Portfolio Brasil Arquitetura
A OBRA EM AÇO DE
ZANETTINI
1ª edição
São Paulo - Brasil - 2011
Foto parcial do escrit贸rio
Arq. Siegbert Zanettini Professor Titular da FAUUSP
A meus filhos
Luciana Adriana
noras
Marcelo
Doia
Paulo
Ana
genro
netos
Mario
Marina Guilherme Fernando Rodrigo Jo達o Bernardo Lorenzo
“Conferir ao aço a robustez da pedra, o calor da madeira, a maleabilidade do plástico ou a plasticidade moldável do concreto é não entender sua gramática e sua semântica, não articular suas palavras, suas frases e sua mensagem e portanto, não expressar de modo correto sua linguagem.” Siegbert Zanettini
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Po rt f o l i o B r as i l
Escola Panamericana de Arte - Rua Groenlândia
SUMÁRIO 58 Edifício Sercomtel
07 Texto de apresentação – Arq. João Filgueiras Lima, Lelé
09 Fundamentos da Arquitetura Contemporânea – Arq. Siegbert Zanettini
60 Condomínio Higienópolis Boulevard Center 61
Sede Rádio Antena 1
62 Monorail Barra Shopping
20 EDUCAÇÃO, CULTURA E ARTE
64 Ampliação da Câmara de Vereadores
22 Escola Estadual Dracena
66 Centro de Convenções Eldorado Village
24 Escola Panamericana de Arte – Rua Groenlândia
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Fórum do Meio Ambiente e da Fazenda Pública
26 Sadalla Galeria de Arte
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Residência no Brooklin
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HOSPITAIS, CENTROS DE SAÚDE
27 Escola Estadual de 1º e 2º Graus – Jd. Limoeiro 28 Escola Estadual Jardim Rodolfo Pirani 30 Escola Estadual Votupari II 31 Escola Padrão 10 salas 32 Escola Panamericana de Arte – Av. Angélica 36 Portal e Centro Universitário do Triângulo 38 Colégio Santa Catarina 39 Escola Estadual Vila Andrade – FDE 40 Centro Virtual de Cultura – USP 42 EDIFICAÇÕES 44 Residência Paulo de Amaral Gurgel 45 Indústria de Maio Gallo 46 Agências da Caixa Econômica Estadual 47 Posto de Gasolina
74 Clínica Ortopédica Pistelli 75
Centro Médico Integrado
76 Hospital das Nações Unidas 77
Anexo do Hospital São Francisco
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Hospital Prof. Edmundo Vasconcelos
80 Unidade Avançada Albert Einstein Perdizes 82
Mater Dei
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Hospital Sinai - Rede Life
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A Flexibilidade do uso do aço em obras de diferentes portes
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PROJETOS ESPECIAIS
88 Atrium Hospital Albert Einstein 90 Passarela Hospital das Clínicas
48 Centro Esportivo Telesp
93 CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE
49 Edifício para Escritórios
94 Centro de Tecnologia da Construção Metálica
50 Sede do Escritório Zanettini
95 Casa Limpa – Eco 92
54 Conjunto Habitacional – Cubatão
96 Ampliação do Centro de Pesquisas – CENPES – Petrobras
55 Centro Poliesportivo e de Convenções
108 Centro de Pesquisas Schlumberger
56 Shopping Elevado
110 Versões
57 Concessionária de Veículos
118 Premiações/Concursos
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Projeto Gráfico
Prof. Dr. Siegbert Zanettini Editor
Jacques Rutman / J.J. Carol Editora Edição de Arte e Diagramação Jackie Carol / J. J. Carol Editora J.J.Carol Editora Tel: 11 3871.1888
jjcarol@jjcarol.com.br
colecaoportfoliobrasil.com.br Assessoria de Imprensa e Comunicação Clarissa Turra / Pitanga Comunicação Tel: 11 3569.4734
clarissaturra@pitanganews.com Dados
Internacionais de Catalogação na Publicação (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
(CIP)
A Obra em aço de Zanettini / Jacques Rutman [organizador]. -- 1. ed. -- São Paulo : J.J. Carol, 2011. -- (Portfolio Brasil : arquitetura e arte)
1. Arquitetura - Brasil 2. Obras em aço 3. Zanettini, Siegbert, 1934- I. Rutman, Jacques. II. Série.
11-10085
CDD-721.0447142 Índices para catálogo sistemático: 1. Zanettini : Obras em aço : Arquitetura 721.0447142
“A paixão pela arquitetura, a doação sem limites pelo ofício para a realização de meus sonhos, fizeram da minha vida uma busca permanente com a razão sempre cúmplice da sensibilidade.”
A obra em aço de Zanettini Recebi com muita alegria a incumbência de escrever o prefácio deste livro sobre a obra de Zanettini.
Sobretudo porque ofereceu a oportunidade de me aprofundar nos projetos desse grande mestre da Arquitetura Brasileira.
Ao examinarmos o trabalho de Zanettini a partir das belas residências projetadas na década de 60 e 70,
ressalta nele, de imediato, o domínio apurado da técnica. As soluções construtivas em madeira, em concreto
armado ou em tijolos cerâmicos, selecionadas e aplicadas com indiscutível rigor, são de leitura sempre clara e em perfeita harmonia com o partido adotado em cada projeto. Além disso, a riqueza de detalhamento, envolvendo o
conhecimento das características de trabalho de cada material, indica também a presença do arquiteto construtor, que participa em todos os níveis do processo de produção.
Como na maioria dos arquitetos brasileiros formados no fim da década 50, é notória, em seus primeiros
trabalhos, a influência dos grandes mestres da arquitetura moderna, sobretudo de Le Corbusier e Mies Van Der Rhoe e a dos brasileiros Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Vilanova Artigas.
Mas ainda na década de 70, com as primeiras obras em estrutura metálica, Zanettini vai definindo seu próprio
caminho através de uma arquitetura ao mesmo tempo sensível e racionalista à semelhança de arquitetos europeus, segundo sua citação, Richard Rogers, Renzo Piano, Norman Foster, Santiago Calatrava, Jean Nouvel, Bernard Tschumi, Dominique Perrault e I.M.Pey, entre outros.
Mas é, sobretudo, nos trabalhos mais recentes que o talento e a capacidade criadora de Zanettini transitam
com muita liberdade formal entre os mais diferentes programas, especulando as diversas técnicas construtivas
e sistemas estruturais em aço que promovem o uso de processos de industrialização. E, para isso, estabelecendo novas abordagens de projeto para atender a um planejamento rigoroso de cada etapa da obra e para enfrentar as
dificuldades de execução decorrentes do estágio cultural ainda predominante na construção civil de nosso país, que não qualifica seus operários para o emprego de técnicas construtivas higiênicas que evitem o desperdício de energia e de matéria prima.
É também notória a preocupação de Zanettini em integrar ao longo do processo criativo de cada projeto o
conhecimento científico disponível e adequado a cada caso, de modo a realizar uma obra rigorosamente inserida
em seu tempo. Essa característica funciona como uma espécie de fio condutor na evolução e aprimoramento do seu trabalho e que permite ao observador atento situar cronologicamente cada proposta realizada durante seus quase 50 anos de atividade profissional. Além disso, sua obra também reflete através da clareza de conceitos, o
posicionamento firme de arquiteto, profissional generalista, que assume o seu papel fundamental na sociedade de integrar os mais diversos saberes que atuam na produção arquitetônica.
Por tudo isso, a obra de Zanettini é exemplar, atual, e aponta para o futuro indicando os caminhos que
irão garantir a sustentabilidade de nossa profissão. Assim, a realização deste livro, organizado deliberadamente de forma didática e econômica para ser accessível aos estudantes e jovens profissionais, oferece um excelente material
para reflexão e aprendizado, certamente de grande importância para a formação das novas gerações de arquitetos.
Arq. João Filgueiras Lima, Lelé
“A concepção tri-dimensional, o espaço estrutural e a permeabilidade do olhar expressam a linguagem do vazio.” Siegbert Zanettini 06
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Fundamentos da Arquitetura Contemporânea Ao trazer elementos que possam contribuir para uma reflexão sobre contemporaneidade da arquitetura vamos abordar alguns pontos que fazem parte da obra Razão e Sensibilidade, texto apresentado em 2000, para tese de livre docência na FAUUSP como resultante das experiências nos universos teórico e prático, nas quatro últimas décadas. A arquitetura desse período reflete o quadro cultural de cada momento e resulta da razão amadurecida pelas reflexões, pesquisas e teses junto à universidade desenvolvida pelas idéias experimentadas em projetos e obras, algumas vezes, aquelas fornecendo subsídios teóricos para a conceituação destas, outras vezes estas alimentando ou mesmo questionando as hipóteses daquelas. Esse desenvolvimento evolutivo e simbiótico, teórico e prático, teve uma condicionante especial: toda a produção se beneficiou da condição de professor de arquitetura ao coincidir a área de trabalho profissional, com as duas atividades se complementando, embora com papéis distintos, por força de objetivos específicos. A crítica, o questionamento, a reflexão sobre cada obra, realizada no campo universitário, alternava caminhos, aproximava experiências, quantificando e sistematizando cada ação. De outro lado, o contato direto com a produção, com a matéria a ser trabalhada, com o teste de um novo sistema construtivo, estrutural ou de instalações, sem simulacros artificiosos e nas condições reais de uso e desempenho, com resultados convincentes ou, às vezes, negativos ratificava acertos e descartava erros, experiências quase impossíveis no âmbito universitário. Essa especial condição do professor e profissional talvez tenha sido uma condicionante essencial no desenvolvimento de uma visão holística e sistêmica que alicerçou o caminho trilhado na área da arquitetura. Uma sólida e extensa formação de quase cinco décadas, resultante do contato pessoal com a obra de um grupo excelente de professores da Universidade São Paulo, com postura exemplar e sábia orientação no acesso a uma bibliografia densa nas várias áreas do conhecimento, auxiliou a entender os conflitos e contradições políticas e ideológicas, a impedir desvios éticos e a resistir ao ganho fácil e às tentações de produzir uma arquitetura de ocasião, estimulada pelos constantes “cantos de sereia” das áreas especulativa e imobiliária, principais responsáveis pelo mesmice e pela profusão da mediocridade arquitetônica, no lado rico das cidades. Por outro lado, era ilusão imaginar pertencer a um mundo à parte, livre e desvinculado das injunções estruturais e conjunturais, econômicas e políticas do país, onde o desígnio, que acreditávamos estar na esfera de decisão do arquiteto, não fosse determinado pelo capital. A condição material da arquitetura e do urbano que inclui o solo, os edifícios e o mundo dos objetos traduz-se em mercadorias, com o valor de troca sobrepujando-se ao valor de uso, respondendo às determinações do mercado e a serviço do capital. Essas condicionantes, exacerbadas em escala mundial no período tecnológico do pós-guerra ou “cibernético e monopolista”, como disse o historiador argentino Andrés Zarankin, à etapa atual do capitalismo globalizante, ditam o que, a quem e como deve ser direcionada a produção material, definindo os contornos e os limites da arquitetura. Algumas das soluções que pesquisamos, como ciência e como criação sofrem, portanto, as injunções de mercado e respondem às condições de produtos de consumo. Isso, entretanto, não invalida a produção do conhecimento sobre a arte de construir, o avanço de qualidade, maior eficácia no desempenho, minimização de patologias e a abordagem tecnológica, com uma postura progressista e prospectiva em direção a uma nova realidade pela qual lutamos, na qual acreditamos e que, há muitos anos, perseguimos.
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Trabalhar com correção nas áreas de domínio da arquitetura, com base nos conhecimentos científico e sensível de uma forma sistêmica que globalize o histórico, o ambiental, o social, o político, o econômico e o tecnológico continuam sendo a tarefa a perseguir, sem prazo determinado, nesse universo conflituoso, em desequilíbrio e injusto que temos de ultrapassar. A abordagem procura extrapolar a discussão unidimensional da estética da forma na arquitetura, que perdurou como questão central durante as ultimas décadas, em especial, nos anos 60 e 70, nos textos de Robert Venturi, Aldo Rossi, Peter Eisenman, Charles Moore, Michael Graves e outros, sobre o desgaste do movimento moderno que “deixou de ser uma causa para se transformar num estilo”, segundo o historiador russo Anatole Kopp, e preparou o caminho para o surgimento do movimento pós-moderno. O pós-modernismo ao negar a arquitetura moderna e a forma racionalista de organização do espaço, homogêneo em todas as direções, nos limites de uma geometria definida e controlada, coloca o espaço como “ambíguo no zoneamento e irracional no que se refere à relação entre as partes e o todo. Os limites a miúdo não ficam claros e o espaço se estende, indefinido, sem limite aparente”, segundo o arquiteto Charles Jencks, um dos arautos do movimento. A par da importante contribuição de sacudir o ambiente com criticas à enfraquecida arquitetura moderna, o arcabouço teórico da corrente enfatizava a questão estética e, talvez, resida nisso o seu limite. Por decorrência dessa critica limitada unidimensional, opôs ao “estilo moderno” os demais estilos no tratamento plástico e formal, como uma evocação nostálgica e com colagens formais artificiosas. Assim, aparecem desenhos evocando motivos art déco, desenhos geométricos, imitações fabricadas e inspiradas em materiais nobres e soluções em cenários apostos, encobrindo estruturas e com superfícies e revestimentos desvinculados da função. O desgaste da arquitetura moderna e a superficialidade da arquitetura pós-moderna, para qual se podia preconizar um curto prazo de duração, mas que permaneceu como resíduo em propostas isoladas, despertaram a hipótese de estruturar uma idéia de contemporaneidade na arquitetura. Nesta época, alguns pressupostos estimulavam essa tarefa. Diversas questões ao longo da trajetória intelectual e profissional vinham sendo experimentadas e davam força a idéia. Um espectro amplo de referências apontava uma parte desse caminho. Nos mais variados campos, nas ciências biológicas e ambientais, na área das exatas, nos campos da eletrônica e da tecnologia surgiram avanços notáveis. Nas áreas humanas, as contribuições da antropologia, da arqueologia histórica e da arquitetura eram animadoras. A arquitetura não mais se limitava a tomar, como área de domínio, a questão do espaço e da estética da forma. A necessidade crescente que a realidade vinha impondo, de mudar de dimensão com uma abordagem sistêmica da cultura material como também das formas de produção material era relevante para o atendimento às novas demandas individuais e coletivas. Esse aumento na complexidade do conhecimento vinha exigindo uma crescente contribuição interdisciplinar cada vez mais ampla. Como decorrência, tínhamos de promover a “re-união” de arquitetos, engenheiros e tecnólogos numa formação e num trabalho mais interativo, face à constatação irrefutável de que essas áreas tratam de um mesmo objeto. As recentes contribuições sobre a noção de lugar e a tomada de consciência da questão ambiental, natural e construída, explicitam a noção de território – “o espaço do cidadão” – local onde o homem finca raízes na terra em que vive. Cultura e territorialidade são heranças e também relações profundas do homem com o meio. Daí, definirem-se as formas próprias e contornos físicos claros que marcam a condição de nacionalidade como herança dos modos de vida e de tradições locais e, de internacionalidade enquanto visão de mundo, conceitos aqui emprestados do professor Milton Santos.
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As novas áreas científicas e as novas tecnologias, com influências diretas na concepção e na organização dos espaços incorporam noções da biogenética, da comunicação celular, da informatização da vida cotidiana, da diversificação da matriz energética e a visão metabólica da cidade. Começamos a explicitar as exigências crescentes e cada vez mais instrumentalizadas traduzidas em proteções, garantias, certificações, homologações, normas que garantem qualidade, desempenho, durabilidade, economia e resguardam a integridade do produto, seja edificação ou objeto. A gradativa utilização de tecnologias limpas avançou no sentido de diminuir a poluição, sonora e atmosférica, com menos desperdício e menos agressão ao meio ambiente. O conhecimento sensível, como o estudo da cor, até pouco tempo explicado pelo aspecto sensitivo, hoje apresenta várias teorias no campo da ciência da percepção, do processo cognitivo e da colorimetria, tais como os de Berkeley, do MIT e de Barcelona. Vimos as experiências arquitetônicas no exterior que, a partir da obra do Centro Pompidou de Paris, em 1977, dos arquitetos Richard Rogers e Renzo Piano, às quais se juntam as de Norman Foster, Santiago Calatrava, Jean Nouvel, Bernard Tschumi, Dominique Perraut e I. M. Pey, entre outros, e, no Brasil, as de João Figueiras Lima, colecionam um formidável acervo de projetos e obras documentadas em textos críticos e publicações que as situam como experiências contemporâneas, cujas referências recíprocas são inevitáveis. Tudo isso nos levou a perguntar que princípios nortearam essas obras e as uniu como uma nova forma de abordagem da arquitetura, de sorte que pudemos reconhecer um novo movimento? E que aspectos as separaram e marcaram as diferenças entre os vários caminhos? Como resposta, alguns pontos merecem destaque: o respeito ao sítio onde se implantam e aos programas específicos. “Na Europa, a modernidade e o quadro histórico pareceu formar uma simbiose muito mais forte do que na grande época do modernismo, que buscava impor uma nova ordem. A vida cotidiana dos europeus está submetida à confrontação permanente da tradição e uma rápida evolução. Um dos fatores fundamentais da viabilidade da arquitetura contemporânea é a capacidade de evoluir na direção da aceitação do passado, mesmo que apareçam novas formas e soluções”. “A estética da concepção arquitetônica parece ditada, não mais por convenções estilísticas pré-determinadas, mas por fatores ligados ao sítio ou ao programa”. “Construir na Europa, hoje, requer uma tolerância e uma abertura que não convém de maneira nenhuma a um enfoque dogmático. Cada regra conhece exceções. A arquitetura atual é, antes de tudo, a soma dessas exceções”, como citou o historiador de arte americano Philip Jodidio, em 1998. Os contextos econômicos e políticos vigentes na maioria dos países dão aos arquitetos múltiplas razões para se inquietar com o futuro, quando se constata uma tomada de consciência engrandecendo a importância da qualidade da construção cuja ausência entrava a realização de um numero mais elevado de projetos inovadores. Esse procedimento que vem ocorrendo na Europa, no Brasil nos acompanha há, pelo menos, quatro décadas com uma arquitetura que, em termos de renovação e qualidade construtiva, deixa muito a desejar. O uso de novas tecnologias, visando uma produção mais controlada por processos industrializados, deveria fazer do canteiro de obras o local de montagem. Isso implica numa abordagem sistêmica planejada de todo o ciclo produtivo da obra, desde a elaboração de projetos detalhados e compatibilizados. Assim não haveria improvisos ou soluções de obra, como ocorre com freqüência na obra tradicional. Daí, outro aspecto que as une: a importância do projeto na explicitação da noção de qualidade na cadeia produtiva da construção civil.
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Outro ponto a destacar na questão da contemporaneidade é que cada intervenção no espaço deve-se adequar ao conhecimento estruturado das ciências humanas. Não se consegue imprimir uma visão prospectiva e de futuro para a arquitetura, sem o conhecimento histórico das experiências formais e espaciais do passado, ligadas à paulatina evolução das técnicas no tempo. Imprimir ao projeto a visão de processo que nunca se esgota, com o contínuo aprimoramento das linguagens arquitetônicas no uso das tecnologias do concreto, do aço, da madeira, da alvenaria estrutural, da argamassa armada, do solo-cimento e outras tantas, cada uma apropriada às condições de trabalho estrutural, às circunstâncias de como se dá a produção de cada sistema em cada região, objetivando a melhor relação entre custo e benefício, surge como outro fundamento contemporâneo. Outro aspecto, paradoxal na aparência, que une as experiências arquitetônicas contemporâneas é a liberdade com que cada arquiteto imprime à obra, o que caracteriza as diferenças que toda obra de arte deve ter para expressar a individualidade do criador. E não poderia ser diferente: regiões, lugares, sítios, relevos, climas, programas, tipologias, usos, sistemas construtivos, materiais e tudo o mais, bastante diversos, não podem engessar formas, com padrões e modelos dogmáticos, materializando mais um “novo estilo”. Há, sim, que haver coerência global no planejamento, no projeto, na fabricação e na execução da obra, de modo a satisfazer as necessidades econômicas, fisiológicas, ambientais e estéticas, direcionadas à razão e a emoção do homem. Outra característica estrutural da visão contemporânea da arquitetura está na conjunção de questões interagentes que ocorrem na produção da arquitetura – homem, lugar, uso,medida, ambiente, técnica, matéria, ciência e tecnologia – enquanto aspectos de um universo objetivo, com o conjunto de variáveis do mundo sensível das idéias e da criação, em constante busca da essência, do equilíbrio, do duradouro, com o permanente desafio da busca de excelência estética, econômica e construtiva e no atendimento às satisfações físicas e psíquicas dos indivíduos. A arquitetura contemporânea deve ser, assim, o resultado físico e espacial do encontro equilibrado e harmônico entre dois mundos: o racional e o sensível.
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A Obra em Aço de Zanettini Esta publicação surgiu para responder ao crescente interesse, no Brasil, pelo conhecimento da tecnologia da construção com aço. As solicitações da Associação Brasileira da Construção Metálica, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, do Centro Brasileiro da Construção em Aço, o interesse das editoras, da indústria de estruturas metálicas, das siderúrgicas, de colegas arquitetos, engenheiros e de um número crescente de estudantes indicaram o caminho para uma publicação sobre o aço na arquitetura. A exígua produção de livros ou textos e a falta de aprofundamento da questão bastariam para justificar não apenas esta obra mas uma série de publicações com focos variados que merecem destaque e necessitam de exame ou investigação conceitual, ao lado de exemplos de qualidade. Por isso, reunimos os avanços nessa área, o processo criativo, a identidade e a linguagem desse processo construtivo neste livro. Resolvemos apresentar a prática de projetos e obras construídas ao longo de quase quatro décadas, com interferências recíprocas da teoria sobre a prática, pela condição de professor com vários textos e matérias publicadas e como profissional com vasto repertório de pesquisas. Em cada momento, aparecem projetos e obras que foram construindo partes dessa arquitetura e que propiciaram experiências e reflexões, sistematizadas num acervo que estruturou uma teoria sobre a arquitetura do aço. Essa trajetória de acertos e erros, que se confunde com a própria história do aço no Brasil nos últimos 40 anos, foi muito rica pela quebra de tabus e preconceitos, obstáculos reais para o desenvolvimento desse conhecimento e dessa prática. O livro Siegbert Zanettini, Arquitetura Razão Sensibilidade – lançado em 2000 pela editora Edusp e produzido pela Imprensa Oficial do Estado – apresentou projetos e obras com as mais variadas tecnologias, embasadas na visão integrada do saber teórico e do saber fazer. No final, o livro trouxe reflexões sobre os fundamentos da arquitetura contemporânea e definições de arquitetura e da qualidade dos projetos.
Centro de Convivência - Limeira - SP
Neste volume do Portfolio Brasil Arquitetura, nos restringimos a separar do universo da produção aquelas experiências que integram a prática e a teoria de cada projeto ou obra e que utilizam a solução em aço com aspectos relevantes dessa tecnologia. Não vamos apresentar as obras como costumam aparecer em publicações com textos e peças gráficas contendo idéias, concepções, conteúdos e soluções que lhes dão forma. Vamos mostrar como cada obra ou projeto marcou aquela trajetória e de onde extraímos pontos significantes para a abordagem aqui adotada.
Uma arquitetura do tempo e da luz
Escola Panamericana de Arte Rua Groelândia
Perspectiva do posto eco-tecnológico da Petrobras
O tempo inexorável que muda paisagens, coisas e objetos, que deteriora e envelhece, que altera comportamentos e que evolui, aprimora, acrescenta experiência e sabedoria, incentiva a inventar e criar novas formas, funções e estruturas. Uma arquitetura que incorpore esse tempo, que mostre as mutações de luz, cores e brilhos do amanhecer ao entardecer, ressalta os focos luminosos que transpõem aberturas, superfícies translúcidas e vitrais reproduzindo novos cenários. Falar em arquitetura é falar da luz. Com intensidade, amplitude e matizes moldam os espaços e valoriza formas. Como Mies Van der Rohe, um mestre do modernismo, dizia: “A História da arquitetura é a luta pela luz, pela janela”. Já outro mestre, Le Corbusier, afirmava: “A arquitetura é o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes sob a luz”.
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Uma arquitetura da história, do conhecimento e da cultura O espaço construído representa o pluralismo confraternizador, a “scuola” onde se ensina a história – “a escola do nosso errar”– para crianças, adolescentes, adultos e idosos – local de atividades sociais, de confraternização, de sociabilidade, de cidadania, de produção evolutiva do conhecimento que manifesta, a cada nova geração, a cultura de cada época. Atrium do Hospital Albert Einstein
Uma arquitetura do ambiente construído e natural
Hospital Mater Dei
A arquitetura contemporânea vem agregando novos fundamentos que incluem questões sobre eco-eficiência, sustentabilidade, utilização de condições climáticas naturais, incorporação de outras formas de energia, interação com os contextos construídos e naturais, economia de energia, reuso de águas servidas, tecnologias limpas, preocupações com o uso, operação e manutenção, reciclagem dos materiais e uma relação custo-benefício equilibrada entre outros aspectos relevantes. Essa arquitetura deve ser aberta e livre de barreiras à acessibilidade de pessoas, com ambientes voltados para a segurança do usuário. O sombreamento proporcionado por peles protetoras, pelos verdes interno e circundante cria ambientações com visuais agradáveis, integrando paisagismo e arquitetura com soluções naturais que resultam na obtenção de microclima desejável.
Hospital São Luiz Tatuapé
Fórum do TJDFT
Aberturas estratégicas aproveitam os ventos predominantes e, por efeito chaminé, saem por vãos opostos, criando ambientes com o conforto da ventilação natural. Painéis termo-acústicos, brises ou tecidos sombreadores bloqueiam o ruído e calor, auxiliados por paramentos externos que com tratamento interno podem dispersar a reflexão e a reverberação acústicas. Dentro do conceito de eco-eficiência os painéis solares BIPV (Building Integrated Photovoltaics) devem substituir, em faces favoráveis do edifício, esquadrias com vidro laminado. Ao mesmo tempo em que garantem transparência, funcionam como brise e captam a energia solar que será utilizada na iluminação artificial. Os projetos devem incorporar também o aproveitamento da água de chuva, destinada à irrigação de jardins, limpeza e acionamento de bacias sanitárias, drenada para cisternas e recalcada para caixas d’água elevadas separadas das de água potável.
Uma arquitetura de tecnologia contemporânea Essa solução estrutural que utiliza o aço como elemento predominante não só para vencer os grandes vãos, necessários para atender às dimensões obrigatórias de certos espaços, mas, também, para reforçar a modularidade, capaz de possibilitar a repetição nas dimensões das barras, condição importante para sua produção industializada. Centro Virtual de Cultura
Centro de Pesquisas Schlumberger
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A estrutura metálica é o mais completo sistema estrutural de tecnologia limpa, com total controle de qualidade, com precisão dimensional milimétrica, que evita sobras ou desperdícios e possibilita uma reutilização com o mais alto grau de reciclagem. Por essas razões, esse sistema construtivo exige planejamento e projetos bem conceituados e desenvolvidos que induzam a procedimentos para o canteiro de obras como local de montagem, em substituição aos sistemas convencionais de construção. Vale ressaltar que essas qualidades podem e devem ser estendidas a outros sistemas estruturais – concreto, madeira, alvenaria estrutural, plásticos ou membranas têxteis. Para isso será necessário ter pleno conhecimento das propriedades de cada um com linguagens próprias e concepção, produção e desempenho adequados a cada tipologia arquitetônica.
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Combinar esqueletos metálicos com componentes de concreto ancorados em blocos de escada, caixas d’água e elevadores aparece, assim, como solução hábil. As lajes de piso e cobertura em steel deck ou em pré-lajes de concreto protendido evitam a necessidade de fôrmas – com capa superior de concreto impermeabilizada nas áreas hidráulicas e nas coberturas ajardinadas – assim como qualquer material de fechamento externo se completa com a estrutura metálica. As instalações em prumadas com shafts visitáveis fora dos eixos estruturais e canaletas horizontais em forros inspecionáveis evitam o confronto das mesmas com vigas e pilares.
Uma arquitetura de conceitos A arquitetura estruturada com aço como sistema único ou combinado com concreto, madeira, alvenaria estrutural ou outros materiais deve levar em conta conceitos que precedem o projeto e se apóiam em fundamentos contemporâneos. Podemos destacar alguns: as visões sistêmica e cultural que alimentam o projeto de arquitetura; a concepção multidisciplinar, ecoeficiente e sustentável com a questão ambiental como parte integrante do repertório arquitetônico; o respeito ao dimensionamento dos espaços e às exigências do programa, com flexibilidade para expansões ou alterações; a superação de paradigmas conceituais e construtivos adequados à cultura de cada época; o domínio integral de tecnologias limpas; a utilização evolutiva do conhecimento de base científica; a busca permanente de avanços tecnológicos e estéticos neste século do “intelecto e da criação”, da arquitetura como obra de arte, mas com a razão sempre cúmplice da sensibilidade. Esta publicação, que tem no aço o objeto de estudo, não deve passar a falsa impressão que tornam secundários os demais sistemas construtivos. A arquitetura de qualidade existe com qualquer material ou, mesmo, com a combinação de materiais, resultando em soluções harmônicas. Não é o material que faz a boa arquitetura, mas é ela que habilmente se apropria do mesmo para cada condição de uso específico. A definição de arquitetura por áreas de especialidade – arquitetura hospitalar, habitacional, bancária, institucional, esportiva – reflete uma falsa colocação. A arquitetura é uma só e não precisa de adjetivações. Deve atender a qualquer necessidade do homem, na dimensão complexa do momento histórico, ao qual se identifica. Nesse mundo racional e sensível, arquitetura é isso, nada mais do que isso. Siegbert Zanettini
ZANETTINI ARQUITETURA Com mais de 50 anos de história e cerca de 1.200 projetos realizados, a ZANETTINI ARQUITETURA é pioneira e líder em know-how para a utilização de novas tecnologias e diversos sistemas construtivos. Referência em arquitetura sustentável brasileira para o mundo, atuante desde a década de 70 em projetos ecoeficientes, o arquiteto Zanettini já havia lançado os princípios fundamentais que hoje são amplamente divulgados para as construções sustentáveis. A produção contemporânea da ZANETTINI ARQUITETURA inclui a obra de ampliação do CENPES, o TJDFT - Fórum do Meio Ambiente e da Fazenda Pública, o Inhotim/GreenHouses, o Centro de Pesquisas Schlumberger, entre outros trabalhos de destaque.
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A magia estrutural na cor pĂşrpura Siegbert Zanettini
TECNOLOGIAS E SISTEMAS CONSTRUTIVOS Projetos de centros de pesquisas, centros de educação ambiental, áreas corporativas, escolas, hospitais, clínicas, centros esportivos, centros de treinamento, bancos, shoppingcenters, galpões industriais, revitalização de edifícios e centros urbanos, edifícios comerciais e institucionais, layout de mobiliário, habitações uni e plurifamiliares e arquitetura de interiores estão entre os diversos segmentos da cadeia de construção civil desenvolvidos com a marca ZANETTINI.
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AÇO E CONCRETO
AÇO E CONCRETO CELULAR
AÇO E ARGAMASSA ARMADA
AÇO E VIDRO
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EDUCAÇÃO, CULTURA E ARTE
“Põe uma pitada de audácia em tudo quanto faças.” Baltasar Gracián y Morales Escola Panamericana de Arte - Av. Angélica
Escola Estadual Dracena, SP - 1976
Uma membrana leve e protetora da intensa e não
obstruída radiação solar. A idéia de um pára-sol horizontal - tese que a longo tempo vínhamos pesquisando como uma das soluções naturais, não mecânicas para o
conforto térmico de uma arquitetura de clima tropical - e que, embora experimental, foi indicadora de um caminho técnico seguro e mais controlado.
Para soluções deste tipo, achamos mais conveniente o
uso de telhas sanduíche de alumínio com poliuretano expandido, pela maior reflexão dos raios solares e consequentemente melhor proteção térmica.
Iniciávamos com esta obra os fundamentos de visão sistêmica na arquitetura. Concebido com a intenção de reproduzir a execução em várias regiões do Estado, este
projeto inicia uma experiência nova para a utilização
parte da obra utiliza mão de obra local para as fundações,
indutrializada combinado com a execução das alvenarias
do canteiro e constituída de pilares, vigas e cobertura
da estrutura metálica: um sistema estrutural de base com blocos de concreto estruturais, formando assim um sistema misto com técnicas, tempos e procedimentos de obra executada in loco. Inicia-se com esta escola uma alternativa interessante para a construção civil, pois uma 22
Esquema de ventilação natural
alvenarias e lajes e outra, industrial, produzida fora metálica independentes da primeira, formando um parasol horizontal, com espaço para ventilação cruzada entre
os dois sistemas constituindo uma solução ideal para climas quentes.
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O interessante desta proposta concebida para qualquer
recebeu especial menção do colega e amigo Eduardo de
para atender a uma grande variedade de soluções
O partido surgiu com naturalidade, pois se de um lado, há
tipo de terreno com diversas dimensões e topografia possibilitaram a reprodução para as mais diversas condições do Estado de São Paulo. A experiência foi
interrompida pela mudança de equipe de planejamento da Conesp, órgão estadual responsável pela construção de escolas. Este projeto que teve a publicação no Caderno
nº 8, especial para a minha obra, da revista Projeto que, em 1981, reuniu um significativo número de projetos e
Almeida que prefaciou a publicação.
aspectos semelhantes, principalmente no que se refere
a condições climáticas, há, por outro lado, condições morfológicas dos terrenos (planos e de encosta), de
orientação e de solo que os diferenciam. Tratamos, então, de criar um sistema que racionalizasse as semelhanças e
assimilasse as diferenças. É o desejável quando se possui
um programa que deve cobrir praticamente todo o Estado.
Destaques . neste projeto aparece o conceito de visão sistêmica, um avanço sobre o projeto padrão. . surge a idéia do para-sol horizontal.
Cortes transversal e longitudinal
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
23
Escola Panamericana de Arte Rua Groenlândia - São Paulo, SP - 1989
Destaques: . a preservação integral da vegetação local; . a permanência da escola funcionando durante os períodos de aula, possibilitada pelo uso de tecnologia limpa que o aço propicia; . o uso de elementos simbólicos na organização espacial e volumetria de uma escola de artes: pirâmide, cilindros, cubos; . a organização do espaço resulta na liberdade total a qualquer amarra modernista atendendo “uma ambiciosa solução estética” solicitação de cliente artista e professor de arte; . o uso das árvores como brises dispensando o ar condicionado.
Foto interna de um ateliê
Elevação leste
24
Po rt f o l i o B r as i l
Se na Clinica Ortopédica Pistelli, a tridimensionalidade se expressa pela superposição de cubos, na Escola PanAmericana de Arte da Rua Groelândia, o partido faz
do logotipo e às cores da escola para constituir-se no Brasil a obra mais emblemática da década de 80.
referências à diferentes objetos geométricos como a
Marcado pelas treliças, os três grandes volumes e o
caracteriza a escola”. A partir da década de 70, a arquite-
pousando sobre o terreno. A implantação e a transpar-
um sistema estrutural que atende às novas exigên-
determinante que marcou a idéia inicial do projeto: 196
aeroportos, museus, estações ferroviárias e rodoviárias.
parecem se amoldar aos espaços deixados pela vegeta-
mento que acabou por inspirar uma estética de con-
‘planta’ as edificações preservando a natureza.
pirâmide frontal, “síntese da criatividade artística que
bloco com cinco pavimentos parecem flutuar como que
tura de vanguarda em todo mundo adotou o aço como
ência explícita integra-se à arborização existente, uma
cias de grandes espaços em programas como estádios,
espécies de árvores foram preservadas. Os módulos
Esse partido tecnológico desencadeou um desenvolvi-
ção. O arquiteto, aqui, se assemelha a um lavrador que
temporaneidade.
Nesse projeto, as referências sutis a exemplos inter-
nacionais como a Pirâmide do Museu do Louvre do arquiteto I.M. Pei ou o Centro Pompidou do arquiteto
Renzo Piano, Richard Rogers se juntam ao emblema “A”
Foto interna
Como a montagem da estrutura do ateliê deveria ocorrer durante o período letivo, foi montada uma estrutura
contendo 22 ateliês sobre as casas existentes, o que
permitiu o funcionamento das aulas durante a obra. As casas foram demolidas nas férias escolares.
Sadalla Galeria de Arte São Paulo, SP - 1985
Destaque Neste projeto, o que haviamos definido como “linguagem do vazio” não se limitava a obra como um todo mas, também, ao detalhe. Detalhe estrutura de concreto da fachada
Foto interna pavimento superior
Foto parcial da galeria pavimento térreo
Em meados da década de 80, a galeria de arte como
superfícies de exposição dentro dos limites de um lote
turas, móbiles, imagens e sons, precisava ser inventada e
de luz, das cores e
opera aberta às infinitas possibilidades das telas, escul-
nada melhor do que a estrutura metálica para exprimir
esse espaço. Além de quebrar a monótona e repetitiva sucessão de testadas brancas dos cenários comerciais do entorno na época, o projeto da galeria ficou marcado
pelo forte envolvimento pessoal entre a equipe do escritório, os clientes e o pessoal da obra.
A possibilidade de que cada obra de arte pudesse ser vista em ângulos variados e de diferentes distâncias
colocou em evidência a importância da linguagem do
vazio. Pés-direitos variáveis, iluminação natural filtrada por meio de pano de vidro do pátio interno e grandes
urbano pequeno tornaram evidente como as mutações dos brilhos podem criar novos cenários
às obras a serem expostas. A separa-
ção de quatro perfis “L” de três polega-
das por anéis a cada metro nos pilares, foi
a solução para suportar uma alta tonela-
gem, sem flambar. Foto interna do pavimento térreo
26
Po rt f o l i o B r as i l
Escola Estadual de 1º e 2º Graus Jardim Limoeiro, SP - 1991
Solicitação do FDE como novas experiências ar-
quitetônicas para escolas tanto espacialmente quanto nos sistemas construtivos. Os projetos foram elaborados em três níveis tecnológicos diferenciados como
aparecem nas duas escolas seguintes. Essa escola em Jardim Limoeiro totalmente em aço: estrutura, painéis
de pisos, painéis de fechamento, esquadrias, portas e componentes em geral.
O projeto de arquitetura apresenta duas fases distintas
de construção: a primeira com seis salas de aula e área construída de 1528,58m2, e a segunda com total de doze
salas e área de 2591,58m2. Esta construção em etapas
consecutivas foi determinada pelo programa de necessidades da FDE, adotado em função da liberação de verbas e do planejamento para a demanda local. Este con-
ceito de construção em etapas foi determinante para o desenvolvimento sistêmico do projeto, face às ampliações diversas e não simultâneas, comum no cotidiano escolar, público e privado.
Foto da maquete
Corte longitudinal
Destaques . construção em etapas sem prejuízo do funcionamento e de esperas indesejáveis de vergalhões de aço das estruturas de concreto. . o edifício pousa sobre o solo e mantém topografia e vegetação.
Planta cotas 110 e 111
S i e g b e rt Z a n e t t i n i
27
Escola Estadual Jardim Rodolfo Pirani
São Paulo, SP - 1991
A escola vista da quadra
Destaques Nesta escola utilizou-se um sistema misto: . estrutura metálica com fechamento de painéis de concreto autoclavado; . equipamentos ancorados com desenho em concreto diversos do padrão FDE; . acessos do público externo e de professores pela cota mais alta, alunos pela mais baixa e serviços pela esquina numa cota intermediária; . beirais em arcos de aço calandrados; . a implantação numa grande esquina em declive encaixando os setores em cada nível; . versatilidade de implantação em qualquer condição topográfica; . liberdade de padrões, estrutura, formas e cores.
28
Implantação
Po rt f o l i o B r as i l
Vistas parciais da escola
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
29
Escola Estadual Votupari II Santana do Parnaíba, SP - 1992
Nesta escola, completando a solicitação da FDE, utilizou-se também estrutura metálica, mas com todos os demais componentes seguindo o padrão da Fundação: - fechamento em alvenaria,
- componentes ancorados em concreto e alvenaria, - revestimentos seguindo especificação,
Vista externa do galpão
- lajes fundidas sobre os perfis metálicos, - cobertura em telha trapezoidal.
A junção da metálica aparente em destaque com cores e
o programa visual da alvenaria cria o contraponto dissoante com resultados admiráveis: o emprego da estrutura
metálica sobre o terreno em declives põe em evidência, mais uma vez, a performance ambiental do aço que, mais ainda, permite a ventilação cruzada e o uso livre dos espaços. O planejamento dos detalhes de fabricação
Galpão
e montagem solucionou os desafios da interface entre a estrutura metálica e os demais componentes.
Destaque A comparação entre os três sistemas construtivos foi produtiva pois mostrou a versatilidade do aço com os diversos materiais.
Bloco de salas de aula e escada
30
Circulação interna
Po rt f o l i o B r as i l
Foto externa da escola
Escola Padrão 10 Salas São Gonçalo, RJ - 1998
Primeira experiência utilizando sistemas mistos com
Maquete eletrônica da Casa do Futuro
estrutura metálica e lajes, divisórias e fechamentos externos executados com painéis pré-fabricados de argamassa armada.
Solução levíssima, rápida e econômica, traduzida numa
série de obras ajustadas a cada sítio e programas em
São Gonçalo. Faz parte do programa a casa do Futuro, espaço complementar das escolas para ensino dife-
renciado de computação, treinamento e biblioteca. Foi projetado também um posto de atendimento médi-
Maquete eletrônica da escola
co executado com os mesmos sistemas estrutural e construtivo.
Posto de primeiro atendimento
S i e g b e rt Z a n e t t i n i
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Escola Panamericana de Arte Av. Angélica - São Paulo, SP - 1997
1º Projeto
Uma intensa e cuidadosa pesquisa das novas necessidades da escola, em conjunto com o designer Oswaldo
Mellone, proporcionou um edifício transparente, sem camuflagens, uma “vitrine” de informações sobre os
atributos técnicos e formais do aço. A integração com o desenho industrial produziu definições e soluções
únicas para os equipamentos, elevadores, iluminação, sanitários, sinalização e mobiliário. A comunicação visual e o estudo cromático do edifício criaram uma integração do edifício com a paisagem, realçada pelas cores azul, amarelo e vermelho, numa relação dissonante com a mesmice arquitetônica do entorno. Não existiu
nenhum detalhe ou elemento componente que não fosse estudado e todos compuseram a arquitetura.
32
Po rt f o l i o B r as i l
Vista aérea Implantação
Um recuo entre o edifício e os limites do terreno criou
um fosso que favoreceu a ventilação e iluminação naturais até o terceiro sub-solo, reduzindo os gastos com
energia. Além disso, este uso pioneiro do espaço inferior da rua eliminou os muros de fecho do alinhamento e
permitiu que os transeuntes vejam as atividades em desenvolvimento dentro dos ateliês, laboratórios e estúdios
fotográficos, conforme pedido do cliente que desejava um prédio onde todas as atividades de trabalho e lazer pudessem ser vistas por quem está fora do prédio. As di-
visórias entre os ateliês e as galerias de circulação são de vidro temperado transparente. Assim, o edifício, do terceiro subsolo à cobertura, ficou solto dos alinhamentos com acesso por dois túneis-ponte.
Planta Tipo S i e g b e rt Z a n e t t i n i
33
As fachadas laterais e a dos fundos aproveitando o sombreamento pela existência dos edifícios vizinhos
como protetores solares, eliminaram a necessidade do ar condicionado.
Ao trazer todos os volumes de escadas, elevadores e coluna de sanitários que dão apoio às atividades de
ensino para a fachada da Rua Pará, foi criada uma rica composição volumetrica com cheios e vazios, cores, luzes e sombras. Assim, a caixa de escada enclausurada na
esquina inicia a composição dessa volumetria, às vezes
móvel, como no caso dos elevadores panorâmicos, ou fixos como a escada aberta.
Por ser o único elemento fechado do edifício atendendo exigência do Corpo de Bombeiros, a caixa de circulação
caracteriza um volume vertical que marca a esquina. Junto com a prumada dos elevadores, a escada externa
Vista posterior do edifício
e o bloco de sanitários forma uma proteção contínua e o sol, que passa entre as formas, atinge apenas a cir-
culação longitudinal, evitando a incidência solar direta sobre os ateliês. Com esta disposição, foi possível obter
índices adequados de iluminação e ventilação naturais. Foto do banheiro em Fiberglass
Por serem muitas janelas nos lados sombreados permitem, quando abertas, a ventilação cruzada.
Pelo conceito estrutural, um leve esqueleto interno fixa
as esquadrias em vez de engastar os apoios nas vigas
principais da treliça. Essa solução possibilitou a ex-
ecução padronizada de toda a caixilharia de alumínio das fachadas que ficam independentes da trama ortogonal e diagonal da treliça estrutural das fachadas. Vista do jardim no subsolo
Destaque Um importante trabalho criador que resultou da reunião de profissionais competentes objetivando qualidade arquitetônica.
Entrada do edifício pela Rua Pará
S i e g b e rt Z a n e t t i n i
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Portal do Centro Universitário do Triângulo Uberlândia, MG - 1999
Fabricada no Rio Grande do Sul e montada em Uberlân-
sistemas construtivos com aço e, quando incluem, ten-
sobre a paisagem. Aqui se repete a esbeltez e o conceito
a nossa experiência - no começo da década de 70 - com
dia, Minas Gerais, essa estrutura do portal parece flutuar
tridimensional da estrutura metálica para marcar a entrada de uma escola também projetada com aço. No
Brasil, a maioria das escolas de arquitetura, urbanismo e engenharia não contemplam currículos que incluam
dem a tratar o assunto de forma superficial. Temos usado
esse material, para criar uma teoria do aço no Brasil. Essa lacuna no ensino tem de ser superada para que se possa
chegar ao pré-dimensionamento estrutural na fase do projeto.
Perspectiva aérea do portal Perspectiva lateral
36
Po rt f o l i o B r as i l
Centro Universitário do Triângulo - 1999 Uberlândia, MG
Além do portal, foram executados com
estrutura metálica, o bloco de laboratórios com 17000m2, as edificações do
parque esportivo e as passarelas de ligação do edifícios.
Destaque A concepção tri-dimensional da estrutura do portal completa a estética global de obra em aço com eficácia como resposta a urgência da obra.
S i e g b e rt Z a n e t t i n i
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Colégio Santa Catarina São Paulo, SP - 1999
Inaugurado no bairro paulistano da Moóca em julho de 1927, o Colégio Santa Catarina, no final da década de
90 precisava crescer. A solução com estrutura metálica
revelou-se então a melhor saída, mas a obra precisava
causar o mínimo de perturbação no cotidiano dos alunos ao lado. A experiência com obras controladas por avançados processos industrializados fez a diferença neste exemplo, onde a programação e execução desse colégio conferem altos graus de desempenho.
Destaque Este projeto construído junto com a escola funcionando, revelou a importância do planejamento da montagem do edifício.
38
Po rt f o l i o B r as i l
Escola Estadual Vila Andrade - FDE São Paulo, SP - 2007
Obra recente em estrutura metálica ampliando a escola estadual da FDE, Fundação de Desenvolvimento da Educação, no miolo da favela Paraisópolis, valorizando a escola Homero dos Santos Fortes existente que atende um grande número de alunos e que precisava ser ampliada em curto prazo. Destaque Interessante solução dada para o sombreamento de ambas as laterais longitudinais da escola, utilizando telhas com chapa perfurada que protegem as fachadas nascente e poente. Solução que permitiu amplos visuais do entorno sem tirar a luz natural dos ambientes.
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
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Centro Virtual de Cultura -USP São Paulo, SP - 2004
Sua estrutura será em aço e vidro devendo ocupar uma área total aproximada de 4.663m2 de construção em três andares. O Centro Virtual em aço terá excelente
localização em meio as conhecidas edificações em
concreto da USP. Será uma oportunidade de mostrar
o quanto o uso do aço agrega valor quando une a plasticidade às possibilidades estruturais. A tecnologia limpa compõe em total harmonia com a rica e
densa vegetação envoltória, não destruindo-a e em consonância com a contemporaneidade de uma visão mais sustentável e preservadora do meio ambiente.
Planta 1ยบ pavimento
S i e g b e rt Z a n e t t i n i
41
EDIFICAÇÕES
“O ser humano é a soma de suas fantasias.” Henry James
Residência no Brooklin
Residência Paulo do Amaral Gurgel Alto de Pinheiros - São Paulo, SP - 1970
A madeira como solução estrutural, usada neste projeto, interrompeu uma sequencia de resistências com estrutura de concreto armado aparente, matéria básica da arquitetura de vanguarda da década de 60. Não faziam parte da “escola paulista” soluções com alvenaria de tijolos, telhas cerâmicas e piso de pedra. Esta obra rompeu o tabu e ajudou a surgir linhas mistas de produção, parte industrializada e parte produzida no próprio canteiro. Mas o grande legado desta casa está na estrutura: composta de finos sarrafos colados de pinho compondo vigas que vencem grandes vãos, apoiados em pilares duplos isolados do piso de concreto por aparelhos usinados em aço e que serviam de gabarito para o aparafusamento da madeira no canteiro. Vista em retrospectiva, essa obra permitiu vislumbrar um rico caminho de uso de articulações de aço com barras de madeira cultivadas para construção. Inicialmente preparado o tabuleiro de concreto, base suporte de toda a casa, fixaram-se os parafusos chumbadores para espera dos aparelhos de aço, bases de todos os pilares que estavam sendo fabricados por uma metalúrgica. Ao mesmo tempo, o pessoal da obra preparava e executava as alvenarias e caixas de concreto dos armários, da geladeira, do fogão, tampos de pia, lavatórios e do bloco horizontal da caixa d’água no próprio canteiro. Simultaneamente, a firma encarregada da fabricação da madeira - composta de pinho - fabricava os vigamentos da cobertura. A empresa encarregada da montagem preparava o restante de toda a estrutura de madeira. Depois de enviar todos os componentes para a obra, aparafusavam-se na extremidade inferior dos pilares de madeira; em seguida, os mesmos eram prumados e aparafusados nas conexões de aço na parte superior, onde eram encaixadas as vigas e aparafusadas. Na sequência, o enterçamento, encaibramento e o ripamento. Por último, as telhas.
Vista Interna
Aparelho de aço: Articulação dos componentes de madeira da estrutura.
Vista jardim posterior
Destaque A criação de sistemas mistos de produção: . aço e madeira; . aço e concreto; . aço e concreto celular; . aço e argamassa armada; . aço e vidro.
Indústria De Maio Gallo Cumbica, SP - 1972
A montagem, em 35 dias, da estrutura metálica, com má-
estava traçado um caminho sem volta para este siste-
e estoque, num total de 17.500m2 de construção numa
propriedades do aço que possibilitava uma velocidade
quinas, operários e guindastes de dois blocos produção
sequência planejada e organizada de trabalho e mais trinta dias para efetuar a cobertura dos sheds e todo o fechamento das duas edificações, reforçou a idéia que ali Destaque A descoberta de um novo tempo construtivo.
ma construtivo. Dessa data em diante, revelaram-se as
construtiva até então ausente no meu repertório arquitetônico.
Agências da Caixa Econômica Estadual Jardinópolis, São José do Rio Preto e Cosmópolis - 1976
Foto interna da agência Jardinópolis, SP
Na década de 70, o sistema bancário brasileiro não admitia mais uma rede de agências precária e improvisada como a que existia. Com a evolução do capitalismo financeiro e a necessidade de conquistar novos mercados com operações e equipamentos mais sofisticados, os bancos começaram a buscar projetos e soluções para agências mais versáteis no atendimento à população. Com um mínimo de padronização, benéfica à execução e à manutenção, buscamos a identificação daquela nova imagem no mobiliário, aparelhos, luminárias, ferragens e materiais de revestimento. Sempre respondendo às situações diversas de terreno, acessos, clima e dimensões de cada agência, consegui-
mos mostrar, com esse projeto, como obter uma obra econômica sem abrir mão da qualidade espacial. Expressivas treliças de aço como estrutura de cobertura formam uma curvatura interna que resulta num pé-direito variável onde se encaixa um mezanino na parte mais alta e libera o espaço para o atendimento ao público, gerência e expediente. Essa solução com cobertura metálica apoiada nos dois paramentos laterais longitudinais surgiu para ser montada na obra, dispensando cimbramentos. Sobre a treliça era colocado um assoalho de madeira com manta de lã de rocha como isolante térmico. Telhas metálicas longitudinais acompanham as curvaturas diferentes para cada agência. Destaque Estes projetos mostraram a viabilidade econômica de soluções em aço.
Foto externa agência São José do Rio Preto, SP Corte longitudinal
Vista interna
Corte longitudinal
Posto de gasolina
Av. 9 de Julho com José Maria Lisboa São Paulo, SP - 1976
Como primeiro posto coberto com loja de conveniências, com três grandes treliças apoiadas em quatro pilares metálicos no canto interno da esquina possibilitou, pelos
grandes balanços, a total liberdade para o tráfego, estacionamento e abastecimento de veículos, com as bombas
de gasolina suspensas na estrutura e com mobilidade, que corriam em trilhos suspensos e procuravam os carros onde estivessem.
Mas o maior destaque foi o fato de que, pelos vãos resultantes pelas distâncias entre os banzos superiores e inferiores e pelas diagonais e montantes, era possivel
Vista do espaço de abastecimento e bombas móveis
passar pelas treliças e usar esse espaço como mezanino
Destaques . o primeiro exemplo de steel deck executado no Brasil feito com chapa trapezoidal. . o espaço utilizável possibilitado pelo vão da estrutura da treliça.
que iluminado pelas dobras das coberturas voltada para
a Nove de Julho e a José Maria Lisboa criou condições para a colocação de esquadrias com iluminação e ventilação naturais, utilizado por anos como escritório de arquitetu-
ra do arquiteto Aref, filho do proprietário do posto. Surgia
então a possibilidade do uso do espaço entre as treliças nos vazios da estrutura.
Outro aspecto interessante foi a execução do piso desse
pavimento com chapas de telha trapezoidal preenchidas com concreto na parte superior, o primeiro exemplo de steel deck feito no Brasil.
Planta Pavimento Térreo
Planta da Cobertura
Perspectiva
Legenda: 1. Abastecimento 2. Lava-rápido 3. Elevadores hidráulicos 4. Escritório / posto 5. Cozinha 6. Bar / lanches 7. Sanitário 8. Escritório
S i e g b e rt Z a n e t t i n i
47
Centro Esportivo TELESP
São Paulo, SP - 1986
Destaque Um cronograma reduzido para a inaguração do ginásio pela TELESP obrigou-a a quebrar o tabu de utilização da estrutura metálica em suas obras.
Foto da maquete
No caso deste ginásio coberto, uma congregação de pór-
ticos sustenta a cobertura de painéis metálicos tipo san-
Foto parcial da estrutura
duíche, também usados na vedações laterais. Esses pórti-
cos se encontram em pontos distantes e formam círculos de pilares em cujos miolos se situam os condutores que recebem a água dos panos convergentes da cobertura.
Toda a estrutura de cor azul já veio pintada da fábrica, pronta para receber a cobertura e o fechamento. O pano de vidro da fachada sul se completou com os painéis de
alumínio pintados de branco com miolo de poliuretano expandido e abriu o ginásio para um novo visual da parte central da cidade. Vista externa
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Foto interna parcial
Po rt f o l i o B r as i l
Edifíco para escritórios São Paulo, SP - 1999
Perspectiva geral
Corte AA
Corte BB Si e g b e rt Z a n e t t i n i
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Sede do Escritório ZANETTINI São Paulo, SP - 1987
Destaques Verdadeiro laboratório de inovações: . barras das treliças seccionadas nos nós para toda a estrutura com mesmas seções e dimensões; . a estrutura desmontável possibilitou a pintura final feita na fábrica; . introduziu-se nesta obra a pré-laje servindo como forma e dispensando o uso de madeira para o cimbramento e o escoramento; . primeira obra a utilizar o vidro colado com silicone na caixilharia; . utilização pioneira do uso do laminado melanínico nos pisos; . louças, tampos com lavatórios como peça única, interruptores, divisórias integradas às grelhas de iluminação; . sistema de ar condicionado utilizando ar externo; . painéis de fachada montados junto com as esquadrias; . o uso pioneiro de painéis e esquadrias com junta telescópica.
Foto da fachada
Vista lateral do escritório
Em 1987, o acúmulo de experiências com projetos em estrutura metálica nos impulsionou ao aprofundamento de alguns conceitos. A opção pelo sistema industrial trouxe a redução de tempo e de custos numa época de inflação galopante. Como os elementos estruturais foram apenas montados e aparafusados no local, a obra ficou pronta em cerca de cinco meses, um terço do tempo em comparação com uma obra de mesmo porte em estrutura concreto armado, reduzindo em muito os custos indiretos. O edifício, formado por duas grandes treliças laterais contraventadas na horizontal pelas lajes, expressa a idéia de criar um espaço em mutação. Quatro pilotis em V, apoiados e aparafusados em esperas nos blocos de concreto, constituem as duas macrotreliças laterais unidas por vigas transversais metálicas encimadas por pré-lajes que servem de fôrma na concretagem final. A limpeza da concepção, o uso racional de uma lança de caminhão Munch que se deslocava paralelamente à estrutura durante a montagem, proporcionou a sua execução em 35 dias. Como se trata de um sistema aparafusado, o seccionamento modular das barras adotadas fez dela uma das obras mais completas e econômicas já saídas do escritório.
A partir desta obra, os resultados com o desempenho de alguns sistemas permitiu aperfeiçoar o grau de precisão dos projetos e no uso de elementos telescópicos em esquadrias e painéis de fechamento para absorver sem patologias a movimentação da estrutura.
Foto do ateliê
Sequência de montagem da estrutura
S i e g b e rt Z a n e t t i n i
51
A versatilidade para a montagem e desmontagem de estrutura metálica São Paulo, SP - 2010
Sinônimo de arquitetura racional, segura e ecoeficiente,
não foi possível montá-la no novo terreno, pois foi exigi-
quitetura foi 100% desmontada em 10 dias com o objetivo
o que inviabilizou a montagem das duas grandes macro
a estrutura metálica da sede do escritório Zanettini Ar-
de ser montada novamente em outro endereço. Todos os componentes metálicos foram preservados para demon-
strar na prática, com ineditismo no cenário da arquitetura brasileira, a versatilidade e a sustentabilidade de toda a
construção em aço que seria reaproveitada com sua mon-
tagem em uma nova área, vizinha à localização anterior da edificação e com mesmas condições de dimensões do terreno e orientação solar. Após a desmontagem, até o
momento de lançamento dessa publicação, ano de 2011,
52
do pela Prefeitura de São Paulo recuos laterais maiores, treliças laterais que estruturam todo o sistema construtivo. Existem dois pareceres, um do DPH – Departamento do
Patrimônio Histórico e outro do Conpresp - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, que se posionam a favor da execução do projeto, tendo em vista que se trata
de uma construção reconhecida como marco da história de desenvolvimento da arquitetura em aço no País, tendo o arquiteto Zanettini como seu principal precursor.
Po rt f o l i o B r as i l
S i e g b e rt Z a n e t t i n i
53
Esqueleto estrutural de um edifício
Conjunto Habitacional Cubatão, SP - 1990
Vista Parcial dos edifícios do conjunto
Vista geral do conjunto
São 28 edifícios com 16 apartamentos cada, totalizando
O esqueleto modular básico, em aço Corsacor 400,
edificação, acoplados em função da orientação solar
tempo de execução caiu de 35 para 6 dias entre o
448 unidades habitacionais. Revezam-se dois tipos de e da configuração dos espaços externos, cada um
comportando duas tipologias de apartamentos, sempre
com ventilação natural cruzada divididos em dois quartos, dois banheiros, sala integrada à cozinha e área de serviço
contínua. O edifício tipo 1 compreende 830m2 de área
construída, com apartamentos de 46,62m2 e 47,92m2.
Agrupados em edifícios de quatro pavimentos, sem
elevador, as unidaddes mantêm uma perspectiva uniforme, reforçada pela regularidade da volumetria. A implantação preenche o terreno plano de quase 32.000m2 em pequenas quadras, servidas por estacionamentos
periféricos e equipamentos comunitários ocupando o
compõe-se de chapas dobradas e parafusadas, cujo
primeiro e o sétimo edifício construído. A estrutura
internamente aparente, foi concebida como um sistema
misto constituido por um esqueleto de perfis “L” e “U” para os pilares e vigas, respectivamente sobre as quais descarregam pré-lajes pré-fabricadas, complementadas
por uma camada superior, concretada in loco, que substitui o contravento horizontal que se compõe com os contraventos verticais internos. A alvenaria de vedação
é em painéis pré-moldados mistos de concreto armado e tijolo cerâmico, fixadas externamente à estrutura
metálica por inserts chumbados nos painéis e soldados na mesma.
restante. Do lado oposto ao acesso principal, reúnemse a escola, creche e quadra de esportes. A variação
cromática identifica cada bloco e enriquece a geometria da massa construída.
54
Destaque Uma das primeiras experiências de conjunto habitacional popular com estrutura metálica (1990).
Po rt f o l i o B r as i l
Centro Poliesportivo e de Convenções Ribeirão Preto, SP - 1992
Destaques . treliças tri-dimensionais em “V” com o complemento de estais vencendo grandes vãos das coberturas; . torres caixa d’água de concreto de onde partem os tirantes; . estrutura das arquibancadas do ginásio em concreto; . setores complementares de vestiários e alojamentos em concreto; . todas as demais coberturas dos blocos e de quadras de treinamento e demais ambientes em aço.
Estádio do Botafogo
i
Planta de situação
Corte do auditório
Corte transversal do ginásio
Corte longitudinal
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
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Shopping Elevado Araçariguama, SP - 1992
Implantação Cortes
Destaque Uma nova e ampla possibilidade do aço: os edifícios-ponte sobre vias e ruas superando os limites dos leitos e fazendo conexões que ultrapassam quadras urbanas e unem margens fluviais e rodoviárias. Elevação
56
Po rt f o l i o B r as i l
Concessionária de Veículos Londrina, PR - 1994
O planejamento modular e o sistema construtivo otimizaram a concepção estratégica desta obra. O edifício foi
pensado como uma estrutura formada por pórticos com
modulação básica de 10 por 10 metros. Assim, a implantação do edifício novo se deu em duas etapas. Na área
vazia da esquina surgia o novo prédio enquanto ocorria a demolição da loja existente, em etapas consecutivas.
Pergolas metálicas protegem e sombreiam as fachadas
da esquina. As folhas de vidro se abrem e os jardins externos servem como local de exposição de veículos.
Vitrines da loja e pergolado
Vista parcial da fachada e da escada para o pavimento inferior
Detalhe da estrutura
Vista interna da concessionária
Destaques: . primeira pérgola feita em aço que despertou-nos para a criação de inúmeros componentes metálicos e que aparecem como exemplos na resenha final desta publicação; . utilização de pórticos sem pilar intermediário criando espaços livres e flexíveis para a exposição de veículos.
S i e g b e rt Z a n e t t i n i
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Edifício Sercomtel Londrina, PR - 1994
- a questão da identidade da forma do edifício com sua função de Centro de Excelência em Telecomunicações;
- a questão da segurança em torres onde, as rotas de fuga são externas às áreas de trabalho;
- a conexão de aço contraventando duas torres de concreto como sistema misto;
- a torre de telecomunicações em aço no miolo da edificação e não em cima dela. Foto da maquete
O partido arquitetônico é claro. Uma torre de serviços,
com estrutura de concreto armado, voltada para norte, com 15 pavimentos destinados a abrigar todas as atividades de edifício sede como centro de operações da Ser-
comtel, com toda estrutura física de equipamentos de um edifício inteligente e com tecnologia de ponta.
Uma segunda torre de serviços, também com estrutura
de concreto armado, com 20 pavimentos destinados às áreas privativas de parceiros, com iguais características
de infraestrutura de edifício inteligente, voltada para o sul, vislumbrando a magnífica vista do lago do Igapó próximo e da cidade.
Entre elas a torre de telecomunicações em aço, expres-
sando a identidade funcional do Centro como marco ref-
erencial na paisagem e como símbolo de fácil reconhecimento na cidade.
Na parte inferior, a estrutura da torre central se abre de forma piramidal, constituindo a grande praça central que articula funcionalmente todo o conjunto, e que organiza
e reúne todos os acessos, seja para as duas torres citadas como para o foyer do auditório, centro de eventos e
convenções, as áreas de exposição de um show room, as áreas de lazer, entreterimento e alimentação e também para o setor comercial do shopping, organizado em 2 níveis.
As torres de circulação vertical que ladeiam a torre cen-
tral de telecomunicações, com as caixas de elevadores
e escadas enclausuradas em estrutura de concreto, são independentes das áreas funcionais dos edifícios e possi-
58
Implantação
bilitam excelentes rotas de fuga com várias alternativas
de escape inferior (praça) e superior (heliponto) e pelas interligações das duas torres, sempre com duas saídas em cada andar.
Um cuidadoso estudo de luminotécnica, cuidará para
que à noite esta torre, iluminada, permaneça como referência noturna na cidade.
Destaque A torre de transmissão participando da própria forma do edifício, como identificação e comunicação das atividades que nele ocorrem.
Po rt f o l i o B r as i l
Perspectiva eletr么nica
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
59
CondomĂnio HigienĂłpolis Boulevard Center Londrina, PR - 1996
Projeto em parceria com a arquiteta Cristina Holzmann Cintra
Destaque O aço como contraventamento entre dois blocos de concreto e como suporte da estrutura espacial da fachada. Perspectiva externa noturna
Foto da vista interna da fachada de vidro com estrutura espacial
Corte transversal
60
Po rt f o l i o B r as i l
Sede Rádio Antena 1 São Paulo, SP - 1996
Perspectiva 1ª versão
Perspectiva 2ª versão
Perspectiva da
versão escolhida
S i e g b e rt Z a n e t t i n i
61
Monorail Barra Shopping Rio de Janeiro, RJ - 1996
Projeto em parceria com arquiteto Edward Mikulski
Estação amarela
A planificação cuidadosa do projeto e das soluções com peças metálicas sem interferências no grande estacio-
namento do shopping dispensou o canteiro de obra com resultados positivos sobre toda a logística da obra. A construção desse monorail, que limitou ao mínimo a área
de serviços de apoio, teve como resultado uma obra de grande impacto visual para aquele centro comercial do Rio de Janeiro, pelo porte e como um caso marcante e bem
sucedido de marketing para o empreendimento. As vanta-
gens de velocidade e a montagem das tres estações e da via aérea circundante em toda a área externa fizeram de-
sta obra um marco como primeiro monorail do país com enormes possibilidades de transferência de tecnologia
para outros projetos urbanos graças à extrema limpeza do processo de montagem, necessário em obras urbanas que almejam um eficaz controle ambiental. Após vários anos
de uso o monorail teve que ser desmontado para novas ampliações do shopping.
Destaque Um exemplo bem sucedido de desmontagem de todo o monorail o que evidenciou a versatilidade da estrutura metálica.
Planta cobertura estação amarela
62
Po rt f o l i o B r as i l
Elevação estação vermelha
Monorail
Estação vermelha
Estação azul
Elevação estação azul
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
63
Perspectiva da Praçã das Bandeiras
Ampliação da Câmara de Vereadores São Paulo, SP - 2006
A necessidade de criação de novos espaços para atendimento ao público, salas de reunião com associações
de bairro, mini-auditórios para as várias bancadas, um
grande auditório, restaurante para vereadores, funcionários e público, estudio de televisão, ampliação de gabinetes, etc, e levou ao aproveitamento do espaço sobre as garagens, atualizando com esse acréscimo o edifício da Câmara Municipal.
Todo o sistema estrutural será em aço e construtiva-
mente independente da torre existente da Câmara. Habilmente foram utilizados apoios periféricos para essas novas instalações inclusive para o auditório central que terá sua cobertura atirantada.
64
Po rt f o l i o B r as i l
Perspectiva aérea do conjunto
Perspectiva do pátio interno nível do restaurante
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
65
Centro de Convenções Eldorado Village Atibaia, SP - 2007
Perspectiva da entrada do hotel
Hotel de grande tradição em Atibaia que possui 120 apartamentos e necessita de novos espaços para convenções e eventos.
Destaques: . a estrutura em aço possibilita atender a urgência desse novo edifício; . a obra é apoiada sutilmente sobre o solo não ferindo o verde exuberante no local; . a obra limpa, sem poeira e resíduos será montada com o hotel em pleno funcionamento;
66
Po rt f o l i o B r as i l
Perspectivas diversas
Fotomontagem do centro na paisagem
Fórum do Meio Ambiente e da Fazenda Pública Brasília, DF - 2008
A Zanettini Arquitetura, em co-autoria com a arquiteta
Sandra Henriques do TJDFT, projetou a primeira obra da região Centro-Oeste brasileira a seguir critérios internacionais de construções sustentáveis para a obtenção da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design®) em um trabalho que valoriza a
identidade arquitetônica do edifício e atende ao plano urbanístico do local.
No TJDFT - Fórum do Meio Ambiente e da Fazenda Públi-
ca do Distrito Federal a integração de conceitos multidis-
ciplinares, com a participação de todos os profissionais envolvidos nas linhas projetuais desde a concepção do
edifício, impactou diretamente na indicação para obter a certificação. O máximo aproveitamento da iluminação
natural e a ventilação cruzada em todos os ambientes estão entre os destaques da construção, pois garantem
redução do uso de iluminação artificial e do ar-condicionado, resultando em economia de energia.
Vista da fachada do edifício
Durante a obra, os engenheiros da CAENGE Ambiental, empresa parceira para o desenvolvimento e execução do projeto, se preocuparam em racionalizar os sistemas
construtivos, o que possibilitou a redução de desperdícios e impactos na vizinhança. Ao todo, foram aplicados
20% de materiais reciclados na obra e 40% de materiais
regionais, produzidos em um raio de 800 km de distância do local. Também utilizamos a gestão sustentável de resíduos, garantindo que 75% dos resíduos gerados fossem reaproveitados ou reciclados.
Projetar ambientes internos e externos que garantem o conforto ambiental do usuário; garantir a eficiência en-
Perspectiva aérea
ergética do edifício e sistemas; possibilitar a utilização
Destaques Toda a madeira utilizada nas paredes divisórias é comprovadamente proveniente de reflorestamento. As tintas, mantas e colas utilizadas foram testadas em laboratórios independentes de forma a garantir que obedecem as normas técnicas mais restritivas de liberação de COV´s (Compostos Orgânicos Voláteis).
68
de energia limpa, a economia de água com uso de metais e sanitários adequados, além da reutilização de águas
cinzas e pluviais para fins não potáveis como descarga, lavagem de pisos e irrigação de jardins foram cuidados projetuais que minimizaram o impacto ambiental da
construção e garantiram a sustentabilidade do conjunto.
Po rt f o l i o B r as i l
A locação do edifício no terreno – onde foi retirado o
mínimo de vegetação nativa – e a implantação longitudi-
nal no eixo noroeste-sudeste, com circulação horizontal, privilegiam a presença da natureza e a integração com a paisagem do entorno. Terraços e cobertura verdes, laje ajardinada na garagem, jardins térreos e a construção de telas de sombreamento voltadas para as faces de sol na-
scente e poente integradas aos jardins horizontais cum-
prem o papel de amenizar o calor e criar o microclima ideal, além de humanizar os ambientes de trabalho. Cabe destacar ainda que toda a madeira utilizada nas paredes Destaques O TJDFT - Fórum Desembargador Joaquim de Sousa Neto chamado de Fórum Verde, foi homenageado. Sua fachada principal foi uma das figuras estampadas em um selo comemorativo lançado em 2011 pelos Correios.
Detalhe fachada do edifício
divisórias é comprovadamente proveniente de reflores-
tamento. As tintas, mantas e colas utilizadas foram tes-
tadas em laboratórios independentes de forma a garantir que obedecem as normas técnicas mais restritivas de liberação de COV´s - Compostos Orgânicos Voláteis.
Residência no Brooklin São Paulo, SP - 2006
As tradicionais vilas em São Paulo que constituem
lugares aprazíveis, cuja configuração espacial congrega e aproxima os moradores, possuem na sua grande maio-
ria lotes lineares e estreitos frontalmente e, as soluções arquitetônicas predominantemente adotadas são deficientes quanto à iluminação e ventilação naturais, que ocorrem somente pela frente e pelos fundos ou quando
lateralmente, criam ambientes sucessivos de largura limitada. Vista do jardim de entrada da residência
No entanto, o partido adotado para este projeto reflete uma total inversão de conceitos. Onde normalmente
seria edificada uma casa estreita adjacente à rua, predomina um amplo vazio, criando uma agradável transição, como circulação e estar ao ar livre, enquanto que a edificação se desenvolve no espaço duplicado da parte
posterior do lote, possibilitado pela incorporação dos fundos do lote vizinho.
O resultado arquitetônico é surpreendente. Todos os generosos ambientes da residência são integrados por
um espaço de pé direito duplo, interrompido somente pelo mezzanino de estrutura metálica que acomoda na
parte superior a área íntima, composta por duas suítes, sendo a principal separada do espaço geral através de divisórias móveis. Sob o mezzanino encontram-se as áreas de refeições e cozinha totalmente integrados aos demais ambientes do térreo. Os espaços confinados restringemse ao lavabo, lavanderia, quarto e banheiro de serviço.
As questões de iluminação e ventilação naturais foram
resolvidas através das grandes aberturas para a ampla
área frontal, para o pequeno pátio posterior descoberto anexo ao estar e pela abertura zenital possibilitada pelo recuo do mezzanino em relação ao lote vizinho.
Cromaticamente a casa, externa e internamente, é predominantemente branca - inclusive todo o piso do té-
rreo feito de placas de concreto brancas de 1,00 x 1,00m -, uniformidade interrompida por um grande painel artístico colorido feito com pastilhas de vidro de autoria do próprio arquiteto, que cobre toda a parede lateral do estar com pé direito duplo.
70
Po rt f o l i o B r as i l
Detalhe escada metรกlica
Vista sala de estar, cozinha ao fundo e mezanino superior
HOSPITAIS, CENTROS DE SAÚDE
“A arquitetura é o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes sob a luz.” Le Corbusier Hospital São Luiz Tatuapé
Clínica Ortopédica Pistelli São Paulo, SP - 1989
Foto externa
Destaques . estrutura extremamente delgada. O material usado no seu limite mínimo. . o uso criativo da colocação dos contraventos nos vários planos dando a estabilidade na estrutura como um todo.
Detalhe da base de apoio
Matéria-prima da própria arquitetura, a tridimensionali-
definem cubos que se sobrepõem. Uma estrutura de
geometria espacial que resulta da articulação de barras
metálica. Fossos ajardinados reforçam a ventilação e a
dade se aplica à estrutura metálica como uma essência. A leves e delgadas, dispostas nas três dimensões, em infini-
tas combinações surge como a maneira mais completa de explorar o aço. O vazio assim determinado será o espaço resultante que constitui os vários ambientes.
Para racionalizar o espaço nas dimensões do terreno, essa clínica foi concebida a partir de uma trama modular que permitiu a estrutura em três pavimentos, com sub-
solo. As proporções do edifício exigiram uma leveza de linguagem só possível pela esbelteza das barras
formados por pilares em cruz e vigas em “U” e “I” que
74
concreto armado no subsolo serve de base à estrutura
iluminação naturais do subsolo ao mesmo tempo em que destacam a estrutura metálica e emprestam leveza ao prédio.
Os perfis que edificam cada cubo exigiram contraventa-
mentos de tração e compressão utilizados em posições e planos ortogonais garantindo rigidez ao conjunto. Além da estabilidade, essa conjugação de planos marcou o de-
senho das fachadas, cujos fechamentos, assim como as
lajes de piso foram executados em blocos e painéis de concreto celular.
Po rt f o l i o B r as i l
Perspectiva frontal
Centro Médico Integrado São Paulo, SP - 1996
Perspectiva do arquiteto
Perspectiva aérea
Estes projetos mostram a versatilidade do uso de es-
trutura metálica para qualquer tipologia arquitetônica. Temos usado com frequência o aço na área hospitalar tanto para obras novas como para reformas, ampliações e acréscimos de novas áreas ou encimando edifícios existentes.
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
75
Hospital das Nações Unidas São Paulo, SP - 1996
Perspectiva aérea
Implantação
Elevação frontal
76
Po rt f o l i o B r as i l
Anexo do Hospital São Francisco Ribeirão Preto, SP - 1998
Um dos desafios dos projetos têm sido respeitar o sítio onde serão implantados os novos prédios. No caso
deste anexo ao hospital, implantado entre as árvores esta obra materializa a imagem de contemporaneidade
da arquitetura com aço e aparece como contraponto a
antiga edificação existente. Assim, a dissonância esté-
tica provocada pelas novas formas deve compor com o Fachada externa da obra
passado em enfoques dogmáticos.
Vista parcial do hall de entrada
Perspectiva
Capela ecunêmica
S i e g b e rt Z a n e t t i n i
77
Marquise do edifício de internação
Hospital Prof. Edmundo Vasconcelos São Paulo, SP - 1999
Definimos com a diretoria do hospital um plano de ob-
ras que demandou, em etapas sucessivas, os seguintes fatores:
- reformulação integral interna do bloco de intarnação - 120 apartamentos, áreas de serviço, postos de enferma-
gem, farmácia central, UTI pediátrica, diretorias clínica e administrativa, centro de estudos e todas as áreas de
apoio - redes de instalações hidráulicas, elétricas e ar condicionado;
- reformulação das fechadas de pastilhas com ACM. Esquadrias novas na fachada dos apartamentos e “curtein wall” de vidro na fachada oposta;
- marquise de aço tubular e vidro na entrada principal; - arquitetura de interiores de todo o edifício;
- projeto de paisagismo externo com Benedito Abud. Vista interna do posto de enfermagem
Perspectiva geral
78
Po rt f o l i o B r as i l
Marquise do pronto-socorro
Reformulação total do pronto-socorro, interna e externamente que implicou:
- no tratamento externo de todo o bloco, ampliação da recepção e áreas de espera;
- no ordenamento da circulação interna de público e de exames clínicos e diagnósticos;
- na reformulação de salas e arquitetura de interiores de todo o pronto-socorro;
- na execução da marquise de aço tubular e vidro. Portaria principal
Foram ainda executadas em aço a marquise do edifíco de
ambulatórios, portaria principal em aço tubular e a portaria de serviços em perfis soldados.
Portaria de serviços/ambulâncias/bombeiros
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
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Unidade Avançada Albert Einstein Perdizes São Paulo, SP - 2007
Situado no bairro de Perdizes, em um terreno privilegiado de esquina na Av. Sumaré, o edifício foi projetado
para abrigar atividades de Pronto Atendimento e Diagnósticos do Hospital Israelita Albert Einstein.
A obra é composta por três subsolos com radioterapia, áreas de apoio e estacionamento, térreo que abriga a
recepção e o pronto atendimento e mais quatro pavimentos onde se situam o centro de diagnósticos e
áreas de apoio, além do heliponto para remoção rápida de casos mais graves.
Perspectiva lateral
Destaques . primeira aplicação no País de vidros fotovoltáicos em esquadrias nas fachadas; . mãos-francesas metálicas na cobertura atirantam os pavimentos em balanço; . um projeto exemplar de ecoeficiência e sustentabilidade.
Perspectiva frontal
O partido arquitetônico que objetivou a qualidade do ambiente edificado, incorporou os seguintes aspectos:
- implantação com recuos em relação aos vizinhos, respeitando os gabaritos exigidos pela legislação e criando uma edificação contextualizada com o entorno;
- aplicação de tecnologia limpa e avançada, com estrutura metálica, lajes pré-moldadas e divisórias internas leves de gesso acartonado;
- sustentabilidade e ecoeficiência com a diretriz de certificação do edifício no LEED, atributos incorporados
por todos os parceiros de projeto, com vários avanços em suas especialidades. Jardins em todas as lajes
de cobertura, grande área verde absorvente inclusive também através de pisos drenantes, cisternas para ar-
mazenamento de água de chuva e consequente reuso, esquadrias com vidro fotovoltáico, utilização de ar externo no condicionamento dos ambientes internos, ilu-
minação utilizando a luz natural, economia de energia, entre outros.
A arquitetura contemporânea aparece como o resul-
tado físico-espacial equilibrado e harmônico de arte e Implantação
80
técnica de todas as disciplinas envolvidas. Po rt f o l i o B r as i l
Perspectiva frontal aĂŠrea
Corte longitudinal
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
81
Mater Dei
Belo Horizonte, MG - 2011
NOVO COMPLEXO HOSPITALAR – MATER DEI A nova unidade hospitalar do Hospital Mater Dei irá
abrigar aproximadamente 310 leitos, e será implantada
em terreno localizado na Av. do Contorno, entre as Ruas Uberaba, Gonçalves Dias e Alvarenga Peixoto.
O terreno tem área de 7.600m2, e a área total construída aproximadamente de 68.000m2, sendo 50.000m2 de
área hospitalar.
Esta moderna unidade hospitalar contará também com
heliponto para 5 toneladas, e todos os serviços de um hospital de alta complexidade: Pronto Socorro, Imagen-
ologia de última geração, Medicina Nuclear com Pet Ct,
plano urbanístico local, considerando: racionalização de
leitos e Centro Cirúrgico com 16 salas, contendo sala de
na para o conforto do usuário, integração arquitetônica
Quimioterapia, Centro de Tratamento Intensivo para 70
consumo de água e energia, qualidade ambiental inter-
hemodinâmica e salas de cirurgia de grande porte.
com a paisagem do entorno, utilização de coberturas
A identidade arquitetônica do edifício é inovadora, e
acabamentos sustentáveis, reuso de águas pluviais e
segue os critérios de sustentabilidade e eco-eficiência e
ajardinadas, garantia da área permeável, materiais e residuárias, dentre outras.
Foi considerado na implantação do edifício: garantir a visão externa em todos os ambientes, exceto aqueles
que por função devam ser restritos; utilização de estrutura metálica com tecnologia limpa e rapidez na montagem; revestimentos externos com aplicação de chapas
de ACM e “curtain wall” e esquadrias de alumínio com vidro duplo como barreira termo-acústicas, acabamentos internos para piso, parede e forro com materiais inertes com facilidade de manutenção e limpeza.
82
Po rt f o l i o B r as i l
Hospital Sinai - Rede Life São Paulo, SP - 2010
Este projeto trata da revitalização da edificação exis-
tente e ampliação de novos edifícios, com uma forte e nova solução estética que visa tomar esta unidade, como
uma “vitrine” que deve marcar o Grupo LIFE, no contexto de atendimento médico-hospitalar.
Trata-se de um projeto de reforma da edificação exis-
tente com mudança de uso para Hospital e ampliação de um novo edifício. Está localizado em um terreno com
área de 7.719,75 m2 situado na Alameda dos Guaramo-
mis, nº 1.177, esquina com a Av. Moaci, nº 1.171, Av. Moreira
Guimarães, nº 1.200, esquina com a Av. Miruna, nº 1.171 - Bairro de Indianópolis - São Paulo/SP.
O projeto compreende três Blocos: Bloco 1 - Existente Bloco 2 e Átrio a serem construídos, contando com 9.535,75 m2
de área construída e 56 leitos, constituído por: subsolo, térreo, 1º Pavimento, Solário e Ático.
O acesso principal e o acesso de funcionários serão re-
alizados pela mesma Avenida Moaci, porém em cotas diferentes, pavimento térreo e subsolo respectivamente.
O empreendimento é composto por três escadas de
emergência, sendo que apenas uma delas é existente, quatro elevadores do tipo leito que atendem do 1º subsolo ao 1º pavimento e um elevador de passageiros que
atende até o solário. Para atendimento ao corpo de Bom-
beiros foi previsto um elevador de emergência no Bloco 2. Para cada pavimento foi destinado um uso, sempre bus-
cando melhor fluxo, acesso, setorização e distribuição.
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
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Atrium Hospital Albert Einstein
Reitoria da Unicamp
Ampliação do Centro de Pesquisas – CENPES – Petrobras
Residência no Brooklin
Galpões Comerciais Hines
A Flexibilidade do Uso de Aço em Obras de Diversos Portes
Passarela Viária em Volta Redonda
Praça da Shlumberger - Fonte e Água Bonita
Centro de Pesquisas Schlumberger
Residência no Brooklin
Hospital Sinai - Rede Life
Centro de Convenções Eldorado Village
Fórum do Meio Ambiente e da Fazenda Pública
Unidade Avançada Albert Einstein Perdizes
Centro de Convenções
Casa Limpa – Eco 92
Green Houses
PROJETOS ESPECIAIS
“O homem vive de razão, sobrevive de sonhos.” Le Corbusier Atrium do Hospital Albert Einstein
Foto noturna da estrutura do atrium
Atrium, Recepção, Estar e Paisagismo Hospital Albert Einstein São Paulo, SP - 1999
A independência estrutural talvez seja um dos princi-
definindo o espaço aberto da cobertura. Os ambientes
aço. A possibilidade de ancorar, encobrir, ampliar ou
cia de cinco pares de arcos, travados por um tubo que os
pais traços que distinguem a sistema construtivo com
executar reformas em torno ou sobre edificações existentes torna o aço uma opção excelente em situações
de continuidade funcional. O aproveitamento tridimen-
sional das linhas de esforços e apoios para sustentar a cobertura do atrium conferiu leveza à peça ao mesmo
tempo em que atendeu às novas necessidades de es-
paço e de atividades do hospital. Essa grande marquise de acesso organizou o fluxo de pedestres e veículos e integrou o térreo à área externa, que recebeu novo tratamento paisagístico e artístico.
A estrutura foi resolvida com uma geometria espacial
externo e interno do atrium resultaram com a sequênune e, ao mesmo tempo, suporta a calha.
Tirantes superiores completam o equilíbrio da estrutura, que apresenta apenas esforços de compressão
nos cinco apoios centrais com mínimos esforços de arrancamento nos inserts superiores de ancoragem na
fachada. Panos de vidro laminado, fixados em alumínio, cobrem a marquise e fecham o espaço do atrium, ap-
enas descoberto num módulo, devido à uma árvore que
foi preservada, que, pelo porte, possibilita um desejável sombreamento.
definida por dois arcos que se cruzam: um convexo, constituído de perfis I cuja extremidade superior é ancorada por inserts na fachada e, outro, côncavo, formado por
perfis tubulares que se projetam em grande balanço,
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Destaque Do edifício existente, a cobertura e o atrium reafirmam a estética espacial da arquitetura quando é concebida tridimensionalmente.
Po rt f o l i o B r as i l
Foto interna parcial do atrium
Area de estar
Foto externa do atrium
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
89
Passarela Hospital das Clínicas São Paulo, SP - 2006
Três edifícios do complexo do Hospital das Clínicas -
o Ambulatório que atende mais de 5000 pacientes-dia, o Incor, o mais importante centro de excelência na área de cardiologia, e o Instituto Dr. Arnaldo, o maior e mais
recente edifício do complexo, conectados pela passarela aérea que integra atividades médicas e de serviços desses três institutos.
Um tubo estrutural que se compõe de um sistema
misto de vigas longitudinais sob o piso, e arcos transversais, apoiado em pilares nas calçadas da avenida, de-
ixando-a totalmente livre para o acréscimo da garagem subterrânea sob a avenida.
90
Po rt f o l i o B r as i l
Destaques: . novas possibilidades de ocupação do espaço aéreo conectando edifícios situados em quadras estanques; . primeira passarela sobre vias ligando edifícios separados por elas, que demandam serviços e atividades complementares; . a forma arquitetônica e a solução estrutural integradas, interferindo com sutileza na paisagem.
Vista aérea
CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE
“Aquilo que agora se prova, antes foi apenas imaginado.” William Blake Ampliação do Centro de Pesquisas - CENPES - Petrobras
Centro de Tecnologia da Construção Metálica São Paulo, SP - 1989
Destaques Projeto que explorou as inúmeras possibilidades do aço: . estruturas com pórticos, treliças e membranas atirantadas; . coberturas planas, inclinadas e curvas; . fechamentos com painéis; . divisórias; . forros; . pisos; . esquadrias e batentes de aço; . equipamentos; . mobiliário; . tubulações de elétrica, hidráulica, ar condicionado e exaustão; . ferragens; . brises, barreiras e painéis solares; . telas e gradis; . perfis laminados e soldados. Perspectiva
Corte do auditório e hall
No memorial justificativo deste projeto que ganhou o concurso organizado pela ABCEM, escrevemos: “A busca pela coerência formal e estética ao utilizar o aço, criando desenho e linguagens próprias, levou a adotar sistemas estruturais diferentes. Por se tratar de um centro de estudos e pesquisas, esse projeto vai ser exaustivamente analisado pelo próprio usuário. Por isso, todas as possibilidades técnicas que o aço oferece foram consideradas, procurando-se resolvê-las da melhor forma possível. A linguagem adotada engloba o conjunto de propriedades específicas do material. O aço não é a tradução de outro sistema estrutural e não deve ser utilizado apenas quando, por exemplo, a obra não pode ser executada em concreto”. Os ambientes, localizados isoladamemte no terreno para diferenciar suas formas e estruturas, favorecem a construção em etapas, além de reduzir os custos, pois compatibilizam os sistemas estruturais às necessidades especiais de cada função. Os vários sistemas deram ao projeto caráter de “aula de arquitetura com aço na concepção, desenvolvimento, detalhamento e acoplamento com os demais materiais de cobertura, vedação e revestimento.”
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A circulação no conjunto ocorre através de uma passagem coberta com uma estrutura tubular, em arco com cobertura de chapas de policarbonato. Através dela o acesso principal leva o visitante ao foyer do auditório, que funciona como hall de exposições e espaço múltiplo para a realização de feiras, convenções, reuniões e seminários.
Po rt f o l i o B r as i l
Perspectiva geral
Casa Limpa - ECO 92
Pavilhão de Jornal O Estado de São Paulo Anhembi, SP - 1992
O desenho acima reúne os conceitos de uma nova cultura urbana e consequentemente uma estética também nova, que não se restringe ao edifício mas que engloba os meios de produção numa abordagem cultural sistêmica utilizando formas de energia limpa com base em pesquisas científicas e com o conhecimento sistematizado para o seu entendimento e sua transmissão. A ação humana não pode apartar-se de um planejamento ambiental que revitalize o ambiente natural e o construído com uma visão metabólica da cidade que recicle e reutilize a água, o solo e os materiais já consumidos com atitude preservadora e preventiva. O homem então deixará de ser pedratório e consumidor para uma nova postura de promoção e incentivo da vida animal e do meio ambiente, não deixando para as futuras gerações apenas o ônus de sua passagem, mas a herança de
um mundo melhor, mais justo, mais equilibrado e mais belo. O conjunto de aspectos citados e vistos de uma forma integrada será responsável pelo desenvolvimento de uma cultura urbana nova e por uma nova cultura do habitat, ambas geradoras de novos comportamentos sobre as formas de apropriação da natureza, sobre os usos dos espaços da cidade e de seus equipamentos e sobre a utilização dos edifícios. A estética, como consequência dessa postura inovadora e abrangente, será decorrente. As cidades, os equipamentos urbanos, as edificações em geral e a casa, em particular, terão novo desenho e as suas formas não serão acidentais e episódicas, mas retratarão “nova visão do mundo”. Supera-se, assim, a redução exclusivista que coloca a forma como principal elemento articulador desta estética.
Perspectiva interna Destaque Por ocasião da Eco 92 executamos o único protótipo construído, possibilitando aos visitantes o primeiro contato real com uma edificação sustentável e ecoeficiente.
Perspectiva externa
Perspectiva aérea do complexo
Ampliação do Centro de Pesquisas - CENPES - Petrobras Ilha do Fundão, RJ - Projeto e Concurso Público - 2004/ Obra - 2010 Autor: Siegbet Zanettini Co-autor: José Wagner Garcia
Foto da maquete vista do mar
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Po rt f o l i o B r as i l
O PARTIDO ARQUITETÔNICO Síntese de arquitetura, urbanização, sistemas de conforto ambiental e eficiência energética, sistemas prediais de utilidades, sistemas construtivos estruturais e de recomposição dos ecossistemas naturais.
Eixo norte-sul estruturador, da arquitetura, das energias, das orientações relevantes e nos sistemas de iluminação e ventilação atuais.
Sequência lógica das atividades culturais, sociais, científicas e de apoio.
“Obra aberta” com grande flexibilidade de ampliações e reformulações.
Ocupação estratégica dos estacionamentos.
Circulação de veículos articuladora dos serviços.
Foto da maquete com o CIPD em primeiro plano
Foto noturna do complexo
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
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Implantação da ampliação do CENPES, incluindo o existente
- Área Construída: 124.368,58m2 - Área de terreno: 189.604,27m2 - Total de 20 edifícios
- Data de Projeto: março de 2004 a junho de 2006 - Início da Obra: outubro de 2005
- Prazo de execução do Complexo: 36 meses - Público estimado 2.600 pessoas
CENPES atual
Elevação leste
Elevação oeste
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Po rt f o l i o B r as i l
Imagem atual de satélite mostrando as fundações em 17.05.07
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
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Corte transversal do Prédio Central
Corte transversal do Prédio Central com vista de uma ala de laboratórios
Vista do jardim entre laboratórios
Conceitos - forma arquitetônica adequada aos condicionantes climáticos locais e padrão de uso para minimização da carga térmica interna; - estética contemporânea visando o equilíbrio e a harmonia arquitetônica decorrentes do dimensionamento adequado de cada espaço; - edifícios com dupla proteção de cobertura; - definição das orientações a partir das simulações de insolação para solistício de verão, inverno e equinócio; - microclima local e redução de ilha de calor, redução de ruídos e impacto visual; - recuperação da restinga; - jardim junto ao laboratórios com locais para reunião ao ar livre; - jardim coberto nos pavimentos superiores do Prédio Central, criando locais de reunião e pequenos eventos; - dimensionamento de beirais e brises de forma a proteger superfícies envidraçadas e evitar incidência direta do sol nas fachadas;
Planta de um jardim entre laboratórios
Planta de um estar externo 100
Po rt f o l i o B r as i l
Gráfico de simulação da iluminação natural nos escritórios
Planta com os pontos de iluminação artificial com circuitos longitudinais
Perspectiva interna dos escritórios
Corte dos laboratórios Gráfico de simulação da iluminação natural nos laboratórios
Perspectiva interna de um laboratório
- escritórios com circuitos setorizados em função da disponibilidade de iluminação natural, e iluminação complementar nos postos de trabalho; - laboratórios com iluminação dimerizável e sensores fotoelétricos; - uso de sheds para iluminação natural na Empreiteirópolis, Oficinas, Planta Piloto e Central de Utilidades; - laboratórios implantados de forma a aproveitar vento predominante, nas direções S-SE-L; - jardim coberto do Prédio Central aberto para permitir ventilação; - circulação, área de eventos e lanchonete do Centro de Convenções projetados de forma a aproveitar ventilação natural; - ventilação natural através do uso de sheds nos edifícios da Empreiteirópolis, Oficinas, Central de Utilidades e Planta Piloto.
Corte da Empreiteirópolis
Gráfico de simulação da iluminação natural na Empreiteirópolis
Gráfico com a distribuição da velocidade do vento
Gráfico com o corte do Prédio Central com a distribuição da velocidade do vento
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
101
Eficiência do uso de água: - ETRA - estação de tratamento de esgoto - vazão de água para reuso como água industrial gerada na ETRA: 67m3/hs; - vazão total necessária de água industrial: 92m3/hs; - ecoeficiência calculada do sistema: 67/92 = 73%; - economia de água da CEDAE: 586.920m3/ano; - consumo complementar necessário da CEDAE: 219.000m3/ano; - consumo necessário de água da CEDAE se não existisse a ETRA: 805.920m3/ano.
Uso de água de chuva de telhados para bacias e mictórios, captada na Cisterna 2: - máximo volume possível de captação por ano: 73.622m3/ano;
- volume captado por ano supondo 70% de eficiência de captação de chuva: 51.535m3/ano; - vazão necessária para vasos sanitários e mictórios: 226m3/dia; - ecoeficiência calculada do sistema: 51.535/82.490 = 63% (diferença provável a ser consumida da CEDAE = 30.955m3/ano).
Uso de água de chuva de telhados para bacias e mictórios, captada na Cisterna 3: - máximo volume possível de captação por ano: 15.492m3/ano; - volume captado por ano supondo 70% de eficiência de captação de chuva: 10.845m3/ano; - vazão necessária para vasos sanitários e mictórios: 50m3/dia; - ecoeficiência calculada do sistema: 10.845/18.250 = 59,5% (diferença provável a ser consumida da CEDAE = 7.405m3/ano).
Uso de água de chuva dos pisos dos estacionamentos para irrigação dos jardins, captada nas Cisternas 4, 5 e 6: - demanda total de irrigação de jardins: 24.129m2/ano; - cisterna 4: água para irrigação de 15.159m2 de jardim descoberto; - cisterna 5: água para irrigação de 3.014m2 de jardim descoberto e 1.850m2 de jardim coberto; - cisterna 6: água para irrigação de 12.147m2 de jardim descoberto.
102
Outros aspectos considerados no projeto Uso de painéis fotovoltáicos Geração de energia pela Central de Utilidades Armazenamento de recicláveis na ETRA Combustíveis alternativos no Posto Eco-Tecnológico Previsão de estacionamento para bicicletas como possibilidade de transporte alternativo Acessibilidade a deficientes físicos, auditivos, visuais Redução do tempo de execução da obra Ausência de desperdícios Papel educativo e integrador com comunidades sociais Controle da dispersão de gases dos laboratórios Automação com monitoramento e controle para operação e manutenção de todos os sistemas Uso de tecnologias limpas com o canteiro apenas como local de montagem Uso da linguagem do aço: - permeabilidade do olhar; - simetria e regularidade da estrutura; - equalização de vãos e dimensões das peças; - padronização de usos; - facilidade de transporte; - organização do canteiro de obra; - racionalização de materiais e mão de obra; - metodologia e rapidez de montagem; - clareza na expressão dos detalhes; - reversibilidade com uma possível desmontagem; - vida útil longa; - alto potencial de reciclagem.
Po rt f o l i o B r as i l
Perspectiva a茅rea do posto eco-tecnol贸gico
Perspectiva parcial da cobertura do Pr茅dio Central
1 04
Perspectiva do audit贸rio
Po rt f o l i o B r as i l
Centro de controle
Perspectiva do hall de entrada
Perspectiva aĂŠrea do CIPD - Centro I ntegrado de Processamento de dados
Sinônimo de arquitetura limpa, segura e ecoeficiente, o
projeto de ampliação do CENPES, já se transformou no
principal ícone da sustentabilidade no Brasil e inaugurou uma nova etapa da arquitetura contemporânea no país.
Visando o equilíbrio e a harmonia arquitetônica decorrentes do dimensionamento adequado de cada espaço, o conjunto é síntese de arquitetura, urbanização, sistemas
de conforto ambiental e eficiência energética, sistemas prediais de utilidades, sistemas construtivos estruturais
e de recomposição dos ecossistemas naturais. Um projeto completo e complexo resultante de uma nova prática profissional multidisciplinar integrada.
A área da construção original foi ampliada de 122 mil para 305 mil metros quadrados, com 227 laboratórios cuidadosamente projetados para comportar mais de 3.500
cientistas realizando diversas pesquisas ao mesmo tempo.
106
A Ampliação do CENPES em números - Estrutura Metálica – 6.300 toneladas.
1.000 toneladas a menos que a estrutura da Torre Eifel em Paris.
- Painéis pré-moldados de concreto – cerca de 8.000 toneladas.
Quase oito vezes o peso do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
- Lajes em steel deck – 50.000 m2.
Área correspondente ao tamanho de seis campos de futebol.
- Telhas e coberturas metálicas – 48.000 m2.
Dimensão suficiente para cobrir todo o Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Passagem subterrânea que liga o CENPES ao projeto atual da ampliação
Vista túnel metálico localizado no Prédio Central
Vista parcial da cobertura do Prédio Central
Área de convivência do Prédio Central
Po rt f o l i o B r as i l
Centro de Pesquisas Schlumberger Brazil Research & Geosciences Center Ilha do Fundão, Rio de Janeiro - 2010
Inaugurado em novembro de 2010, o novo Centro de
Pesquisas da Schlumberger fortalece, ainda mais, a
região do Parque Tecnológico do Campus da Universi-
dade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ como pólo mun-
dial desenvolvedor de alta tecnologia, estudos e pesquisas no setor de petróleo e energias limpas.
O projeto conta com escritórios e laboratórios cuidadosamente projetados para garantir a privacidade e a concentração necessárias para cada atividade, ao
mesmo tempo em que proporciona integração entre as equipes em ambientes formais e informais de trabalho.
108
Po rt f o l i o B r as i l
Partindo das questões ambientais como itens estruturais da arquitetura, o edifício integra princípios de
sustentabilidade na forma e função dos espaços pro-
jetados, onde há presença constante de áreas verdes, iluminação e ventilação corretas, além de sistemas
operacionais flexíveis que permitem fácil operação e
manutenção. Um conjunto que assegura a renovação do ecossistema natural, permite fáceis ampliações futuras da estrutura em aço e minimiza os impactos resultantes da intervenção urbana na paisagem.
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
109
ZANETTINI ARQUITETURA With over 50 years of history and around 1.200 designs
built, ZANETTINI ARQUITETURA is a pioneer and leader in know-how for the use of new technologies and wide-
ranging construction systems. A reference in sustainable Brazilian architecture for the world, and working since the 1970s in eco-efficient projects, architect Siegbert
Zanettini helped launch many of the fundamental principles that are now widely available for sustainable
buildings. The contemporary production of ZANETTINI
ARQUITETURA includes the works of expansion of the
Petrobras Research Center (CENPES), TJDFT - Forum for the Environment and the Public Treasury, Inhotim/
Greenhouse, Schlumberger Research Center, among many other works of merit.
The creative process of architect Siegbert Zanettini has demonstrated that steel shouldn’t be present only in
the automotive industry, in machinery, in packaging or in housewares, but also in the Brazilian construction industry.
The research on eco-efficiency, the audacity, the spatial
aesthetic, the planning of the project, the integration with
“To bestow unto steel the robustness of stone, the warmth of wood, the malleability of plastic or the moldable plasticity of concrete is not to understand its grammar and semantics, not to articulate its words, its phrases and its message, and therefore not to express its language the correct way.” “The passion for architecture, the donation unbound by the profession for the realization of my dreams, has made my life a constant quest, with reason always an accomplice of sensitivity.” “Three-dimensional conception, structural space, and the permeability of the gaze express the language of emptiness.”
the landscape, and the possibility of recycling are present
in his work and show how construction in steel can make
the future better. After all, sustainable construction is not
constituted by energy efficiency alone, but the materials used also reproduce proposals for sustainability, where steel fits in perfectly.
The adoption of industrial processes and the observation
of concepts of reuse make a difference in the examples presented in this book; therefore, it is not intended only
for architects, but also engineers, professionals, and entrepreneurs.
In Brazil, at present, most architecture schools do not
consider steel construction systems in their curricula, therefore it is opportune that the steel-making sector, through the CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço / Brazilian Center of Steel Construction), supports this publication.
(Siegbert Zanettini)
110
Po rt f o l i o B r as i l
Catia Mac Cord Simões Coelho Executive Manager – CBCA
Works in Steel by Zanettini It was with tremendous joy that I received the task
to address the difficulties of execution arising from
Zanettini, especially because it offered the opportunity
which does not train its workers for the use of hygienic
of writing the foreword to this book on the works of to delve into the designs of this great master of Brazilian architecture.
cultural stage still prevalent in Brazilian construction, construction techniques that avoid wasting energy and raw materials.
By examining the work of Zanettini starting with
Also well-known is Zanettini’s concern with integrating
what immediate stands out is mastery of technique.
the scientific knowledge available and appropriate to
the beautiful homes designed in the 1960s and 70s,
Constructive solutions in wood, reinforced concrete or
clay bricks, selected and applied with indisputable rigor, are always easy to read and in perfect harmony with
the utility adopted in each design. Moreover, the wealth
of detail, involving knowledge of the characteristics of each particular material, also indicates the presence of
the architect/builder, who takes part in all levels of the production process.
As with most Brazilian architects who began their careers in the late 1950s, the influence of the great
– throughout the creative process of each design – each case, in order to achieve a work firmly inserted
in his time. This characteristic acts as a kind of lead
wire in the evolution and enhancement of his work, and allows the attentive beholder to chronologically place each proposal made during his nearly 50 years of professional activity. Additionally, his work reflects –
through the clarity of concepts – the strong position of
the architect, the generalist professional, which takes on his role in society to integrate diverse knowledge at work in architectural production.
masters of modern architecture is evident in his early
For all this, Zanetti’s work is exemplary, current, and
as well as Brazilians Lúcio Costa, Oscar Niemeyer and
sustainability of our profession. Thus, the realization
work, particularly Le Corbusier and Mies van der Rhoe, Vilanova Artigas.
But even in the 1970s, with his first works in steel
structures, Zanettini was defining his own path
through an architecture that was at the same time sensitive and rational, in the likeness of European
points to the future the paths that will ensure the
of this book – deliberately organized in a didactic and
economical manner to be accessible to students and young professionals – offers excellent material for reflection and learning, certainly of great importance for the formation of new generations of architects.
architects (according to his citation) Richard Rogers, Renzo Piano, Norman Foster, Santiago Calatrava, Jean
João Filgueiras Lima (“Lelé”) – Architect
Nouvel, Bernard Tschumi, and Dominique Perrault, as well as I. M. Pei and others.
But it is primarily in his most recent works that Zanettini’s talent and creative ability flow with great
formal freedom among the different programs, speculating the various building techniques and
structural systems in steel that promote usage of
the industrialization processes. And, in order to do so, he establishes new design approaches to meet
the rigorous planning of each stage of the work and
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
111
Fundamentals of Contemporary Architecture
underlay the path taken in the field of architecture.
A solid and extensive background of nearly five decades, resulting from personal contact with the work of an
By presenting elements that can contribute to a reflection on the contemporaneity of architecture, we
will address a few points that are part of the work Razão e Sensibilidade [Reason and Sensitivity], a paper presented in 2000 as the thesis for his Habilitation Degree (livre-docência) at the University of São Paulo’s
School of Architecture, as a result of experiences in the theoretical and practical worlds over the last four decades.
The architecture of this age reflects the cultural setting
São Paulo, the exemplary attitude and wise guidance
in the access to a dense bibliography, in several areas
of knowledge, helped to understand conflicts and
political/ideological contradictions, to prevent ethical
misconduct and to resist easy gain and temptations to
produce an architecture of occasion, stimulated by the constant “siren songs” of the fields of speculation and
real estate, largely responsible for the “same-old same-
old” and the profusion of architectural mediocrity, on the rich side of town.
of each moment and is a result of reason matured
On the other hand, it was an illusion to imagine
the sensitivity developed by the ideas experimented
the country’s structural, conjunctural, economic, and
by reflections, researches and theses, together with in designs and works, at times the former providing
theoretical support for conceptualization of the latter, at times the latter fueling or even questioning the hypotheses of the former.
This evolutionary and symbolic development, both theoretical and practical, had a special determining
factor: the entire production benefited from the condition of professor of architecture to coincide with
belonging to a different world, free and detached from
political injunctions, where design – which we believed to be in the sphere of the architect’s decision – was
not determined by capital. The material condition of
architecture and urban planning that includes the land, the buildings and the world of objects is translated
into goods, with the value of exchange outweighing the value of use, responding to determinations of the market and at the service of capital.
the area of professional work, with the two activities
These conditions, exacerbated on a worldwide scale in
roles by virtue of the specific objectives. The criticism,
monopolist,” as Argentine historian Andrès Zarankin
complementing one another, albeit with distinct
questioning, reflection on each work, performed in academia, alternated paths and approximated
experiences, quantifying and systemizing each action.
On the other hand, direct contact with the production, with the material being worked, with the testing of a
the post-war technological period, or “cybernetic and
said, at the current phase of globalizing capitalism, dictate what, to whom and how material production should be directed, defining the contours and limits of architecture.
new constructive, structural or installations systems,
Some of the solutions that we researched, as both
use and performance, with convincing (or sometimes
of market conditions and respond to the conditions of
without artful imitations and in real conditions of
negative) results, ratified successes and discarded
failures, experiences that are almost impossible in the university realm.
This special condition of professor and professional
may have been an essential constraint in the development of a holistic and systemic split that
112
outstanding group of professors from the University of
science and creation, therefore suffer the injunctions
consumer products. This, however, does not invalidate
the production of knowledge about the art of building,
the advance of quality, greater efficiency in performance, minimalization of pathologies and technological
advantage, with a progressive and prospective stance toward a new reality, for which we struggle, in which we believe that, for many years, we pursue.
Po rt f o l i o B r as i l
Working with correctness in the areas of the domain
one could recommend a short-term duration, but which
sensitive to a systemic way that globalizes the
possibility of structuring an idea of contemporaneity in
of architecture, based on scientific knowledge and historical, the environmental, the social, the political, the economic and the technological remains the task to
pursue, with no time limit, in this conflicted, unbalanced and unfair universe that we must overcome.
The approach seeks to extrapolate the one-dimensional
discussion of the aesthetics of form in architecture, which has persisted as a central issue during the last
decades, especially in 1960s and 70s, in the writings of Robert Venturi, Aldo Rossi, Peter Eisenman, Charles
Moore, Michael Graves, and others on the wear-down of the modern movement that “is no longer a cause
to be transformed into a style,” according to Russian historian Anatole Kopp, and paved the way for the emergence of the post-modern movement.
The post-modernist – by denying modern architecture
and the rationalistic way of organizing space, homogeneous in all directions, within the limits of a well-defined and controlled geometry – defines space
as “ambiguous in its zoning and irrational regarding its relation between the parts of the whole. The
limits are not frequently clear and the spaces extend
remained as a residue in isolated proposals, awaken the architecture.
At that time, several assumptions stimulated this task. Various issues throughout the intellectual and professional career were tried and strengthened to the idea. A broad spectrum of references indicated a part
of this path. In a wide range of fields, in the biological
and environmental sciences, in the exact sciences, in the fields of electronics and technology, remarkable breakthroughs have emerged. In the humanities, the
contributions of anthropology, historical archeology and architecture were encouraging.
Architecture was no longer limited to taking, as an area of mastery, the question of space and the aesthetics
of form. The growing need, that reality was imposing, to change dimension with a systemic approach to
material culture as well as forms of material production, in fulfilling the new individual and collective demands. This increase in the complexity of knowledge demanded a growing and increasingly broader interdisciplinary contribution.
indefinitely, with no apparent limits,” according to
As a result, we had to promote the “re-union” of
the heralds of the movement. Along with the major
interactive effort, given the irrefutable conclusion that
American landscape architect Charles Jencks, one of
contribution of shaking up the ambience with critiques of the weakened modern architecture, the current
theoretical framework emphasized the aesthetic issue, and perhaps the limit of post-modernism lies therein.
In consequence of this one-dimensional limited
critique, objected to the “modern style” the other styles in the plastic and formal treatment, as a nostalgic evocation and with artful formal collages. Thus, designs
appear evoking Art Deco motifs, geometric designs, inspired imitations fabricated in fine materials and
solutions in opposing scenarios, covering up structures, with surfaces and coatings unrelated to function.
The wear-down of modern architecture and the superficiality of post-modern architecture, to which
architects, engineers and technologists in a more these areas address the same object.
Recent contributions on the notion of place and
awareness of environmental issues, natural and
constructed, make explicit the notion of territory – the
“citizen’s space” – a place where man takes root in the land on which he lives. Culture and territoriality are
heritages as well as deep relations of man with the environment. Hence, the proper forms and clear physical
boundaries that mark the condition of nationality as a legacy of lifestyles, local traditions and internationality
are defined as a world view, concepts borrowed here from professor Milton Santos.
The new scientific areas and new technologies, with
direct influences on the conception and organization of
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
113
spaces, incorporate notions of bioengineering, cellular
communication, computerization of everyday life, diversification of the genetic matrix, with a metabolic view of the city.
Europeans are subjected to a permanent confrontation of tradition and a rapid evolution. One of the major
factors in the viability of contemporary architecture
We begin to explain the growing and increasingly
manipulated demands translated into protections, guarantees, certifications, approvals, standards that
guarantee quality, performance, durability, savings, and safeguard the integrity of the product, whether a building or an object. The gradual use of clean
technologies advanced in terms of reducing noise and air pollution, with less waste and less aggressions toward the environment.
is the ability to evolve toward acceptance of the past, even if new forms and solutions appear.”
“The aesthetics of architectural design seems dictated, no longer by pre-determined stylistic conventions, but
by factors related to the site or the program.” “Today, building in Europe requires tolerance and openness that is in no way befitting to a dogmatic approach. Each
rule knows exceptions. Current architecture is, above
all, the sum of these exceptions,” stated American
Sensitive knowledge, like the study of color, until
recently explained by the sensory aspect, today
presents several theories in the field of the science of
perception, cognition and colorimetry, such as Berkeley, MIT and Barcelona.
art historian Philip Jodidio (now living in France and Switzerland) in 1998.
The current economic and political contexts in most
countries give architects multiple reasons to be
concerned about the future, when one can see a certain
We saw the architectural experiences abroad that, starting with the Pompidou Centre in Paris in 1977, of architects Richard Rogers and Renzo Piano, to which
are added those of Norman Foster, Santiago Calatrava, Jean Nouvel, Bernard Tschumi, Nicholas Grimshaw, Dominique Perraut and I. M. Pei, among others, and in Brazil, those of João Figueiras Lima, garner a formidable
collection of designs and works documented in critical texts and publications that situate them as
contemporary experiences, whose reciprocal references are inevitable.
awareness magnifying the importance of the quality of the construction that hinders the realization of a higher number of innovative designs. This procedure has been happening in Europe, in Brazil it’s been with
us for at least four decades, with an architecture that, in terms of renovation and constructive quality, leaves much to be desired.
The use of new technologies – aimed at a production
that’s more controlled by industrialized processes –
should make the construction site an assembly site. This implies a planned systemic approach of the entire
All this led us to ask what principles guided these works and brought them together as a new form of architectural approach, in such a way that we could
recognize a new movement? And what aspects separate them and marked the differences between the various paths?
production cycle of the work, from the preparation of detailed and compatibilized designs. There would
therefore be no unforeseen situations or work
solutions, as often occurs in traditional works. Hence, there is another aspect that unites: the importance of the design in the explicitation of the notion of quality in the productive chain of the construction industry.
As a response, several points are noteworthy: respect
for the site where they are implanted and for the specific programs. “In Europe, modernity and the historical setting seemed to form a symbiosis that
was much stronger than the great age of modernism,
114
which sought to impose a new order. The daily lives of
Another
point
to
highlight
in
the
issue
of
contemporaneity is that each intervention in space
should be adapted to the structured knowledge of the humanities. One cannot imprint a prospective and
future vision unto architecture, without the historical
Po rt f o l i o B r as i l
knowledge of formal and spatial experiences of the past,
Works in Steel by Zanettini
Imprinting onto the design the vision of process that
This publication was created to respond to the growing
linked to the gradual evolution of techniques over time.
is never exhausted, with continual improvement of
architectural languages in the use of technologies of concrete, steel, wood, structural masonry, reinforced mortar, soil cement, and a host of others, each one
appropriate to the conditions of structural work, the circumstances of how production is done in each system
and in each region, aimed at the best cost–benefit ratio, emerges as another contemporary procedure.
interest in the knowledge of steel construction
technology in Brazil. The requests from the Brazilian Association of Steel Construction, the University of
São Paulo’s School of Architecture and Urbanism, and the Brazilian Center of Steel Construction, as well as
the interest of publishing houses, the steel structure industry, steel mills, fellow architects, engineers, and
an increasing number of students, pointed the way to a
Another aspect, paradoxical in appearance, that unites
contemporary architectural experiences is the freedom with which the architect imprints onto the work, which characterizes the differences that every work of art must
have to express the individuality of the creator. And it
could be no different: regions, places, sites, topographies,
climates, programs, typologies, uses, building systems, materials, and everything else, so different, cannot stifle forms with dogmatic patterns and models, materializing yet another “new style.”
publication on the use of steel in architecture.
The meager production of books or texts on the subject
and the lack of in-depth studies would be enough to justify not only this publication, but also a series of publications with wide-ranging foci that merit attention
and require a conceptual examination or investigation, along with high-quality examples. Therefore, we
have gathered in this book the breakthroughs, the
creative process, the identity, and the language of this constructive process.
Rather, there must be overall coherence in the planning, design, fabrication and execution of the work, in order
to meet the economic, philosophical, environmental
and aesthetic needs, directed toward the reason and emotion of man.
We decided to present the practice of projects and
works built over nearly four decades, with reciprocal
interference of theory over practice, as a teacher with various texts and articles published, and professional
with a vast repertoire of experiences. At every moment,
Another structural characteristic of the contemporary
vision of architecture is in the conjunction of integral questions that occur in the production of architecture
– man, place, use, measure, environment, technique,
designs and works appear that helped build parts of this architecture and that provided the experiences and
reflections, systematized in a collection that structured a theory about the architecture of steel.
subject matter, science or technology – as aspects of
This path of hits and misses, which coincides with
sensitive world of ideas and creation, in constant pursuit
years, was tremendously rich by breaking taboos and
an objective universe, with the set of variables of the of essence, equilibrium, durability, with the permanent
challenge of the quest for aesthetic, economic and
constructive excellence and fulfillment of the physical and mental satisfactions of individuals.
Hence, contemporary architecture should be the physical and spatial result of the harmonic and
balanced encounter between two worlds: the rational and sensitive.
the very history of steel in Brazil over the past 40 prejudices, real obstacles to the development of this
knowledge and practice. The book Siegbert Zanettini, Arquitetura Razão Sensibilidade [Architecture Reason Sensitivity] – published in 2000 by Editora Edusp and
produced by the São Paulo State Government Printing Office – presented designs and works with wide-
ranging technologies, based on the integrated view
of theoretical knowledge and know-how. Ultimately, the book brought reflections on the foundations of
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
115
contemporary architecture, definitions of architecture, and the quality of designs.
In this volume of Portfolio Brasil Arquitetura, we restrict
ourselves to separate, from the universe of production, those experiences that integrate theory and practice of each design or work, and use the solution in steel with
relevant aspects of this path. We won’t present the works as they often appear in publications with text
and graphic pieces containing ideas, concepts, content
and solutions that shape them. We will show how each work or design has signaled this path, and from where we extract significant points for the approach adopted here.
seniors – a place social activities, fellowship, sociability, citizenship, evolutionary production of knowledge that
manifests – with each new generation – the culture of that age.
An architecture of the constructed and natural environment Contemporary architecture has been adding new
foundations that include issues of eco-efficiency,
sustainability, use of natural climatic conditions, incorporation of other forms of energy, interaction
with constructed and natural environments, reuse of wastewater, clean technologies, concerns about
An architecture of time and light
the usage, operation and maintenance or recycling of
Time inexorable, that changes landscapes, things and
objects, that deteriorates and ages, that alters behavior, that evolves, improves, or adds experience and wisdom
or motivates one to invent, create new forms, functions and structures. An architecture that incorporates this
Time, that shows the changes of light, color and the gleam of dawn and dusk, when the contracted masses gather in the shadows, highlight the bright spots that
transpose into openings, translucent surfaces and stained-glass, reproducing new scenarios.
materials, and beneficial cost-effectiveness.
This architecture must be open and free of barriers to the accessibility of people, with environments geared toward the user’s safety and security. The internal and
surrounding shading by green must create settings with pleasant visuals that make up the landscaping
and architecture in natural solutions that result in the obtainment of a microclimate.
Strategic openings take advantage of prevailing winds
To speak of architecture is to speak of Light. With intensity, amplitude and hues, it shapes spaces and valorizes forms. As Ludwig Mies van der Rohe, a master
of modernism, stated: “The history of architecture is the
history of man’s struggle for light – the history of the
window.” But the other master, Le Corbusier, asserted: “Architecture is the masterly, correct and magnificent play of masses brought together in light.”
that, through the chimney effect, exit through opposing openings, creating environments with the comfort of
natural ventilation. Thermo-acoustic panels, louvers, or shade-producing fabrics should block out heat
and noise. Outer vestments under internal treatment
with textures can disperse acoustic reflection and reverberation.
Within the concept of eco-efficiency, BIPV (Building Integrated Photovoltaic) solar panels are expected to
An architecture of history, knowledge and culture Constructed space represents the socializing pluralism, the scuola where history is taught – “the school of
our mistakes” – for children, teenagers, adults and
116
replace, in part, the laminated glass of the window
frames, on favorable faces of the building. While ensuring transparency, they act as a brise-soleil and
capture solar energy to be used in artificial lighting. The designs must also incorporate the utilization of
rainwater – for watering gardens, cleaning, and flushing
toilets – drained into cisterns and pumped to elevated
Po rt f o l i o B r as i l
water tanks that are separate from potable water tanks. An Architecture of Contemporary Technology
This structural solution uses steel as a predominant
element not only to overcome the large spans requires to meet the required dimensions of certain spaces, but
also to enhance the modularity, capable of allowing repetition in the dimensions of the bars.
The industrially produced steel structure is the most
complete structural system of clean technology, with
total control of quality and millimetric dimensional precision, which avoids leftovers and waste and
enables reuse with the highest degree of recycling. For these reasons, this constructive system requires welldeveloped and reputable planning and designs that
that precede the design and are supported by contem-
porary principles. We can highlight a few: the systemic
and cultural views that fuel the architectural design; multidisciplinary, eco-efficient and sustainable conception; environmental issues as part of the architectural
repertoire; respect for the dimensioning of spaces and the requirements of the program, with flexibility for
expansions or modifications; overcoming conceptual and constructive paradigms, appropriate to the culture
of each period; the integral mastery of clean technolo-
gies; the evolutionary use of science-based knowledge; the ongoing quest for technological and aesthetic advances of this century of “intellect and creation”, of architecture as a work of art but with the ever-complicit reason of sensitivity.
lead to procedures that use the construction site as a
This publication, which focuses on steel as the object of
systems. It is noteworthy that these qualities can
makes other construction systems secondary. Quality
place of assembly, in lieu of conventional construction and should be extended to other structural systems – concrete, wood, structural masonry, plastics or textile
membranes. To do this, one must have full knowledge of the properties of each one, with its own languages and design, production and performance appropriate to each architectural style.
study, should not put across the false impression that
architecture exists with any material, or even with the
combination of materials, resulting in harmonic solu-
tions. It’s not the material that makes the architecture.
For each specific condition, there are objects, machines, parts and tools that are appropriate to enforce architecture.
Thus, the combination of steel skeletons with concrete
The definition of architecture by areas of specialty –
elevators appears as an expert useful solution. The floor
architecture, institutional architecture, sporting archi-
components to anchor stair blocks, water tanks and slabs and roofing in steel deck or pre-stressed concrete
slabs to avoid the need for formwork – with top layer of impermeable concrete in the hydraulic areas in gardened roofs – as well as any outer vestments are completed with the steel structure. The installations in vertical service conduit, with visitable shafts outside the
structural axes and horizontal channels in inspectable
medical architecture, residential architecture, banking
tecture, etc. – suggests a false placement. Architecture is unique and needs no adjectives. It must meet any need of man, in the complex dimension of the histori-
cal moment, with which he identifies. In this rational
and sensitive world, architecture is this, and nothing else than this.
ceilings, avoid confrontation with girders and columns.
Siegbert Zanettini
An architecture of concepts Steel-structured architecture, whether as a single
system or combined with concrete, wood or masonry structural concepts, must take into account concepts
Si e g b e rt Z a n e t t i n i
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PREMIAÇÕES/CONCURSOS Arq. Siegbert Zanettini
1959 - Arquiteto e urbanista formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAUUSP 1964 - Inicia a carreira docente na FAUUSP onde atua como professor até o momento presente. 1964 - Ganha Concurso Público do Projeto do Clube Sírio Libanês de Santos 1965/66/67 - Realiza cursos de pós-graduação na Universidade de São Paulo. 1966 - Recebe o Prêmio Governo do Estado de São Paulo. 1967 - Prêmio IAB - SP
1992 - Prêmio Cidade de Recife na 1ª Bienal Internacional de Arquitetura Recife com o projeto Clínica Ortopédica Dr. Luis Pistelli 1993 - Prêmio Destaque na II Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo com o projeto Escola Panamericana de Arte.
1968 - Prêmio IAB Nacional 1968 - Ganha Concurso da Prefeitura do Município de São Paulo com o projeto “Maternidade de Vila Nova Cachoeirinha”. 1968 - Prêmio Carlos Barjas Milan 1972 - Defende Tese de Doutoramento “Habitações - Implicações do Processo de Industrialização”, integrando a primeira geração de arquitetos doutores do País”. 1977 - Publica o livro “ Ensino de Projeto na Área de Edificação” por solicitação do MEC - Ministério de Educação e Cultura 1981 - Tem publicado o Caderno Brasileiro de Arquitetura n° 8 com cerca de 100 projetos e obras
1993 - Recebe Título de sócio honorário na ABCEM – Assoc. Bras. da Construção Metálica 1993 - Prêmio como a Personalidade em Destaque na Área da Construção Metálica 1996 - Prêmio Destaque Feira Latino-Americana da Construção Civil - Felac 1997 - Indicado como personalidade da arquitetura Prêmio Sinaenco 1998 - Prêmio Personalidade da Construção Metálica pela - ABCEM 1998 - Prêmio Qualidade Brasil com Hotel Embratur
1981 - Finalista do Concurso para o Vale do Anhangabaú
1999 - Prêmio ABCEM - Associação Brasileira da Construção Metálica pela obra Escola Panamericana de Arte - Unidade Angélica.
1990 - Finalista do Concurso do Núcleo Urbano de Campinas
2000 - Obtenção do título de Livre Docente pela Universidade de São Paulo FAU - USP com a sua obra.
1991 - Elabora o Plano Diretor de Campinas
2001 - Prêmio TOP Hospitalar 2001, que representa o reconhecimento público do padrão de excelência da ZANETTINI.
1992 - Prêmio Bienal Internacional de Arquitetura 118
na 1ª Bienal Internacional de Arquitetura de Recife com o projeto Hospital Municipal de Ermelino Matarazzo
Po rt f o l i o B r as i l
2002 - Obtenção do título de Professor Titular pela Universidade de São Paulo FAU - USP. 2002 - Prêmio TOP Hospitalar 2002, que representa o reconhecimento público do padrão de excelência da ZANETTINI. 2003 - Homenagem (melhor arquiteto na área hospitalar) pelo extraordinário empenho em prol da Arquitetura hospitalar no Brasil - ADH’ 2003 São Camilo Hospitalar. 2004 - Prêmio A La Excelência Illafa 2003 por sua atuação marcante na Concepção da Arquitetura em Aço no Brasil, Novembro de 2003 - Rio de Janeiro. 2004 - Vencedor do concurso público nacional de arquitetura da Ampliação do Centro de Pesquisas CENPES - Petrobras ( Ilha do Fundão - RJ). 2004 - Medalha honra ao Mérito do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – Confea, como profissional que contribui para o desenvolvimento tecnológico do País pertinente à profissão. (61ª Semana Oficial da engenharia, da arquitetura e da agronomia em São Luiz do Maranhão). 2005 - Participação no Seminário sobre Inovação na Construção Civil Brasileira realizado em março pelo Instituto Uniemp. 2005 - Participação com artigo “Inovação e Pioneirismo - Dupla formação para Arquitetos e Engenheiros Civis”, na Coletânea 2005 - Inovação na Construção Civil. 2005 - Participação no programa “O Aprendiz 2” com depoimento sobre os Grandes Problemas de Cidades como São Paulo. 2005 - Participação com artigo “Inovação e Pioneirismo – Dupla formação para Arquitetos e Engenheiros Civis”, na Coletânea 2005 – Inovação na Construção Civil. 2005 - Prêmio “TOP OF QUALITY” 2005. “Primeiro em Qualidade Nacional e Internacional”
2005 - Prêmio Hospital Best 2005 2005 - Prêmio Master no 2º Grande Prêmio de Arquitetura Corporativo 2005 - Sala Especial como homenageado na 6ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. 2006 - 11º Office Solution - homenagem ao seu escritório e exposição com a sua obra. 2006 - Academia Brasileira de Arte, Cultura e Historia confere ao Prêmio Brasileiro da Qualidade ao Sr. Siegbert Zanettini por ter apresentado alto índice de satisfação em todos os quesitos exigidos pela Divisão de Coordenadoria Geral de Projetos Nacional de Pesquisa. 2007 - Prêmio Sustentabilidade / IV Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa / Projeto Unidade Avançada Perdizes Hospital Albert Einstein. 2008 - Certificado de Membro Honorário do GBCBrasil, pela adoção de projetos e produtos com baixo impacto ambiental em prol do desenvolvimento sustentável. 2008 - Arquitetura Corporativa, com o projeto Hospital e Maternidade São Luiz - Anália Franco. 2009 - Prêmio Master de Reconhecimento na área de Projetos de Arquitetura - Câmara Brasileira de Cultura. 2010 - Zanettini foi o único arquiteto contemplado na primeira edição do prêmio Greening com o troféu que representa um reconhecimento público para os destaques da construção sustentável. 2010 - Prêmio destaque no VII Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa, na categoria Centros Educacionais e Culturais, com o projeto Brazil Research & Geosciences Center - BRGC desenvolvido para Schlumberger Serviços de Petróleo. 2010 - Prêmio Comenda - 50 anos de atividades profissionais - CREA-PR e Instituto de Engenharia do Paraná. 2011 - Reconhecimento Internacional Latin American Quality 2011 - Buenos Aires / Argentina.
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Arquiteto Coordenador Geral e Responsável Técnico Prof. Dr. Siegbert Zanettini Diretoria Administrativa Maria Monica Silva Zanettini Diretora Comercial Luciana Zanettini Diretora de Marketing Adriana Zanettini Fabrício Arquitetos Colaboradores Atuais Arq. Thaís de Fátima Barzocchini Arq. Érika di Giaimo Bataglia Arq. Barbara Kelch Monteiro Arq. Juliana Matos Martins Bacchi Arq. Alexandre de Carvalho Barone Arq. Alessandra Cagnani Dalado Carla Andrade da Silva Natália Brazão Malate Eric Fick Gonzalez André Reis Balsini João Rett Lemos Arquitetos Colaboradores Alberto Prostila Ana Marconato Álvaro Luis Ikuno Camila Chaves Garcez Camila Faccioni Mendes Camila de Souza Nogueira Silva Clara Nori Sato Claudia Kamphausen Delci Maria P. Maraston Eliane Mazzola Edson Ueda Eduardo Luis Teixeira Dornelas Elisabetta Romano Fausto Shiguemitsu Natsui Fabiano Magalhães Félix Alves de Araújo Fernando Magalhães Gomes Fernanda Braga R. Teixeira Flávio Hayato Ikeda Gilberto Belleza Gilda Kameyama Gilsa M. Vellini Graziella Palley de Barros Guilherme Mattos Henrique Pulgari Seppe Hebe Bertoncello Jorge Enrique Dusevich José Wagner Garcia Juliana Ting Jair Antonio de Oliveira Júnior José Guilherme Margara Karina Carvalho Bachiega Linda Cristina Astolfo
Luciana Cainelli Luis Filidis Luiz Bessa Marcelo Consiglio Barbosa Marcelo Domingues Ferreira Maria Aparecida de Carvalho Maria Fabiana Janaina F. Prado Maria Haddad Sayeg Márcia Regina Cortez Maria Tereza Fronzi Mariângela Garcia Artins Marlisa Pfieffer Milton Filippi Pellicciota Mira Harari Murilo Capelini Miriam Filgueiras Baldotto Paulo César Parri Paulo Salles Rachel de Oliveira Rodrigues Roberto Fix Ventura Roberto Archina Weigt Rosemeire Luíza Sportero Sabrina Lapyda Sandra Regina Parreira Sandro Rogério Machado Silvana Melgaço Conrado Suzel de Oliveira Schimidt Tatiana Xavier de Barros Ubirajara Giglio de Freitas Valéria Luppi Vanessa Carreira Ortegosa Vanessa de Oliveira S. Ludesher Vania Ribeiro Carneiro Vera Santana Luz Projetistas Desenhistas Dailson de Jesus Alves Dorival Busto Élio Gozzo Elson Matos Cerqueira Elizabeth Mirizola Oliveira Francisco Roldan Martins Harumi Ogawa João Cartura Cavicchio Joaquim Norberto Toledo José Carlos Moraes José Lúcio Grecco José Mauricio Filho Lourdes Araújo Luis Manoel Marques Herrera Luiz Antonio Ferrari Cundari Luiz Deriel Luiz Nório Maria Fabiana Janaina F. Prado Miriam Haddad Sayeg Marcelo Alexandre Mascaro Marcelo Luiz de Almeida Márcia Regina Cortez Márcio Capelini Maria Paz Marquez Marchant Rafael Alvares Cala
Rubens Oswaldo Witthoef Silvia Espíndola Valéria Luppi Vera Lúcia Machado Wanderley Ikeda Estagiários Adriana Carla Ramos Antonio José de Oliveira Santos Cintia Alen Coutinho Conceição Midoria Hatanaka Diana Saul Dionésia da Paixão Fabiana Krepel Flavia Pagotti Silva Iracema Ferraz Fernandes Jair Antonio de Oliveira Junior Khaled Ghoubar Lie Matsumoto Lizete Fátima Azevedo Garcia Lorenzo P. Sighnolf Marcelo Tuck Schneider Marcia de Araujo Braga Marcia Zalcman Marcos Fernandes Greggio Maria Cecília Bianco Maria Izabel Perini Marisa Bueno e Souza Orlando F. de Carvalho Neto Paola Braga Toledo Iezzi Priscila Napolitano Dos Santos Regina Martinelli Regine Charlotte Torino Rodrigo Marcondes Ferraz Silva Sabrina Lapyda Sandro Rogério Machado Sérgio Saraiva Martins Silvana Santo Paolo Tomaz Silveira Bueno Camargo Veronica Meirelles Pereira Ferriani Crédito das fotos Antônio Saggese Cinara Piccolo Gal Oppido Hugo Segawa João Rodrigues João Stroeter José Moscardi Marcelo Scandaroli Marco Freitas Marcos Issa Marcos José Moscardi Filho Nelson Kon Sergio Tegon Sônia Fonseca Wanderley Bailoni Fernando Alvim (foto da capa) cel.(21) 9609-8145 site: www.fernandoalvim.com.br