two action plans: appeals to the principle of ‘object-painting’ installed in a public place, and proposes an immediate and multidisciplinary dialogue with the viewer.

Dissertation supervised by: Assistant Professor Tomás Maia Abstract My work is centered on Paul Celan’s notion of the meeting, which is about the existence of Another. But this “Other” is not the one that we would normally call “exterior”. The meeting of I — of which Celan speaks — is the meeting with the other of One’s self. When Paul Celan evokes the Other, therefore, he does not refer to a presence but rather an interior which is more intimate then social interaction. The Other is not an identity, on the contrary, he is an unknown. The self which carries within Another self, another creator, which when awakened gives birth to poetry understood not only in a literal sense but embracing all areas of creation.

Eduardo Fonseca

Collage in expanded territory

Dissertation supervised by: Associate Professor Hugo Ferrão

The initial research of this work, developed over the Masters in Painting, pointed to a broadening of a concept of collage that is different of the commonly used by most people. It is possible to understand this relationship through the

Abstract


MA PAINTING MASTER THESES

48

artist´s earlier paintings, where he uses the diversity of elements as a way to build other elements or situations. The references of the Pop universe, contemporary politics and economic issues move the experience of this work. There is a critical view which is consistent with the affairs of our daily life. The shapes arise and are constructed of oil and colors that interpret common vision with a particular thinking.

Joana Motta Guedes

Around the Conception and Reception of Public Art: The Representation in Place

Dissertation supervised by: Assistant Professor José Quaresma

In this paper an approach is made to the subject of public art from the point of view of artistic practice and its specificities, linking it with the theoretical reflection. The “public sphere” is addressed as a privileged mean for interpersonal relationships and hosting public art. Some definitions of public art are reviewed and the difficulty of defining this artistic field is reasoned, due its hybrid character nowadays, integrating multiple discourses and practices, various foundations and motivations. A critical analysis is developed through the work of public art by Eduardo Nery and Mary Keil in Portugal, as well as Daniel Buren and Olafur Eliasson abroad. Concerns, conception and execution stages of a plastic intervention in the urban space of our own, work conducted between 2010 and 2012, are exposed and characterized. For each author working methods, creative processes, motivations, speeches, formal and expressive elements, concepts and ideas, possible interpretations and meanings are dissected. We inquire art in the public space as a creative practice related to factors such as the specificity of the spaces of their installation and their diverse public. The artistic proposals analyzed have a commitment and seek to connect people to places, through art, challenging the artist and the observers, yielding various fruitions and readings.

Abstract

Joana T. Silva

The Make Believe: Images in search of stories

Dissertation supervised by: Assistant Professor Manuel Botelho

My paintings are images in search of stories. Common scenes, without description, created by a diluted brush stroke that seems to be at the limit of visibility, they invite travels through individual and colective consciousness. My work centers on the dialog between family photos and painting. The paintings are born from my collection of images of memories of others. They are, as are the images that inspire them, like frozen stories, waiting to be brought to life by an audience. Imagination gives a photograph it’s story telling potential, and so it is with my paintings, which invite the viewer to invent, relate, and fictionalize worlds. In this way I give new life to the original, forgotten, almost invisible, photograph. This new life, the make believe, turns the image into a window open to the imagination.

Abstract

Mariana Filippe

Contemplating the Figure in Painting: The Beholder’s Position

Dissertation supervised by: Assistant Professor Carlos Vidal

I believe Art happens in the exact physical space between a viewer and an image hanging on a wall. The viewer or beholder is something inherent to paintings but, for some artists and even for some periods of art history, the viewer gains a crucial place becoming the main point or initial reason for the conception of the work of art. Through the

Abstract


49

work of artists like Jean-Baptiste-Siméon Chardin, Caspar David Friedrich, Édouard Manet, Thomas Struth, and Michaël Borremans, we can study a very specific relationship between the figures represented in the paintings and the possible beholder that sees them. The presence of a human figure in the composition of a painting always has a strong impact on the beholder and these artists explore that impact in a very subtle way. This relationship set between these two elements — the figure in the painting and the beholder — is of great interest to me and I develop it in own artwork. Particularly speaking, when the figure in the painting is represented in a absorbed posture, and we can see that in the work of these five artists, there is a slight suggestion of what is happening in the painting but without giving it away completely leaving mystery to a certain degree. It is in the visible that we see the most invisible.

Mariana Senra

Arquitetura Como Pintura

Dissertation supervised by: Assistant Professor Manuel Botelho

The main topic of Arquitetura Como Pintura is based on the grid element. This study aims to explore other subjects such as shape, balance, composition and proportion, which derive from the same element and are related directly with the practical work developed. Therefore, one proceeds to the study of its application in two different areas of painting, such as: the abstraction — which focuses particularly on Neoplasticism — and modern architecture — whose analysis focuses mainly on the theories of Le Corbusier and the use of “grid proportions” of the “Housing Unit”, Unité d’Habitation de Marseille. The fact that architecture is seen essentially as a tangible and functional object, does not mean it cannot be considered as purely visual and abstract work. One purpose of this study concerns the possibility to interpret the architectural object in a way that approaches painting considering its sensitive and plastic nature.

Pedro Almeida

Pharmacon: color (and figure) in transformation

Dissertation supervised by: Full Professor Isabel Sabino

My work starts with the use of pharmaceutical products/substances with therapeutic purposes, for the production of color in painting.Drugs exist for many different therapeutic that act on the body (physical), for example on the skin, or on the spirit, either manifesting visible consequences, or only allowing access to descriptions about changes caused or likely to be demonstrated in another plan, in terms of imagination. I paint the space between reality and fiction, the color of the visible and the imagined one (non-visible color). In one case, I use dyes produced in pharmacy, as the tincture of iodine, other I get figures of comics and animated films whose stories are associated with the use or consumption of substances whose consequences are decisive in their behavior and even in their chromatic appearance.

Abstract

Priscila Amoni

Madam Olga: movement in a house

Abstract

Dissertation supervised by: Full Professor Isabel Sabino

The artwork consists in the making of the film “Madame Olga”, a feature film of an hour, recorded in digital. It is about the living and occupation of an abandoned house in Lisbon and the “excavation” of layers of stories centred in that space. There are three characters interacting in that found space: Nicca, a visitor who arrives; the not corporeal presence of Madame Olga, an old resident of the house; and the house itself. The three of them share that experience and reach to blur. The theoretical essay analyses the entire process of the film and

Abstract


MA PAINTING MASTER THESES

50

reflects about the place, the portrait and the disruption of their mutual contamination and dynamics.

Sara Pereira Antunes

Painting and revisiting. The representation of the intermediate thing

Dissertation supervised by: Assistant Professor Ilídio Salteiro

This work theory and practice goes against the theme of the painting as installation on site-specific, under the sign of metaphoric dimension that contemporary painting still want nowadays to materialize or subscribe. Concretely, it also plans a descriptive analysis understandable and practical of work done on this subject and in parallel with the same investigation. In short: the achievement of formal intermediate representation of a pictorial body, flexible and independent. We can consider that the whole investigation revolves around what you want to call the essential pictorial body and its appearance/exhibition on space.

Abstract

Sofia Arez

On Ascesis in Art: The Aesthetics of St. Bernard and the Poetics of Newman

Dissertation supervised by: Assistant Prof. Tomás Maia and Paulo P. do Vale Abstract The present work aims to identify the main features of the aesthetic thought of St. Bernard of Clairvaux. This identification was drawn from the analysis of the Apology to William Abbot, in order to situate his thinking chronologically, identifying the respective theoretical and philosophical principles, and see if they have points of contact with the austerity in artistic thought and practice. Secondly, we try to detect the resonance of these

principles in the achievement of a specific work: The Stations of the Cross: Lema Sabachthani, by Barnett Newman. The analysis of this concretion evaluates the work beyond the strict observance of each of the assumptions identified above, allowing for a deeper understanding of issues relating to asceticism in art. Finally, we consider the same concepts in the development and implementation of a plastic intervention for the Santa Maria de Alcobaça Monastery. The proposal for Alcobaça is designed in a way not to alter or perpetuate any image in the Monastery, thus meeting the aesthetic despoliation advocated by St. Bernard and suggested by the aforementioned work of Barnett Newman.

Susana Rocha

Death Drives in Contemporary Art: Notes on relevant universes

Dissertation supervised by: Assistant Professor Manuel Botelho Abstract The dissertation, called Death Drives in Contemporary Art: Notes on relevant universes, aims to sustain a theoretical reflection on the importance of death in contemporary art’s creations, with meaning in my artistic practice. For this purpose, some central poles of symptomatic manifestations of the infiltration of death in the art, prior to contemporary art, are analyzed (I called them Style and Transgression, Deconstruction of the Human Body and The Power of Laughter). This initial analysis makes possible to address some core subjects which I define as central to the study of death drives in the art of today. These main centers of study and analysis that I chose to enhance are Failure, Irony, Memorials, Childhood, Disappearance, Archives, Rites of Passage, Collective Deaths, Individual Death, and a Feeling of Death in Contemporary Painting which I can’t fail to mention due to their close connection with my project. This theoretical body of work intends to support a reflection on my artistic project called A Conflict of Drives, where I present the results of my practice and the concepts and fundamentals that guide me in it. Of those concepts, I chose to highlight the confrontation between drives of life and drives of death, felt throughout my work.


51


52

CURRICULA VITAE

Ana Carina Martinez

Lisbon, 1988. College Degree in Painting by Faculty of Fine-Arts of Lisbon. Erasmus 2009/10 at Facultat de Belles Arts — Universitat de Barcelona. Sound Laboratory II — Arte Sonora at AR.CO ‘11. Exhibitions: AEFBAUL ‘09. VII Bienal da Vidigueira ‘10. Aveiro Jovem Criador ‘10 e ‘11. Galerias do Palácio Galveias ‘10. Jornadas Europeias do Património, Academia Nacional de Belas-Artes: Reviver/ Repensar o Chiado ‘11. AAA by Castelo d’If ‘11 e ’12. G.A.B-A ‘12. anacarinamartinez.blogspot.com

Anabela Becho

Coimbra, 1967. Lives and works in Lisbon as an artist, researcher, curator and fashion critic. Studied Painting at FBAUL (Lisbon) and Middlesex University (London), and Fashion Design at CIVEC (Lisbon). Currently, works as a Fashion Curator and Conservator at MUDE (Lisbon). Her artwork has been shown in many group exhibitions, including: Exhibition Room, Who Galeria (Lisbon, 2011/2012); 1st Biennal of Young Portuguese Artists from Portuguese Speaking Countries (Cape Verde, 1998); Biennal of Young Artists (Guarda, 1997); MULTIPLURIMINIBIDIMINIMIMIMI, Litografia de Portugal (Lisbon, 1997); Graduate Students Exhibition of Middlesex University, Quicksilver Gallery (London, 1996); To Nip The Bud, CAPC (Coimbra, 1993). Contributed with numerous texts and essays on art and fashion for several magazines and catalogues, such as ARTECAPITAL, BLITZ, Elle, Vogue and Relance. In 2011, won the Best Fashion Writer Award, Fashion Awards Portugal, sponsored by Fashion TV.

Coisas em Movimento, Museum M.I.M.O., Leiria, 2011; O Chiado, a Baixa e a Esfera Pública, public art, Carmo Archaeological Museum, Lisbon, 2011; A Meio Caminho, Centro de Artes, Vila Nova de Barquinha, 2010; Mäen Päällä, Rumpu at the Tampere Arts and Communication Institute, Finland, 2003; Mediasirkus, collective performance, Tampere Central Square, Finland, 2003. Other exhibitions: Estratégia ou o dom de ubiquidade, with Michael de Brito in Graça Brandão Gallery, Lisbon, 2011; Hemppa 1-vuotta, with Tiago Cacheiro, Gallery of CAI, Tomar, 2009. Catarina Aleluia

Lisboa, 1985. Lives and works in Cascais. She is graduated in Painting from Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2008), since 2005 (to date) participates in exhibitions of Fine Arts (Portugal and Spain), and in 2009 is awarded an Honorable Mention by the Museum Jorge Vieira. Her work includes painting, mosaic and construction of artist books (pedagogic and/or author objects). It also discusses proposals to installation from drawing projection and mosaic pieces. Besides the artistic course, participates in educational projects with national museums and other institutions (MNAC/Chiado Museum, Paula Rego’s House of Stories and Department of Education SCMC), under the mediation and cultural arts education to diverse audiences. Her experience extends to the conception and orientation workshops theoretical and practical, formations on accessibility, construction of pedagogical objects (public and undifferentiated and special educational needs), guided tours and arts workshops.

Anni Katajamäki

Sodankylä, Finlândia, 1977. Lives and works between Tomar and Lisbon. Master’s in Painting at the Faculty of Fine Arts of the University of Lisbon (2012); Degree in Fine Arts Painting and Intermédia, at the Politechnical Institute of Tomar (2010); Degree programme in Environmental Arts at the Tampere University of Applied Sciences (TAMK), 2002-2004, Tampere, Finland, 22022004. Erasmus programme in the Faculty of Fine Arts of the University of Lisbon (2004). Collective Exhibitions: Straight ahead and then turn, Espaço Avenida, Lisbon, 2011; O Movimento das Coisas/

Catarina Domingues

Lisboa, 1987. Education: Master in painting at Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa under the guidance of prof. Tomás Maia, 2013; Bachelor Degree in visual arts at Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha, 2010. Collective Exibitions: Nada em Comum, Antigo Edifício do Banco de Portugal, Leiria, 2010; Exposição de Finalistas do Curso de Artes Plásticas, ESAD, Caldas da Rainha, 2009. Exposição Colectiva de alunos da ESAD, Hotel GolfMar, Vimeiro, 2009. Individual Exibitions: Encontro, Sede do a9)))), Leiria, 2011.

Eduardo Fonseca

Ponte Nova, Minas Gerais, Brasil, 1984. Academic Background: 2010/2013 — MA in Painting from Faculdade de Belas-Artes, Universidade de Lisboa (FBAUL); 2006/2009 — Painting, School of Fine Arts at Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil. Collective Exhibitions: Part, Contemporary Art Fair, São Paulo, 2012; É Estranho, ISEG, Universidade Técnica de Lisboa, 2012; 4 years of Mini Galleria, Mini Galleria, Belo Horizonte, Brasil, 2011; Collective Gallery Summer Paula Cabral, Lisbon, 2011; Situações, Fábrica Braço de Prata, Lisboa, 2010; Arte Periférica Galeria de Arte, Centro Cultural de Belem, Lisboa, 2010; Gallery of Fine Arts School of Universidade Federal Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil, 2009; Collective Atelier Sala Sete, Universidade Federal Minas Gerais Culture Center, Belo Horizonte, Brasil, 2009; Rhys Mendes Gallery, MG, Brazil, 2009; Exhibition of works by students of the EBA / UFMG, EBA Gallery, School of Fine Arts, Universidade Federal de Minas Gerais, 2008; A ética da coexistencia, AfroBrasil Museum, Parque Ibirapuera, São Paulo, Brazil, 2007; Coexistence, Center of Jewish Culture, Culture House of Irsael, São Paulo, Brazil, 2007. Joana Motta Guedes

Lisboa, 1983. Lives and works in Lisbon. In 2008 finished the painting degree at the Faculty of Fine Arts of the Lisbon University. Currently attends the Masters in Painting in the same institution, and is doing a dissertation around the public art subject. Since 2008 has received constant invitations to design several enormous panels for various railway stations in Portugal, from companies like REFER EPE and ALELUIA Ceramics SA, executing the artistic interventions in Cacém Station — Sintra railway line, besides in other stations in Setúbal, Barreiro, Lavradio, Baixa da Banheira, Alhos Vedros, Moita and Penteado, Alentejo railway line. Has participated with relief in several group exhibitions, from which can be highlighted the one in 2011 at the Cascais Marina Exhibition Space, in 2009 at the Galveias Palace, in the same year at the ACT Gallery in Oporto, and in 2008 the exhibition Quintanistas — Ponto Final at the Casino Estoril Art Gallery.


53

Joana T. Silva

Education: 2012/14 Master in Education of Visual Art at Instituto de Educação da Universidade of Lisbon in partnership with Faculdade de Belas-Artes; 2010/12 Master in Painting at Faculdade de BelasArtes da Universidade de Lisboa, under the guidance of prof. Manuel Botelho; 2010/06 Bachelor Degree in Painting at Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Collective Exhibitions: Nada Em Comun curated by Tiago Baptista and organized by Associação Célula e Membrana, Banco de Portugal, Leiria, 2011; Finalistas de Pintura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa 09’10, Palácio Galveias, Lisboa, 2011; Painting Marathon of Associação Célula e Membrana, Sede do A9)))), Leiria, 2010. +351 963 175 597 · silva.joana@live.com.pt

Inatel, 2010; Honor Mention of Painting, Plastic Arts Salão Coruche, 2004. Coordination/Production: Galeria Graça Brandão, Launch of editing / magazine MARS # 4, Artistic Creation from space to Intervention; Artist book, O livro dos Cem Sem elefantes, collection of FBAUL Library. Artistic residencies: Coop Residential Project Exhibition Lugar(in) comum, Garret Galleries; Project artist residency, Grant by the City / Town of Lisbon through the Budapest Art Gallery (2001). Exhibitions 2011; Iniciativa X, Contemporary Art Gallery; O Chiado, e a Esfera Pública, from Arte Pública; XXVII International Award Eugénio Hermoso; Fatima Shop, Lopes shop, stand 28; Pinturas Mortas, Magnetic Gallery, stand 28; Painting Finalists of FBAUL, Galveias Palace, Lisbon; Entre pólos, Drawing, P28.

joanatsilva.blogspot.com

Priscila Amoni Mariana Filippe

Oeiras, 1988. Raised in U.S.A. Currently lives in Dublin, Ireland where she develops her artwork. Degree in Painting by the Faculty of Fine Arts, University of Lisbon, Portugal. Individual Exhibitions: À Espreita, Novo Século Gallery, Lisbon, 2011; Collective Exhibitions: O Mar e Motivos Maritimos, Maritime Museum (Museu de Marinha), LIsbon — Honorable Mention, 2012; O Chiado, a Baixa e a Esfera Pública, Chiado na Moda, Lisbon, 2011. Mariana Senra

(1987). Currently lives and works in Lisbon. Education: General Arts Course at Escola António Arroio concluded in 2005; Bachelor Painting degree at Faculty of Fines Arts Lisbon finished in 2010; Collective Exhibitions: O Chiado, a Baixa e a Esfera publica, in 2011 (integrated project in Chiado na Moda event); Painting Finalists 09’10 Exhibition, at Gallery Palácio Galveias, in 2011; Jornadas do Património Europeu in 2011. +351 963 996 202 · mariana.m.senra@gmail.com

Pedro Almeida

República do Congo, 1966. Academic Training: Master in Painting at the University of Fine Arts of Lisbon, 2012; Degree in Painting, University of Fine Arts of Lisbon (FBAUL), 2009; Bachelor of Pharmaceutical Sciences at Classical University of Lisbon, 1994. Awards: Honor Mention of Painting, Contest of Arts,

Belo Horizonte, Brasil, 1985. She graduated in Graphic Design from the State University of Minas Gerais (2003-2007, UEMG), where she began her work with video and film, working as assistant of the video artist Eder Santos, making the Art Direction of the film Woman in Afternoon of Affonso Uchoa, and co-directed a short film called Or the Night Incomplete, among other more commercial work. Her contact with the painting took place in Fine Arts course at the Federal University of Minas Gerais (2007-2010, UFMG), interrupted by the Erasmus program at Faculty of Fine Arts of University of Lisbon, where she decided to stay for the Masters in Painting. In Lisbon she participated in three exhibitions of painting and is now completing her first feature film, entitled Madam Olga (2012). Sara Pereira Antunes

Lisboa, 1981. Currently lives in Waasmunster, Belgium. In 2006 graduates in Fine Arts-Painting from Faculdade das Belas Artes da Universidade de Lisboa and returns to this institution to perform MA in Painting in 2011. Professionally active as independent artist in Belgium, works in various areas as an illustrator, painter and sculptor in the scenography, theater, theme parks, events, etc. In parallel keeps her activity as an polyvalent artist being the most recent projects in 2012, January / February participation in artistic residency “Space for Space” at the headquarters of the Association Poço de Ideias, in Lisbon.

In 2011, contributes with illustration in the composition of the album of Cosie Cherie the book of Music, with more artists, following February of the same year, wich had completed an Artistic residency of drawing and installation, in the association Liberdade Provisória, in Lisbon. Sofia Arez

Lisboa, 1972. Academic Background: Master Student, Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, 2011/12; Advanced Art Studies, Studio Art Centers International, Florence, 1992; Intensive Painting Course, Ar.Co, Lisbon, 1989/91. Selected Individual Exhibitions: In-Finito, Sala do Veado, Lisbon, 2011; Galeria Fábulas, Lisbon, 2008; Lugar do Observador, Casa das Artes, Vila Nova de Famalicão, 2004; Lugar do Observador, Centro Nacional de Cultura, Lisbon, 2003; Lugar do Ser, Palácio da Independência, Lisbon, 1998; Ritos de Passagem, Casa do Corpo Santo, Setúbal, 1996. Selected Collective Exhibitions: Autumn Salon, Orient Foundation, Macao, 2012; O Chiado, a Baixa e a Esfera Pública, Museu Arqueológico do Carmo, Lisbon, 2011; espaço_arte@ulis, Reitoria da Universidade de Lisboa, 2011; Arte e Espiritualidade, Cordoaria Nacional, Lisbon, 2005; Cristo: Palavra e Imagem, Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisbon, 2005; Home Is Where the Heart Is, Jersey Museum, 2003; Prémio CELPA/Vieira da Silva, Museu da Fundação Arpad Szènes Vieira da Silva, Lisbon, 2003; 2º Grande Prémio BANIF de Pintura, Centro Nacional de Cultura, Lisbon, 2003; Visões do Corpo, Museus Municipais de Setúbal, Setúbal, 2002; You Are Here You Are There, London Art Biennale, London, 2002; Arte Contemporânea I, Museu Michel Giacometti, Setúbal, 1998. www.sofiaarez.com

Susana Rocha

Braga, 1988. B.A. Painting, Faculty of Fine Arts of the University of Lisbon (2010).Collective Exhibitions: Mostra Jovens Criadores 2012; Nada em Comum, 2011; Exposição Finalistas de Pintura, 2011; O Chiado, a Baixa e a Esfera Pública, 2011; Oriente/Ocidente Miscigenações, 2010. Awards: Jovens Criadores 2012 — Artes Plásticas (winner) Clube Português de Artes e Ideias; Oriente/Ocidente Miscigenações (honorable mention) FBAUL/CIEBA. Future Exhibitions: Et in Arcadia Ego (solo exhibition), February 2013.


54

MA PAINTING: CURRICULAR UNITS, TOPICS AND TEACHERS

Painting and project

Course divided between two semesters, forming a global unit with the following one (Painting). Both constitute the central axis of the work in MA, providing support for the development of a personal artistic project at postgraduate level. First in a regime of joint seminar with two teachers for presentation and collective discussion, reference is made later to strongly individualized follow up that aims to determine the fundamental operating concepts for each project and monitor procedural, technical, referential and reflective progress. Mandatory · TP · 1st semester · 6H · 9 ECTS Teachers — Assist. Prof. Manuel Botelho

and complexities of painting in the last 50 years, including its expanded practices and concepts. Mandatory · T · 2nd semester · 2H · 6 ECTS Teacher — Full Prof. Isabel Sabino

— Option · TP · 1st semester · 4H · 6 ECTS Teachers — Assist. Prof. Ilídio Salteiro, guests

Research methodology

Course that aims to guide into the specific methodologies of the humanities and complementary others, for the dissertation drafting (choice of topic, organization of research and writing, bookmarks, notes and quotations, bibliographies, visual elements, etc.).

/ Full Prof. Isabel Sabino Mandatory · T · 1st semester · 1.5H · 3 ECTS

New artistic technologies

From the notion of the new in artistic technologies to specific cases of artistic contemporary ways of making — artisanal and industrial processes in the studio and in public space. Digital technologies — complementary training.

Teacher — Guest Assist. Ana Mata

New technologies and hypermedia

In conjunction with New Artistic Technologies, since the previous semester, this course goes from the concept of hypertext and its relationship with digital technologies to an operating development in these ones, in the perspective of the network society.

(Reg. Prof. M. Botelho) Option · TP · 2nd semester · 4H · 6 ECTS

Painting

In line with the previous course (Painting and Project), it proceeds through greater individualized scheme (tutorial) and aims the development of previously structured work, in a flexible perspective of the project and of the gradual increase of the integration of its practical and theoretical strands. Visits of other teachers and guest artists, as well as the frequency of seminars or workshops may be included. Mandatory · TP · 2nd semester · 6H · 12 ECTS Teachers — Prof. Cat. Isabel Sabino / Assist. Prof. Manuel Botelho, guests

— Theories of painting

Approach to artistic and pictorial work theories through texts from authors, with emphasis on artists’ writings and thought until XIX mid-century. Mandatory · T · 1st semester · 2H · 6 ECTS Teacher — Assoc. Prof. António Baptista Pereira

— Theories of contemporary painting

Following Theories of Painting of the previous semester, it focuses now on modern and contemporary times (XX and XXI century) and especially on the specificities

Teacher — Assoc. Prof. Hugo Ferrão

— Themes on contemporary art

A link is intended between critical thinking, aesthetic, sociological, philosophical and contemporary culture: visual arts, opera, theater, cinema, literature. Under no chronological approach and methodology, one quests for themes that form contemporary time: some determinant thinkers for the aesthetics production (Derrida, Badiou, Said); the concept of vanguard; artistic new geographies and multiculturalism; installation and “total art”; the “society of the spectacle” and the cultural industry; new media and the notion of “evolution in art”: misunderstandings and problems. Option · T · 1st semester · 2H · 6 ECTS Teacher — Assist. Prof. Carlos Vidal

Transtextualities

Artistic creation and pictorial work as part of an overall notion of text. The total work. Essentiality and contamination. Relations of image, of artwork or of painting with other languages or ​​ expressive universes — literature, music, dance, film, photography, etc.

Public art projects

The public space. Notions of public art, from monument to ephemeral. Cases. Project and integration of artwork. Option · TP · 2nd semester · 4H · 6 ECTS Teacher — Prof. Aux. José Quaresma

Thought and work

What is the idea of (artistic) ​​ work that has prevailed in the West? And what are we looking in the work of art that we cannot find in a living being? To answer this (double) issue, Thinking and Work starts from a general hypothesis: between the work and experience of love there is an essential relationship. Option · TP · 2nd semester · 4H · 6 ECTS Teacher — Assist. Prof. Tomás Maia

— MORE INFORMATIONS: mestradopintura.blogspot.com www.fba.ul.pt

KEY Option · T · 1st semester · 2H · 6 ECTS

TP

Theoretical-Practice course

Teacher — Full Prof. Isabel Sabino

T

Theoretical course


55


FICHA TÉCNICA

CREDITS

TESES MESTRADO PINTURA MA PAINTING THESES 10’12 ¶

Janeiro JANUARY 2013, FBAUL

Organização & edição ORGANIZATION & PUBLISHING

Relações públicas Public Relations

Faculdade de Belas-Artes Universidade de Lisboa Largo da Academia Nacional de Belas-Artes, 1249-058 Lisboa Tel. [+351] 213 252 108 grp@fba.ul.pt · www.fba.ul.pt

Isabel Nunes PROJETO GRÁFICO GRAPHIC DESIGN

Tomás Gouveia Impressão

Coordenação

CO-ORDINATION

PRINT

Textype, Artes Gráf.

Prof. Catedrática Isabel Sabino Tiragem

COPIES

Concepção & montagem CONCEPTION & ASSEMBLY

300 exemplares

Coordenadora do Mestrado e autores das obras

ISBN

978-989-8300-44-7 DEP. legal

LEGAL DEP.

353 848/13 Lisboa, janeiro 2013




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.