Boletim Fé e Alegria Brasil

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Boletim

EXPEDIENTE Informativo interno produzido pelo Departamento de Comunicação de Fé e Alegria Brasil Diretor Presidente: Pe. Álvaro Negromonte, SJ Diretor Nacional de Educação e Ação Pública: Pe. Carlos Fritzen, SJ Coordenação Executiva Nacional: Norival Oliveira Jornalista responsável: Rafael Felippe (MTb: 52.407) Projeto gráfico e diagramação: Victor Luigi Bautista Pisani Fotos: Fundação Fé e Alegria do Brasil Contato: comunicacao@fealegria.org.br

Fundação Fé e Alegria do Brasil Rua Assungui, 626, Vila Gumercindo São Paulo, SP | Brasil Telefone: +55 (11) 5060-5800 Doações: 0300-777-5998 www.fealegria.org.br fundacao@fealegria.org.br

Edição de novembro 2013

44º Congresso Internacional de Fé e Alegria cria marco referencial para educação inclusiva O 44º Congresso Internacional de Fé e Alegria foi realizado em São Paulo, entre os dias 28 e 31 de outubro e trouxe nesta edição o tema “Educação Inclusiva na Missão de Fé e Alegria”. O evento teve a presença de diretores e representantes de Fé e Alegria de 21 países, incluindo o presidente internacional de Fé e Alegria, Pe. Ignácio Suñol, e o presidente da Fundação no Brasil, Pe. Álvaro Negromonte. O principal objetivo do encontro foi construir um marco referencial da educação inclusiva para ajudar a identificar as características fundamentais do serviço inclusivo da educação, considerando o trabalho desenvolvido no Brasil e no mundo Fé e Alegria Internacional. O evento contou com palestras e conferências de educadores e gestores nos três dias de atividade, no Espaço Anhanguera, na capital paulista. Os temas debatidos permearam a questão da educação inclusiva, como seus desafios no mundo contemporâneo e as prioridades dessa missão para os/as agentes de Fé e Alegria. O encontro também foi marcado por trabalhos em grupos com os participantes, que discutiram e ajudaram a moldar os principais tópicos do documento oficial do Congresso. Um dos momentos mais concorridos foi a conferência da assistente social Raimunda Cadó, coordenadora executiva regional de Fé e Alegria Rio Grande do Norte. Ela falou sobre as condições de se criar vínculos significativos de aprendizagem na educação inclusiva, em palestra que recebeu um grande público e gerou um debate marcante entre os participantes sobre como a educação de qualidade pode ser oferecida a todos e todas. O Pe. Álvaro Negromonte agradeceu a todos que participaram do Congresso e elogiou o trabalho em rede. “Espero que este marco

Educadores e educandos do Fé e Alegria São Paulo após apresentação artística no Congresso

referencial e teórico contribua muito para Fé e Alegria avançar. Espero que a partir deste e evento os educadores e educadoras sejam tocados pela questão da exclusão, e que a inclusão educativa seja muito mais que uma prática, mas uma cultura. Que essa base teórica possa sustentar a mudança dos conceitos que estão enraizados na sociedade”. Já o Pe. Ignácio Suñol falou sobre o trabalho de Fé e Alegria. “Devemos sempre querer a justiça, a educação e o bem estar como raízes fortes em uma sociedade. As ações não podem se tratar de atos benévolos e sim de atitudes humanitárias para os grupos comunitários. A inclusão educacional é uma urgência de todos nós”, declarou. O Congresso Internacional de Fé e Alegria é anual e na edição deste ano foi dado continuidade ao mesmo tema discutido em 2012, em Cochabamba, na Bolívia, que levantou questões sobre os desafios da educação inclusiva. Após o encontro, os participantes realizaram visitas culturais a pontos turísticos de São Paulo, como o Santuário Nacional de Aparecida do Norte e o Pateo do Collegio, entre outros. BOLETIM FÉ E ALEGRIA

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“A exclusão de pessoas é como um terremoto dentro de uma sociedade”, diz Ignácio Suñol O Pe. Ignácio Suñol, presidente internacional de Fé e Alegria, participou do 44º Congresso Internacional de Fé e Alegria. Em entrevista para a equipe de comunicação do evento, o jesuíta falou sobre a importância das discussões sobre o tema da inclusão na educação, os desafios da fundação e as semelhanças entre as realidades dos países da América Latina. “A exclusão de pessoas é como um terremoto dentro de uma sociedade. Nós, de Fé e Alegria, sempre estamos olhando atentamente para esse tema para sempre tentarmos de todas as formas incorporar esses excluídos na sociedade, para que vivam em uma realidade de inclusão na educação e promoção social. A questão da educação inclusiva está clamando para dar um passo a mais. A maneira como tratamos esse tema não é suficiente. A inclusão vai muito mais além de integração educativa. A ideia principal, e que foi amplamente discutida no Congresso, é que deve haver um trabalho conjunto entre todas as áreas de atuação de Fé e Alegria”, explicou o Pe. Suñol. O jesuíta, que trabalha em Fé e Alegria desde 1967, conhece a realidade da América Latina e traça um paralelo entre o Brasil e outros países. “O Congresso de 2007, que também foi realizado no Brasil, teve como tema central Educação e Promoção Social Comunitária. Agora nós tivemos 2

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mais uma oportunidade de avançar neste tema, para que todos e todas sejam incluídos nos processos educativos e de promoção social. Tive a oportunidade de visitar algumas unidades de Fé e Alegria no Brasil e vi que a realidade aqui é outra. O território é muito grande e a diversidade cultural e de conceitos é muito grande. Mas uma coisa é certa: todos os países do mundo possuem zonas de exclusão. Apenas varia de nação para nação. Nosso trabalho, agora, é fazer com que cada delegação de cada país presente no Congresso trace detalhadamente essas zonas de exclusão para reverter e aplicar as dinâmicas de inclusão propostas no Congresso”. Para Suñol, o mais importante do 44º Congresso Internacional de Fé e Alegria é o legado que ele deixou. “Os Congressos se caracterizam pelos temas, que são trabalhados em dois anos. O tema da inclusão foi discutido na Bolívia, em 2012, quando foram apresentadas as experiências de cada País. Já no Congresso do Brasil conseguimos constituir um documento de política institucional sobre a educação inclusiva. Agora vamos levar essa análise e ações para que cada País possa implantar as ideias e propostas. Este Congresso foi muito importante para que os agentes de Fé e Alegria se animassem com o trabalho, para congregar e unir forças”, completou.


2º Encontro Nacional de Ação Pública define novos rumos da área O 2º Encontro Nacional de Ação Pública de Fé e Alegria foi realizado entre os dias 11 e 14 de novembro. Os participantes do evento, que também contou com a presença de membros de áreas pedagógicas, discutiram e encaminharam ações públicas, sugeriram projetos e avaliaram os planos locais de trabalho de cada regional do Brasil. De acordo com Renato Eliseu Costa, coordenador nacional de Ação Pública de Fé e Alegria, o encontro superou as expectativas. “Essas reuniões de trabalho mostram que todos os envolvidos com ação pública estão muito conscientes e maduros em relação aos desafios da Fundação. Queremos que a formação que começou em 2012 ganhe qualidade e que ocorra a colaboração entre as áreas, para que todos tenham uma visão integral de Fé e Alegria”, declarou. O encontro também foi o marco da construção da Política de Articulação em Rede nacional, que foi levada à confirmação em uma

plenária no dia 14. Para Vilmar Burzlaff, coordenador de Fé e Alegria da Regional Espírito Santo, o 2º encontro Nacional vai deixar uma marca importante. “Essa é uma agenda muito importante para Fé e Alegria. Traçamos com clareza os desafios da Ação Pública e as discussões permitiram que se fizesse uma melhor estruturação da área. É necessário que tenhamos agentes nas unidades mais preparados para atuar na formação em Fé e Alegria”, completou. Ainda durante o evento, no dia 14, os participantes planejaram as principais atividades para 2014 e os próximos passos de Fé e Alegria na Ação Pública, além da síntese de todas as experiências do encontro.

Fé e Alegria do Espírito Santo promove 10ª Festa da Cultura Toda a riqueza cultural brasileira foi contada na 10ª edição da Festa da Cultura, que aconteceu no mês de outubro, na quadra do Centro Social de Educação e Cultura Fé e Alegria, de Nova Esperança, Cariacica (ES). A edição de 10 anos do evento, que já se tornou tradição no mês das crianças, mostrou que a diversidade cultural brasileira também é um tema de interesse das crianças. Afinal, desde cedo é necessário aprender que o respeito com as diferenças é primordial. Toda essa temática foi contada de uma forma única e inesquecível: com um olhar totalmente infantil. Através de músicas, danças, esquetes teatrais e muita alegria, as crianças e adolescentes atendidos na Unidade Fé e Alegria de Cariacica apresentaram o espetáculo “Julieu e Romeleta no Brasil das diversidades”. A produção teatral teve como pano de fundo a história de duas flores nascidas numa mesma estufa, mas que, por serem de cores diferentes, não podiam conviver juntas. Inconformados com a situação imposta no reino, elas resolveram fugir com o vento, passando pelos temas: diversidade sócio econômica, racial, cultural, étnica, religiosa e de gênero. A Festa da Cultura acontece todos os anos na unidade capixaba da Fundação Fé e Alegria do Brasil, e constitui uma mostra das oficinas culturais ofertadas diariamente às crianças e adolescentes da região. Para a comunidade local, trata-se de oportunidade rara de acesso à cultura, e por isto mesmo, os espetáculos apresentados são sempre muito apreciados pelo público, que comparece em grande número ao evento, que é aberto à comunidade. BOLETIM FÉ E ALEGRIA

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Fé e Alegria participa mais uma vez da ONG Brasil A Fundação Fé e Alegria do Brasil participa pelo terceiro ano consecutivo da ONG Brasil, encontro intersetorial que conecta organizações da sociedade civil, poder público e iniciativa privada, que será realizado entre os dias 28 e 30 de novembro, no Expo Center Norte, em São Paulo. Fé e Alegria terá um espaço no setor de educação da feira, onde vai expor o trabalho realizado pela Fundação nas regionais de todo o Brasil. O participante da ONG Brasil vai poder conhecer as linhas de atuação, como a Educação Formal, Educação Não Formal, Formação de Educadores Populares, Desenvolvimento Comunitário e Ação Pública. Para Eloá Corsatto, da Mobilização Nacional de Recursos de Fé e Alegria, e que está organizando a participação da Fundação no evento, a ONG Brasil é uma grande oportunidade. “É um evento que reúne as maiores instituições do país e os melhores profissionais do terceiro setor. Trata-se de uma oportunidade de trocar experiências e também dar visibilidade ao gigantesco trabalho realizado pela Fundação Fé e Alegria Brasil”, explicou. Nos três dias de evento, pessoas do Brasil inteiro e de outros países se mobilizam para conhecer as ações e os projetos realizados pelas organizações participantes, e têm a possibilidade de assistir a seminários que abrangem temas como: Sustentabilidade das organizações; Cidadania, engajamento, e novos ativismos; Empreendedorismo, economia solidária, e negócios sociais, entre outros. Além das oficinas culturais, apresentações artísticas e atividades para famílias, a feira ainda traz novidades. “Este ano teremos também a visita guiada para escolas, que tem como objetivo utilizar a ONG Brasil como ferramenta pedagógica de aprendizado e conscientização”, ressalta Juliana Fabri, coordenadora do evento.

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Fé e Alegria Brasil realiza 1º Fórum de Qualidade Educativa O 1º Fórum de Qualidade Educativa, promovido pela Fundação Fé e Alegria do Brasil, foi realizado entre os dias 25 e 28 de outubro, em São Paulo. Gestores/ asdos centros educativos, colaboradores/ as da sede nacional, além de educadores/ as, educandos/as e famílias participaram do evento, que teve como objetivo o fortalecimento da participação dos agentes de Fé e Alegria nas suas comunidades educativas. Durante o Fórum foram apresentadas experiências exitosas realizadas pelos Centros Educativos com a temática Gestão Democrática Participativa e da Cidadania. Tais relatos explicitam experiências como a formação do Conselho de Educandos, do Conselho Gestor e Grêmio Educativo, relatando todo o processo realizado, os resultados alcançados e as melhorias proporcionadas para os Centros e para as comunidades. O Pe. Álvaro Negromonte, diretor-presidente de Fé e Alegria Brasil, se mostrou

satisfeito com as atividades do fórum. “Trazer para o mesmo espaço educadores/as, educandos/as e gestores/as foi muito rico para o processo educativo. Três dias com a presença de todos e todas para pensar na educação qualidade. Esse Fórum nos ajudou para que Fé e Alegria Brasil tenha um novo olhar sob o que nós chamamos de formação de educadores, das famílias e educandos. É impossível continuar essa formação de forma distinta, sem uma forte ligação entre todos os setores. O Fórum trouxe à discussão o que Fé e Alegria acredita. Foi uma experiência muito forte que marcará a vida de todos/as que participaram”, declarou. Discurso que fez coro ao pronunciamento de Paula Facci, Coordenadora Nacional de Desenvolvimento Institucional de Fé e Alegria Brasil. “Devemos todos/ as utilizar os ensinamentos desse Fórum para o futuro. Esse evento é fruto de um trabalho de muitos anos e agora um ciclo se fecha, para que outro tenha início”.


Panamá recebe workshop sobre Projeto Fé e Alegria Indígena Colaboradores e educadores de Fé e Alegria de seis países se reuniram de 14 a 16 de outubro para compartilhar as experiências obtidas durante o Projeto Fé e Alegria Indígena. O projeto, que é realizado em cinco países (Peru, Panamá, Bolívia, Honduras e Guatemala), orientou o desenvolvimento e fortalecimento da identidade dos povos indígenas com os quais Fé e Alegria trabalham. O objetivo foi construir um currículo para a escola primária em um modelo que seja intercultural, participativo e de qualidade. A oficina gerou um espaço de informação e análise sobre a Educação Intercultural Bilíngue nos países participantes. Com isso, os membros da Federação Internacional de Fé e Alegria puderam conhecer os contextos culturais da Educação Indígena. Pelas experiências mostradas no evento, pôde se concluir que é necessário programar projetos educativos concebidos com a população indígena. Um dos principais componentes de análise do workshop evidenciou que o tratamento temático e conceitual sobre a educação indígena é similar em todos os países envolvidos. A diferença se dá quanto ao nível de implementação, que varia de acordo com características próprias de cada localidade, como na Bolívia, por exemplo, onde a educação indígena é uma política de Estado.

Pe. Jesús Herrero participa como orador de prêmio na República Dominicana O Pe. Jesús Herrero, coordenador do Programa de Educação e Valores Humanos Cristãos da Federação Internacional de Fé e Alegria, foi o orador convidado para o prêmio “Brugal Cree en su Gente”, realizado anualmente em Santo Domingo, na República Dominicana.

O evento, que já está na 22ª edição, tem como objetivo apoiar a esperança na sociedade dominicana e animar e incentivar os agentes públicos que trabalham com a população carente. Todos os anos são seis prêmios em categorias diferentes: Assistência Social, Educação, Desenvolvimento Comunitário, Meio Ambiente, Arte e Cultura e Saúde. O Pe. Herrero, que também é presidente do Conselho de Educação do Governo do Peru, deixou uma palavra de estímulo para os participantes do evento durante sua fala. “Que as pessoas que aqui estão e alimentam os próprios sonhos, sejam capazes e merecedores de uma educação de plena qualidade”. BOLETIM FÉ E ALEGRIA

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